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Os que chegam de avião são recebidos, conforme o prometido, por

uma mulher de nome Cristina, vestida de azul-celeste. Os que chegam


assim são Hyde, Jan Lazzaro e Arthur Andrade. Cai uma tempestade, e as
árvores se contorcem sobre o látego do vento e a chuva forte. Cristina não
fala muita coisa, e os leva de carro até um local num parque urbano,
dentro de Brasília. Ártemis, Jô, Nádia, Romeu Gato Preto e Priscilla já estão
lá. Ártemis cumprimenta os que conhece, apresenta-se aos que não
conhece, e uns aos outros. Vão de carro, sendo um com Ártemis e Outro
com a Priscilla. Cerca de uma hora mais tarde, já havendo saído de Brasília,
ela entra por uma estrada de terra e pára o carro. A chuva parou. Ela entra
na mata e chama. Gusmão se junta ao grupo. Mais meia hora de carro, e
seguem a pé por uma trilha ao longo de um rio, engrossado pela chuva.
Chegam por volta de meia noite. O local de encontro é um penhasco entre
dois rios. Eles convergem, e caem em duas cachoeiras dentro do mesmo
poço, que é límpido, de um azul profundo. Separando esses dois rios na
confluência, há um grande penhasco de granito, que forma um platô
arredondado de cerca de 50 m de diâmetro. Suas bordas caem
abruptamente na beira do poço, numa queda de cerca de 40 metros. As
cachoeiras propriamente ditas são mais baixas, passando os cursos de água
nas laterais do platô, mais abaixo. Névoa fina, formada pelas cachoeiras
flutua nas beiras, e o barulho das águas aqui em cima é um murmúrio. Do
platô se tem uma vista magnífica, enxergando-se no horizonte as luzes de
uma cidade ao norte; o vale do rio profundo e florestado a oeste; uma
grande planície se estende ao Sul e a leste, uma mata que vai rareando ao
chegar à borda do platô obstrui a visão.
A lua nasce no momento em que chegam ao local, começando a
minguar no céu tornado límpido pela tempestade. O vento está frio e forte
esta noite.
Há um círculo demarcado com pedras, na parte do penhasco que se
liga á terra. E uma fogueira além. Cutter espera no local. Ártemis os
apresenta de novo.
Pedro Leão aparece, aparentemente sem nenhum aviso prévio e troca
com Gusmão olhares inamistosos. Pedro parece preocupado e fechado.
Romeu ‘Gato-Preto’ se apresenta a todos, dizendo ser o temido de
Niterói. Arthur Andrade olha e diz: “Nossa! Temido assim e eu nunca ouvi
falar de você!”.
Jô cumprimenta Pedro, batendo nas costas dele. Pedro responde que
está bem, batendo no peito de Jô. Jô anda um pouco para trás com a força
do ‘tapinha’ de Pedro. Ártemis agradece a presença dos que vieram, e
dizem que sua presença a honra. Declara aberto o encontro.
Depois, ela chama para o meio dos Gangrel Nádia. Pede que ela seja
Provada no início do thing, para que possa participar dele como um Gangrel
pleno. Diz que ela é brava, e que já sobrevive sozinha á dois anos, de
acordo com as tradições do clã, necessitando agora apenas ser reconhecida
como alguém do Sangue. Pedro diz que então ela a provará.
Ártemis diz que de acordo com as tradições passadas a ela e
mantidas através das eras pelo clã, com a aprovação do Senhor dos
territórios, provará Nádia pelo combate. Encaminha-se para o local da
arena, demarcado pelas pedras, sacando as garras. Jô começa a tocar um
berimbau. Ártemis entra, espera Nádia, que também porta garras entrar e
diz que será então até o primeiro sangue. Nádia é mais rápida, mas Ártemis
se esquiva, e a acerta na barriga. Após isso, recolhe as garras e estende a
mão para Nádia, desejando-lhe boas vindas ao Clã. Os presentes desejam
boas vindas a ela também, e Jô a chama de menina Nádia.
Romeu continua a contar vantagens, sobre como já enfrentou os
lupinos. Juan Pablo aparece nas costas dele e diz para ele calar a boca, com
sua voz gutural e esticando-se em toda a sua altura. Romeu cala-se.
Ártemis diz que, já que chamou este encontro para trocar histórias,
que deseja ouvi-las. Pergunta quem quer contar alguma história agora. Jan
se adianta e diz:

‘Buenas noches mi hemanos y hermanas. Quisiera decir para la


tuya una balada que oyó alrededor a muchos veranos de una hoguera.
Quizás trae una cierta sabiduría a alguno o quizás solamente ella sirve pra
en recordarlo que nuestra familia abriga más que guerrero’. E declama uma
poesia em espanhol (ps: as histórias estão no final do texto, na ordem em
que foram contadas). Após sua história, um momento de reflexão (ou de
cara de sonso, pra quem não entendeu nada do que ele falou).

Jan diz que, se Zunega tivesse conhecido esta história, não teria
morrido. Hyde diz que não que esteja defendendo o Zunega, mas pelo
menos antes de falar sobre algo, Jan deveria saber do que está falando.
Agora que ele sente e escute. Hyde conta a história do Garoto e do Líder.
Romeu fala mais alguma coisa sobre como ele teria feito melhor.
Hyde diz que acha que ele tem mais garras que neurônios. Jô perde a
paciência e diz: ‘ô muleki, cê tá se achando, né? Cai pra dentro!’ E eles vão
para a arena.
Jó aproxima-se de Romeu, encara seus olhos. As provocação de
Romeu parecem ter surtido efeito no ego de Jó, os dois parecem medir a
força de seus olhares e por intermináveis segundos nenhum dos dois se
move. Romeu parece satisfeito e suas garras crescendo demonstra que uma
disputa de olhares não será suficiente para ele. Romeu salta em direção a
Jó, que em uma velocidade impressionante esquiva-se do golpe e
desaparece na frente de todos (Gusmão, Hyde e Jan continuam vendo
através da ofuscação de Jó). Jó aparece de surpresa na costas de Romeu e
aplica-lhe duas mordidas seguidas, mas Romeu não está disposto a ceder
tão facilmente, sua garras encontram as costas do negro antes que ele
possa sumir novamente (dessa vez Arthur e Jan varam a ofuscação). Jó
dessa vez demora um pouco mais para aparecer, enquanto Romeu o
procura por todos os lados, preocupado de onde possa vir o proximo
ataque. E ele vem, repentino, forte, avassalador. Jó dessa vez utiliza
apenas suas mãos nuas, sem garras. Parece tranqüilo e confiante de sua
superioridade aplicando um potente soco no rosto de Romeu que responde
com suas garras. Romeu não parece páreo para Jó, que facilmente esquiva-
se das garras aplicando um novo soco em seu oponente e o vê tombar,
inerte, ainda "vivo", mas sem condições de combater. Ártemis pede á
Cutter que leve Romeu para tomar um ‘refresco’. Cutter carrega o Gangrel
caído em direção às árvores.
Depois do término da arena, Hyde comenta que agora o Romeu é um
problema ‘morto’. E vira-se para Ártemis, e pede desculpas por contar uma
história própria, mas diz que é um homem de palavra, e havia prometido
esta história à Ártemis. Esta faz uma cara de surpresa, e depois diz: ah ta...
tinha me esquecido. Hyde continua, e conta a história "O Nosferatu
matemático, a Malkaviana Mímica e o Brujah Padre". Ao final da
história ele diz “Eu sei que não é uma história como a que todos gostariam
de ouvir, mas havia prometido à Ártemis que contaria essa história. E não
sou homem de meias palavras”.
Ártemis agradece e diz em tom jocoso que dessa vez passa contar
uma história própria. Abre um sorriso e agradece. Hyde continua e diz “Para
saciar o apetite daqueles que querem histórias com sangue e violência,
contarei a história que já havia contado em nossa lista, mas não custa
repetí-la”. E conta a história ‘A queda da rosa pútrida’.
Pequeno silêncio, e Ártemis, como se lembrasse de algo diz para Jô
tomar cuidado com suas costas, por que os nosfie tão atrás dele. Jô diz que
depois eles conversam mais, e ela responde que não sabe muito mais do
que isso.
Priscilla diz que gostaria de dar algumas notícias de Jeff, seu sire. Diz
que atualmente ele tem garras e presas expostas, pelos por todo o corpo e
mais parecendo um Lupino (ela parece pesarosa com o fato). Diz também
que a noticia ruim é que ele ficou cego, mas diz também que isso em nada
tem atrapalhado a vida dele a não ser em meio a cidade, coisa que ele não
vai mais desde o acontecido, agora vive entre os lupinos da região.
Priscilla recebe alguns olhares de descrédito, de Pedro, Ártemis, Hyde
e Arthur. Pedro Leão olha para Ártemis e diz rispidamente que ela diga o
que está pensando. Ela diz para Priscilla que não acredita nisso, que a besta
de Jeff era tão forte que até ela a sentia, e que os lupinos o teriam matado
se ele tivesse chegado perto de onde eles vivem. Gusmão olha para
Priscilla, como que a apoiando, e ela diz, em tom ligeiramente ofendido, que
diz a verdade. Ártemis diz, conciliadora, que Priscilla é sua convidada, e que
não tem intenção de insultá-la, e pede desculpas. Priscilla acede.
Ártemis pergunta se mais alguém contará alguma historia agora, e
Gusmão se adianta, e diz que agora é sua vez. Pedro se adianta uma fração
de segundo depois de Gusmão, se contém, e novamente os dois trocam
olhares hostis. Gusmão conta uma história da Ártemis, que agradece, não
muito à vontade. Fica no ar um clima de que a história foi contada como
provocação ao Pedro. Quebrando um pouco o clima, Ártemis ri e pergunta
Gusmão se ela chegar aos cem anos, ele ainda a chamará de menina.
Gusmão diz que, comparada à ele, ela sempre será menina.
Pedro conta em seguida sua história, sobre Adriano Andreotti. Faz-se
silêncio de novo. Jan comenta: “Caraca, o temido dele foi dado por
lobisomens??”. E é corrigido por Pedro Leão: “Não foi ‘dado’ por lobos, mas
você não teme quem sobrevive sozinho a tanto deles, jovem?”
Arthur Andrade, aparentemente distraído, se vira e diz: “alguém está
a fim de jogar bola?”. Todos o olham com cara de surpresa, ele ri, e fala
que sua mente divagou um pouco. Alguns risos.
Romeu volta. Ainda que bastante machucado, ele tira onda. ‘Foi só
um dia ruim, mas pelo menos eu tive coragem de ir pra briga’. Hyde diz, é,
e isso serviu para que? Você realmente tem vocação para saco de
pancadas, hein? Juan Pablo desta vez que perde a paciência, olha pra Hyde
e diz: “Terminou o seu sermão? Agora é o meu.” E se encaminha para a
arena.
Ainda debilitado, Romeu mal consegue reagir ao inesperado ataque
de Juan Pablo. O enorme e encurvado Gangrel bate com as costas de suas
mãos, utilizando uma força que faz Romeu recuar atordoado. Antes que
Romeu possa se recuperar, Juan o acerta novamente e gira seu corpo,
fazendo sua calda encontra novamente o rosto do escoriado Gangrel que
tomba mais uma vez, dessa vez para não mais levantar antes do fim da
reunião. Juan nem mesmo olha-o novamente. Após acertá-lo com sua calda
já sai caminhando novamente para seu canto resmungando: "Agora ele
para de me torrar a paciência, que cresça de uma vez".
Pedro pergunta à Ártemis se há algo mais, e ela retorna a pergunta
aos presentes, dizendo que sua história será a última.
Jô desafia Cutter para uma arena. Pedro autoriza, e pergunta se eles
têm controle o suficiente para combaterem até que um dos dois caia, em
um espaço pequeno. Eles se entreolham, e concordam. Pedro pega duas
das pedras que marcam a arena e as põem mais ao centro, delimitando um
espaço pequeno, suficiente apenas para os dois entrarem e terem um
mínimo de movimentação. Ártemis, ao observar isso, tira o casaco que está
vestindo, expondo as fiandeiras, e um ferimento, aparentemente uma
garrada de Gangrel. Cutter cerra os punhos, demonstrando que não deseja
usar garras, e machucando a si mesmo, já que suas garras não são
retráteis. Os dois vão para o espaço delimitado para a Arena, em suas
formas de combate, Cutter um lobo; Jô uma pantera. Se rodeiam por algum
tempo, estudando o oponente. O combate começa, ambos os oponentes são
muito rápidos. Jô atinge Cutter uma vez, e tenta prendê-lo, sendo que ele
se liberta rapidamente. Jô atinge Cutter novamente, e Cutter retribui o
favor. Jô consegue morder Cutter, que sucumbe ao beijo, e começa a
sugar. Pedro ordena a Jó, quase à sucumbir à Besta, que pare. Jó eriça o
pelo, mas se controla, com esforço visível. Quando este solta Cutter,
Ártemis joga uma teia sobre o Gangrel em frenesi, e o leva para fora do
platô. Jô também vai, e os dois jogam Cutter em cima de uma das vacas
(os ‘refrescos’) que estão lá e esperam a teia se romper. Cutter sacia a
sede, e cumprimenta Jô pela luta. Quando voltam, Arthur zoa dizendo que
eles se agarraram lindamente, e Jô responde, “Qual é, ficou com inveja,
meu irmão?”. Arthur diz: “sai pra lá”.
Não havendo mais nada, Ártemis conta a sua história, com os olhos
em Pedro. Que ouve a história impassível. Ela termina de contar a história,
ainda fitando Pedro, que não muda de expressão. Após alguns segundos,
Ártemis declara o gather terminado, e agradece muito a presença dos que
ali estão.
É cerca de 04:00 am, e Ártemis sugere que durmam por ali mesmo.
Juan Pablo já desapareceu. Ocorrem algumas conversas, entre os que se
conhecem e não se vêem há muito tempo. Ártemis pergunta a Priscilla se
ela já aprendeu a dormir na terra, e ela diz que já. Ártemis conduz Nádia,
que após sua provação apenas observou com grande interesse tudo o que
acontecia, a uma pequena gruta no sopé do penhasco. Em tom irônico, faz
o mesmo convite para Romeu gato Preto. Jô convida os presentes a jogar
uma sinuca amanhã em Cocalzinho, pequena cidade próxima, e alguns
aceitam.
Na noite seguinte, se dispersam. Jô, Arthur e Jan vão para
Cocalzinho. Priscilla e Romeu vão embora, de carro. Hyde e Ártemis vão
sós em outro carro, alegando que precisam conversar. Arthur diz "cuidado
ai vocês dois, vampiro não faz mais sexo ou esqueceram?”. Hyde ignora, e
Ártemis, meio sem graça, diz “Tchau, Arthur...”.

Descrições
(De quem mandou)

Nádia Lawrence: ela tem estatura mediana, cabelos castanhos longos


e lisos, olhos dourados e fendados (de felino), orelhas de lince e pele
morena. Desconfiada e introvertida.

Cutter / Breaker: Descrição: 1,75m 65Kg, Sempre usa sobretudo preto,


roupas escuras e óculos escuros. Seus sapatos são de material que não
causa ruído, mas nem sempre ele usa. Costuma deixar as mãos dentro de
algum bolso, ou dentro do sobretudo, pois suas garras são permanentes.
De vez em quando, percebe-se uma cauda por trás, suas orelhas são
compridas e peludas, tem um focinho de gato, e seus dentes são grandes,
o suficientes para sair para fora da boca. Mesmo com tudo isso, nota-se q
ele é jovem, com pouco mais de 20 anos.

Ártemis: Estatura média, magra, branca, olhos e cabelos castanhos, presos


em um rabo de cavalo. Usa calça larga e um casaco pesado. Nenhuma
marca da besta aparente. Quando está de sapatos, usa tênis. Idade
aparente de 19 anos.

Jô Kintê: Negro, alto e forte. Tem a boca muito grande, cheia de dentes
pontiagudos. Uma das orelhas não existe, sendo um buraco semelhante ao
dos pássaros. A outra é pontuda. Parte da cabeça é careca, tendo pele e
penas entremeadas. Tem uma língua muito longa e bifurcada, negra, e ao
redor do pescoço uma daquelas cristas de lagarto.A pele é ao longo do
corpo é desigual e ostenta algumas ventosas. Idade aparente
indeterminada debaixo disso tudo.

Hyde: Um moleque de 20 anos, cabelo raspado, óculos, olhos de serpente


(dourados e fendados), com o tórax e os braços e mãos cobertos com
escamas de serpente. Usa uma camiseta com o desenho de uma tartaruga
estilizada do Projeto Tamar, tênis, e calças largas.

Gusmão: Alto e esguio. Tem cara de água, com orelhas de lobo.

Pedro Leão: Estatura mediana, pele claro, cabelos escuros. Tem um rabo
de escorpião, cara de cachorro e é muito, muito peludo.

Juan Pablo: Muito alto, de cabelos longos e brancos. Tem garras


pernamentes, e pernas arqueadas como as de um gato. Voz gutural.

Histórias contadas:
(Na ordem em que foram contadas no gather)

História de Jan Lazzaros de Compostella


Chiquillos mios,
Vosotros caminaréis sobre la tierra,
Id lejos y llevad estas Palabras,
Moveos um paso por detrás
De aquéllos que vem Gracias a la Luna

Nunca toltréis
Las debilidades.
Mantened a vuestros chiquillos
Leales com vosotros
Caminad com la cabeza alta
Dejad que la Bestia os Guie

Marcad donde cazáis,


Para que vuestros hermanos y hermanas
Lo sepan y no os molesten.

Coged cuanto necessiteis


Pero recordad que el cazador
Puede convestise em el cazado,
Y hay quienes nos encontrarán,
No importa como nos escondamos.

Si estais confundidos
Alguna vez, id y comed
De los animales
Durante toda uma luna,
Dormid em la tierra
Y bebed agua dulce.

Em vuestros oídos
Oiréis mi voz como si fuera
El lejano lamento de um ave,
Como el rugido de um leon.
Y entonces sabréis hacer.

No dejéis que digan


Que la Casa de Gangrel
Es uma casa sin honor
No dejéis que digan
Que no somos bravos.
No dejéis que digan
Que no somos justos

Decendientes de la Bestia,
Descendientes de la Oscuridad,
Vosotros, sois los mejores
De entre los Vástagos.

História ‘O garoto e o líder, de Hyde’


Finalmente, para acalmar os ânimos, já que estamos aqui para pensar e
conversar, e não para guerrearmos, tenho o triste conto "O Garoto e o
Líder", que, espero, seja de valia a todos.
Esse também já contei em lista, mas, é para relembrar e reavivar memórias
que aqui estamos, não?
Lembro a todos que sou um péssimo contador de histórias, mas, tenho uma
para contar.
Há alguns séculos estava uma "cumpañia" cigana descansando à luz das
fogueiras, quando ouvem o conhecido som de uma caravana a passar.
Caravanas à noite norlamente significavam dinheiro fácil. Andaram pelas
sombras, caminhando entre as árvoes, e chegando a ela sem ruído.
Deparam-se com uma família de mudança, atacando-a mesmo assim. Seria
fácil, caso o pai da família não tivesse pego suas armas e lutado de volta. O
líder dos ciganos tenta conter seu grupo, mas eles fogem do controle e
destóem a tudo, matam o pai da família, e acabam com a vida de sua
esposa.
Tenta ajudá-la, mas ela já está morta quando chega e ele só encontra um
garoto que estava escondido. A ele diz: "Terá sua vingança quando chegar
a hora", e se vai.
O anos passam o garoto cresce e novamente encontra o líder dos ciganos.
Busca sua vingança. Fogo. Aço. Suor. Sangue. O Garoto morre.
Anos Depois, já em outro país, Garoto e Líder se encontram novamente. O
Garoto, diferente. O Líder, imutável. Novamente, brigas são travadas. No
final, apenas o Lider continua.
O Ciclo repete-se. O Garoto, sempre diferente, e o Líder, sem nunca mudar.
Séculos se passam, encontram-se duas, quatro, oito vezes, sempre com o
mesmo final.
Chegamos aos dias de hoje. Dessa vez o Garoto foi mais esperto. Esperou
crescer, ficar forte. Virou Homem. Líder e seu sangue em volta da fogueira,
o Homem aproxima-se. Conversam, riem e contam histórias.
O Líder reconhece o garoto, agora Homem. Conta a História de um Líder
que quiz salvar uma Mãe, e de um Garoto que queria vingança. O Homem
não ouve. Urra. Cresce. Vira Lobo. Finalmente, Líder e Garoto-Homem-Lobo
lutam. Dessa vez, o desfecho é diferente. Usando todas as suas forças, a
sabedoria adquirida em várias vidas, o Garoto-Homem-Lobo acaba com o
Líder.
O Garoto-Homem-Lobo conseguiu sua vingança, poderá, finalmente,
descansar. Morre, também, pelas maõs do Sangue do Líder. Os Seus mal
podem levar seu corpo embora, pois estão em menor número. Mas, talvez,
o Garoto volte. O Líder, nunca.
O Líder era André de Zunega y Leon. Ancião Gangrel. Um dos mais velhos
do Brasil. O Garoto, Gaius. Eterno algoz de André."

Obrigado, e espero que tenham essas histórias em mente, e que elas lhes
ajudem como me ajudaram.

História "O nosferatu matemático, a Malkaviana Mímica e o Brujah


Padre", de Hyde’

Essa história ocorreu há um bom tempo atrás, quando, por um engano, o


Padre Negro de São Paulo resolveu que iria me matar. Pura e
simplesmente. Tudo porque alguém respondeu um e-mail de um amigo dele
de uma forma q ele não gostou, e ele cismou que era eu.
Estava eu me preparando para um dos aniversários de André de Zunega
yLeon quando vejo a figura grotesca de Padre Negro e seus amigos (que
achavam que estavam escondidos) vindo em minha direção.
"Preciso tratar de um assunto /muito/ sério com você, cobra" ele me disse.
"Claro, pode falar." lhe respondi.
"Vamos a um lugar mais privado", pediu o grande "ancião" (NOTA: o Hyde
faz as aspas com as mãos quando falar ancião) Brujah.
E levei-os a uma sala. Ao entrar na sala Padre começa a fazer um sermão
sobre a amizade e como eu ofendi um amigo dele e por conseqüência o
ofendi. Tratei de explicar-lhe que ele cometera um engano, em momento
algum havia enviado tal e-mail. (e seus amigos continuavam escondidos
achando que enganavam alguém)
Conversa vem, conversa vai, o resultado é que "eu não sairia daquela sala".
Qual não é a surpresa do grande "ancião" (de novo, aspas com as mãos)
brujah ao olhar para sua espada e vê-la torta como um saca-rolhas.
Da mesma forma que ele havia levado amigos, os meus estavam sabendo
onde eu estaria, também. Assim, pouco depois Franccesco (irmão de André
de Zunega) atravessa a porta com outros gangrel e começa a "conversar" -
todos que o conhecem sabem como é, hehehe.
Depois disso acho que a realidade foi um balde d’água na cabeça do Padre
que percebeu que:
A) Eu não sou somente o que pareço (afinal, mesmo sem amigos eu /sei/
que sairia de lá).
B) Eu não mandei a porcaria do e-mail.
Assim, alguns dias depois pediu desculpas, e desde então não tivemos mais
problemas (inclusive, trato-o como um amigo quando o vejo, e ele retribui o
gesto).

História "A queda da Rosa pútrida", de Hyde.


"Não fui o protagonista da história, tendo sido apenas convidado a
participar, mas, como não posso relatar dos olhos de outra pessoa, relatarei
o que eu vi.
Durante uma reunião da Camarilla é descoberto o paradeiro de um dos
bastiões do Sabbat Sorocabano, em uma região isolada, ocupando o prédio
onde morava a anciã Toreadora de Sorocaba, a Eterna Príncipe, Lady
Lucian. Com a descoberta, a Camarilla, cansada de perder anciões para o
Sabbat, em um esforço único, uniu-se e partiu para combater a vil criatura,
reportada como um Toreador Antitribu. De diversas maneiras chegamos ao
local, eu e Gerrad em nossas formas de lobo, alguns por atalhos pelo esgoto
com os nosferatu, e outros de carro. Chegamos todos mais ou menos
juntos, e nos preparamos para adentrar os domínios do Sabbat. Logo na
entrada deparamo-nos com uma gigantesca fogueira, que contornamos, e
meu grupo foi direto à porta Principal. Outros contornaram a casa, entrando
pelas laterais ou pelo fundo.
Em meu grupo estavam lutando lado a lado Gangrel, Brujah, Nosferatu,
Ventrue e Tremere. Agimos como um só. Ao entrarmos, sombras atacam e
imobilizam alguns de nossos companheiros. Gerrad e Hipólito, Brujah,
atravessam as sombras e iniciam combate dentro da casa. Com ajuda de
Orgulho da Noite, liberto um dos membros imobilizados pela sombras, e
pulo dentro da casa, para lutar ao lado de Gerrad e Hipólito, com meus
machados de combate para fazer companhia. Dentro, uso-me de um
segredo ensinado por meu antigo amigo, Uivo do Trovão, para ficar mais
forte, e passo a ajudar Gerrad e Hipólito. Mais por desencargo de
consciência que por necessidade, já que ele já haviam destruído um dos
membros do sabbat que os atacaram, colocado outro para correr e lutavam
contra mais uma.
Após finalizarmos com mais esse membros, partimos em frente, com
algumas adições ao nosso "exército". Quase caímos em uma armadilha, que
er auma sala cheia de gás, aparentemente preparada po quem conhecia
nosso grupo, já que um dos brujah adora brincar com fogo... Encontramos
o salão principal do casarão, com duas escadas que iam a um mezanino,
com uma enorme espelho na parede deste. Subimos as escadas em dois
grupos, e algo afetou nossos companheiros, pois vários foram deixados fora
de combate, como Hipólito, Gerrad, Orgulho da Noite e o ventrue Lucas
D´Riviera (que é, diga-se de passagem, um melhor combatente que muitos
gangrel e brujah que já vi, não tendo medo de pular de peito aberto em
combate corpo-a-corpo, e se saindo moderadamente bem nisso).
Destruímos o espelho, que talvez fosse a fonte do poder que inutilizou meus
"irmãos em armas", e, em uma sala escondida (mal pude perceber a porta
se mexendo e o ancião enrico tentando fugir), encontramos nossa presa.
Custou-nos muito derrubá-lo, pois ele era resistente ao dano que lhe era
causado, como nós somos, mais, até, do que muitos de nós. Ele era
sobrenaturalmente rápido, forte, e, como viemos a descobrir depois,
possuia a habilidade d emoldar a carne. Achamos que havíamos derrotado,
quando ele se transforma em uma criatura gigantesca, com garras do
tamanho de meu fêmur, e uma força incrível.
Nessa forma ele causou os maiores estragos que já vi, moldando membros
como se fossem massa de modelar, arrancando braços e pernas,
esmagando cabeças. Mas não foi páreo para nosso número. Trabalhando
em conjunto fomos enfraquecendo-o, ate que não mais conseguisse
sobrepujar nossos attaques. Finalmente, tornou-se pó.
Conseguimos derrotá-lo, mas foi um custo alto. Nenhum de nós morreu,
entretanto, muitos estão inutilizados. Não conseugimos, ainda, curar os
danos causados pela habilidade de moldagem que ele possuia, e, a maioria
não teve a sorte de não soferem dano algum de seus ataques, como eu.
Que sejam lembrados os nomes de Gerrad, Orgulho da Noite por me darem
o prazer d elutar ao lado deles, e também de Pequeno e outros dois
membros recém chegados à cidade, por estarem presentes em outros locais
da luta e chegarem após o inicio do combate ao ancião e ficarem até o
final."

História de Carlos Gusmão


Muitas vezes nós só nos lembramos de histórias com feitos surpreendentes,
batalhas homéricas ou apenas contamos os feitos dos membros mais velhos
do clã. Essa história que vou contar é uma história nova, uma história que
realmente deveria ser contata aos jovens para que eles saibam que não só
os mais antigos podem ser lembrados numa fogueira como essa.

A não muito tempo atrás, a cidade da Paz Eterna, enfrentou um problema


muito sério, um membro muito antigo e de poder inimaginável para alguns
aqui presentes assolava essas terras, seu nome era Gabriel Cameratta,
muito se fez para tentar destruí-lo e alguns aqui presentes foram ao seu
encalço, membros de grande poder e grande renome, mas também
membros até então desconhecidos, jovens de nosso clã.

Essa é a história de um de nossos jovens, esse membro vem construindo


sua reputação entre nós com tamanha garra que é difícil imaginar que seja
tão novo.

Mas voltando a história: Esse tal de Cameratta era um membro poderoso do


Sabah, ele vinha já a algum tempo criando desordens em varias cidades
porém ele não esperava que membros corajosos como os que vejo aqui
hoje fossem se deslocar para tão longe apenas atrás de sua cabeça.
Primeiro houve um combate em Brasília, mas o mesmo fugiu alguns anciões
foram atrás dele e qual não foi a surpresa desses anciões ao olharem para
trás e se depararem com essa criança, mesmo sabendo que poderia ser o
seu próprio fim. Encontraram Gabriel e o mataram, junto com Gabriel
tombaram muitos anciões e jovens, mas esse que lhes digo não, ele
sobreviveu a mais essa provação.

Outro de seus feitos, uma lição que esse jovem deu numa Brujah de minhas
terras, que zombou de nosso clã, rindo de nossas bênçãos.
Foi então feito um combate, e eu pessoalmente pedi esse Gangrel nos
representasse, vi medo em seus olhos, mas o sangue Gangrel falou mais
alto e ele aceitou. Foi um combate onde todos os dons poderiam ser
usados. A Brujah, Biatriz de Castillas, era muito mais veloz, e forte, como
os Brujah são. Nosso jovem era mais resistente, e suas garras causavam
ferimentos mais profundos, como os Gangrel são.
Combate equilibrado, a não ser por uma postura e noção tamanha do
combate de nosso jovem, que Biatriz, mas veloz, não conseguia atingi-lo.
Mas nosso jovem acertava. E Biatriz enfraquecia. E para terminar o
combate, como um golpe de misericórdia nessa Brujah que havia desonrado
nosso clã, um grande touro adentrou a arena com tamanha ira nos olhos
que mais parecia a besta encarnada ele se dirigia para Biatriz e a atingiu,
terminando assim o combate.

Outros jovens que ali estavam presentes perguntaram mais tarde se a


intervenção do touro era necessária, nosso jovem apenas respondeu:
Se eu a tivesse atacado, ela teria sido destruída e eu teria desonrado o clã
assim como ela fez, com a intervenção do touro ela pode permanecer entre
os outros membros e toda vez que vir um gangrel lembrará de sua derrota.
Qual não foi a humilhação dessa Brujah, ser derrotada em frente a seu
próprio sire que nada poderia fazer para ajuda-la?

Essa não foi uma historia de feitos surpreendentes, mas uma história de um
único gangrel, um jovem Gangrel.

E, quando Angus MacGregor chamou o clã para devolver aos Gangrel de


Brasília as cinzas de Cameratta, que eles ganharam por sua bravura, ele
estava lá...E o Senhor daqueles territórios o elogiou por sua coragem, e
pela coragem em lidar com os lupinos, ajudando-o a proteger o território.
Os anciões presentes então concordaram que tanta coisa feita, para alguém
tão jovem, mostrava bravura, e por isso hoje em dia ele é visto como Bravo
perante o clã.
Essa não é a história de um guerreiro furioso é apenas a história de um
membro que pode bater no peito e dizer “eu sou um Gangrel” essa é a
história da Menina Ártemis Hilarion nossa anfitriã dessa noite.

História do Pedro Leão


Meus amigos, essa noite quero contar a história de alguém que eu e
todos vós devem respeitar, alguém que muito me ensinou e sempre
respeitou minhas visões diferentes da dele. É a história de alguém ainda
jovem vagando na Europa, é a história de como ele sobreviveu aos temidos
lobos...

Era noite alta já, em uma floresta européia ele corria, em plena
penísula ibérica ele fugia dos lobos que o atacaram enquanto caminhava. O
jovem invadiu os territórios que os lobos reclamavam para si, mas mesmo
ante a fúria dos lobos, ele gravemente ferido escapou dos inimigos. Eles
eram de cores variadas, de pelugem negra, dois cinzentos e até mesmo um
prateado e agiam com fúria. Não foi fácil escapar, mas a natureza protegia
e ainda protege esse jovem, ele corria sem pegadas e as árvores fechavam-
se após sua passagem. Mesmo assim, foram dias e dias de fuga, o jovem
que se considerava forte e invencível, que achava que para sempre seria o
predador, agora era a presa. Ele não tinha força para um combate frente a
frente, ele não tinha tempo para caçar, ele apenar pensa em sair da floresta
e escapar dos temíveis lobos que ele sabia que ainda o caçavam.

Com sorte e astúcia ele escapa, ratos confundem os lobos e em uma


escura caverna ele se esconde, ainda faminto se recupera de mais de dez
noites como presa. E então, que recuperado ele retorna, agora para vingar-
se de cada um de seus predadores, um a um eles pagariam. O jovem cria
suas armadilhas, mas não é totalmente bem sucedido; dois dos quatro
lobos ficam gravemente feridos, não há um total fracasso. Mas uma
segunda armadilha é necessária e o sucesso de seus intentos esta por vir, o
jovem estava a derrotar os lobos quando ouve uma cavalaria aproximar-
se...

Eram cerca de dez, três ou quatro membros acompanhados de seus


carniçais. Parabenizaram o jovem por derrubar os quatro lobos, que apesar
de ainda vivos, jaziam aos seus pés. Os novos visitantes diziam que os
lobos há tempos eram um mal que devia ser extirpado, pois não permitiam
sua caça aos javalis. É então que o jovem encara os recém-chegados e os
lobos nos olhos, sente em si a fúria do olhar dos lobos e o desprezo que os
nobres têm. E ele entendeu que os lobos e ele, embora freqüentassem as
mesmas florestas, não eram a mesma espécie. Compreendeu que sua
presença ali, cedo ou tarde traria mais membros, que profanariam a floresta
e sem honra matariam os lobos. Teve a certeza que enquanto a floresta o
aproximava dos lobos, suas raças distintas os afastavam; justamente pelo o
que os unia.

O jovem ficou envergonhado consigo mesmo, que cego em sua


caçada não percebeu que outros de sua raça se aproximavam, então agiu.
Em uma ação tão rápida que o deixou tonto por alguns momentos,
derrubou todos de seus cavalos. Os cavaleiros pareciam não entender o que
acontecia, estavam surpresos. Foi o suficiente para o jovem recobrar-se e
lançar toda sua fúria contra eles. Como nobres que suas roupas indicavam
que eram, o jovem sabia quais eram as armas de seus oponentes, então
atacou seus olhos e pescoços, impedindo-os que vissem e falassem. Mesmo
assim, era uma luta desigual, eram dez oponentes contra apenas o jovem
em fúria que em seus primeiros movimentos tirou dois ou três de combate.
Mesmo assim, algumas lanças atravessam seu corpo, três ou quatro dessas
armas o ferem e quase o tiram da luta, ele mesmo já estava conformado
com sua morte-final, ao menos honrada. Mas foi atordoado pelo som do que
parecia ser um trovão...

Os lobos que instantes atrás estavam caídos, agora combatiam com


força total e esmagavam os nobres. Um a um eles tombavam ante a força e
fúria dos lobos, seus poderes eram espantosos e rapidamente apenas o
jovem e os lobos ainda moviam-se, e ele esperava pelo seu fim naquele
momento. Ele vê um dos lobos transformar em uma linda mulher, a mais
linda mulher que ele já havia visto. Bela como as mais bela Toreador que
conhecia, mas com uma beleza vivaz, não a aparência fria e pálida dos
membros; ela era viva, pulsante, selvagem, de um modo tão natural que a
futilidade da beleza cheia de orgulho das Toreador quase poderia ser
ofensiva. E ela falou, firme e apenas uma vez: "Voce vai viver, mas tem
apenas o tempo suficiente para deixar nossa floresta. Se voltar eu mesmo o
matarei, maldito. Não retire nenhuma dessas lanças até ter deixado nossas
terras, para que elas o lembrem que só está vivo porque, por um breve
momento voce demonstrou alguma honra, e não iremos ignorar isso." O
jovem caminhou por três noites ate a saida da floresta para só entao se
livrar das lanças. Mas nunca se livrou das dores, que sempre o lembram
que só está vivo, porque, por um breve momento, demonstrou a honra que
deveria e que para sempre o acompanhou desde então.

Eu ainda me recordo de quando ele me diz: "Lobos e nós não somos


da mesma espécie", ou então: "A vida pela honra, ou a honra pela vida".
Talvez alguns de vós tenham visões diferentes do que a desse não mais
jovem, como eu mesmo tenho, mas é impossível não temer à alguém que
sobrevive à quatro lobos juntos. Eu que vos contos essa história sou Pedro
Cavalcanti Leão, O Pacificador, prole de Adriano Adreotti, agora não mais
tão jovem como quando esses eventos aconteceram...

História que a Ártemis conta

Uma História de Sabedoria

Sonhos ainda podem aquecer os corações mortos dos membros. A


história que conto aqui esta noite é a história de um sonho, e de como ele
se tornou realidade.
Um andarilho chega, em uma noite de borrasca, à Cidade de São
Sebastião do Rio de Janeiro. O frio, raro nestas paragens, não o incomoda,
pois ainda mais fria é sua carne. Trás em seus pés a poeira de muitos
caminhos, e em sua memória muitas paisagens. Mas não sabe ainda, o
andarilho, que a partir desta noite, terá um destino traçado, e um lugar o
qual chamar de lar, um local para viver, e se necessário morrer por ele.
O Andarinho conheceu um sonhador: Jan André van Eyck. E sua
imaginação se acendeu com o sonho, e seu coração com ela.
No entanto, nunca se diz dos sonhos que são fáceis de tornarem-se
pedra. E muitos anos se passaram, até que o andarilho vislumbra o local
onde o sonho de Van Eyck, agora com muitos sonhadores, verdade iria se
tornar.
Um pequeno pedaço de chã, no centro do país do Andarilho, aqui
nascido quando Terra de Vera Cruz ainda se chamava. Brasília, as terras
selvagens se tornariam cidades.
Mas os homens-fera, antigos habitantes do local, não queriam saber
dos sonhos dos Membros. Já tinham os seus, e eles não incluíam concreto.
Os Membros não estavam dispostos á desistir de sua cruzada. E a luta
começa.
Longa e sangrenta, escravos do sangue de dia e membros á noite, e
garras e presas e prata. Longa foi a luta, e o sangue de muitos guerreiros,
de ambos os lados, escureceu o chão. Sob tal fundação, nunca o Sonho, a
Cidade da Paz Eterna, poderia ser construída.
O Andarilho, uma noite, disse aos seus que iria só se encontrar com
os homens-lobo. Forte ele era, e por muitas batalhas temperado, mas os
seus por ele temeram, e lhe pediram que não fosse...perderiam seu mais
feroz combatente. Mas ele foi, só, como havia dito.
Na próxima noite ele retorna. E diz aos seus que poderiam construir.
A paz fora estabelecida. Um armistício fora costurado, com palavras de
honra, ao redor de um fogo. O Andarilho, não mais errante, se torna o
protetor das terras da Cidade da Paz. E por muitos anos tem mantido a paz,
entre seu povo e os homens-fera. Não com garras, mas com palavras.
Certa vez, perguntado pelos mais jovens como conseguira tal feito,
ele responde, ao redor de uma fogueira: ‘há o tempo de lutar, e não desejo
que se tornem fracos. Mas há tempos que apenas as palavras podem
transpor distâncias. Há tempos em que mesmo a inação é a mais sábia das
ações. Apenas mostrei aos homens-fera que, se continuássemos, nos
destruiríamos mutuamente. Tudo a perder e nada a ganhar’.
Essas foram as palavras do não mais Andarilho, Sábio ancião da Casa
das Feras.

Uma história de perda

O tempo corre. Deixa suas marcas até mesmo nos imortais. As mãos
que sabiam escolher entre garras de aço e o cumprimento entre pares
esqueceram sua própria lição. As mãos que trouxeram a paz sobre este
território trouxeram desavenças e lutas, para dentro de seu próprio Sangue.
Trouxeram o ódio, que se alimenta da violência desnecessário. Ele ainda
queima. E o exílio. Uma sentença. Não poderiam mais ser chamadas de
Sábias.
O tempo é contínuo. Tempo é nossa maior dádiva. É uma dádiva
dúbia, e não tão certa por vezes. E, tempo e reflexão teceram um retorno.
Sabedoria não é apenas um título, mas reflete-se nas ações. Mais uma vez
foram mostradas em ações, como na cidade ao sul dessas terras, Camboriú.
Eu conto uma história já antiga. Conto uma história como um símbolo
de esperança, talvez estúpido. Conto uma história pelo o que pode vir a ser.
‘Eu luto as batalhas que me tocam, que são importantes para mim, sigo as
trilhas que escolho e arco com minhas decisões’. Eu, que conto esta
história, sou Ártemis Hilarion, da Casa das Feras, criança de Wolfgang,
criança de João Pedro Cavalcanti Vaz de Castela e Leão, a quem esta
história se refere.

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