Respostas das questões apresentadas nos capítulos 
Capítulo 28  •  Transtornos Psicológicos Tratados com Terapias Comportamental e Cognitivo-Comportamental  1
28 Transtornos Psicológicos
Tratados com Terapias
Comportamental e
Cognitivo-Comportamental
Respostas [e Níveis] de Questões
para Aprendizagem
1. Q: O que são as terapias empiricamente sustentadas
(TES)? [Nível 2/C]
R: São tratamentos de efetividade comprovada em
estudos clínicos cientificamente conduzidos.
2. Q: Por que as terapias empiricamente sustentadas
frequentemente vêm a ser terapias comportamen-
tais ou cognitivo-comportamentais? [Nível 2/C]
R: Porque a abordagem comportamental enfatiza a
base dos tratamentos em princípios bem estabele-
cidos, medindo os resultados dos tratamentos em
comportamentos objetivamente definidos e alteran-
do os tratamentos que não estejam produzindo
resultados satisfatórios.
3. Q: O que é uma fobia específica? [Nível 1/Co]
R: Trata-se de um medo intenso, irracional e incapaci-
tante de uma classe de estímulo.
4. Q: Liste três classes de fobias específicas e dê dois
exemplos de cada uma delas. [Nível 2/C]
R: (a) Tipo animal (p. ex., medo de aranha, aves); (b)
tipo situacional (p. ex., medo de espaços pequenos,
de sair para fora da casa de alguém); e (c) tipo am-
biente natural (p. ex., medo de inundação, trovão).
Outros tipos são aceitáveis.
5. Q: O que é a hierarquia de medo? [Nível 2/C]
R: Consiste em uma lista de estímulos eliciadores de
medo dispostos em ordem crescente de modulação
de medo.
6. Q: Defina dessensibilização sistemática. [Nível 2/C]
R: Trata-se de um procedimento para superar uma
fobia, consistindo em trazer o cliente para um esta-
do de relaxamento e fazê-lo imaginar sucessivamen-
te os itens em uma hierarquia de medo.
7. Q: Usando um exemplo, descreva brevemente as
três fases da dessensibilização sistemática de uma
fobia específica. [Nível 2/C]
R: Dessensibilização sistemática para aracnofobia
(medo de aranhas): (1) o terapeuta ajuda o indivíduo
a desenvolver uma hierarquia de medo, de 10 a 25
estímulos relacionados com o estímulo temido e
ordenados do menos ao mais temido (p. ex., de estar
ao ar livre a ver de fato uma aranha); (2) o cliente
aprende a realizar um relaxamento muscular pro-
fundo: tensão-relaxamento aplicado aos músculos
de todas as áreas do corpo, que torna possível que
o indivíduo consiga relaxar profundamente em
questão de minutos (após várias sessões de treina-
mento); (3) terapia real: o cliente relaxa e imagina
a cena menos indutora de medo incluída na lista
(estar ao ar livre) e, então, relaxa por 15 a 30 segun-
dos. Isso continua desde as cenas menos indutoras
de medo até as mais indutoras de medo incluídas na
lista, exceto se o cliente apresentar ansiedade – nes-
se caso, o terapeuta retorna à cena anterior. Ao
chegar à última cena (ver de fato uma aranha), o
cliente deve conseguir encontrar uma aranha sem
se angustiar.
8. Q: Descreva a diferença fundamental entre flooding
e dessensibilização sistemática. [Nível 2/C]
R: O modelo para dessensibilização sistemática é o
contracondicionamento, estabelecendo uma respos-
ta de relaxamento aos estímulos temidos, enquanto
o modelo para flooding é a extinção. Com o floo-
ding, considera-se que, se um indivíduo é exposto
aos estímulos temidos e impedido de fugir, e sem
que nenhum evento aversivo se siga, então a res-
posta de medo aos estímulos será extinta.
9. Q: Ilustre brevemente um exemplo de como a floo-
ding in vivo poderia ser usada para tratar uma fobia
específica. [Nível 3/Ap]
R: A flooding in vivo pode ser usada para tratar a
agorafobia colocando o indivíduo em uma multidão
em meio a qual ele estivesse seguro e não incorres-
se em nenhum estímulo aversivo. O medo do indi-
víduo então seria eliciado na intensidade total e,
quando nada de ruim acontecesse, esperar-se-ia que
seu medo diminuísse ou fosse extinguido. Outros
exemplos apropriados são aceitáveis.
10. Q: Ilustre brevemente um exemplo de como a
modelação participante poderia ser usada para
tratar uma fobia específica. [Nível 3/Ap]
R: A modelação participante pode ser usada para
tratar a aracnofobia, com o terapeuta represen-
tando o modelo de uma abordagem do estímu-
lo temido (aranha). A modelação pode ser feita
gradualmente. Por exemplo, o terapeuta apre-
senta o modelo de se aproximar de uma aranha
2  Modificação de Comportamento | O Que É e Como Fazer
em uma gaiola e, então, aproxima a gaiola do
cliente, retira a aranha de dentro da gaiola e a
segura perto do cliente, eventualmente pedin-
do-lhe para tocar ou segurar o animal. Em cada
etapa, o cliente é elogiado por seguir o modelo
do terapeuta. Qualquer exemplo apropriado é
aceitável.
11. Q: Qual é a característica definidora das terapias
baseadas em exposição? [Nível 2/C] Dê um exem-
plo de terapia de não exposição. [Nível 3/Ap]
R: Uma característica definidora das terapias baseadas
em exposição é envolver a exposição – na ima-
ginação ou in vivo – do cliente ao(s) estímulo(s)
temido(s). A terapia cognitiva (i.e., ajudar um
cliente a superar o pensamento irracional con-
siderado causador de problemas) seria um
exemplo de terapia baseada em não exposição.
A ACT, outra terapia de não exposição, tam-
bém tem sido empregada no tratamento de
fobias específicas.
12. Q: Liste e descreva brevemente quatro tipos de
transtorno de ansiedade. [Nível 2/C]
R: Quaisquer quatro entre os apresentados a seguir.
(a) Fobia específica: medo persistente e irracio-
nal de um estímulo circunscrito ou de estímulos
organizados em torno de um tema, como o
medo de altura. (b) Transtorno do pânico: crises
que podem incluir anormalidades de frequência
cardíaca, sudorese, tremor, falta de ar (sensação
de sufocação), sensação de choque, dor no pei-
to, náuseas, tontura, sensação de irrealidade,
entorpecimento ou formigamento, calafrios/
ataques de calor, medo de enlouquecer, perder
o controle ou morrer. Essas crises parecem vir
“do nada”. (c) Agorafobia: significa literalmen-
te “medo do mercado”, consistindo no medo
intenso de sair em público ou de dentro de casa.
(d) Transtorno de ansiedade generalizado (TAG):
preocupação e sentimento de ansiedade cons-
tantes em relação a coisas que a maioria das
pessoas considera trivial, sem importância ou
improvável. Os indivíduos são tão consumidos
pela ansiedade que esta interfere em seu fun-
cionamento normal, muitas vezes incluindo a
incapacidade de dormir à noite. (e) Transtorno
obsessivo-compulsivo (TOC): pensamentos inde-
sejados e intrusivos (obsessões) ou sentimento
de ser impelido ao engajamento em comporta-
mentos repetitivos e improdutivos (compulsões).
Os pensamentos obsessivos e compulsões ten-
dem a ocorrer juntos. Por exemplo, os pensa-
mentos obsessivos sobre germes são amenizados
pela lavagem compulsiva das mãos. (f) Transtor-
no do estresse pós-traumático (TEPT): compro-
metimento funcional em virtude de uma tenta-
tiva de evitar o pensamento sobre um ou mais
eventos traumáticos (p. ex., acidente, abuso
sexual etc.) e esquiva de estímulos que lembram
aquele(s) evento(s).
13. Q: Descreva brevemente um tratamento efetivo
para o transtorno do pânico com agorafobia.
[Nível 2/C]
R: Em geral, inclui um componente comportamental
envolvendo exposição a situações temidas e um
componente cognitivo para ajudar a modificar
os conceitos equivocados do cliente acerca dos
ataques de pânico.
14. Q: Qual a diferença entre obsessões e compulsões,
e como ambas poderiam estar relacionadas?
[Nível 4/An]
R: A distinção entre obsessões e compulsões é o fato
de que as obsessões são pensamentos repetitivos
que tendem a evocar ansiedade, enquanto as
compulsões compreendem ações manifestas repe-
titivas que tendem a diminuir a ansiedade. As
obsessões e as compulsões tendem a ocorrer jun-
tas, no sentido de que as primeiras parecem causar
ansiedade, a qual somente pode diminuir com o
engajamento no comportamento compulsivo.
15. Q: Descreva brevemente um tratamento efetivo para
o transtorno obsessivo-compulsivo. [Nível 2/C]
R: Exposição in vivo e prevenção da resposta (o cliente
é incentivado a se engajar no comportamento
que leva a uma obsessão, enquanto se previne
o comportamento compulsivo). Por exemplo,
uma obsessão sobre deixar o fogão aceso ao sair
de casa é evocada e o indivíduo somente tem
permissão para checá-lo uma vez antes de sair.
16. Q: Descreva resumidamente, fazendo referência a
um exemplo, como a terapia cognitiva poderia
ser usada no tratamento de um transtorno
obsessivo-compulsivo. [Nível 2/C]
R: A terapia cognitiva pode ser usada no tratamento
do transtorno obsessivo-compulsivo modifican-
do as autoafirmações do indivíduo. Por exemplo,
se alguém tem pensamentos compulsivos sobre
desligar o fogão toda vez em que sai de casa,
pode dizer a si mesmo: “O fogão está desligado
e eu nem sequer o usei hoje”. Qualquer exemplo
apropriado é aceitável.
17. Q: Descreva resumidamente, fazendo referência a
um exemplo, como os procedimentos de acei-
tação poderiam ser usados no tratamento de
um transtorno obsessivo-compulsivo. [Nível 2/C]
R: Os procedimentos de aceitação também podem ser
usados no tratamento do comportamento ob-
sessivo-compulsivo ajudando um indivíduo a
aceitar que os pensamentos não são controla-
dores do comportamento. O indivíduo pode
aprender a ter pensamentos como preocupar-se
com os germes como “lixo mental”, o qual não
influencia o quão limpo ele é nem seu valor
como pessoa. Qualquer exemplo apropriado
é aceitável.
18. Q: Em algumas frases, descreva um tratamento
efetivo para o transtorno do estresse pós-
-traumático. [Nível 2/C]
R: Um tratamento efetivo para o transtorno do estres-
se pós-traumático consiste na exposição vicária
(ou seja, em substituição) prolongada ao(s)
evento(s) causador(es) do problema. Isso pode
ser feito por meio da imaginação, conversando
 Respostas das questões apresentadas nos capítulos
Capítulo 28  •  Transtornos Psicológicos Tratados com Terapias Comportamental e Cognitivo-Comportamental  3
sobre o evento com um terapeuta ou escreven-
do a respeito. Dessa maneira, as emoções elicia-
das pelos estímulos relacionados com o trauma
serão extinguidas e as tentativas debilitantes de
evitá-los diminuirão.
19. Q: Descreva brevemente as características compor-
tamentais da depressão clínica. [Nível 2/C]
R: Nos indivíduos que sofrem de depressão clínica, o
apetite geralmente fica reduzido e há diminui-
ção da energia e aumento da fadiga, além de
ser relatado comprometimento da capacidade
de pensar, se concentrar ou tomar decisões,
muitas vezes vivenciando uma sensação de inu-
tilidade ou culpa.
20. Q: O que é aquilo a que a teoria comportamental
da depressão se referiu como ativação compor-
tamental? [Nível 2/C] Em uma frase, descreva
para que foi delineado o tratamento de ativação
comportamental para depressão? [Nível 2/C]
R: A teoria comportamental da depressão referida
como ativação comportamental estabelece que
os “indivíduos se tornam deprimidos quando há
um desequilíbrio entre punição e reforço posi-
tivo em suas vidas”. O tratamento de ativação
comportamental da depressão é delineado para
bloquear os comportamentos de esquiva que
impedem o indivíduo de entrar em contato com
os reforçadores e incentivar o cliente a se enga-
jar em atividades identificadas como reforçado-
ras em uma análise funcional.
21. Q: Quais são os componentes do programa de
Sobell e Sobell para “bebedores” problemáti-
cos? [Nível 2/C]
R: O programa de Sobell e Sobell ensina os “bebedo-
res” problemáticos a usarem o estabelecimento
de metas para beber com moderação, a contro-
larem os “eliciadores” da busca de álcool, a
aprenderem habilidades de solução de proble-
mas para evitar situações de alto risco, a se en-
gajarem no automonitoramento para detectar
dicas de controle e manter as consequências dos
comportamentos de consumir álcool, e a prati-
carem tudo isso na forma de diversas atribuições
de lições de casa.
22. Q: Descreva brevemente quatro componentes de
um tratamento comportamental para depen-
dência de álcool. [Nível 2/C]
R: (a) Entrevista motivacional, em que o terapeuta faz
perguntas ao cliente sobre o problema, cujas
respostas atuam como operações motivadoras
estabelecedoras de mudança; (b) treinamento
de habilidades de enfrentamento, para ensinar
os clientes a lidarem com os agentes de estresse
considerados causadores de consumo excessivo
de álcool; (c) contrato de contingência, que
fornece reforçadores para atividades de traba-
lho, sociais e recreativas sem envolvimento de
álcool; e (d) estratégias de prevenção de recaída.
23. Q: Descreva resumidamente quatro tipos de trans-
torno alimentar. [Nível 2/C] Para qual deles a
 
terapia comportamental tem sido mais efetiva?
[Nível 2/C]
R: (a) Bulimia nervosa, em que o cliente apresenta
desnutrição, obsessão por ser magro e engaja-
mento em compulsões frequentes seguidas de
purgação ou uso de laxantes; (b) anorexia ner-
vosa, em que o cliente come raramente ou
muito pouco; (c) compulsão, transtorno alimen-
tar em que o cliente tem compulsão, mas pode
apresentar peso normal ou acima do normal; e
(d) obesidade, em que o cliente apresenta so-
brepeso suficiente para acarretar risco à saúde.
A terapia comportamental tem sido mais efetiva
para clientes obesos (com ou sem compulsão) na
redução do peso. A bulimia nervosa e a anorexia
nervosa são comprovadamente bastante resis-
tentes ao tratamento.
24. Q: Liste e descreva brevemente quatro estratégias
comportamentais para tratar a obesidade.
[Nível 2/C]
R: (a) Automonitoramento dos alimentos consumidos,
da ingesta calórica diária e do peso corporal; (b)
controle de estímulo para comer, restringindo o
comportamento de comer a locais específicos;
(c) redução da frequência da alimentação, apli-
cando um ou mais procedimentos; (d) assinatu-
ra de contratos comportamentais, em que os
clientes concordam em perder certa quantidade
de peso, para obter consequências positivas e/
ou evitar consequências negativas.
25. Q: Liste e descreva brevemente quatro componentes
da terapia comportamental de casal. [Nível 2/C]
R: (a) Instigação de mudanças positivas, em que cada
cônjuge intensifica comportamentos agradáveis
ao parceiro; (b) treinamento de comunicação,
para ajudar casais a expressarem um ao outro o
que gostam e o que não gostam; (c) treinamen-
to de solução de problemas, para ajudar os
cônjuges a identificarem e solucionarem proble-
mas no relacionamento; e (d) programação para
generalidade do tratamento, fazendo os clientes
monitorarem aspectos decisivos de seus relacio-
namentos e incentivando-os a continuarem
usando técnicas de solução de problemas.
26. Q: Descreva uma abordagem comportamental
geral para o tratamento da disfunção sexual.
[Nível 2/C]
R: Considerando que a ansiedade é um fator impor-
tante em muitos casos de disfunção sexual, o
tratamento comportamental geralmente envol-
ve programas de exposição em que os casais se
engajam na estimulação prazerosa um do outro,
em uma atmosfera relaxante, sem expectativa
nem pressão para o engajamento no intercurso.
Ambos os parceiros trocam a meta do desempe-
nho para uma meta de experimentar prazer.
27. Q: Descreva os três componentes de reversão de
hábito usados no tratamento de transtorno de
hábito. [Nível 2/C]
R: (a) O cliente aprende a descrever e identificar o
comportamento problemático; (b) o cliente
4  Modificação de Comportamento | O Que É e Como Fazer
aprende e pratica um comportamento incom-
patível ou que compete com o comportamento
problemático; (c) para motivação, o cliente revê
a inconveniência do comportamento problemá-
tico, enquanto um familiar fornece reforço pelo
engajamento no tratamento.
Respostas [e Níveis] de Questões
Adicionais
1. Q: Quais são as duas críticas sobre a atual ênfase
nos TES? [Nível 4/An]
R: Para que os tratamentos sejam bem estabelecidos,
devem atender aos seguintes critérios: (a) existência
de pelo menos dois estudos bem controlados, com
designação aleatória de participantes, demonstran-
do que o tratamento é melhor que uma pílula ou
um placebo psicológico (seja uma pílula, seja um
procedimento psicológico terapeuticamente inefe-
tivo) ou equivalente a algum tratamento estabele-
cido existente; (b) o tratamento é descrito com
precisão em um manual; (c) as características do
cliente na pesquisa devem estar claramente especi-
ficadas; e (d) a pesquisa deve ter sido conduzida em
pelo menos dois contextos científicos independentes.
2. Q: O que é terapia de realidade virtual? [Nível 2/C]
Dê um exemplo. [Nível 2/C]
R: A terapia de realidade virtual consiste em um mé-
todo de apresentar estímulos produtores de medo
usando a tecnologia da realidade virtual promovida
por computador, em que os clientes usam um visor
acoplado à cabeça que exibe uma vista gerada por
computador de um ambiente de realidade virtual.
Essa tecnologia possibilita apresentar estímulos que
provocam medo na terapia difíceis de obter para a
exposição in vivo aos clientes, como tempestades
com trovoadas violentas.
3. Q: Nas aplicações das abordagens de CM para vícios
em nicotina e opiáceos, como o uso de substância
é medido? [Nível 2/C]
R: A análise dos níveis de CO na respiração é usada
como medida para indicar se um indivíduo tem re-
freado o comportamento de fumar cigarros. Amos-
tras de urina são empregadas para medir a abstinên-
cia de fármacos opiáceos.