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<<“ V.“<— - i — a PROLOGO PA-Biologia progrediu lentamente devido a complexidade do br vivo. No século XVIII ganhou decisivo impulso. com Leeu- enhoek,, que utilizou lentes no estudo do mundo microsco- pico; com Réaumur e Spallanzani, que aplicaram 0 método*ex- perimental aos fendmenos vitais, e com Linneu, que, pela n veenclatura bindria, ordenou o grande numero -de, animais ¢ vegetai§ descritos. Criaram, em conjunto, uma nova forma di focalizar 0 estudo do sér vivo. ‘ Esta nova mentalidade, que hoje chamariamos "cientifica”, preparou a chegada do século XIX, no qual a Biologia alcan- gou grande desenvolvimento, apoiando-se em gloriosos nomes, como Lamark, fundador das doutrinas transformistas; Cuvier, a que se devem as bases da anatomia comparada e criador da paleontologia; Schleiden e Schwann, pioneiros no langamenio da teoria celular; Pasteur, que estabeleceu os principios da bacte- riologia, e Claude Bernard, que fundou os métodos da moderna fisiologia. Por outro lado, Mendel iniciou 0 estudo da heranga bioldgica, enquanto Darwin, com a teoria da evolugao, tentou proporcionar uma visto’ unitdria do fendmeno vida. Petes ¢ outros iltistres homens tornaram possivel o flores- cimento da Biologia atual, que situa os processos vitais no plano fisico-quimico, de tal sorte que, com os conhecimentos de hoje sébre os dcidos nucleicos, aborda a hereditariedade ao nivel molecular, exibindo uma intrincada e ao mesmo tempo promissora problemdtica, Neste Atlas descortina-se, a todos os interessados pela Bio- logia, uma visio panordmica dos fenémenos vitais, e, particular- mente, aos jovens que se destinam as Universidades, uma pe- quena mostra do frondoso bosque das ciéncias bioldgicas, ainda aie totalmente explorado, a fim de que, assim estimuladosy possam ir além, orientados pela frase de Ramén y Cajal: "o mar tem misteriosos abismos, a terra guarda em suas entranhas 0 passado da vida e o organismo hhumano oferece em cada cé- lula uma incégnita e em cada pulsagdo um tema de eterna meditacdo”’. Trodugdo A. X. MOREIRA licenciado em Histéria Nati fediciones) a bo we ae aS a Ue EDICAO“ESPECIAL REVISADA PARA... RO IBERO-AMERICANO, LTDA. RIO DE JANEIRO , = ow © Avtor PROLOGO & Primeira Edigao Portuguésa Este é 0 segundo ATLAS que temos o prazer de traduzir para a Editora Ibero-Americana Como o de Botanica, contém um conjunto de ensinamentos bdsicos, indispensdveis, portanto, aos nossos esiudantes do pri- meiro e segundo ciclos secunddrios, apresentados de maneira simples, clara ¢ apropriadamente ilustrados. Colaboramos, em alguns capitulos, introduzindo exemplos brasileiros ou acrescentando as explicagdes que julgamos ne- “ f 075-1966 © eDICl ER, S.A. cessdrias ‘ y De modo geral, porém, foram mantidos os conceitos emiti- ry dos pelo autor, embora, por vézes, nos tivéssemos permitido \ St jazer pequenas retificacoes. ono 1. G. Ferté Oleitia~ AL X. Morera, e Licenciado em Historia Naturak Rio, jutho de 1966. OBJETO E METODOS DA BIOLOGIA Estamos rodeados de séres nos quais distinguimos caracteristicas pro- prias: rochas, arvores, animais; outros so semelhantes a nés mesmos. Fala- mos também de corpos sem vida, como uma rocha, igualmente de séres vivos, como um inseto, embora muitas vézes ngo saibamos dizer, com preciso, as razoes de tal separacio. A Biologia se destina, exatamente, a esclarecer as causas pelas quais um determinado sér possue esta complexa atividade que denominamos vida. Conforme os diversos aspectos pe- los quais abordemos 0 estudo dos sé- res vivos, a Biologia subdivide-se nos seguintes ramos: Anatomia: estuda a constituigéo © estrutura gerais dos séres vivos. Histologia: trata dos tecidos ani- mais vegetais. Citologia: estuda as células que for- mam os organismos. Embriologia: analisa 0 desenvolvi- mento déstes ultimos (desde a célula vo até a aquisicao da forma especi- fica). Fisiologia: considera as fungdes do r vivo. Genética: dedica-se ao estudo da he- ranga e variagio dos caractéres bio- logicos. Taxonomia: agrupa e classifica os séres vivos segundo suas afinidades naturais. Paleontologia: estuda os fosseis (sé- res que habitaram a Terra antes do homem). Morfologia: observa ¢ interpreta as formas organicas em funcéo das uni- dades de que so constituidas. Ecologia: analisa e pesquisa’ as re- lag6es dos organismos entre si bem como déstes com o meio em que vive. O conjunto de dados fornecidos por estas diferentes facetas da Biologia proporciona uma visio do organismo vivo como um todo que, no estado atual dos conhecimentos humanos, apresentase surpreendentemente com- plexo, mesmo nos niveis mais simples de _organizagio, A Biologia progrediu lentamente, uma vez que sempre dependeu de té nicas, instrumentos e conhecimentos proprios de outras Ciéncias Naturais, como, por exemplo, a Fisica e a Quimica. A aplicacaéo do microscépio ao estudo dos séres vivos repre- sentou um avango gigantesco no conhe- cimento dos organismos. A partir do holandés Leeuwenhoek, no século xvitt, observaram-se as pequenas estruturas vivas. O microscépio composto, anos depois, permitiu exames mais minu- ciosos, ¢, finalmente, 0 microscépio electrénico de nossos dias possibilita observagdo de estruturas delicadissimas através de aumentos de 100.000 vézes de particulas protoplasmaticas. O avan- ¢o da Quimica propiciou, por outro lado, a andlise precisa das substancias integrantes da matéria vivente e, con- sequentemente, um conhecimento’ mais profundo dos constituintes protoplas- ‘os, bem como uma melhor com- 0 dos fendmenos intimos da atividade celular. Elementos biogenéticos. — Acreditou: se, em principio, que os séres vivos seriam constituidos por matéria dife- rente da que integra o. mundo mine- ral. Pouco a pouco, todavia, a intro- ducdo dos métodos quimicos de and- lise demonstrou que os séres organiza- dos compdem-se dos mesmos elementos quimicos encontrados no mundo inor- ganico. Além disso, evidenciou-se um surpreendente fato: a matéria viva, com a extraordinaria quantidade de substancias que a integram, é funda- mentalmente constituida por uns pou- cos elementos quimicos, os elementos biogensticos. Dentre éstes, 0 Zinco (Zn), © Cobre (Cu), 0 Ferro (Fe) e 0 Man ganés (Mn) representam-se por peque- nissimas quantidades, razio por que sio chamados oligoelementos; os de- mais formam a «trama» da matéria viva, € por isso denominam-se ele- mentos_plasticos. Um fato que nos chama a atencdo & a posicao désses elementos na té- bua periédica de Mendeleieff: os mais abundantes, 0 Oxigénio (0), Carbo- no (C), Hidrogénio (H) e 0 Nitrogé- nio (N), tém baixo péso atomico e si tuam-se no primeiro e segundo perio- dos da tébua, o que implica dizer que a matéria viva é formada por elementos leves, Outro aspecto interessante é a posicdo central do carbono ¢ nitrogé- nio, constituintes basicos do protoplas- ‘e desta posicao combinam: —_ Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIBNCIAS DE SALAMANCA wn 1 ELEMENTOS BIOGENETICOS n Leeuwenhoek (1632-1723) 6 0 primeiro ue utliza.0 microsedpio simples para 0 estude de que chamou de" Com o microscépio composto obtem-se cumentos de 2.300 diametras, tornando jossivel 0 estudo dos constitvintes celu @c exo @rwsor Qn re © microseépio elecirénico per mite avmentar 100.000 vazes a imagem do objeto, podendo-se estudar as estruturas mais deli- sadai dy petienietina, No tébua de Mendeleieff pode ser observada a escassa proporcdo dos elementos blogenéticos em relagdo ao nl- mero de elementos quimicos existentes. se quer com elementos positivos (hi- drogénio, por exemplo), quer com ele- mentos negativos (oxigénio, por exem- plo). E igualmente possivel que 0 car- bono e o nitrogénio se unam entre si, estabelecendo ligamentos —C—N; por outro lado, © carbono combina con- sigo mesmo. Por tudo isso compreen- de-se a complexidade das substancias organicas, estruturadas a partir dos —C—C—N—C-C, base do edificio vivo. Observe-se que 0 Silicio (Si), disposto na mesma ‘coluna do Carbono, porém com maior péso, nao participa da es- trutura viva e que, em contraposicao, é a base do reino inanimado. © Fésforo (P), situado na mesma coluna que o Nitrogénio (N), compor- tase diferentemente, j4 que tem maior péso atémico e sempre se combina com o Oxigénio (0). Tem grande im- portancia na captagao de energia pela célula. O Enxofre (S) e 0 Oxigénio tém como funcao primordial organizar pon- tes de uniao entre as moléculas, de modo a se formarem arcaboucos mais complexos. Os elementos alcalinos, Sé- dio (Na) e Potassio (K), ¢ os alcalino- terrosos, Magnésio (Mg) e Calcio (Ca), juntamente com o Cloro (Cl), inter- vém, em razio da capacidade de ioni zagao, nos fendmenos de hidratacéo da mateéria viva. O Hidrogénio (H) é muito _impor- tante pelo poder de combinagao com outros elementos, e também por in- terferir nos processos respiratorios. Finalmente, sao também de relevancia 0 Cobre, Zinco, Ferro e Manganés em determinadas fungdes dos séres viv (como a respiragao, por exemplo). COMPOSIGAO QUIMICA DOS SERES VIVOS Principios imediatos.—Quando se aquecem carnes ou entao fdlhas em um tubo de ensaio, observa-se que nas pa- redes do mesmo deposita-se uma leve camada de Agua, indicando sua pre- senca na materia viva. Se ‘continua: mos aquecendo, resta, finalmente, um. residuo de cinzas composto de sais min Da materia viva pode-se separar, por processos simples, puramente fisico: como a Tiltragio, dissolugao e precip {agdo, um eonjunto de substincias, cha- madas principios imediatos, tais como gua, sais minerais e substancias or- ganicas chamadas glucidios, lipidios ¢ protidios, assim como vitaminas ¢ hor- ménios, todos éles constituintes do edi: ficio vivo. Importaneia da égua.— A proporcao de Agua varia nos diferentes organis- mos. Pilema pulmo é uma medusa que tem uns 95,39% de Agua, enquanto a semente de cevada tem ‘somente uns 16%. Dentro de um mesmo organismo observa-se que os tecidos possuem mais gua a medida que aumentam a ativi: dade fisiolégica. Os muisculos do corpo humano tém uns 74% e, fato surpre- endente, a substancia cinzenta do cé. rebro, centro da sensibilidade e da _in- teligéncia, é constituida por uns 85% de dgua, A funcdo da agua é variada: 1) é © meio de transporte das substancias que entram e saem dos séres vivos, no qual hao de estar dissolvidas; 2) con- fere estrutura e rigidez aos tecidos, tornando-os plasticos; 3) é a substan- cia que necessita mais calor para au- mentar a temperatura em um grau por centimetro ciibico (calor especi co), razdo porque permite armazenar calor e amortecer as mudangas brus- cas de temperatura, tao nocivas aos or- ganismos. Importancia dos sais_minerais.— Além da gua evidenciam-se também, nos organismos, os sais minerais, cons- tituidos por Cloretos (Cl), Fosfatos (PO,), Carbonatos (CO,), Bicarbonatos (CO.H) € Sulfatos (SO,) de Sédio, Po- tassio, Calcio e Magnésio, principal- mente. A quantidade dos citados sais baixa no. organismos, aproximada- mente uns 4,3°% nas células animais’ e uns 25% nas vegetais, embora de im- portancia extraordinaria, j4 que: 1) al- gumas proteinas sdo apenas soluveis em dissolucées salinas; 2) regulam a acidez e 0 conteido de agua dos hu- mores organicos, e 3) constituem for- magoes esqueléticas (ossos e cara- pacas). ‘Combinacées do carbono. — Cada tomo de carbono tem a capacidade de unirse a quatro atomos de hidrogé- nio, O carbono pode substituir numa xtremidade de uma cadeia carbonosa dois hidrogénios por um oxigénio, for- mando uma substancia chamada al- a ae — a a a oe ae ae | } | | ! —_— =e a oe Atlas de BIOLOGIA POR A.DEHAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA SAIS MINERAIS E COMPOSTOS DE CARBONO Potéssio 4 No matéria viva hé grande quantidade de digua Amoniaco ay Algumas combinacdes de corbono e hidroganio. Aquecendo fortemente um érgao animal ov vegetal éle se reduz a compostos minerais. Arco! monovilente ee Bicarbonator @ Vv $ Aldeido Sédio Célcio Magnésio Sulfotos Fosfatos Cloretor deido, enquanto que, se a substituigéo teve lugar em um carbono interior da cadeia, entao o corpo resultante ¢ uma cetona. Se substituirmos o hidrogénio por um radical NH, o corpo é uma ami: na, Uma cadeia carbonosa constituir um dcido organico quando tem a fun- cdo carboxila —COOH, e se substitue um hidrogénio por um radical —OH o corpo resultante sera um dlcool mono- valente, chamando-se Alcool polivalente se a substituicao ocorreu em varios hi- drogénios. Tais as fungdes qui mais frequentes na matéria organica, Glucidios.— Incluem-se neste grupo os acticares e as substancias derivada dos mesmos. Os agtcares fundamen- tais ou mais simples sao as oses, ou monossacarideos, constituidos por uma cadeia de dtomos de carbono, cujo numero determina o nome do acucar, Se ha cinco atomos de carbono, a ose denomina-se pentose, e se ha seis, hexose. As hexoses sao as mais im- portantes e frequentes. Do ponto de vista quémico, as oses siio aldeidos ou cetonas de lcoois polivalentes. Dentre as hexoses esta a glicose, ou agticar de uva, e a frutose, pre- sente juntamente com a anterior no mel e em muitas frutas. Monossacarideos ou oses.—As_he- xoses so as mais importantes. To- das tém a mesma formula empirica, C.H..0,, e a diferenca entre elas con- iste em que tenham um grupo aldeido ‘ou cetona e na posigao dos alcoois, em ambos os lados dos carbonos centrais. Sao substancias de sabor adocicado, soliveis em agua e cristalizdveis, nao se podendo desdobrar, por hidrélise, em substancias mais simples. Estrutura ciclica dos monossacari- deos.—O grupo aldeido dos monossa- carideos pode hidratar-se, substituindo um oxigénio por dois radicais -OH e constituindo-se um ciclo com ponte de oxigénio entre o primeiro e o quinto carbono (anel hexagonal do pirano), ou entre o primeira carbono e 0 quarto (anel pentagonal do furano), Ha duas glicofuranoses e duas glicopiranoses, chamadas « e 8, segundo a posi¢ao do hidrogénio e do grupo —OH do pri- meiro carbono. Dissacarideos ou diholdésides. — Dois monossacarideos podem reagir entre si, com separagio de uma molécula de agua, formando um dissacarideo. A reacdo inversa consegue-se por meio de fermentos, obtendo-se as hexoses de constituicéo, fendmeno cha- mado hidrdlise. Entre os dissacarideos mais importantes estao a sacarose, lac- tose, maltose e celobiose, todas deriva- das ‘de hexoses e portanto de formula empirica comum C,,H,.0,,. S80 doces, cristalizdveis e soliveis em Agua Sacarose.—f 0 agicar da cana ou de beterraba, originada da uniao de uma molécula de glicose e outra de frutose. Lactose. —£ 0 agicar presente no leite, ao qual empresta 0 sabor adoc ado. Compoem-se de uma molécula de glicose e outra de galactose. Maltose ¢ celobiose.—Nao se en- contram livres na natureza porque sio produtos de hidrdlise do amido, a pri- meira, e da celulose, a segunda. A maltose é formada pela uniéo de duas moléculas de a-glicose, enquanto que na celabiose a glicose é a B. Polissacarideos ou poliholésides. — Estes glicidios compoem um conjunto de substancias com propriedades fisi- cas que as diferenciam dos actcares. Sao insipidos, insoliveis em agua ¢ nao cristalizam. Entre os mais impor- tantes esto 0 amido, glicogénio e a celulose, todos éles de forma geral (C.H,,0,)’. Amido, —Substancia que se forma nos vegetais, consequéncia da fotossin- tese. A frio é insoltivel em Agua, € aquecido produz um liquido opalescen- te, a goma de amido. Com o iddo da uma cor azul caracteristica. Encontra- Se como reserva nas batatas, sementes, frutos, etc. E. constituida pela polime- rizagdo de moléculas de a-glicose. Por hidrélise parcial do amido obtém-se dextrinas, conjunto de substancias que, com Agua de iddo, dao coloracées va- ridveis do violeta ao vermelho. O ami- do apresenta-se formando os graos de amido, tipicos dos vegetais Glicogénio. —& a substancia de re- serva animal. Encontra-se no figado e nos miisculos para ser utilizado no mo- mento necessario. Por hidrélise total proporciona glicose. Dé uma cor pardo- avermelhada com iédo. Sua molécula & mais ramificada que a do amido. eee ee ee ee ee ee mame ae ee ee ee ee oe 20 > — Mol % % g Attas de BIOLOGIA POR A.DEHAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIANCIAS DE SALAMANCA | GLUCiDIOS A celobiose 6 um dissacarideo obtide Por hidrélise da celulose. ce A estrutura molecular do glicogénio 6 sarhathante & de anil Goebeae Celulose. — E a substancia esqueléti- ca dos vegetais, constituindo grande parte das membranas de suas células. O algoddo é quase celulose pura, Sua molécula tem constituic3o linear e por hidrdlise da celobiose e, finalmente, Gglicose. A unidade estrutural da ce- lulose é a celobiose. Polissacarideos heterésides. — Estes glucidios se caracterizam porque dao por hidrélise agticares e outras subs- tancias nao glucidicas. Entre as mais interessantes, por suas propriedades es- truturais, estéo a quilina e a pectina; a primeira forma o esqueleto dos Ar- trépodes, e a pectina forma parte das membranas _ vegetais. Lipidios. — Inclue-se neste grupo um conjunto de substancias que tém como carater comum serem insoliveis em Agua e dissolverem-se nos chamados dissolventes organicos (éter, tetraclore- to de carbono, benzeno, alcool, etc.). £ tipico nelas a presenga de dcidos graxos, ou seja, cadeias de quatro ou mais atomos de carbonos com a fun- ao 4cida —COOH que se combina com substancias alcodlicas (com grupos —OH) dando corpos chamados quimi:- camente ésteres. Dentre os lipidios po- demos distinguir os lipidios simples que sao ésteres de acidos graxos e al- coois, e os lipdides, ou lipidios com- plexos, que comprendem os ésteres de Acidos’ graxos com Alcoois e outras substancias. Lipidios simples. — Entre éles estéo as gorduras, que quimicamente sio és- teres de acidos graxos com a glice- rina. Compreendem o grupo de subs- tancias vulgarmente chamadas azcites, manteiga e sebo Segundo os acidos graxos que par- ticipam da esterificagao, as gorduras resultantes sao a oleina, liquida a tem. peratura ambiente; a palmitina, pasto- sae a estearina, solida. As gorduras naturais sdo constituidas por uma mis- tura destas trés, dependendo o estado f em grande parte, da proporgao delas, Os acidos graxos podem separar- se da glicerina no processo chamado Saponificacdo, reagho inversa a este- rificagdo e que se realiza no intestino durante a digest 0 substancias de reserva Lipdides, — Constituem um grupo de substineias quimicamente heterogéneas porém com as propriedades fisicas picas dos lipidios, tais como insolubi- lidade na agua e solubilidade nos dis- solventes lipidicos. Entre elas sao es- pecialmente importantes os fosfolipi- dios, como a lecitina; as esterinas, como a colesterina, e 0s carotendides, representados pelo caroteno e xantofila dos_vegetais. Protidios.—Neste grupo reune-se um conjunto de substancias nitroge- nadas que sao os componentes funda- mentais da matéria viva, da qual for- mam 50% do péso séco. Nelas ha sem- pre C, 0, H, N e também, geralmen- te, Se P, junto a outros elementos. Um representante tipico ¢ a albumina da clara de 6vo Hidrolizando os protidios por meio de ebulicao com dilcalis obtém-se subs- tancias simples chamadas aminodcidos. Conforme o modo porque se apresen- tam, os protidios se classificam em: 1) Aminodcidos, substancias _sim- ples nao desdobraveis por hidrélise. 2) Peptidios, substancias que se for- mam a partir da hidrdlise parcial das proteinas. 3) Proteinas, conjunto de substancias. que, por hidrélise total, dao apenas aminodcidos. 4) Proteidios, ou proteinas conjugadas, que por hidré- lise decompoem-se dando aminodcidos € outras substancias chamadas grupos prostéticos. Aminodcidos. — Sao as pedras angu- lares do edificio proteico, si cons- tituidos por dcidos organicos nos quais um hidrogénio foi substituido por um radical amino —NH. no carbono con- tiguo ao dcido, formando-se um a-ami- noiicide. So corpos sélidos, incolores istalizaveis, geralmente soliveis em Agua, devido a presenca dos radicais carboxila (—COOH) e amina (—NH,). Peptidios.—Duas moléculas de amino- cides podem combinar-se entre si com separagao de uma molécula de agua, formando um dipeptidio. Este pode, por sua vez, combinar-se com outro aminoacido com separagdo de outra molécula de gua, dando um tripep- lidio. A cadeia torna-se alongada por adigdo de novas moléculas de amino- ficidos, sempre com separacao de agua. Proteinas.— A combinacao de dife- rentes polipeptidios conduz a corpos macromoleculares chamados proteinas. Tém péso molecular muito elevado, da ordem de 38.000 para a albumina do vo, Com a Agua dio solugées coloi- Attas de BIOLOGIA | LIPIDIOS E PROTIDIOS GLoBINA, 3 a > 4 a « 2 = “« on os ae OF cadse oe Ligamento en- peptidica, tre as cadeias. * proteicas esto associadas, come na queratina do pélo. a © protoplaima é constituide por cadeias proteicas que estabelecem ligamentos labeis entre si E a dais de aspecto caracteristico opales- cente. Coagulam-se pelo calor e pelos Acidos. Entre as proteinas mais nota- veis esto as protaminas, histonas, es- cleroproteinas, albuminas globulinas. Protaminas. — Sao proteinas de péso molecular baixo (2.000 a 4.000) e de caracter basico. Combinam-se com os Acids nuclei- cos, dando os nucleoproteidos, que sao encontrados no nticleo © em certas regides do citoplasma. Histonas. — Tém maior péso molecu- lar que as anteriores e também se en- contram no nucleo celular combinadas com os acidos nucleicos. So, apesar disso, soltiveis na agua e incoagulveis pelo calor. Escleroproteinas. — Encontram-se nos tecidos esqueléticos animais. En- tre elas estio os coldgenos, presentes no osso, cartilagem e no tecido con- juntivo. As queratinas se encontram nos pélos, penas e unhas, aos quais dao resisténcia. Albuminas.— So proteinas tipicas. Coagulam pelo calor e sio soliveis na Agua destilada ¢ em solugGes salinas. Entre elas ha a ovoalbumina da clara do 6vo, a seroalbumina do séro san- guineo e a lactoalbumina do leite. Globulinas. — Também coagulam pelo calor e, embora nao soltiveis em Agua pura, 0 sdo nas solugées salinas. S4o associadas as albuminas: ovoglo: bina, lactoglobina, seroglobina e fibri- nogénio do plasma sanguineo. Proteidios.—Em sua constituigdo entram proteinas e substancias nao proteicas, formando os grupos pros- téticos. Entre élas estio os nucleopro- teideos, presentes no micleo celular € constituidos por uma protamina ou his- tona combinada com os acidos nuc cos, que representam o grupo prosté- tico. Outro proteido muito importante € a hemoglobina, pigmento que da cor vermelha ao sangue e é formada por uma histona, a globina, e um grupo prostético, 0 hem, com um atomo de ferro. Afim a éla é a clorofila, pig- mento que da cor verde aos vegetais, com magnésio em vez de ferro no gru- po prostético, A clorofila tem um ra- dical —CH, lateral, que, sustituido por um, al aldeido —CHO, da lugar a clorofila b, Ambas clorofilas aparecem associadas, Acidos nucleicos. — Constituintes fundamentais do micleo sao os nucleo- proteideos, formados pela unido de proteinas (protaminas ¢ histonas) e um grupo prostético: os dcidos nucleicos. Estes dcidos dao por hidrdlise, dcido ortofosférico, pentose e uma base nitro- genada. A uniao, seguindo esta mesma ordem, proporciona um corpo cha- mado mononucledtide; a ligacio de vé- rios nucledtides constitue um polinu- cledtide, e estes, por sua vez, originam os dcidos nucleicos. As bases nitroge- nadas dos dcidos nucleicos so as bases puricas (adenina ou guanina) ou as bases pirimidicas (citosina ou timina). A pentose pode set a ribose ou entao a desoxirribose, que se diferencia da anterior por ter um atomo de oxigénio a menos. Segundo a presenca de uma ou outra existem duas classes de a dos: Acido desoxirribonucleico, ou ADN, constituinte fundamental do nucleo, e 0 ribonucleico ou ARN, abundante no ci- toplasma e nucléolo. A molécula de ADN tem: extenséo de uns 5.000 A; péso molecular, da ordem de um milhio. Estrutura molecular do ADN.—O bidlogo Watson e o fisico Crick pro- puseram uma imagem da estrutura molecular de ADN na qual éste acido se compée de duas cadeias de polinu- cleotides enroladas em espiral em re- dor de um eixo comum. Cada molécula de desoxirribose comporta uma base ptirica ou pirimidica, que sio encarre- gadas de manter unidas as duas cadeias por meio de ligamentos hidrogénio que se formam entre as bases purica-piri- jidica, isto é, que relacionam a ade- nina com a timina (AT) e a guanina com a citosina (GC), Déste modo os pares das bases que unem as cadeias helicoidais limitam-se a A-T e C-G; a sequéncia das bases numa cadeia de- termina a sequéncia da outra cadei ou seja que, se em uma cadeia ha A, na outra havera sua complementar T. Watson e Crick sugeriram que, con- forme a sequéncia das bases nitroge- nadas numa cadeia, o ADN, constituinte fundamental dos ‘cromossomas, seria portador de um tipo ou outro de in- formacao genética Duplicacio do ADN.— No momento da duplicacéo genética do ADN, as ca- deias separam-se, atuando cada uma delas como molde, sébre 0 qual se for- (Conclue na lamina C/I.) — a a ln deed here Attas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA 5 | Num ACIDOS NUCLEICOS ee VA @-©, ‘°. C ‘eo © at Da eel ‘3 fn a Estrutura molecular do ADN, segundo Crick e Watson, RS, Estrutura de um tetranuclestide do dcido desoxiribonucleico. Duplicagéo de espiral duple de ADN, 2 7M Mode de duplicagée de AND, proporcionando ‘ula mae Uma cadeia@ cada moleculs Na duplicagio do ADN, cada cadeia forma ‘© complomentar, mantendo-se o ligamento ‘adenina timing ¢ cHtosing-guanina, FENOMENOS OCASIONADOS PELAS MEMBRANAS © comportamento celular nao fica explicado suficientemente tendo ape- nas em conta a composicao quimica do protoplasma, mas também devem-se ter presentes certos aspectos fisicos, como © tamanho das moléculas e as rela- ges que se podem estabelecer entre éla, assim como as propriedades das membranas celulares. O estudo das propriedades fisicas do protoplasma, objeto da biofisica, constitue um ramo muito promissor da biologia, que traz novas luzes sobre 0 transito de subs- tancias no organismo. Formacéo de solucées.— Se tomar- mos um torrdo de acticar e se 0 dei- xamos cair no fundo de um vaso com Agua, ao cabo de certo tempo téda agua estaré acucarada. A clara de 6vo misturada também com Agua torna este liquido albuminoso, limpido ¢ transparente. Em ambos os casos ob- tem-se um liquido que, observado ao microscépio, mostra-se homogéneo e atravessa o papel de filtro juntamente com as particulas de agucar e albu- mina; éste liquido forma uma solucdo. © ‘deslocamento das particulas no seio de um liquido sem atravessar obs- téculo ou membrana constitue um exemplo do fendmeno chamado di- fusdo. O oxigénio penetra no sangue, e © gas carbénico dele sai por simples difusdo. E a diferenca de concentra- fio que determina o sentido do deslo- camento que vai do meio mais concen- trado para o menos concentrado. O fe- némeno da difusdo é 0 mais simples dos que ocorrem nos meios biolégicos. Didlise.—Coloquemos solugoes de sticar e de albumina em recipientes fechados com duas aberturas opostas € obstrua-se a abertura inferior com uma folha de papel de celofane nio enver- nizado. Introduzindo-se 0 recipiente com agua acucarada numa vasilha com Agua pura, esta tornar-se-4 acucarada ao cabo de um certo tempo, o que indica que a sacarose atravessou a membrana de celofane. Este fendmeno em virtude do qual o agticar atravessa a membrana chama-se didlise, ¢ membranas que 0 permitem sao. per- medveis. Colocando também a solucdo de albumina numa vasilha com agua pura observa-se que a membrana do deixa passar as particulas de albu- mina. As solucées que apresentam o fendmeno da didlise chamam-se ver- dadeiras; as que nao o apresentam se denominam pseudosolucoes. Cristaldides e coldides.—As_subs- tancias que dao solugées verdadeiras, como 0 aciicar, formam cristais por evaporagdo da agua; dai o nome de cristaldides como se denominam; 20 contrario, a solucio de albumina, por evaporacdo de 4gua, converte-se numa massa pegajosa de aspecto parecido a cola; dai o nome de coloides que tem estas substancias, chamando-se @ solu- ga0_coloidal. ‘Osmose.—O comportamento das so- lugdes: frente as membranas depende do tamanho de suas particulas em re- lagéo com o tamanho dos poros da membrana. Nos casos ja vistos ao ex- plicar a didlise, a membrana tem poros de tamanho tal que permitem a pas- sagem das particulas de agticar, mas jo permitem a passagem das de al- bumina. Em uma membrana de poros tao finos que néo permitam passar o corpo dissolvido, porém apenas as mo- Iéculas de Agua, como ocorre com be: xiga de porco, somente havera passa- gem da agua através dela; éste é 0 fe- nomeno chamado osmose, ¢ a referida membrana semipermedvel. Os fendme- nos osméticos tém grande importancia nos liquidos bioldgicos. Introduzindo umas gotas de sangue em uma solucao de cloreto de sédio a 0,5 %, os glébulos vermelhos arrebentam por penetracao da Agua por endosmédse, ja que dita solugao salina € hipoténica em relacio ao plasma do gldbulo vermelho. Soes e géis. — 0 estado coloidal pode apresentar aspectos distintos. Se diluir- mos gelatina em 4gua quente obtém-se uma solucao liquida chamada sol. Se deixarmos esfriar, a massa adquire um aspecto sdlido chamado gel, que volta ao estado fluido de sol por aqueci- mento; sol e gel sao dois estados re- versiveis da solucio coloidal. Existem casos em que o gel nao volta ao es- tado de sol; chama-se entao codgulo, como sucede com a clara de évo fer- vida, que se transforma em gel irre- versivel. O gel reversivel ao estado de sol tem o nome de coacervado. O protoplasma ¢ constituido por grandes moléculas de materiais protei- Cos no estado de gel coloidal, o qual & reversivel ao estado de sol. A albumina forma umo pseude-solucdo como gua. Por difusdo, as porticulas ocupam todo 0 volume liquido. rs ve ‘Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA | DIFUSAO E OSMOSE. SOES E GEIS As membranas permed: deixam passar a substancia dissolvida. mina ndo podem atra: vessar os poros. A presso osmética faz com que suba 0 nivel do gua na solucdo. Solucde cololda! A didlise torna-se fe five porque os particy- los dissolvides £80 me nores do que 08 poros da membrana. “ Coacervodo A CELULA Coleta-se uma folha de musgo ou entio um fragmento de muda de ra € observam-se ao microscépio. Veremos em seguida que séo compostas por unidades poligonais ou redondas que constituem um mosaico. Estas unida- des formam os séres vivos e recebem © nome de células. Foi Robert Hooke quem introduziu esta palavra em sua Micrographia, pu- blicada em Londres em 1665, onde des- creve uma segao fina de cortiga na qual se vé uma série de poros ou ca- vidades (células). Morfologia celular.—A forma e o tamanho das células sao varidveis con- forme as funges que realizam. O ta- manho oscila entre 8y, para as células sanguineas, até 1 m. para certas células nervosas, embora o tamanho corrente seja de uns 50, podendo-se dizer, de modo geral, que as células vegetais sio maiores que as animais. Niicleo. — O contetido celular recebe © nome de protoplasma. Nesta massa protoplasmética hé uma esfera central ou nucleo em cujo interior se distin- guem um ou varios corpusculos cha- mados nucléolos. Em certos momentos da vida celular, 0 contetdo nuclear des- dobra-se em filamentos curtos chama- dos cromossomas. Citoplasma e elementos figurados. — © resto do protoplasma sem o micleo recebe 0 nome de citoplasma. Tem as- pecto hialino, e nele se reconhecem di- versos elementos, dentre os quais des- taca-se, préximo do nticleo, na célula animal e nas células vegetais de orga- nismos inferiores, 0 centrossoma, no qual se observami trés partes: um 1 nulo central, ou centriolo; uma massa esférica hialina, ou centrosfera, e uns filamentos radiais que constituem o dster, originados no momento da di- visio celular. Condrioma e plastos.— Outros ele- mentos importantes so os condriosso- mas, disseminados em grande ntimero pelo citoplasma, e cujo conjunto cons- titue 0 condrioma. Elementos caracte- risticos da célula vegetal com excec4o das bactérias e-cianoficeas, sao os plas tos, que podem ter varias funcoes. Existem os que armazenam amido, de- signados amitoplastos; outros, os ‘cro- moplastos, tem pigmentos, reconhecen- do-se entre éles os cloroplastos, de cor verde por possuir clorofila. Estes tl mos, além da clorofila, tem um pig mento alaranjado, ou caroteno, e outro amarelo, ou xantofila, que é 0 que da a cor amarelada as folhas das drvores no outono, Muitas flores e frutos, como © girassol, 0 tomate, o pimentao, etc., devem as ‘suas cores aos cromoplastos. Aparélho de Golgi.—F um «érgao» bem diferenciado da célula animal, si- tuado nas proximidades do nticleo, de aspecto variavel, desde a forma espiral até a de barrete. itoplasma fundamental. — & consti- tuido pela massa citoplasmdtica que exclue os Orgaos anteriormente descri- tos. Oferece diferenciagdes diversas, como a formacio de miofibrilas na cé- lula muscular, de neurofibrilas no neu- rénio, e também pode originar cilios e flagelos para a locomocao da célula. Membranas. — O protoplasma esta separado do meio ambiente por uma membrana citoplasmética ativa, que nao é mais que uma diferenciagao do citoplasma. As vézes esta membrana se- grega uma membrana celular, de fun- edo inerte, esquelética, e que nos v getais é composta tipicamente de celu- lose. Paraplasma. — Além dos «6rgaos» ce- lulares que acabamos de considerar deve-se ter em conta as substancias inertes do protoplasma formadas por éle prdprio durante sua atividade e que se acumulam em cavidades chi madas vactiolos, ou entdo nos con- driossomas e plastos; tém formas de cristais e gréos de secregéio, consti. tuindo 0 paraplasma. Nos vegetais, 0 contetido vacuolar é uma solucao aquo- Sa, como no caso da sacarose da be- terraba, enquanto nos animais 0 con- tetido é lipidico, como a gordura do tecido_adiposo. (Continuagao da lamina A/S.) ma a cadeia complementar; assim, a molécula de ADN, para duplicar-se proporciona uma cadeia a cada molé cula-filha, as quais seréo um hibrido de uma cadeia materna antiga e outra cadeia recém sintetizada. Esta dupli- cacao da matéria cromossmica é a que explicaria a transmissdo dos caractéres hereditérios, ao passo que a manuten- ¢4o da sequéncia de bases nitrogena- das asseguraria a constancia dos men- cionados caractéres. POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA. Os Attas de BIOLOGIA MORFOLOGIA CELULAR | Célula vegetal tipico, com um grande. va: Cbolo central. Vaso lenhoso sem Tubo crivoso. protoplasma. ee Célula nervosa. ~*~ “virus! no 18m estrutura celular. As rickettsias so séres intermedidrios entre os virus e as bactérias. ESTRUTURA DOS ELEMENTOS FIGURADOS Condrioma. — Com o microscépio de contraste de fase aparece 0 condri- ‘oma com 0 aspecto de corptisculos di nominados mitocdndrios, ou entao de forma alongada, chamando-se entao condriocontos. Com 0 microscépio ele- ir6nico os mitocdndrios sio vistos como esferas ou elipsdides limitados por uma membrana dupla, cuja camada inter- na parece apresentar tabiques que di- videm o interior em uma série de compartimentos. Esta estrutura é ca- racteristica dos elementos do condrio- ma. Este é um aparelho secretor que fabrica gotas de gordura e tem um papel muito importante na respiracdo Celular. Os condriossomas formam-se por divisio de outros precedentes. Plastos.— Sao de interésse os leu- coplastos, que atuam frequentemente como armazém de amido (amiloplas- tos), de azeite (elaioplastos) ou de pro- teinas (aleurona-plastos). Os cromoplas: tos mais importantes séo os cloroplas- tos, que fabricam clorofila e sao rela- cionados A fotossintese. Nas cianofi- ceas e em algumas bactérias aparecem ‘os pigmentos fotossintetisadores disper- sos no citoplasma e em forma de graos ou vactiolos, chamando-se cromatd- foros. © cloroplasto tipico € um corpo ovdide limitado por uma membrana dupla que encerra uma _matriz homo- génea denominada estrémio, na qual ha uns granulos. Vistos ao microscépio eletrénico, os granulos mostram estru- tura laminar e apresentam-se ligados entre si por meio de membranas de dupla parede. Os plastos formam-se por divisdo de outros preexistentes. Ao conjunto de plastos dé-se o nome de plastidoma. Aparelho de Golgi.— FE constituido por um sistema de condutos em for- ma de réde complexa ¢ irregular que rodeia © nticleo, ou entao por elemen- tos separados 4 maneira de escamas ou bastées chamados dictiossomas. © aparélho de Golgi, de aspecto re- ticular, é proprio da célula animal en- quanto que a forma difusa aparece na célula vegetal, embora também os di tiossomas ocorram nas células animai fste aparelho cora-se _ seletivamente pelo deido dsmico, O microscépio ele- trénico poe em evidéncia um sistema de vesiculas de tamanhos diversos e um conjunto de membranas dispostas em séries paralelas no aparelho de Golgi. As vesiculas parece formarem-se por di- latacao das laminas ao aumentar o contetido entre élas, originando-se con- tinuamente e desaparecendo no cito- plasma. O aparélho de Golgi ¢, pois, um «orgdo» de intensa atividade se- cretora, Reticulo endoplasmico e ribossomas. Em quase todas as células 0 cito- plasma é percorrido por um sistema de membranas dispostas nas trés di- mensées do espaco e que limitam uns. tubos ou vesiculos: Este sistema em forma de rede recebe 0 nome de re- ticulo endopldsmico. Tais membranas tém na face externa uns granulos, des- critos por Palade em 1955 e chamados ribossomas, de tamanho de 100 A. O nome de ribossomas deriva do alto teor de acido ribonucleico (ARN); séo sintetisadores de protetnas. Os ribosso- mas podem estar também espalhados pelo citoplasma. Provavelmente 0 nu- cléolo intervem na formagio do reticu- lo endoplésmico. Os ribossomas sao constituidos por ARN e protefnas. Nao se pode confundir o reticulo endoplésmico com os dictiosomas, j4 que estes ndo possuem granulos asso- ciados na membrana (ribossomas) ¢ ademais sao especificos para a redu- cao do tetréxido de ésmio. Centrossoma. —Verificouse que o centriolo dos espermatozéides ciliados vegetais pode transformar-sé em gré- nulos basais dos cilios mostrando-se entao como érgao locomotor. Por isto, © fato de que as Fanerégamas carecam de cilios nos espermatozdides expli- caria a auséncia de centrossomas, © microscépio eletrénico dé-nos a co- nhecer que os flagelos sao constituidos por um cilindro que tem na periferia 9 pares de fibras longitudinais e um par de fibras no centro, ao passo que na base do flagelo éste cilindro carece de fibras centrais, sendo a estrutura do centrfolo a mesma que a da base do flagelo. O centrossoma se_apresen- ta, pois, como indutor da formagao de cilios e flagelos para a locomocao, além de incitar também a formagao do aparélho fibrilar para o deslocamento dos cromossomas na mitose. ee ee toon iad = == ow Cloroplasto visto d Hil, mostrando 08 nulos estriados, Corte a Attas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA ELEMENTOS FIGURADOS DO CITOPLASMA Je um mitocéndrio mos: trando os tabiques internos. A direito estdo esquematizados tabiques: uns pletos. A esquerda: estrutu- jerfurados e incor fa molecular dos tabiques. CF espinatre. Gentrossomo de leucé: cito de sal ndoplasmico. Grénulos de cloroplastos de Dictiossomos de cé lula nervosa de lor vo de libélula Aparelho de Golgi de célula do ganglio espinhal do cavalo. Aspecto de um dictiossomo de espermatide de caracol, visto ao microscopio eletranico gods ee ht i b> een Estruturo sub-mi eroscopico de co. mado lipidico do grénule, Centrostero com dois contriolos. madas lipidicos e proteicas dos gre nulos.. : Formacao de granules basais de cilios no espermatozéide de Equisetum arvense, 8 * ee. Ribossomas (r) sObre 0 reticulo endoplasmico (e), seccGo. ae a Feticulo endoplasmico (r (CROMOSSOMAS E MEMBRANAS Estrutura de um cromossoma.— Se examinarmos um nticleo celular devidamente corado veremos uns fi- lamentos chamados cromossomas, em seu interior. Se corarmos um cromos- soma, observamos que é constituido por uma massa ou matriz em cujo centro ha um filamento muito coravel chamado cromonema, que pode con- ter uns granulos denominados cromd- ‘meros. O cromonema pode estar enro- lado em espiral, sendo os cromémeros zonas do cromonema em que o en- rolamento € maior. Na interfase, ou fase de niicleo em repouso, a desespiralizacao é total; dai a difi- culdade em observar os cromossomas como unidades independentes em um nticleo em repouso. Nos espermato- z6ides do caracol (Helix), os cromos- somas se apresentam desenvolvidos ¢ sem cromdmeros. O cromonema pode ser duplo, encontrando-se entao os dois filamentos unidos entre si pelo cen- trémero. Os cromossomas sao percorridos em tOda a sua extensao por umas faixas transversais que delimitam zonas de topografia determinada e perfeitamen. te reconheciveis. Nos cromossomas gi gantes da Drosophila, a mésca do v hagre, estas faixas estao bem estuda- das, existindo inclusive mapas cromos- somicos. Os cromossomas dos Dipteros podem alcancar 0,2 mm. de compri- mento, € sio formados pela unido de cromossomas simples em numero de 2,000 a 4.000. ‘Cromossomas humanos.—A forma e ‘© numero dos cromossomas sio cons- tantes para cada espécie. O homem tém 46 cromossomas, nos quais tam- bém se pode perfeitamente observar a espiralizagio j4 conhecida em outros cromossomas, tanto vegetais como ani- mais. Cada cromossoma humano con- tém em media uma cadeia de ADN de 2 cm, de extensio, formando, prova- velmente, uma macromolécula’ que ¢ portadora da informagao genética do individuo. Os gens. — Seguindo o comprimento dos cromossomas vao-se encontrando faixas, por cuja conta corre a mani- festagiio dos caracteres biologicos. As- sim, por exemplo, a cor dos olhos da Drosophila depende de uma faixa de- terminada. A éste fator se conhece com o nome de gen. Do ponto de vista qui- mico, os gens s4o constituidos por Aci- do desoxirribonucleico, ADN, € sao os portadores dos caraeteres hereditarios. «Puffs» e gens. — Ao longo dos cro- mossomas gigantes e ao nivel das fai- xas ha umas dilatagdes designadas «puffs» pelos autores da lingua ingle- sa, e que se provou representarem Iu- gares de sintese de ARN (Acido ribo- nucleico). O maior ou menor desenvol- vimento destas dilatagdes determina a maior ou menor atividade sintetizadora dos gens localizados nelas, pelo que representam 6timo material para © es- tudo da agao genética. Nucleo das bactérias.— A partir do ano 194, em que J. Lederberg e E. L. Tatum comprovaram o emparelha- mento e recombinagio do material ge- nético na bactéria Escherichia coli, tem-se pesquisado com insisténcia o contetido do material genético. O «nu- cleo» bacteriano portador do material genético nao se encontra diferenciado em cromossomas, sendo que, como ocorre nos virus, é formado por uma grande molécula de ADN. Na micro- grafia cletrénica anexa pode-se apre- ciar uma parte de ADN de uma bacté- ria formando um filamento tnico de desoxirribonucleoproteina. Este fila- mento é comparavel a um cromossoma ‘nico de 1 mm. de comprimento que teria a bacteria. O péso molecular do ADN bacteriano esta perto de 2,000 mi- Ihoes. Membrana nuclear.—O microscépio eletrénico evidenciou que o nticleo se encontra envolvido por uma membra- na de parede dupla, a qual, de es- pago a espaco, apresenta orificios atra- vés dos quais o conteiido nuclear se comunica com 0 citoplasmatico. Membrana plasmatica. — O contetido celular encontrase separado do meio ambiente por uma membrana plasmd- tica, Abaixo dela ha estruturas que em conjunto constituem uma casca. Esta casi é bem evidente nos ovos de Equinodermos, Insetos, Moluscos e An- fibios, como portadora de informagao necesséria 4 formagdo do embriado. No protozoario Stentor. V. Tartar mostrou, em 1961, 0 papel importante que de- sempenha a casca na regulacdo do ali- nhamento, e também na orientacao, dos cilios. Atlas de BIOLOGIA POR A. DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA. _ MORFOLOGIA E ESTRUTURA DA CELULA CROMOSSOMAS E MEMBRANAS eee Cromonema simples helicaidal we, Y “1 Consiga. secundério Cromossoma gigante de Drosophila. Em destoque, Gs falas de que sao constituides. a ‘A, esquema de um cromossoma, segundo P. fom doi ‘ aed i Cromossomas humanos. Observe-se a espi- Base da cabeca de espermatozéide de caracol (Helix) faly(fote eedida: por L. Keulischer, Brune: mostrando os cromossomas (segundo P. Grassé). Microgratia gletrénica pondo em realce 0 filamento nuclear das hactaria M. lysodeileticus. y eletrénico Phtet A «AM 4a Infludnela do nicleo no desenvolvimento: da farma das algas Acefabularia mediterranea (A] © A 0) (B), rwciprocamente enxertades. DIVISAO CELULAR Indo contra as idéias que prevale- ciam em seu tempo sébre a forma- ao das células, que se acreditava po- deriam se originar a partir de uma matéria vivente amorfa, como se fora uma cristalizagdo, Virchow, no sécu- Jo xix, anunciou que toda a célula pro- cede de outra célula: «omnis cellula e cellulas, com o que se afirma a unidade reprodutora e funcional da mesma. Distinguem se duas partes na divisad celular: a divisao do nucleo, ou cario- tomia, e a divisao do citoplasma, ou plasmotomia. Divisao do nucleo por mitose.— Um dos primeiros sintomas de que a cé- lula vai sair do estado de repouso para iniciar a diviséo ¢ 0 aumento de vo- lume do nucleo e o aparecimento de filamentos em sua massa; dai nome mitose (mitos = filamento) dado a éste tipo de divisao. Para produzir-se reali- zam-se mudangas profundas que po- demos estudar em quatro fases: pré- fase, metafase, andfase e tel6fase. Préfase.—Os cromossomas encur- tam-se e se tornam mais espessos, mos- trando-se em principio formando um. novelo, ou espirema, no qual se dife- renciam os cromossomas individuali- zados e coloridos. Ao mesmo tempo desaparecem os nucléolos ¢, no cito- plasma, o centrossoma fraciona 0 cen- trfolo em duas partes, ou diplossoma. Estas partes separam-se, uma da outra, por divisées da centrosfera, ficando uma ponte citoplasmatica entre ambos os centriolos, 4 qual, por sua forma, se chama fuso acromdtico, situando-se um centriolo em cada um de seus extre- mos. A préfase dura num évo de Dro- sophila 3 minutos e 36 segundos. Metéfase.—Enquanto se forma o fuso acromatico os cromossomas divi- dem-se em duas partes iguais ou cro- mdtides, que por dissolugio da mem brana nuclear ficam em suspensio no citoplasma, colocando-se no plano equa- torial do fuso, dando lugar a figura de uma estréla, Dai o nome de estréla mater com que se designa éste as- pecto que adotam. Neste momento pode-se contar com certa facilidade o mimero de cromossomas proprio da espécie, A metafase nao dura mais que 30 segundos no Ovo de Drosophila, Andfase.—As duas cromatides se- param-se orientadas pelos filamentos tratores do fuso acromatico e se di- rigem aos pélos da célula, convertidas j4 em cromossomas filhos. Nesta fase termina a divisao de cada cromossoma em dois. Dura 1 minuto e 12 segundos na Drosophila. Tel6fase. — Os cromossomas reunem- se formando dois ntcleos filhos e se tornam invisiveis por um processo in- verso ao da profase. A teldfase dura 54 segundos no dvo da Drosophila. Amitose.—Outra forma, menos co- nhecida, é a divisdo direta do nicleo, ‘ou amitose, Nela o niicleo se divide por estrangulamento. Divisio plasmética.—De um modo geral, a divisio do nticleo segue a di visdo do citoplasma, repartindo-se equi tativamente entre as duas células filhas os elementos do aparélho de Golgi e do condrioma. Podemos distinguir trés tipos nesta classe de divisao: biparti- ao, gemacdo e diviséo endégena. A biparti¢ao é a forma t{pica da di- visio celular, originando-se da célula mae duas células filhas iguais. A gemagdo, frequente nas leveduras, € outros cogumelos, consiste no apa- recimento sobre a célula mae de um ou vérios gomos que, por estrangula- mento, separam-se depois de haverem recebido um nticleo. Na divisdo enddgena realizam-se vé- rias divisdes nucleares sucessivas, cada uma das quais fica finalmente envol- vida por uma quantidade determinada de plasma, dando origem a certo nti- mero de células filhas livres dentro do plasma da célula mae, tal como su- cede na formagio dos esporos dos co- gumelos ascomicetos. Parte do plasma da célula mae nao é utilizado e fica como corpo residual, sendo postas em libertade as células filhas por rup- tura da membrana mie. Causas da divisio celular.—A divi- so do miicleo nao vai necessariamen- te acompanhada da divisdo do citoplas- ma, como se pode comprovar nos plas- médios, massas protoplasmaticas cons- tituidas por numerosos nticleos for- mados a partir de um primitivo. A ca- riotomia e a plasmotomia sao dois fe- nomenos independentes entre si, em- bora, com frequéncia, superpostes. “a ae Le —lhh Cc lr le | a —_— = —, — Atkas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA DIVISAO CELULAR Diplossomo Fuso ocromético Nécleo Espireme Nucléoto fm duas crondtides moterno fparticao do citoplosma por fissuracdo. Nuclécle ‘ANARASE ie do possuirem centrossoma, as plantas fanerogamicas partir dos barretes polares do nucleo. Divisdo citoplesmética por gemagdo nas leveduras. ©-@-@- io enddgena com formacde de muitas células filhas dentro da membrana. Fuso Core Cétutas fihos scromatico CULTURA E FORMA DAS BACTERIAS As bactérias sao séres microscépicos pertencentes ao mundo vegetal, ¢ for mam parte do grupo das Esquizéfitas. Seu corpo est tipicamente constituido por uma tnica célula sem nticleo & plastos, apesar de todas terem cro- matina, e, algumas, pigmentos assimi- ladores Forma ¢ tamanho das bactérias.— Distinguem-se quatro tipos destas: a dondadas (cocos), compridas (bacilo), curvas (espirilos) e filamentosas ‘A forma das bactérias nao é cons- tante, porque élas adotam aspectos va- rios, segundo as condicdes de ambien te. As dimensdes variam entre amplos limites, As parvobactérias, como as que produzem a «tos ferina», medem 3, de comprimento por 0,5. de lar- gura, enquanto que nas infusdes de folhas sécas ha bactérias de 10y de comprimento por 14 de largura. Reproducéo e forma de vida.—As bactérias reproduzem-se por biparti- glo. Quando as condicées sao boas, al gumas espécies se divide: varias vé zes em uma hora, de maneira que em 24 horas um individuo pode produzir varios milhdes de descendentes. Tam- bém existe a reproducdo sexuada. Quando as condigées sio desfavora- veis, muitas bactérias formam esporo, agrupando-se 0 conteido plasmatico no centro ou no extremo da célula e en- volvendo-se numa membrana. As bac- térias encontram-se disseminadas por téda a Terra; existem na dgua, no solo e na atmosfera. Um grao de terra de lavoura contém muitos milhées de bac térias, A ampla difusio das mesmas deve-se a grande capacidade de resi téncia, motivada em boa parte pelos esporos, facilidade de multiplicagao e diversidade do modo de nutricao. A temperatura de 20 graus centigra- dos é 6tima para a maioria das bacté. rias, ¢, em geral, a zero graus centi grados no se desenvolvem. Dai a con- servagao dos alimentos no refrigera- dor. As que nao formam esporos morrem entre os 70 graus Celsius ¢ 90 graus Celsius. As que formam es- poros resistem a um calor timido de 100 graus centigrados, inclusive a ebu: hi as horas. A resistén cia ao calor séco pode-se elevar até 120 graus centigrados. Nutri¢do das bactérias.—A maior parte das bactérias retira diretamente materia orgnica para sintetizar 0 pro- toplasma: sio as bactérias heterdtro: fas. Entre élas podemos distinguir as saprofitas, que se desenvolvem sobre matéria organica morta, que decom: poem, como o Bacillus putrificus, que produz a putrificacio dos cadaveres. ‘As bactérias heterdtrofas que vive sobre vegetais ou animais chamam-se parasitas. A éste grupo pertencem as que causam as enfermidades tao peri- gosas como a difteria, o tétano, a tu- berculose, a febre tifdide © a sifilis. Um segundo grupo de bactérias é constituido por aquelas que vivem s6- bre a matéria mineral, sintetizando o protoplasma a partir de sais inorgani- cos; sao as bactérias autdtrofas. A ener- gia’ necessaria para sintetizar os hi- dratos de carbono a partir do CO, ob- tém-se seja oxidando substratos inor- ganicos diversos (bactérias quimiossin- téticas), seja diretamente da luz solar (bactérias fotossintéticas), Entre as bactérias quimiossintéticas esto as ni trobactérias, muito difundidas no solo, que oxidam o amoniaco em nitrito e éste em nitrato, com liberacao de ener- gia, que ¢ utilizada na produgao de hidratos de carbono. A formagao de nitritos corre por conta dos nifrosso* monas, enquanto que as nitrobactérias convertem os nitritos em nitratos. O amoniaco provem da decomposicao das proteinas da matéria organica produ- zida por outras bactérias Entre as bactérias fotossintéticas es- tio as rodobactérias, que tém pigmen- tos assimiladores, como a bacterioclo: rofila, de cor verde. Finalmente, ha um grupo de bacté- rias que s4o capazes de assimilar o itrogénio atmosférico, como os Rhizo- bium, enquanto que retiram carbono sob a forma organica, comportando-se, pois, como autdtrofos para o nitrogé: nio e heterdtrofos para o carbono. Cultura de bactérias.— Para estudar uma espécie bacteriana determinada deve-se isolé-la do meio em que vive e cultivé-la. A cultura mais adequada € um meio sélido, dentro de uma cdp- sula de Petri, em cuja superficie se- meiam-se as bactérias com a alga de platina. Um dos meios de cultivo uti- lizados para as bactérias heterétrofas é 0 caldo de carne em agar. Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA CULTURA E FORMA DAS BACTERIAS Micro” Diplo- Sireplo Bacterium Bacillus Leptothrix Vibrido Soi ae as 6 Forma de cultivar bactérias em cép- Diversos tipos de esporulacdo em bactérias. P. sula de Petri. Em A, obtencdo de Coldnias isoladas, 1g, mi a rentes formas de espiroquetas. Eritrécitos humanos _Celénias de Corynebacterium di se das demais bactérias H : ene envolvides pelo Baci- feria, cultivadas em agar (a). Em b, lus anthrocts, produ. membranas diftéricas retiradas das tor do carbunculo. vias respiratérias. Q Diplococeus pneumonia, cav- Vibrio Comma, pro- Bacilos da tuberculo- Clostridium tetoni ees eecmoran Ems, Gur declare se coradosem verme- causador do tétano: Stade normal;emb,atacodo —_asidtica, Iho pelo método de vive no solo. por s6r0. Ziehl Nelsen. Spirillum rubrum vive nas gvas putrefatas. Sporovibrio desulfuricans re: duz os sulfotos o SH). Oe ies irogénio atmosférico. VIRUS No ano de 1892 descobriu Ywanows. ki que © suco das folhas de tabaco atacadas pela enfermidade chamada «em mosaico» conservava suas proprie- dades infecciosas depois de fazé-lo pas- ravés de um filtro de poros muito finos que nao permitiam a passagem das bactérias. A éstes agentes invisi- veis ao microscopio ordinario, que at vessam os filtros tal qual o faria uma substancia quimica e que sio capazes de produzir enfermidades, considerou se como venenos, com o nome de virus. Sao incapazes de multiplicar-se se nao estao alojados em uma célula viva. Constituicao quimica dos virus. — Os virus s4o compostos de uma regido central de acido. nucleico e de uma envolvente proteica, obtendo-se crista- lizados. Os virus dos animais tém a regio central de ADN e ARN; a dos virus vegetais somente ARN. Para o estudo dos virus obtiveram-se bons re- sultados aplicando os raios X e o mi- croscépio eletrénico, sobretudo no v rus do mosaico do tabaco, VMT. Este tem forma de bastao, de 3.000 A de comprimento ¢ 170 A de largura. Seu péso molecular é de 45 milhées e se compoe de 95% de proteinas e 5% de ARN. Sem duvida éste bastao é Gco, com um canal de 40 A de diame- tro no centro, apresentando em volta uma cadeia de ARN enrolada em es piral e composta de uns 8,600 nucled- tidos. A cadeia de ARN est4 envolta por uma formacao de moléculas de proteina, cada uma das quais possue um péso molecular de 17.000, Morfologia ¢ estrutura dos virus. — A aplicagao do microscépio electrénico ao estudo dos virus provou, em prin pio, que os virus dos vegetais teriam, em geral, a forma bacilar, enquanto que os virus dos animais apareciam arredondados. Utilizando depois a téc- nica do «sombreado metalico», Smith € Williams, em 1957, demonstraram em um virus cristalizado de um. inseto (Tipula paludosa), mosquito gigante dos prados, que 0 citado virus ofere- cia um contorno hexagonal e que mos- trava sombras puntiformes correspon- dentes a um icosaedro. Pela primeira vez ficou evidente a forma geométrica das particulas de um virus, Também pela mesma época, R. C. Valentine co- rou © adenovirus —causador de infec: des respiratérias febris no homem— com acetato de uranilo, e éste manife: tou_igualmente contérno_ hexagonal Crick e Watson, em 1956, haviam ja expressado a idéia de que a parte cen. tral dos virus, composto de dcido nu- cleico, deveria estar rodeada por uma camada proteica ou «cdpsida», dividida esta, por sua vez, em subunidades ou «capsomeros». Nas reprodugdes anexas do adenovirus pode-se observar a re- gido central do virus, composta de ADN, ¢ a capsula proteica envolvente, formada de subunidades. Esta camada proteica é a que atua de antigeno, pro- vocando a formacao de anticorpos pelo individuo infectado, Virus de vegetais.—Grande é 0 na- mero de plantas vulneraveis & acdo dos virus, porém, coisa curiosa, as con feras e as plantas inferiores, como os cogumelos e os fetos, parecem imunes a éles. Em geral, um mesmo virus pode intectar varias espécies de vegetais. Um dos sintomas que chamam mais @ atencao € a alteracio de cor das flo- res. As vézes esta mudanga afeta so- mente a parte de pigmentacdo, obten: do-se entao um efeito multicolorido, como ocorre em algumas plantas quan’ do so atacadas pelo virus do mosaico do pepino. Noutras ocasiées produzem-se tais deformacées nas folhas que os agricul- tores acreditam que os insetos as te- nham comido, como sucede com 0 to- mate atacado pelo virus do mosaico do pepino. Também tendem a formar anéis, como sucede com um determi- nado virus do tomate. A identificacdo da enfermidade vi- rosica se faz por inoculagao nas plantas testemunhas cujas reagdes motivadas Por certo virus sejam previamente co- nhecidas, Virus de animais. — Nos insetos tem- se estudado diferentes grupos de v rus, caracterizados todos éles pelas for- mas patolégicas que originam nos te- cidos do héspede. Ha um grupo que determina as enfermidades chamadas «poliédricas», por se produzirem corpos poliédricos dentro dos tecidos, apre- sentando-se como capsulas em cujo in- terior estao as particulas do virus, Os virus poliédricos nucleares desen- (Conclue na lamina F/5.) Atlas de BIOLOGIA ay” POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA D 9 | BACTERIAS E VIRUS Num OS VIRUS: ESTRUTURA Muitos virus destroem os pigmentos antociani Lesdes cousadas nos folhas do tobaco pelo vi 08 das flores. E rus determinante da necrose tabagina. \umitido por hemipteros, determina _Lesdo anular produzida pelo virus do toma: @ Infeccdo do folha da batata teiro. OSS Ac gemepcntardecvicys: Virus do mescicaldaifee ee 2} Wilaumentada 50.000 vazes, Yas, 0, Masaico. do, 8 ‘ * que produz as mesmas som: fist Tear aaa =; bras de um icosaedro (a). - é r Célula de mosquito atacada Adeno Adenovirus pelo virus VIT, aumentada con ADN com capsé 100 viz central mers, Bacteridfagos (by aracanao uma bactéria (o) SINC{CIOS E COLONIAS Os séres vivos que sao constituidos por uma tinica célula realizam também tédas as atividades proprias da vida, tais como a nutrico, a reprodugao ¢ as relagdes com o meio externo; so ‘organismos como os demais, ainda que unicetulares, isto é, em que uma_s6 célula executa todas estas fungoes. Existe um segundo grupo de organis- mos constituidos por muitas células; sdo séres pluricelulares. Este agrupa- mento celular pode ser simples ou en- tGo adquirir grande complexidade mor- foldgica. Plasmédios sincicios.—A consti- tuigdo celular, tal como vimos, nem sempre ocorre em tédas as massas vi- vas, sendo que as vézes se encontram organismos constituidos por uma massa plasmatica com varios niicleos, nao aparecendo limites celulares: isto cons- titui um plasmédio. Uma vez que um plasmédio possue massa citoplasmé- tica continua, admite-se, sem duvida que cada niicleo rege a atividade do citoplasma que o envolve, chamando-se enérgide a éste territério citoplasm: tico controlado pelo nticleo. O plasmé- dio origina-se por divisio sucessiva do nticleo, acompanhadas estas divi- sdes por um aumento de massa do citoplasma, apesar do qual éste nao se divide. De aspecto parecido ao plasmédio, porém formado por fusao de células, é © sincicio. Aqui, as células, em prin- cipio individuais, emitem prolongamen- tos que se fundem, e fica geralmente uma rede de células, sem limites que separem umas das outras Colonias celulares.—Entre as for- mas vivas inferiores encontramos agru- pamentos de poucas células que se originam a partir de uma célula pr mitiva: éstes conjuntos celulares cons- tituem uma coldnia. Nela, cada célula realiza as fungdes préprias de um sér vivo, tendo vida independente e dando lugar, quando chega o momento da reprodugdo, a uma coldnia filha. Na Co- donocladium umbellatum, flagelado que vive nas dguas doces, os individuos ce- lulares estéo unidos por meio de um pediinculo, e no Volvox existem varios milhares de células unidas entre si por pontes citoplasmaticas e mucilagem, produzindo uma esfera dca cheia de mucilagem e visivel a olho nu. Cada célula constituinte tem dois flagelos, uma mancha ocular sensivel & luz e um. cloroplasto. Volvox tem reprodugdo sexuada, e aqui jd se nota um principio de dife- renciagéo morfoldgica entre os indivi- duos que compéem a coldnia. Volvox pode ser j4 considerado como um in- dividuo pluricelular, individuo que esta destinado a «morrer», salvo as célu- las que constituem a linha germina- ti Individuos pluricelulares. — A ativi- dade das células agrupadas para cons- tituir uma unidade morfolégica_supe- rior se traduz por uma especializacdo de fungdes, que conduz, como conse- quéncia, a uma diferenciacio também morfoldgica. Na alga verde Ulva veri- fica-se como as células terminais séo as encarregadas do crescimento, com o que aparece uma divisio do trabalho. Nos musgos observa-se que as células diferenciam-se da seguiente maneir umas para realizar a fotossintese, ou- tras, ao alongar-se transformam-se em pelos rizoides que retirarao agua do solo, proporcionando ademais suporte a planta, enquanto que umas terceiras se encarregam da reproducdo, assegu- rando a permanéncia da espécie. Tecidos.—O agrupamento celular com a consequente diferenciagio do trabalho fisiolégico representa uma maior eficdcia na atividade do conjun- to. A divisio do trabalho pressupde umas adaptagdes da forma da célula a fungao que ha de realizar, para po- der assim cumprir seu destino com maior perfeicdo. O resultado das adap- tages celulares a um trabalho fisiolé- gico determinado ¢ o aparecimento de grupos de células com morfologia tipica e com funcdo prépria: éste conjunto celular constitue um tecido. Entre os vegetais inferiores os agru- pamentos celulares supdem o principio da formacdo de um tecido, ainda que imperfeito, posto que nao o diferenc do, e ao qual podemos denominar pa- rénquima. Neste tecido todas as células levam a cabo fungées diversas, Attas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA feel ro 1 ty SINCICIOS E COLONIAS C No plasmédio hé u'a masse uni lular com muitos nucleas, como em Holieystis, alga morinhe. Formacdo da. sincici (Toraxacum), dando ori ena raiz da uma Composite Jom aos loticiferos, = == Se oe — =_— ss Codonocladium umbellatum, colénic \ de células flageladas. Volvox oxibe, na reproducdo asse- xuada, diferenciagdo das células Fotossintose UWvo, alga verde, com crescimento apical. ‘Ovulo Espermatozsides Anteridio fixodor = ee ee ee ee Protalo de feto, com células verdes destinadas umas & fotossintese, outras 4 reprodugao e & fixacao no solo. Reproduedo gamica de Volvox Ha individvos dostinados & repre dugo enquanto outros morrem. feed TECIDOS VEGETAIS A célula vegetal caracteriza-se por estar envolvida por uma membrana ce- luldsica; a comunicacio de tédas as células do interior de um tecido com © exterior se vé favorecida pelo apa- recimento de meatos, que so espagos intercelulares banhados pela agua, ou, mais frequentemente, cheios de ar. Meristemas.— As células que cons- tituem éstes tecidos sao células embrio- narias relativamente pequenas, de mem- branas delgadas e plasma abundante, que tem por missao reproduzirem-se e originarem as restantes células adultas do vegetal. Distingue-se um meristema primdrio, de células sempre embriond- rias e situadas principalmente nos pon- tos vegetativos (meristemas terminais), os quais se encontram nas extremida- des dos ramos e raizes, onde asseguram © crescimento longitudinal, converten- do-se depois tais células nos tecidos adultos do vegetal. Os meristemas se- cunddrios procedem de células adultas que se transformam de né brionarias: s40 0 cambio e o feldgeno. Tecidos parenquimaticos.— As célu- las destes tecidos diferenciam-se das embriondrias porque comumente nao se reproduzem, tém tamanho muito maior e sdo pobres em plasma e ricas em vactolos, estando suas membranas pouco espessas pela celulose. A célula parenquimatica desempenha entretanto multiplas funges, como a elaboracio, transporte e acumulacao de substancias elaboradas por ela, assim como a res- piracdo e reserva de agua. O parén- quima constitue a massa fundamental do vegetal. Existe um parénquima assi- milador com células ricas em cloro- plasto, 0 qual se desenvolve sobretudo nos caules jovens e folhas, Nas partes internas do vegetal e em todas as sub- terraneas existem parénquimas inco lores que armazenam agucar, amido azeites (parénquimas de reserva) ¢ um parénquima aquifero que acumula agua: nas chumberas, cactus, etc. Tecido epidérmico. — Os vegetais ter- restres de menos de um ano tém seu corpo protegido contra traumatismo e contra evaporacdo. Esta defesa se rea- liza por meio de células incolores uni- das umas as outras; constituem a epiderme. Caracterizam-se estas células por auséncia de clorofila, por ter a parte externa recoberta por uma mem- brana de cutina que forma a cuticula impermeavel e por apresentar umas aberturas em forma de lente, que cons- tituem os estématos. Ha células epi- dérmicas transformaveis em pélos. Tecido suberoso.— Nos caules € rai- zes de mais de um ano, o tecido epi- dérmico é substituido pelo tecido su- beroso, formado por camadas de cé- lulas mortas cheias de ar que propor- cionam uma protecdo mais eficaz que a epiderme. A casca da batata ¢ a das Arvores sao compostas de tecido sube- roso. Sem diivida, como a substituigdo da epiderme pela cortiga ou stiber anu- laria a troca de gases através do corpo da planta, realizam a fungéo propria dos estématos umas perfuracées cha- madas lenticelas, que se observam & vista desarmada na superficie dos ve- getais lenhosos. Tecidos condutores.—O sistema de transporte representado pelas células parenquimatosas torna-se insuficiente, sendo necessdria nas Fanerégamas ¢ Pteridéfitas a presenca de células es- pecializadas na condugdo, em forma de tubo alongado, prdprias dos tecidos condutores e constituidas por um te. cido lenhoso ou lenho e tecido I beriano ou liber. O lenho é formado por grandes células mortas, dispostas em fila, as quais reabsorvem os ta- biques de separacdo ao mesmo tempo que reforgam as paredes com linina, formando longos vasos ou traquéias destinados a conducao da seiva bruta desde as raizes até as partes verdes do vegetal. O ifber acha-se constituido por um conjunto de células vivas ¢m forma de tubos, com um grande va- ctiolo central, porém sem nticleo, con- trolando a atividade do citoplasma o nticleo de uma célula irma, que a acompanha, chamada célula anexa. Os tubos liberianos se dispdem também em filas, encontrando-se os tabiques de separacdo perfurados a modo de cri- vos; dai o nome de tubos crivosos: conduzem a sciva elaborada. Tecidos de sustentacio.—O escle- rénquima & formado por células mor- tas e fibras que se encontram nos 6r- gdos adultos, enquanto que os érgaos em crescimento —por exemplo, os cau- les jovens— obtém solidez por mei do colénquima, composto de células vi- vas capazes de crescer. , TECIDOS VEGETAIS Origem do “tr tion (BAe ~ FANG Tecido vascular lenhoso, mostrando diversos vasos com reforsos de linina. Apice vegetative do caule de uma dico- tiledénia, formado por células meriste- maticas, Feixe condutor Pardnquime laeunoro Palo secretor ‘ seerecao Cuticuta do félha mostrando © parénquima clo- Dentro dos tecidos secretores esté 0 pélo se- rolilians. cretor, como se pode ver neste corte transver- sal de félha. i if | ; ecso longltudina! de. tecido Tecido epidérmico da tore dorsal Eafe sina (Vit viniera) Be'teledene com entdmatos dorofilades | ssciso fi Colénquima do cavle de Salvia sclarea, em corte longitudinal. Eseler8nquima da quina, formado por fibras. MUSCULO ESTRIADO, REDE NERVOSA, SANGUE Fibras musculares.—Existem dois tipos de células ou fibras musculares, tanto por seu aspecto como por sua fisiologia. A de fibra lisa caracteriza- se pela forma de fuso e por pos- suir um nucleo ovdide no centro. © citoplasma encontra-se diferenciado em grande numero de fibrilas longitu: dinais e contrateis, chamadas miofibri- las, A contracio das fibras lisas ¢ lenta e involuntaria em geral, encontrando-se nos érgaos da vida vegetativa, como os intestinos e as artérias. Forma muscu- los de cér rosa palido. O tecido muscu- lar de fibra estriada é formado por fibras muito longas, com numerosos micleos proximos da membrana, ¢ umas fibrilas estriadas transversalmen- te, constando de zonas claras, chama- das faixas I, e de outras escu- ras, denominadas faixas A. No centro da faixa A existe outra de tom claro, chamada zona H. A fibra estriada en- contra-se também no miisculo cardiaco, formando 0 miocdrdio, e representa a maior parte das paredes do coracao. Tecido nervoso. — A relacao do orga- nismo animal com o meio ambiente fica assegurada por umas células in- deformaveis, diferenciadas para trans- missdo de impulsos, e dedicadas, além disso, a comunicar os orgaos entre si, Estas células formam 0 tecido nervoso. Nelas distingue-se o corpo com um nucleo e uns prolongamentos. O cito- plasma encontra-se constituido por grande numero de fibrilas, chamadas neurofibrilas, ¢ os prolongamentos sao de dois tipos: uns denominados pro- toplasmdticos ou dendritos, ramifica- dos em Arvores, e com contérno espi- necente, enquanto que o outro prolon- gamento tinico, que recebe o nome de ax6nio, longo € de contérno liso, da ra- mos em Angulo reto, chamados col terais. As células nervosas nos animais inferiores estao disseminadas por todo © corpo e formam como que malhas (caso da hidra de agua doce), enquanto que nos animais superiores ha uma con- centracio dos elementos nervosos, for- mando o encéfalo e a medula espi- nhal. ‘Na estampa E pode ver o leitor uma preparagao do tecido nervoso. Sangue.—No sangue dos animais vertebrados, 0s mais evoluidos de to- dos, distingue-se um meio liquido, 0 plasma, em que estdo incluidos uns gldbulos formados por células ¢ com- postos de hemdcias, leucdcitos, e pla- quetas. O plasma sanguineo é uma so- lucio aquosa de varias substancias; entre elas merecem atengdo os sais minerais, a glicose ¢ as proteinas. As proteinas do plasma sanguineo sao 0 fibrinogénio, a seroalbumina e as sero- globulinas. Ao fibrinogénio, solivel no plasma, deve-se a coagulagao do san- gue, por transformar-se em_fibrina, que é insolivel. A seroalbumina e as seroglobulinas nao coagulam esponta- nueamente. Entre as seroglobulinas es- tao os anticorpos produzidos pelo or- ganismo ante as invasdes microbianas. Soro sanguineo é o plasma sem fibri nogénio, razio porque nao se coagula Os gidbulos vermelhos ou hemdcias sao células que no homem e demais ma- miferos perderam o nucleo. Tém forma de lente bicéncava no homem, e o pro- toplasma ¢ impregnado de hemoglo- bina, pigmento que da a cér vermelha ao sangue. Em um milimetro cubico de sangue existem cinco milhdes de hema- cias. Os glébulos brancos ou leucdcitos s&o células com nicleo bem diferen- ciado e, no homem, maiores que as hemécias. Existem uns 7.000 por tro clibico. SAo0 dotados de movimento amebéide, e alguns realizam a fagoci- tose, que consiste na captura de micro- organismos ou corpos estranhos que invadem o organismo. Dentre os gl6- bulos brancos distinguem-se duas sé- ries: agranulose, cujo citoplasma nao tem granulagdes e apresenta um nu- cleo arredondado, e a granulose, com nticleo em rosario e citoplasma com abundantes granulag6es. Por serem ex- clusivos do sangue so chamados tam- bém hemoleucécitos os componentes da série granulose. Os da série agranu- Jose encontram-se na linfa (linfdcitos), no tecido conjuntivo e em muitos 6r- géos do corpo. Os linfécitos so de pequeno tama- nho (68, de diametro) e possuem um espésso nticleo e pouco citoplasma, compreendendo uns 25% de todos os gldbulos brancos; nao fagocitam. A esta série agranulose pertencem tam- bém os maordfagos (mais de 15p de diametro), os quais fagocitam: no san- gue sdo raros (35% do total dos gl (Conclue na lamina F/5.) i. Ci Uf [a Ul [i [i Li [i Li [i [i li Li i i Attas de BIOLOGIA POR A.D& HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA ral, envélto por cit plasma indiferenciado; Aste fusiona-se com outras fibras. MUSCULOS E NERVOS O NEURONIO © tecido muscular constitue érgaos volumosos chamados muisculos. Na formacio das massas muscilares en- tram outros tecidos, como o conjun- tivo, e inclusive nervos e vasos san- guineos. Uma combinacdo de tecidos pode colaborar para a formacao de uma unidade funcional superior, de morfologia definida, a que se chama Grgao. Estrutura dos misculos.— As fibras musculares sao unidas entre si por meio de tecido conjuntivo. Se fi- zermos um corte transversal num miusculo alongado, veremos que téda a superficie externa acha-se reco- berta por uma bainha conjuntiva, chamada perimisio externo, a qual, nos extremos, forma os tendoes, por meio dos quais se insere nos ossos. Desta bainha partem tabiques para o inte- rior do misculo, que delimitam feixes musculares separados pelo perimisio interno; finalmente, cada fibra muscu- lar est4 envolta por uma rede conjun- tiva finissima. Juntamente com 0 pe- rimisio penetram no misculo vasos sanguineos e nervos. Nervos.— Quando se disseca ao mi- croscépio um nervo ciatico de ra in- troduzido na agua salgada a 9%, ob- serva-se que é formado por unidades filamentosas, chamadas fibras nervo- sas, Cada fibra tem um eixo, o cilin- dro-eixo, que se encontra rodeado por uma bainha. Um corte transversal do nervo cidtico mostra que as fibras ner- vosas se encontram agrupadas em fei- xes, rodeados, cada um, por tecido conjuntivo. Os feixes, separados pelo tecido conjuntivo adiposo, formam, ao se reunirem varios deles, 0 nervo, 0 qual esta protegido por uma bainha de tecido conjuntivo fibroso, chama- da perineuro. A fibra nervosa termina em uma arborizacao terminal. Existem dois tipos de fibras nervo- sas: 1) fibras mielinicas, caracterizadas por terem 0 cilindro-eixo envolvido por uma bainha constituida por um fos- folipidio, a mielina, que da a cor branca caracteristica dos nervos. A mielina aparece contraida de trecho em trecho devido as células de Schwann, que formam outra bainha citoplasmatica ex- terna, a bainha de Schwann, que re- cobre a bainha mielinica; 2) fibras amielinicas, caracterizadas por terem 0 cilindro-eixo protegido unicamente pela bainha de Schwann: sao caracteristicas dos nervos do sistema simpatico. A substancia branca.—Se fizermos um corte nos centros nervosos (cére- bro, cerebelo, medula espinhal), obser- varemos que a substancia branca é for- mada de fibras mielinicas —dai sua , porém sem bainha de A substancia cinzenta.—Um corte transversal na medula espinhal mos- tra que a parte central se acha cons- tituida por uma substancia cinzenta, enquanto que a periferia tem a cor branca. Observada a substancia cin- zenta ao microscépio, vé-se que é cons- tituida por células nervosas com den- dritos. ‘ Nocio de néurénio.— Vimos que as células nervosas e as fibras nervosas nao séo mais que duas partes de um mesmo elemento, o neurénio. Chama- se neurénio, pois, esta célula particula- rissima que consta de um corpo ce- lular, de dendritos geralmente curtos e ramificados e de um axénio frequen- temente muito longo, com colaterais e arborizacao terminal. Fora da substan- cia cinzenta, onde se encontra 0 corpo celular, 0 axénio rodea-se de bainhas, transformando-se em uma das fibras nervosas de um nervo. O neurénio pode ter dois milimetros de comprimento ou mais (pense-se na inervagao das extremidades dos gran- des mamfferos), e depois de Ramon e Cajal considera-se-o como unidade ana- tomica e funcional. Entre os neurdnios estabelecem-se contactos que const tuem uma sinapse. O influxo nervoso propaga-se a uma velocidade de uns 90 m./s. nos mamiferos. No caracol, a velocidade do influxo, ou corrente ner- vosa, € de 05 m,/s. A neuréglia. — Nos centros nervosos, os espacos entre as células e fibras sao ocupados por um tecido de sustenta- do especial: a neurdglia, formada por células pequenas as quais se atribue papel de nutrico do tecido nervoso. ‘As células de Schwann das fibras ner- vosas desempenham —note-se bem— uma missao andloga. —u ur Ct = = — :_ = eau eS we a ss ee s % F : Seer a -_ . = | ded ied ed Alkas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA MUSCULOS E NERVOS. NEURONIO Perimisio externa Petimisio interno. | ee ci aa | a | Be | gees | iain ep Corte transversal esquemético do biceps. © biceps & un masculo es- quelético, pois implantae Esquema duma porcéio de fibra muscular estrieda. ica Miofibrila vista ao microscépio eletranico. it \ Mésculo gastronémi fei de fibrar Excitacéio elétrica do nervo cidtico da ra. odiposo Em 9, fibras nervosos mielinicas; em Corte transversal esquemé- fy fibros sem mielina, Ramificocdo terminal — Dendrite © tecido nervoso apresenta.se constituide por cadeias nervosas pelas quais se propaga 0 i Varo’ Células de nevréglia. —*2°9¥"°2 Contato entre dois neurénio Coleterat fomificacéo Bainho de Schwann Substancia brance (|) ee Substincia cinzenta Esquema de neurénio. TECIDO EPITELIAL E DE TIPO CONJUNTIVO Tecido epitelial.—Do ponto de vis- ta morfoldgico, 0 tecido epitelial ca- racteriza-se por ser formado por célu- las em contacto umas com as outras, e, do ponto de vista fisiolégico, 0 te- cido epitelial tem como misao reco- brir uma superficie, externa, como no caso da pele, interna, como ocorre na cavidade intestinal, modificando-se as vézes no sentido glandular e adotando uma fungdo secretora. Segundo a dis- posicdéo e forma das células podemos distinguir: 1) Epitélio de células pla- nas, caracterizados por células pla- nas. Podem dispor-se formando uma s6 camada ou ordenando-se varias camadas ou estratos, como na_par- te externa da pele, onde originam um epitélio tegumentar. 2) Epitélio pa- vimentoso, constituido por uma s6 ca- mada de células prismaticas e situado no intestino. 3) Epitélio vibrdtil, com a peculiaridade de que as células pos- suem cilios vibrateis. Encontra-se-o na traquéia, onde ha também células_mu- cosas que mantém tmida a superficie. 4) Epitélio glandular, cuja finalidade é fabricar determinados produtos que chegam ao exterior (glandula aberta) ‘ou ao préprio sangue (gidndula fechada ou de secrecao interna: enddcrina) Tecido conjuntivo.—Os tecidos de sustentacdo, que so: 0 conjuntivo, adi- poso, cartilanigoso e dsseo, caracteri- zam-se por possuirem elementos celu- lares separados por uma substancia in- tercelular. O tecido conjuntivo forma a trama dos Orgaos, e nele se distin- gue, além das células, uma substancia intercelular com fibras entrecruzadas. Entre as células do tecido conjuntivo esto os fibroblastos, que sio as cé- lulas conjuntivas tipicas. Sao de gran- de tamanho, as vézes em forma de estréla, e a elas se atribue a forma- Gao das fibras conjuntivas. Os macré: fagos sao células com expansées pseu- dopédicas e citoplasma com granula. ges: nas inflamagées possuem movi. mentos amebdides e grande atividade fagocitaria. As células cevadas caracte- rizam-se por ter o citoplasma com grossos granulos que se tingem meta- cromaticamente, quer dizer, com uma cér diferente da do corante utilizado. H, além disso, linfécitos, que nao sao outros que nao os do sangue e linfa extravasados, de tamanho pequeno e nuicleo grande. ‘As fibras conjuntivas sio de dois tipos: coldgenas e eldsticas. As fibras coldgenas constituem faixas estreitas € flexiveis que percorrem a substan- cia intercelular; sio formadas pela es- cleroproteina coldgena, que, por coccao, da gelatina. As fibras'eldsticas sao ge- ralmente muito finas, e percorrem a substancia intercelular, & qual confe- rem elasticidade. O tecido conjuntivo desempenha, ademais, muito importan- te papel na defesa do organismo frente aos agentes patoggnicos estranhos. Tecido adiposo.—O tecido adiposo pode considerar-se como uma varie- dade do tecido conjuntivo. As células fixas s40 os adipoblastos; carecem de prolongamentos e armazenam gordura. No principio os adipoblastos possuem no interior umas gotas de gordura, ‘que logo se juntam e formam uma gota maior no centro da célula. No tecido adiposo distinguem-se to- dos os elementos celulares e interce- lulares do conjuntivo. Na didfise dos ossos encontra-se uma variedade de te- cido adiposo que forma o tutano, ou medula amarela, e que nos extremos ou epifises. dos ossos origina a medula vermetha, Embaixo da pele, 0 tecido adiposo apresenta-se em camada continua, chamada paniculo adiposo, 0 qual é muito desenvolvido nas pessoas gordas e que no porco da lugar ao fou- cinho. O paniculo adiposo é, além de uma grande reserva de gordura, uma protecdo muito eficaz contra o frio. Tecido cartilaginoso.—Suas células se chamam condroblastos, € estao alo- jadas numas cavidades ou’ cdpsulas car- tilaginosas. A substancia intercelular é sdlida e eldstica, observando-se_neles feixes colagenos fibras eldsticas. Tecido dsseo.—Suas células sio os osteoblastos, e estio alojadas em la- cunas dsseas. A substancia intercelular t¢m feixes conjuntivos e uma matéria interfibrilar petrificada por carbonato ¢ fosfato de calcio. Téda a massa dssea acha-se percorrida por uma réde de canais, chamados canais de Havers, por onde passam os vasos sanguineos nervos. As lacunas dsseas, situadas em redor dos canais de Havers, relacio- nam-se com éles, como também entre si, por meio dos canais calesforos. = = we = dtttas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA TECIDOS NERVOSO, EPITELIAL E CONJUNTIVO ld a 4 af cae Tacido nervoso: membranas, ci- foplosma com substancia de Nissi, @ neuroglia. Epitélio de células Em o, epitélio cilindrico pavi planas. és do intestine de rato; em 6, epitsl liado da laringe de embriée humano. ‘#cldo conjuntivo de rata: o, fibroblasto; b, ma célula covada; d, leveécit ‘as oldsticas Tecido adiposo com gordura corada em negro pele acide Gamice. Varios adiploblasios em jesenvolvimento. Cartilogom hialina de terneiro vendo-se as eres ese soonest cs Tecido osse0 humano: a, conducto de Havers; b, lacuna éssea; ¢, condutos caleéforos. ENZIMAS PROPRIEDADES Os enzimas.—A maior parte das reagdes que se realizam na célula sao devidas aos enzimas ou fermentos, que sao biocatalizadores produzidos pelas proprias células e que aumentam con- sideravelmente a velocidade das rea- des. Os enzimas digestivos, por exem- plo, atuam nas transformagées dos alimentos no tubo digestivo da mesma maneira que os catalizadores inorga- nicos. Os enzimas participam das rea- es quimicas sem, contudo, aparece Tem nos produtos finais. A especifici- dade é um caracteristico importante da acdo enzimética, em virtude do que cada fermento age sobre uina substan- cia (substrato) ou grupo de substén- cias afins; assim a invertase atua ape- nas sobre a sacarose. Por outro lado, alguns enzimas tém especificidade para determinados ligamentos quimicos ca- racteristicos de um conjunto de subs- tancias, como é 0 caso das proteases, que hidrolizam as proteinas através do ligamento peptidico, Nao sao, todavia, 0s enzimas os iniciadores das reagGes, mas tao somente ativadores das mes- mas, que, por isso mesmo, podem rea- lizar-se sem 0 seu concurso, natural- mente de maneira bem mais lenta. A saponificacio da espontaneamente gor- duras neutras em fraca proporgio; sob a acdo da lipase o processo é extra- ordinariamente acelerado. Encarada como catdlise, a acdo enzimatica é re- versivel; por esta razio a maltase, que desdobra a maltose em duas moléculas de glicose, pode sintetizar maltose a partir da glicose. Propriedades fisico-quimicas dos en- zimas.— Sao soltiveis na agua c se pre- cipitam pelo lcool, como, de regra, acontece com as proteinas. Cada fer- mento tem um pH no qual ha «timo» de atividade. A pepsina do estomago atua em meio Acido ¢ a tripsina do suco pancreatico em meio alcalino. A temperatura também influi no pro- cesso enzimatico; as baixas tempera- turas inativam, sem destruir, os en- zimas. A proporgdo que a temperatura sobe aumenta a atividade catalitica, até atingir um valor dtimo, a partir do qual decresce, sendo que aos 65 graus cen- tigrados destroem-se os fermentos. Os fermentos dos animais homotermos (aves e mamiferos) tem um 6timo en- tre 36 graus e 41 graus centigrados. Constituigao dos enzimas. — Sio substancias proteicas complexas e, se- gundo Willstiitter, seriam constituidas por uma fracao coloidal proteica de- nominada apoenzima ou apofermento e por um grupo ativo, coenzima ou co- fermento. S40 0s coenzimas que de- terminam a especificidade enzimatica e sua estrutura quimica ¢ que assinala se o enzima atua como desidrogenase, descarboxilase, etc. A especificidade do substrato é indicada pelo apofermen- to. Comecamos agora a conhecer a natureza e modo de agir dos cofer- mentos: 0 do coenzima ou codehidra- se I, chamado difosfopiridinenucledti- de (DPN), intervém na glicélise. Um mesmo cofermento pode unir-se a dife- rentes apofermentos (constituindo en- to diferentes enzimas) para dar ori- gem & mesma acdo em diversos subs- tratos. Muitos cofermentos sao inte- grados por vitaminas Classificagéo. — Distinguem-se dois grandes grupos conforme o modo de atuar: hidroliticos e respiratorios. Os primeiros decompem (hidrélise) os principios imediatos nas unidades ele- mentares de que séo formados; as carbohidrases desdobram os polissa- carideos em monossacarideos (exem- plo: a pepsina do estémago, que da peptonas). A tripsina do suco pan- credtico e a erepsina do suco intestinal, que dao, respectivamente, peptideos e aminoacidos. Os enzimas respiratérios sio funda- mentalmente oxidantes e encarregam-se de catalizar os processos respiratorios celulares; entre eles encontram-se as deshidrogenases, que desprendem pares de dtomos de hidrogénio das substan- cias organicas, bem como os fermen- tos ativadores de oxigénio, que desdo- bram a molécula de oxigénio em atomos que depois se podem com- binar com a hidrogénio para formar agua. As descarboxiluses separam os grupos carboxilicos dos cidos organi: cos sob forma de CO,. Uma das deshi- drogenases melhor conhecidas € 0 fer- ‘mento amarelo de Warburg (enzima flavinico), que retira dois atomos de hidrogénio do substrato e os transfere ao oxigénio. Attas de BIOLOGIA | POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA | ENZIMAS ‘Amide digerido © amide ndo $ digerido rowel _ heide cloridrico ‘Amide _ a © amide neo é digerido ‘Amid — Agus Galo oe Com pH nevtro, « amilase digere 0 amido ‘As alias temperaturas destroem a amilase quo, mesma @ 37° C, ja nao atva, : Adenine ‘Amida do Grupo difesfato Da 9 Gcido nicotinico ° Pentose a Ue $4 ‘ _ ls | toes ae ; at w= — = ee a ma hidrélise, most ‘enzima encaixa perfeitomente no do o ace enzimética: 0 oxplica sua espec cidade. AS VITAMINAS PROPRIEDADES Um organismo alimentado apenas com os princfpios imediatos necessé- rios ao provimento energético mostra, em pouco tempo, sintomas de subnu- trigéo. Désse modo sao indispensdveis, ainda que em pequenas quantidades, as substancias denominadas vitaminas. Foi ‘© médico holandes Eijkman 0 desco- bridor dessas substancias, Tratava, em 1897, dos doentes de beri-beri da prisio de Java. Mostravam os doentes sintomas nervosos que conduziam a paralisia ou a morte. Realizando expe- riéncias com galinhas, observou que, 20 alimenté-las com arroz com casca, os sintomas de paralisia desapareciam. Ad- ministrava aos doentes a mesma ali- mentacéo das aves e verificava que também ficavam curados. Concluiu as- sim que o beri-beri nao era enfermi- dade contagiosa, mas tao sdmente doenga de caréncia de substdncias nor- malmente contidas nos tegumentos da- quela graminea. Em 1912, Funk extraiu de 50 kg. de cascas de arroz uns cen- tigramas de uma mistura de substan- cias capazes de impedir o beri-beri. Dentre essas substancias estavam as aminas, donde o nome vitamina (amina da vida), A esta vitamina denominou- se B. Hé dois grupos de vitaminas: a) soliveis em Agua (hidrossoltiveis); b) soliveis nos lipideos (lipossoltiveis). Vitaminas hidrossoliveis © complexo vitaminico B representa © fator estudado nas observagGes ini- ciais de Eijkman e Funk. Verificou-se que é integrado por umas doze subs- tancias, entre as quais a vitamina B, fator antineuritico ou antiberibérico. E encontrada na gema do 6vo, figado, espinafre e couve. E hoje conhecida como aneurina ou tiamina e é neces- sdria 4 integridade e funcionamento do istema nervoso. E também de inte- résse a vitamina B. (riboflavina), que integra 0 cofermento de numerosos en- zimas (fermento amarelo de Warburg). A caréncia do dcido pantoténico ou vi- tamina By no organismo determina perturbacdes no crescimento, na diges- to, ao tempo em que também pode causar broncopneumonias. A vitami- na PP (antipeldgrica) integra as deshi- drogenases; a caréncia dessa vitamina acarreta a pelagra, doenca caracteri- zada pela inflamacdo da pele e apa- recimento de manchas cutdneas, acom- panhadas de perturbacdes nervosas que podem levar a deméncia. Vitamina C (Acido ascérbico).—A caréncia da vitamina produz 0 escor- buto, temivel doenga dos antigos na- vegadores, Os pacientes mostravam face palida e inchacdo das gengivas, com hemorragias, produzindo-se finalmente a morte por colapso cardiaco. Esta vitamina é abundante nas frutas e ver- duras. Vitaminas lipossoliveis Vitamina A.—£ abundante na man- teiga, gema de 6vo, leite, cenoura e espinafre. FE. derivada do caroteno, que se considera como provitamina A. O fi- gado dos vertebrados desdobra os ca- rotenos em vitamina A através da ca- rotenase, A caréncia determina a xe- roftalmia, doenca caracterizada por ul- ceragdes da cérnea. A vitamina em foco ntervem na formagao da piirpura re- tiniana, Vitamina D (calciferol, vitamina an- tirraquitica).—A hipovitaminose € 0 raquitismo, enfermidade muito comum na infancia e causada per calcificagao deficiente. A vitamina D intervém no mecanismo de regulacio do calcio e fésforo no sangue. A luz solar tém acao antirraquitica no organismo hu- mano. Vitamina E (tocoferol, vitamina da antiesterilidade). — Nos ratos assegura as fungées de reprodugio, enquanto que nas ratas, se carentes, ocorre frustra- ga0 ou abérto com morte do feto no iitero materno. A geléia real tém gran- de quantidade de vitamina E. Esta ge- Iéia_constitui-se em grande alimento para as larvas de abelhas destinadas a se converterem em rainhas. Vitamina K.—£ a vitamina antihe- morragica; encontrada na couve e to- mate. Supde-se que a nao constata- a0 da hipovitaminose. K no homem deve-se ao fato de as bactérias intes- tinais sintetizarem a vitamina, abun- dante nas. fezes. Attas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA VITAMINAS Vitaming A: antixeroftéimice ontiraauitica eo ° o*s%o @ @ " @ 2 x 7 . PAA SESESSEESS SES Vitoming 8): ou aneurin Vitoming PP Vitomina Estrutura molecular de algumas vitaminas. ee Gengivas em doente de escorbuto. =— Roavitieme > a) il b i ‘Com vitomina Dz Degeneracde muscular Radiografias da perna de ume crienca. pelo beriberi. Ratos inmdos, 0, caréncio de vitamina Ai b, normal. GLANDULAS ENDOCRINAS A atividade coordenada de tecidos e 6rgdos depende do sistema nervoso e de um conjunto de substancias que, elaboradas pelo proprio organismo, sao transportadas pelo sangue e vao ativar ou diminuir 0 funcionamento de um 6rgdo ou tecido; estas substancias sao os horménios. Bayliss e Starling desco- briram, em 1902, 0 primeiro horménio, através estudos de secretina do duode- no, Quando o quimo dcido chega ao duodeno, a secretina produzida ai é reabsorvida pela mucosa duodenal e atua (tendo como via o sangue) sébre © pancreas (produtor do suco pancred- tico) © sébre o figado. Pancreas. —& uma glindula anexa ao aparélho digestivo, jogando os pro- dutos no intestino (glandula exécrina). Funciona também como glindula en- décrina ao produzir o horménio in sulina em células especiais, chamadas em conjunto ilhotas de Langerhans. A insulina torna possivel 0 aproveita- mento da glicose pelos tecidos ao tem- po em que diminue, pela mesma ra- zo, a taxa daquele carbohidrato no sangue. O figado, pelo contrario, ar- mazena glicose sob forma de glicogénio. A deficiéncia de insulina acarreta o diabetes. Cépsulas supra-renais. —Sio em nii- mero de duas e situam-se sobre os rins. Em corte transversal verifica-se 0 formadas por duas camada! a) cértex; b) medula. Esta ultima sin- tetiza a adrenalina, horménio que pre- para o organismo para as situacdes em que ha necessidade de desgaste muscu- lar (ataque e€ defesa). A adrenalina, de acdo contraria a da insulina, comanda: 1) carreamento de glicose do figado para o sangue; 2) di- latacao dos brénquios a fim de que entre mais ar nos pulmdes; 3) aumen- to do ritmo cardiaco; 4) vasoconstric- go na pele e no aparélho digestivo, provocando disturbios na digest4o, ao tempo em que ha vasodilatacao nos miisculos; 5) dilatagao da pupila. Este € 0 quadro ti dade de ata- que do gato ou de outro felino. A a vidade fisiolégica da adrenalina exerc jA na concentragdo de 1/100.000 mi- A cértex supra-renal secreta varios horménios, dentre os quais a corti- sona. A insuficiéncia cortico-suprarrenal diminui a resisténcia do organismo as infecgdes e intoxicagdes. A doenca de Adisson, disfungao da cértex supra renal, caracteriza-se por uma extrema debilidade, disturbios digestivos, au- mento de pigmentagao da pele e des- falecimento cardiaco. Prognéstico, fatal. Tiredide.—# uma glandula situada na parte anterior do pescoco e abaixo da laringe; inflamada, ocasiona 0 bd- cio. Produz 0 hormédnio tiroxina, em cuja constituicdo entra o iddo (4 Ato- mos por molécula); como fungao fun- damental est4 a de acelerar 0 metabo- lismo, aumentando 0 consumo de oxi- génio. A exacerbacao da tiredide con- duz ao hipertireoidismo (doenca de Basedow); nos casos agudos manifes- tase 0 bécio exoftdlmico, que se ca- racteriza pela projecdo do globo ocular. © hipotireoidismo vai, as vézes, acom- panhado da hipertrofia do tecido con- juntivo glandular com a formacao do bécio, se bem que com sintomas opos- tos aos da exolftalmia: ha diminuigao do metabolismo e propensio a obesi- dade, olhar moribundo e tendéncia & deficiéncia mental. Também € prépria désse estado uma certa inchacio da pele, especialmente a do rosto, fend: meno conhecido por mixedema. Se a degeneracao da tiredide se produz na infancia, entdo a crianga nao cresce fi- icamente nem se desenvolve mental- mente. Em alguns paises montanhosos € desérticos 0 hipotireoidismo se apre- senta sob forma de cretinismo endé- mico, com mixedema e com ou sem bécio; o cretino é disforme e imbecil. As causas do desenvolvimento do cre- tinismo estao relacionadas, entre ou- tras, com a falta de iédo na dgua A tiroxina controla a metamorfose dos anfibios. Horménios sexuais.— As glandulas sexuais dos vertebrados (testiculos e ovarios) sio constituidas pela gdnada, encarregada da formacao dos gametos, e pela glandula intersticial, que é a eloboradora dos horménios — sexuais. © horménio sexual masculino é a tes- tosterona, e o feminino, a estrona, cha- mado ainda foliculina. As fémeas tam- bém tém a progesterona, ou horménio da gravidez, As glandulas intersticiais entram em agdo na puberdade e de- a = a eh _— = ee eee ee eeelClUee ll eeelUmLeeellLeelLeelLeeellLceeel ee ee eee eee — ~ el eet i == = = — ~ Attas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA HORMONIOS Epifise Desenvolvimiento de Acromeg instinto maternal. oy Béclo exoftélmico. Andes ¢ gigantes sao, em maioria, de origem hipo: Crotino. Jes Gfandvla suprorbnel Overio muthor) Atitude de etaque. \ Doenga de Addison ‘A agressividade ao galo contrasta com a passividade (doensadel Er De da galinha. terminam o aparecimento dos carac- teres sexuais secunddrios, que diferen- ciam o macho da fémea: assim, entre outros atributos, os jovens adquirem bigode ¢ voz grave, ao passo que nas mogas desenvolvem-se os seios. A cas- tragao impede o aparecimento dos ca- racteres secundarios, No homem (eu- nuco) a barba ndo cresce e a voz nao € grave. Ao lado disso ha depressio psiquica especial, que é 0 que dis- tingue 0 boi do touro e o capio do galo. Hipéfise ou corpo pituitario. — F um pequeno drgio que descansa na cela turcica do osso esfendide. B a glan- dula mais importante do corpo hu- mano, uma vez. que controla e domina tédas as glandulas endécrinas. Entre os seus horménios encontrase a so: matotropina, que estimula o cresci- mento. O hiperpituitarismo determina gigantismo, e 0 hipopituitarismo con- duz ao nanismo. Se o hiperpituitarismo ocorre quando 0 individuo j4 atingiu o crescimento normal, instala-se a acro- megalia, que se caracteriza pelo de- senvolvimento deformado de pés, maos e maxilar inferior, ao lado de regres- sfo das faculdades psiquicas. Outro horménio hipofisario ¢ a gonadoesti- mulina A, que ativa a producdo de células da reprodugdo; a_gonadoesti- ‘mulina B incita a produgao dos hor- ménios sexuais com os quais se inicia ‘a puberdade. A oxitocina estimula as contracdes do ttero durante o parto, € a prolactina ativa a produgdo do leite pelas glandulas mamarias ao tem- po em que desenvolve o instinto mater- nal. Outros horménios intervém na ti- redide, pancreas e cértex supra-renal Paratiresides, timo e epifise. — As paratiredides situam-se na parte pos: terior da tiredide e controlam as pro- porgoes de cdicio e fésforo no organis- mo. O timo e a epifise sio glandulas de acao ainda duvidosa; 0 timo parece controlar o primeiro crescimento geral e genital, enquanto que a epifise parece bloquear o desenvolvimento somatico © das glandulas genitais. Estudo da fotossintese A fotossintese é 0 processo que transforma 0 gas carbénico do ar ou © dissolvido na Agua em carbono or- ganico. Uma das substancias organicas por ela formada é a glicose, que é ar. mazenada sob forma de amido. Assim hd experiéncias que demonstram ser o amido resultante da fotossintese: cobre- se uma parte de folha verde com pa- pel metalico (papel de cigarros) e apés algumas horas de exposicao ao sol re- tira-se-a do vegetal, descolore-se-a pelo Alcool etilico aquecido e mergulha-se- a em solucio aquosa de iddo: a fragao foliar exposta a luz toma cor azul ¢ racteristica, ao passo que a parte nao exposta (coberta com o papel) continua incolor. As radiagoes vermelhas séo as de maior eficiéncia fotossintética, con- forme experiéncias feitas com Flodea. A clorofila é a substancia capacitada para absorver as radiacdes luminosas, e é cla que empresta a cor verde aos vegetais, Seu espectro de absorgéo & mais amplo na faixa do vermelho. Duas sao as reagdes de fotossintese, do ponto de vista moderno: a) Reagdo luminosa, na qual a clorofila é ativada pelos fotons, e a agua, dissociada em seus componentes. O hidrogénio resul- tante passa ao trifosfopiridinenucled- tide (TPN), dando TPNH,; 0 oxigénio desprende-se, ¢ a energia € acumulada sob forma de ATP. Neste processo a clorofila perde elétrons, que, em cir- cuito fechado, voltam depois a ela atra- vés de um citocromo. As reagGes rea- lizam-se no cloroplasto, e nela inter- vém, ainda, a vitamina K, um coénzi- ma com riboflavina e um citocromo; a temperatura nao influe no processo. b) Reagdo da obscuridade. Nesta fase, © CO, é transformado em carbono or- ganico, para o que é utilizada a ener- gia obtida na reagdo iuminosa. Esta reacdo é feita gradativamente: 0 CO, combina-se com a ribulose difosfato, dando dcido fosfoglicérico, substancia presente j4 na glicdlise € que pode originar uma hexose seguindo 0 ca- minho inverso daquela. Compde-se as- sim um ciclo fechado que regenera continuamente a ribulose difosfato, € também se formam moléculas de hexo- ses. A reagio obscura abrange um con- junto de reagées quimicas cujas velo- cidades so injluenciadas pela tempe- ratura, A radiacio verde nao tem agao sobre a fotossintese: ¢ a razdo da cor da clorofila. —_ ‘ ' 4 Attas de BIOLOGIA | POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA 4 Num FOTOSSINTESE (> Luz verde we () “* ctonorita | ¢ are 2H, 0 citocgomo Tr WD TPN ty NSO hé fotossintese. eee eta are < . 2 * ENZIMA RIBOFLAVINICy Vé-s0, no ospectro, ampla absorgdo, das rodiacdes ver: tmethos pala clorot A reagdo luminos ativa a cloro- fila, que perde eléctrons. | ‘A luz yermelha inicio o des- 460® ete oo a sO HOW 1 | + co, ——______» 2n-c-on Mes. ee . @ Acido fostogli Fixagiio do CO,, formando-se dcido fosfoglicérico, produto também de glicdlise A lémina impede a acéo 2 da luz. REACKO DA (OBSCURIDADE ‘ad | we A ribulose difostato se regenera, 0 © amido 6 0 produto nor que permite ocontinuidadedo ciclo. mal da fotossintese. Ciclos do C,N,SeP Ciclo do carbono.—A_fotossintese converte 0 carbono inorganico em or- ganico, formando matéria vegetal, que passa depois aos animais herbivoros ¢, finalmente, aos carnivoros. Volta ou- tra vez & forma de carbono inorganico pela morte e decomposicio dos séres vivos, na qual tomam parte decisiva as bactérias do solo. A passagem cons- tante de carbono inorganico a orga- nico, e vice-versa, sé & possivel gra- as energia solar, que movimenta o ciclo. O desgaste de energia durante o proceso traduz-se nos fendmenos pré- prios da vida. Ciclo do nitrogénio, — As plantas ver- des absorvem, além do carbono, o ni- trogénio sob forma de nitratos. O ni- trogénio é um dos componentes fun- damentais dos aminodcidos. Os animais recebem 0 nitrogénio das plantas e, por morte e putrefagdo, causada pelas bactérias, devolvem-no como amoniaco ao solo. © amoniaco é posteriormente transformado em nitritos que, por sua vez, originam os nitratos (ba: trificantes). O nitrogénio do ar at- mosférico é utilizado diretamente por certas bactérias que, via de regra, as- sociam-se a ra(zes das Leguminosas (Micorrizas). Ciclo do enxéfre.—As plantas ver- des incorporam o enxfre sob forma de sulfatos que, na assimilacao, reduz- se ao radical sulfidrila SH, parte in- inte do aminodcido cisteina, pre- sente em todas as proteinas. Passa assim aos animais e, na putrefagao, as bactérias devolvem-no como dcido sul- fidrico. As bactérias sulfurosas encar- regam-se da oxidacao do Acido supra citado, convertendo-o em dcido sulfi- rico e sulfato, capazes de reiniciar o ciclo Ciclo do fésforo.—O fésforo pro- vém da apatita, mineral magmitico. As Aguas dissolvem-no, e as raizes dos getais clorofilados absorvem-no. O fosforo ¢ de extraordindria importan- cia; 0 armazenamento de energia faz- se no composto fosfatado ATP (adeno- sina trifosfato). O ciclo do fésforo tem como caracteristica estar sempre rodea- do de atmosfera de oxigénio. (Continuagdo da ldmina D/2.) volvem-se no niicleo das células, en- quanto que os virus poliédricos cito- plasmdticos apenas se formam no cito- plasma, ¢ até hoje sé foram encontra- dos nas células intestinais. A seletividade dos virus por deter- minados 6rgios ou tecidos animais foi © ponto de partida para uma tentativa de classificé-los. Como virus causado- res de doengas no homem citamos: 0 do. sarampo, variola, gripe e poliomie- lite. Ha também os virus de bactéri: ou bacteriéfagos. (Continuagdo da lamina E/3.) bulos brancos), encontrando-se também no tecido conjuntivo, no figado © no tecido nervoso. Fagocitam as células mortas ou degeneradas. Os hemoleuc citos dividem-se em trés classes con- forme as respectivas granulacdes se tinjam com corantes neutros, acidos ou basicos: neutrofilos, acidéfilos © ba- sdfilos. Os primeiros formam 71%, os acid6filos 2% e os baséfilos 05%. As plaquetas, também chamadas trombé- citos, sao anucleadas. Hé 250.000 por milimetro ciibico no homem; sao atuantes na coagulacéo do sangue e sao considerados por alguns como frag- mentos de células gigantes da medula vermelha. Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA CICLOS DO C, S, N, e P foncadeia o ciclo.” @ Bactérios Prizobivm MR Nitrogénio cetmestérico Cielo do carbone. Ciclo do nitrogénio, Sulfobactériog ‘Mundo vegetal | SN Sadia & Hactérios que vedvzem 0 fesforo integra 0 ciclo sob 0 forme Ciclo do fésforo. Hactarios Plontas @ Morte ¢ restos de ‘animals ¢ plantas Cielo do enxéfre. APARELHO DIGESTIVO ‘0, pela qual ha intercém- bio continuo de matéria e energia com. © exterior, é um fendmeno exclusivo dos séres vivos, Nos séres autétrofos, as substancias incorporadas sao exclu- sivamente minerais. Os heterstrofos in- corporam as organicas, nas quais 0 carbono ¢ a base do edificio vivo. Ja que a matéria alimentar dos vegetais verdes é constituida pelos minerais tomados do solo em solugdo na Agua, nao tém éles necessidade de drgdos es- peciais para a transformagio dos ali- mentos. No caso dos animais, porém, uma vez que sao heterdtrofos, aquela necessidade existe, pois como organis- mo de andlise hao de desdobrar as substancias em seus componentes mais simples antes de assimilélas; a si quéncia dessas transformacées const tue, em conjunto, a digestdo. Vactiolos digestivos.—Os _animais unicelulares de vida livre retiram do meio ambiente as particulas alimenta- res, j4 por pseuddpodes, que podem aparecer indiferentemente em qual- quer parte da célula (ameba), ja pelo citdstoma, que serve de entrada, tal qual béca (protozoarios ciliados). O alimento fica englobado ao citoplas- ma e contido no vactiolo digestivo, ‘onde atuam os sucos digestivos, isto ¢, enzimas capazes de desdobrar as mo- Iéculas em seus componentes elemen- tares. Cavidade digestiva. — Nos Meta- zoatios, a partir dos Celentéreos (hi: dra, por exemplo), aparece j4 uma ca- vidade permanente revestida por célu- las especializadas na digestéo e ab- sorgao dos alimentos. Tubo digestivo. — O aperfeicoamento da atividade digestiva condiciona o fAparecimento de uma cavidade com duas aberturas, béca (que serve para entrada) e dnus (que serve de saida as substancias nao absorvidas). Forma-se, déste modo, o tubo digestivo, com di- versas modificacdes. Nas minhocas, o aparelho digestivo é simples, ¢ redu- zido a um tubo, com dilatagdes em al- gumas zonas. Na sanguessuga, éste tubo possue prolongamentos laterais cha- mados cecos digestivos. Nos vertebra- dos 0 aparélho digestivo alcanga gran- de diferenciacao morfolégica, com ér- gaos distintos que, do mesmo modo que as glandulas anexas, adquirem as- pectos morfoldgicos peculiares. Aparelho digestivo humano. —Com- preende o tubo digestivo propriamente dito e as gldndulas anexas. O primeiro consta de: béca, faringe, esdfago, e: témago e intestinos, As glandulas ane- xas sio: gldndulas salivares, figado ¢ pancreas. Os orgios abdominais pren- dem-se a esta parte do corpo pela membrana denominada periténeo (com- posta de 2 folhetos: parietal ¢ vi ceral). Béca,—E limitada pelas_ mandibu- las e labios e revestida pela mucosa bucal. Na béca estéo a lingua, orgao musculoso, e os dentes, pecas rigidas implantadas em alvéolos. Os dentes, com ajuda da lingua, trituram os ali- mentos com a objetivo de facilitar a digestio. Ha trés tipos de dentes, com fungdes préprias: incisivos, de coroa comprimida e cortante; caninos, de coroa pontiaguda para dilacerar, e mo- lares, de coroa ampla para amassar os alimentos, © homem (e a maior parte dos mamiferos) tem duas denti- cGes sucessivas: a de leite (2 incisi- vos, 1 canino e 2 premolares, em cada metade do maxilar), e a definitiva (2 incisivos, 1 canino, 2 premolares e 3 molares). Os premolares apresentam ‘a coroa com dois tubérculos, enquanto que os molares apresentam-na com quatro. A formula dentaria do homem € 2.1.23 21.23 © numerador assinala o nimero de dentes da metade do maxilar supe- rior; © denominador indica o mesmo com vistas ao maxilar inferior. Faringe.—Atras da boca esta a fa- ringe, que se comunica com o esdfago. Nela abrem-se as duas trompas de Eus- tdquio, que conduzem ao ouvido médio. Eséfago.—# 0 tubo que comunica a faringe com o estémago, atravessan- do o diafrégma. Mede uns 25 cm. de comprimento, e as paredes possuem fibras musculares que produzem mo- Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA ORGAOS DA DIGESTAO Diotmea Vociolo pels Canal cisco Gléndvla parstide Canal colédoce Ampola Gi. sublingual Pancreas Gi. submoxitor Covidade dige onal de Wirsung | Ex6fago — Cérdie i Figode Estomago f A hidra @ os demais colentéreos tém cavi- dade digestiva permanente. Glandula de Leberkibn Voro Quillfero a cha > Muscuigtura \ tonsvatsal twdtove longitudinal Apindice vermiculor vimentos peristdlticos de modo a per- mitir o avango do alimento em dire- Gao ao estomago. stémago. — E revestido interna. mente pela mucosa gastrica, onde tio as células calicijormes, secretoras de mucus lubrificante. Ha, ainda, as glandulas secretoras do suco gdstrico, constituido pela pepsina e dcido clori- drico. Intestinos. — Ao estémago segue-se 0 intestino delgado, cujas paredes tem numerosas vilosidades intestinais. Se guelhe 0 intestino grosso, que termi- na no dnus; éste, fechado pelo respec- tivo esfincter, permite a saida das fe- zes ou excrementos Glandulas anexas do tubo digesti- yo.—Sao as gldndulas salivares, que se abrem na bdca; 0 figado e 0 pan- creas, que se abrem no duodeno. Digestéo dos alimentos De todos os alimentos ingeridos pelo homem, apenas os sais minerais, a Agua, as vitaminas e a glicose sio ca- pazes de atravessar a mucosa intesti nal sem sofrer digestio prévia. Os demais alimentos sofrem a acdo dos sucos digestivos através as enzimas neles dissolvidas, passando em cada um dos diversos érgaos em que expe rimentam transformacao parcial até atingir 0 intestino delgado, no qual se completa a digestao. Mastigacio ¢ insalivagao. —Na boca os alimentos reduzem-se a particulas (digestaéo mecanica), ao mesmo tempo em que se misturam com a saliva, que, por meio da ptialina (enzima do tipo amilase) transforma o amido em mal- tose. A mucina integra também a sa- liva, que facilita a deglutigao, isto é, ‘a deslisamento dos alimentos em di- regdo ao estémago. gdstrica ou estomacal. ‘© suco gdsirico age so- Digestdo No estomago, bre os alimentos. Este suco possue dcido cloridrico e pepsina, atuando esta como protease e desdobrando os al- buminoides em polipeptideos ou pep: tonas. As restantes categorias de ali. mentos nao sao alteradas pelo suco gastrico. Quimo € 0 liquido Acido pro- duto da digestéo estomacal Digestao intestinal.— No _intestino delgado completa-se a digestao de to- dos os alimentos. Nesse trato digestivo agem o suco pancredtico, a bile © 0 suco intestinal. Quilo é entao 0 produto final dessa digestao intestinal. Com: pdem 0 suco pancreatico os seguintes enzimas: uma amilase, que desdobra © amido em maltose; uma lipase, que transforma as gorduras em glicerina e Acidos graxos; a tripsina, que continua © trabalho da pepsina no estémago, digerindo os albuminoides e peptonas em tripeptidios e dipeptidios. A trip- sina é secretada pelo pancreas sob subs: ncia, posteriormente, por agio da enteroquinase do suco intestinal, con- verte-se em tripsina. forma de tripsinogénio, ¢ esta A erepsina do suco entérico desdo- bra os tri e dipeptidios em aminodci- dos, com o que termina a digestio das proteinas. A maltase, invertase e lac- tase digerem os correspondentes dissa- carideos. O papel da bile ¢ 0 de emul sionar as gorduras a fim de que sejam mais facilmente atacadas pela lipase. Igualmente neutraliza a acidez do qui- mo. O intestino grosso nao secreta suco digestivo. Nele os alimentos demoram ainda algum tempo, durante o qual continua a digestao iniciada na por- ao delgada. Plantas carnivoras. — Sao_vegetais clorofilados que capturam pequenos animais e Ihe digerem as proteinas por meio de sucos, com o que apro- visionam-se do nitrogénio de que ne cessitam, j4 que, em regra, vivem em meios carentes desse mineral. Com vis: tas ao carbono, sao autétrofas. POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA, ea muscipula, plan y N} At tas de BIOLOGIA NUTRICAO PLANTAS CARNIVORAS: FISIOLOGIA DA DIGESTAO folhas sao auténticas armadithas. o Mindcias da captura de um inseto. As plan- tos carnivoras vivem em solos pobres de nitrogénio. carnivora da América do AY ‘osera rotundifolia, planta carnivora cujos pélos glandulares sao verdadeiros ten- jam vitimas, Podem capturar 2.000 moscas ® insefos durante overdo. Sdo encon. do norte da Espanha, LIQUIDOS CIRCULANTES Os animais mais simples vivem na Agua, que Ihe envolve as células, ¢ da qual retiram os alimentos e na qual, do mesmo modo, vertem os produtos de excrecao. Os animais superiores, na medida em que aumentam a respectiva massa e€ se dilerenciam em estruturas, necessitam de um meio interno liquido capaz de rapidamente oxigenar as c lulas, alimenta-las e delas recolher as dejegdes resultantes do catabolismo. Essas excregdes so finalmente elimi nadas do organismo através dos pul- mées (respiracdo, CO.) ¢ dos rins. Formacao dos gldbulos sanguineos— Esta fungao estd entregue, nos verte- brados, ao sangue, que, igualmente, de- fende © organismo de invades micro- bianas. Nos invertebrados cabe a hemo- linfa papel semethante. A vida dos glé- bulos vermelhos é, em média, de 46 dias, enquanto que a dos leucécitos plaquetas é de 3a 4 dias. Compreende- se entao que éstes elementos hao de se formar continuamente, como tam- bém continuamente sao destruidos. De- nomina-se hematopoese & sintese dos glébulos sanguineos, que, como se de- preende, abrange a eritropoiese (for- macdo de glébulos vermelhos ou he- micias) e a leucopoiese (formacao de globulos brancos ou leucécitos). A hematopoiese realiza-se na medula 6ssea, Analogamente, hematdlise ¢ a destrui¢ao dos gidbulos mortos, e se realiza principalmente no figado baco. Qs linfécitos, ao contrario dos de- mais glébulos brancos, formam-se no bago € ganglios linfaticos. O ba um 6rgao de cor vermelho-escura si- tuado no abdomen, na altura do rim esquerdo, Na medula dssea hd celulas_primé- rias ou hemocitoblastos que dao ori- gem aos granuldcitos, critrécitos e me- gacaridcitos. No ff{gado destrocm-se os globulos vermelhos com liberagao de colesterina, integrante das membranas daqueles glébulos. Essa substancia é eliminada pela bile. A hemoglobina transforma-se no pigmento bilirubina, que igualmente & eliminada pela bile, ao passo que o ferro fica armazenado, no figado. Plasma intersticial e linfa.—O plas- ma intersticial banha os tecidos ani- mais e ¢ formado pela exsudaco de plasma dos capilares sanguineos e lin- focitos. O plasma intersticial penetra nos vasos linfaticos, pelos quais circu- la, constituindo a linfa, que, finalmen- te, se mistura com o sangue. O san- gue, a linfa e o plasma intersticial cons- tituem 0 meio interno. Coagulagio do sangue.—Uma vez que o meio interno dos. animais com- poe-se de liquidos circulantes, com- preende-se que existam mecanismos que impecam sua saida em caso de feri- mento, Esses mecanismos sao variados. Em alguns casos o ferimento ¢ fechado pelo acimulo de células do liquide circulante, formando-se uma massa ho- mogénea que evita a hemorragia, como no caso dos Equinodermas; outras v zes sao os musculos préximos da lesdo que se contraem, fechando-a (nos Mo- luscos), embora 0 liquido se coagule em contacto com a superficie trauma- tizada (nos Vertebrados). As plaquetas transportam um sensibilizador, a trom- boquinase, que se liberta quando aque- las atingem os bordos do ferimento; a tromboquinase combina-se com o trom- bogénio do plasma sanguineo, bem como com o calcio, dando origem a trombina que, por sua vez, transfor- ma 0 fibrinogénio em fibrina. Esta é insoltivel e se precipita, fechando a fe- rida: Anticorpos sanguineos. — Quando o organismo ¢ invadido por agentes es- tranhos, quer patogénicos ou nao, vale- se da defesa quimica, encarregada de precipitar ou destruir as substancias danosas, além da defesa celular a car- go dos leucdécitos. A defesa quimica é¢ efetuada pelos anticorpos, que perten- cem ao grupo das globulinas do plasma sanguineo e que se opdem as substan- cias danosas citadas, ou antigenos. Em presenca déstes, os anticorpos provo- cam aglutinacdo, e inclusive lise (disso- lugav) dos mesmos. Quando se injcta soro de pinto em coelho provocase a formagaéo de anticorpos anti-pinto. Quando se introduz 0 séro do coelho no de pinto, éste precipita, O séro de peru apenas turva ligeiramente, ao passo que o de pombo permanece transparente. Ha, pois, grande especifi- cidade dos anticorpos. ee Se ee eee eee Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE. ‘DE CIENCIAS DE | Mieke eos PS SANGUE E GRUPOS SANGUINEOS aK ‘Medula vermetho Ltevcécito basétilo O= tees © Leucs ecid6filo G3 ee oettone aa Linfécito —- (Ag \¥d Gangito lintétice Megacariécitos Soh atts : Tomboavinone Coda Trestle Tombina Goagulaedo do tongues, plaqueta com trom Spaalgo do onguno logue com romboqsinoses| trombogén aoe Sais | SoA stro GPE orp ee ge [any a Lo TE ja Fe) ala af Pe to precipita; | © ss 2, olde cao, com nc ee Henot ica Ma, estrae-se o s6ro de pinto dade eo de vi s ales @ no coelho b; éste Pombo, 3, sem pees) bee se cea labora ant Foose eae fomono, “w"evinee Glébutos Se vermehor ‘do filho ‘que postom ‘00 songve materne do fitho Sea mulher 6 Rh va e 0 marido positive, os 10s Rh positives tém Pouca chance de sobrevi- véncia|excetoo primeira). Casamento omaque os dois do Rh nagativos.Nenkom Prabloma para'os flhos. Na segunda gestasao pode haver abérto. iM Grupos sanguineos.— Os anticorpos armazenados no plasma sanguineo sao, em geral, produto da acéio de um an- tigeno sobre o organismo. Hé, sem dui- vida, os anticorpos naturais, normal- mente elaborados, como se viu em alguns casos de transfusio sanguinea, nos quais poderiam ocorrer conse- quéncias nefastas. A incompatibilidade sanguinea deve-se ao fato de que 0 receptor (o plasma) possue um anti- corpo, ou aglutinina, que reage com um antigeno, ou aglutindgeno, das he- macias do doador. Nos eritrécitos hu- manos dois so os aglutinégenos en- contrados: A e B; no plasma pode haver duas aglutininas: a (ou anti A) eb (ou anti B). Uma pessoa que te- nha nas heméacias o aglutinégeno A nao pode ter no plasma a aglutinina a. Esta condigdo possibilita a existéncia de quatro grupos sanguineos humanos, a saber: grupo 0 (zero), sem aglutind- genos, mas com as duas aglutininas no plasma; grupo A, com aglutinégeno A nas hemacias ¢ aglutinina b no_plas- ma; grupo B, com aglutinogeno B nas hemécias e aglutinina a no plasma; grupo AB, com os dois aglutindge- nos A e B nas hemdcias e sem aglu- tininas no plasma. No quadro anexo pode-se observar que as pessoas do grupo 0 (zero) sio doadoras univer- sais, pois seus glébulos vermelhos nao se aglutinam em nenhuma hipétese; ao contrario, nado podem receber sangue de outro grupo por possuirem as duas aglutininas a e b no plasma. As pes soas do grupo AB sio recepioras uni- versais, embora s6 possam doar sangue as pessoas de seu grupo. © antigeno Rh ou rhesus € assim denominado em virtude de ter sido 0 correspondente anticorpo descoberto ‘em coelhos ¢ cobaias nos quais se in- jetou eritrécitos do macaco Rhesus. ‘As hemacias das pessoas Rit + agluti- nam-se em presenca da aglutinina anti- Rh do soro sanguineo do macaco Rhesus. Quando se injetam antige- nos Rh num individuo Rh negativo, isto é, em pessoa carente destas pro- teinas, formam-se anticorpos Rh no plasma da pessoa receptora, Uma se- gunda injecdo de sangue com antige- no Rh na mesma pessoa provoca um choque, e inclusive a morte, por aglu- tinacaio causada pela formacao de aglu- tininas ¢ lisinas. ste fato é de grande importancia nos casamentos em que a mulher é Rh negativa e o marido Rh positivo. O fator Rh + é o dominante, e, consequentemente, os filhos daquele matriménio serao positives. Durante a primeira gestacao, alguns eritrécitos do filho, portadores do antigeno. Rh, passam ao sangue materno, provocando a formagao, néste, de anticorpos Rh (anti Rh). Mesmo assim, 0 filho so- brevive. Na segunda gestacdo os anti- corpos maternos atravessam a placenta e entram na circulacé do feto, des- truindo-lhe as hemécias, com conse- quéncias geralmente mortais e abérto (eritroblastose). Circulagao Nos animais inferiores (como na minhoca) 0 aparélho circulatorio cons- ta de um vaso dorsal contrdtil, no qual a circulagdo se efetua de tras para frente. Neste vaso ha dilatagdes que servem de coracao. Ha também um vaso ventral no qual o liquido circula da frente para tras. O coracgao vai se diferenciando na escala zoolégica, apa- recendo nos Moluscos como érgao bem definido, de paredes musculosas, ao mesmo tempo que se observa um sis- tema de vasos com uma aorta que sai do ventriculo. Nos vertebrados, desen- volve-se 0 sistema linfatico ao lado do vascular sanguineo. Aquéle recolhe © plasma intersticial, que, enriquecido pelos elementos celulares’ fagocitarios, banha os tecidos. O sistema linfatico desemboca em veias. O coragéo humano, j4 bastante di- ferenciado (o dos Vertebrados em ge- ral), também é dotado de automatis- mo gracas ao fecido nodal, represen: tado pelos nédulos de Keith e Flack na auricula direita e pelo de Tawara no tabique interauricular, pelos quais contrae-se_espontaneamente. Distribuicao dos alimentos. —A cii culacdo sanguinea encarrega-se de dis tribuir os alimentos absorvidos no in- testino. Na propria mucosa intestinal sdo sintetizadas as gorduras as expen- sas da glicerina e acidos graxos, que passam aos vasos quiliferos através das vilosidades intestinais. Os vasos quili- feros sio capilares linfaticos incum| dos de conduzir a emulséo gordurosa cisterna de Pecquet, passando dai ao canal toracico, e posteriormente a veia (Conclue na lamina G/2.) Atlas de BIOLOGIA wn 9 | POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA CIRCULAGAO SANGUINEA E LINFATICA Vato dorsal Cavidade pulmoner Voto ventral Coragao songve oxigenade Corte transversal de um poliqueto mostrando a Eirculacao. Voro dorsot Voro ventral O sangue oxigenado tem cér azul devido ao pigmento respiratério hemocianina. ven __ Nédulo de eral wens Fock Noaivataes,c Nédole de Tewera quetos hd dois va- ee eee inferior —~ Fasciculo de His principals. Canal tordcico Distribueso do tect, Boteimance “82 bréavie-etéico Grande velo" Natatiee Subclévio direita /: / Aorta / Wonce Veiar pulmanores Circulagae arterial. ORGAOS DA RESPIRAGAO As substancias alimentares absorvi- das formam, em principio, ua_massa prépria, processo que pressupée des- gaste de energia, que se obtém dessas mesmas substancias, especialmente dos glucidios ¢ lipidios. Analogamente, o funcionamento dos dr; sumo de energia: as raizes necessitam dela para retirar os sais minerais do solo; 0 coracdo requer poténcia para impulsionar 0 sangue por todo o cor- po; 0 deslocamento dos animais supde também desgaste energético; conse- quéntemente, tanto para formacao do préprio corpo como para execucao das fungoes, 0 sér vivo consome energia. Os alimentos, especialmente 0s lipidios ¢ glicidios, sao os fornece- dores dessa energia. Esta é obtida ge- ralmente pela queima, isto é, por com- binacio com o oxigénio, fendmeno que constitue a respiracdo, e cujos produtos sao a agua _e o gas carbonico, deje- ges aproveitadas pela planta (fungao clorofiliana.) Este tipo de respiracao de- nomina-se aerdbia. Ha determinados or- ganismos que liberam a energia contida nos alimentos por outras vias dife- rentes, como, por exemplo, no caso das leveduras e vermes intestinais (té- nia). Estes organismos prescindem do oxigénio para viver, decompondo os ali- mentos por processo de fermentacao, isto ¢, processo respiratério sem oxi- énio: € a respiracao anaerdbia. Respiracéo nos animais.—Nos ani- mais inferiores ndo ha érgaos especiais destinados a absorgao do oxigénio: té- das as células corpéreas retiram-no indistintamente da Agua em que esta dissolvido, na qual também langam © CO, resultante, A falta de aparelho respiratorio implica na auséncia de sis- tema circulatorio. Nos Anelideos, a pele est4 adaptada ao intercambio de gases: € ricamente vascularizada, propiciando uma intensa respiracdo cutdnea, Esta modalidade spiratéria é muito impor- tante no rei as ras tém-na fio desenvolvida que até podem viver sem pulmées por tempo relativamente longo. As branquias, as traquéias e os pul- mées representam um maior grau de aperfeigoamento. As primeiras sao expansoes folidceas ou filamentosas ramificadas, em cujo interior a circulacéo sanguinea é abun- dante; aparecem nos organismos aqué- ticos. Nos poliquetos sedentarios, as branquias, formadas por tentaculos ra- mificados, situam-se na extremidade ce- félica. Nos crustaceos inferiores apa- recem como apéndices laminares em continuo movimento. Nos moluscos e crustaceos superiores, as branquias sao protegidas por uma dobra da pele que forma a cavidade branquial. Nos ver- tebrados de respiragao branquial, como nos peixes, a agua entra pela boca, €, depois de atravessar 0 tubo e a pa- rede do corpo, sai pelas fendas bran- quiais, em cujas paredes estao as la minas_branquiai: As traquéias sao constituidas por um sistema de tubos ramificados por todo © interior do corpo do animal, As ulti mas ramificacées estao em contacto com as células, onde se da o intercam- bio gasoso. As traquéias abrem-se_no exterior por orificios, ou estigmas. Séo proprias de animais de respiracao aérea, como os insetos e aracnideos. A ventilagao € feita por contragoes rit- micas dos musculos do corpo. Os pulmdes sdo dilatacbes vesicu- losas da parede da faringe, mais ou icadas. Os gastrépodos ter- como o caramujo, tem a cavi- dade paleal tao vascularizada que pode funcionar como pulmao. Os pulmées itiram aos vertebrados a conquis- ta do meio aéreo. Aparelho réspiratério humano. — Inicia-se com a laringe, érgio fona- dor; continua-se com a traquéia, que desce ao lado do esdfago. A traquéia bifurca-se em brénquios, cada um dos quais penetra em um pulmo, onde se estende em varias diregdes, formando. a drvore brénquica. Os ultimos bron- quios ramificam-se em bronquiolos, em cujas extremidades aparecem dilata- ges, ou vesiculas pulmonares. As pa- redes destas, em forma de racimos, constituem os alvéolos pulmonares. POR A.DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA : Atlas de BIOLOGIA Aparélho estomatico para cdmbia de gases nos vegetais. nticela para respiracdo dos cau- lenhosos (b]; em (a), corte de lonticela. ORGAOS DA RESPIRACAO = J principio as cenouras res- Respirocdo ancersbio _pirayy (fase aerobic! A respiragdo anaerébia substitue a aerébia com desprendimento de abun- ante CO>. A respirago onaerébie produz desnivel ha coluna. Methhnges Os peixes respiram por branquias. A minhoca tem radio cuténea. Sistema traquecl, do gafanhoto. A traquéia leva 0 O; diretamente ‘0s tocidos. \icias das trocas Totam-so « formam for vesicvlos pul- Representacéio de 2 vesiculas com Caracol com cavidade _respeciivos alvéolos em cuja su- pulmonar aberta (a). _perficie o sangue se oxigena. Metabolismo A digestéo desintegra as particulas alimentares, e a circulagao desobriga-se de leva-las até as células, fazendo com que penetrem no citoplasma, ficando a respiracao. encarregada de proporcio- nar o oxigénio necessario a liberacdo de energia contida nos elementos nu- tritivos. A célula utiliza éstes alimen- tos na manutencao ou aumento de sua propria substancia, assim como para realizar as suas atividades; do mesmo modo, por degradacao, libera deles a energia. O conjunto dessas transfor- magoes da matéria constitue 0 meta- bolismo, caracterizado sempre pelos en- zimas. Os fenémenos de destruicao ou degradacdo compéem 0 catabolismo, e os de construcdo-sintese compoem o anabolismo. Entre os dois estabelece-se um equilibrio que justifica a frase de Claude Bernard: «A vida é a morte». Metabolismo dos glucidios.—A gli- cose que entra no organismo é arma- zenada no figado sob forma de glico- génio. Conforme as necesidades, 0 fi- gado cede-a ao sangue. A glicose ¢ 0 alimento hidrocarbonado por excelén- cia, e sua degradacao, ou catabolismo, em presencd do oxigénio, obedece & seguinte reacéo: C.H,,0,+60; + 6CO.+ +6H,0-+674 Cal. Esta é a representa- go global do processo que se realiza por etapas. E a reagdo inversa a fo- tossintese. Sintese do ATP.—A propor¢ao que se produz energia na degradacio da glicose, ela vai se armazenando no ADP, que passa a ATP. Cada molécula de ATP armazena 8 calorias. O catabo- lismo da glicose compreende duas fa- ses principais: a primeira, glicdlise, consiste no desdobramento de uma mo- Iécula de glicose em duas de Acido piravico (CH,—CO—COOH) com forma- cdo de mais duas moléculas de ATP e passagem do DPN a DPNH,; a se- gunda compreende dois caminhos: se ha oxigénio no meio (fase aerdbia), o Acido pirdvico € totalmente oxidado, formando-se CO, e H,O e produzindo 36 ATP; se ndo ha oxigénio (fase anaé: rébia) 0 hidrogénio do DPNH, passa ao acido pirtivico, que assim se trans- forma em dcido latico (CH.—CHOH- COOH) no caso da célula animal. Na célula vegetal o Acido pirivico passa a aldeido acético (CH,CHO) e a Alcool etilico (CH,CH.OH), como se verifica na estampa G2. Na Oxidagao completa da glicose. fase aerdbia 0 hidrogénio do DPNH, transfere-se ao oxigénio e 0 dcido pi- ravico combina-se com 0 coenzima A, ds do acetilcoenzima A, com interven- do DPN, que passa a DPNH.. O acetilcoenzima A penetra entdo no ci- clo alimentado pelo Acido citrico —ciclo de Krebs, onde é completamente oxi dado—. Na oxidacio da glicose origi- namse 12DPNH., e a oxidacéo de cada DNPH, produz 57 cal. (DPNH.+'/.0.+ »DPN +H,0-+57 cal.). Cada DPNH, oxi- dada origina 3 ATP, com perda de 27 calorias sob forma de calor. Metabolismo de lipidios e protidios. As gorduras séo catabolizadas e in- corporadas ao ciclo de Krebs. No seu anabolismo intervem o coenzima A (Co A—SH), que incorpora dcidos gra- xos & glicerina, Na degradacao dos pro- tidios forma-se amoniaco, que, nos ma- miferos, transforma-se, no figado, em uréia, que é excretada pela urina (NH, + CO, + 2 ATP + H,NCONH, + +2 ADP +2 P). No catabolismo dos acidos nucleicos origina-se 0 Acido trico, que fesulta da oxidagao das bases puricas integrantes dos citados Acidos nucleicos. (Continuacdo da lamina F/9) sub-clivia esquerda. O restante do quilo é absorvido pelos capilares sanguineos das vilosidades intestinais. Dai passa ao figado por meio da veia porta. No figado, a_glicose (em_virtude da funcao glicogénica) converte-se em glicogénio. iad Zz -—_e & = eS — a a lh lh le a | ba rr : — a eS = — SS —, — = Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA nee) METABOLISMO Glicor 16.0) Ciclo de Krebs ov do écideci ony C=O}DPN + Coa — SHH ‘coon dcido pirévico reage com © cognzima A e forma ace- ileoénzima. My ° 2 CES—CoA + CO, + DPN, ° Hye C= ON +CoA—S—C—R NPC OH + Coa — He CON Con — Sistese de um lipidio a partir da glicerina. ALCOOL ETILICO cH3 ¢ HJOH H H, COP co H, € OF DE FRUTOSE ALDEIDO FOSFOGLICERICO 3 DIFOSFATO 1.5 CH, OP 2HC OH ‘EHS, 2 DeNH, 20PN € OOH - ‘AtDE[DO Acérico CHO 20, ACIDO LATICO CH, CH, OH = HO CH a 3 ae ATP ADP cor RICO 2p 3 2DPNH, 2 DPN 202NH, 2,DPN 10 ¢ Cok —____ 10 FOSFATO-6 DE FRUTOSE H COH H COH CH, OP 2HCOH c=0 OP. C Hy. c=0 cio. RUVICO AciDo 1-3 DIFOSFOGuIC! Cc OH H, CO—P 2ATP 2 ADP 2 ADP 2 ATP 9 GLICOLISE FOSFATO-6 DE GLICOSE AciDo FOSFOENOL PIRUVICO CH, c-0P ¢ ooh, ——€¢ 00H ATP ADP ‘CH OP 2HCOH cool ACIDO FOSFOGLICERICO 3 FOSFOGLICERICO 2 7 AciDO CH, OP c-OP ly Fermentacdo da glicose. FUNGOES DE RELAGAO As fungdes de nutricio asseguram aos organismos o intercimbio de ma- téria com o meio ambiente, o que |hes garante a vida. Tais fungoes, entretan- to, nio seriam possiveis sem a pre- senga nos séres vivos de uma capa- cidade de reacio, chamada excitabili- dade, sempre que variam as condices do meio. As reagdes do organismo aos estimulos externos constituem as fun- goes de relacdo.. As bactérias e algas unicelulares, assim como os animais, realizam movimentos locomotores ati- vos em busca de condigdes favoravei de vida. As plantas superiores, fixas ao substrato, também executam movi- mentos (movimentos do caule, folhas, eteétera). Movimentos de érgdos vegetais.— Chamam-se tropismos aos movimentos em que hd relacdéo com a parte do 6rgdo estimulado. Esses movimentos Ppermitem aos 6rgdos dos vegetais fixos orientarem-se de modo permanente no sentido mais adequado a sua vida. Con- forme o agente estimulante, distingui- mos: fototropismo, provocado pela luz; geotropismo, pela gravidade; hidrotro- pismo, pela agua, e quimiotropismo, pelas substancias quimicas. Os caules tém fototropismo positivo. Quando iluminamos lateralmente 0 co- leéptilo de aveia, observamos que éle dirige a extremidade para a luz. Se nele tragarmos pequenos sinais com tinta nanquim comprovaremos que o movimento resulta de crescimento: o lado exposto a luz cresce mais lenta- mente que o voltado para a sombra, provocando uma curvatura no sentido e direcdo da fonte luminosa. Esta rea- ¢ao fototrdépica de crescimento produz- se por alteragéo do horménio de cres- cimento, ou auxina. Evidencia-se éste fenémeno iluminando lateralmente um coledéptilo de aveia e cortando-lhe o pice. Coloca-se 0 coleéptilo sobre um bloco de agar, com uma lamina de mica que o divide em dois, assim como © Apice do coledptilo, separando déste modo a parte iluminada da que havia ficado na obscuridade. Retirando a me- tade do bloco de agar em contacto com a parte nao iluminada, e pondo A esquerda do Apice de um coledptilo decapitado, porém no exposto & luz, observa-se uma curvatura déste em di- recdo ao lugar da iluminagao do pri- meiro coledptilo. No que diz respeito A explicacio do tato, sabe-se que se produz uma diminuicgéo da sensibil dade do plasma para a auxina nas cé- lulas da zona iluminada, com aumento nas da zona de sombra, acompanhado provavelmente de inativagéo da auxina sob acdo da luz, O geotropismo faz com que as plan- tas orientem as raizes na direcio e sentido da gravidade (geotropismo po- sitivo) © os caules no sentido oposto. A explicagao do geotropismo esta, ain- da, na auxina, frente 4 qual as raizes reagem de forma contrdria aos caules, pois, nas primeiras, uma maior con- centracio de horménio inibe o cres- cimento. As nastias sio movimentos transité- rios de certos orgaos vegetais, orien- tados em relagéo com a organizagao dos mesmos. Sao bons exemplos os mo- vimentos fotondsticos de abertura e fechamento de algumas flores. Deslocamentos de organismos unice- lares.— Quando os estimulos deter- minam que o organismo se aproxime ou se afaste do centro estimulante, te- mos as faxias ou tactismos. As quimio- taxias tem grande importancia na na- tureza, posto que tornam possivel o encontro de gametos, uma vez que a concentracdo de substancias quimicas secretadas pelo dvulo atrai os esperma- tozdides. A excitabilidade nos Metazod- rios alcanca grande desenvolvimento com a diferenciacio de células espe- cializadas em captar diferentes estimu- los, formando, em conexao com 0 sis- tema nervoso, os drgdos sensoriais, re- ceptores do estimulo. Estas células pro- piciam as relacdes com 0 mundo exte- rior, cuja base é 0 movimento reflexo, ato involuntério produzido pela trans- formagao de uma excitacdo em reacio, com a intervencao de varios neurénios (dois pelo menos). Quando inconscien- temente tocamos um objeto que quei- ma, produz-se imediatamente a con- tracio dos miisculos do brago, que retiram a mao do objeto: é um mo- vimento reflexo. O reflexo representa © grau mais simples de coordenacao nervosa, segundo Sherrington, e € a base da atividade dos Metazodrios, Atlas de BIOLOGIA POR A.DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIENCIAS DE SALAMANCA EXCITABILIDADE DA MATERIA VIVA TACTISMOS, TROPISMOS E NASTIAS Bir: e No obscuridade (a) o caule cresce muito:4, porém, débil. Em (a] ilumina-se lateralmente um co- Se penetra um raio luminoso, o caule para af se dirige leéptilo de aveia; em (b) decapita-se-o ib). @ coloca-se-o s8bre agar. ty boise 7 v Em (c), macata indlineder 0 cavle do- bravse’e segue a vertical. Se emacela lo cresce verticalmente gira s8bre um eixo horizontal (b], ntido opesto coda gravi. caule ndo dobra; s0 0 giro 6 sobre recdo do eixo (c). ga Aa heal Motade do bloco nao a s Coule Rai | mad Movimentos fotondsti cos das flores. muspo Fototactismo positive do Fuglena e negott vo de Stentor. : Galvanotactismo negative A focundagdo do dvulo rea do Poromascium. o Mrase grages a0 quimio tactismo a le le © er = lh ll bea SS SS Neurinio sensitive | ne génglio \, Sspinht Médula espinhol Misculp Encitacdg — | 7 Reacéd Nevrénio | Nevrénio deassociacdo motor —_— foes = ee ee ee ee ee ee © Biho 60 6. 0 que rece. he 0 estimulo ~— Retina Célules ‘cis: Arco reflexo a, prima REPRODUGAO ASSEXUADA Chega um momento em que as fun- gdes vitais dos individuos decrescem € éles caminham para a morte. As fungdes de reproducdo permitem que uma parte do individuo escape & des- truicéo, assegurando assim a sobre- vivéncia da espécie. Todas as células dos organismos inferiores sio capazes de se reproduzir. A’ medida, porém, que as células se diferenciam, com a divi- so do trabalho, aparecem os drgdos reprodutores, aos quais fica adstrita a formacao das células germinativas, as quais separam-se do organismo forma- dor ¢ originam novos individuos. Estes gérmens so unicelulares, e podem ser gametos ou esporos. Em determinadas condigdes € possivel aos dredos vege- tativos adquirir capacidade reprodutiva através da constituigdo de germens plu- ricelulares formados, portanto, por um conjunto que se desprende e inicia um n6vo sér. Em vista do exposto até aqui temos que a reproducao pode ser: assexuada ou sexuada. Na assexuada © novo sér vivo procede ou de con- juntos de células vegetativas que tém vida independente (reproducdo vegeta- tiva) ou de esporos (esporulacdo). Multiplicacao vegetativa das plantas. Todos os vegetais possuem reproducao vegetativa, sendo que nos inferiores esta facultade ¢ mais acentuada. Os musgos produzem, por exemplo, pro- pdgulos, constituidos por varias células vegetativas que se desprendem e for- mam um névo musgo. Os liquens que recobrem as rochas € arvores consti- tuem sorédios, conjuntos enovelados de hifas do cogumelo com gonidios de certas algas unicelulares; alguns cogu- melos, como o «

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