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EXTE A BRASILEIRA:
1964-1984
nas décadas de 1930 e 1940. A mal"" de tlântico Sul e a Africa Meridional, outro
sua intervenção verificava� em LIês ponto vulnerável da estratégia global do
p:>ntos principais: 1) no plano teórico, Ocidente.
denunciava a geop:>lítica de matri2 ger A marca registrada dessa reflexão era
mânica e esp:>sava uma geop:>lítica pro a rigidez que imputava à bip:>lariZJIção
cessada nos Estados Unidos, que se des do sistema internacionaL Sob essa ótica
tacava pela forte influência realista de maniqueísta, rejeitava a possibilidade
Morgenthau, a qual ele adicionou a te0- de uma opção fora do Ocidente (ciência,
ria cíclico-elitista da história de Arnold democracia e cristianismo) e do mundo
'Ibynbee; 2) S"AS reflexões eram atra comunista (totalitarismo e ateísmo). O
vessadas de alto a baixo pela disputa bloco afro-asiático e os não-alinhados na
ideológica da guerra fria, revelando um da mais representavam do que opções
radical anticomurusmo; e 3) 51135 teses ainda hesitantee pelo comunismo.
geop:>líticas projetavam o Brasil no ce
Semelhante leitura da estrutura do
nário mundial e não mais apenas no
sistema internacional impunha a idéia
continental, conquanto se mantivesse
da inelutabilidade do reconhecimento
perfilado com Travassos no tocante à
da necessária hegemonia norte·ameri·
necessidade do exercício da supremacia
cana sobre o hemisfério. Ainda que tal
continental.
reconhecimento não devesse significar
Seu projeto geop:>lítico objetivava in
completa sujeição aos interesses norte
serir positivamente o Brasil na estraté
americanos, a natural assimetria das·
gia de defesa do Ocidente. Buscava de
sas relações deveria ser deslocada em
monstrar que, ao contrário do que se
favor do Brasil, tornando-<l o aliado
pensava em Washington, o Brasil não
preferencial e, em decorrência, o pólo
era uma área completamente imune à
hegemônico regional.
guerra total que se travava no sistema
No que diz respeito à postulação de
internacional. A fragilidade das suas es
truturas internas tornava-o pelmeável uma cooperação mais substantiva p:>r
Sumariando essas considerações in los rumos tomados pela política externa.
bodutórias, devemos esclarecer que este Da mesma fOl'ma que a sociedade brasi
ensaio não objetiva uma análise comple leira se dividiu perante as opções de
ta de todos os aspectos da política externa organização política e sócio-«x>nômica
no período dos governos militares. Nos que as duas correntes polítõcas antagô
sas pretensões são mais modestas. Pre
nicas ofereciam, dividiu--se em relação às
tendemos táo-somente abordar o desen propostas de política internacional. As
volvimento da política externa no la!"o pre missas que i nfOllla
l vam as percep
de tempo referido, destacando a percep ções do sistema internacional e, conse
ção e a ação política diretamente ligada qüentemente, as definições a respeito
ás linhas estratégicas fixadas pelos mili dos aliados e adversários pareciam, aos
tares brasileiros. olhos das duas forças políticas oponen
tes, mutuamente excludentes. Assim,
política interna e política externa, na
quele momento de confronto, achavam
1. Governo Castelo Branco: a se indissoluvelmente ligadas; haja vista
vitória dos círculos concêntricos a incruenta batalha travada em torno
das relações diplomáticas com o entáo
A política externa brasileira inau jovem regime socialista cubano,7 que
gurada em abril de 1 964, portanto no funcionou como um verdadeiro divisor
início do ciclo dos governos militares, de águas para os defensores da política
representou uma agressiva e radical externa independente e seus inconfor
guinada em relação à política externa mados adversários.
216 ESTUDOS 1�ISTÓR1COS - 1993lt2
papel que o Brasil nele deveria d"""mpe das tensões do tDpo para a base do siste
nhar. Nessa ótica, a corrida armamentllr ma, que transfOlIll8va o Thn::ei ro Mundo
ta e o empate nuclear entre os Estados em área e veículo do confronto.
Unidos e a União Soviética evidenciavam NaAmérica Latina, a inquietação era
a inanidade de lIma estl-atégia de defcs� provocada pela gradativa consolidação
centrada no conceitD de independência da posição de Fidel Castro. O compro
inastrita. Semelhante concepção estaria misso que 08 noJte..american06 ass umi
reservada apenas aos Estados que dispu ram com os soviéticos, de reoonhecer a
sessem de um dispositivo nuclear. Aos legitimidade do regime cubano, criava o
demais, não nuclearizadas, nada lustava risco de fazer de Cuba um pólo gerador
senão resignarse e admitir a ne<R�ida de instabilidade no continente sul-ame
de de operar uma flexibilização do con ricano. Esse desconforto aumentou con
ceitD de independência, de modo a me sideravelmente quando Fidel Castro fez
lhor capacitar-se para lespooder ao de a convocação da III Conferencia de Soli-
, ,
safio "da força subversiva e expansionis dariedade dos Povos da Africa, Aeia e
ta do mundo comunista". Ajustando as América Latina, a denominada Confe
noções e conceitDs da esfera diplomático rencia Tricontinental de Havana, em ja
estratégica à realidade de completa in neiro de 1966, com o objetivo de definir
terdependência da econOlnia capitalista, a agenda da luta revolucionária no Ter
impunha-se, como um imperativo cate ceiro Mundo.
górico, o conceitD de segurança coletiva. No plano extra-continental, a intran
Assim, dispondo-se a <xx>perar com a es qüilidade resultava da incapacidade oor
tratégia de defesa hemisférica coordena te-americana de concluir com rapidez a
da pelos Estados Unidos e, em contrapar gueI'l'B no Vietnã.
tida, acomodandose ao abrigo de seu Daí porque a decisâo do presidente
guarda-chuva nuclear, o Brasil poderia Castelo Branco de romper relações di
ficar imune à agJEssão das forças inimi plomáticas com Cuba, em 13 de maio
gas. A segurança coletiva era, pois, con de 1964. Logo a seguir a essa medida
siderada a condição previa, indispensá de impactD, anunciou-se a disposição
vel, para se caminhar na direção do de da administração norte-americana de
senvolvimentD. O fortalecimentD do p0- Lyndon Johnson de reiniciar o fluxo de
der nacional e, por conseguinte, a am transferência de capitais para o Brasil,
pliação da margem de independência, que havia sido interrompido em 1963.
para atuar confol'me a estratégia maior Na área compreendida pelo primeiro
de defesa dos vaiaras ocidentais , estavam círculo concêntrico, a estratégia governa
condicionados a essa assimétrica relação mental previa lima politica de maior a
de poder com os Estados Unidos. proximação e fortalecimentD dos laços
Aparentemente tal percepção enca diplomátiros. Segundo palavras de Cas
minhava a politica externa brasileira no telo Branco, o governo atribuía particu
sentido contrário ao das tendências do lar importância à integração latino-ame
sistema internacional IstD é, enquantD ricana. Em seu discurso no lnstitutD Rio
os fOImuladOl"" brasileu06 trabalhavam Branco, anunciou que a orientação con·
com uma perspectiva de acirramentD da sistia em:
guel'Ia Cria, no cimo da hierarquia as
dlJQB superpotências encenavam a crise "estreitar em todos 05 campos as re
dos mísseis com a abertura de lIm amplo lações com todos os países, pelo aper
diálogo. Porem, o que agitava o sono feiçoamento da convivência econômi
desses formuladores era o deslocamentD ca e cultural. No que diz respeitD aos
218 ESTUDOS HISTORICOS 1903/12
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Fo.... Interamericana de paz que inter estava ocol'lendo em São Domingw po.
veio na República Dominicana. deria OCOIler em algum país vizinho do
A guel'la civil em São Domingos te Brasil, no Uruguai por exemplo, onde o
ve inicio em 24 de abril de 1965, quan ambiente político estava conturbado e
do militares partidários do ex-presi encontravam",*, exilados importantes lí
dente Juan D. Bosch, deposto pelos delas brasileu06 depostos pelo golpe mi
militares em 1963, após sete meses no litar de 1964.
plder, iniciaram um levante para re5� No entanto, apesarda posição de proa
tituir-lhe o cargo. do Brasil na defesa da doutrina Johnson,
Sob o argumento de que se tratava de o governo norte-americano rejeitou a i
uma conspiração urdida por elementos déia da revisão do Tratado lnterameri
a serviço do movimento comunista e de cano deA.ssisténcia Recíproca e da Carta
Fidel Castro, o presidente norte-ameri de 1948, preferindo uma política prag
cano 4'ndon Johnson ordenou o desem mática em face da conveniência de futu
barque de fuzileiros navais no pais. A ras intervenções miJitale5, l'6Sguardan
partir daí a crise adquiriu dimensões do assim seu privilégio de decisão unHa
continentais e mundiais. temi.
Seguindo os Jl8SSOS da diplomacia dos Paralelamente às negociações com o
Estados Unidos, a diplomacia brasileira Brasil relativas à questão de São Domin
não só apoiou a intervenção militar, como gos, o plwidente Johnson trooou uma
também procurou assumir a liderança ininterrupta coI"lwpondência com o pre
da intervenção no âmbito da América sidente Castelo Branco, a quem manti
Latina. Respaldado pelos votos favorá nha informado sobre os desdobramentos
veis da Câmara e do Senado, o governo da guena do Vietnã. &;sa consideração
brasileiro comprometeu",*, a enviar for em manter o aliado do sul bem-informa
ças armadas para integrarem uma Fo .... do a I""peito dos problemas estratégico-
mjlitares norte-americanos naAsia atin-
-
confronto com as forças do Eixo. que foram aplicadas pelo governo Caste
Objetivando guarnecer esse flanco de lo Branco.
fensivo, reverteuse a orientação política A conclusão fundamental a que che
desenvolvida pelo governo anterior de garam os técnicos brasileiros sobre os
afastar o país do regime português de resultadoe obtidos pela Aliança para o
Salazar, devido à sua obstinação em Progresso foi a de que 05 números apu
manter o império colonial a salvo do pro rados eram de uma espantosa inex
Cl'F� de descolonização. Movido pelo in pressividade; não se havia sequer atin
telC6Se geopolítico de assegurar o arqui gido o modesto percentual de 2,5% de.
pélago de Cabo Verde e Angola adstrita; aumento da renda per capita no con
ao bloco ocidental, o governo Castelo junto da América Latina, conforme o
Branco buscou a reaproximação com o previsto na Ca rta de Punta deI Este.
governo português. Após as visitas mú Por outro lado, medrou entre os estra
Plas do chanceler português Franco No tegistas brasileu<l6 a decepção a ",speito
gueira e do chanceler brasileiro Juracy da desenvoltura com que evoluía o diálo
Magalhães, foi mstabelecido o status Cf/UJ go e o entendimento entre Estados Uni
ante, o que proporCionou ao Brasil, em dos e União Soviética, confinnando coin
tu".. de seu apoio ao sistema colonial de cidências de pontos-de-vista e convergên
Portugal, a assinatura de um tratado de cia de posições. Não obstante a guellB do
comércio pelo qual se lhe abriram 08 VIetnã e a crise do Oriente Médio, os
portos coloniais. Nas palavras de Luis observadores oficiais brasileiros pelce
VIana Filho: biam que as contradições ideológicas en
tre as duas superpotências perturbavam
'�, para coroar, uma esquadra brasi cada vez menos Bllas relações. Em lugar
leira visitou São Paulo de Luanda, da animosidade de outrora, prevaleciam,
em cujas ruas desfliaram nossos ma além do tradicional comércio, o fluxo de
rinheiros. Repetia-se o ocorrido tIês capitais e a transferência de tecnologia.
séculos antes, quando outI<l6 solda Por outras palavras, davamse conta de
dos brasileiros ali haviam desembar que, enquanto os aliadoe menos bem
cado com Salvador Corn,ia de Sá".17 aquinhoados, como o próprio Brasil, per
maneciam fielmente impermeáveis a
qualquer envolvimento mais conseqüen
te com o mundo comunista, o líder do
2. Governo Costa e Silva: a mundo livre, a pretexto do indispensável
diplomacia da prosperidade comportamento realista em face do ini
migo, usufruía de todas as vantagens que
A passagem da faixa presidencial pa esse relacionamento lhe proporcionava
ra o marechal Artur da Costa e Silva em tellllOS de maximização de poder.
deu se no período em que os técnicos do Posta; diante do quadro do sistema inter
governo procediam à avaliação dos re- nacional e doe insípidos números da aju-
OS MILITARES NA POLíTICA EXTERNA BRASILEIRA 221
tário deveria ser remover todos os entra· No plano bilateral, as relações com os
ves que limitavam seu poder nacional. Estados Unidos foram as que exigiram
Foi dessa orientação estratégica que maior atenção por parte da diplomacia.
se destilou a política de nuclearização do Em virtude da desilllsão provocada pe
Estado brasileiro. Por considerar que a los magros frutos da cooperação econô
nuclearização pacífica constituía um di mica e da percepção brasileira de que a
reito inalienável e que a renúncia a esse estratégia da segurança coletiva afasta
direito contribuía para: a cristalização do va o país dos centros decisórios interna·
poder condominial das poténcias já nu cionais, perpetuando o desenvolvimento
clearizadas, foi que o governo Costa e e alienando o sistema defensivo, a ten·
Silva reCUSOU-5e a Assinar o Tratado de déncia foi a do progressivo esfriamento.
Não-Proliferação Nuclear. Tal posição Da mesma forma que já não convinha
em face do TNP estribava-se na justifi mais aos Estados Unidos manter um
cativa de que o tratado tinha um caráter grau de cooperação tão elevado como nos
claramente excludente, na medida em
tempos de Vasco Leitão da Cunha e Ju-
que traçava urna fronteira tecnológica Ma !há 21 .
racy ga e5, COl151'derado exceSSI·
entre os Estados e, apesar disso, não
vo pelo novo embaixador noJ1.e..america·
assegurava a paz mundial.
no no Brasil John C. 'futhill, também
Os planos do governo no tocante à não agradava ao governo dos Estados
matéria consistiam em prosseguir no
Unidos a desinibição com que o chance
caminho da cooperação com a França,
ler Magalhães Pinto afirmava a necessi
Israel e Estados Unidos, para romper
dade de o Brasil perseguir mais resolu
o monopólio do poder mundial.
ta e autonomamente o desenvolvimento
O instrumento utilizado pelo gover econômico e tecnológico, sobretudo no
no brasileiro para resistir às pressões
sensível setor da tecnologia nuclear. O
internacionais, devido à recusa em as·
saldo dessa reversão de expectativas de
sinar o TNP, foi sua assinatura do Tra
parte a parte foi a proliferação de desa
tado do México (Tlatelolco), em feverei
cordos envolvendo os respectivos inte-
ro de 1967. Por meio dele a diplomacia
resses naCIonaiS.
• •
jXlder e se recusa a crer que a história res brasileiros e como prova das preten
se desenrole necessariamente em be sões sub imperialistas dos setores inter
nefício de uns e prejuízo de outros paí nacionalizados da burguesia brasileira.
ses·, 1bdavia, a verdadeira razão para o
2) consideramos que, à medida que estado de penuanente tensão que domi
unl país cresce, cabe-lhe uma parcela nou as relações do Brasil com 05 demais
de decisão cada vez maior dentro da paises sul-americanos foi a eleição para
conlunidade internacional, e não de presidente do Chile de Salvador Allende,
venlOS deixar de usá-la em favor dos candidato da Unidade Popular, em se
jXlvos que, como o nosso, aspiram ao tembro de 1 970. Pois, tanto para os nor
•
lívia na sua órbita de influência, neu gentes. As tarefas priori târias da diplo
tralizando portanto um país considera macia consistiram em negociar a abertu
do de suma importância no tabuleiro ra de novos men:ados pera a produção
político regionaL A partir desse reen nacional e aproxirnar--se mais dos países
contro, iniciou-se um amplo programa fomecedoles de tecnologia e de matérias
de cooperação econômica entre ambos_ primos indispensáveis para O funciona
E, por fim, os milita",,, e diplomatas mento do parque industrial brasileiro.
brasileuos foram aonsados de ter parti Datam deste período a instalação das
cipado também da conspiração, seguida embaixadas no Iraque, Kwait, Arábia
de golpe, que derrubou o governo socia Saudita e Llbia, peíses que se haviam
lista chileno em selembrode 1973. Ainda tornado extremamente relevantes pera
que todo o ônus externo do golpe tenha n065llS relsçee exteriOl1l8 em virtude
Iecaído sobre o governo none-america das e.levadas quantidades de petrólw
no, foram feitas denúncias de uma arti que deles iJnportâvamos, trocados por
culação envolvendo militam" brasileiros produtos como açúcar, café e manufatu
e chilenos. O ativismo dos militales bra rados em geral. Simultaneamente, in
sileiros nesta e nas mobilizações antena-. tensificaram-se os contatos com Israel,
res teria sido movido pela estratégia de objetivando incluir no programa geral de
impedir a formalização de uma frentede cooperação técnico-científica, em anda
Estados socialistas hostis ao Brasil. mento, a cooperação no campo da pesqui
A contraprova das ambições gWJXllí sa nuclear.
ticas bras.iIeiras foi dada pelo estreita O continente africano foi outra região
mento das relações com o ParagUAi. le do globo a m�recer atenção da diploma
vando a bom te.mo os estudos previsto. cia brasileira. Nesta parte, 06 intereS5e8
na Ata das Cataratas, de 1966, os gover econômicos e estratégicos achavam-se
nos brasileiro e paraguaio assinaram, inextricavelmente ligados. Por um lado,
em abril de 1 973, o Tratado de ltaipu. O pretendeu se inaugurar e incrementar
acordo previa o aproveitamento hidrelé canais de comércio com os países situa
trico do rio Paraná, por meio da constru dos na faixa tropicaL Acreditava se que,
ção de uma usina em regime de consór pela tecnologia de porta médio de n05506
cio. Tal decisão de âmbito bilateral con produtos manufaturados e, também e
fU'lIlou as suspeitas argentinas, de que o sobretudo, pejos vinculos históricos e
culturais que unem o Brasil à Mrica,
-
mercado da Africa Austral oferecia, era a era de que se tratava de uma política de
que passava pelo fortalecimento da co-
•
poder. Apesar de a decisão brasileira
munidade luso-brasileira. Com a Africa não implicar uma imediata alteração na
do Sul as relações foram preponderante correlação de forças, devido à falta de
mente caracterizadas pelo viés econômi· recursos bélicos para exercer um efetivo
co, tendo constituído a inauguração da controle aerornarítimo sobre o oceano,
linha aérea da Souili Mrican Airlines nem tampouco um desafio aberto à he
para o Brasil o maior sinlbolo dessa liga gemonia hemisférica norte-americana,
ção. Com Portugal as relações foram indiscutivelmente denotava a vontade
mais profundas; envolveram visitas mú de aumentar o grau de independência
tuas de personalidades oficiais dos dois nacional no contexto do sistema interna
governos, incluindo memblus das f01'Ç9S cional.
aimadris; a assinatura de vários acordos A criação dessa nova área de atrito
e convenções, dentre as mais imPlrlan com os Estados Unidos vinha adicio
tes a Convenção sobre Igualdade e Deve nar-se a algumas já existentes que re
n:s entre Brasileiros e Portugueses; e, montavam ao período presidencial an
enfim, o mais expressivo de todos 05 ges terior. A recusa do Brasil em assinar o
tos de amizade nlaia uma vez renovada: TNP, ao mesmo tempo em que tentava
a trasladação para o Brasil, em
1972, dos avançar no campo da pesquisa nuclear,
restos mortais de dom Pedro I, trazidos e os problemas econômicos decorrentes
pelo próprio presidente da República por- dos empecillios postos à expansão das
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C18.
dualismo típico do período Médici por Nossa oonduta, para alcançar esses
uma aproximação com o Thrceiro Mundo. objetivos, é pragmática e responsá
Urna política que poderia proporcionar vel. Pragmática, na medida em que
ao Brasil uma exploração mais ampla buscamos a eficácia e estamos dis
das possibilidades oferecidas pelo merea }X>stos a procurar, onde quer que nos
do mundial e, simultaneamente, engros movam os interesses nacionais bra
saro coro que exigia a estruturação de sileiros, as áreas de convergência e as
uma nova ordem econômica internacio faixas de coincidência com os interes
nal, de modo a introduzir mais justiça ses nacionais de outros povos. Res
equitativa na distribuição e usufruto da ponsável, porque agiremos sempre
riqueza mundial. Semelhante revisão de na moldura do ético e exclusivamen
conteúdo da política externa, por sua vez, te em função de objetivos claramente
implicava necessariamente imp:>rtantes identificados e aceitos pelo povo bra
36
e fundamentais reavaliações do quadro sileiro.u
de alianças e da postura do Estado bra
sileiro em face das novas situações en
Ainda que a posterwri afigure-se-nos
gendradas pela evolução do sistema in
clara a inevitabilidade da mudança de
ternacional. Enfim, tratava-,;e de desvin
orientação da política externa brasileira
cular os interesses nacionais brasileiros
naquela conjuntura, tal percepção não
da doutrina das fronteiras ideológicas,
era comum a todos os segmentos milita
adequando-os à cambiante conjuntura
res e civis que participavam do processo
internacional.
decisório e sustentavam politicamente o
A nova estratégia brasileira, traça regime. Na verdade, toda política que
da para fazer frente aos desafios inter
parecesse a esses setores não-alinhada
nacionais e para dar continuidade ao
ou antiocidental era logo assimilada co
processo de fortalecimento do poder
mo simpática às teses comunistas, dan
nacional, foi definida pelo presidente do lugar a protestos e rejeição. Por outro
Geisel como uma política externa prag
lado, parece igualmente evidente que
mática e responsável. esses mesmos setores achavam-ee inca
Ao apresentar as novas diretrizes à pacitados, em virtude da vincada rigidez
Assembléia Geral das Nações Unidas, de 5\1as concepções, para apresentar
o chanceler Azeredo da Silveira assim uma alternativa estratégica que conci
se expressou: liasse suas convicções, fOljadas no itúcio
da guerra fria, com as novas tendências
"Queremos que a nossa linguagem, à multipolarização e à desideologização
no plano internacional, seja direta e do sistema internacional de poder. Pois,
simples, sem ambigüidades e sub ter- identificados os fatores que intercepta-
OS M1LITARES NA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA 231
. .
vem a re al'lzaçao dos
- mlA::
, -r;:;:'>fL�
nacI<r ceiro Mundo constituía um cam!Xl !Xllí
nais, não bastava simplesmente vetar tico e que seu par antagônico era fOl'loa
procedimentos considerados estranhos e do pelos dois poderes hegemônicos. Se
incompatíveis com idéias caras e conso- gundo essa sisu.matização, a prática !Xl
lidadas; era necessário, mais que isso, lítica dos países em desenvolvimento de
contra!Xlr idéias de execução viável, que veria consistir em cimentar uma sólida
resultassem em soluções positivas. E es aliança entre si e buscar a cooperação
tas. ao que tudo indica, nunca existiram; construtiva com o Segundo Mundo, para
daí !Xlrque o antes Wdo IXJderoso Conse encaminhar um processo de democlati
lho de Segurança Nacional, ao qual ca zação das relações inu.rnBcionais.
bia flitrar as decisões presidenciais, gra Embora não se possa afirmar a ade
dativamente esvaziou-se, até tomar-se são integlal da diplomacia brasileira à
um dócil ratificador das medidas elabo proposta chinesa, não se pode negar,
radas e propostas pelo ltamarati à pre contudo, que em boa parte a prática
sidência. politico--diplomática brasileira cones
Exemplo dessa secundarização do pondeu a essas coordenadas teóricas.
CSN frenu. ao lta marati foi o restabele O ato oficia! de reatamento diplomá
cimento das relações diplomáticas com a tico, no Palácio do ltamarati, refletiu o
República Popular da China, a primeira entusiasmo que tomou conta das duas
das medidas de grande impacto produ representações, constituindo uma verda
zidas se§Jmdo o novo enfoque governa deira celebração u.rceiro-mundista, que
mental. transparece nas palavras proferidas pelo
A im!Xlrtãncia dessa decisão foi ex vice-ministro do Comércio Ext..rior da
traordinária, por duas razões. Primeiro, RPC, Chen Chieh:
devido ao peso especifico da república
chinesa no sisu.ma inu.rnacional. Após liA China e o Brasil são dois países em
sua aproximação com os Estados Unidos vias de desenvolvimento, enfrentan·
- obra da diplomacia realista de Kissin do hoje em dia a mesma tarefa de
ger - e seu inglCSSO no Conselho de defender a soberania estatal, desen
Segurança das Nações Unidas, em outu volver a economia nacional, cons·
bro de 1971, o grande país asiático não truir seus próprios países, e a mesma
poderia continuar sendo ignorado pelo luta contra o hegemonismo e o F er
Brasil. A segunda razão foi de ordem de força das superpotências.'.:!
simbólica e, !Xlr isso, talvez mais signifi
cativa: quatro meses antes do reatamen A segunda medida de grande impac
to diplomático, em 10 de abril de 1974, o to produzida pela chancelaria brasilei
chefe da delegação da RPC na Sessão ra foi o reconhecimento de Angola como
Extraordinária da Assembléia Geral da Estado independenu., em janeiro de
ONU, Deng Siao-Pim, pronunciara con 1975. Uma decisão que surpreendeu
tundenu. discurso em defesa do Terceiro pela ousadia e que contribuiu para si
Mundo e contra o hegemonismo das tuar o Brasil numa posição de desta
duas superpotências, o qual passou a ser que no Terceiro Mundo.
conhecido como a Teoria dos Três Mun Não obsta nU. o governo brasileirojã
dos. tivesse reconhecido a independência
Evidenu.menu. a divisão hierárqui da Guiné-Bissau em julho de 1974,
co-trinãria do sisu.ma inu.rnacional não antes mesmo que Portugal o tivesse
era nova. O que de novo os chineses feito, o fato é que a questão angolana
apresentavam era a visão de que o Ter- revestia-se de singularidades excep-
ESTUDOS HISTORICOS - 1 993/12
•
232
233
instituição militar. Tratava-se, acima Junto com a Africa esta era considerada
de tudo, de conciliar a defesa da sobe uma prioridade pela chancelaria brasi
rania nacional com a vontade de coope leira. A defesa da tese da necess idade de
ração e entendimento com os vizinhos seoperar mudanças na ordem econômica
continentais. internacional, tornando-a menos opres
A dualidade intrínseca à posição bra siva para com os paises do Thrceiro Mun
sileira se revelava com inteira nitidez do, supunha um impn:scindível consenso
nas .relações com a Argentina. De um continental. Desse modo, impunha""" o
lado, o fi)me propósito de não ceder às esforço para se aparar as arestas even
pressões para rever o projeto de ltaipu à tualmente existentes, para se alcançar
luz dos interesses nacionais argentinos; uma articulação regional à altura dos
de outro, a cautela em conduzir o dificil fins visados. Ademais, a desinc"Ompatibi
diálogo denlro dos limites do tolerável }ização com a política hemisférica norte-
.
americana requena., como cornpensaçao,
.
inevitavelmente, wna ainda maior vul ses angolanos revelou se tão acentuada
nerabilidade da defesa marítima brasi que, em 1981, por ocasião de mais uma
leira, sobretudo enquanto se mantiv"""" dessas incursões sul-africanas, O chan
a carência de um di.spa3itivo nuclear. O celer brasileiro aventou a hipótEse de
governo &rgentino de Raul Alfonsin teve deslocar tropas brasileiras para defen
a me·)W3 percepção e, para impedir que der a soberania angolana. Consoante
a idéia fcwe avante, rompeu relaçóee
o
esta política, reconheceuee também a
diplomáticas com a Africa do Sul, a qual SWAPO como legítima representante do
havia prastado apoio logístico à 8I1118da povo namíbio.
britânica na gueJ'JB. Desta vez, inversa A vertente terceiro-mundista do uni
mente ao ocorrido no início da década de versalismo diplomático do Brasil esten
1960 com a política externa independen deu-se também ao Oriente Médio e à
o
máticas com a Afriea foi um maior en- "Com o Ocidente desenvolvido (... )
volvimento do Brasil com 05 problemas dois objetivos foram alcançados: as
do continente. FÀ;sa atenção concentrou relações são hoje claramente iguais e
se principalmente na parte austral, onde conversamos e nos entendemos com
a Africa do Sul constantemente fustiga nossos parceiros desenvolvidos de
va o território angolano com interven fOfllla franca, oom base no respeito
ções militares e com ajuda à UNlTA, mútuo, sobre qualquer tema do rela
que do sul do território esforçava-se por cionamento, demos passos adiante
desestabilizar o governo do MPLA. A significativos no que tange à consulta
identificação brasileira com os interes- política, e a troca de infOImações e
242 ESTUDOS HISTÓRICOS - 1993/12
243
explorar toda. as pcw;sibilidadee que se 106 Estad06 Unidos, que receavam ver
ofereceesem à oonsecução do objetivo fi surgir um novo pólo de poder no conti
nal. nente. O grande dilema dos elaborado
Convém notar, portanto, que o cha res da eetratêgia nacional então tradu
mado "alinhamento automático" da p0- zia se em aceitar o papel l'i;,servado ao
lítica externa sob Castelo Branco na re Brasil pelas grandee potências, de se
alidade não existiu. AB boas relações manter como o mais pobre e o mais fraco
com 06 Estados Unidos constituíam, na dentre os maia ricoe e 06 mais forte:s, ou
verdade, apenas um aspecto de uma enfrentar o despfio de questionar a ee;
estratégia de projeção internacional ee trutura de poder mundial para realizar
treitamente vinculada à clara opção pelo o objetivo de tornar..... uma grande po
blooo ocidental. Consideramos igual tência.
mente inexistente a política externa Todavia, a decisão de aceitar o desa
''terceiro-mundista'' de Costa e Silva. fio não foi irrefletida. Ela se adequava
Sua orientação manteve se a mesma, à nova tendência do sistema interna
não obstante a recusa em acompanhar cional, marcada pelo movimento diri
as posições norte-americanas que lesa gido por outros grandes Estad06 do
vam 05 objetivos nacionais antee estabe Terceiro Mundo de democratizar as re
lecidos. lações internacionais, de modo a rom
Por outras palavras, ambas as polí per uma ordem que beneficiava apenas
ticas externas situavam-se no meslIlO 05 interesses das gIandes ]X>tências e
Raymond Non, paz e guerra entre as n<JI'leB 11. PlOsidente Castelo Branoo, disourao
(Bra.jJja, UNB 1979), p.124.
, cit.
2. Arthur M. Schl..inger, Jr., Os ciclos da 12. "Quando o presidente do Chile,
hWéria americana (Rio de Janeiro, Civiliza· Eduardo Frei, aprf3�ntou, em 1965, o seu
ção Brasileira, 1992), p.57. plano para a criação de um mercado co
3. Idem, ib. mlJm latino-americano, defront.ou-se, co
mo era previsível, com a firme oposição do
4. P. A. Reynolds, InJ:roduccWn al esl1.uüo
. governo brasileiro. Essa reação negativa
deÚJ8 relacWnes in ( Madri, Thc-
compaginava-se perfeitamente bem com
nce, 1977), p.58.
nossas posições políticas fundamentais".
5. Idem, ib., p.l24.
Carlos EstevaID Martins,"A evolução da
6. Hélio Silva, O poder militCU' (porto Ale· política ""terior brasileira na década 64-
gre, LPM, 1984), p.349. 74", E8tudo8 CEB RAP, nO 12, abril-maio
7. Para 11m melhor entendjmento acerca junho, 1975, p.64.
da importância da revolução ""bona nodebe· 13. Adcacrição do pro SO de negociaçêrR
....R
ta sobre a política externa independente, ver com o Paraguai enoontta-se em lA.ús Viana
'Iània Quintaneiro, Cuba e Brasil da revolu· Filho, O governo Castelo Bronco (ruo de Ja
ção ao golpe (1959-1964) (Belo Horizonte, neiro, José Olympio, 1975), p.445446.
UFMG, 1988).
14. Meira Penna, op. cit.
8. A propósito do fioc_SSQ de tomeda de 15. A lospeito das repercussões provo
ckasáo noagovemos mi!it&res, ver Walderde
cadas pela decisão do governo brasileiro na
Oós', O Brasil do general Geite1 (Rio de Ja
opinião pública e doe pontos-de-vista da
neiro, Nova Fronteira, 1978).
intelectualidade, ver Política Externa 1",
9. Diacumo JrOferido pelo ..'Údente c
... ·
dependente, n" l, 2, 3, de maio/1965, agoo
telo Bra""" em 31 de julho de 1964 no Inati to/1965 e janeiro/1966, respectivamente.
tuto Rio Branoo, em solenidade de fonnatura 16. Luís Viana Filho, op. cit., p.443.
de diplomatas.
17. Idem, ib., p.448. .
10. Explicando as razões da pc dênda
18. Discurso pronunciado pelo marechal
da segurança sobre O desenvolvimento, AMim.
Artur da Costa e Silva no Palácio do Itama
se EULf4En ou o embaixador Meira Perma:
rati, em BrasOja, em 5 de abril de 1967.
"A política externa é wn fator subaidiário
19. "A política externa do Brasil". Confe
do Dmenvolvimento, para o qual contriblÚ
rência pronunciada. pelo ministro Magalhães
em setoree: especiais, roma oomércio exterior,
Pinto na Fscola de Aperfeiçosmento de Ofi
manutenção de preç<>e de produtos primá
ciais do Exército em 29 de novembro de 1968.
nO!, oondiçõee de ppsistênoa e investimentos
eetrangeiroo, etc. A Segurança, pelo contrá 20. Rodrigo Amado (org. e notas), Araújo
rio, tem a sua pESCrvaçãO garantida, em Castro (Brasilia, UNB 1982), p.200.
,
primeiro lugar, pela polftica externa, quer 21. ''O suc...oor de Gordon, Jolm C. 'lUt
através do instrumento da diplomacia, quer hill, que foi embaixador norte-americano
pelo 11SO da força arntada. Ee..,a f4ooominân de 1966 a 1969, não compartilhava com
cia da preocupação com a Segurança sobre a aquele seu interesse profundo pelo Brasil.
OS MlLlTARES NA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA 245
'futhill considerava que 08 Estados Unidos 36. Discurso do cbanoeler brasileiro, An
'haviam tido um papel operacional dema tônio F. Azeredo da Silveira, na abertura da
siado amplo no Brasil', particularmente no XXIX A"'!!embléia Geral da Org,mizeção das
que respeita ao programa de ajuda. Por Na,;OOo Unidas, em Nova York, em 23 de
outro lado, o novo embaixador tinha a im setembro de 1974.
'pres8ão de que Costa e Silva, ao contrário 37. Walder de G6Es, op. cit., p.32.
de Castelo Branco, mantinha-se relativa
38. Discurso do vice-ministro do Comér
mente independente dos Estados Unidos."
cio Exterior da República Popular da China,
Pedro Fernando Castro Martinez , Expan
Chen Chieh, durante o almoço oferecido ao
sionismo y geopolitica en el Brasil contem
repi(!entante do governo chinês no Paláci.o
porâneo (Mexico, Siglo XXI , 1980), p.128.
do Itamarati, em 8 de agosto de 1974.
22. Aeste respeito, consideramos indis
39. Walder de Góes, op. cit., p.38.
pensável a leitura da obra que estabeleceu
40. Declaração de voto do chefe da delega
as glandes linhas estratégicas da poütica
ção do Brasil à XXX Sa?tNo da Assembléia
dos Estados Undi08 para a América Latina
Geral das Nações Unidas, embaixador Sérgio
após a Segunda Ou.na Mundial: Nicholas
Corrêa da Costa, feita em 10 de novembro de
J. Spyk.man, America's strawgy in world
1975, sobre dois projetos de ,"solução refe
po/itios (1942).
rentee à Questão da Palestina.
23. Apud Maria Helena Moreira AI....,
41. Discurso do chanoeler Azeredo da
E8uu/o e opooição r", Brasü (1964-1984) (pe
Silveira durante o banquete que ofereceu
tropolis, Vozes, 1984), p.145.
ao ministro das Relações Exteriores da
24. Sobre a disolssão teórica a respeitodos República Federal da Alemanha, Hans
VÚlculos entre política interna e política ex Dietrich Genscher, no Palácio do ltamara
terna, ver Mareei Merle, La politiqlle étrYUl ti, em Brasilia, em 18 de novembro de
gére (paris, PUF, 1984). 1975.
25. AJfred Stepan, Os militares napolilicn; 42. Essa argwnentação foi apresentada.
(18 mudanças de padrões na vida brasileira na entrevista do pt.sident.e Ernesto Geisel à
(Rio de Janeiro, Arte Nova, 1975), p.l98. CBS,dos Estad08 Unid08, em 27 deIllllrÇO de
26. Carlos E. Martins, op. cit., p.83. 1978, a propósito da visita do presidente nor
27. Brasil, Ministério das Relações Ex teamericano, Jimmy Carter, ao Brasil.
teriores, RelaJ6,-io 1972/M.R.E. (Brasilia, 43. Ver George F. Kennan, Samuel Pisar
MRE/CDO, 1972). et al., Délenle or débâcle: rommo" sense il&
28. Oliveiras S. Ferreira, ''Política externa US-Souiet re/a,;OTiS (NewYork, W W Norton,
a servil}> de lIma idéia messiânica", OEstado 1979).
rk S. Pcuoo, 31/03/1974. 44. Moniz Bandeira, op. cit., p,236.
29. Henry Kissinger,A laMaiso" Bla1lche, 45. Discurso do chanoeler Azeredo da
1968-1973, vol. 1 (paris, Fayard, l979), p.677. Silveira no Royal lnstitute ofInternational
Affairs (Chattam House). em Londres, em
30. Idem, ib., p.678.
21 de outubro de 1975.
31. Apud Moniz Bandeira,Br"lUlil-Estados
46. Maria Regina SOBres de Lima e Ger
U"iJos: rivalidade emerger"" (I 950. 1988)
a
son Moura, "A !.n\jetória do pragmatismo:
(Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1989),
uma análise da política externa brasileira",
p.206.
Dados , vo1. 25, nO 3, 1982, p.359.
32. o. detalhes da Operação Trinta Horas •
exterior, 1973-1984) (São Paulo, Convívio, 55. Jcsé Maria Nunes Pereira, ''Brasil-
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