Professional Documents
Culture Documents
LIVRARIA ACADÉMICA
;^/. GUEDES DA SILVAI
8, R. MÁRTIRES DA LIBEROAOE. t2(
PORTO *TELEFONE, 5988(
Re,ié7,qo3s
Presented to the
UBRAKY ofthe
UNIVERSITY OF TORONTO
by
Professor
Ralph G. Stanton
Digitized by the Internet Archive
in 2012 with funding from
University of Toronto
http://archive.org/details/evaeaveoumariaOOsous
''
.^?^"^
EVA,EAVE,
MARIAE
TíaUNFANTE
T H A T R O D^ K V D Ç A E 1 M,
ôc FilbfofiatShriftãa,
Em que (e reprefemaô os dom eHados do mundo :
CAHIDO EM EVA*
LEVANTADO EM
E
AVE
PRIMEYRA, E SEGVNDA PARTE.
V
f
:
EVA.EAVE,
MARIA TrYuNFANTE
THEATRO DA ERVDIÇAM,
& Filofofia Chriíláa,
Em que (e refrefentaõ os dom eBados do mundo
CAHIDO EM EVA»
LEVANTADOEM
E
AVE.
NO patrocínio da magestadè augustissima da
RAINHA DOS
ESCREVIA
CEOS.
/ÍNTONIO T>E SOUSA T>E MACEDO,
PRIMEYRA, E SEGVNDA PARTE
LISBOA.
DESLANDE SIANA,
NAOfficinaReal
M. DCCXL
Qom &
todas as Ikenç.ts necepriasy Privilegio Real.
Mercador de A^ivros?
A' cufta de CmIos do^Vallc Carneyrg ,
«J^
^>í
S E N HO R.
A' MAí
iHÉÍigm*«ww^tf»gg^^
MARIA VIRGEM
Mãy de Deos, R ainha dos Ceos.
s E JsC^H o % A.
Re.
Reconheço que me puderaõ divertir do aíTumpto
as razões
4./í Aifumpr.p./i de loiNarvos, em que os mayores cípiritos duvidarão entrar. De-
mctuiagloiía «
'
r i
8 S. Teronimo o amoe*
*":3'cflatsoppri fta que todos de qualquer errado^ & condiçaõ,ainda peccadores,
T
-i
•'
r '
i i i i
11
8 D Bera hrm. devem louvarvos : ol que o louvor humilde leva corijlieo o per-
6
:^«/,Nonorpa-dao. He logo uto divida, 5í nao ouladia ; pois notou S. Pedro
Cant
ir.ens à gloria, g-^\ , ~t\ -j r \\ r L'
ícd admittcns, Cnry lologo, que nao he atrevido em rallar, quem o íaz por obn-
niíi nonDei, d
li -. r r\ r % ' •
i i 1 i
tilam qustfuris gaçao lo uo ocioío lilencio íe ha de dar conta , com>o das ocio-
j
fn'p^Í-v?rl'{um. perftyções, também fois Eft relia que guiaj fe o Sol abraza, tam-
Íe/ /ÍJ X-T» ^^° honrados, que perderíe nelles acredita ; como outros taõ
in-
K^m fm^en- dlguos, quc ainda pizados mnnchaõ a planta ii em voíío no- , ;
kímontm'^"^
uo íutcnto dc vos íervir 13 ôc Salamaõ, que íó cuidar nifto he 5
ciundantmc.Ti- quanto mais que neite ofhcio de Anjos, elies me ajudarão pois, ,
cohfeííando que naõ baílaõ, defejaõ que o Ceo, & a terra íe con-
'^'
ícm^nr"'"
cltiírcel^godc vertaõ cm lingu^ que vos poílaõ louvar Ôc Vós naõ eftranha- , ;
'"'•
reis
naõ vos lembrais menos de haver íído humana,
reis as faltas, pois
Ha, TínfuseíícSi
que de reynar como Divinaj a benignidade aííegura quanto na di^ lu^'^ niaciís. 6i quj
"^'"^"^ '""'•
gnidade fe arrifcou. ^tc- lilam, iCÍto
Mageftade taõalta ;
porque voíío Filho Deos avaHou em mnys lí^^/^ "''' ^
too pouco do pobre; ló quizera ter mais para vos ofFerecer tu-
b6 AUrc-it.^i^^
do; mas elle íabe o porque me naõ entregou mais talentos. Do
profundo abyíTo do meu nada vos peço , A/íây clementiflima dos
peccadores, que para tirar do coração o tributo de amor que vos
he devido , abrais com chave de luz as minha alma ,
portas de &
que nas azas de voíío favor voe o pezo de minha ignorância ; &
pois no Ave foberano mudaftes o nome de Eva 3c o cftado em ,
que cila nos deyxouj muday meus aíFedos a parecer filho da no-
va graça, que nos alcançaftes, para que, como vos eícrevo [^en^
eedora do peccado, vos veja Triumphante no Ceo.
P RE*^
PREFACAM AO LEITOR
com o argumento da obra.
EAMC^ neíía vida o quenos fique para a outra , ( acon-
feihi o grande Doutor S. Jeronymo; & desfrutemos as
1 D.Hkron.rpij}!
^^ |S|2^S Tvorcs quc tcm as raizes no Ceo- i Se iíio fe naô achar
'ÍX^!ii}l^uhr.
*
i /•>. ííorúm
<!
^ ^^^ê
fjPj^T^^^^
'^'^^ ^^^'''^^ ^^'^^ ^^ cojitenra com que fe bufque; ( diz o
mefmo Santo') 2 & naõ ha livro taõmào, (notava Piinio
0k^^^íF^0^m omayor) 5 que naõ tenha algúacoufa uni para quem fe
q^orl^adicc.
iii Cxio nxae lâDc aprovcy tar nos Leytores quedenadafeaprovcytaõ, confidcrava Po-
;
ve'ius° 'fed'<iàH humanas ao ferviço Divino para que foraõ creadasv f tirando-as da injuíta
quirasconfide- fujcyçaõ
cm que fcrviaõ a vaidades^ as obrigo a contemplarem o Creador,
? mn.at>Hi £.& Redcmptor^adeteftaremo peccado, & darem aos homens conhecimento
dcrey
derey, que o menos grandiloco dcfgoftaría a devoção que profeíTa a Corte;
a galantaria no dizer naõ dà mayor crcdito,mas dà mayor graça naò com- :
8 Meildonaelo ad
munica faudcjiiias caufa melhor cor ; 8 he taõ enfaíliado o noíTo efpiritOjque Cl. loan. infnnç.
naõ gofta dos bons manjares fcmapparencias que movaõ apperitejpor ifto
David (diíTeS. Gregório Niceno)>> pozemmuíicaosfeus Pfalmos, paraq gS
Greg,7\}cen,
por mais agradáveis , excitaíTem mais ao amor Divino. Nos di veríos moti» T[.ilm 148.ir.
degenere da fimplicidade que profeíTava S. Paulo, & feja admictido dos cu.
riofos que elle profetizava lo eftylo naturalmente compoíto fcm aífeéla-
;
íignifíquem mais, & fempre tive por criminofas as que abundaó à expreíTaõ
do conceyto. Se em algúas partes deyxey correr a penna, fe devia de juíiiça,
ou à devoção, ou áfolemnidade; ha occafióesem que convêm íer pródigo j
& tal vez he neceíTario levantar mais a voz para efpertar os fentidos.
6 Eíia primeyra Parte^em que fervos da culpa efperamos a Ley da G^a-
cano monte Calvário, reparti em capitulos cincoenta numero myíienofo
;
dos dias que ao povo Hebreo faindo do cativeyro, fe dilatou a Ley q Deos
lhe deu no Monte Sinai :& dos outros cincoenta dias , que depois da Re-
furreyçaóde C^rz/^í? Senhor noífojfe dilatou a vinda do Èfpirito Santo ail-
Fide pi
luftrarosPrégadoresdenoíTaRedempçaõ. II. A fegunda Parte confíarà
í c: 1'.
de fetenta & dous capítulos, & parte de outroj ( que fera a Peroração no fim) li Hieron.ep-.H.
aa TSÍepòtinn ad
numero corre fpondente aos annos que a Senhora viveo na terra para nos fin.
levantar- 1} D.ChryfnJf.
hom.i, ad pofitL
7 Conheço ,que fem que valhaõ eflas, & outras juíiiíícações , me diz o yÍMiochjn ^.tom,
grande Doutor S.Jcrony mo, 12 queninguempporbemque efcreva,fe livra Mon eiiim in co-
ram auarccrnun-
de cenfuras.-porqucj como advertio o grande Chryfoílomo, ij as coufas fãr natura, led ín
naõ fe julgaõ pelo que faô, mas pelo aíFecíio de quem as ajuiza ^ da mefma flor ceracmium aíie-
£lu judicia fii-nr,
rira a vcfpa oamargofoj&aabelhao fuave :naô pende ifto da flor, confiíte 14 D Hte,0'':,^id
Domniun, & Ro-
no pico. E aíTim os de bom animo approvaráó dos que coftumaõ reprovar gati-i»,
;
inprafat.
fem obrar, naõ efpero approvaçaõ.Porèm feguindo ao mefmo S.Jeronymo, a d lib- E[âr^ in
,
14. mais me incita aquelia benevolência, do que me atemoriza eíla cenfura , cbarítate prov^-
fineM a.eí^ vcfíra
& tanto defcjodefcontentar a huns, como agradar a outros ;hum fó Piataõ cabcr ad í:udiú,
avalio por muytosleytores, como dizia Antimacho; 15 &
fempre de meu qu-im illoriiiu
cictrafta ione. &
trabalho tiro o fruto de ficar obrigado a viver como efcrevo ; &
fatisfaço à odio dererrtbor»
razaõ que me obrigou a efcrever, como na Dedicatória reprefentey à Ma» apud Tui lib. cie
geftade^ a que devia fallar com verdade finccra. ciar. erat. PlatoJ
criiiTi mihi inllar
cft onT.ium.
Er/!fy»Jib,2.(.22i
AD'
ADVERTÊNCIA.
ORQV E nos havemos de aproveytar alguas vezes das Re-
velaçgens da illuftriííima Santa Brifida viuva, advertimos,
que ainda que antigamente fe duvidou íe haviaõ prócer
dido de didamen do Efpirito Santo, ou íómente deíentimen-
todepia, & levantada meditação ; jà hoje eftaõ approvadas,
áí recebidas pela Igreja, por verdadeyras, Sc divinas, precedendo
falem dos exames que em íua vida íe fizeraõ pormuy tos Doutos,
& Prelados ) novas diligencias , & averiguaçoens cm diíFerentes
tempos depois de faa morte, por Cardeaes , & outros Varoens
grandes , de ordem dos Summos Pontifices Gregório Xí. ôc Ur-
bano VI. & pelo Concilio Bafilenfe. Conforme a ifto as vene-
raõ Bulia? Apoílolicas, & todos os homens erpirituaes,& fabios,
como íe vè da Bulia de Bonifácio IX. em fua Canonização 3c ,
EVA
E V A, E AV E.
I N T R O D U C Ç A M.
Eva,8c Ave, AnagramaHieroglifico do Mundo cahido, & levan-
t2iào,jnfttfica o titulo dejie livro.
I TWT Otou profundamente o grande Origenes, i que eí- J.P^'^'"*'^"'"''^-^^-'»'^''^' & Fi/i'a
J^^l crevendoos Evangeliílas íagrados a genealogia de
Chrijio Senhor noíTo S. Matthcos quando o Senhor vinha ao
:
,
7 a declinação que elle fez j porém o P^erbo Eterno a defcreve i^BarietafermJeTiaíiv.admed. tom.
fubindo das plantas aos cabellos; 8 ( raizes que temos para o %'^cS' ^"" "'""^^ J'sinis.; '
Ceo) indicando a elevação que nella fizera da natureza, atè a 7 dio^^o Matute de venafid na. proji^,
adoptar Filha de Deos, como S. Lucas chama a Adam ; 9 &: '^f cSf;"'' ^ '•*•§ *•
omefmoC^r//?í>,8cSaóJoaô a todosos juílos. 10 Poriflo a 9 /:?w«í.j.j3,
nome^L Filha do Príncipe, que porAntonomafia he o doCeoj '°-^^^«^-'•í••<s•í^48.^í^^>'í«.M3,
gabalhe os paílbs porque fubia-, èc confidera a excellencia de^
les no calçado porque naó hiaó as plantas nuas fó com o natu-
,
pois ella eílava taõ exaltada , tendo fubido jà muytojde antes í ^-^f^. 8. f .i^lnuixa fupcr.dilcam»
"
rada.
3 QjindocahiaemHi;^, fereílauravana/^r^í^jdebay- ^ , . <, ^ t. , /-í-j-
àb £
";
"^^^^^^^^^S^l dou a contrapofiçaó das acçoens^ pelas contrarias das com que
idquo Gabrieiem Archaii^eium Deipa- ^i/^ nos arruinou,nos levantouo^^'^ de Tlf^n^jfcgunda M.íy
O IM-
o IMPRESSOR
Ao^ Lcytores que ejperarem índice.
%^jj L I
.
LICENÇAS.
APPROVAÇOENS.
eftes dous Tomos defte Livro intittilaí^a, Eva^ 5c ^ve , o Mundo perdido em Eva, 8C
VI reftauradoem MARIA? Author António de SauU de Macedo, peíToabem conhecida
por feu talento, Sc doutos fcriptos; Sc lendo efte o undécimo dos q íe lhe deraó à eftampa, me
parece paga a decima a Deos nelle, pelo aíiampto, Sc fazonados frutos de boa doutrina, Sc mais
útil politica Chriftá , Sc fingular^devaçaó à Virgem Santiílima Máy do meímo Senhor , entre
muyta , Sc v^ria erudição. Naõtem coufa algúa contra nofla Santa Fe , ou bons coftumes.
Porque hiítoriando o que trata da Scriptura fagrada no modo permittido, naó diz coufa (dizé-
do muyto^lemapoyo dos Santos Padres, & Doutores, que allegaà margem , em cuja liçaõ fe
nioftra taó verfado.comoreeftaforaa luaprofiílaó propriai Sc alTim me parecem muy dignos
da licença que pede para le imprimirem. Lisboa , Sa5 Francifco da Cidade ii, de Setembro
de 67^, Fr.foaodeDas,
vieraó pela palavra que diíle o Anjo a nofla Senhora, trazendolhe a embayxada da Encarna-
ção, Ave-^ admirável obra de feu Author, entre as muy tas, Sc excellentes, que tem dado à ef-
tampaj para credito da Naçaõ Portugueza. Naõ cem couía contra noffa Santa Fè, antes gran-
des documentos delia; nem contra os bons coftumes, poiseaGna a reformação de todos os que
laõ màos. Saó oí Livros muyuo eruditos, com grande noticia das hiftorias do mundo , 6z feraõ
muy en-imados de codosiScaílim fou de parecer que V.llluílriílimalhe podsconcsder a licença
que pede. S. Bento x. de Outubro 673, O Doutor /•>. /or^e de Carvalho.
VI comíígne
g!"andeconGderaça5 eftes dous tomos intituhdos, iEy4,SC/4yí com poftos pelo in-
Doutor António de Soufa de Miceio, peflba muy conhecida, 5c de grande eftiina.
,
çaõ em todo o mundo por fuás obras, que com eíta laõ onze as que tem dado ao Prelo, Onze
fsõ os Globos CeleíleSjO undécimo he o Empyreo; Sc de to das as obras do Autor eíles podemos
UízcrhcoEmpyreo,Sc fuperior atodasas detuaisi Sc com muyta confiiJeraçao íe chama Eva,S^
Av£ porque a noticia das fciencias que fe p^rdeoem Eva^ com o Ave, que veyo do Ceo E.m-
,
tanta perfeyçiõ, que naó ha mais que defejar i dondí pode nos dizer o que Heródoto dizia dos
Poemas de Homero, que nelles achara huma grande falta, Sc imperteyçaò, terem íim, Sc termo,
Sc naóaver mais que ler nelles. Pelo que Cenho a obra pí)r uCiliílima.Sc de grande proveyto; Sc
nella naõ ha coufa contra n;)íla faniraFè, nembonscollumes, nemcontraolèrviçode V.A.que
Deosguarde: pelo que V. A. deve íer fervido mandar dar licença para le imprimirem. Caraio
de Liiboaió. de Outubro de 167^. O Doutor Fr, lonõ da Silvejra.
POde-fe imprimir eíle Livro de que eíla petição trata, Sc depsis de im preíT) tornará á Mj"
Tapara fecoaferir, Sc dar licença que corra, Sc femella naó correrá, Lisboa zo.dejaney*
•
ro de 1711.
Moniz.. Hajfe. Monteiro, Ribíyro, Brocha, tiFr, Encarnação, Barreto.
1
POác-fe imprimir, 8c depois de impre(l'í tornará para íe dir licença que corra , Sc fem ella
naõ correrá, Lisboa 2 5 de Janey to de
.
17 1 1 AÍ.Btfi>o de Tag.ijh.
QUe fe poffa imprimir viftas as licenças do Santo Offi:io, Sc Oi-dintrio, Sc dsoDÍs de im«
Meia para fecaxati
preflo tornará à Sc darliccnçi que corra, Scfem ella naó correrá.,
LísboâaS. de Janey rode 17 1 1,
Dujue Pm Olivi)ra. Cofia. Botelho.
E L O.-
:
>>:
, ,
^3f'
Donde
Conftituidâ atalay a dos boíques,
Regiílra com olhos de rubim
A viçofa efmeralda da relva,
A matizada confufaó das boninas,
A pompofa folhagem das plantas,
A crefcidadefigualdade dos troncos :
Pois prefentindo.
Que jà caducava em duas Ediçoens,
Para fe reformar na terceyra,
Defprezando o ermo do monte,
Se acolheoà amenidade de hum Valle, ,
Onde
Nem dece fombra, que efcureça.
Nem reípira fopro, que deftrúa,
Nem foa tempeftade, que atemorize.
Nem habita fera, que devore.
Porque
A fombra das erratas,
O hálito das cenfuras,
O ruido das en vejas,
A braveza das emulaçoens,
Naó occ upaó lugar em hum Vallc,
Que tem por feu Antemural
De huma parte o Olympo,
Para
: :
^
Na Monarchia Portugueza, rcftaurada
Da injuíla violenta intruíaóHifpanica,
Para o jufto gloriofo dominio de Principes naturaes*
N a Genealogia dos Reys Portuguezes,
(Sol por Ecliptica foberana)
Diícorrendo huma , &: outra linha de tantas coroadas cabeças.
Te illuminouomodello da arvore mais augufta,
A cujo Real abrigo encaminhes agora os voos,
para te coroares de palmas, «Sc de trofeos.
E quem ignora, que para efte fim, te teceoprimeyro dos talares de Mercúrio
As azas.
Nos
) } :
Inferindo
Qiie tam ameno foy no engenho, quanto era no appellidò,
E que bailou feu appellidò para perpetuar as flores
De feu engenho.
A eftas prerogativas fe ajunta o Macedo,
Como timbre da perpetuidade,
Que naõ he mais, que huma duração ílicceíTi va.
Ou huma propagação continuada :
SONETO.
& a pezar do tempo, que devora
Vive,
Com dente gaílador os bronzes duros.
Teu ninho excelfoconftitue agora
Entre efplendores de diamantes puros :
Vive , que là nos íeculos futuros,
Te efpera a eternidade vividora
Para que occupes nos celeíVcs muros,
Oclaroaflento, onde outra Fénix mora.
Entaô fendo outra vez viíla das gentes.
Banhada em nova luz de nova chama.
Novo efpanto feras a todo o mundo :
Do Beneficiaílo
I N^
índice
7)os Capítulos dejle livro,
CAP .
ruina
I. Ab siterno determinou Deos
; decretou o remédio : 6c
crear o homem : prévio fuâ
deftinou para elle a Virgem
JSiãy. P^g-l-
Gap. II. ComojCreado o mundo, creou Deos o Homem, & o illuftrou de
graçaj&nella afuadcfcendencia. p.^,
Cap. III. Como Deos poz Adam no Paraifo terreííre: qual era: & fe per^
fifte ainda. p. 6.
Cap. IV. pozley %Adam: elle começou a exercitar Im-
Como Deos
pério; o Senhor lhe deo mulher ; & que felicidade gozava. p, 8;
Cap. V. Qiie tempo eftiveraõ noíTos primeyros Pays no Paraifo terref-
tre. Como Eva , enganada pelo demónio na ferpente, como do fruto veda-
do, &perfuadio a J?íÍí2?« a comer dei le. p. li.
Cap. VI. Como pelo peccado do primeyroPaycahio o género huma-
nona mayor miferia. p. 1 6.
Cap. VII. Como Deos fehtenciou a noflbs primeyros Pays , & a fua
defcendencia: ficou publicada guerra entre a ^r^^;» Santiílima, 6c o de-
mónio, y^íi^w/ poz nome a ^-Uií. p. i8.
Cap. VIII. Como nas penas em que Deos condenou a noífos primey-
ros Paysjconciliou a Mifericordia com a Juftiça-, moftra-fe que as impoftas
a Eva nas dores do parto, 6c fugeyçaó ao marido, foraõ graves , mas junta-
mente úteis, p.iii
CapJX. Profegue a confideração do precedente nâs penas em q Deos
condenou a Adam j moftra como o trabalho he útil , fendo com medida 6c :
caminhos chega não imaginados : 6c como ainda alfim foy mifericordia > 6c
útil a condenação a ellat ir??'- p;b^ ; :jííc-í
; p-26.
..
Cap. XI. Como Deos moftrou aos homens a neceflidadc das leys , 6c a
forma do juizoí f rata-fe da excellehcia da juftiça : quaes forão os primeyros
Legisladores: a dignidade dajurifprudencia: irmandade que tem com as
armas, pela qual fe unem fem precedcncia. p. 29.
Cap. XII. Como Adam 6c Eva foraó lançados do Paraifo terreal } ef-
,
quecimento que nos ficou do Ceo lembranças que Deos nos faz delle 6c
: :
P-99-
Cap. XXVI. Profcgue o aflumptodo capitulo precedente. p. 104:
Cap. XXVII. Origem da Rhetofica, Sc Oratória para utilidade pu-
blica, Sc males que a malícia dos homens caufa com ella. Traca-fe dos Ad^
vogados. p. III.
Cap. XXVIII. Principio, Sc augmento da fciencia Aftronomica, 65
Aftrologica em beneficio do mundo, Sc como fe ufa mal delia. p. 1 14*
Cap. XXIX. Como fe inventarão a.s letras: fuás difFerènças; modos de
/^^ .
cfcrever: fua utilidade: Sc como a maUcia dos homens ufa mal dellas.p.120
j// l '^'V—w Gap.XXX. Comofe introduzirão os hvros ; quaes foraõ os primep
ros.
da primeyra parti»
SOS, 8c as primeyras livrarias. Como fe inventou a Im prêíTaõ : utilidades
de tudo; como a malícia as perverte. Moftra fe nos livros hiftoricos.p. 125.
Cap. XXXI. Como teveprincipio invocar a Deos em culto Divino, ác
a malicia fe atreveo a oífender efte fagrado. Trata- fe do fanto, êc myftei io-
fo nome Jhrhovah* p. 1 29,,
Cap.XXXII. Foy a mayor ruína dos homês ficarem có o entendimen-
to cego pelo peccado, & diíto lhes refultaó as may ores calamidades. p. 132.
Cap.XXXIÍI. Como os homens erraó nos meyos per que prociíraó
honraj&poriíToaperdenijpoem fe primeyros exemplos na imitação, &
nodefejodemoílrarvalor. Trata fe dos deíafíos. P-Í34*
Cip.XXXIV. Para o intento do capitulo precedente fe poerh outro
exemplo nos que procuraó altos poílos & fe condena a ambição, 8c tyran-
:
nia. pi37-
Cap. XXXV. Para o mefmo intento fe moftra como os que pertendem
hora pela fciencia, errando ordinariaméte os meyoSjfedefacreditaó.p. 142.
Cap. XXXVI. Nodefordenadoamordavida fe moftra cego o enten-
dimento, pelas miferias delia. p.146.
Cap.XXXVII. Os homens feenganaõ em quererem fuaviz ar ávida
com paíTatemposrpoem-fcprimeyro exemplo no jogo. P-i5 f*
Cap.XXXVlII. Segundo exemplo, que a caça não he alivio,antes tra-
balho, 8c prejudicial ávida, P-I53-
Cap. XXXIX. Como os homens que procuraó regalar a vida com co-
mer, a deftruem Trata-fe
. dos exceflbs , & danno da gula , 8c da utilidade
da temperança. p.i56i
C-ip.XL. Comofeenganão os homens nas commodidades que imagi-
não nos officios da Republica. Trata-fe dos males da privança com os
Principes. piÓ3-
Cap.XLL Qiie nem com reynar fe aliviaó , antes crefcem os trabalhos
da vida. p.i8o.
Cap.XLII. Que os amigos não faó alivio para os trabalhos da vida,an»
'
fe o que continha aquelle Edi£lo. E trata-fe que coufa he Era^ 6r como por
ella fe contarão os annos. Dá-fe noticia da occaíiaó per que. os Romanos
cntràraóemjudea. P-329.
Cap.XXIX. Nafcimento de C/6r//?o Senhor noflb. P-333"
Cap.XXX. Do mais que fuccedeo na lapa de Bethlem depois do Naf-
cinlentodeC/^r,^'?í? , 6c os maravilhofos fmaes que houve no mundo no
mefmo tempo. P-337-
Cap.XXXI. DecomooM«mí?Deosfoycircumcidado, 6c comelle
começou a padecer por nós fua Mxj S mtiílima. P-34*^'
Cap.XXXIÍ. Do nome Divino JESUS^pcrquefoychamadooAfm/-
n') em fua circumcifaó. Declara-fe também o de Meífias , 6c o fantíílimo
ncmedeCHRISTO. p 34i=
Cap.XXXIIÍ. Da adoração dos três Reys Magos ao Mmino Deos.
Declaraófemuytas particularidades neíla matéria. P-344'
Cap.XXXI V. Da Purificação da /^^;^í'7;??A/ííy. PrefentaçãodoMeni-
noje/í/y no Templo. Doquea J'í?wÃ6i^'(2allipadeceo: 6c caufa pcrqueeíla
fefta fe celebra com velas accefas,chamandofe Candelária. P-35®'
Cap.XXX V. Como Herodes determinou matar os InnocenteSj 6c co-
mo a Vtrg em, 6c S. Jofeph fugirão para Egypto corn o Menino Jefus.p.g 5-4
Cap.XXXVI. Martyrio dos Innocentes, 6c o feníimento que a Virgem
iV/^y nelle teve. P-358"
CapXXXVíI. Como a ^>^f «í 5 6c S. Jofeph moràraô em Egypto, 6c
alli creàr aó o Menino J^^j.p. 5^9. Cap,
. .
Santiílima. p.568.
Cap.XLII. Como Chrifio Senhor noíTo fe auíentou a prim.eyra vez de
fua MiJyparairaíerbautizadoporS. Joaó. P-37^'
Cap.XLIll. Como C/?r(/?(? Senhor noflb foypara odeferto: oquenclle
padcceo, de que participou fua /IfóvSantiílima. P-$73-
Cap.XLI V. Como Chrijio Senhor noíTo fahio de deferto &: a Virgem -,
poíTe que S. Pedro tomou do Summo Pontificado. Trata-fe dos annos que
vjveraó os Papas: mudança que fazem nos nomes: modo de fua eleyção:
fcifmas que tem havido na Igreja de fuajuriídiçâoTio temporal 6c como
: :
Pilatos. p. 429.
Cap. LXI. Como a Virgem Senhora noíTa aíTiftio no primeyro Conci-
lio que a Igreja celebrou} 6c fe dà noticia dos q tem havido geraes 6c prin- :
honra que feus filhos lograô nellaj 6c com quanta facilidade. p. 463.
Cap. LX VII. Trãnúíoglonoíodsi Virgem Maria. p.469.
Cap. LXVíII. Como ofantiflimo corpo da Senhora foy depofitado
cm fepulchro fagrado. p. 474".
Cap.LXIX. Admirável refurreyçãoda^/r^^;». P-477'
ICap. LXX. Moftrafe qual era hum triunfo em Roma, para no modo
poílivel, figurarmos por elle o com que a Virgem Maria vi£toriofa entrou
no Ceo. p-479»
Cap. LXXI. Magnifico 6c gloriofo Triunfo com que MARIA San-
,
í
3
W3IJ
bVí:"! J
)
A I A
TRIUNFANTE.
THEATRO DA ERVDIÇAM,
& da Filofofia Chriftãa.
PARTE PRIMEYRA.
E V AV
o MUNDO CAHIDO.
CAPITVLO I.
^>^Tl,-^
do /IU^ít:
Throno Altiffimo, r„l i_n.._-'
febre deftruir , ou perdoar. 2
.X.
gémeas filhas da Divindade , Jufiiça , & Mifericordiajáisinte D.bemard.Serm.i.w ^yímmtt. ad med.
yide P. Franc.de Mendofi inP^iridar.U^^
- '
A
dial.dc Chrifiipajjione, degnntijjlmè.
2 Para
. :
» EVA, E AVE.
-^ TjS^.fu^aciu ]Múi', SlVíí 2 Para fatisfação de ambas 3 decretou o Confiftorio da
oícuiati-jinc.
7V/W(^í?^^ Santiírima,quehúa de fuás PeíToas mifericordiofa-
nientefehumanafle, porque a humanidade paíBvel merecef-
fe ; & pela Divindade unida fatisfizeííe ^àjnfiiça a oífenfa infi-
nita pelo obje£tooffendido, o que hum puro homem não po-
dia igualar.
3 Por outro modo pudera Deos livrar o homem j mas an-
tepoz a conveniência ao poder j convinha que hum homem
vcnceíTe ao demonioj pois hum homem fe lhe fugeytàrajfc o
Redemptor não fora homem, parecera a Redempçaõ violên-
cia jquiz Deos,que a Juíliça da humildade hbertaíTe a quem o
poder pudera libertar 6c foy neceífario hoirjem Deos para li-
:
""'^''""'"
4 Competia a Caridade Divina com a Malicia humana:
pois coma o primeyro Pay arruinou fua defcendencia antes
< t-ittat D. Banard. hom, x. fupcr de a gerar, 5 Deos prevenio o remédio antes da culpa fe com-
rcs quam pateutes.
,
^ AVènta^jou-nosaós Anjos^creaturasitiáisnobres^deque
pudera efperar melhor correfpondencia j pois fez por.nòs o
quenáofez por elles quando peccàrãojquiz remir o homem
a;"eytandoílitisfação j6cquizdle mefmo fitisfazer por nòs.
Náo fe Unindo à natureza Angélica, fendo mais alta 3 honrou a
humana ; &: nella náô tomou corpo de varáo,por não evitar as
penas de menino^ nem quiz fer formado , como Adam , pela
mão Divina, por dará mefma natureza a gloria da Materni-
dade, & porque para amparo dos homens, houveífe May de
Deos. Nâo reparou em fe unir ao que eítava inficionado pela
culpa,nem na infinita diílancia dos extremos, nem no diíficil
de haver união fcm confufaõjnem no immudavel da Deidade
6 Explicai cieganter Vat. ^mn. fua difpofiçáo pícdofa todas as difficuldadcs vcncco, 6
dfKKedeiaS.Trinità,difc,^^. O A ícgunda Feíloa daquel|a Deidade trina,.& liua ,le fu-
gey tou a efte encargo , por my ílerio altiíTimo , que noíTo juizo
7 D.Ban.Sem.i.in^nnmt.j?atím ct^{zS.Bcxnardo,^ 7 nãopóde penetrar ,poftoque difcorra 8
^'^i^"!!^'pudMagt!{Mb.ydiíi.i, em algúas conveni^rjjçias paraen.qa^ríiar oiv/^í?,&: náooPa)f,oii
EfpiníQ SantOé ^/j \ -.].'.
7 MíPeftínou
;
a Mente Altiíllma húa Creatura na realidade
humiaha,paraiftofeconfeguir3masnas perfeyçóes quafiDi^
vina>quíil convinha a Míjjque tiveíTe commum com Deos Pa-
dt eyhwm mefmo Filho que geraíTe em tempo , a quem Deos
;
PARTE r. CAP. I.
í
cTla bua Coroa da Mageftade mayor depois da Divina. No eí-
•pelhodeíeu Greador conhecerão os coros celeítes eftar pre-
parada aqiiella honra para húa Creatiira, que nafccria a mais
amada delle, í<: logo (depois do mayor artiorjô: gozoquepii-
nhão em Deos} a amaváo mais que a li meímos, &" na fua crea-
çaó fe gozavão mais que na própria , porque viaõ que nella fé
honrava, &: deleytava o Senhor íbbre tudoj aílim o revelou
hum Anjo por mandado de Deos á íua mimofa S.Brigida , co-
mo felè nas fuás Revelações. IO 10 I{eyelàl.S.Bir^;t.inSerm.W>g-c.4
CAP IT VLO IL
M Cinco dias
E-nT-
j- r\
creou Deos a maquina, que chama-
I
•
Kttia ccnam
^1,^«,AÍ Prima dies lucem
,-
, Cxlum altera
rão M/Z^ií», pela bellcza, queefta palavra íígnifica, ISyderaquartaifcquenspirccm habct, &
harmónica ,"& artificiofa confonancia da Mente fecunda , &: Sexta animaJ
, . '..-., ., i~ c
Omnipotência innnitadaquellaionte de todo o ler, na admi-
, ,
H^'"",^""*
qnodvis, homincmque er
puiveretcrrx
1 •
,
,- .
ravel concórdia de tão varias partes» Myíleriofamente fe dete- Protuiit at requiem feptima lux tcimít.
ve no que pudera obrar em hum inítante; &
com razão o gran- ^^.^^^^ Mu,mch.EccLp.u.i.c. i.^.i.,:,
de Moy fes hiftoriou tanta ac^^ão em poucas regras ; 3 pois os pn«f.
CeoscomletrasdeEftrelks, os ares com muficas de avesj a J Ge>t.c.ii
terra com pincéis de florestas aguas com criftallinos efpelhosi
& todas as mais creaturas ein juftoj&.gloriofo certamen efcre-
vem,celebrão,pintão,retratão,Sc oftentão a excellencia de íeu
Crcador ; Caufa fuprema de que faó effey tos as caufas ; Poder
infinito que de nada tirou tudo; Motor immovel de todos os
nzovimentosj Bondade fumma que fe communica 21 todas as ^
Aij fub-
1,
4 EVA, E AVE,
Divindade alliftente em tcdaj& qualquer parte
fubftanciaSi
do Univerfo por efienciaj prefença^ &z pcder immenfa , & ía- :
biaincomprelienrivelmente.
4 Pedro Mexia naSjiha devar.liç. /• 5. ^ Ao fexto dií:,quejfe^undo a inelhor opinião, 4 corref-
c.íJ.Dmo Matute de Penafiel na Frofap. at t/t ta
âe chrão, idade ^.c.l.u.p. Frjofeyh
o j
& •
t-- /
pondc a vintc Ciiico de Março, d]ile Ueos: baçamQsohomzm:
de iejti M^ua.na -vida^o- excelJe N.Se- náo quc fallaíTc com fom dc VOZ j Hias referc-fe efta voz à na-
-
-r
II ÍI//Í&.14.5I.
^^^^^
miliar.DepoisdetudoocreoUjparaque a tudo mandaíTe , &
i,t^lpZ7adA!x.c\\'!\\'!'Jhlk4l^ò- achaíTe tudo preparado. lo No empenho do Creadorfevè a
ttUja^Hd/EgidiumàeBeattt.tom.yq. 5. dignidade da creatura jfeytura tãoexcellente que no dia do ,
mii'tLidincm noftram. delia OS coroos Daria refurrcvcão. 12. Trifmegiflo lhe cha-
Scclefii 1.17.1. 7^ ^
D
15 .Wçi.ier/.i.#.i6.§.4. mou JJcos mortal,
; *.
t^
it D.fo<un^.i.q.')].maximèinart.6, ^ DiCfcqueoíâríâ a ft^aimãgem^é" femelhânçâ ; 14 no in-
terior, 15queheoverdadeyrohomem: 16 &:naJuftiçaori-
17 Diter ift.
«J.Í
ginali 17 fe bem Eugubino,&: outros Efcritores dizem que
para formar o homem tomou Deos imagem &; femelhança ,
,9 Bened.Pcrey.d.l.^.Gen.n.^ri>:^^^^^'^^?^^moSenhor.
I9
di^rejf.mord.poji,qu^a.i.crviííe liaram 5 E aílim acrefceutou Deos,^^ ejfe homem prefidijfe
íjfiie a
x.p.c.AS.".-».
xo Ge».<i,c.i.i6.Etpt3eliC,&c.
•
tildo:
-oj^r
20 confequencianeceflaria,
con|unçao,ôc,de que uíouj pois
-ir
hum
íemelhante a Ueos nao
como parece que moftra
11 ^t>v
a
'
•
'•
terra, 27 pofto que foy efcolhida z8 mas com o rofto para ll^íS:ít::£;^!:%.
.
40 oií pelo honrar, pondolno elle meimojcomo benhor leUiQuafi ipfiu'; Dei vHccra, amoréíqur
41 oilporqueo homem,aindaqueatodoomaisconheça,nun- a"imseíí<ivicísretur.
ca le conhece para ie dehnir. 42 ^^ Pp/ya«ífcf j verbo, hominis va/. , ,
terccyra-, reduzida alum toda a natureza a unidade ,&: orde- uticum D.^u^uíimo re/ehit, quodm
,
minhavã o homem direyta,6c fuavemente a feu ultimo fim & 4s Ftinand.jn^. tfl.ycgttumi
;
tual, como na geral refurrey çâo o ferão os dos juítos ; & revef-
tidodeincorrupçâoj&immortalidade: 47 teriâoàlem diílo J". ^-^«ç.^fÇ/w.D^.tó. 15. no,
OS homens todas as íelicidades tem poraes. 48 Perer.inGcn.d.i<,.n.^^. in^.q ride d.
g EVA, E AVE. I
r . V. n-n . -.* «, . dentes não nafcidos, às condições da inftituiçáo > porque to-
txphcatP.Fr.iu/ei>hdekj^Mar Wa <ií dos cílao prefcntcs no prmicyro , como membros em lua ca-
N.Í.Í.I.C.9.W.5. beça. 50.
-
- .,,„,,-«
C A P I T V L o III.
j GaLfA['vhn:z^^^^^^^
p^, çáo de fua amenidade, efpelho de fuabclleza , vital humor &
miuiis Deus Paradiíum voiuptatis à de fcus frutos, 4 regaváo quatro famofos rios nafcidos de ,
Gcn.jcâ.yn.i.
^*^ petuàfe gozava a temperança dos melhores ares os frutos :
d.m/"''^"^''""''''^"^""'''"'"'
7 Gert.x.i.cumfeqq. não dcpendião da Variedade dos tcmpos: fempre claro , izen-
i p Bjfi.mOrat.ãe Piíradfo. tôdcti-evas; 8 promptujrio.lhe cliamou O crrande Damalcc-
no> 9 de toda a alegria, cedências. Iodas as queosFoetas
-^
^^,.
10 Perdrfuf.n.). rcprefentàraó nos jardins de Alcione , Adónis, Sc Hcfpcrides,
fe lhe naõ podem comparar > por iíTo fe chamou Paraifo, de
P^r^f.íjpalavra Hebrea.outros dizem Grega, ou Perfa, IO que
,
"''''*' ^^^^*'"^-'''"'''^'''
Kf I i. M.igiQ.í
áo a Adam naquelle lugar, porque o não tiveíTe por natural,
i.d,i}. 1 7. §- 5 . Ot iion na- antcs O devclíe à graça. 1
_, .^ r.' r
rt
Equinocial. 15 A p;entilidade antiga, que ou por tradição,
.
n. i.ioan Mur^i.iyntaghfi.i.
I jcá. i.«. ^^^ po'" HOticia quc tinha dos pnmeyros livros da hlcritura ía-
.
I j^otavn Djiijiin. Martyr x. qwiog, fcmclhãnte belleza , &: facilidade os campos Elyfíos, 16 ten-
«1
proChriji.
do amefmaduvidafobreolugar em que eílavão. Huns di-
16 Dehre-ve-1 Viip.^ietd. 1.6.0" - r^ r n. ^^ r i i
2*^^<^ cji-^c no Cco das Litrellas fixas outros, que perto cio glo-
j
tyinton.Mureti^.c.t ;
algunsjque íe labia por onde le nia a elle 3 2 mas que por im-
j
it(rum. septcm difcrcius oftia Ni- firmâó,que nafcc dc grandes lagoas junto dos montes da Lua,
111
tonioacieopatrl
ze,atedezoytocovados dcalto. 40
Adonde cl agua indómita 'Africana, 6 Os Gentios da índia também tem O G^wg^fí por myfte*
Pot fictc bocas las dci Nilo lorbc jç^|- ^^j. ^ny darem que aílim fe purificão de feus peccados, fe
Q Concif de VilLí mediana nu fabula r < t/c T. ' i r ^ -»_
PWfonff dei Nilo CS ya ia fepnmaíelavao nas tuas aguas, tendo- as por lantas; 41 parece qam-
:
^"''::
Bcmd.Fcr..d./Va,,..,.
C A P 1 T V L O IV.
4 m infra c.to...y
correria logo,& começaria logo a execuf arfe, pois imos mor-
rendocadadia,6c cada momento. 4
3 Chamou àquella arvore dafcienciâ do berrífó-do mal,
5 V)equibusBened.PererMCe».i.y ex porquc (cntreoutrasexplicações) 5 ainda que pelafciencia
l''8 9í- _ infufa o conhecia efpeculativamente; com tudo fe obediente
7 DThjícihmtGenlmjl'.' "^^ comcíTcexperimentaria o bem de todas as venturas & fe ,
%oí> ,como cuvdàraó aleuns Authores i o nem às uvasj co- 10 Nkephor kiã.EccUTu: j.>
;
^
' ^ ^^ Thíodor An Gen Q.íi,
líio outros imaginarão. 11 U nome de pomos porque os an-
. s j
„ ii^jc.n,^h!ia,verbo,ViàgntH l.fti
rieos tracàraõ eftefucceíTo jcm ícu principal íignifícado diz funHwn lo^-fi-de verbfgMc.
i- ^yínton.mrMiiíHom,
Mnçaa: 12 a tradição pelas pinturas oconfirma.E defias (in-
rahiftoriadaferpente,quefaÍ!GuaEV^debayxodaarvoredo '
.
^/''11J
:
c
*
-i-r-j ii D.Chryfot. Serm.de int€ratct.árbor.
le anteporia a liíonja de quem o matava, a íuavidade de quem ,„ ,.,<,«.
..
o oíficio de Rey 5 fera ley de Deos ninguém pôde go\ txn^LV.^í. suM-.de Le^.i.çi.e.i, v.f^.in fm.-
Mas defpido,femcafaj&:f.2mapparato governou porque a ^7 Gf«.z.i?. j
fo EVA, E AVE.
embaraçaíTe para que conhcceíle feus vaíTallos, vierão dons
:
3 5
Pwu j,/.i.cMi.§-5.cr ó. danhecompanneyraqueoajudaíIe,participairedetantobemí
Verer.dd.^.n.x^.o-L.i6.in..xii.
.ij-«-i-
& jhc: déíTe filhos paracontinuaçâo, 37 & para fervirem aó
Tó Gen'l!*it.^'^ tncÇmo Senhor. Diz hum grave Doutor que elle apedio, 38
37 D.Thom.i.p.q.9í.art.t. notaudoquecm todas as efpecJesdcanimaes havia macho, &:
''^''^' í"'^"íea,&
8 Jó.Jrrí'''^'^''"'''*'"^
que Deos alkidio à utilidade que a í^irgem Mana tra-
ria ao mundo.
Fr.Heytor Pinto nos Diaio^.tom.i.Diai.4. não antepuzcíle j não das cfpadoas, porque elle nâo foíTe dian-
c7.Fern^MãinGen.z.fta.ii.n.ynaj.de
jg mas do lado comoQuem paííeaisual 45 Semelhante
-, ,
fii"''e íii^'-
de que ufíra na crcação do homem , moftrando na fubftancia
,7 D.ChryJo/i.hon,i4.,n:Gcn. igualeXCcllencia. 47
^
^ D.Thom.p.i.q.toi.ari 4. ^o Foy edificada a ttiulhet denfro do Paraífoj 48 &" cora
tudo.
} '
a natureza eftava difpofta,& o filho gerado antes do peccado, ^^ ^^^^^^ Matut.ju^.iMe t.f.p.1.5;
fora izento delle, 53 oquenâohouve.Convinhajquenãocó- j^-f^.o-ó.
'Z^;'"''^ "'^''''«
cebeífe antes da tentação,para que nella mere ceife, ou defme- ^^!" '-^'^ '^<''''''' «'^
fj
receífeadefcendenciaomorgado paccionado. ^ ^^/'TÍ/iVjrrNonimpmantur fi-
.12 Aíiim fe achava Adam na mayor bonançajtão gentil na liis pcccata paimitum, qu« goft epmm
pefíoa,como formado pela mão de Deos; na florente difpofi- ^^^^^ ^ p^"""^"^
commmun-
juftiça oríc^inai, dizem os Theoloços, 56 que tinha conheci- í-->-Fr.iofeph de h/u Ma.hifi-
«'^ -^e-
^;
mentodaleindepcnaenredoslentidos^íoporUivina íwpirã- ^ ^^^^^^^^^^ 1/ l^^„^^^ -
.
-.
'-mnq r
CAP.
,
II EVA, E AVE.
CAPITVLO V.
Que tempo eftiverao nojfos primeiros Pays no Parai/o
terreftre : como Eva enganada -pelo demónio na fer*
fente, comeo do fruto vec^ado ; & perfuadio a
Adam a comer delle.
pcccatum tuum. ^ deílèm fcr viftos < mas vcudo ouc ocdia hum impoíHvel
;
tos que fcmanas, Ôc mezes nfão faltou quem diflcíTe que fcte
: ,
8 J^rrí ,f{ai opiniões Dio^.o iM,itute ^i^nos ; & qucm lha alargafie a trinta & três. 8
A melhor opi-
na Profap.de ch}iíio,idade i.ci.^.t. niãoparcceados quedizem,queeíl:iveráono Paraifo alguns
diaS;
PARTE r. CAP. V. 13
dias }
que lhes íinalãooyto. 10 Porque, tempo con- 9 D.BdfLhomi/.de Paradífo.
9 &: dos
fidcravel comerão dos frutos permittidos, como£i;^ diíTe n-°,^'"fr'r^"Vl^"^^'''*^
aíerpentej 11 nãopeccaraono lextodiaem que íoraocrea- 10 Mamíâ.^.'^.
dos, pois diz o Texto, que vioDeostudo o que tinha fey to, -^"''^•'" '^'•"/•«5.h.i89.
& que era muyto bom 1 2 nem no legumte , que foy Sabba-
j ac.\.^. De ftuau liânomm.qtfx
, ,
do, pois também diz o Texto que o Senhor o abençoou , 6c íunt lu Paradífo,vercimur.
'"^*''''
íantiíicou. 13 Aquella primeyra fcmana foy das obras de Deosj **
^^^J
na fegunda que era para as obras do homem , he provável
,
defejando livrarle da velhice , & viver mais, pedirão aos deo- ^^ phãMb. deconjuj.imgu^.
fes remédio para remoçarem , como eftava concedido à co-
bra , que defpindo a pelle entre duas pedras , renova os annos;
ôcqueeftando em confelho fobre eftapertençaó, lhes con-
fundirão os deofes a lingua,&: ficarão com as diverfas vo-
zes que notamos em fuás efpeciesicom eftas vozes fe eoiten-
B dem
a :,
T4 EVA, E AVE/-
zí Hier.Fayic.de^qtiapendemt t,b dementrefí, 28 íc bem,creados (principalmente OS paflaros)
de brutor.Uquti.c. 1 1.
entrc OS dc outra efpccie, tomáo muy to das vozes que ouvem.
Conforme àquel la ficção o engenholòEropo nas fuás fabulas
introduzio galantemente os Brutos fallando com difcurfos ,q
envergonhào os homens. He verdade cjuefallou a jumenta dc
i9 M<»».í.it.x8. Balaam v 29 &
lemos,que quádo Annibal devaftava Italia,fal-
jo Ll^.dcc.u^.à'dec.i.l.^.a^%.
i.-iráoboyS}30 \\í\á\^'c:Giiarda-teRomayOuno antes do Im-
pério de Augufbojdifle ao lavrador jque o não cançafl'e,porque
cedo faltariãohomens,& não trigo 5 alludindo à mortandade
51 PUn.i.%. CAI. das guerras civis. Plínio 31 conta que fallou hum cão j em E-
gyptofallou hum cordeyro, governando Bocchoroj &: hum
cervo del-Rey Ptolomeo Philadelfo£ntendia a lingua Gregaj
.)i TextinOjjicin.p.t.tHMirac.naiHr. 7,1 mas todos forão milagres, & portentos , que não fazem
confequencia.Hum papagayo do Cardeal Afcanio , que repe-
^^^ ^ Credo 3 3 os mais papagayos , & outros paflaros , que
} i
Mexia fi'pTa,
:
^•''•2í-
a não cegara , conhecera que fallava o demónio pois hu bru- j
doíí Dcos que nao c orne (] eis de todas as arvores do Paraijo ? Ref-
pondco Do fruto das arvores que efiao no Paraifo c ornemos .,mas
:
37 j.Cfa.»;
Foyaprimeyraquequiz converfar, & logo fallou
r/lfimos.2,-;
deípropofitoSjComofucccdeamLiytas-, pois devendo dar a
caufa da prohibiçaò,que era o que lhe perguntava , diífe a pe-
na que Iheeftavaameaeada.coufadiverfa da pergunta. Igno-
rando a caufajpudera fcm nota dizer Nao fey, pois osjuizosde
:
V fabij
1
PARTE I. CAP. V. 15
fabía a caufa da prohibiçaó , para que a perguntava ? Mas he a
ambição própria das mulheres i 59 claro eftà, pois fe define ^^ carci.Pafch.inA-<.ompo!:t.
porappetitej 40 tudo o da ierpenre lhe agradou >ranto que 40 D.Thom.í.z.q.ni,^,t.í.hmb'mo
lhe diíTe, que feria como Deoía tinha-fe apartado do mari imporcac appccimm inordinatum ho-
,
tomada do lobo.
9 y ioamulhevjdizoTexto, que eraòoa a arvore para Je
comer' dellã;fermofo aos olhos fò-'dekyt avela vifla. Tanto que
fallou a ferpentejvio o que naó tinha viílo taes eífeytos naf- -,
com húa voz o fez crer, menos a Deos, que a hiia fcrpente >vé- uxons tua;, & comed.ih.
ceo a quem o demónio fe não atreveo acometer. Comeo Adam
do fruto vedado à hora da Sexta ( 47 que he o meyo dia ) da ^y Phieiana Momrch. Ecckf.l. i. «.
leílafeyraprimeyra de Abril. Por não defconfolar a mulher, i\.^.i-comMoy(es Barce^hai. dePata-
quiz acompanhallaemperderfe:48 triíle coufa peccar por'^'^, ry.^,Ar,Serm.iyinPjalm.u%.
amor de outrem, ou por feguir exemplo .'
^Uxje^ics p.i.^ si.ment.^.
1 Efta foy a ajuda do marido, para que Deos tinha crea-
doamulher.49 Qiiemnão temeràhum fexo,que querendo 49 Gf«.i.i8..Faciamus&ad)uconú.
ajudar,mataf de quem pôde o homem íiarfe? Oh infelicidade.'
que o favor fe faça inimigo , & as utilidades prejudiciaes A- .'
juntoufe a ambição quafi natural dos grandes Principes, 50 50 FrancGidc-iardin hin. /.i y om-
iTmopum proprmm
qual Adam fe achava: tem o mavorinimio;o na vaidade cuy- "i""i '"^S"f.""^
i iriii '
dam que tudo ie ihes deve com azas de cera querem lubir
-,
1
u,r„acAjpidicas,
:
i6 \ EVA, E AVE.
C A P I T V L O VI.
PARTE í. CA
P. Ví. tf
Cotnpãdcce^n;6S.ã.c mm^.o arâííiraSyÇpudera dizer Adam.jE os
Ceosrargaremícosvcíiiíjosde luzes .-a terra cobriríc de cin-
i9>íi&t.tu
7.as com rriayorícntihiento, que os amigos de Job} Í4 pois fe ** ^"^
dia caber em menor lugar, corno diHe hum engenhofo Poeta Pompcos,iuvciie5Ai)a,at(]ueEurop3,fe4
17 da de PompcoMasno tão incomparavelmente menor. Só ^P^Ii-'" i r 1.
miferia a todos es outros defcendentcs, 19 conforme ao pa-' "u,ío ron poterat tanta ruina loco.
ftofeytopor DecSj 20 afiim como fenáopcccàra lhes houve- «s Vnemosp.i.c.i<i.
ra de transferir o morgado da felicidade. . i A vontade delles ^^^í^f :?Í;f,'„.t^';;X«;,
eftevena de fcu pnmeyro Pay jComo em fuà cabeça : todos í»oW».
nellepeccàraó, 22 porquetodos eílavaÕ nellcj 22 as ópera'- ^° Supràa-.n.iu i
çóes dos membros de hum corpo tem lua moção da parte fu- 1, D.p^^uLad H^om.yn] ii.c^uooo?.
periof Corta- fe a mão pelo delicVo. 24 que a Vontade cõmet- í'-" pcccavcrunt.
.
geralmente por íeminal geração herança tao miauita} nao co- pericrat,inciuototum erar.
mo natureza, mas como vicio deliam con-o doença que paíla ^otoin^.Sei^t.ãijp,\^.q.i.n.u
aos filhos. 25 E parece que também herdamos a mclmaçao de fu^.:,.^uthouJmiitjuL.<^.jin.Jiau%,
crermos a lifonja da boca de húi ferpente ,& não a verdade da ^«^« tí^/^-
boca de Deos attendendo ao nofib goílo > & não à fè de quem , ^ \, .f ^^f^;' ^'^"L^«n. ú.
:
mpt. &
falia. ^
^
5 Deíie modo cahio o miindo da rrayof alteza no mais
profundo abifmo :a mulher dada para ajudar a hum , foy pi in-
cipio daruinadetodos;8v'oprimeyro Pay fez miferaveis os ' ^
B íij C A-
fg EVA, E AVE.x
M,. C A P I T V L O VIL
Ccmo Deos fentenciou a fJoj]os 'primeiros Payf , gr* a
Jua de[cendenciajficou -publicada guerra entre
^r, ..' ./í Virgem Santiff-íma, o demónio j Q^
s-i«o\>.i.«.i. i<\ v.v;í ?t u4dam po^ nome aEvâ,
TT^E.hculpnfeincorreoapenaromefmopeccadoconde-
I
rBenrã.FemvriinGen.yjea. 17. n.^.
L nou 1 mas Dcos Quiz fcntcnciar como Tluz , para
j
Gf«.;. 8.
5 depois dorrveyo dia, 5 porque paíTada a payxaó com que fe
-j D..^ug.Scrm.\^).dtbanú, peccara,ncaíic mais í:2Cii oarrepeoGimentOj 6 que com hum
8 Fern*nd.(H^leã.íi.».^. pf^z/cy, alcaiiçàra perdão. 7 Náorardou ate a vefpera , por
•"»-^''^'
não dilatar a cura para outro dia. 8
/ovjq"?i.t -33^:0 Paííeavano Fí?rv7/j^5lofiegado,como quem tomava a vi-
p- '
raçáo,9refrcícandoairaaqucopeccadooprovocàra quan-
"
:
t < D. .cio porque o chm.u . Fern. 3 ChahiQU O Smhor a Adam ,çQmo a cabeça. 15 Jj.vn omk
fuf.exn. M4- efíàs^ Nãu perguiitou caHto
pelo lugarjcomo pelo eirado. i6
16 Per«./«^«.l?^. Rcfpondeòlbe íóra da pergunta ; Ouvi "voffa voz no Paraifo :
íemi, porque, efit-rud nh , ó^efcondime. Temeo por níi, não por
17 Ffrf»«miT>.GfH.í/íí?av'í.r:
pcctador dcvendo temer a cu1pa,&nãoa pena;
-^
17 de tinha
rcccatori«onHoiet culpam, icd p^Luaíti
' .. por ^^íiçna.eílarnii/vjue havia fido fcrmofara, &: honrada graça,
danuu corj«r.s,no,, ^nmx.
àíf/è cfue eíídvãs fiu , ( pcrguntou o SenhioV ) ')e-
; g Quemíe
Scmícbac Aciamu-; pa-uin ciic ^juod /uc • n/io O kííveres comulo ílii arvore vedada ? 6c elle tegunda vez er-
iatpulcluitudo,acho;jot. j-^jo n-fpondco; ji mnlbcr qner/iedcfie por cornpunhcyrn^ ?ne
de !t d d arvon iér C0'}H :\\\\Ò fò imputou a Deos a mà compa-
nheyra, mas também allogou por ferviço havella obedecido
aniar.te; lo como íeeil.i por fua encomendada, devera mais
que aopreceylo dec[ue;a \na eacomendou > porem o amor
parou
, ,
te, como deíprezou a Ueos ; pudera querer o que nao quiz 6c j|bi faccre fimiicm ín culj^â conati íunt.
,
conrenme,qi,odvo!mr.
fallar qus ver fair do natural, he coufa infbfrivel nem que
.- ;
reg.jujjra,
também culpaffe a outrem, como coíbumão confelheyros fer- *'
.
chamoulhc mulher , porque feria noíía Mãy na guerra , como Vaer.i.us.n. ^^. '
''
vem todos muyto tempo. Poílo que eíla efpecic 'de animaes
náoteveculpaem fe meter neila o demónio, Deos também
caíligaosinírrumentosdornal. 31 Sobmeter acabcça a taes
^^''^^^^'J-''-*'-'^'^'^-^®-^^^''''"'^^^^^
^"'^''' '"' ^'
plantas, iora a mayor honra para quem a merecera porém
;
j8 D,^u^.Lii.dtGen,ud
^ iit.c.í7. j- • •
j i- 1^ « • 1
diencia de amor,noje lie encargo a€ condição. ^8
8 Condenou A Adam a comer de feu trabalho. He verd-a-
de,que noeftadoda graça também trabalharia , mas lem. mo-
)9 Sttpx.i.n]u lefI:ia5Como jà diííemos. 39 Mais o condenou a morrer, ík:
atornaríeem terra; fenáopcccàra,náo morreria, como tam-
40 Suprac.z.n.io.cre.^.f.^.iHfnf. ^^^^^ j:^^ ^^^^^ p^^^ ^ condcnacáo deu oShihffr aA&im
uxoristu*. 41 Ou-
'^GY prmiQyr:íc^ui:i,h/!ver oríTído az-oz de (ua mulber.
por confelhojhe prudência, fmayormcnte no
vir fuás raxòes
41 LtíeTiraiuíUn leg.conmh. i-i. que uão pedcícgredo, potqus algíias os dão faudaveis) 42
•*
^T» Gen.x.ij,. ^ ainda obrigação pois Deos as fez companheyras 4:5 mas
, -,
Diam de viujíumpraeit. , ,
uxoris 'ux Hcva,co oucJ ,iuter cílct mou Adam a lua elpoía, tv.^jqwc iigainca,A^^y dos vrjcays.
cunaonim vivcmiuni. Cuydaô algUHs Efcritores, 5 2 que por antifraíi.ou ironia
i^ j •»
^g1JvS!«^^^^^^^^^
mãy dos que jà tinha mortos; mas acercou por myf.
pois feria
y.Zaci\cie lyfieiixyhih/ophXhrí/.pA. t^YÍo jcomoúca ditona introducçáo deita obra ^5 & aíiim ;
c.xy.v.jemeris.
com elef^anciadifTc Sauto Epifinio 54 queefiaímpolicaóde
s\ D //.Y.^....;o..,ír..J^.rrr/.78.B.Ma- n^mcjfoy enigma, aliudmao xGAveád, Virgem y>Z'jn^ May
trr Dtt Ivlatia yer lipvtisnror» cia
//(•:•.;»; Sraça.
^a; prrxMiírviiAacccpujiuiT.atci v;vfn-
CA-
PARTE I, C AP. VIII. it
pois de nafcidos ; pois tudo he eftey to do peccado Sad 3 one- 3 ^"^ lunfí^.
;
11 EVA, E AVE.
fofrcr as amas , em que merecem mais Tem fe livrarem total-
i
14 Plutarch.in i^Uxaudr.
^fitipatroyquehualagrimade may apaga ptuytas calnmmas. 14
Epaminondas dizia, que de todas fuás vitorias, lhe havia fido
mais goftofa a que alcançara dos Lacedemonios na batalha
Leutrica, porque fuccedèra fendo vivos feu pay,6cfua mãy.
15 ACoriolano,quehiaparadeftruir Roma,forãofallarfua
1} Pl!{tarth.ítt lyipofihthegni.
mu1her,&:fílhos,&:fuamãy,&: faindoelle do exercito a abra-
çar a mãy , lhe difle ella,quc primeyro queria faber fe era fi 1 ho,
ouinimigo,&feeftava mãy,ou cativa-, & elle abraçando-a
xt{\iOxvòiZo:Vmcejleí^oma.y,enteconceào a pátria^ que mo naoi
ráo outras levs, para lhes concederem nos dotes p;randes pri- , .rr, ^ .
VlleglOS i 2 1 ViraO, que como bem dlííc hum Medl^CO grave, ^^ Dan.Senerm « /raã. mcdrc.in ep. .
marema.
tudo reutilizou o iuílorÍ2;ordaquel]a pena. ^
8 A obediência aos.maridos loy a condenação mais peno-
fa ao altivo das mulheres, 8c Deos a duplicou para melhor a
eftabelecer,depois de dizer rEíiaras no poder do marido , acrcí-
centou: E elle te dommarà; 24. para moílrar,. que ha deferíe- "4 Gw-í-iô-Subviripoteíiarc eris,&
nhor. 25 Hum Texto Canonicodiz que Ueos lhes deu os ^^ ^otat HuperU.i de oper.Trimt.c.
,
cabellos largos em ílnal deíla fugeyçáo, que por iíío poz pena n.
"-^ c.<iH^aa>,qtpo.diii.
de excommunhão às que os cortaííem íem Ucença dos ma-
^7 D.^tMTuj.m exhort.dd Virgin.
. ^ / 1 o •
/« 1 J '^ N 1
ridos. 261 eyorcativeyro (diz S.Ambroiio 27 jque o de qual-
quer outro elbravoj pois ofenhor dà pelos outros dinheyro,
com efte fe dà dinheyro, & dote ao fenhor o fenhor dcs ou- :
^'^
achou bebendo , & foy abfolto pelo mefmo Rómulo: 280 Bimd.mP^m i\iZl>h. ''A^"'' *
'
que pedir a húa mulher efte favor, era convidalla a vodas , ao ^'»'""'> c<»>>ment.a oxid.Mnam. 6. «^^
i.
que o Efpofo Santo alludio nos Cantares. 31 Mas jà antes '^^^j^liitte fupra.
Rómulo, Fauno Rey de Itália havia morto fua mulher Fátua 51 cmi. i. i. oículetur me ofcub
pela mefmacaufa;& arrependido a fez adorarpor deofa , of-
«-f- Si^^:^^^^^^^^^^
ferecendolhe vinho nos facrificios. 32 B!ondo,que viveo x\2l aào-vid.Meum.Li.nA6.
era de I450.referenofeu livrode Roma Triunfante,que vira
húa efcritura de cafamento de huns Romanos feyta havia tre- ,
tureza
;
^4 EVA, E AVE.
tnrezadefte mimdtndomtoyadoefpereisqitcellas ponhao termo
Dalar^Sum impt;t;uíur.T,& indo- em tomaum licenças, It vos lho naòpiznàes 34
mitoanimaUiUtcíperatc iprasmodum ^ Maseftafugeyção ( diz S. Joáo Chryfoítomo j 35 Ines
iicnKií aauraç.nid
hciitilinima; porque fc OS maridos náoas governaíTenijellas fe
^"^^-^^J^"''
Meiíuscítiumiúb iío íis.^Miium do- precipitariáo miferavelmente. Foralhes ignominia
obedece-
minumhabeas,c]uàmimpavide,&libe- j-eniihesQSjjjaridoSj 36 poisficariãoellasmulheres de efcra-
" vos 5 o melhor meyo para os dominarem , he feremlhes obc-
'j^rSÍ^-pltSi"''
^7 T)im m Tiber. dicntcs ; pcrguntada Lívia mulher de Augufto, como alcan-
58 M:,iu aJhoc, i*- íí^;'-^-^''^"'':
çàra tanta authoridade com cllc ; refpondeo, que fazendolhe
ò.Pauiii,.^.
'^' '^ " lemprc a vontade; 37 aquém nao obrigara hua mulher obe-
^3 Por eftas Utilidades falem da obícrvancia doque
39 D.Paui.adB^m.f.í. o- i.nàco- A[Qy^^ç^?
'"
f^e«smandou)deyxàráoosApoftolosfagrados 39 repetida-
'Í!Jút«4w*'^^''*"^
D.p«.£f.i.".5.M.; mente encomendada efta fugeyçáo, attendendo à convenié-
ciadasmefmas mulheres.
C A P I T V L o IX.
10.40~tap.18.j9.
ha queadmirardiftoi porque fe Adam havia de trabalhar no
;Gfi.i. 1^. Poluit cum inParadiío ,- "^ ^ ^ -
.-- ,n i i , ,
4 £;<r/>,j.Vita:ciuidnomciihab«, te
trabalho, como diziaEuripides. 4
'^^'*°^*"'
2Com tudo também neíla pena foy Deos mifericordiofo,
(notáo os Efcritores) porque nos he útil, & chamão ao ócio
ff í Sfwí.Pfrrr./«Gf«./.6,«.i(5é.5wíí.quari
í'Vrn.i.Ge«./f.'7.9,H.3.cr ,nc.i,,fea.i%.
morte, ôcfepultura da natureza. 5 Enfinão os Médicos^
^ que fcm ttaballio corporal náo podemos ter làude j fe-* &
"tHippocrat.é.^pid.r^íi.i.text.^.&.i. guudo Ariftotcles, 7 os que mais trabalháo,mais vivem. Sem
GateninSaiubr.text. i.CTin cmbota O juizo,&: fc pctdc a memoria ; como o
initio libri Q efpiritual fe
deaUment.PnuiEgv,eU.\.c.t, 5.
fcm Hiatctia o ar fe corrompe fem movimento
£ ^^, apasia ;
'"'"'^ "*''*''
dc.caufademuytamalicia.comooefcreveoEcclefiaílico, 9 ^
j;
Milita ifto eratodas as idades: Diógenes a qiiem lhe
aconrclhouquedefcançane, pois era velho, refpondeo, que
CS quccorriaócmcertamen, não afroxavão o curfo, ainda
quceíliveíTcm pcrtodofimdacarreyra, 10 Em todas as qua- 10 Diog.a^ud Lam.l.6.inejusvíta,
lidades o grande: i\ flbnfo Rey de Nápoles, a quem lhe notou
occuparfe em manufaíhiras curiofas , perguntou , fe aos Reys
foi-áo dadas as mãos para náo iifarem delias. 1 1 Em todo o " Panormhan.u de geP:. Ai^bonf.
los ; 12 a huns dizia, que para fcccorrerem a pobres a ou- : " D.Ptf«wnffú/e«.}.«.cr u.
tros, que para nlo comerem pnóocioíb: 13 S. JoãoChry- &
lbllomonotoujqueaténo terreal Paraifo mandou Decs a A-
dam que trabalhaíTe, para evitar a ociofidade. 14 '* D.Chryjofi.inGcn.hm.x^.
pudera levar.
5 Atènifto nos doutrinou, &
acudio a Divina piedade, „ „--, m r> l . • •
25 o
k-gundo Scipião Africano , & Lélio , fah.So dos nego- ^ÍILS:^!-;^;^;'!^::^^"'"-
Cios de Roma ate o mar, £c nas pravas andavão bufcando fey-
xinhos,&r conchas como meninos i 24 li nal mente para inter-
i. cictr.l.í. de orau
por alivio áo trabalho, inftituiráo os Repúblicos antigos cele-
bridades, & jogos públicos.
7 Ainda no jejum, oração, contemplaçáo,&"todo ofcrvi-
ço de Deos, enfinão o mefmo os melhores Meííres. 25 S. Joaó »5 iifdoyrco bIoCo m r>iffit/pir,tu>ti. c.
Chryfoftomo diz que os dias, que a Igreja fenàra na Qiiaref- '-•'"'/''•'^~^««'-''^^^'''^'"^^''''/«'»^^i'--^«
it$
"^^
E VA, E AVF.'"
EijangeliU-^: a hum
que heTíotQUjií garçom íeuscUrGipti los, 1
. , .
perguntou (c convena cllar fcmprc intcnio hum arco das -icí-.
tav que tra/ia ua mão. E relpondcndo clle^que. naõ , porque
afroxaria-, lhe diíle o S mro, que o meímoíiicccdoria ao cor-
. o I o/i nj T I
po>6caocrnii-ito,renáo dercaCTcaííe. 27'"
%.i.(xn.4 hubetnrin tvm.truã. DD.jur. ^ A medida dcvc ler no Áorporal, quanto as forças com-
<ív..;" •
V ",• , , rt
i^i^odamcutepódé: noclpiritualjquantao animo de boa von-
tadc rccebc, 28 como no cltamago lo le deve lançar, quanto
f^uciSocrat.
iiiòiionurc^ui dj.\}cíatffirUual c. í^. rt<^ pofi a Ixím digerir 29. cníadando-ie. a uitureza nocavclmen-
;
'•'•'^-
, -, -r ç ,,,_,,, te, fe deve tomar recreação licita, 50 que como íouovivo.Tef-.
t-^^irc as torças. 31
54. /d P'.. ,
;... .
^oa<jlf4,\rrbofcra^a>tí>i/ij.Tert:j^4n -.^
Nclhi matcriadiziaoTBuyto RcUgiofo VaraóFr. Luís
^^ Granada TrãbalhaynoSy trabalhamos pnra quando trabalha'
^"^'irSuuuOjhc. : ;
• <t C A P 1 T V L Ò X.
Daterrihilídade , certe^d , ffj* ligeyre^a da morte; t>or
imaginamos j pois
,,ipuc,r.quisputctainmasrapiqiJitcm P<^'í"q^'^ellcsnaoUotao ludignos OS
pusóbrcrvarcjuthicorpor.i nafccutia íc ic tcm villoquc diíTolvido huui corpo humano,(^ como a arte
iníinucnt.
pódc tazcr) nfio ficãomaiS que tetc OU oyto onças de pura ,
.
. , (erra, &: tudo o mais fe desfaz em togo, ar ,&: agua, que cha-
mioíiilphur, & Mercúrio-, 6c que íymboliza tanto com o our
ro,quenadaodiOblvctaõ facilmcnrecomo ofal,&:oleo que
fe tira de hú cadáver. A verdadcyra razão daquella dor ( alem
^ t^r{fí.jifor.K9x.9.
' - doquc Aritlotclcs 5 com generalidade apontaidele amarem
rauyto corpo, 6v alma, Scatlimfentiremmuyto íepararemfe)
.^^Í:^:P:,^í^^;>'Tt >«. 6- porque.a!nia,poftoque;de r.nta excellencia depen-
_,--..: -,. deabÍQlu£amentí^.para.luapcdcvcãodocorpoque habita; poF
- . .- .
lho
P ARTE r. CAP. X. i?
dizw hum Fjloíofo, que retirada da matéria, nlo ficava
iíTo
mais que meyapeílca»,'^' por lliaeílencia erpiritual ráo alta,
tinha aáeígraçadçneçcOitardoccl-poterreílequeahumilha,
Depende 5 porque fcm corpo iiáo pode obrar, merecer j &: fa-
zeríç glonoíi^ ; pelle rcm Ãlonarquia em que governa como
Rainha jdà ley? , caíligos-,^: prémios, & com a mageíladede
iua prcíçnçaconlerva os membros, que faó os íeiís vaíTállos j
imitando ao Príncipe íoberano, que fuílehta D fer de tudo o
quecl"CDU-, &: como os Reys da China (quando florentes, an-
tes da invauiõ dos Tártaros nos arinos paíTadcs ) noílo que
íèmpre íechados no Faço, eílimavâo tanto aquella íuperion- . ...
reo í"o hum anno antes do Diluvio ; 9 F^aí^bi Sela o faz morto V^
^"^'" ^''^ "^'"^ ^"'^°^''^'^-'" ^^*'°'
Sobre fer a mais certa, he a morte a coufa mais apreíTa- n lob 9-"-í4C^a5-
^/'"'"•'•'-'"•^•4-cf n.
daem cheo-ar.Asalleeorias
^ dos antío;os,aos Centauros, m.eycs ''
r r'-^
-r ^-- i- '4 oafunít.i.::.,
íicmens, &: meyos cavalios iigrimcavao que com iigeyreza
, hcch.í^if: c ^.t^.
3 1 5
4 Sobre íeraprcllada, chega por mais caminhos dos que .;« ÊÍÇí;S,;;ó::S:°Í"'';
fc podem imaginar. O Emperador Hc)i'^gnba]o atmau en.i/^í;4-;í««4.p.c. 5 v»^»--
•.::•'-*» -i'
Cij cpe
1
i3 E V A, E AVE.
V que fua mnrrc feria violenta ,porque fabia que a merecia mas 5
10 A/.x-v/-u5v/v.,/.v.r.M.i.r.i9-
tro dc hum lugar O mais immundo para cnde fugio. 20
adjiu.Cí aljfJ qHos rcjcrt. 5 Alem d(»s caminhos violentos a ferro , por defaílrcs, &
faó innumcraveis as doenças,qae combatem a vida. Só contra
os olhos contou Galeno 21 cento &: quinze perde-fe por ;
ai GãUn.tnttod.e.l^.
caufasleví-Himas. Ograódehumbigode uvasaíogoii o Poe-
ta Anacreontc: humcabelloforvidoem leyte,a Fábio Sena-
dor; húa efpinhamuyto pequena, a TarquinoPrifco Rey de
ar F}-awinCamp.Eiif.í.^o.ti. z. t% Roma; 22 outros morrcraó do cheyro do murraó de velas
?.5 riJTcjl,l.^,ob'erv.^.
apagadas. 23 Qiiantos morrerão de repente femícfaber a cc-
cafiaõ ?
t:iu monui. to. 50 Outros fcmelhantcs cafcs cíc rcvem muytos Authores j
1 MachaLí.c-j. largaSjquc comida caufa rifo, que lo.com a vida acaba ; o Vi-
/>»/»:) Áhi:arch.Li,[it.f>. i.u.tit.it. ce-Rcy Marcjucz dc } avara no annode
í ; 1590. a experimentou
T ^:!:Z!^f!"!';^"'^"^'
em hum Turco condenado à morte o qual rindo íete horas, ,
deViTz^.Uud. AHam fçmfl peccavit & tão ? OU como cfocramos vivcr peccando tantas vezes , fe
mortiiusclt.sc tu te vivcrc pollc cxifti-
,
Ajr Ji-
rrasjíiud í.Lpccomm,t,a,5,ciuodaimm ^^^^ fov condcnadotao tcrrivclmcnte amortc, peccando fo
^ Jr- 1
••
C A P 1 T V L o XI.
enfinou que não he parte da virtude , mas toda a virtude j & 7 ^^rijht.tihic cr,. i. ^
3 Efte Divino attributo, com que tudo havia creado, '^^ÍT^J'?!' aT\> n
quiz Ueos por lua bondade parncipar ao .mundo para luafc/ilai.
confervação,6clogocomAdam o praticou, dando aos ho-
mens primeyro exemplo para imiiarem, fazendo também
niftomifericordiofamente utilaquellefucceflb denoíTos pri-
meyros Pays. Jà que os conftituhia Príncipes, havia de en-
íinarlheâosadliosda |uftiça,fabrea qual fe firma o Throno
C lij Rea^j
'
jo EVA, E AVE.
•4 Frov.i».ii O- e. 15. v Real, 14 Sc hetáo próprio attributo dos bons Principes, que
David fallando do Kcy no de Cbnfto^ entre as primey ras qita-
15 py"a/w.44V4. lidades lhes diz j quecinjaóaíuaefpadaji5 peia qualfelicrní-
ficaajuftiça.
aos Leóes, &: Delfi ns, que repartem a caça^ aventajando os que
mais fe fmalàraó em a tomar.
5 Alli começou o beneficio das leys com que fe illuftrou
1-1 loaòHuarte de s.ioaõ no Bxame de
o mundo, & foy a primeyra fcicncia , que nelle houve 22 o :
"'
"'%'S:ír^ í^efmo Senhor didou depois a Moyfes 23 a que havia de guar-
dar o feupovo,femcommetterjílo nem a hum Anjo, porque
Dos Legisladores huma-
lhas deveíTemos immediatamente.
nos, o primeyro de que temos noticia foy Tubal neto de Noè,
que vinde povoar a Hefpanha pelos annos cento & cincoenta
Z4 Berof.i.iJe Fior.Chaidaic. dcpois do Diluvio,asdeu efctitasem vcrfo; 24 os Efcritores
strabj-h Portueuezes 2< querem que as efcreveíTe em Setuval, fua
crc.ij.§.4. primeyra povoação. Uepoisdelleíe duvida le Laco avo de A-
Grcg.lop.Madera-, nasexcclUnt. de Hef' quilles,ou a antiga Cercs promulgou primcyro leys. Mercúrio
de mais que
: Ic íizeraô, & ficàraó fendo as Leys das doze
leys
f/í^íJííí tão celebradas. Depois feforáo emendando, &
multi-
plicando com Senatus-Confultos,edi£losdos PretoreSj& Edi-
lesjrefpoftasde Juiifconfultos, êcconftituiçóes dos Empera-
dores ;& por vários modos,quere]atâo o Jurifconfulto Pom- ,^ .. ,, ^. .,..
ponio,6cEmperadorJuítmiano, 32 o qual ultimamente re-^„;„,^^,oit a«<íV,c««/fjj.
ílimio todas ao Direy to Civil, que hoje temos. ^ymur.RivjVus in hifi.jur.dvilúyhdkwr
^^•
6 A todos os Legisladores íe conhecerão os povos muyto
'"'«'"• i-^'"*"'^
que mais deveo Athenas a Sólon, pelas leys que lhe deu, que a
Themiítoclespela memorável vitoria de Salaminaj porque
efl:aaproveytàrahíiavez,&aqueHa.sparalempre. 33Eporfer íj C/w.i.oifií.iUudcnimfemclpro-
prorlccK dv.uu.
dom de Deos,perfi.adião os Legisladores Gentios afeus po-f"">'^°^í^'"P^'^
vos, que os deofes lhes eniinaváo as leys,quc elles eftabeleciáoj
Ofyris diíTe acs Egypcios , que as aprendera de Mercúrio:
Charondas attribuhio as fuás a Saturno Zoroaftes Perfa a O-
:
para
3» EVA, E AVE. '
para enfinaracs Juizes, que nác devem julgar pelo cue extr-'-
44 Dehoc í^rf^/fiVífÁKfcáí./Wai?^!. ordinariamente labem,mas íó pelaprova judicial 44 o ai j ;
*^
^TiíGen 4.
também nos ennnou,quand() conheceoda cauf.i de Caim'. ^4^
46 L.Semper,ff de jur.immumt.i i.dc IO Difto Ic moírra a dignidade grande da furifprudor.e.a,
TJ'r' ^ r. 1 ,- pois alem de ília antiguidade, n-.uyto importante para tis pre-
</í maiorit cr obedunt. cedcncias 4Ò alcm da matéria em que le exercita , que he o
;
48 ilÍJKfc.l9.ti.Sedeh:is
j-ca„tes.
. , . • .
& vos ju-
•
i-
l
o Irr o .1
ítitunio os Reysj como também diíle, 49 & neaparte^notou
l
cgregium, atquc proprium Regis de ter confelhcyros para fua confciencia fc he rico,tem minif-
tflc, :
feu eílado, &: honra hum rebellado tem exércitos, &: faz con- j
mais a verdade ;& o Senhor Rey Dom Joaò o IV. lhe deu lu-
gar extraordinario,encoftado às grades defronte do Altar ma-
yor da Capella Real onde as exéquias fe celebràraó,até a cau- ,
eítão no Cco,
II Os Príncipes naõ coftumão jul2;ar immediatamente
^"^'^^' "'^"''^"^ ^'"^'"' *'
dj/lV"'"'''' P°^ ^'' P^^" ^"^ " intentou el-Rey de Caftella D. Sancho, 5 2
55 '^xod.i 8.18. que chamarão o Defejado: ju\gã.o por minniftroSjque de neccí-
54 Deutcro».\6.n. fidade efcoihèraó para repartirem o trabalho, como fez Moy-
<5 Tacit.ann l.i. Nec unius mcn- r
l. iiij jj
tem cfletan«moi»capactm: ^hb^. ^^s aconíclhado por Jctto, 5 ^ & mandadopor Deos 54 nem o
ta - T...O ;
Principem lua fcicntia non pofle cunâa may or cnteiidimento, como diflc Tacito,pudera com prehen-
compiccb.
, >
^ der tanto << obrãoaexemplo doSummoRey,por f:o;l!a-
.. . , :
jure c.j.« ^.ff.dejua èrjur. das cauías. Porem como eiva íunccao radicalmente he mfepa-
tãde Imperid ifnporta Tiâojò cflar õrn(idã com armas ofendo tmn-
èemanmdãcomleys: 64. tanto unio huas,&: outras, que por ^ ^„ ^ ^, ,
comrnunicaçao lhes trocou os efFeytos, dizendo que as armas idta:cm,i.on íoium armis dccofatam .
ornão & as leys armão. Em outro Texto acreícentou , que ícdctiam icgibusoporrct cfle armatair.
,
comnsfoyçãsdasãrmasfe7nantem:alJimaârtcmiUtfírcomaaju' *^ ordmXufimampTtitgo.
dadas leys befegnra. De Rómulo efcreve Dionyfio Halicar-
nafeo , que poz grande cuydado em fazer IcySiporque entcndeo
qitecofii elUs fe faria a^rfellaff/aid^de pia, temperada, jiijln , ^
forte nagnerra. 67 lílopraticçu o mefmo Deosjquando para ^^ Dky^.Haikar^nfM.i. amiquim.
comprimento da fufti ca, com que deílerrou a noííbsPays, por intcilexit Rcmuius lenibus, hc- rci.'^is
&
mefmo de confervar a Republica: as partes do homem que
:
qiic
34 EVA, E AVE. A^í
.^^..^,,1 ...^ que (braóòqiiedevcBi, fazem ríci boa vidajcorrjo quficrquer
Religioíbs ido que rntMTCcm coiíi pcosos bons odvogadG^,'
'•
Fidc;i<: advocatus.&c. O. hernardo 78- que loy advogado do povo de Deos o mei- -,
Vi ^llnlírTãÍB^mo^mo, >>:^^
muyfo co^forme a Dirc^íai S.Pliilogonio, de Advogado
Í0W.3.
.ox--^i 'fcív.o-A."-.. foy chamado para BiipOj 8i notempocmque cllcs fc elco-
1hi:ioSanroS;Santo AmbroriofovonzcannosOrador decau-
8r c.#o^or.v.r.l«7...xo.
fasnaCortedc Miiáo, 82 &:poríantidade cfcoihido para leu
A rccbii po ; S.Ivo foy Advogado com duas excellentes quali-
%^ Surmdiei<}..M.!ii. dadcs, que notou Sunc;, 83 queoíliziadegraça, ôcnãoufava
de dilações S. Eleazaro Conde profeííou ler Advogado dos
-,
nio í.cto^93 quemelhor íe faria a guerra por lábios : o Em- 93 Psmp.utje Mfi^in.n^m-m.
%icnubus opimè geri
perador Carias V. para ícHbgar o levantamento do Peru, mâ- p^^^^J"'""
dou os Licenciados Fedro Gafca , &: Vacca de Cartro que o >
tcnk) Rey de Aragão , lendo nella perguntado a qual era mais (ontfy^Á^tnueamúiàavà^ nfa Icicncta.
devedor rclpondco 96 qiie pelos livros conhecera as armas, has vmoRiheyro.noTrat.àii fra^aenúÁ
,
quadra aos que por fubirem a lugares procurão vilmente con- *' ^W^ín. [»[>.
gravidade,difleSalviano, 103 que hc ornamejjt o tio lodo. Com >05 SaivitnJe yer. judie. Vd i. 4.14
osentendidos,nem o mao Frade prejudica à fantidade da Re-
£Í^y.,,„„', ^uã.^Pert.a. Vo^^r
nemoignorantc.ou vil MiniflroàexcellenCiadadigni- 5„,;/<í.i;.>f.5.
iigiao,
bem alguns Doutores fe privàraÓ jà dos grãos recebidos indig- ""^^ ^'"'^" '"'^"'"''
'^^T^^^!
namenre ; 10^ Sc mu yros remos que deverilo fer privados
dos Magiílrados, feos Príncipes entendeífem, que a fuá au- 107 Calpoãor.l.^.ep,ix:Qy.^^h.m<xdç
thoridade pende daquederem às íeys ,como diíTe hum Tex- '"^'' ^^"'^ Huitur, i.cfí^rk inítitutic»-
to-, í 06 Sc que em feus
^
Miniftros faó os Príncipes avaliados, ''t!^n!^S4.l..^.c.^.ndf>,. .
como notou C>a(]iodoro-, 107 culpando-fe no que clles pec-''*^'"^'P'= euipaeíi-fuotum iTagitium.
cão 108 Sc he peníaó dos Rcvs, deverem
; refponder a Dcos
tambcm pelos peccados alheyos,como confiderava X)^viâ. ''''"'' '''^ '''^"'^*''
«rroííf
CA.
,
:
6DJi^mT.i>''ll"',tl'i.uU,
outra arvore, 5 chamada/i^W^,Sc viveíTepara femprc; que
t>Bona^>ent.o- Gabriel,, um Mag.Sent. L. tinha clla tal vittudc OU pclo mcuos dc alargar muyto o vi-
,
19.
a.íi,/2
yçj. 5 gr p3j.^ ^ guardar poz hum Querubim com elbada de
Fcrnand.x. Gtn.jecLj^.n.7, icgcrudcra havcr comido delia lem peccado pois nao tinha ,
T^ieit/>^\mm.rr.r.r^^ T HT" do-fc uc s marcs , ufio titão OS oUios d 3 tcrra ciTi q uau to a alcaH-
C^iidmciiusRoma.íScythico quidíri- ção aflim Adam,5c/:.T'^ OS naoapartariaodaquclla pátria em
;
Rorcpciusí
quanto fe lhes permirtilíej& depois Ihedcyxarião os cora-
Huc ume n,cx ilh batbarus urbe fueic. ^v
^ coes. -n- jd t
Primey roas lagnmas,queadillancia,osprivariaodeíua
•
"jr
vifta, 8c com fufpiros lhe qucrcriaó cnegar.^"^'^ naícida no mi-
xo Gí».j.i8. mo do Paraifo, como caminharia delcalça por terra, que Deos
amaldiçoara para produzir crpinhos lo E que dor teria .'
r
tem iuftitiam, <]ux mjuibs c.vcs dcíli- ^'Ç^' ^'^^^ deyxandoos iiijuitas; hia padecendo com cllco mcí-
! i
que
cfcrevem, qiiedefcèraópaniaparte de Jerufalem j &ca\-
íj.
que eílavaój cila lhes parecia bem, fem fe lembrarem da fua fe-
jiaõ raramente alllm nós defterrados do CeOj cativos de mi-
:
mundo nao podemos ver por muyto íuperior; dizem-nosjque „ob,s Lipturás Deus <iuibus epiítoiís ,
cos OS moraaores queetles pofiuem riquezas que nao podem j.j u.iith.6.ío.L:ic. 12.55.
-,
fer roubadas; 21 lograôfaude, que nem morre, nem adoece x-^ /.utth.tí.
;
3? EVA, E AVE,
do cfpirito; finalmente que gozaó gloria
res das felicidades ,
24 if.Ui.i.D.PuuLiMCor.i 9.
commua, nem vifta, nem ouvida,nem imaginadaj
indivifajôr
taógrande 24 querendo- a hunsmayor, nenhum (em certa
maneyra) tem menor, porque a todos íe enche o defejoj glo-
a
ria inexplicável a palavras pois he incomprchcnfn cl ao con-
,
ccy toj Gloriofa Cidade, que nada tem que molefte, Sc tem tu-
do o que deleyta
515 D o<?«l«y7.f^.}i. 7 Santo Agoílinho , 25 lendo cartas de S.Paulino, que
nunca tinha viílo, lhe refpondeo, que eraimpolVivel ler luas
cartas fem hum extremo dcfejo de o ver. ^le agradai-eis fao!
(d izia o Santo ao Santo) qm doce cjlylo tem l nao vos po ffo ex-
primir no [fã nkíiriã quãrido as recebemos ; em chegando , todos as
í ornamos para as ler ò' todos em as lendo ficao tran [portados com
:
Mifêficordiahefemcompayxaò,
Jiiftiça-, a fó pornos fazer
bem/âjuíliçafempayxaõ, fóporzelodoreclo: 31 aMife- í» í>.^^<"«-«M-"'
do, tem por fim a Bódade, Sc a Bondade tem por meyo a Om-
nipotência , pois efta creou de nada o que lhe oíferece , &c com
o brâço da Omnipotência nos faz aBondadeuteis ascreatu-
ras. A mefma harmonia fe achaentre o Entendiméto,6c a Von-
tade Divinaj entre a Unidade, & Trindade entre a Infinida-
;
11 Todas as bel lezas lao nao fo limitadas, mas também m.Gui/heme, í^m Smiffi ,;a Trindade
'
,
fos olhos naó tem a graça da boca, nem a boca tem a vivacida-
dedos olhos. Oíiariz perfilado naó tem o florido das faces,
-nem eftas o decoro da fronte;cada parte eftà reílrifta em fi meí.
ma. Na fermofura de Deos, cada parte òu membro (^ declare-
monos aílim) tem taínbem a fermofura dos outros j a Omni-
potência naó fó hé bella, porque pôde tudo, mas porque tem a
perfeyçaõ de todos os outros attributos he a Omnipoteo-
-,
p .^nt Giiilherm íup verf. venuílidade do meu belliílimo Creador!(exclama hum efpiri-
Mfídeciamo,r.ofim. todevoto) 35 quem de ti fc naò namora, naõ fcy fc vivc , &
t,b EKe.htti.i. a fe vive, naovivT vida humana, mas de bruto animal) antesna
viíaó de Ezequiel 56 atè ao boy, o mais pezado animal, por-
que tinha olhos para ver no carro huma figura da gloria, nacè-
raó azas com que voava. -
jiiij
quam incajKivitarcdiciicimiis.
4t pjui.i.ad corint. i4.ro. mundoquc nos heeftrangeyra, & barbara. Porque irracional-
^45'
S° nt v.t 6. Aures habenr,& l^^^"^*^ dcvxamos efquecer a primeyra, nem enredemos aquel-
noiiaudiuHt; uequeciumeitípiritusiíi lascartas díviuiis uem as vozcs com quc as matavilhasdc to-
,
oreipícrum.
das as creaturas uos cílaõ fcmore inftruindo, 42 nem a do
aures aiijicndi,.iiidiar. mclnio Ucos quccada Uora nos talla ao coração taolcnlivel-
Mirc.ô,c).cy ij. mente, que naó podemos dey xar pelo menos de ouvirofoni-
,,í,'r.g.ig.
do; fechamos os ouvidos comoinfenfiveis; 4^ por mais que
exaiiJiam. omelnio Ucos nos~prcgue 44 que ouçamos, pois temos ore-
'czes que também nos
46 p.c/:);.^.?. /„r,v„j;ow. 14. /«/:«. Ilij^g paraouvír. Por ilto faz muytas vezes
1'iíDnispionobisíyiicirascnr.
naocntendequandoclamamos,
' coiiio diíle pçlorroíeta Za-
,
EVA, E AVE 4t
15 Se alguém nos quer lembrar aquclb língua oudefta- ,
ou pelas não eítimarmos, como El-Rey|orâo as de Elias, 5Ó ris loquor pccuniam diligins ,;tamúni
„
,
• - pelo cítylo mais alto com elegância íem fupertluidade i d\' af-
;
,
''. *.;.'.' :
59 jL\>,n. Jacob. f.4. 4.Nefcitisquia lar na amizaac do mundo, lazernos mnnigos de Ueos. 59.
amicitia hujus tnuudi luuiúcuia cit , j-^ Tcrrivelconfcquenciadodcílerro de noíTos prinicyw
*^'^
ros Pays fazemos naturacs as miferias delle 6c perfuadirnos,
: ,
,,., ., de cahimos. Os que hoje vem mas naó vem 6; íis cartas do'
5
^ '
Ceo; os que vem masimovem o queíezC/7?(/íí? porque as
,
CA.
, ,
EVA,EAVE, 43
C A P I T V L O XIll.
1 A
Ntes do peccado a o;raça A^cftia a noíTos Pavs de „ „ r,
_/j^ relphndor } i logo que peccaraole cobrirão, a gch.c- j.v.y.
comojàdiircmos, z com folhns de ligueyra, por pudicícia.
Deos quando os quiz lançar do Paraiíb , diz o Texto Sagrado
fez túnicas de pelleSj & os veftio-, prevenção con-
g que lhes 9 Gen.^.n.
i^"'^<i-P^^-^r.in g«;./.4.».i<ío;
fra a inclemência dos tempos. 4 Qiie íenhor lança hum ena- '^
jj./
deftanoticia.diíTe Lucrécio Poeta o que os primevros^ ^1^^ho- 9 í«crí//.5. -> -w'»'
Et fruCKcs inter condebaiit fqual da
•'
mens andando nus, le repara vao dos tempos entre as arvores, i-nembra. Verbera vciuorum vititc im-
:
levarem diante da noy va quando hia para fua nova cafa, huma
roca com linho, ou lã levantada em alto,' 1 2 como bandey- » ^ P''^''° ^^'''* «''i'/v.<'tf T.<jr./if. W.
,
^'^^*
ra, em cujo exercicio havia de militar: & todos os antigos pin-
tàrão huma honefia matrona com hum jugofobre opefcoço,
^
nelle huma letra que dizia :////f?}7^ ; hum cadeado na boca
com hum cinto, & le-
comlerraquedizia:í:^?//.<?r/^j apertada
na mão direyta hnm.\ tocha aeefa com letra:/^/jna ^, Mmien,^rofaf.deChriíi.Mcs.
tra .^í-^^^^;
cfquerda huma roca, com letri /á^íir/(?//^: 13 & o EfpiritOf.5.^.5.
;
-^Tt
-mi 3W1IV (ííJk,:!!.; .
perto dc quinhcntos mil cruzados de nofl^a moeda de hoje. 26
Ao grande Alexandre enviarão certos Povos da índia diade-
mas auefeavahàraõ em cento &: quarenta milhoens de ouro»
^i MnrUra nasexceU. àaMònárcJe
^7 ^Nouio Scnadot Romano tinha huma pedrachamada,
Hf/f.c.io.§ 3. <>/»<?/o, que liojeíe não acha; era verde como efmeralda, lan- &
çava de ú huma notável claridade , avaliada em vinte mil fef-
tercios,que conforme a conta de alguns Authores,fazem qui-
yt ir?i(ii6r.Pmtop.z.éa!,4.c.7. jihentos mil cruzados. 28 Emperador Heliogabalo naó o
vcftia fenaó purpura cuberta de ouro, pérolas , &: pedras pre-
ciofifiimas) no calçado as trazia de valor ineftimavel, &: ncllas
efculturas de adm iravel artificio. Nem de veftido, nem de cal-
çado, nem de camifa , nem de outra coufa que hum dia ufaflc
íe fervia fegunda vez, nem dos ancis , trazendo fempre muy-
Z9 ÇewLantfri d. Capitel. Ò" outros, jqj^ 29
Mexia d.Lx.c,i^.
^ Helíosgabalos querem hojc fer quafi todos os homens^
gaftaó mais que cUe à proporção da poílibilidade de cada hú |
muytos mais gaítaó lo cm veitidos do que tem de renda j no
mais fe fuftcntaócoiTi traças, que naó faó para cnvejar. Nin-
]i iVÍf/S.Í!/Íf!£fc2.í.H-f s» - giicm aceytarà hoje a mercê q Decs fez aos ifrachtas 30 nos
quarenta anno.^ que andàraõ no deferto> &
aos fetc moços fan-
to> que chamamcs dormmtcs , nos 373. annos 31 (ou perto
de
, ,
çadoem todos aqaelles tempos^ Todos querem coílumes no- ^'Ví-^s- «u-
vos, pelo menos cada anno. O
trabalho tem crecido incom-
paravelmente, no eftudo de inventar, ou na pontualidade de
imitar) na diligencia de bufcaroquemalfcaclia> nadefpefa
de o comprar; no rifco do oflkial obrar bem no enfiidaniento
;
^ D.PaitU.ad Cór.i.9. ^
*-< 3iÇ contentoufe com o encarnado, que a ^7?;^??;; lhe deu; mas
nem efte , nem outro , que a Senhora lhe obrou por fuás máos
lhe deixarão os homens faó até a morte: ambos Iheefpedaçà-
raó; 36 roto , & nú morreo o q vefte a todos fó naõ pareceo 56 pyj/w.n.v.iy,
;
mas naó para exceflbs como creou ferro , naó para homici-
i
<iios ; mirra, & íncenfo, naó para incenfar idolos ; ovelhas , &
outras rezes, naóparafaçriacar a deofesfalfos , creou tuda
*;" para ufos louváveis. 37 -,:<f)'.f
'-'--'--- ^^ S.Cypríanintraâ. dehdit.yirgi-
'
9 Na5hereprovada,anteslouvavel,a medida conforme "'""• .. ./ , ,
'^'''"' ^-^-omantspccuLt.jup,
gum modo culpáveis mas fendo o exccflb demafiado dizia ,J° ^
AuguftoCefar 39 queerabandeyradafoberba, &; x\m\\o áí\ PíiUt.Ti^b.iniHlri:Jcdonai.^.\t.nAa,
lafcivia. Também nos Príncipes teve Séneca por convenien- '"/"•• , , , ,
^6 EVA, E AVE/'Í
vcrofc veftia com pouca difirreiíça dos populares, dizendoq
45 Lampriàin^hxScx»'.
fó nos bons coílumes, & authoridade os queria exceder 4^5 o -,
•.
r ^ . rr.*.>J IL^ /
jjíi
ThomisMoTo:Dcostefarà(irandei}JÍí/ílíça,fetenaodcroIri' ,
éo RefertFtmand.i.Gen.tã.l.n.x.
^' y
fernopor ejje trabalho. 60 ,-„^„_,
j
1 2 Naó fou taõ fevero , & fey que judith fe ornou virtuo-
famente com as melhores galas 6 1 mas foy para vencer hum ^» Judith.cAS.&' cii-é* t^.
-,
CA-
•
4S EVA, E AVE,
C A P I T V L O XIV.
Como fe acalmt aMonarquia de AdaÕ , Qf -porque
caafa j que pela mefmafe acabaõ todas as do mundoy
defcreveje a grande^ , Qf ruína das majores que
ouve,
1 A
S fim acabou a Monarquia de Ada5 que pouco :
caduca felicitas cíict. ciaciomuiiGO, naccncioellas QO arDitno dos mcimos quc go-
vernaõ. A melhor qualidade do míido he eíla inconftancia j
q
feria dos bonf^, fc fora conftante para os máos ? os bons tem a
-,
^
? 5<zp.fi.ii. Dilií^itc iâpicntiam,ut ^ \ . '\ .
r> • •
I ";íc:S";:'r'Eí „,.,..!>«=";
a.iuri)dicç.K-, , io tem dcllc particular dependência ,
flex.jolrca\id.ií/cF:iip. Aii^ulto fc^^. 6. contomic a dircv to ; II ôc cxaltando-os Deos, faó obrigados
F7acha.7m.(c>mr.n.dc^overn^.').fit!c.').
^ humilharfclhe V.vaisfob pcnadc iiig-ratidaó. 12 PoreSe ca-
io D.Pí.í/./"? 1- Nondtci:.in pn- . , ^ ,- ^ ti /• ^ r' ' r^
•
'''
•
iTiais aniK3s, que a nenhum homem verdade vro , & dihs;cnte liz.
didopelo/í)/;«Yo) fera rico. 21 Pelo menos feacquirir, tal vez íi^aiiusfemiíia, manus autem fonium
he fortuna, como em Adão , 6c Eva-, o ccnfervar, fempre he 'ir-pSam citíus rcpcrias quàm rç
prudência. Por iflb de Focas Tyranno do Império Grego, foy tiaças.
fymbolo Nao fe con ferva a for tuna tao fncilmente , 2 2 como (è
;
vem que foraó trinta & íeis todos íuccefil vos de pay a filho.
,
montes, que fetc annos habitou como tal; 20 & peito que 3© D.mki.^.
E íain-
.
50 EVA, E AVE,
íaJndo mais modefto de fera, que de Rey Jc converteo a Deos
c. v 5«, ío« .w
initmido por Daniel; % i (tanto vai hum bc^ni coníclheyro,) 8c
í I nr^l hn.0.i.c.
feii filho Lvilmerod acho lhe entrcgcu o Reynoq governava j
£''cir.i.c.i6.
beralmentej 34 efta foymaispompofa , & opulenta que a
primeyra. Seja indicio de fuás riquezas aquella grande par-
reyra com folhas de cfmeraldas,&: uvas de pedras preciofas,
&aquelle travcííey ro , em que fcus Reys dorraiaó , chamado
Thcfouro do Ij nivcrfo , de que admirados fiillaó os Authores:
ccnto&oytentamilhoens de ouro cm dinheyro tomou Ale-
xandre a ti -Rcy Dário, alémdomuytoqueachouemBaby-
^e Athcniusl.ii.P. fM«r. de Me»- lonia. ZK Tcve tanta
Q;entc dearmas,que Xerxcs na batalha
doai ir. 'Virlã r.l irob/em. ij,
<,. „ ,
.-'/
^^ .,. '-.
, ,
16 rweda7MMo«arch.Eccief.i.^.c.i.
balammia contra os Gregos , ajuntou cmcomilhoens deho-
Eutto >Li Mo>urc.LuÇit.u.ut.'>). mens, como affirmaõ alguns Efcritoresj 36 outros dizem que
57 %^«^¥P-'-^-7.vrr/;a».«;««d*^^^^j^^.jl^^^j^^^ & duzentos , & tantos mil
j 37 masvencido
^^'^'
fugioemhCia pequena barca. Crcceo tanto efta Monarquia,
porq o fceptro fe não dava por fangue , nem por fortuna mas ;
ffqq.r^ma..i.i brito Aíotí.vc':.Luiitf. fetc mílcavallos, Luido Alcxíifidrcívcc niÀlcavallos, &; qua-
i.un,^a:H.p.^/ "•"'•
rema mil infantes. :;9
9 Ale-
PARTE I. CAP. XIV. 5t
9 Alexandfe fundador da Monarchia dos Gregos alcan-
çou renome de AftJgf]o,Sz por fuás viclorias diz a F.fcriíura fan-
40 Machã.c.i.y
ta 40 que fezcallar a terra/iimidaj pafmada. Florccco
fiv'
calam idade profperou feu credito. Crcceo a opulência qpoz Aípint Oceanum,vcrticiuercgi <]uevi-
na praça de Roma, quanto a natureza creàra nas entranhas da f^cbunt.
terra, ò; dominou tanto mundo, que diíle Virgílio
45 que lo j„pfpr ex alto cúm tomm fpeae: in .
ya EVA, E AVE
i:aó OS vícios-: depois que le pc rueo o ríípeyn^ à v irtiidc S<: fó
,
oappctire foy limite das dclordcns? como diíTe 7 aciro, & cx-
49 T<u:'iannaliiSenccep.,-. pcndco Sciíeca, 49 govcmando as mulhercs aos maridcs j a
cllasodefejo, Sratodos o.dosEmperadorcs, íc curros gran-
'
dcs; fuccedco o q tmin dito Annibal jque Roma (o pedia ier
vencida pelos fcuvmefmos-, os íeus que vencião a arruina-
váo, porque vencer por màos he prejudicial Silla , ív j ulio
:
y.ã.t, AioiiaH-.^u-kj i'.i.Lí. c. uit. §w.//. que fcndo tornsyro, ouferrcy ro.
51 O
mefmo Alarico ( que
era Chriílaó) refpondeo a hum Monge que íahio da Cidadea
pcdirlhc que anaódeíb-aiíle, que não vinha por fua vonta-
de, mas porque todos os dias lhe apparccia hum homem vene-
rando que lho mandava fazer v donde lè entcndeo fer caltigo
depeccados. Precedeocahn- ofceptro de ourode Rómulo
fe confervava no Templr) de Marte, & em outro tempo avcn-
dofe oTemplo quevmado todo,fo aqucUe fceptro íkara inta-
dto ; o Emperador Honório que fe achava em outra parte , ne
afoccorreofitiadii,ncm a ch(jrou perdida, antes dizcndofelhe
que Roma fe perdera, ri(; nuiyto, cuydãdo que fallavão de hCi
gâllu, ou gallinha que cílimava , & chamava do mefmo nome,
SI fK/íií Cdí?.'//).J.(/-/f.9.P<t/i'í>ii/íi: Sr quando fe certificou, n.io moftrou alteração. 52 Mais
Mj5,/v/ J.C.19.ÍC c-';i.A//../«afc-j.'
.^rcfpevtou O inim!L'o; pois ainda ouca dcfle a laco três dias,
íoy com rara modeÍLia ; durava a reverencia devida a Icnliora'
das gentes , &: não f(- atrevião os fubdiros a tratalla mal , poftò
^]]^]^ que cativa íuccf:deo no anno de fua lundação 1163. &:
i
publicas.
13 OReynodeJudea, fundado com milagres, fortaleci-
do com vitorias, allumiado com Profetas parecia izento de ,
xcu^fe fez a todos preza &: aílim como nao houve no mundo
j
^*-*^
Reyno, em que tantas vezes mudafiem os Rcys a religião : af-
fim naõ houve outro, em que fe viífem tantas mudanças mife- ^**-
raveis. 54 A cobica,foberba,
*
'
imprudência
1-
mao oroverno , & „ , ,^ r, 1
•
ífíí chegar
a crucificar a C/:?n^c,Deos lhe deu o ul cimo, mor- & 5^ vK^e-i^-
tal devia
; extinguirle Reynojque nao quiz por leu Key o p i- j^. (up;r„os: .
depois a parte fuper ior ; tudo pofto a ferrojôc a fogo , fem ficar
pedra fobre pedra, como Chrifio Senhor noflfo havia dito , nem
cadivcr parecia de táo grande Cidade. 60 Morrerão na- (o Mttth.í^.z.Man.i^ t.
^"••^'^'^^•
quella guerra hum milhão &: cem mil Hebreos foraó cati- ;
j _
fempre
icz
rAUiv-o
em
na benção que Deos lhes lançou, Scproniefias que lhes
Abraliam, j
64 cc na grandeza com que no Templo de
T^^i,
'77^^^~/7^ifr^ Jeruíalem era celebrado o culto Divino grandeza que verda-
;
"^
^^-^ ^ yy
deyramente parecia fobre a poílibilidade humana Porq o edi-
'^'' ','^""
^^r-- ficio naó cabe em defcripção, pois não acaba de o encarecer a
leteannos que durou a obra, 6Ó traba-
D.$í.4^!í;^Í?/.-.H^ii^-^^^
Ejpcihodc Prn;cipcs,i.i.c.i6.o- ^j. Ihàraô nella mais de cento cmcoenta &: féis mil homens > as
66 7,.i{fji.6.'»fi'>^- portas erão tão grandes, que não menos de duzentos as fecha-
,^,, .
•*
_ tremenda para os que temos femelhantc confiança nas pro-
meflasfeytasporDcosanoífosprimeyrosReys fantosjSc na
magnificência com que o i^fw^orbe fervido em noíTos Tem-
prezamos deftas prerogativasjfe farão
plos. Qiianto mais nos
7, 5./v,Wc..?«ferr«.D.í,/.4.
Hoíías culpas mais gravcs nos dc eftado mais honefto he o
j
ubi fubUinioc eíi piserogativa.ibi maior delifto mais criminofo O furto (diz Salviano 7 1 ) he mao em
j
culpa.
c.'l
todoohomem, porém mais punivel em hum Senador dos 'j-j >
yí D Ijidor.deSumm bom i. l.
c
x r r •
r
Crcfcudciiai cumuius )ux:a ordincm maisdccala Ic fcntcni mais os aggravos, crelcem a medida
iDcritorum; & íaspe c)uod minohbus ^Jqs merccimcntos 8c muvtas vezes
: ( adverte Santo Ifidoro
ignofckur,n,aionbu^,puutur.
7;, ) f^ caítiganosquceráo mayotesem virtude,o qfe perdoa
aos
;
jihrahâm. 73
15Seja fegiindo exemplo o Império Grego. Com a Ca-
deyra de S> Pedro paíTou a Roma a Cabeça da Religião Chrif-
tãimasocorpofetranfplantou em Grécia , aonde lançou raí-
zes. Na lingua Grega íe efcreveo originalmente o Teftamen-
to Novo, excepto o Euangelho de S. Mattheos, que o Eu-
angelifta efcreveo primeyroem Judea na Hebraica. 74 Em ^^ ^ mroninÈMHgA.inp^íat. ad
Cidades de Grécia fe celebrarão os primeyros Concilies gé- Damajim.
is^^remos na. x.pc.éu
raes, depois daquelle que S.Pedro celebrou em Jerufalem. 7^
Aos Doutores Gregos deve a Igreja as primey ras illuftraçóes
o grande S.Bafilio natural de Ponto efcreveo a primey ra regra
para Monges fe bem a do infigne Patriarca S. Bento foy muy-
-,
& os não achava, mandava matar hum dos que tinhão aju-
dado a Leôncio i 76 como podia fuftentarfe Império tão ri- 7tf hí.decnnhhiji dos Godos, 1%
dículo ? O Emperador Leão V. apreíTou a ruinajHerege con- BnmMomrch Lufu.ue.tiu^.
tra as Imagens dos Santos, tirou da cabeça de Santa Sofia , &
poz na fua facrilega , aquella ineftimavel coroa j mas as pedras
preciofas fe tornarão logo em carvões ardentes, que lha abra-
zàrão,&: o matarão. 77 Poucos dos que lhe fuccedèrão fo- 71 nofcuLhid.p.uct^.fyofefu.
ráo melhores. Al gunsfó por recey os vãos, com politica fuf-
peytofa,& perfídia alhcya de Chriftandade,ímpedirão,& dcf-
truiráo cavilofamente exércitos Catholícos, que deftas par-
tes Occidentaes marcharão por Grécia para a Paleftina con-
tra os Sarracenos. Daqui rcfultou fazeremfe eftes tão pode-
• rofos com feu Rey Mahometo II. que tomarão por fitio a íl-
Juftre Conítantinopla,que havia mil cento &; noventa annos,
era
. ;;
fó E VA, E AVE.
era cabeça do Oriente, & clara em triunfos metendo-a à efpa-
;
81 Mãtth.6. ív Quzritc ynmnm Jequenciai 82 todos OS outros conceytos fantafiados nas cel-
Resr.um Dc.,&juflit,am qus ,& h«c j ' f^^ impertinentes.
muni:! arliiririirnr vr\Uic
omniaadjiciciuur vobis.
-^ *-
CAP I T V Lo XV.
Aàam-I^ Evz penitentes : revelação que tiver do do
nafamento í^<í May de Deos para remédio
defeupeccado.
ape-
,
oira cahir; mas para nos levantarmos, fe cabirmos^ 4 antes 4 d .^4.?^.lup.Pfdm.^o. Multica-
'
^
F'" , V .,^0 aeues, 4uc 'l^Evolinucrtm Daviac&noluncíur-
/-I^IUq. £ niit-
1
a Santa i>"^p^* *
uíais que pelo feucaftigo, como foy revelado s Ke-vciães.BriÇid^inSem.^nicl
deS.Metho-
8 Acrecentaeftaopiniaó, 8c com authoridade
c.Tinprinc
Hiltorico,
^ O erudito , ^
elegante Author do Flofculo
í9
o perfua-
defejàra tanto o marido fazerlhe a vontade quando
dio3 comer. Grande encarecimento em mulher, ^ taó vá,
que
afpirou a Deola fendo natural a todas fer
;
idolatras de fua ler-
com que a mulher , ^ noras de Noé entrarão na arca para ef- ^ ^ ^.^^^^._ ^^^^^ p.c.èM.4. èetdfj. ,
caparem do diluvio, lhes naó efqueceo levallos comfigo, con- Brittom Monarch. Lulu- p. i^c.z.ad 1. 1.
^ ^ ^^ ^^^ ^^^
lambeíle j^,^^^
confentir q hum Leaó (leria enfinado de pequenojlhe En9ehra\emC<ehEnipyit ^.,^,.;^
$8 """eva; e ave,'
mas {ofncnte de haver pafiadoaqiifllã felicidade i<^ quey- :
O
líhdcceiíshcicslotigisvitiabinir anuis, ^, , n ^
/-
ttjnuixaiivr.iisòiccc» fiiithic formo- outros efcreveiTi diverluinenre iua iiiorte. Horácio refere
í6
E?f,Smirenaaxcírf quereicma.q^-Jiu^ia. chamada Eurc pa regava aos dcofes, que antes fe
•
ifií-iwrtf.wm.jOt/f 17.
'
V ifie com ida de tigres, & leccns,q chegar a vcrfefea ouve- ,
1/ ômrr/c. .^h.jcrm.r.Qtindrjgfl.m fo! qiia6 facilmcntc venccs o invencivel com que prefla con- 1
quaaijiusçrutiaut mifericoididii) cõ- ^Sobrc O dclifto abundoii 3 gtaça^ pois além de perdoàfi-
r",'":;»:::^;™.;;'"'"" ^^velou pecs a Adaó , ^ de ftu geaçaó naceriao mefmo Deos
S: para Redemptor das alrnas que elle perdera (antes do pecca- j
cAPiTVLO xvr.
Como em Adaõ, Qf Eva começou a nUure^a humana a
experimentar as mi/erias em que haina cabido feio
feccado j tratafe farticuíarmente da intem-peran^a
dos climasy Qf da rebelhaõ dos animass.
de que
^ fahiraó os Godos 5 & outras naçcens
^
fuás com panhey-
^ „ ,.„,„/,, •'
,
natureza os provco. ^
5 _
^ ;, ^. ^J,„,^^^^ .,,
i-,,.,/, ^ „^ f^-^,^
publi-
ío EVA, E AVE,
publicamente de haver dito em hum Scnniió , que havia Antí-
podas; por fe entender , que não ícndo pc íVi vel paíTarfe a elles
pela Zona tomda eraerroneo dizer que havia gentes, aquc
.
g y}vcntini.a.>:al.Boicr.
R_of>i.àeMt!q. Hom.orat.i proar.ti.j. paj(. naó podia chegar a Fè ácCbriJlc; 8 5c com tudo habitanVica
'"'>"s')6. Ilha de S.Thomèj&: outras terras dcbavxoj^c mu V checadas
ex<:a.i.u.4.
^^ Imha j padeccndo léus moradores aquella pena pela culpa
doprimeyroPay.
4 He taÓ geral cila incommodidade, que nas regiocns
mais temperadas não deyxa de fe fentir em algúa maneyra.
Em Inglaterra, a mais temperada do Norte, vicongelaremfe
com frio em poucas horas os ovos crus, ficando as gemas fecas,
& encolhidas, como peras, ou peífegos paííadcs ao Solj por
curiofidade os cheguey a fogo lento &: meti em agua quente,
,
a. paidijç,
&ieo icgi naiurx (ubjcdi, peccàra,di/, S. Grcgorio Nifíbno, 14 feconrenrariaõcomos
íruaiinis acb.-iiKuriícdcumhomorc-
fYutos da terra;mas iiviitaudoao homcm fe licenciarão noco-
celTic à mandato , rcliqua aíinraiuu ,^ , ^^ i ^ " -n/- u r •
dj-
humCavaiicvrodo Habito de S. Toaó a cavallo com lanei, i^ ^}nào^íâ.Metami.<t
j ,1 11
o em muvtos dias coítumado o cavallo a chegaríc íem
10 RefeTT-oi Fja>ica m campe tiyj.j
^ ^
1
g,
/- 4-
jnedo â huma /igura que delia fezj 18 Hercules Chriílao, n pim.i.^ c.n.adpn Funcs.y Mm-
f, y
queverificouoíingunentodahydraLernea; 19 deoutras,&
y,f:^UDtur,,d^u;[:t. M.gid.t.
de outros ani mães que em di verias partes ló com o alento infi- c.y^.^.virf dcE^ni. ^uiumendubitat.
cionàraô osares,fazendo-os mortíferos^ rrataó muvros Efcri- *^ Texiorinoffiãn.f.í.tit.ferfcnt.^M-
animal, que dilTerao alguns antigos que lo íe podia rcprinnirj^^J^;^-^,^-:,,,,.,^;,; „„,„,«<. Ca//,/6(,
com a vara de EfculapioDeos da medicina, &: poriflblhepin-íi.d//f.to.
tavaónellahuma vibora enroíbada. 25 A tarântula, eípécie^-^f-^^^J^^J;^
de aranha, na provincia de Apnha do Reyno de Nápoles, ^^ ^i'!.z%.\.
mordendo,imprimevenenoqiie não mata,mas incita a baylar »-s rio'K.D-:r,:i>VT.KiaMi<i.fsorn.(Ai
com quatro qualidades ; primeyra , que faltando o bayle mata- ^''^'^'° ^"^^V
//'
riaifcganda,^ não fe pôde baylar fem fom;terceyra,que ha de
'
-^ . .
f .
íer fomente hum fom determinado para aquelle cafo \ quarta, ^^/^r^'^'^t^ ^ ^^
que o mordido leva aquella qualidade comfigo paira qualquer >, ->^^^>^
partej mas fe a tarântula morre na Apulia,morre também o de-
fejo de baylar, ainda q fe ache na Indl:!. Tudo iflo efcreve o P.
António Guilhelme da Congregação do Oratório de Nápo-
les,
q pôde teftimunhar de vifta» no excellente livro das gran-
dezas da Santiírima7Í7«Jí?<3'e. 2Ó Com tudo Diógenes per- xa V.ÃM.Gu^helrndtVeiriAitie de
gu n tado, q mordcd u ra era a mais ve nenofa f cfpondeo: ^ic ^' ^ "^'^^^""^ ^"«'^•#- » » -^"^^ */'*^
,
•
S; r ?Z "a 'tJíÍf!TÂr. tl^s dos Santos Hfia Pomba trouxe a Clodoveo Rey de Fran-
.
f.TaEp°iiÀti's M%r:fA^c.'i.n.y .Rcy dos Pcrfas húa Cadela ^ a Hieron Siracuíano hum enxa-
me
PART, I. CAP. XVr. Si
me de abelhas ;alguns diííeraó que a Pelias húa Egoa ; a Paris
liúa Uríij a Egiilo liiia Cabra a Ptolomco Sorer líilho de Ar-
^
loniohúa Aguia com Tangue de codornizes que matava, 41 .41 í^' «-vjr.fci/?./.
ii.<-,4t.
ao Romano Sertório nos fingimentos com que âcqui- Suid.h ji.i i.c»rtesfuí>.f. i.t.i. nlifin-
icrvin
rio cpiniaõ em Elpanha , Sc morreo vendo-o morto, ~-^ 4.2 Huma ^'"'''^'í^i
\ V 1 \ ^ 11,11 -1 „ ••4*- VtaefupTat.^.h.K. , ,.
Aguia creada por nua donzella lhe trazia depois aves > oc ani- ^^ hrittofrp l.^.c.íy,
niaes que caçava; 6c vcndo-a morra fe lançou cornei! anafo- 44 pb.Lio.c.^.
gueyra cm que fe queymava. 44 Outra avifou com prono- ^] Gãmlj4tt,c.i.ic.i^,
iticodadeftruiçâodeEfpanhapelos Mouros. 45 Hitrti Leão SviecMBenef.u.c.K).
perdoou no Amphitheatro de Roma a Andrado efcravo,de ria- r^^nfobilij
hiíi.yà.
cao Dacio, porque lhe havia tirado hum elpinho de hum ^e-, //ÈUanAtanimi-jx.^^.
46 outro fervio a Golfredo foldado Francez do Exercito com .47 -Wêx«a «-/ Syiv./»i.e.i.
que Gothofrcdo conquiftou a Terra Santa porque valeroía- '"s"EUaa.fup.Ly& 17.
,
n r ^ o c A \
de Fanes
a efte propoíitoj 50 Sc por graça reíere Author grave ,51
que em Alemanha Alta vira que íium rato allumiava com húa
vela a huns homens que eílavão ceando;
'
12 Mas eftes , 6c outros ferviços ( fe todos faó verdadey-
fos} qtte os homens em algumas occafioés receberão de feras j
€c anim.aes não domeílicos, ou foraómilagrofos fora do natu-
ral outaó particulares que não fazem eonfequencia-, Sc algús
,
j,^jj.
' ^ ínidaaestao grandes. 1 odo o mundo heSagunto de calami-
dades-, todos devêramos fazer o mefmo, fe naceramos com jui-
zo. Mas porque o não fizeíTemos, prevenio a natureza que na-
ceíTemos fem elle;, como notou hú grave Eícritor. 6o Foy cou-
p.Zachar de Lyjieux na Philofofh. ía novajdifle Jeremias,6 1 q a l^trgcmMxy trouxeíle em fuás en-
<5o
cí;r/7?.p.i>f'-'»- ^ „ ^-.^tranhas hum Menino varáo no iuizoi Sc nacer elle entendendo
.
'"' "
guintej tudo fe alterna em ferviço noílb; nós fomente falta-
mos.ao de Deos. Que fora fe os Ccos Sc os tempos nos diflef-
,
ct DX/,r^íí/?.5ím.íl«o«od.írW^esefteytos.
Scnóspertinazesemnoífaingratidão; ó agrade-
5. in^f»f. çamos a Dcos
hmo.ini.tom coiumn. mihi ^ O quc não padeccmos fe pudermos , tragamos
Numera beneficia, potes ôc tunc có-
fi
. ^lemoria fcus benefícios , èc logo confidercmos noíTos mereci-
«bis, eò quòd tm^ , li imcUigas guid mentos , íe entrarmos neltas contas , ate de vivcj- çm trabalhos
"í
wcrciis nos acharemos indignos, 6?
PA-
, •
PARTE I. CAP-íXVií. áf
"X'i.,LT^OÈ
C A P I T V L..olSxVlh
•
< : :
Adaó.
p^^
2
^ç.(cxv3^à^Xòò.^iiydeDco^,
humana em original injulliça pelo
i caliio a natureza
peccado de
Moltroufc logo no primeyro fruto , pelo qual íc co- ^ Gí,^",". ^
i
^
Veremsnííp.c^T.]'
•^"^'' '^•^^
*^'
paftorbo-
penitentes , amável por peíToa i
Scmuytò nlaispor còítumes, ij-aan.iò m- ^2° ^"*
erapaftor; grande honra para elles, que o primeyro haja fido i^j^/áíe^tcí.^-edísi.c^.
""'"o •e^""'
Santo, Sc o Santo dos Santos fe preze de Bom Paíior-, 8 ^
" a ^ e ..
''\'^'l'^f^'Jfl^!^'[l .
tem por verofimel que fez a oífertá no lugar em q o Rcdemp- '«^^ M''P ^'
'-"'^'^
'
/or fe oífereceo depois por rodos os homens ; Caim, que era la-
vrador, oífereceo dos frutos que a terra lhe dava ambos ofle- -,
éS nVEV a; E AVE ^^
a Abelaocampoemconverfaçaõenganofa, cbílinado contra
T^ j I } j jhfits DeoS) que O amoeftou no caminho 22 & feg;iindo Gene- ,
D.^mntt deCn.Daí i yc.j. brardo, &: oiUròs hlcncores, 24.* lhe dilieque neni navia Ucos,
tiot.chromp fh.
14 Ge>icbrurd^''
ncpi Juiz, nem outravida, nem premio para osjiiftos, nem
" "^ """^ "^^
c.il -.
"^
'
"
P^"-'* P^*"^ ^^
Ímpios. Rerpondeolhe Abel contradizendo tli-
^:uborParaphraf.Hiro/ciymit.ai:udPí' doifto,&: Caim omatou. Hunsdizcm quecomendo-oaboca-
,frJi.7.»54-
dos: outros, fiche O mais certo que dandolhe com huma pe-
j
cida, & ficas vivo com animo para O enterrar? Deíle modo foy
«^ , r Caim oprimeyfo Hereee, 6{ Abel o primevro Martvr; 26
.
Scripturcy
dizcmalgunsAuthoreSjquetoymortoemfeftafeyra, 27 pa-
Mututedioc. ..'./b.K-
ra que foíTe fissura
-
de CÃnj^f:» Senhor noflb.
:r;Coí:":t™!X':» +
AlHfte-Deoscóosjoftosnasttibulaçoens, 28 jcodio
tribii^atíone. logo,êc perguutou a Caim aonde eírava feu irmáó. Naófò
19 F,neíiaiuf.i.i.c.ii..§.i. nígoufaber dellc, mas refpondeo perguntando, (coftume ruf.
^'"o DÍenchryrot^eym.i7^ „d j!^. ^ico áosnúos)Soíí CU
guard a demeuírwãõ? Bem opuderafer,
de liecoiUt.s.^fow.B jpi.Voxocciitnon poiscra mais vclho,& fcuaõeraguarda, naó fora homicida.
'pS*iiiri;2lrSf„lS' OSenhor Ihediire que a^vo^doiknguedefeuirmM clamava da
(afanguinc magis fonat, magis pene- /^^Tá; a Ictta Caldaica lem , qM ãvõzdasgefaçoes ífue havido
trat, magis fcitciidltad Ceium. ^^ w^ífíT defeu irmão cUmavã da urra nos peccados clamão ;
5 1 Cort£Hs difquifii phi/ofoph. 4. aondc reíol ve que nao le acha razão baltante , lenao querer a
1
^Wc'.FÍcreMíerm.x prafi.uc 6.
^
ccrto he quc em prclènça , òz em aufencia fempre o fangue
íí Dcirinsinoa. ííwí. wr/. 117. do homicidio, illegitimo, & volutttarío ,clama vingança , 35
£»/f^N7frrwifr^./,Wo/.p/,w.^^
-^ Trinta caufas conta aPoly-
p-xo-]. antheaChrilraa,&:curiolamente, 37 porque fe deve amar a
)4fr/7iíí9«w(?4w/>.£/)'/.jr.}} 4».ii. vidadoproximo,&evitarohomicidio; fora largo referillas.
'J ^ln^\^i'M'anh.%(>^x.
^ David com fer Santo , declarou i:)eos q naó queria templo
:^7 Poiyalit.vcrb. Homicídio. de fua maó, porqucfora matador; 38 & ainda entre os Gen-
)8 I Pdraiipom.xi <,.
com qualquer ferro
tioscra prohibido entrar com armas, &c
1? Lcx}X.tiibapudOc.i. de le^. tt t> - ^,
« .^ ,.^ ^ , , i ,•
nostcmploSi 39 por iflo edihcandcíe O debalamao, nao le
fetrumarcccoàddubns, dudii initru-
nicnta, iion faui ouviagolpcdefcrro 40 &: adverte Santo Agoftinho, 41
q ;
£v Pilatos a Chriflo.
dade, que os feus caítigos (\õ uteiS; femprc fe moftra Pay até ^^ D.chryfojLhom j.adpep,
•,
to he que
T-
Santa Brifida a teve ' mas naó fe declaraó nella os ^'"^«'''./•'f
; •'•V'*,'J'V*" ,
t)Z Pfrfr.fnofíj /.7.«.il,
annos. ^5 ferriandÍH^.G-;t.feciil.n.i
7 Envelhecido Caim enl peccadoçjqite huns fobre outros '5 K^yeidei;. Briftái ,
.-( «rAj-
. vco até o diluvio, o que naó fe acorda bem com a computação ^6 i{efere eiias opinúe.H M.tHte fup^
«á «<<..« }.$.,.!
dostempos.
8 Notou
e% EVA, E AVE A«
ir,c ,ir.ii§.3.
8Noroú O Douto Padre Pineda 57 qnaõ amaldiçoou
,7 j
DeosaAdaó) havendo deftruidooHiuiido,&amaldioçoou
58 GexJc^.M. a Caim por matar a Abelj 58 porque Adaó peccou por
5? s»^ac.yn.iQ, amor, naóquerendo defcótentar a £^'.:7, 59 Caim por odio :
C A P I T V L o XVIII.
Como comepu a dhifaô de domínios ^ & fe inventarão
os marcos dos campos j os pefos , Çff medidas ; fe iw
trodu^traõ alguns contratos ^
©* odinhejro\ tudo
for conveniências da vida; Qf de tndo a malicia hw
mana nfoH maL
fui.
r G.>.4 4: iDc priffiogcniti. gregis ^ T^W ^^
^^zer O Teííto fanto, í 4 Abel ofFereceo ao Sc
nnot dos primogénitos dejtn remiho, parece q lo-
go em aquelle principio do mundo ouve TTíen^Sc teu, que nu- &
ca fe logrou a felicidade, que alguns imaginarão, de ferem as
coufas commuas em a idade que chamaó ae ouro ; foy Caim o
queintrodiizioeftadiftinçaódcdominios,& o inventor dos
pefos, medidas, marcos das herdades, Sc outros finaes porque
1 ]ofeph.deitntiql,i.c.ii: feconliecefieoqueerade cada hum ; 2 donde fe vé que nem
Mame,n^rcfp.'<ieCbrijfo,,i:u,,.c,4-
p^^^^ ^ ^^^ Sidonio invcntàraóifto, como cuydàraó algups
Pi::cih! ,taMo>iíSTckEccifft>.i.i.t. 1. 11. Efcritores-, 3 porque tudo o que de.úntes avia, paíTáraó Noé»
^•^'
,.^ ,.^, ,„ _ P r
do diluvio.
ficfeus filhos às o-entes depois
MicrA.mfyntam.hiíl.l\.'ctl.i.n.\^.
^jsxtormojjicin.f.i.ut.tnwMiT.di- 1 buppolta a necelUdadc ciB quc O pcccado uos poz dc
vtrf.rer. trabalhar a terra para comer, de veftido, 4 & de outroi;
4 iwf'r.<..9.c 15, ufuacs foy naó fo conveniente, mas neceíTaria efta fepara-
,
N.
PARTE I. CÂP. XVIIÍ. 6^
rendo, corp.o OS capinilos fegiiinres moílraràó no difcurfc) da
hiftoriaj &; eíla foy a primey ra. O
feu invétor Caim fe fez ílil-
teador de caminhes; 5 teve, & tem miiytos fucceíloresj de toi 5
%»''' ^ i?"'^'
-das as qualidades, & eftados , que Com menos pejo falteaõ nos
povoados, & nas Corres jalguns por officio. Não furta fô quem
toma nos termos que o direyto define o furto ; 6 raastambem ^ luL-i^defirt.
osqneenganão, dilatãodefpachos, repartem mal, $<. prejudi-
cã.o por qualquer modo: 7 viveíe de rapina, diíTe Ovídio, Sc 7 Volyamheay vnhofit_ium,infrink
náohadequemhumbonifepoílaíiar; 8 comdifcreta mora-'^'"''-/-/'"'"'','""-
lidade fe íingio Arion, lançado no mar pelo roubarem , camí- vivitur ex rapto , uonhofVes ab hoípitc
nhar pelas aguas cavalleyrocm hum Delfim, feguro nas ondas tutus,
oqueperigàrananào.-osmarinheyros, que o havião de con-
duzir ao porto, o naufragarão^ ôcopeyxeque ohavia de tra-
gar, o fdlvou ; mas eíle não conhecia o ouro qiieaquelles buf- *^"— '
,caváOjfeoconhecèra,nãovalêraa Arionafuacithara. Heim- -
"^
.
!
polIivelcoritârodanoquèrefultadeíle«íí«,&Zf?/: aqucnão ^
> ^
«briga aos homens a fome de riquezas? t, por efta, 6r por mu- ç^nllofZl^í r^aoti cogis auíj
Iheres fuccedem qiiaíi todos os maleSj não íliccederiaó,fe con- facra fames j
tente cada qual com o feu, vivelTe com juftiça,
4 ComadivifaódosdoniiniosfeintroduziologorieceíTa- •
ías.Porèm a malícia humana o fez degenerar em tam rtocivo, °'"7;,v.í l.t.slm.Satyr. j. Omn«
c\ueSú\iú\io o chamou o Tífiayofjnd dos homens, 12 porq fe2í cmm res,
qué lhe obedeceííe tudo, como diz o Efpirito Santo. 12 De ^'^'"^^r.^'''^"'''^'^''"^' humana.
com prar O neceílario, para que íoyifiltituidOjpaíia a comprai- Divitijsparent.-ciuas qm conftruxwit.
ofuperflao, &venderfe por elle a virtude, afama, a honra, '"e .
baíbaiusiprepla-
íico, dizia Ovídio, 15 heagradavel: Homero fenão tiver 4
^'^'^"^°'^*^'t^""'
defprezaa^ & abatem a hum fabiQ. pobre as riquezas , dif- £,^^^ ,i^,jir,,,rdu . , j. c^ .s/í^uí.,
: .
í. .
fe
' 1
'"^
eftesoignorao. 18 Perguntou hum pay a Tem iftcclesfe caia-
^''^ '"
Jel^it.PhÉuTc.z.'^^'"
ria fua filha com hum pobre de grandes partes, ou com hum
rico fem ellas. Refpondeo que mais queria homem que ne-
\9 Ksfert yaler.May.l 7. ceflltafle de dinheyro, q dinheyro q neceílitaííe de homem, i^
Efte refpondeo conforme à razão-, aquelle conforme aoquç
tem introduzido a mâliciaj 8c nofentidodeíladiítinçácdiíTe
Tl 7alYoí%-f^t!!uihhL
Saiam âchiias vezes, que antepunha as riquezaSi 20 outras,
ii ui. de Cajiiiho hiji. dot Rtys Co- que eftimava fobre tudo a fabedoria. 2
^íLiÀifci. He verdade que no tem pio de Hercules, que antiga»
y
mente eílava em Cádis, tinha a pobreza hum altar; mas era
para que avivaííe os engenhos para adquirir,2 2 6f aílim em or-
dem d riqueza-, porem nem paraiftoellaaproveyta antes fe
-,
Ú£ZS^tld:Í!;Z!:'/1r^- ^^^^ ^e boa vontade tíocanão todos peios dos ricos, nem cuy-
1% ordin.i.ytit 5.5.5 o-tit.zí. §1. do q O das tutoHas viriajà mais à pratica, porque antes fe tira-
d^m.«4.§.io. rião aos pobres que efcufaremfe clles.
,
O certo he que a ma-»
)icia humana depravou as utihdades dadivifaó dos Domi-«
nios, & da invenção do dinheyro , fazendo tudo venal aos ri-
cos, & reduzindo os pobres a condição cm tudo miferavel ;fe
pedem, fe envergonhaój fc naõ pcdé, perecem jaccufaó ao pro»
ximo fe os não foccorrc j & chega© a queyxarfe de que Deo$.
nãorepartiobem.
8 Segundo as noticias q ha mais antigas, o dinheyro fe
fezprimcyrode.gado, ou de couro, ou o mcfmo gado vivo
era dinheyro, tendo cada cabeça feu valor determinado con-
forme a efpecic, & grandeza > ôc aílim cota a Sagrada Efcritu-
49 <5íM,,5.i9.Emitque partem agri. ^^ -
Tacobfí)w/)m/ parte de hum campo por cem cordev-
VafX4.5í. Inpartcagriqucmemcrat
Jacob.
V ? ^ r rr
1 •
1 - j- ^ v
oe, 35 procurou curiolamente averiguar o valor diverlo que ^7 Carranf^ no imo daajun. ^'.íf
,
dres
-
devfíb.fçmf
/;úT7/«/^.comprenende toda, como diliemos; 43 ocdomeímo
4x ^^í/cM< o-Vciyvth juj^T '.
nomep('(:7/5feveyoachamaro/)í'rw//<?. 44
45 Supr n
(-.
Ncíla divifaõ de Domínios > fo Chrifto Senhor noíTo.
j
4^ MMh ti.x7 \oa»^vv havcndo ícu ray hterno polto em luas mãos todas as rique-
46 D. fj»'-i- "['-''"'•*;>• f^^P^^zas, 4í fe fez taó pobre por amor de nos, 46 que naó tinha
laI?S.x6'.Í6Cr.8..w./rc.i4.ii
quc cntrcgava por nos falvar 49 ao /*^j' queparaiflboman-
y^i^. dura: 50 aotcmpo, 6c hora em que havia de padecer, <5^i ef-
i«í 2.1 t9.'í!^i"<^f-*}4"^- gotoufedethefouroscom-nofcoi 52 chegou a entregar fe a íi
^""o ^£.. M?-
meCmo; 536: com tudo foy o que mais experimentou o tra
MMh.í6. a.ío'«i«.i.4.crr.iuv \y^\]^ q ^^ fj^^j[^ ^ fgj;^ qs males do dinheyroj & do comprar
, &:
'
51
y.D^PaHUdPiyiip.,.7.S:mci,fC^
yenjej-j porque noscomprou pcloalto preço 54 defeufan-
"5T!^./W.'«d£;'fcf/.5.i.Tradiáitre- gue, 5^ Sc cm formadc fcrvo 56 foyvendidoj 57 Ôcdaríe
mct.píum pro noD. vnrelledinhcvrojqaindoellefed iva dc tJ J ' 7 8 lhe fova
"[íaçaj <
w D Paul (idCcr.^.íO. E;np:i may(^v
i
r
pena
'
parcciaque
_
nao era homem para
,
-
lograr
l J
as con-
cninícibs ptetio magno.
<< Pitr 1.19
I venienciasd'aqiieliamt:rodiicçáo,mas 3
para padeceres
fó r r dan-
<c,D.Prn.!.jdrhi':p-cf-c.i.7.
Í7^u»í.^6.is.iV/.Kf..4.ii.
nos delia
nosaeiía.
CAP IT V L O XIX.
Fundação daprimeyra Cidade utilidade delias ; como ',
V FhcrauLiapuàBruf. Li 16. I TJ
t^
Or mcyo da neceíKdadc,quc hc excelíenrc meftr^j
N^iiiam prxaai.tiorcm dc.aoccm cilr
moítrundoaoshomés
"^ ^ j^j^ a Diviua Providcncia
jrccelliurc. i, .1 t «*
"^'^'^ '"^'•'*^^"^'"''"^ ^^"'^'"'^'^^"^^"^^'^^^^^^"™- ^'^^^
Hcliod 7. I.ivctitrií 'ccnfiiiorum om- ^S"^ P''^'"^
fiiumcftncceiTitas. a natiiveza humana arruinada em maliCia trocava em maks
,
Nfcv:a'"hticá'píiius
tos em vizinhança para fe afliítirem reciprocaméte com o que ™"«s: «^'^"^^ ^^^" « ''"'^ ^^^-
J^"'*^"
tiveíTe cada hum, entendendo também q de outras partes con-
correria, por commercio de permutação o mais que foíTe ne-
,
to, õc virtude para procurar bo hm-, 17 ieelte hemao, aíteaa is Taeit.hip./.^. Finisturpisiaudcm.
obra mais luftrofa: i S nas da induftria fe louva adeftreza , nas egreRíam macular.
leb. Agoltinno 20 que as generol as acções dos mais dos gen- intxhortmor.:i.admd.tom.A. Yanxgio-
tios degenerarão em vicios , porque tomarão por fim huns o tix morbus te non ToJuíh cúm pccca- ,
74 EVA, E AVE
11 Djow.ciimacirad. ii.dívin. iTioiiS. ]oAÒ Clímaco 22 àvânglork y diflipaçaõ dostraba-
i'""; ,, perdição dos fuoreSjUd-ziodo^tíi^fouros, ferva dn perfí-
lhos,'r
,
ridade tem hum mào livro, que huma boa voz; cuydaóque
tem mais louvor as aranhas, que ger;uidefij queasabelhas,
que colhem das flores; não felembráo de queSaóJcronymo
i.\ D.Hieron.ep.adP uiin. de iivin.
jj louvou cm Platâo qucrer antcs aprender coulas alheyas
ÍÍ!líís''aifcur;.recundcd,iccrc,quàm
com vergonha, qucjadlar as próprias com imprudência^ faÓ
fua impudéter jaftarc. palavras GO Santo. Innumetaveis boas obras deírroe a vanglo-
14 D.chryfop.iHpan.ho,r u. rd fn.^l^ Al ji^^Chry(o{\iomOi lã. & QUcm pertende applaufos íe
cílcivitatis, uies & feabitaiit s in ca coílumes haveria na de Caim pois difle o Efpirito Santo 29
;
^"" q^'»-^ os habitadores da Cidade ordinariamente
roÍ° /riS/Z/ir^'''*'"'''^"^" faÓ tacs como ,
liriite Monlrch Lujiti i.r.",.. • Foroneo, quevivco no tempo dc Jacob. Hede notar, que
Madera»astxcei.<teHefp.c4§.^. Caim fundadordcítacabcça de todas na antiguidade &: Ro- -,
Athenas íó fe prcíume q elleve aonde fe vè húa aldeã pobre: da Soioei nombíc dcxarmi a Canhago,
preciofli Tyro, àa nobre Corinrho,da bellicofa Lacedem.oniíij
í<:de outras ilUillrcs Cidades, fo ficarão nos Poetas eftes epí-
r^y^.^;íf«i 5.
tetos com q as nomeàraõi 36 Ninive (oy fundada por Aíliir ^ 36 ,
mm.
;7 q tanioemfe chamou ín mo, 6í lhe
deu nome, 38 quadra- /^íf^;,/ 4 ^,,. «*9íi\:l ?*,
tempos mil & trezentos annos,q teve de duração; 40 porém Orchomenofquefcc«r& ík)%^'^%
finalmente pereceo quando Saroanapalo fe matou, & o Impe-
5:°'^'"^'^"^-
rio Aílyrio, de q era cabeça, paliou aos Medos, & Babylonios. ResPAndion» fie átmipotens Laccdsi
,
íiVffl"'"'"*''"^^'""'""^'^'^
^""QS trezentos mil homens. 43 Tal fortaleza parecia baf-
tiiodor Sicui /.} M- ^ tante para não ceder aos feculos: mas tudo o tempo confumio,
porque de tudo triunfa, excepta a virtude; 44 fodeyxouhila
p^'"!o^rt
"44 Petr'^r(ha «w triuwphcs tmnt' pcquena Cídadcj q moílraffe a Campanha onde teve a vitoria.
y
'
'
edifícios, & de toda fua opulência j fó erii povoação pequena
'
'
'"'.iS ií d
íè.cóXervaoilluftredehavcrfidotheatrode noflaredempçaõ; ^.^xnoíViy';. .^
lí Pequena gloria fundar Cidades que caducáõ: grande v-^^-^x
C A P I TV L o XX, : í
Giij pno
7 6
7% EVA, E AVE
prio hum defcendenre de Caim mas be de admirar fcrcnj tam
j
^^a^fihn^Mr. Parif.c. 6. ^^^^> "" ^ ^''^^^ 4"^ O aparte: faó como os mÓftros que houve
j-ieaor B^eúus hi/i.feâ.i.í. dt dous cotpos pcgados , 14 ciija câufíi apontaó jos Médicos (^
/
Philipf^amerar.caiit ic ('7.
i( Ultra jnpy,:ríi<,tos, Franco in Cm-
^
tc
r j r-j -ir j
ie Via uas duas Hioças nalcidas ein Verona pegadas pelas
iX.>
//jL- /;<i£/)'/f-4V''"-4S- coftasnoannode 1474. quefempreeílaváoemcótendasche-
j, lUnric. Gandav. apud Franco fui>r. ^^^^^, ^^ ^^^-^^ç,^ ^^^^^ ^^ ^^, ^^ ^ ^^ ^^^ ^^^^^^^^ GandaVO , 1
^^
,7 Bewl Fernrtnd.in í.Gen.f(ft.<) n.i era virtuoío, ^ quería orarj ooutto vicíofocftava com mulhe-
caracmuiictcma.itusncquit.&cum j.^^ faótaesqucílie náofaltavaõ ) todos ernó forcados a
(g^^
18 p lutará. inA^ciíi. D,9g''.n. ,p«y viverjuntos, oc a dclcjarleas vidas , porque ^oulruno que íica-
ot u.
íí» \ ^' ia apodrecendo are morrer; o intereííe ns obrigav:\ ao que
n de Deos obriga aos cafidos; finalmente nem le pôde dey-
i. y
-..Tr-.i xar de ter aqueila companhia, nem de padecer tendo-a. 1
6 Pcrde-lcahbeidade(qucheomayorbemdavida) 18
entre*
I
PART( I. CAP. XX. 7f
cntreíi^nndí^eoscaradoshum aooutro. 19 De hua Religião i" D.rnui.t.adCerj.^í
fe paíTa para ontra le fahe para Bifpado ou por caufa em que D^Pad.dlj !ii?'
•, ,
L.u[t.mfi».c.deímp«bn.&alijt
Doutor. A natureza os pede para fe perpetuar: S. JoaóChry-
.^J^*
foftomo 2f2 diz, que faó imagem da Refurreyçaói quem os 15. l.í §.t.jf'.defuisy& u^ít.h^red,
^/t
quaíi a
r'
mefma rr J
peíToa; 24 donde
jV
dcyxa, pareceque não morre, 22 porque pay , &: filho faõ ^'^«'»M«^v^S''V"^-<'''''*'''<''^f'''*
.T.-/1. rr abintefí. deter e^uthent.de hécred. áb m*
naice entre os J unltas oefíi- ,en.iJprincsoU. t. 9.
caz direy to da reprefentação. 25 O
excellenteEmperador P/x/y4íè/«iH///iier./.ic.9:
Antonino Pio diíTe, que morria confólado, porque deyxava fí- ^^
Tacuím*^"''^''*^'
Iho; 26 o bom Emperador Tito poz nelles a fegurança do ^l E^lfm^i apophtkf^.
Império i 27 5^ Creflb , comparandofe Cambifes com feu ^9 iff/f/Tájf/V.j.is.ern.Habittiras
payCyro,cli(re, que naó ácviaCamb.fes vir àcomparaçaõ,í;;:Í3'í,-fS',r°"'""'
pois não tinha filho que deyxaííeà Republica. 28 50 Pm-f 10. i. cr c. 15. »o.Filius
ri»
8 Se ha filhos , nafce com elles grande penfaóaos paySna ^^Pj^'" i''-tifi"t P^i^-"^ ^'' .,,„„,
....
•
>
30 caufió grande cuydado em tratar de feu bem j como de Exuitat gauJio pater jufti qmfapicntê >
'««bimr
ÊneasdiíTe Virgiliõ ^i arefpeyto de Afcanio: & em temer g«»""^ m eo.
lua talta, como lemos de J acob 3 2 por benjamim / le mãos, omnis m Aieamo chari ftàttura patw*
,
lio 1 orcato, Aulo r ul vio, j unio Brutto , & Calho Konianos ^J T^xtor/uprA.
matàraó os filhos delinquentes, 41 porque os amavaõ; de 41 ErfjminMa^.Tençd.hifmiSili,
^'**'
amor endoudecerão, vendo-os criminofos; doudos obràraõ "f."-'^''''^,'";
aquella acção que nao cabia em quem tivefle juizo. Herodes siobjerm 41.
,
Zo EVA, E AVE
^i.F{ofctilhif!.ptc.x.i„^t.
tantino V. Emperador deConftantinopla , 42 era mulher
4} Viik infra c.i8.rt.?. ambícíofa que he mais que Hcrodes; 6c o Sol pela nÍo verjeí-
,
§. toras dc
caltigos Qo Ceo contra os afrectos naturaes.
45 L. Puna 7. c. ie Yeiveniítat
.
<.i^J.^£fc7õi'Jeu^^^^^ ' cravos, que náo gèrão para fi, mas para fcus fenhores. 45 Ne-
nhum fenhorhe tão cruel como o mundo para os que nafcenij
continua-íe a geração humana para continuação dcfeucari-
veyroi fora melhor, diz hum FilofofoChriftãoj 46 nãodey.
tvy.-. xaiherdeyros de calamidades.
'^-'Ví''^
• II Seguem-fe os encargos de ruftcntarramiliajde que não
cfcapa o mais ricoi porque a vaidade acrcícenta gaitos a que
éT' Di^tnbTondíNiít '
i> -'" *
'
não chegão as rendas. Santo Ambrofio 47 nos repreíènta"
,,,^ I
.• hum ncceílitado vendendo hú filho, (oquepermittiaó asleys
-
4i8«íAfi4^í/a>-mi.í«/"«/íii.?"«jí«e3"fig^s,&aindamatallo) 48 noqualconfidera a maislaíli-.
If-tdtiib^o-foiihum.L.z.c.depatr qu moíaperplcxidão , eftas palavras: com
^^^/'/(dir.iaellcafi E
fr1;*Sl1tSÍ:t"4&^r.>efmo)w«<i.r^
im chãmoupaj. Scrà oínãispcqueno? Ejje heomsumaismU
i4.c«v.5.iw.c.i4 «.4 Menoth.de recu- TO oj
,„. homens, que nem tem veftido, nem talento para bufcarfortu-
ha; & de filhas tão altas como elle, que femfallarcm, pedem
eftadoj Sybillas que pronofticão defgraças? fe por fe aliviar
Hihedccafa, encontra acredores; osqueofaudão,lhepedem
o que devcj tal ha 3 que recolhendofe cia chu va , acha na loge a
o que pede o aluguer da cafa, ou fe he própria, a acha revolta ,,
porque chove nella como na rua, & entra o vento pelas janel-
las fechadas 5 como feeftiveíTem abertas quantos cafosfeof--
:
terjuntamenteduasmulheresj nemourrosdepoisreparàrào,
nem hoje reparão barbaroSj tudo iniferia do peccado em que o
mimdocahio.
CA-
,
;
aonde achão que comer. Affim refere o mefmo texto, que elle
ioy pay dos Paftores o que fe entende em difpor com induf-
-,
% Ben.FernMd.in^.G(r..jeã,i^,n'/^
tria a vida paftoril, 2 pois no principio do capitulo tinha dito
quejà o Santo Abel havia fido Paílor.
2 Inventou aquellas tendas a neceííidade dos Paftores
agricultores, ou por outras caufas habitadores dos campos ; 6c
traziaó aquellas cafas portáteis para fe recolherem; 5 como
iifou Jacob voltando com fuafamiha decafa de feu fogro, j Ferumi.fupral
4
& outros nas EfcrituraSí 4Ge«f/:}i.I7.
diífcráo, que Sem iraniis Rainha dos Aífyrios fora a primey ra,
que achara efte ufo, & fizera trabalhar em metaes os cativos
das naçoens que vencia-, 7 & aos que chamarão a Vulcano 7 Suida!ÍnSemiram,
primey 10 ferreyro, & a Glauco Samio o primeyro que foldou
metaes. 8 Tudo o que eftava achado antes do diluvio com-
municàrão Noé , & feus filhos ao mudo reformado ; & affim jX?rinofficfnM\% f^lru
muytos homens antes deftes oufarião nos muytos annos paífa- De aii^s jiribníUn.i.i .i.fi.antemíd.
des. !
- , ,
, ^^ lugar eh amado Babithaca o aborreciaõi 10 femeíle, malfe
iivitiar, lervira.
6 Porém do ferro, & outros metacs fez a vida infirumcn •
lufin^f'"^'
«y»/.p.i.f.7.
^^^"^ ^'^'"^''^' 'íííww*
7 Mas todos os inflrumentos dos feculos antigos parecè-
y^^ brandos à crueldade humana ; 8c inventou a horrível arti-
Iheria, filha do rayo na luz, no impeto,8c no cheyro teterrimoj
mata^muy tos juntos, como fe matara hum ío; epíteto de ííirn'-*
'
T6 j?^fí.arii.Bjrfo/;»,,fl;.„fír,x/flr.;«/^*'í?''^ lhe deu hum bom Latino, 16 porque nem torres
lhes
'€»m^.iMt.Micbiní2H£i^mídiic4, refiílem, NoannodeC/?n/?o
1380. vio Europa cíb peite por
novidade; dafclhe por Auchor Bertoldo Alemaó, algun,
(
querem que fechamafi^e Artilheiro) havendo elle mclnio acha-
do
a
tones de madeyra fch amadas em Latim phala;} levavão hum ^^^ ^^,^
valo chcyo de enxofre, refina, & betume envolto em eftopas,
com azeytequechamavão mffw^V^ní», & abrazavaó o que
p':;diaó alcançar-, 19 Sr também a artilheria he muyto mais *? Textor.fup.verf.phaUrk»,
«*•"
fo XI. de Cnftella que,
refere que no anno de 134^ ( trinta &:
'.^'Ç^tSi
í'
íeteantes doditode t;8o. tendo ElRey cercada Algcfira, os
Mouros ariraváo de dentro c6 troes de ferro. 21 Donde pa- n chron. ielB^eyD.tJffonfoií.de
recc que BertoldoArtilhero ló melhoraria aquelles princípios. J£^;;^,,;, „^ syh^,^i
^^^
•8 Com tudo amda então eíle diabólico inftrumentolela-
zia fomente de pranchas de ferro apertadas com arcos do nief*
rrvo, como feaoertão as aduelas de pipa. Chamoufe ^o;«^^r.* , „
., , ., , .
Uâj de homoiis, que em Latim ligni hcayí?«;^fl, cc de Araeo, que n nícoUhs Seradut afui Textw,(i^
\it Arder yáizcnácSc Sonido ardente. 22 Depois fe fundirão '"«/'"«•'^^í' ", ~
: -
"
entre Gutrasj huma tão grande, que por admirarão fetróU3Çe
Lisboa, &:fcconferva na torre de S.Giãp. /í uj .23^í;>.;
9 Para
1
U ^ EVA, E AVE
Para que armaó os homens a morte com novo rayo ? pa-
r.ç
ra que lhe acrecentaó azas quando tanto voa ? Dizem que an-
tes das armas de fogo, pelejandofe com efpada, &: lança, mor-
ria mais gente mas he perda irrecompenfavel matar hiima in-
•,
ftdtcce. '.T,i^a^í,U-.vi ii to langue, que hum ribeyro que alli corna, lahio da madre ,&
19 Tíx/or/l/ra. -; " ~'^' Icvavaoscorpos mortos. 30 Na de Carlos Martelo Rey de
"
Vid^'l'up'-H.n.i J*/**^'
Na que fez Cofroas Perfa quando deftrulo Paleftina morrè- ,
%ia',duLx.e,4.
ttocentos mil. 35 Na que véceo ElRey Dom AffonioHen-
Faria no Eptteme das hil Toriuj^f. \ c 8. tiqucs no campo dc Ounquc morrèraó tantos , que feu fangue
"'*' D j . ,, f r r ,
alagou os campos', & fez correr tintos delle os rios Cobres, &
,,^.,. lergcs. 36 rsaconqmíra de Lisboa pelo melmo Rey du-
-^u- ..
zcntos
PARTE I. CAP. XXL
zcnfosmil. 57 JunroceSanraremrobreoTejomatouMou- ^ Srãdãodl.io.e.tr,
rosinnumci.iveis; 38 fobre Alcacere do Sal, lu^ar pequeno, Duine Nmes naChron. deDmt^ffonft
morrèraóninra mil Mouros; outrosdizem feílentamil: 7q^"'Í'^T' ,^ ,^ . ^* ^ ,
não fofrer violências hepreceyto da razão aos doutos, da ne-fithortiinis,aiterum bciluarum confiv- :
feras: 44 tal guerra le lez de direy to das gentes, 45 Sche ^x yuji.r.j/pjf.poUt.i.^.c.^. Quidcft
vim
provérbio que a boa guerra faz a boa paz; 46 em outra obra qao^^ contra fincvi ficri poíiu ?
tratamos largamente eíta matéria; 47 aqui a tocamos por ex- ante raTTonC cft maximè i.. bcilo j quoj
CinplodaSmiferiâSemqueCahimoSpelopeCCado. raro pcrmittiturtcmpbra difere.
peccado, a elpada que trouxe íoy a razao; & alhm enviou léus mus,paccnumquâmfruemur.
y :
dos, por armados; mas Filofofos, por pefcadores,&' aos mais 49 Matth.t7.Márc.i\L,K.ii.Jéuit
H CA-
U EVA, E AVE
C A P 1 T V L O XXll.
PrimifiOi &* progrefjo da FfvdtHra, Qf Fwtnra : ex-
ceíiericia deflas artes : artífices Çf^ ob>-as mfiones q
,
V "R^ftYèlPcàro Míxía Syha de váf*. 1 "1"^ Tzem OS Efcritores qlie Tubalcaím , de quem
i:
í/f«m Luc.16.
JlJf4Hamos no precedente capitulojfoy também m-
'^^^^'^^'^^^^^- Os defcendentcs dc Ca;m invcntàmó
i Be„.Fer^am/.in^.Gen.fia.v9.n.7.^'^^^°^
j i/.'Ci6.8. muytasarteSjdiz hum douto moderno; 2 porq os filhos do
mundo j como nos enfmouC/jr//?(9 Senhor noíToj 3 íaó mais
.prudentes que os filhos da luz. PelaaffinidadedaEícultiira
4 Pf<r/irrfc,(iffro;/>.>í.íí/a/.4i.<fc/?<i- com a Pintura lhes conlideraPetrarcha 4 aniefmáantiguida-
^- dej&aflim trataremos de ambas juntamente.
2 Temertasartesaexcellencia de imirarerri oAuthorda
natureza reprcfentarido as coilfas como faó; a Efculturamais
pi-opriamente, porque fe vè , &
também fe roca j 6c tem corpo
de mayor duração, &
aílim ha efculturas de tempos muyto
r antigos, de que naõ ha pinturas.
3 Também tem a excellenciá de comprehenderem to-
ypiat.âen^.ió: dasúsartesj & alguma ícienciai pois, como diíTe Plataó, <
7Ho,aúnan.foct%ikribus, atq^ue com tao poiíci graça , que por evitar cite dczar no qúelhc
/>«««. tocava, mandou Alexandre Magno pòr ed ifto com penas,
quefó ApellesoretratáíTe, fó Lyfipocfculpiífe fua figura em
n-JJj^J^lt^-^T
íiéitres.
., c ^n..- eftaturaprande, 6c Pyreoteles cm pequenas pedras de anel. 8
Conviera iemelhante cdiao para as imagens banras, pelas
imperfeyçocns que vemos.
5 Apellcs retratava tantoao vivo, que em AIexandria,en-
viandolhe huns feuscmulos recado falfo departc de El-Rey
Ptolome o(fucceflbr de Akxádre Magno em aquelle Reyno^
porque o convidava para huma cea , ôc achandofe cn ganado
no Paçojperguntoulhe El-Rey, quciti lhe dera o recado. Elle,
que naò íabia o nome de quem fora , tomou de hum brazeyro
hum
4
perdiz, que fazia reclamar as que alli traziaó manfas. 17 » 7 Sír^t «4. /
88 EVA, E AVE
perna chagada , moftrando que fe doía , com tal propriedade,
que todos lhe tinhaõlaftima. Asefculturas deFidiaseraótao
excellentes, que fe diffc que era ío para efculpir Deofes, 6c naò
homens. As de Policlctoforaò ílu-nofas. Lifippo fez feifcenras
6: dez, todas admiráveis. 20 Calicratesefculpio em marfim
IO TcXlíf ílíTã.
&
form igas, outros animaes taó pequenos, que naó podia a vi-
n-adiííinguir os membros. Mirmecides tambcm em marfim
efculpiohú carro com quatro cavallcstaÕ pequenos, quehúa
mofcao cobria com as azaSi & humanào, que huma abelha a
11 P//»./.7.f.tI.Cr/.}é.c.tf, efcondia dcbayxo de fi. 21
10 Tacs obras bem mereciaó a eftimaçaó que fe fazia del-
farro 6Àe ling^Lntin,
ias. ElRey Atalo deu por hum quadro da maó de Ariftides
Pintor Thebano, cem talentos ;& Nicias Athenienfe lhe naó
quiz vender hum por feflbnta. Cefar deu oytenta por duas
pinturas do mefmo Ariftides. O
Orador Hortenlio deu cento
quarenta &
quatro por hum quadro dos Argonautas fcy to por
CicliaS} 22 &" o valor mais ordinário de cada talento (pofto
2,1 PJmL7.cz2.
Texitr, C^ Mexia fupra. que por vezes fe variou) era de quinhentos &
cincoenra cru-
IX M derancs cx.cei deHefp c.\Q.^. i- zados debomdinheyro. 23 Zeuxis com
as fuas pinturas fe
Cújirlho [up.l. I tdijc. %.
crer qiíe tinhas guerra com os Rhoáios , é^ não comas artes. El-
Rey o mandou guardar Sc depois o hia ver pintar muytas ve-
,
f
12
-^
O
FlofculoHiftorico 35 diz que Timantes Grego ^«^ f'''^«'''^'P-^'''7-««"«'^^'-/-
. -n
-^
r y'-^ CircuhM têmpora piciores,
loy O pnmeyro quem ilturou cores, pelos annos quan 3600.
1
&
do mundoj dous mil depois do diluvio , quafi no tempo do
Decem-ViratodeRoma; porém tenho ifto por muyto mais
antigo: com titulo de Vefenfade lapintura ha hum livro bem
,
quella recreação, & ornato, mu )/Cas vez .^s com figuras inde-
centes pcrverteo as utilidades mayorcs. N
ló le lembra o ho-
C A P I T V L O XXIII.
Prmcipo da JUtifica ^feu fro2ref[o ,
&* noticias que ã
ella -pertencem Çff como os homens ufdraÔ mal defte
,
t Çen,4.iú
1 T) flofegue o Texto que Jubal, outro quinto ne-
i
& S *r.c.ii.i».x.'
^^ > fuppoem qucjà de antes havia Mufica , & elle a accómo-
dou com arte àquelles inftrumentos. Naó fe deve attribuir a
Author humano coufa taõ divina.
2 A
pátria da Mufica, diz Caííaneo, 3 queheoCcoi&
^Cajranm Catai glor. muHlf.i: Caíliodoro A. notou Que O fisnificàraó os antiffos, achando
Pelo contrario a
,
aborrece naturalmcnre o demónio aílim a
-, & i trad,<c(jô de oyid.Met m.
harpadeDavidoafuo-entava de Saul 10 poreftacaufa, 11 '° i R^g-^ ^ '" fi»-
'^ chryjdSam.io.inprinc
bcllico para dcfenfi da pátria; paraiíTofHnvcntàrio a trom-
beta, & o tambor, vozes miificas da m iicia. As Amazonas
ufavaódefrautasnosexercitosj 20 osCrer -nres, de1yras,ou ío Mexia »aSyivai.\€Ao.
citharas ; & outras naçDens de vários inítriimentos 21 os j
»' y^ianaComment.aOvid- Metam. t.
i8 Ecc/f^aif. 40.10.
5 Também a proveyta a Mu fica àfaude corporal. O Ec
clefiaílico 28 a põem por remédio contra a melancolia; Mar-
piatont9. lihoricmo 29 contra a cólera; Caílaneu 30 contra a febre,
loucura, fcridas, & mal dc pcítc j Pcdro Mexia 21 contra a
^oCJaH.p.fr.verf.Pythagorias.
II Mexia lupr.lx.c.ix. ... /-^ rr \
ciatjca, cc gota; Caíliodoro 32 contra muytas outras doen-
t
li C'j]iedor.d.epifi.4o.
raõ
PART. I. CAP. XXIII. 9j
raóqLiefetomàraó do canto das aves-, naóteve inventor hu-
mano, teve narcimento no Ceo , que a conimunicou ao mun-
do por fumma piedade.
IO Verdade hc que depois a aperfeyçoàraó vários Autho-
resemdiverrasProvincias(comoíuccedeo em todas as cou-
fas que fe foráo achando) com fons , ou tonos accómodados às
matérias. Marílas Grego achou a concórdia das vozes muyto
agudas ;&: a harmonia chamada PÃry^M, muyto branda. O-
lympias Miíllo, ou Phry gio, a das vozes íemelhantes; &^ a har-
monia Mefophrygia, &c também a Lydia , accommodada tanto
para trifteza, como para alegria ^ fe bem outros a attribuem a
Cariojquedifleraóferfilhode Jupiterjou a Amfionjou aMel-
lancpides; ou a Antippo Sapho Rainha de Lesbo: PithocHdes
(dizem outrcs)compoz a AJeJfolydia conveniente a tragedias.
Damon Athenienfe , ou Polymefto , a Hypolidia contraria à
iV/í'//í'/r<^z<íiPythernoJonioa^7''^'^í"^>Filoxenoa La(omca;Si'
mon Magnefio a Simodia-, Lyfías a Ly/íodia-, &" depois fe fegui-
raó tonos diveríos entre os Hebreos^ jà o Ecclefiaftico 46 di- 4« BccUfiaji. 44. 5. Rcqnirci.tc mo-
dosmuucos.
zia, que os antigos haviaóbufcado modos muficos.
II Tudo ifto era fem regra cerra pelo bom natural do ou-
vido; 8c com tudo LaíTus Hermineo, que viveo reynando Dá-
rio, efcreveo da Mufica, &: foy o primeyro que fe fabe que del-
'''^'^^^^^^^^^^
laefcreveíTe. 47 E Timotheo Milefio no Império de Ale- <í,17,,^""''""^'-^-'-
xandrecompozfobreeliadezafete livros. 48, OPapaS.Gre- 48 Cowac/ Gefner.inonom/i^iic.pycf.
gorioMagno,noanno de Chrijlo feifcentos pouco mais jOu "<"'«»-'*'^''^« ^"«'"'>"«-
menos fez hum canto-cham para as Igrejas, que fe governava
,
viveo pelos anncs de mil &: trinta 51 no Pontificado de Joaó ip-5f 10, §t.
-í"/^''^'' *
•'
muytocícolhjdos, cc quali íempreem canto dos Omcios divi-
nos, para que feu exercício em tudo foíTe louv^avel. O
Author
da
,
podia duvidar que o foubeíTe fet , mas os Euarigeliíias fagra- iihTic.hifi.Tcntif.l.^. ci.cr .6.
dos declaraó que depois da ultima Cea antes de ílihir para o 7i Cafan:d. conftà. ^i.ve%ffeãiftfe'
,
.parece fero cântico novo qué David queria 74 quefecaníaf- 7' nfr* ^« t^ r* • '
fe ao Jf w/:7(?r em mltrumcnto de dez cordas j novo em cantar a aeccm chordatum pfaiiice illi ,«matcd
Encarnação do /-^r^í? eterno jà executada i & em dez vet^fos, camicumncvum.
•' "^
ío'"^-G'rh.traã.i.fup. Uainifi.
que o devotfllimo Gerfon 75 eriteilde por dez Cordas Santo j;> :
Efpofo nos Cantares jquando lhe pedia que foíTe paraelle^por- ^""ioS.z.^. sonet vox tua in au-
que era acabado o Inverrío, ftem po trifte era que fe dilatou fua ribus mcis vox fenim tua dukis & í»- , ;
1 EnHrnaçaó)&erachegadooflorido,&aIegre:â'<<.'»f./5,«*|f-j^^ £;,J,0„;„
/ 'uozemfeus otiviaos, forquejiiavo:ieradoce3 O" ellafermofa. ^oMsnantr^t.iM.rinVipans^antemed. * ,.1
« •
r* 17 Neíle cântico notou hum ouvido de bom goíío 81 81 ExulravitípirmismcusinDeo.
todos os tonos da Mufica: o Siéltme da Divindade: 820 Bay- \\ fLu mihí magní qut potcm dt
- ;icOj 6c Z)^;«///ò da Humildade: 83 ÒvÍ/íí? da Omnipotência: «5 Miíèncotdia ejus à progchic ia
'
84 oTenordaMifericordia: 85 oGr^-Uí- da Juftiça: 8Ó q P^^fii^r' ctfit fapcrbos. Depoíuú po^
y^^;/í^fl da Alegria: 87 oi^/z^w daConfolaçio: 88 o Aff>ero tentes.
ExuUayitípiritusmcus.
da Reprovação; 89 o F/f«o da Fidelidade: 90 oJríípCiofb 87
daRevelaGaO}9i &:aC6)«/c»«^«n<2aoslnltrumentos; 92pe- 89 Divitesdimiíit manes.
lo que a chamou filomena, modulando vozes, 6c tonos vários 90 Suíccpitiihd pueííam íuuiri. '
j j r r • •
\/fT r j- •
J> -
j rf 94 ^«'^•«•'^- 1- Q.marerpcxuhdmih-
aodoleuelpirito: 9^ na Ml-lericordiaq publicou de Ueos: tatemanciiiK Tus.
96 no FA-vor grande a que fe confeflbu obrigada 97 no 9 Sp^ita" «'«"s 'n Deo làlmarj meo.
: 5
SOl-licicoquereconheceaDeosdecomprirasprOmeíTas: ^s ^^^^-^^^1^'^^^^^^^^^^
noLA-usperenne com que o magnifica; 9) 6c que melhor v? Quia fecitmihi magna qui po-
Mufica que fó o material de fua V0Z5 que fez dançar de aleo;na"'"='^: „ « . ,
tada pela
• Santiflima r?mdade accommodando com gnlan- !''?"^"'V'"^
:
T""^"' """' '"'"
1 r
. .- uvitiugaudicinfjn'! útero mco. 111
^ 11 1
"^ifctaria elegante as vozes de humaluavecapella os dons com que loi p. Guiiui.i.grai^deKVideU </ f
' as três PeíToas Divinas harmonicamente a illuílràr:ió. ' Sú'"#'" ^'"«'* <^'/í- •-.^-'^-ihrimo tmw,
19 Sêji-^
• '
^ EVA, E AVE
• / .19 Sendo a Mufica taó fuave, taó Útil, orem tudo divina,
foy tal a queda dos homens peloprimeyro peccado Sc tom ,
iTi DirtmsZ^jfi.n.l.^'^'^'
nàraó. S. Tlieodoreto 102 entende que com muficasnamo-
ràraó os defcendentes de Caim aos de Scth, para caiarem con-
tra a juílaprohibiçâo que havia. 10:^ S. Clemente Alexan-
\Q4.j>.CUm,tAUxtnà.aàGtHt^ drino 104. conta que com ella levavaó Amfion » &: Arion as
gentes aos ídolos & na Efcritura Sagrada lemos que cojn a
;
Tm^^ríSS' quê Júpiter nem cantava, nem tangia. 109 Tudo ifto fe en-
'
ijo 7ir<íj.(jc»»*/7.c.}4.».ii, tédedonimio,qiíehe reprovável; iio 6c:neftefentido emen-
dando Filippe Rey de Macedónia a hum Cantor , &: El- Rey
Antigono a outro que tangia, & dançava: lhes refpondèraó
ambos, que naó Ihescoiivmha moftrarem-fe tão demaíiada-
*
tiiWHMrffe.««tfji>oí»í>ífcf|MP/;%.tírnientefcientesnaquellas artes, iii Atreveofe a malícia, ou
i^í. J::^^;r4Sí..^i: ignoranciaaquererdesluíVrar o mais louvável porvarios cu.
S ' "
mínhos.
C A P I T V L o XXIV.
InDençaõ da útharây ^ orgao: derivação do nome Ju-
bileo; neflé^i & em outros mftrumetos muficos fe toe
cao aíguas cúmjtdades : Qf fe frofegue o ajjumpto
de que a malícia humana de todos inventos ujou mau
'Brevemente Je aponta o divino inBrumento , quefe ^
a Santiffima Virgem May.
„ r r '
{> n. -rt. r
daquelleí.KriticiOi 8 poíto que outros mlTrumentos leme- ^ ,f^.Af<í„oe/d9 5fp«/fW nàrejeyçaoef-
Ihantesfefaziaó de olTos de qualquer animal. Depois fe veyoí'"'"í* i c.s.m.^.
P>/-..7.v.7.Vocctub«cotne;e^
a fazer aquella corneta de qualquer oíTo; 9 ¬empomais
9
14 Quint!íian.l.9-(-^- Infacrislitcrls.
ílrumentos muficos) 24 o que efpecial mente chamamos Or-
}.,Paralip.ii.iyCrc.t4.z7.€r PJalfíi. ga'o 5 alcançou eíle nome por e'<cellencia fobrc todos os que fe
do
.
Tcs morrerão logo, & os homens pouco depois com tremor,&: ^«"-'^ '^ <^anarii pritncrdia ik ?
piípuayju. s-j •
Sicdide^Mulx.pauIòmaioracanamuS. ^
Favs, & foy reparada pela Mãy da graça, que deu todos os in- MiTí^onB^doniscant.i e^.^i
'""' "'''"'^''"
ftrúmentos para o mundo fe levantar da ruina em que eííava. ^Jko.''"^'"
'*
..,..,. ^oaoBdpttlldMaHricioinclTahoirfeitint.
j.efKu
CAA P
1-
T
l T*
1 VV T
1j (TS
KJ "V^V"\r
iV A. V •
Canto 1< afpetto
Cario
, ih cui canglato volíe.
Tone nHNttmigueYrierecãt.i.ejii,
... i^ ^ j. . . j . „ Cantcrô come ún cor tuttofcópoG.
TnnctpiOi progreno , çy dtgmdade da Foeta ; como a Yo
lope de vega «^ ierufi.i.\.tji i
erudito
J\ mos) ou he o meí-mo q MuHca
Author, & quando
i alTim os Poetas metrificáo , fe
, como diffe
4Pi,<t rch.íde Mxfic.
'
*'
cafclograóosv-erfos-, Mufa, & Mufica temo mefmo nome, At facn vates ',&Divum cura vocamuf.
pelo que o Ecclefiaftico ^
:: falia da Mufica, & de verfos como Sum etiam qui nos numcn haberc pu-
^ t tem. Et 6.
fu'7-
unidos. _ Eft Deus 111 nobts 5 agitantc Cilcfcimuí
^ ^
mou aos Poetas, filhos dos Deofes^do Ceo lhes vem o efpiriío, Et nUhh
& fe difie que tinhaó em fi algúi divindade; 6 póde-íe dizer Eit Deu* ia nobís, íunt & commcrci»
quehe natural ao homem, porque ( fegundo enfmáraó os fa- ^^^'^^ ^^j^^;^i, ç^.^^^^ .^, ^^^.^^
bios) anda conjunftaáFilofofia natural com que os homens 7 vmntU ii.
do principio cuydaó
de fua idade... J como haó de viver de que « Hom.ir.artpoH •,
r r
D n-
.
r Ego necltudium fine divrcvena, •
expende a razão Qiiintiliano; 7 &: aííim nalce juntamente jsjccTudc quii ptofu vidto mgcnlimi.
com os homés, & fó a natureza fiz o Poeta , poílo que o aper- Ahcrius fie.
Aferap^fci topem,es, *c...í««w.í.
feyçoeaartci 8 ponífofecoroaõdelouro^qucngnificaavir-
\\] tudv
, 1
'^'^t[%la\^i'^l7
Ha quem diz, ii que Adam compoz em verío o
desdelle.
I , uíUr.t.Firmian.divin.i!ijfj.t.c.6. Pfilmo 92 que anda entre os de David, intituladoj In dieanr
&dciraue^t. ,
.íeSabbãt.m.
^
^,j„f. Enos feuneto filho de Seth, he provável que compor
'5
14, Matute fuj^
hvmnosem loiívor deDcos, comoaba\xo 12 diremos.
idade í.c.i 4.1.
.íi',^fÍT'.'S^S/'''"-^"-"'^
^'-6 NosannosdodiluvioeraPoetaSamberhanoradeNoè
jó iWíAr/dHíx5yv<tt/ev.r./ifi^j^c44çig mulher de Japhét 14 (eu filho; poíloq alguns 15 digaò
17 oracuUSibyUJ.u Á ^y^
niuliíeí' do mefmo Noè, a qual {'oy a primevra Sibylla, 6c
,».^ ^,j,^ ,
Quoci fortitafui paflquam dircrliniua elcfeveo vuite &" quatro li vros de Oráculos em verlo , lò de
, ,
'"^"'s r^ que hoie temos alf^uns nos livros SibyllinoSjnelles refere, que
Elíusi jaclata men cum conjure rrtultu. ri.
.
r j o r n* •
1
1° Varro aoudusianfjtifí^ íeachou uaarcacom leu marido, 17 &: conta lucceilos neiin,
19 Genehar.ju^. »n. muxd: 18S7.. ,&: sntes do diluvio, quafi coitio fc contaõ no GenefiSj era a que
ioOraad.s,byã.li.adfi^,
chamàraõ Sibylla Perfica , i8 ou Çaldea, 19 por habitar
ii i.v;-r.c.ii.«.5* cm Babylouiacabeça de Câidca, como ella diz , 20 ainda
li D. W/ero«.»»/.ro/ojç.co^»r, -íc///^ qiieoutroscuydàraóqueeraaErirrea. *\ ) <.
^^&;inef^dPnuUnJc<^.nM.in.jcri-
^ g^^^ filhoTubal vindo povoar Hcfpanha pelos annos
t? E'Kod.if,.i.Numtr.%i,-í7- cento&- cihcoeilta depois do diluvio.cõtinuou aPoefianeflé
"^""^o reformadoidãdo leys em verfoj-como diílemos allima.21
^T'^èluuTíxf''"E£,lci III Cl '
"fofefh.deantiql.-j^e.io.^ltmd. 8 O
Santo Job , Regulo nosconíins dc Idumca , Ara- &
Sabciiie ^rKíd I./.19.
bia pclos auuos fetccentos & quarenta depois do diluvio, có-
CaUiedor.tnproIoz.ad?f:lttr.t.l%í ^
pcz ^randc j -^ J r
,.; f 1
•
MLiejup.dad^.c.iiii. •
Pfr. asobrasdefeunlho
.,,'' ?Ar5-4-n- Et fuerui.t carmina de Ifaias haiaó fidoefcntosem verfo, dizem bons Efcritores;
com grande nome foy quafi fcu coritemporaneoj & erítão hoit-
\eAquelles engenhos que com fcientificasallegorias fingirão o
coro das nove Mufasprefididas de Apolloj propofta á cada
qual a fua matéria, cantando Calliope em heróico os grandes
feytosj&rÇliotodosósfuccenbspaíTados, Erato amores em
lyrico, Talia couías menos honeRas em cómico , Melpomene
liiílorias triftes em tragicojTerliphore guiando danças de nin-
fas, Euterpe regendo as frautas dos paftores, Polimnia ufando
tons diverfos >& Urania modulando ao divino;
13 Jàhavia asdivcrfasefpecies deverfos, àccommoda-'
das aos aífumptos; Cafiiodorodiz, 35 que os primeyros fò- js C#flíor.U.e;Í/?-40'
rão o heróico para mover, 8r o jambico para aplacar. Do he-
róico fe tem por inventora Phomonoe, Sibylla Deifica, 3Ó ,6 c»mad.Gefnni «» onomí^kíjr^,
qucviveoantesdadeftruiçâodeTroya,37 fuccedida nó ánno prior-nímin.
de mil &: duzentos Scquatorze depois do diluvio, Si milcen- ^^°^^ F!o/cli!hJ'fupr.
to oytenta&: hum antes do de CÃn/^O; {5orèm jà comS.Jero-
nymodiííemos quanto antes havia Job efcrito delle. O
jam-
bico fe attribue a Archilocoj 38 mas nem efte, nem em outros j2 tí(n*t.inaít:foei;^
ha certeza.
14 Qi-jafi trezentos annos depois de Orpheo Trácio > no
feculo em que fobre Ifrael reynava David^ &c nos feguintes, fa-
birão a luz os Poetas Gregos:&: allim corii engano bufçou Plii- ^^^ ^.^ ^^ Muítcál
tarco 39 em Grécia os inventores da Poeíia. AntimacOjA-
poUonio Rhodio, Arííl:encs,Parthenio,&: Heíiodo,heroicos .-
dos
: '
,
20 Grandes forão aquelles Poetas Latinos mas feria in- f-? «''^'' ^°-"!^'
:
Textor fiipr.
gratidão negar que aprenderão dos Gregos. Ennio lecreou j5
nas obras de Euchemcra quetraduzio Plautofeguíooeíly-
:
C A Í> I T V L O XXVI.
. Pr ofegue G ajfumpto propoflo no Capitulo precedente,
I \
Rruinado O Tm perioRom Ano !,& dividido entre
jCjL ^'iirios Príncipes, teve Europa foíTegOj em que as
Mufas quaíi refufcitàráo,efi:endèraõ-íe para as partes do Nor-
te nas línguas Grega, & Lr.rina, até hoje com grande excellen-
cia. Em Itália, Sc Heípanha íe empregarão mais nas línguas
vulgares.
2• Em Itaiia foy o antigo Dante como o Ennio Latino, en-
tre cujas humildadesfeachãograós de ouro. C) Dolce o foy
nacompofição. De Petrarcha Arcediago de Parma no anno
de 1 3 í^ô. falecido node i374.chamadoFí>í'í/í, é^ Oradordi^
'[1 Zaharclãco>ipi.j<): "vmo, I fedcrívou a mclhordoutrínaj porque nos nlirtosen-
''"'^" ^''^^^^^^^^^^
» líi!5t'' ^^^^o" os louros: fez os amores caftos Laura lhe naÓ impedio :
1 gilan^
PARTE I. C AP. XXVI. ,o.
confervão maniifcriptas , do tempo de
g:ilantes'fe Dom Aífó-
ib Henriques, primeyro Rey de Portugal.
4 DomDinisjKeyfextodefteReyrto, fendo moço, vi-
vendo ainda leu pay Dom AfFonfbTerceyro,foy oprimevro
qiieem Hcípanhacompoz verfos, quemei-eceOem eile nome;
4 m ádou hu m vro dei les efcrico por fua mão a feu avò Doni *. ^"'^
1 i
^^•>'^ "^^ "^'^ '''*'''^' ''"^ ^''"*'-
pátria & acreditou o cní^enho das mulheres. O Author da Bi- -, «-n .t «••, • .^t. ,-
bliotheca Hilpana 12 diz, que os rortuguezes reynao najw/^.cts.isj ' —
Poefia.
1 1 Em profa tambcm ha Poefia dizem os que delia tra-
,
juizos que conhecem a ettimacao das eouías. bobre a gloria &rhyth'niutn,atquerncnfdíam ^^lUud
de qual era pátria de Homero contendèfaó fete Cidades , co-.neqmdquam prxcer íermones quoidam
mo jà diflemosi 14 Efmirna eliegou a levantarlhe téplo. Ale- JScSS.bl,'*"" ^"^ ""-
xandre Magno fó para guardar as fuás obras eílimou o precio- 14 No càp^preceáme n.ty
fo cofre que achou entre os defpojos dè Dário, &
invejava a
Achilles haver fido o Heroe dafualliadas Sz áuándo tomou
Thebasj mandou guardar a cafa, & farailia de Pindaro. Zeno-
cioto Eíefio teve grande lugar Com o primey ro PtolemeO Rey
'
do Egypto, fendo ayo de feus filhos. Por huma das felicidades
ido outro PtolemeoPhiladelphofeufucceffor, fe a;váliou ter
fete Poetas Gregos no feu Paço. 15 Are hclao Rey de Ma-
cedónia confagroufumnias honras a Euripidesj & OsSicilía- 1'i flofcuLhifl^.l.c^.
T\os, tendo prilioneyros muytos Athenteníè.s, dav ao liberdade
que por cada verfo dos que naó ouvira Ihedeflem dez fefter-
cios, montaria o que fel he deu cinco mil cruzados ; chegou a
pofluir fcis mil feílercios , que importavaó mais de duzentos
3z cincoenlà mil cruzados, & teve huma nobre cafa em Roma^
quandocntrava no theatro a recitar feus verfos como eracof-
povo Romano fe levantava, & lhe fazia o mefmo aca-
t-ume,t3
tamento que ao Gefar. A CornelioGallofezomcfmo Oda-
vianoPrefeí^Oj&TribunOj fó porque era elegante Poeta. A
Eífacio banqueteou, enriqueceo, &
coroou Domiciano, para
feacreditar-,& a Sylo Itálico fez Conful três vezes. Vefpalia-
enchco de honras & de dinheyro a Sylo Bafa , Poeta Lyri-
iio ,
••='
I~iio-
;
livros dos Filofofos eftaó illuftrados com as fentêças dos Poe- i^i .fr,vv,,>'vK. a r-
;. ..
,.^>...:i. v.
^^j .-:
à.u^.^i.n.i^
obra. 29 Pelo qdiíTeMattheosGibraldis, ao ^uc à ]uri{prv.'^^^,^^^;^^,^f
dencia exorni feus eftudos corti Poetas , comq com béllas ^ iSí ** cjp.q:<emAâ,núúum d(juujnr.
^
çados com negócios fe
, ali iviaó nellá. Nem hitm papel , ou ,,^;, „í>í.,)tu .: ikíwIjT^^íf^
'-b^íaDrnicr
quanto a Poefia conduzi para a Politica, moftra áRepubhcíí' ,7. .
,^^^ ,,„^ . -
,. „
I7XX E VA7 H â ¥ Eí
'
V <wo /,
59 Textorinefficm.p.z.th. dePcct /, "ocfias job^ Moyfes, Davídj cjmo diíE^nios; 40 i6c. CíTi cem-
/''•'"• •
posmenQsandp)soPapaSt Dimaí.),í:noí!"o'Rey Dom Dinixj
40 u^ í.u.e cui.n. .cumje^q.
Sánafiro, ScDucros ilUiílres cngenh6)S-, &: neftesjrxDÍTos annosoj
Papa Urbano VIM. reformando com cxcc-l lente Poefia os
, >.ir>«vjwç I B^.èwutiuvi a hyninos do Breviário Romano.Oniermofizeraó grandes ma-
-;':v2.è fcn)i\ívt.A wj\\á\*r»^^v.»f ' tronàs,afamofd Emperatríz Arhanais,ouEiidoxia,dosvcrfos
j>i.b
-.5.Hk. H->]j^*j;^^Vj;^^^;;'^lcHomerDCompozavid &
a celebre Roniana
.Tnv««vi.kwMbaxíis.n-i>.^.<í»-0 8í K^lconiaacooipoz dos veríos dc Vir^iHo. , /^
.M,ii\t>ít^.^Qji.V-'i\P::;;;^^\^^ a Soberana /^r-
iAUí\u^--6.i»v\hwíi> fc^ii^'^ o? ^("w, gloria futnnia dos Poetas,com aquella divina Poeíia da
.1. .i, ^ix^si Mm -«ui-iAiA cíi',
Ma^mficati a mais agradável a Deos. Os doutifllmos Ivlaldo-
4V^i^5Md?;/lí>?8Ò:'''Í^- 'V^^^^^ 4^ clizemqueúcompozemmetro.-ac
c«»t^í;f)iJe ríd'i.D«^.cr^oy?^i.p,i.
;a4TjefmaJ>»/jo^<2 revelou a Santa Briíida, 42 que alli fallàra
E 1 pentir r<-,8ic. .?^ iii\s«j lyiiices.' O iegundo oroubo de Proferpina. Dasrãs, mofquítos,
46 w^.'n//o./«.t-7.r'. '. •
1 \ Rhetorica » &
Oratória he huma faculdade de
J^\ achar, perceber, &
dizer em qualquer matéria, o
que pode períuadir os ouvintes ao intento do Orador; i para
I tÀriíIot.i.I^tícir.c.'»]
ó que naó ló Ufa de râzoens , Sr de palavras , mas também de
fons diverfos na voz, &
cadencias nos periodos , com q^ue mo-
Vãos ânimos. Niíto participa os eíFeytos que notávamos na
Muficaj 2 & jà com Quintiliano diíTemos , 3 quanto fe germa-
na com a Poeíla; Sc allim parece que nafceo no mcfmo tempo. ) Skp.c.í6.n.n.
Kij íeyíj
. ' ,
i9.^nkud.j^hct0r&i.7.àf>iKdp,>.
impefd fobre todas, aniquihado.as,ou engrandecendo-as. Eí-
chines defterrado em Rhodas vendo que huns que liáo a ora- ,
O
doutilfimo Bifpo Garcia Galarza nas íuas Inftituiçoens Eu-
angelicasmoftrâ, &:ex,empiificalarc^amente, qiiantoeftaarte
^t.í,4.a/;« contribue à elegância,& intclligenciadaEfcriturafagrada. 12
yfjle»?^'"'^'"'''"^^'"''^
15 Matth.-;. infue. skat-.poteihttm ^^ C/^?^{/?^ Scnhor noflodiz O Euangelilla SaóMattheos 13
^^^'^"?,-
,.
, ,
que prèo-ava com mas;eíl:ade ; 6c o Proconful Publio Lentulo
^^ I{ffcreje lio li\ro antie» chamado o r»
i r
""^ ^^""^^ ^° Senado Rottiano, efcre veo
^ / i
í'.c.4o.n.4 '
reprehénder^ brando, amável, ò" alegre no amoeffar,gí{aydanda
• em tudo madure za^qiúz ufar o Prègad or Divino dos meyos hu-
/
'
nianos para perfuadir.
-*
^ -^'
.*,j....
— 4 Aílim eráo os Oradores muy to eílimados. Ifocratcs vé-
xtn^Cr,,^ I- pv tr-rt o- deohuma oração por vinte talentos, i< quefceundoBudeo,
rhdi.i.c.s.ini.p. 16 eraodo^e mu cruzados. Lm
RomaHortenlio le Icztao
lí Budeits de .jje
u. Hco, qiic podcconiorar huma piutura Dor oytcnta mil cruza •
^ .
dosj õc Marco 1 ullio de nalcimcito pobre chegou as mayorcs
,
^
Romanos, em voz viva patrocináo as cauíias. Os mayoresho-
mens.&Principesfedaváoantiguamente ao eftudo deita arte:
no famofo Alcibíades fe notava fakarlhe confiança para orar
cm publico 6c Sócrates lhe tirou o receyo com lhe advercir q
; ,
,
Finalmente os Emperadores Leaõ,& Anthemioem hum tex- t^ I^^ÍU^^X^^f'^'
,
todeDireytocivii 28 chamarão à voz dos Oradores j p^oz í^ inLAdvBcatnu.cod.de^^Uvo-^
' c^t.divcrfj„d,c Qoí aioríofi- /ocis cõ-
'-'Sloriofa. pelas utilidades que caufa. - •
o
s{
-'t-»v i- n.
Forem a mahcia as coítuma perverter ;
i^^«
ha Oradores
nii
eii- tam,
munimuie, .'abòraiuium ípsin
& poifeos dcfcndum.
,
vi-
faz com talfacfmdia^ que eupnrcço o venctdc. Por i^o Plutarco m»rchM miát ^
.32 notou,queaflimcomchi.imbarcopeíigava,fetodaagen-
te que hianelle carregava à hum lado i aíllm era perigofo na
'Republica orarem todos os Rhetoricos por hfla parte , & que'
"
nadifcordiadellesconfiftia afegurança. A Ordenação defte
Reyno quer que nos lugares em que houver dous Advogados , ^
aventajados, fc repartaô a ambos os litigantes , & naó advo- ^ j
ofiiri.liXit.4ti. §.17.
giiemporhumfó. 33 OsEmbayxadores deAchayaentreas
condiçoens com que fe fugey tàraó aos Romanos metèraõ , q ,
não admittiriaó Oradores , porque \'ú.o que eftes com fua elo*
quencia confundião Roma &: que antes receberiaó guarni-
;
antigas com diftincçoens atè então ignoradas. U^f"'» '• M'"^'' «^ puiiojtpi
34 ^,
6 I aes lao muytos Advogados ( Oradores nas caulas ; ,5 uchitomnibus Garciade -MbiUt.gi
iendo por direytopeíroasí'^ríi?íáJ, chamados, f/í^n/Z/wí^J" 3 &: ^, 5 s ''"•««.
,
ros;a cuja cafa, como a oráculo fagrado,vão confultar os ijego-^ mm, & pi-gnas vcrborum audirs.
morem ptad^^
ciantes, 35 degeneráo em caviliofos,atrêV idos, defprezado^p^fg^t^eyrtavum
Xesdasleys, cobiçoIo6,6c patronos da raííidadej em Guja caía gjc7 ^
H-
114 EVA, E AVE
,8 Nuiiacauía adcomaia , quam pc q«e hiifn advogado perito não poíla fdzer boa-, 38 & he ímpio,
ritus advocatusnon poliu báiiaih lactic. écexecraveli Hcm pàradcítínder huma canfajiifta contra ea-
^i>„dGratia,u/Hpra.
villaçocns da parte contraria,íe pode iiíar de mcniiras para en^
ganarofiiiz loíepermitteartificiolainduílriajque náo ch&-
-,
C A P I T V L O xxviir.
Prmcipio Qf augmânte dafáenm ^íiro-r.omka Ç^
,
,
I Gf».4.i5,'
1 T5 Rofegue a hiftoria fagrada i quenafceo a Adam
outroíilho, que chamou Stthi que figniíica , 'Dqu-
J
fiu Deosoutro filho em lugar de Âbelj á piem tmíou Caim ; &z
bem pareceoiíibftituto íeu nas virtudes , as quacs transferio
fambem a feus defcendènteSj que por ifto fe chamâo no Texto
t Gen,í.xl fanto 2 filhos de Deos, FõySeth, AuthordaAftrologia,&C
Allronomiàj como de outros excellentes inventos.
2 Para as fementeyrasVSc outros interefles enfirtou a necef*
fidadèj ou conveniência aòs primcyfos homens a obfervaras
mudanças dos tempos,as óccàfiocns^ da Lua , 6c outros curfos
naturaes, que ainda hoje os lavradofés, k mareantes fem letras
notão, &• cohl acerto pronofticão , fó péla experiência. Joreíb
Jiohvro das antiguidades diz,
3 que do tempo de Seth , fc
p02 logo a Aftrologia , &: Aftrononíiacm principies de Tcien •
4 Ceàren.incempend.hijf,^ cia; & Cedreno 4 acrecentâ que jà então poz nome aos fete
Planetas.
5 O Santo Henòéh
quattô neto de Scth ^ leV^antou mais
,
^i nn.M:r^.hm.mr*M.9,
'
^ Apphcavaó-íe com tanta curiofidade, que Thales mdo i.^.n.^9. c<m yifhrodifeo^froUem. li^.
olhando paca as.Eílrellas, cahio em huma cova 3 6clhe difle hú
criado, que bem o merecia quem olhava para o àr, & não para
-^f» •/'''"•7 •
onde punha os pès. 17 Entrandoo Romano Marcello por ar- *'
tnasÇiragoça de Sicília, & mandando que ninguém mataíTe
o ingeniofillimo Archiniedes, fcujas maquinas a tinhâo defen-
dido muytotempo 18) o achou hum Soldado traçando na ^8 Uv.dtt-^.o-^i
mMircc,
íirea huma figura da esfera, &: pèrguntandolhe quem era; ou^^"*"'^^
(como efçrêvem outros ) dizcaoihe que fofie com elle a Mar-
celloj tão embebido eftava no que faíia , que r^áo refpondeoj
êcoSoldâdoenfadadoomatou; o que Marcello fentio muy-
to>& lhe d^u honrada fepultura. 19 Huns para melhor con- Mtxiimtfyh.ievM.fi^.i.ut.^^,
x'<)
^.j-^^í^^^^.^^i^bthjnjttíGéioslib.x.
templaremasEftrcllaSjfeíubiãoaomonteOiympo, 20 que
íè dizia tgfâ Cabeça fobieameya Região fria do àr , chegan- ***
•providencia tinha creada , &: difpofta a maquina celelíe com °^'i^ ^lm(í'"inodiiJ. Vhi- Mneii. t.
outio.s
.
noFiosSafíâ.Pmig.namf/rnafeji. Icu tiiho Uom banclio, & a tempeítadc que íuccedeo a luas -
"z::'^'
' -
imaginaçoens temerárias , naó era natural , cora o que reco-
nhecco íuas culpas éc a perfeyção(quenegava) comquea
,
'
remos. 45
10 Por fuás utilidades ne a Aílrologia Aílronomica ex-
4jLaièGalr.Píro^^ân.!ndepnf
cellcnte, &louvâveli 44 &: aífim juííamente levantarão os
AthenienfeseftatuaaoiníigncBeroíb, 45 OSanroRey Éze- {^'^"p^ni.yc 17.
quiâsfoydosmayores Aftrologos; por-lheDeosofinalmila- . 46 4.«ig.io.ií.
grofo de fua vida no relógio, 46 dizem Authorcs 47 q^efoy^/^^^sj-,^^^^^^^^^^^^ ^^^^^.^^ .^^^
porfeaccommodarcom feu génio. Júlio Cefar fe empregou 4,c.6.(:.q.
muyto no cftudo 48 deftafciencia,&compoz livros nella:5c 4i'i''^trit.dei{ç^nLí.e.i6.
•*f-«4-54'
^^
CImftoScnhoT ncíTo approvou nas turbas o argumento qus
delia tiíavaó para pronofticarera os tempos. 49
11 Naó fe devem defprezar feuspronoíliccs pelo movi-
mento dos aftros , atè os liniites que elles indicaó naturalmen-
te.Anaxágoras pronoílicoUj que no arinofegundo da Olym-
piada 78 cahira do Sol hum penedo, Sccahiojunto de Egos
rio de Trácia. Phericides Sy rio pela agiM que fe tirava de huní
poço, 6c por argumentos dos aftros enteadeo, que haveria húi
tempeftade com grande terremoto, & fuccedeo; íc o antiquif-
(imo RevAnacopronofticou o diluvio de Dsucalion muyto' - ^ ^s . ... *
homem, que as ejir cilas ndõ nrao mas eftes apontaiido para os
. ,
;
dimento mais levantado, qual foy odeS. AgoftinhoyCófeflbu, '^^ d ^uax:,>jíii.i,c.^.l ^.c vcr
queapplicando algumcftudo à judiciaria, não acham mais?.^'^ «^«''^-^'"'•c^'/^ '•j-'-^'-'^,'^*
humjumentojocondcíuidolabendoãcajíaj alicgouqueoju-
j ,^ ,r
,.
mento hia diante: rio-fe Alexandre, & no sumento íecxecutou
aícntençado Altrologo. 58 A hum queatíirmavajqueeitan-
doa Lua,& a cabeça do Drágaójuntos com o Planeta Jiipircr,
quem pcdiíTe qualquer coufa, ainda que a pcdific a Dcos, a al-
cançaria, perguntou Ludovico Vives: E tu, porque tiãò pedes a
Vens nefja occàjfão qife te faça rico, paraque a pobreza te nao obn^
<,9 LuâovVivesittdu/.Sapientiiinqui-gne ar/imhr íanto^
59 Notoufe, 60 que o grande Rey de,
^"lo ^«r^. w« /w « ^, Nápoles Dom Afíonfo,ànenhumAfl:fologodeucouíaalgúa,
;
do que morreria em França , &" feria fepultado cm S. Diony '^''•""•'-•"'f «"Víi de^un'c.{kprfnc.iiítB
-
ílo, que elle imaginava feria o Mofteyro íbpulrura dos ReyS ^"rJ;,^/^.^;^^.,»^^?^.,^^^^
ngoaquedavacreditoj dUpreniiodeodelprezar;porqmor- ^
reo com grande opinião cm ferviço de fua pátria. A prov iden-
cid de Deosdifpoemmuytas deitas coufas para algum fim; 68 éz ,^vme Carihc^:»^^^ .,-.
nada acerta.
ájiidiciaria per li j;;jJjojí
^^^
o£ ,
,aMV;fc'í^.iVA''''''^ "'^"^V=*'''"^ <-
'^'""'^•s-''' f^^^-f-àfcí^h
'
ciarios,
' ou vos promettem felicidades, ou adverfidadcs fe fe-* :
licidadesj &
faltaó, fois miferavel efperando em vaÓ fe fuccpj j
^
dem padeceftes na dilação da efperanéa', 6c efta eft
,
',
'
'•:
feflbres , fenaó cora certo tributo queera Unal de infâmia , & Homt.ode ^./.^
,
.
encia inhel aos poderolos^ lai la aos que nel la ei perao pronia;- ,;.^^ o^,^ , -^^^^i g 5 /. ,
,
,
.
'^y.-. >. •
da fempre , & nunca deyxada em Rbnía. Muytos Authorcs y«í c«wu;f«.»f.:.;/ i6 ?i-véir 4.^^:0».
76 tnttaó de feus enganos, 6c nada acabi de dcfenginar aos S;;'^J,.í;;;,';f-'^""^ . ,„.,, . .
O
homens cegos pelo peccado. que os Aíí rol< 'gos podem pro-y;<í ,/>;<> yn tot th.cJe maUJa. è-Ma-'
nofticar, he, que haverá doenças, frios tempeltadeSí chuvas,/^-"'"-
5 ,.,,,, ^ .
& CS judiciários pelo conheciméto dos Aílros em que alguern/'^';'' ^íf;;;', J./. g,... hon.inur« ,
foy concebido, êc nafcido, lhe podem pronofticar boa ou rna pr^temibminfi kim fp(.f.íiitibr!sitaiiax,
, ,
j^uide, breve, ou larga vida, feliz fortuna cm fazenda, & hon- ^'^oàRomr.;& v«p.bií;,t{ir*x»i;tPí'8th:-
ras: que fera pacifico, ou litigiofo , & outras couf*s deí^a qua; '
v.u\ov\
•í. tem (ò diipoiiçaó, &• inclinação no appetite fenfirivo , qiic hc
potencia corporal em orgáo corpofco; mas fempre fugcyto ao
77 r:a íatè Cf-tha^èn. de are. Dei p. i. livfc alvcdrio, que pode fruftraV aq uellas difpoíiçoens.
77
Noscic.ncnumovciu:eiciaciKarcj4uiK '9 ^^^1^ na Altronomia pemiicíida & l(juvavel cxce- 5
i.i c.6.«v//?jy. -^ ^"^^ dem-íc ver os Authores que tratao delias. 81 Outro modo
de adiv inhar fe chama, pofgallo; 8 2 faó coufas indignas de Ic
cfcreverem. 83
.
' •
i
f < i i' f ii -
11 II ^ .
C A P I T V L O XXIX.
Çômo fe inventarão as letras fuás d'ijferenças\modQs y dâ
tjcrever Qf em cfuefe efcrevia -^fita utilidade
,
i
^ íz Suidâs AuthorgraVe,qtteSeth, deqílcm
i
lanTos. 10 O
Santo Job, que vi veo pelos annosfetecentos &
to Supc.ii.n.yX^cti.n.7.
quarenta, deixou efcritos feus trabalhos , como também no fc"
guinte capitulo diremos èc na fahida do Egypto, que foy pe-
;
los annos de oitocentos oitenta & oito , deu o Senhor Ley ef-
crita aos Hebreos. ií U E.^od.^^ cumfiqj.
4 CommenosnoticiasattribuiraóEfcritores antigos 12 r.Tr.taoUi^íaPinui.j.c.^é.
a invenção das letras, hunsaõsPhenices, outros aos AíTyrios, TacuannM.i.n poji princ.
/••T>i J.
Sc Bibylonios & akuns diíTerâo que Cadmo inventara deza cy^-Vvií.
-,
T- O- Herodttl.^.
yí/rx.Gí»./- z.c.jo.
quemenoserràraó,tbvioosqfizeraóAutharesd=lhsaosEgy-gf//;5X^^^^^
pcios,aprendendo.a8 de Mercúrio Trimegiftro, chamado af- Pktdajupra.
UmaMovfes.comoentendeEupolemo, AurhorGreso. 12 PMcrUndSyhaiih.yc.x.
vão toda huma palavra , & alguns todo hum conceito & pela iraduc^ao, &" emento a o\>idi Muam,
,
mayor parte eraó figuras de animaes, dos quaes fez hum livro
Oro Apollo, Efcfitor Grega, que Bernardmo Trebacio tradu-
zio em Latim & Pedro Mexia na Sylva de varia liçaó aponta^
;
nhasmiosteefcretji; lí) & Jeremias, dizendo que o peccado 19 //«. 49.16. inmanibus mcj$ de.
fcnpfite.
deíudàeftavaefcritonafuamaócomfefro. 20 , r, .
7 Os caraòtsres de letras começarão em mertor numefo ptum dt ftyio férreo munguc adimj -
:
yí ymsAUtJkfrÀ, 28 o que ainda hoje fazem os Arábigos & outros j &• alliní
,
Syriaco , &: outras línguas pouco verfadas entre nòs &" rinha ,
que eftas cm Latim fe chamão líber ^ ácow cftc nome aos livros.
30 JaiA-
,
.Andandootempo, r<:tiràramfubtilmcntecomhúaagulha as
fevaras de hum junco chamado/^íí/íyyí^jqílcfe cria enlEgyptOy
junto do Niio,* XI & em Syria junto do Euphrates > & com „ 3^ ^''í' o^,}d Meum u^.
^ .
^,
' r r c II
' Perquc papyri feri ítutcn.flua flumjna
larinna , 6c outras couías ie tormava delles hum género de pa-. níi,.
1 1 1
"""^
/ -
^^,,
' f y(^ [C^tJ r lo de Cartagena de Levante, &: contava o numero das nàos.
•
15 Divina, &
utiliíTi ma foy a invenção das letra jj por-
que fendo fós vinte ^ três , fe fazem com ellas tam largos dif-
curfos, tantos livros, 6r feexplicaó todos os penfamentos fócò
variar , Sc mifturar humas mefma? dífferentemente nelias fe :
l 41 Ahétxj)t. ) ^.tjf niavão Amatorios, (de que em outra parte diremos 4 1 ) fe cfté-
deo o mal. O mayorfe executa nos livros, de que tratamos n*
feguintc capitulo, por nara fazer maij largo o prcfencc
^ ^
^
CA-
PARTE í; C AP. XJtX. ix5
^^^
C A P I T V L O XXX.
Comofg intrúdu^fráõ os livrvs quaeífordõ os frimti^
j
rior cortiça das arvores ; que em Latim fe chama ífkr i i eni * '^"^'PZ^^^iJ-^'!', , . ^ ,
2 Ò
primeiro liVfo 4 die que temos noticia efcreVéo j Stctp.precedcmen.n.
Henod Santo, quinto neto de Adani, feifcentos & íeteiltá án- síi Jflftínaiíadííitli íÍn«^ iiium
oos antes do diluvio; do qual citahuma profecia j referindo feptimtimabA<isimo,n^tcnonpoflu-
íuas palavras oApoíííoio S. Judas 'thaddeo rta fua Etíiítola Ga- ^"** -, , 1 . ^t >».- ^ »
nonicã. 5 Uizem 1 ertuUianoj&- o Venerarei Jieda, 6 (\ut ha- Tertui.de Uoíatr. cr pdidt. &- ãc cuit.
Vcndo*oNoé confervado nodiluvioió eonfiimiráô os Judeos; >«/• _ .
haviarí^formadocommiftiirasapocrifáSi 8 Bedatúd.Éfi(l4ui.Thad.
\ •DépoisdodiÍuriofenaotírimeiroodahiííonaqiícBe.„7 0r^.«»f»^.f^^^^^^^^
io\o 9 diz j que fe começou a elerever em Clialdea logo pai- ç^^trUb-.íiumtT.
lado hum anno. y/"%^n ,f^^\^f ^l'^^
^'^"^^
^
^-c^ .^.
1/
^
,
4.
Masoprimeiro4úetèihosdefé,foy.ode|ob,4ueiÍ>^D|fi/wo^^^^^
gunsdiíferaô 10 qiic Moyfés elcrevèra no Egypto i paráex- 10 B^fert Mame d.c.is.j.j **
'^
—
cmplode paciência aos Hcbreos affligidoS &c qUe {íará os aU--**'-*'"''*"-'"''*^^^^^
.
rabolas foraó três mil, 6c os verfos cinco fiíií. Mas aquelks vo-
lumes^ 6c livros naõeraôda^randeza dos que hojéàliim cha-
^ . Liíf maraos;
a
Mi!uL Mitoflf. Ht Qhrin. idrM X. t. X. ti.vos a fèliRey nojSc kz ao Summo Sacefdote grandes prefen-
S'i. .tes,&: aos Interpretes efplelldidottâtamentOjComo diz Jofefoi
Foraó prefeitos daquella livraria o Poeta GaliniachoCyrw
10 Textorintpc.f.x.titàt9oeu ngQ, jQ dcquém faz mençaó Ovidioi 2 1. chámandolhejB/?r«
N "tibi^BarciadcnocuitV&tí. ^^^^^ , por fer filho dc
Barto ; Sc o douto ,& eloquente Deme*
11 fofephfupra. trio Phalcrio ,22a quem os AthenienfeS íevant àraó trezentas
^''^"'^'^^' '•'''•
^''''''^"'-"&feírentaeftatuàs, >3 £c derribando-as depois díffeelle Jf
mrí :
partidaem galarias com divifaó das fciencias , &: artes taò fiu-
•,
déramos.
12 Para grande utilidade moftrou Deos a irtvéhçaódosí
livros.Porelles herdamos, &• participamos dos Sábios antigos •
politica
.
novamente.
13 Mas também com alguns livros fe òffendem os bons
}4 5rwífp.4^:»fh«c. coftumes. QiieexcellenteeftyloeftragouPctronio! fez-fcâr-
^^poiybi.i. :•
bitfo das acçoés de hum Emperadorlafcivo: com engenho di-i
^u!^"!^Tp^:^!'^^^'
^ "^^ gno de ScipiaÓ efcreveo coufas dignas de Nero. NaÓ chegue.;
nra[m:m{rxf.:t.tnSucton^ Hios com maíscfcandalo a cxempliíicar cm modefnos. Quail-
!,(>
vit phíii.^.
i)mi»,us phuier.tâ s^e^em ptoi
ama P lut. m Grat. ADophtheii.CT L
f. 5.
trt.de r i
.^
toslivrosociofos,quâtos infamatorios^ quantos heréticos tent
A- i,rv
fenleado oS tnayorcs males ? torao neceílarios expurgatoriõs j
•
í7 Pdyb.hijij. 16. Neceílariumcft 6c< fazercatalogodos prohibidos j porq ferido os livros iníiru-
^'"'^"' "'^"' '"'
'qlído v^íciàt ' mentos de enfinar virtudes^fe tiraó delles muitos Vicios. Jà Se-
Taai.^n.mU j. Píicipuú múnusamia- ueça diííc , 34 quc Haó impofta ter muitos livroáj masbofisj
Jiuin rcot ns virtutes (iica tni utque
,
g^ qucCairtcíanos que naó faó reprovados) feí deve regulai i
infâmia mctusíic. liçam porquehumácertahc mais utili poíto quc a Variada»
}
ocuio? cxponit.
ticulares à Virtude, ^ ^ & amoeftaíTem aos poderofos áo que
^»r„fSí:teitt„, ninguettioufaadverfllos. .
u 36^ ^
contra fada fim vituperando , non
t)ua- 15 comeguir , enímàrao os grandes raelrres, 37
"afa íc
dodcnt quidem, ícd quod cfficaoínmum
(jue a nâríaÇaó ha de conter as caufas , principio proereíTo , Sc
clt,excmplisproporin?,qux-rca:è,fecar
vè íiatK , Tduti ia (pecuiooíicndiint,
? r ^ rt ^ j^o, Jr-tJi
^
fim ^os fucceflos , com a ordcni , & defcnpçaó dos lugares ,
, o
,
&
DiodoT.sicui. ^ntiq. L 1 1. Hiítorix (>f i- tetopos t & juntamente os confelhos , Sc acçoens das pefloas (|
X^deraíS^TaXr^S™ nelles itttervieraô, com o louvor, ou vitupério que merecerão,
cipio Caufas inverrigâre. pata qUe domo cfpelho, ou como hCia viva pi ntura das coufas,*
„\^,^''''"^y'''"-{^^|*^^'^^^<=^'^«'^''- moftre claramente as que fedevaó.feguir, ou evitar:& comd
V
gSum^^^^defcH^tioL^^uVí'^^^^^^ hunla trombetadojuizo ,refufcitcda fepultura os^mortos. 3^8
quojam oHmmortuii vcimi ícpiikhrò coni gloria, OU com infâmia: & lliibaóos^queobra6,quefínaU
tíientefehaôdepornotheatro dos feculos feus ptoccdimen.
^'^t^í^7:^^:Z^'ty^
Utriquccernunt hoíum lirens fuaih»!- tos. jÇ .
' '
divulgarem, augmentou eftes inconvenientes , porque no mu- g,"4 bcoruin memores c,ua: ài V,- ,
do naóliouveííe beneficio ferti clles; &: alllnl vemos que rtas ciii.4faauput«,*c]aojMimoaccipit, fu-
pracivciutiiicbptofaifisducu;
hiftorias antigas, como mais feguras por menos divulgadas,
naó callou a verdade o vitupério de muitos : &: nas modernas
fo fe achaó louvores , como fe naó houvera peccados.
18 Ocerto he, que nas hiíloriasfofealcançaó as generali-
dades do que paíTou menos eftimaçaó merecem nas particu-
;
C.
Iib,<ie hifl.
Em
C A P I T V L O XXXI. Theolo</d.ii.c- peHHÍt. Olorias de reb.
manueLl. ft.f.7^.17*
S.^oan- Boter. in diflis
Àíijfeus hijL IndJ.
»iemor*bil. apml
•
»^ ^ . ix TN""_^IÍ'^^ Va.rch.1. i. apoio?, injovium H.%.Ca^JcU.
orno teve frtnctfto invocar a Deos em Dttnnò
culto , %,io^A„e,Láe%c.Í.PMmmci» u yit.
',s x.p
:
nhecer a Moyíes na Çarç 1, quando lhe diíle Eufou o quefoi'. ^
;
8 Exoi X 54X40 fum qui íum. 8 Genebrardo acrécenta 9 que fignifiíía em plural, Osquefo^
^ GotòratáJcTnmU.i. ^^^^ por fcrcm tres peíToas, havcndoditocm iingular>£«jpor
ler huma fo eííencia, humi vontade , & hum fó Deos.
'•"''''^'-
4 Donde tira o Abbade Joachim 10 fer^fte nome decla^i
10 ioachimin^faclytfc.u
^^^^^.^ ^^ Sautifima Trmdadc , a que ajuda a explicação dí,
£!ohiH Tctrasíránaaton crea»it Cxluffi, Pedro AíFonfo Hebreo convertido 12 notou, que daquelías
& cerram .dcti, DeusTrinu». & Unus.
;
^ Hcbreas íb côDocm trcs uomes diverfos de Deos,
fignificandofe as rres peíToas; lendole a legunda letra, He, du.^.s
vezes, porque na fegunda peíToa ha duas naturezas divina, 6c ,
CJS,aqaantiguidadeattribuiamuitaforça(por ifloosTyrios
tinhaó feus deoíes atados com cadeas aos altares.25 ) E porque i, ^1,^ b^i^z.Gen.dierJ 4.C. li.
o Sacerdote Valério Surano o defcobrio foy cõdcnado 1 mor- r^^ 'Hed.
,
que cantou xMoy fés em graças da liberdade do povo 34 & ^^ Deuterm. y.^
;
\ AVE
rjx EVA, E
no tempo deMufeo Poeta Grego antiquiílimo pelos ait,
g'r. I à
nos T460. antes do Nafcimenro de Cbrijio hâvia eftc coftumc ,
C A P I T V L o XXXII.
Woy a mayor ruína dos homem ficarem com o entendi»
as majores calamidades,
& a concupifcivel,em que eftà a tem pêra nça-,&: aíTim diííc Da-
?-píii-ií.v.«/f.N«D kieUexiG vid, que o homem cabido naó entendeo. 2 Por ifto nos preci-
pitamos.
2Porque á natureza , com magnificência digna de feu
Author, fez eftudo em que efte mundo foíTc muito ornado, &
graciofo para nos contentar. A vontade legisladora de noíTas
acçoens entre âs bellczas que ambiciofas de noífo amor fe lhe
,
ajjDpa-
,
Abner, 5 aceyta os comprimentos dè quem lhos laz para a i Pfaim.^^. i>»\o.& til
matar. Pôde gemer com David: 6 Nae tenho Ihz em meus
cibos ipitzeraofe contra mim meus amigos chegados ; pois o ente-
dimento amigo chegado feu, que lhe devera acodir , raramen-
te a allumia nas occafioens de neceílidade.Nifto eftà noíTo cor-
po de melhor condiçaój porque fe perde a luz de hum olho , fe
vai do Outro que lhe fica} a almajtendo fó hilma potencia lumi-
nofa,feefta lhe falta, naõ tem outra parte donde efpere luz;
^cabaxelemtempeftadetenebrofa, que afpirandõ ao porto
do acerto, dà nos rochedos de mil erros, porque naó teve farol
que o avifaííe donde fe devia guardar.
3 Por iHo fí lòfofou com elegância o Padre Ly fieux j ex-
cellenteEfcritor, 7 que fe as creaturas naóforaótaóbellas, y P.lyfifuxyCapuchiréoFrantez,!»^
o homem naó feria taó miferavel ; porque ordinariamente as P^''"!"^^ chnff.^.i.e.í.
perfeyçóesquelhedeleytaóavifta, IheaíFeaóocoraçaó, dan-
do matéria a defordens; o que fe ordenou para bem do homem
conftituido em graça lhe fez o peccado em algum modo pre-
,
4 Que miíeria mais ignorante que pormos a lelicidade da fcrandum, ac cniie negotium cfficimufc
vida, ou no que defeianoífoappetitefem o poder alcançar, ou ' D.chryfoíl^nhomxuitituiur.
nas maos da íortuna pelo que pode negar, OU conceder; oc nao ^
a pormos no noíTo arbítrio na noíTa maó eftà felicitarmonos^
.'
hido , dizemos que o peccado nos faz miferaveis porque nos u Saf>.s «.6. 0" 7. Sol jmcíiigcnt;*
,
C A P I T V L O XXXHI.
Como os homem errao nos mejos forque-procurào hofiray
& f or íjjo a perdem ; foemfe pnmeyro exemflos
na imitarão , ^m defejo de mofirar njaíor.
^ rata 'fe dos defajios,
M^ ^ Om fazaó eftimaó os homens fobre tudo a honra,:
1 PraVfft.ii.I
1
1 Urifl 4 Ethir» ^ V, j pois como diírerâo Salamaó & o Ecclefiaílico, i
,
^^* „.„; zar a reputação, feria defprezar as virtudes. Deos manda que
i;^,svei\r,s.
,
ÍKf IX. j 5. iuccrux ardentes mmam-
j . ;
"^j/r o 11
tratemos da ncíia; 4 &cUe tratou da iua. 5 Masheccguey-
^jr ui ^
5
íxoá.io ?. Non habcbis Dcos ali ra do entendimento crrarcm muytos homcns OS meyos, & por
t, D tyiit^-i-^-Confcf.t.j.miKbini,
^^^j^^^f^^ ^^^^ ^ queentre osdaminhaidade rfíeeuver^fmhnva
^'*"^ * * '
defir mais honrado-, quando os ouvia jacíar de fnas maldades y cr
í'tí,vr-;jritf te ^/^ g loriarfe mais das mais torpes , fols^ava de comnetter as mefmass
& pudci uon cfle iir.pudaucm. ^^^^ ^^^ vergonha de nad'ferem imprudentes 7 põem a hon- •,
ção, & fobrc pouco mais de nada faz hum delafio. Eíle , 8t a
que o aceyta naô tem entendimento para confiderarem que
yaó.oua morrer, ou a matar; que para os bons he igual mife- ^^ r../íM/.t. feire n«efrcrit,aut,
fiaj 14 feotiveraó, conheceriaóqueoverdadeyrovaloraef- quodsqucapudbonosmiferumeftjac-
he de irracional, ou de infeliz,
i
f tcmnunt icd qui tanti faciunt vitcutc,
,
'«huJusgtatiaYitam.aiioqumcharam^
ó Temelles por juíta caufa ficarem (conio dizem )car-
regadosj &: em quem fe quer moftrar valerofo , he demafiado if adr. in dnon. MagnUni eft dif-
medo confiar tâópoueo de fi, 8c temer a defeftimação por hCia "imcn itirer cum qui virtuccm magni
1 r " r Ji u ' J*m ,1 •
palavra,oucoufaqfepodec0brir,oudiínmularcompruden-
j tacit, autquivitáitipafj^iiifnatrnaiu
ç^^^, i„ ^.^ ^.çj^^^ íonjiccrc, aw
cia faó como Lucrécia qUe fe matou por receyo do que pode- infciicium eft, am bciluarum.
;
Mij «ftc«
, j
he furor não ver, ôr não temer, que debayxo dos pès tem o in-
Icrnoaberto^ o que ali morrer; nâoenrcnder quenom.eímo
i
* te, q elle coftumava recolherfe pela meya noyte para fua cafa,
t7 f.Zachtr.át Lyftur naPhnofof. cou taó louvado, como O dcfafiantc cílava colérico. 27 Outro
ehriii.p.i.c.19.
Fidalgoem Lisboa delafiadopara húa madrugada,rcípondeo,
t-^ Multapradara (cripta
àeduellis vi- " r j > /• lí ' ix \ r i 1
II Outro
,
I
PARTE I. CAP. XXMí. iif
Outros querem parecer valentes oíFendédofátréyção,
11
ou acompanhados em as faltadas , êc faó avaliados atreyçoa-
dos, Sc fracos. Alguns'òfl:então forças corporaes cõíno toilros,
.fendoqueovaloTfoconnftcnasforçasdoefpirito. 29 x^ kj.hrof.ofíu.i.r.c.,í
12 Aílim caheni todos em difcredito por onde bufcávao jo Como d,(jemo^ aámu «p.i t. ».ia.*
honra. Se feemprecaflem nadcfenfaníaiurál, 20 noferviço' i} ^"'°p''''^'^'''!Í'^-<^rM.i.t. ^ ,
da pátria, 5 1^ ou em outfa juftl caufa , qiíe por nâo fe poder ^JillaTlSl^ãr^ '"'
'"'"'''
levar por razáo, 32 neceíntaíTe precifatriente dás armas , te- Puguarcpro pátria optimaavis.
jiaónellas melhor fucceflb, porque faó piedofas a quem fáÕnTn ?'-''" ^"'"^"*"^''""^' r^
nccellanas. 95 Quem naobuica as brigas , lahe bem delias i a picmcmcíccce;
iuftiçaheomeyo davitoHa: 24 feria feu valor verdadeyíd: ^f-^""''"'-'-'-^^''* Tuncutiicfoiumcft
•- o r r-k •- ad arma concurrere tàm locum aaad
1 11 i_
alcançariao por elle honra & ,/- 1
efcufáriao quey xaremíe das cá- ádvcçfarmm juftit.a „on potcíl mvcu.rc.
,
,
34 Po/jyi./.i.Câafxa:quitatemmuI-
CA £\ P
t I
i.
XX Vy T O
\^ WVTV/
AJ J%,J\.JVLy a^
fUminbelIovalerecompcrtumeft.
Propcitiíii.
inihcc caufa.
Frangir Sc aicollit viícs iu
fiaaambi^aOi^ tjrannid^
natural. _
.
2 Aosffláisillitííresjporgcnefofidadeinfluidacomofan- .
havia experimentado minhas forças. O fucceffo dàtuerràmo/irou '^'^^f vír^w^ja o- vide facete Bau. in »
.
que tu es mais mas ainda naofoupoucofeltz ifendote fegundo. ^ ^^./.V. tÚw cede maiis, fede».
;
^
,0 n- 1 7 a n V>
1 •- . \- i 1 V j Nititurmponduspalma.&confurgitm
<í«r^5j/«/í'/^^^eí'.6Annibal,&bcipiaomêdigasemCataael-aitumi
•
1
,, ,
Rey Antioco,tratando de quaes forão os may ores Capitaens Qi>o ^^&- & ptçmicur, hoc magc tolHt ,-
6 UomrelayofugcytoapsMoiífosquetinhaoconquiltacrOj^^j^^
'^
^^^^/'
Hefpanha^ não fofrco a afronta feyta afuairmá; levantouíe,
Miij ^
, ,,
<
i}8 E VA, E A VE
9 Míri»n.hip.de\Hfffanhl7.c.i. ^ ^^ ^^z Rcy. 9 Francifco I. Rcy de Franca prcfo nabara'^' /
de Pavia rcciífouentregarfe ao rebelde Borbon ,& com vor^
,
famo-
/
PARTE I. C AP. XXXlV. íj'^'
tamambiciofos , qpe fazem ley nccefiaria de crecer, ou penar; j. j;^^ ^ Bm-rlEf ng.
a ambição os deshonra; 19 outros vicios aífeaó o interior, ,- .
«»f»u, pofccna humiliutc, &c. beyjava ós pès, pafa que depois Inos beyjaílcm. Com vil mer-
calnciat pícfdià de Contado por cfpcrança incerta: deshonrarfe,
prou-, fica efcravo do que lho vendco, que fe reputa Deos, pa-
ra desfazer a fua feyrura quando quizer ; he vituperado dos
cenf )re<í-, & quando fe avalia refpeytado pelo oííicio, he como
ovilanimal, que fe gloriava nas adoraçoens que feíaziaóà „. . ,, , >
porque lhe naó derão; que perguntarfe,porqur lhe derão. 26 ^^ Cato fenior apud piut-nh. m
ço, &
temperança de velho ganhou as Hefpanhas, paíTouà
AfricajConciliouMafliniffa, rendeoaSyfas, véceoa Annibal, ,:f
-
I
\
i
que oírendia era amado. Com ifto deyxou melhor fama mor« I
rendc^
'i4t EVA, E AVE
rendo no defterro , morto no Senado. Efte ry-
qiic julioCefar
rannizandoJ<.oma)naOiJilcançou o renome de M^gno^ que Pô-
peo confervou defendendo-a , pofto que vencido. Os Cafte-
lhanos por lavarem a Coroa do labeo que Ihepoz Henrique I.
cafáraó a Henrique lII. com a neta de Dom Pedro Rey leo^iti-
mo, ainda que cruel. OliveroCromucl, que vimos tyranno da
Gram Bretanha , por tyranno foy conhecido em vida, &em
morte: Europa o refpeytou por temor fc ifto he honra , os fal-
j
,
defcendencia; viveo grande, mas menor que os méritos; êc
morreo mayor, porque viveo fem ambição j foy fepultado en-
tre os Reys, porque o não foyjlogra para feculos o throno,que
recufou por annos. A morte o achou retirado no campo aon-
de dcfprezava a Corte j fora o mais feliz, fc morrera nareli»
giaõ Romana: os oíTos do tyranno foraô queymados conde- ,
nada fua memoria, & he abominável feu nome. Taes faó os ef-
feytos dos meyos porque fe pertende a honra j 8f a ambição
nem com exemplos taó multiplicados teme os fins dos que
imita nos feytos. 30
"jo Cieir.Phil t. tnpme. Te raltot
Anconi , quorum faíla Imiterc > eorum
«zitus aon pcihoticíceie.
C A P I T V L o XXXV.
Tara o mefmo intento fe moftra como oí que fertendetí^
honra pela fetencia , errando ordinariamente os
mejos , fe dejacreditão.
í pr#mt. j.d.i j. «7 if
o Utros homcns,& em todas as idades, põem a fioft-.
ra no fabcr , & com razaó porque como Salamao
>
/
PARTE I. Ca P. :^XXV. i4j
oiitrotiornem , que de hum
homem a hum animatbriitojeií-
rendendo que vay mais de hum homem muy to fabio a hú ho-
mem muyroneício, que de hum homem muytoncfcioahum
animal irracional daquelles que fe podem chamar menos bru-
tas; &allim diz Salamaó ao nefcio que aprenda fabedoria da
,
r4 ''i ^^ r I „ ^ rr
. ^-^ 1
-'j" r-
1,. r 4 "r0vcrb.ii.y9, Od^ ítultUs éít kr-
aojamo: ^ osjajioiyojjíinaogloria: a exaUaçao donjei CIOS jhe yiet Copiam.
ignominia; 5 paraignominianafceoomfcio; 6 8c chamar a hu s Provirb.i^.infn? Gloriam fap entes
homem nefcio, diíTe Ariftoteles, 7 he dasmayores injurias P,^^'JJJbunt: íiuitomm cxJtaao, ig.>o.
que fe lhe podem fazer. Mas em duas maaeyras avaliaó os ho- e Proverh.ij n. Nams eíi ftdms
mens o fâber; ou fó pelo natural fem eftudoi ou por acquifição '" '3n'iTi'»'3m
&
do q le eftudoui em ambas erraó muy tos o modo de moítrar ;„ Jx^,,.!Í GlUc.lTprinc!'" '^
'
"'
riodo bem foante. Raros faõ os que daó em fempre callarj cftes
erraô-menos conforme ao emblema de Alciato 10 aprendido^*® «^^"''f'^^'^^^?- ,.^ ^.
debalamao-, 11 porem líto tem termo , porque também de- emíbusamcns:
ClarouamefmoSalamaó, 12 que ha tempo de callar, 8c tem- stuituix cft ind« linguaciue voxquc ,
comédando hum pay a hum filho nefcio, que em hum banque- cuerit, fapkns repucabitur-. & ficom^icf-
imeiíigens^
te naó fallaíTe, pornaó fer conhecido; callou tanto , que os cir- [^"^"il^bia <"a,
íimítantesdiílerao entre 11, que devia ferncício pois nada lai- jo.
5
dcndo
c.ida dia. 25
- ,
itfi aitcrum pedem m tumulo habcrcm, Qjj-^oftra maislouvavcl aprendendo, quccnfinando. Diícreta-
^ 36 i.i.§ po/í hur.eif.deorigjur. modo foubc O Jurifconfulto Labco , do qual com louvor refe-
re hum texto ,364 cngenhofamentc innovou muy tas coufas;
&
Bartolo, de quem por teftemunho de outros Doutores ef- ,
^'^^'"'''•"•^"'^^'M""*'''^"- creveJoaõFichardo.
fm! 37 que alcançou tanta reputação, por-
que fempre feguio opiniocns que contentavaõ ao commum,8c
fe deyxavaó entender de todos. Entre os nimios em fubtileza,
faõ mais rcprehenfiveis alguns qufaó delia nos pulpitos,arra-
ftando
'
P AR TE I. C A P. XXXV. 145
ftando a concey tos vãos as EfcriCLiras repugnantes, como diíFe
S.TeronymOi 38 &: com as fantafias, em que bufcaó credito, ^ J^ i>.^cfrwfp.ad PauU». fiiroí-m,
«*^"= "P"g.
cahem no vitupério que o mefmo Santo nota nas palavrais que mnrem."*"* "P'"^""»
jà referimos tocando efta matéria. 39 ^9 SHprac.t9 n ^.
7 AlgunsfaEemprofiaa6dercprovár,oquehen,aisfa-'cr,íl'S'S,pi,™«„,.„a
cilquecomporbenijcomodizia Marcial a Leiío. 40 Imagi- L2I1:
não que acreditaó feu engenho,& fazem fe odiofos: Baldo en- ^"P*" *'^ ""'' "°^"» ^^"^ '"*' '"^'
leràómais, quanto fe eftimarem menos j 49 naó confifte a 49 ú.òuf^.u^. moral, tarifo pcriu
honra na fciencia ,' mas no modo de ufar della^' 5' o nefte modo !*? f"""'"" ].^°^^^}^' ^^p'^ • 4««>tii
J
leiuhrmum 111 illa vénus recogaoícit. *
^
leepra. ^o d Bírnard./up.CuntJerm.ib.
9 Finalmente a honra (difle Platão) he dimidade ac quiri- ^°^^ v^°^f muitum fcicntcs modum ,
,fi
N CA-
,4< EVA, 'E> AVE..
C A P I T V L O XXXVl.
JSIo de/ordenado amor da 'vida fg mofina C£go o
, enUn*
dmento feias mtferias delia»
~Íj|Inta-feoamorcõazasporfuaincon{r:incia; fóoda
1
I ?.Lylleuxmi:%HoJoph.Chrijl.pA.e.i.
Jj^ vida ( dílcurfahumjuizo grande) i hemuyrofír-
me: nafce có os homens: crefce com a idade: fo morre na fepal-
tura. He menor nos primeyrosannos; depois, como arvore
vaymukiplicando raízes na terra, atèqofuracàõ da morte a
arranca; ou como ribeyra, q ao nafcer corre mania, mas quan-
do fc ha de render ao mar, fe faz impctuola,foberba cõ as aguas
q lhe entrarão. Nos felices, &: nos infelices he igual efta incli-
nação: tanto ama a vida o efcravo,como o fenhor: nas mafmor--
ras quer viver o niifera vel carregado de ferros em efcuridaó.
2 Refolutaavontade aeftedefejo, abraça todas as mifc-
rias que para elle podem contribuir j porque ainda que o defe-
jo precifo he fó da vida eíTe he infeparavel dos remédios qiic
,
do em hum rio femfaber nadar, & alli fe afoga-, muy tos, por-
que os não mataíTem, feanticipàraó a mortecom veneno, 8c
punhaladas; a tudo o homem feexpoz no único a£to de amar
4H^,^^ avidacomdefordem.
5 Senhor noffo, accommodando fua doutrina a
C/:?r(/2<?
aos mais deu vários géneros de coberturas ; a conha os cabel- « ^''»'i'>^roa:m.khi 7 hijí.Mm.
,
as pedras, que não terá fey to em hum corpo tão débil ? lo re*
ílaó delleas ruínas, que moftrãoq-nálfoyaquclleamphiteatra
t; D.PW. t.aâCv. f.'x'. písteiii <^ 4 ^^ reprefentàrâo tantas comedias 5c muytas mais trage^
,
euimíi^urabujusmsiidi.
" dias. 13 Que digo?'nem iftoapparece ; porq a pelle enrugada,
oi nervos wnco]hidos,os pès torcidos,as pernas fracas, as mãos
trcmulas,.a cab'eçiinclinada,a voz mudada.os olhos ennevoa-
dt)s,os ouvidos furdos,o nariz humido^o animo cahido,a pro-
penfaóaofnnoimrigcmdamortc, otei-íiperamento jàfrio , Sr
íecoda n.icurcza daròrra.aqucílejà ludibrio dos criados,^ dos
próprios filhos, não parecem do homem que era de antes. E na
14 LPreportehatnrjé.f. dfJnJlcjt. verdade Filofafos, &
Médicos diílerão, Sc as Lcys Civis o ap'*
próvâo, 14. que c calor interior fempie cm acção gafta o ha*
jnocjaaúva, ^ej» feu lugar íe vay fubílicuindo como alimen-
'to\ ..
to,
,,
„„rr r j^ tero, porque Ihecortafíe a cabeça, que lhe oífereceo com def-
^ '
cí perada refoluçao. Eira caufa da hum grave Author i8 a
19 Saxoi.s. aquellaacçaó barbara, pofto que outros 19 referem, que foy
arrependimento de haver morto hum filho do mcfmo Hatero.
»• pimMb.t.c.7.infiH. Piinío 20. barbaramente confiderou nos homens hum bem
que faltava a Deos, &: era poderem-fe matar, par* evitarem as
penalidades da vida. ''^ •<?*«>*•
j
PavL^;,^í i^aTiJí^r^'
'^'^' '''^^'
^ f ^"^^'" ^^ ftiti'rOitemor q he mais pezado q a morte.iíCaim,
17 Gc';.4.i4, * & Elias por não temerem defejavão morrer. 27 Somos ex-
jAfg-i?"».
^ emploda fraqueza, dcfpojodotempo,imagédaínconílaficia,
balança das calamidades pelotas da fortuna o ca|or nos abra-
, >
'
/
PART. I. CAP. XXXVL íii
'
rir? Os bens que foraó, jà nâp faó os fyturc? ainda naô chega-
-,
* '
'-•••
rQsapnos; os viciosncslevao aadçleícçíiciíi: os trabalhosa
idade varonil: as doenças a velhice com lagrimas copioílij:
:
bramos çom feftas Çomaíms^ ó" bebamos y dkgi emonos por iodoé
:
C A El T V L o xxxvii.
Os homem Je engành em qtierermfi^avi^ar a vtd^.
com^aj[atempos',pem-fe^rimç^ro exemplo no JQg0.
pa^
JL que defejaflemos fahir delia Gomo inficionada,
fa aqu€ nos tem preparada no Ceo; map eopi ignorância , ^.tyfittiinafMof.úirist.f.ucij
1
bufcamos pretextos para a náo aborrceermos , quffÇUdQ Ç9ÍÍ^ «ofriíc.
alívios luavizar a vida.
\ Licito he, fendo hprieftos ,
2 &
taes que verdadey rarnen-
tealiviefn j porque temperar o trabalho he louvável, como a-
tirpadiflemos. 2 NoíTo errocftà em osafteçtar com demafia *
<•
^"^'''*
. .
•^'''"'•^'
^ #•
que antes arruina^ como às her vas afoga/ií agua demafiada.quf
as crearia fendo coril moderação. Os que imagin,!
mes remé-
dios, penalizão mais, 6c ainda ufados fern ejíccifo nãp f^g
ma^s
«webord3.o. ;a
^ Ao jogo, com que muytos fe qiíer^m divertir çhamçu .
medicmadasmoleftiasvneíteíentidPPipvrvaj ^idemFMc.io.c.6.
.
?
./,j
ffiWirr^r v^uu, ^
d
/i
Ariftoteles 3
A. mas nota que ha diíferença entre trabalhar copi
m^ytp çítUr Uv\\^m ítudij mm»^ F^"'^'^ .f ^*' , ?
To 1j
•
^ ^„ ^^J^^*-«k.i1VKH".iOfr.rí c Iwccm ferre iit!udís,lblf»niqu:aílain,
do,6i cuydado por j ugar:ou jugar para poder tíafe^alljarii^p d_s ^^^^^^^^ ^^ ^^, ^^^^^^^ ^^^^^ , ^
\
i5t T £VA, E AVE
4 Qiiem nutlta jogajhc mítico: quem íempre joga, he vilr
qlienijoga algumas vezes, he urbano. 7
7 Tu Stefh.CoUtth tra^.àe Luáo §.1- 5 O primcy ro hc riiftíco
, porque tal
vez falta â conferva-
" '
"^ *• .
çãoj recreação que ferve ao defcanço, o qual fe encaminha
S< 2
*^'
ireprefentaõasmaósquÊperfdeo: ôc não tem pouco trabalho
em fingir que naófente. Algitnsdiílímulaómais.-ôf penariao
menos fe defabafaíTem ; o certo he que todos o fenteni mitytò,
8c o moílra o defejo de fe forrarem , por^^c fer jugador nafce
„ , .„ ^,. ,de fer cobicofojSc a cobiça hemuyto parenta da avarezai&af»
- ,
i; í^em Puttusfup. xrf /udus honoris, joga repuíào OS Doutorcs por infum e. 1
M.9.&yerjMiistii,n.ix.
^ Outros ha muytos , cm quc obraafottuna, Scjunta-
mentcapericia,&induítria, como os de cartas, que não faó de
parar, Si as tabolasi ou a ligcy reza, Si" forças corporaeSjComo
péla, 6c outros femclhantcs. Só nclles, uíados algumas vezes
-«« , :. • , lem
PARTE I. CAP. XXX Vlt i^
lV';iicontimiP.çáO', Sc com preço moderado, dizemos que íe
pr.iucaaurbamdade, &" pode haver honefto alivio > & deite
UÍaó os honoens menos.
10 AterceyraerpecicconíIftefóhofaberjComooXadrez.
1 2 Eíte fe deve entender, por fe ter noticia de tudo , & íabef- " Stèpitan CoJ}.fup.m.í,n.iii'- "
íej Ligar, porém fomediccremente, pelo que logo diremos.
Jvlas por três razotnsfe não deve ufar, Primeyrà, porque leva
nuiyto tempo: fegunda, porque diftrahe ojuszo; &: aílimos
i\uthoresoprohibemaoseftudafires, ScEcclefiáíticos, pelos
n hkífsfup.tutéA.xu ^
não diftrahir do eÔudo , &; coufas do efpirito. 13 Terceyrâ,
porque dtepgo, d.zem os FUofcfos, & Med.cos , que perté-lê-i;-^;;^,^ , „. .^
„
ceàim.^igmativa-, aqualporameihorconíiítiremmaiscalór , z.ver[^tuilio. - .
'•'•
^
cóufa de que fe deve fugir, f.uvo íor por humildade farita ,cuy-
do que para exercicio delia fe permitte eííe jogo dentro de al-
cruns Conventos ileligiofos, &: não-alcanço outra caufa. '! siJp
l « I I II III I
i
r ''
, ! .
' '
CA p i T V L O xxxyui. 1
Segundo exeifiplo, jqjfeacaça nÕehe alivio^ antes traba*
-
lho y Ç^^tejudktaí ainda,
•
i -rO Emelháte engano ao do capitulo paífado padecem
•
'%
• . -
^ os homens quefe querem aliviar com a caça. » Ht.de kgMuLT.hif*.
' •
tk vcídade que he cx^r^tio approYadq aoSrmoços 1
t'-i-\ pof
.
4 iil2S-i7'j4» 4 O que procede na que fs faz de dia com trabalho, & forçasj
&"náonadenoyte, ou com redes, & laços, como advertio
iPUt.fupraí. Plataó; antes prohibioefta. ^
5 Segunda, que faz os homens robuftos para qualquer
trabalho. AEfcritiirafagrada 6 referindo que Nemrod era
4 GcH.xo.9. Erat ro^úftu^s venator.
j-obufto, tefcre juntamente que era caçador Sz em Cadmo, ;
pólvora não era boa, quea terra era muyto cubertai com^uc
efcolheriâo não haverem fahidp de caía. Si <) A
7 Emcafo que fucceda com goílo, mais cufta do que
vai: tem a mokftia de curar dos açores &c outros paíTaros do
, ;
fofrer caés com feu mào cheyro: de regalar os galgos atè com
boa cama, 6c muytas vezes os mete o caçador na fua: amcómo-
didade de madrugar: o cançaflb de correr legóas:a pena de pa-
decer as inclemências do tempo; deícuyda os homens do que
mais Ihie* importa ,co«io fuccedia. a D. FaviU Rey das Aftu-
rias.
j
politico, &: amigos de tratar com feras, por lhes ferem Teme- ^^"* '^^^ n ad fyivas & fua luftra rcdic.
& os levava pela praça mortos fobre hum mulo porq fe cuy- 15 Petr^rchJeprofpfirtÀial.it.
,
noííoRey D. Dinis morto por hum Urfojunto a Beja, fe mi- BnuoMonanh Luft.p.x.iik.T.cajf.j.pon
^'
Ugrofamente o naó foccorrèra S. Luis Bifpo de Tolofa; 2 1 &: '^7' p,. p^^^, g^^á .<' m MSktirck
oilluftreCavalleyroD. FuasRoupinhodefpenhado nomar, Lufitp.sli-j.c.n.
íc a Virgem Mãy de Deos o naó livrara > 22 depois accrefcè- ** Brmofupp.t.l.jx.4,
\
i5(í EVA, E AVE
nariamcntcfeufâ) a prohibem as LeysCamnicas aosClerí-
i.'.á.,i-,»v^.»«,, SOS; 27 &
em todos avalia o excellcnte juizo de Francifco
'
.
Petrarca por ignorância , querer com cila paliar o tempo , 011
a« Pfí»virfí>.á.A ^?í- siexhocvo-deleytarfe; 28 qualquer gofto que dà heapreçoexceífivoj
Uptatcm quamdam fcu foiíim tempo- ^^ niinas dc ouro Ic qucyxaò, fc gaftaó mais do que rendem; Sc
,
C A P 1 T V L o XXXIX.
Como OS homens que procurão regalar a vida com comer
a deftroem. ^Irata-fe dos excejjos , Ç^ damos da
gula, ($* da utilidade da temperança,
c
deLondres>por diícurfo de mais de cinco annos,do de mil kií- f.MendoiJin v3"fÍJ/roóf 4.''* a'T -'
de vinte atè vinte &: feis annos , que por experiências que íazia
por dinheiro, fendo fechado em hum apofento porefpaçode
trinta dias ,naó comia fcnaófeixos dos lizos, que feachaõ jun-
to dos rios tam grandes como huma noz pequenaj vinte pou-
,
aí PUnJ.^^.i fld^-
5.
eítava no templo Pajiteofz de R.omâ. 26 Cleópatra feziílopor
grandeza;masClodio, filho do riquiílimo Tragicodo, melfmo
nome de que acima fallamoSjporgula , fó por fiberquegofto
tinhaõ as pérolas jà de antes havia feito o mefmo, bebendo có
,
17 P/ift de 3 5
i»/?». amigos algumas preciofiíii mas que herdara de fcupay, 27. Na
Efcriturafagrada he celebre o banquete de AíTuero, quedef-
z8 g^^./áe£.44.n. 14'
creveremos em outro lugar. 28
9 Davâo-fe banquetes de traças engcnhofas. OEmpera-
dor Geta os dava pelas letras do A, B, C: em hum dia tudo o
que começava por A jcm outro o que começava por Bj& ailim
29 ^Hus Spart.invil.Gct». atè o fim. 29 Heliogabalo os diílinguia nas cores dos man-
ty4kx.ibiicm.
jares; & LucuUo pelos Deofes. 30 Havia huns quechama-
}o /t/f
vaõ Amat orios ^tm q fe fallava lendo pelas primeiras letras das
iguarias^ 8c também ellaseraõhií-Toglyficos; hum pratodc ro-
las fignificava faudades,ou queixas > hum de pombos, ciúmes,
&amm outros.
10 No modo, matéria , &: efplendor das mefas: das baixe-
Ho>ner.a'ptid -^'ex ab ^Itx.tf. c.íl louvava ferem atè dez Platão fe alargou a vinte & oito. 32
;
Plitt.in fmp/if.apiid zy^theneum C?*
^lex.fupTT. He adagio antigo: Sete faze m baníjiictCt nove fazem tumidío dt
>
Scptem convivium, nevem con- vozes. Os que fe chegavaó fem ferem convidados , fe chima-
1,1,
tíciura (acere.
vaó fombras , 33 porque fegui-ió aos convidados, como as
t^Ux-ab e^lex.fuf.
Hi.rat. fombras aos corpos.
Locai e(t & plunbus umbiic. 12 Finalmente húa felvadà mantimento a muitos Elcfan*
tes, & toda a terra o naÓdá a hum homem. Para fazer hum
mappa do mundo em húa mefa naó íó a terra concorre com o ,
raos
PARTE I. C AP. XXXIX. lijt
naócria.
14 que os comedores chámáogofto da vi-
EftesexceflTos,
da faó os que
, , 8c fazem miferavel. A muita
mais a deftroera
quantidade offende p juizo ,-38 Bartolo , para o ter fempre $ DChryfoFf/ui>.^oan hom. i ti
5
ÍCTual, comia por medida. 29 Nutre os vícios ,'40 empobrece ^«^''''''''/"''^'"'''^"''•^^'"^«•"f "'•'•
a caía 41 como a humquenao teve que comer, nem beber Dtximínraã Ferfeâ Doã.^Lt. 10. n.4.
j
mais que pão 6c agua diíTe Platão ; Se nao jantarás tanto , nao 40 O- AmUos (erm.4.
,
de enfermidades, 6c com naõ comer hum dia em cada mez. A largamente trata de todos eíiesdamnot
1 ^ T\ Fr. D1020 Ejtella no Tratada da, "vaidade d»
•
muitos mata repentmamente,como lemos que matou a Uomi- „„„^io p. 'c, ^4, ,
ciano Afro q morreo antes de fe levantar da mefa em que cea* Puichrè p.M^ximHian.sand^tK in Avku
,
'"«'f''-
va^ao Emperador Joviniano,a Chílderico Saxonio,6c a outros ^'^''"•»«^'«-i-W«^>
innumeraveis, a que cada dia fe ajuntão companheiros.Tem o
demafiado comer a mefma força que veneno j aílimo enten-
dco o Em peradorSeptimio Scvero,que querendo matarfe def-
cfperado com dores de gota , tomou por expediente comer
tanta carne mal cozida, que com ella no eftomago morreo. 45 45 Sorapan d.refran 1. &- %]
15 Aílim também a variedade dos manjares,pofto que em
menor quantidade , corrompe o eftomago j vemos que os Re-
ligiofos 6c outras peíToas que a naó ufaó tean melhor faude.
, ,
lete annos de idade gerou hum filho, 6c aos noventa &c três Ex difcordi cbo motbus eft.
47
vencco aos Carthaginenfesj pela mefma caufa fe diz,que Mar- ^^'^'^p^^» d.refrm %.ad med,
CO Valério Corvíno, fendo de cem annos, tinha força, 6c juizo
^l lt^élJ;"efert p. Ly^'^<Hi ih'à,.
pericito. Faz a variedade famintos os poderofos,porque en-/oi'fc.cfcr/j?.f. í. Cf j!
Oiij faftia-
idt EVA, E AVE
faíliadcs,jàna6 podem comer fenaõ o quefenãoacha;caufa
cuidadoemobuicar, & atèosricosexperimentáoadefpeza.
Os Egypcios cortavaô o ventre aos mortos cimo em vingan- ,
iça dos males q com feu appetite caufáraó a toda a cafa , & a to-
p.FrancdeCa,ironaKejomaiamChri/i.Q^^-^ç^^^^
ccíTos neíla matéria, & noíTo Rey D. Sebaftiaõ fez algumas. O
Mcdicina Hippocratcs aos quenotavâo o pouco
Gfí/rt lurei oceidtt quàm^^udius. qUc coiTiia, cc bebia relpondia 5 2 bu como para viver y o- naa
:
50 f ,
" ,
-Jf-
'f-
^
vivo para comer j &• viveo cento íeflfenta
, . nove annos , 5 3 jà &
aÀn""^' " 'notcmpo das idades curtas } mas nada baila para perfuadirà
51 Rjj'ereSorapind.rtfiam.foiimed.^2i-\^QX^3iXX.ç. dos homcns O quc IHes convem HO queosmat;.^ •,
jj
DiremsM «tpA6.n»ítm^ poem a igrtorancia as conveniências da vida. Acè Epicuro, qus
profeííou, &c eníinou fó regalalla, era no comer parciíTimo í"u- -,
ftentava-fe com papas , & agua , &: algumas hervasj dizia que ,
na caça por calmas , & por frios ; a outro fere ou mata a ef- ,
(«ftaramcsYdlra:fundtaluxun«.
paçaô continua foy íimplicidade virtuofa de Fr. Junipero,
j
occupaçáo aos que tem, como aos que não tem os quenaõ ;
que fem pre nos levantemos da mefa com algumas rei iquias de
lome porém no conhecer ifto mefmo eftà a difficuldade , &: a
}
C A P I T V L O XL.
Comofe enganàõ os homens nas commodidades que ima^
gmaÔ ws officios da RepMca, Trata-Je dos ma-
les dafrivaçaô comos Primipes,
governar: &
por mil vias humabemaventurançâ. Que gran-
~
de engano hepirola dourada j alguns que venderão fazenda
!
prio por cuidar do alheyo faz das noites dias fem dormir: não
:
tem tempo para comer ; tem quando outro fó meya vida , co-
mo hum daquelles dous irmãos celebrados nas fabulas.
3 He paga defta fervidaõ a perda dos amigos, ( fc algum
havia) por não ler poflivel fazer o que elles querem a lin- :
mem I fendo que padecia por fua doença i ninguém cui- :» >«; ^*' ^ 7YÍ,« íà""* fi«« 'Ref-*
;
, '
^ n_- • ^ r 11 r1.. f Potidit ci languidus Doimne,homuiero
1
da que nao tem jultiça, mas que lalta homem que lha taça ; le non habeo.
:
Ihafazem, não fó não agradece, mas tem por razão de eftado, * i«W«í'»'$-in«»firmitttefuií
dizer que merecia mais ; dos muitos , que fe defpachão, he im-
poíllvel que não vão alguns com favor j & he coufa notável,
que nem hum fó dè graças ( fallo com experiência ) entre os
:
queovenerem,heja6tanciadoanimal,quelevavaaDeola} 5
não he iftomais que hum cadafalfo ornado ricamente , cuja
apparen-
'
fcíMpiccína.
nna naturalmente a declmaçam, &c demais alto ledamayor
quedai íaó eftescomo tartaruga, a que a Águia levantou fobre
os ares para a deixar cahir, 6c efpsdaçarfobre hua pedra; com
que tal felicidade vem a fer nada.-iVí?^^ mepcdrftcs ategora , dif-
i Matth.io.tu fe C>;ny?<? Senhor noíTo a feusDifcipuIos 8 & os Zebedeos ,
9 NotaFr. Heitor Pinto M. ^. c ii. ]he hàviaópedidoa fua privança,comoa Rcy datcrra.
9
io.Sfnír./.i.ep.4.Nolihmctranqui!- / Hca privança , OU favor navcgaçáo, como Séneca diíTe
; cm hum momen-
ltaticoi)fikrc,niom ntomareverurur» a LuciliOj IO nins^ucm fc ficdebonanca
í-odem dic ubi liucrant navi<TÍa
jjjj^
* foibeii „to r revolve o mar, cc em hum
íe
i ^o, r
melmo
^ ^-
dia
^r r
íe íorvem os na-
vios aonde galhardos navegavão depende-fe de muitos ven-;
It JpTZl-''^'
^ El-Rey Theodorico o louvou por novidade em feu favore-
i6i./^ç !8.i8.er^5. cidoSenario. 17
17 ^4fudCajJtoU 4.f?.4.Hícam-
plius co.i.mendabarliumilitas,quxtain .^..
femmdohe
,^
q
obaixodacobiça , pofto que feiafó pela
o n o í^ j-
s j
&
. .
>
PARTE I. CAP- XXXX. i6s
fcgiiilla22 mas nió fazia oftentaçaó que convidaíTe oppofi- ^, cagioLl i. eç\ lí.Namunteh;^
;
quo!;cneraIes curícvolvuiitur.agíiofcit.
iíjfe£/i{ey ThtoiUrUodefcufm^d».
n TalvCZ (^ÔC hc quintobaixO , OU CachopO ) aclliao
j^^^ ^^^ ^^^^^^ agrado OU por calumnia dos emulos, ou por
,
%i Yiit Tttcic.Annal u^.nntemed fai- porquc da Corte notarem novidade , fem per-
fc as cintincllas
landode^grippina-.cr ahiD.Baiihajar jercm occafiaô , titaràó a mafcara para o defcomporem , 32
Jcjiams apk,ri/m,fs.
^ ^^^ fcmpre a graça Real pode defender, a de Dário naÓ ba-
„ ^. . , ftou a Daniel para deixar de fer lançado a Leoens porque os ,
'
delRey Filippe IIL de Caftclla o Duque de Ufeda feu filho ""'''^ cfficicfuí.
•
feguiaó.
1
7
No ponto dos amigos he huma grande confufaõ que-
rer o Príncipe que o valido ame aos qucclle amaj ôc muitas
vezes fam nam fó os menos aífe£tos ao valido , mas os prejudi-
ciaes ao lado Real, por màoscoftumes, ou por outras razoens»
Se contemporiza , cuida- fe comdífcredito, que verdadeira-
mente os eftima, Seque tolera aquelle dano ao bem do Prín-
cipe, que devera zelar: fe faz o contrario, oíFende-fe o Prín-
cipe, achando contradição à fua vontade. O
remédio he apar-
tallos para longe.com pretexto de utilidade em algú bom po-
fto mas fuccede , nem
;
querer elle nem o
, Príncipe & fcr la-
,
byrínthofem fahída.
18 Atè nos criados periga o Miniftro. Que importa
que o Profeta Elifeu naó receba as dadivas de Naaman, fe feu
criado Giezi fahe ao caminho a pedirlhas ? foy neceííario ao ^ .
,
*^ ^^^'"^^
Profeta caftigallo com lepra , para purgara fufpeita de que
fahira por feu mandado. 43 Peccaõconi authoridadedos fe-
nhores-, daó màsrepoftas, fe lhas naó compráo boas negão ;
profe"
1
ií8
.'^-
É VA, E AVE
profeta, náô adivinha para femoOraríem culpa, difle Pliníò
44 Plin.hfaneg: aTrajano; 44 que fendo confa magnifica a hum grande fer
virtuofo mais he fazer que q fejáo os criados ; quem acabará
,
^
tal façanha? & vay nella muito aos Miniftros : o Duque de
Lerma namera notado pelo que recebia, (para o que tinha li-
cichça dclRey) mas pelo que recebião os criados; ao Conde &
Duque fe diflimulaváofaltas,porque procurava que feus cria-
dos náo recebe ílem.
"19 Maseíles, & outros perigos faó pequenos compara-
dos com a tempefbade dos Cortezãos; táoperigofohefcra-
mado. como odiado do Príncipe. Os Principes tem a defgraça
—^ dennm poderem amar àfua vontade como os outros homcnsj
cuidão os vaffalíos que fó hío de amar por feu voto vem logcy :
55 /.i/'«.i4it'-^Noi.:ecor.ri.krcin-7i;;;Y?.
Náo VOS fíeis dos PrJncipes aconfelha cTpfalmifta: <% !
57 iaai.,_jmaii.<,. oig-io dcdcígraça por 1 ibcrio .-5 7 Calígula íez matar a quan-
PcdroM.tthco na [na vida. tcs privados , 6c am igcs tinha : 5 8 Nero mandou matar a Se-
^ T..at ^>m.,i 1
neca ,conceoendQlhcpariavorqeíC(;lneí)c o generodemor-
^oaõ Paiío Muityr. liijomvui-! de Stnec. tc j 59 Juítiiiianofez tirarosolhosaBclizarío, 6coobrigcu a
acabar
PARTE í. CAft. XL. ^f9
âcabj;-mendigando. 6o Em FJpanha nos deraó exemplos, a '(o fhfnãhiff.p.i.e.li.
var como fabiaó> & o peyorhe, que os achaó doces, pois fefe
Vemlivresdaquellamifena, lhechamaõ«^i/^â> Scprocuraõ
rccobrallaj mào gofto, & cegueyra do peccado.
C Â'-
«
C A P I T V L O XU.
^e nem com rejnarfe alivião^ antes srefcem çs traba-
lhes da ijida.
I PíatJ, !^, j 1^ s ^^^ Pkraó,
i^eyg ^ curros
Filofofos cha-
i Ôc
' '
'
'
\^ màraó conipoftos de matéria de
ouro: divinos en-
tre os homens: eminentes à natureza: fabricados peloraclhur
. -Artífice à íèmelhança de fi mcfmo; 3 obra única, imagem do
t E^hanmafuàStohf^m 47.
foberarto Monâtca' familiar a teu Crcador luz entre os fubdi-
:
4 piut-fch. deJóaír. frincif. ÇT Lie dâs 5 qué he rtiirtiítrtí ^ limillâcro i & fubítiruto do fummo
difput.PhiM.
Governador, òiúk deve obedecer , 5c rcfpcy tar , como Vifo-
Sm^inodi: R^cp.i. \,.c.(,.
Kcy de Dcos âqueiles tnó venerados de algurtias nâçoens n^
j
BtiLr-nin de cffic.piineipj.^ x.t. antiguidade, quehitm Perfani andado açoutar por feU Rcy,
pJui^'lCmltlfri''ci^^^^^^^ por fe lembrar delle; õ efteS digo qufc na terra
4II.I». ; parecem Serrti-Deofes,nâ6terri a vida ^rivilegi,ida.
t ^ifflT^j}' ^ j i B^ií^a P-^ra provar não ferem izentos dás enfermidades,
& dores commuas a tddos os morraes j como lendo át mima
fertdconfelTbu Alexandre Magno, 7 contra a jprefumpçaó
que tivera de fe fazer filho de Júpiter. Mas paífemoS ao cm
que eÍTaó de peyor condição que os outros homerlS, "b
5 Tém o trabalho de deverem fer melhores 4 os fubditòsi
comodiziíi Cyro RcV dó Perfia ; & porefta razaó Alexandre
pcrp:unrndo quando morreoj A qticiridcyXavaporherdeyro
8 Q.Cnrt.èt*eÍ.^Uxiulu*
de fua Monarquia, rcfpondco qao melhor; 8 ícacoroadeou*
Eiquieflet Optimus. TOjCom q fobreasde prata, &rcrro , l^coroadoo EmperâdoT
de Alemanha, Ihemoftra , q nos quilates da virtude deve ex-^
%s t.*- . / . ^ .
ceder aos òutfos homens como o ouro cíccede aos outros mc-
,
tKciâuris reponin.us, quod Êmacómo. 4Defta poa fâola dcvc O Rey tet mayor cuydado que os
disappiíwmus.
outros hoíTies , porque o refplandor que o atompanha def- i
to. Luís, cfue chamarão Pio, &: Debon ayre, por Tua boa indolej
^VxiàKr-
Empcrador.&Rey de França, filho de Carlos Magno, íby '
_ r r? J
. r\' 1 10 Senec.de beneí.l .6,c to,
•
/""" ^'°"""'
í« Xlcm^r^m Ha de cuydâf , Sc trabalhar a Republica não he íua , mas clle
;
i7 senecdtCUmtm.l i.c. i>. Non daRepublica: 2/ & poreflc o tem os vaíTallos avaliaó-lhe }
Rempubiicam fuam, ícd íc Reipubiicx. ^^j. c^iminofas as horas de alivio por tal fe condenava o tem-
i
ih (un vca iuiicia, ubi nemincra com- lecitas , Idumeos OS tnbutos dos Rey nos da outra parte do
:
ptraimilatimiditas.
Jordaó, & Filiftoos }& do Rio Eufrates atè o Egypto. Além
das grades rendas de feu Reyno,tinha feifcentos fcíTcnta £c Çcis
quiritaes de ouro nas frotas dc Tharfis,que tudo importava ca-
da anno mais de cem milhoens de cruzados. De feu pay lhe fi-
cou prata, ouro, 6c joyas cm quantidade incrivelj pode-fc con-
jecturar a opulência dâquella herança do legado que dcyxou
para fazer o tem pio, q foy dc cem mil quintaes de ouro, Scdcz
vezes cem mil quintaes de prata,que reduzidos a moeda com-
muâ de Europa montão mais dc dous mil & quatrocentos mi-
_ -. ^ ..Ihoés de cruzados. Diz o Texto fanto, 22 que havia em le-
ni P4f«//^.9.i7.TaDtammic copia ^,
,.
j rr^- -
o
prata ,como pcdras.Tinlia mil & quatrocentas
1 t
-'
pidii»- carroças> Separa ellas quarenta mil cavallos: & doze mil dc
paíTeyo; alem de rauytas azemelas para ferviço. Adornava
fcus paços com as tapeçarias mais ricas, com as pinturas mais
excellentcs.ôc com eícultur^s perfey tiillmas. Havia nelles iar-
dins
2
labores inqoibus
,
.
c (V o 28 /6/(iíM«. II.
quanto podia defejar:masjuntamenteconíeíiou, 38 queem fjt,a(i,a.vfram, v.dUnommbusva-
&
tudo trabalhara, fuàra, tivera afflicçáo. nuaiein , & affíiaionwra animí,
1 Qiiando os Reys fe imaginaó entre delicias , os trata ò
mundo como aos de Samatra, cujos povos tinhaó authoridadc
para os depor, & matar. Quando lhe queriaó dar morte, of de-
Jiavaô hum a mageftõfa caçada de Tigres, & Elefantes, em que
fc achava toda a Corte ,&
por algúas horas o entrerinhaó enl
aeradavel paífatempo, atè que no poiito determinado , quan*-
do mais irritadas as feras, &: o miferavelmaisdefcuydado.ó
ociciupaiu» yj todos,j 8c o deyxavaódefpedaçar cruelmente,
defemoaravaó ^ . ,
C A P l T V L O XLIL
Çl»è os arhigos nãofaÔ alivio para os trabalhos da 'vida, .
^
antes os acrefcentão. ^ ^ « cj ,•
Al % Mirc.Tutl.dt amtat
vl/ímbro/decjfic.maxinèl.^.
1 Mas efte imagmado alivio he fó efpeculativoj tratar eíla MuIú uim i» toiyanth, veib. t^rhichià,
inateria,he vaó trabalhojcomo o de quem efcreveõ as qualida- "'^''^' ^^ ^
j j A T- •
VI r r/ r^•
tos: outros que chama amigos , o foraó em cafos particulares. |^„^,7 ^„e,d z.,!
Nas letras humanas, as amizades que referem os Poetas, quafi Ovid.Tril1.4-O- de Pont %.
faófabulofas: 6 as de quetrataó as hiftorias , 7 efcrcvem-fe ^"'•^•^'^•^•'
por muyto raras em muytos feculosjSc alTim diíTe o mefmo Ec- Propeú.i u
clefiaftico, 8 que achar hum amieofdos de que elle tratava) 7 KsJeiernasmaUcdebradu
era achar hum thcfoiiro ; antigamente quando ifto dille , pou- poijanthea, yUo, ^midUa,
costhefouros fe achavaój hoje nenhumjàfeacha, por mais Deftn/a da Monarch.ufp.i.c.]).
que cobiçofôs galrem fimfazcndaemGaVaraterrá para defco- ^.^«jjj^^^^^^^
Drircmalgúsdeqbafama. Piij 3 Os
:
N
tS4 EVA, E AVE
3 Osamigosjàtemnome corrente de amigos dotcmpo-, fó
o faó na felicidade, em que não faó neccflarios; na adverfidade
Q^-^ nenhum apparece. 9 Só por corcezia a nação Portugucza
DoncccrisfeUx.multosnumerablsami. ^reo doUS CafoS queográde Hiftoriador JoaÓdeBarrCSCOn-
,
de, não por féj nem fe faz cafo de parentefcoj goftão huns dos
males dos outros i dizem que fóatterldem ao bem dos Povos
que Deos lhes encomendou, & que os não querem empenhar
O
em coufas alheas. Emperador Carlos V. nada fez pela tia ir-
mã de fuamây repudiada porHenrique VIII. Rey de Ingla-
terra, deyxando-a viverem Londres em humascafinhascomo
huma pobre mulher. Luis XIII. Rey de França, achando-fe
formidável à Europa , permittio q feu cunhado Carlos I. Rey
de Inglaterra foíTe degoUado por fcus valíallos , & q a Rainha
fuairmãandaflemiferavelmente dcfterrada; ôcporrefpeyto
do tyranno Cromuel,&: mais rebeldes,com quem logo firmou
amizades, lançou feus filhos de França , fem lhes confentir em
feu Reyno, nem viver em miferias. Mas efquecelhes aquella.
razão do bem de fcus Povos, fede ajudarem ao chamadoami-
go lhes pôde vir provey to. Os Romanos conftituirão feu Im-
pério do que intereflarãoneftesfoccorros: cm Hefpanha en-
trarão a foccorrcUa como amigos contra os Carthaginenfcs:
cmjudea a ajudar a Hircano contra Ariftoboloj &
aílim em
outras
j
,
PARTE í. CA P. XLIi. 18
outras partes. Inglaterra foy por vezes occupada por ícmelhã-
tcsaniigoSjqueaellapaflaráoafoccorreralgúsdosReySj que
então reynavaó naquella Ilha, ôctinhaó guerras entre ft; de- &
pois os Reys de Inglaterra fe introduzirão no dominio de Ir-
landa, a titulo de comporem as differenças dos feus régulos,
C
D. Fernando de aítella, chamado o Gatholico, ajudando ao
Papa Júlio ll.fê ficoucom o Reyno de Navarra dcpàflando i
communsosintereíles, lò ailim como he verdade que os ami- mumommum imcr nosfadt amicitia..
, » ,.í
\6 Sente. tp. »,%.mhh ?. Coníorrium.
>.
gos fe communicàrão os goítos , aílim também fe haó de com- "<= íccundi quicquam íingyiis cft nec ,
municarosdefgoftos; & como eftes eoftumaó fer muytos ^^f VirS^lirU „™4
mais em numero: &ador, pofto que pequena , hemaisfenfi- a^idíeumà. SenecMbMe^ci-j.c.\x.
vel à noíTa natureza, que huma grande alegria 3 mais penofa fi-
ca a vida,havendo cada hum de fentir os feus pezares, &-os ,^\ Dchryfo(lho,nx9.adpí>}^.rimi
^''^""'fatis vis: monfruemcs pautei Ci
11 o /r c <^i r n. j /r 1
alheyos;8caílimcomob. Chryfoítomo 17 aiíie> que era aUfrueutibusgaudere fade
vitre para os que defejaó fer ricos, lograrem por caridade as ri-
quezas dos próximos > aíTim he meyo para fer mais miferavel,
padecer por amor as miferias do amigo.
8 Caufaó os amigos trabalho em os confervar , neceíli-
ta ifto de induftria ; por iíTo fó entre fabios pode haver '^ SenecJ.L7.eAi.d,htnef.
EVA, E AVE
CAPITVLO XLIII.
Conclae-fe geralmente quamfalfos faõ todoí OS ^QJf OS l
I
guLè-
hm í«tf £>. cfer/o/?. [crm. contra
cítur. coTfoT. ybiufttom. $. Pttrnr-
1 Ti
jV j
^ Uytos
mens dc
I defcnginàraó os ho-
Santos, 5c íibios
outros imaginàdos contentamentos
í:;:.tíl Í£fciC;Í;íí:'^
moUrando cm todos mais pezares q prazeres, mais penas , q
.
faifos bt^s.
alívios, &
muy tos mcovenientes para a meima vida, q com cU
Ft Diogo de Bjfeiia no livro dt yaidaded» \^^ (q prociira regalarjveftem-nos de feda com forro de cilicio^ -
'"'""''''
íaô moeda faífa , pirola dourada , Sereas có roftos de mui heres
fermofaSj efcondendo nas aguas da tribulação o feyo de pey-
^es , conio Eridonio q invcntou andar em coche por cobrir os
1 riana »ocmmc»t.a Ovid Mcta>n i.
i.n.4o. pès q tinha de dragaój i ou comoo Grego, que porq tinha fò
hum olho,fempre fe fazia retratar de perfil. Tomamos por go-
Gaudens^oCn^ta Santo Agoftinho 3 )oq nos ha de fazer chorar, Co.
, D.,^«^;*i?^on/f/;.i.,.c.i
lacry.iwiur: lactyma: ergo amantur , moosquc Va6 vcr ttagcdiâs de cafos que movcm acompay*
^doiores.
xaó, goftaõ chorando , &
amaó as lagrimas , miíhiraó o rifo
'
4Pm.ri.i4i,.Riíusdoiorcmifce-Comador. comodizSalamaÓi 4 como lançado vinho, Sc
bitur & extrema gaudij luítus occupat. agua cm Vâfo dc pao dc hera, fe efcõao vinho,
, &
íó fica a agua:
5 P/ír.Ka
erUn in hicrogiheà»*. - ^^^^ ^ mundo cfcoa O prazcr, 8c fó fica o pezar. 6
6 Nota Fr. Heitor Pmtofl.mni,i.dtal.l.'
2
n^ ^ ^ nu jtr j
Tratanos com aquelle banquete do EmperadorDomi-
t\
^jj^
fnz:
ciano, quando celebrou as exéquias de humas iegioens que os
inimigos matàraó. Fez tapeçar de negro huma grande fala, 8c
cobrir de negro os aífentos, á
quanto eftava nella , também&
&
â mefa em que fe havia de cear. De repente, de noy te má Jou
chamar os convidados fem fabercm para que chamados por
-,
mão quando o i'f»/;(?r o dotou de felicidades 9 Saó Pedro 10 ^<'i'.ii.9. Exiftimabat fe viiLm-
;
^' *^"'
quando o Anjo o livrou do cárcere, 10 cuydavão queeraó
íonhos; que os bens do Geo, ainda que nos pareção fonha- iiiipei.í9.i.sklomiiiueCat\tos.
dos, faó verdadeyros aquelles de que falia Ifaías , 1 1 cuy^
;
to a fonhos , que á realidades por iflb Deos quiz com hum fo-
•,
Dr j J^ . aivitia:, ac Uonorcsmundi
/i
eola dos prazeres, Sc juntamente a Angerona que chamava appa-em s. ,
1
^*''°"?''''=^"'l^
mu lanta ,
que parece mais certo, he preambulo domaprmal SamfaÓ Jj.^to^L^."^'^""' '" ^*"'^'"°' *^
:
que comerão a ruma mayor no pomo, que gottarao para le ex- ' -
alrarcm. 20 to Qem/.i,
\^^ 4 Sobre taniâs experiências , cm aada reparamos pòr
che-
^
in E VA, E A VE
chegar ao q temos por deleite. Somos como aqueUe,a quem os
]^edicosdiíreráô ,queperderiaaviftafecontinuafleaufardo
vinho, &: efcolheo perdellaj caminhamos ao appetire fem ad- ,
vertir nos perigos que nelle nos cercão como o de que Santo
•,
11 iJ^ud FuHeitor Pmtop.u diai.i. Antonino 2 1 contí?» que fugindo de húa íerpente , & cahindo
<•.». em huma profunda cova, podepcgarfeahíuarvoreíinhaque
eftava na entrada, ícpòr os pès fobre hum torraó> ao pè dei la
àndavaó bichos que a rohiaóv do fundo eítaváo Leoens fam ia-
tos: & elle vendo em hum ramo mel que alli fabricarão abe-
lhas , fe poz a comer delle com vagar ; &c entretanto acabarão
os bichos de cortar a tenra arvore , &o miferavel cahio a fer
tragado de Leoés. - - '*•*'
xi, iderrthom.i6,'ofimed.acitpili.fo{ier
çoens, porcue nãoefcolhcmos as que nos firvão de coroas ? i<
Paul adCorint.t.it. J,
^ ^ m\ t-n. r il - r
^
lomos como Alchimntas , que fempre trabalhão por lazer ou-*
t
ro, & quando cu ydão que o tem, fe achão mais p jbres, & cont
a vifta gaitada.
7 Mas feja embora verdadeyro quáto na vida eftimamos |
não he labareda em eílopas? entre o mefmo gofto eftamos com
o cuydado de quanto durara. 26 Dure eiubora por alguni
t6 Stntc d^hevit v/f. c.i6. Subit-
tempo uãobafta haverfcdc acabar para lhe tirar a eftimaçaó?
;
tno acfcrava de Seiiélí^i qlíe fc queyjíava que era d cafa efcurâ > nitatem, & qu*rit $ mçn^iaciíim J ,
1^ 9
'"'
Parece que íiCa baftàrttcraente itioítrado o èrrò que àci- ^l ^stl^e. $* í» piei e. 1.6. &
ma 36 propusemos do enteriaimento; no cxceíTo corri que
ámamps a vida. Porèth lémbrame qiie Hegias Fiíofoíb tòmoií
por ariumpto píègaí oS inales da fhefína vida, k a bema vefltU-
rançada morte: &
perfUadio á mtíyto§ á fe matarem pelo qíie -,
C A-
. p
JE.VÁ,^E A;V:EiJAq
3
1^ Efta moftrar o erro do enrend imêro nas riquezas, CO
1 Su^râc.ií.wfinec
J|_V. "loacima i propuzemos. TodososhoITlQnsasclh-
,
., . hião, aiadaos Filofofos mâis feveros j não fó pelo que coatri-
I Wac.i8,«.(5 7. & baem às defpezas de hna vida alegre , mas também pelo que
i D.o/íwtrp/o^c. 1. Nemo*
niíi<ii-gníngcaódct3pirtiíió,comoacimajámoftramos; 2 lo ao rico
Tcs, hoporediguustcpuratur.
fdífle S. Ambroílo) tcm O mundo oor dio;no de honra. 2
'
'
5 t^H -W x/w./irm.ii. 2as dé il não faõ boas, nem m;\s. Sócrates, Ariftonimo 5 as &
il ",f ::,':t,'l'Íif.t
compa, uraõ ao v mho , que da vaf.lha em que o lanção, tortia
"m,''"';
fuiitimpedimentairoptobis, ita probis Hos bons (diZii Santo Anibroíici 6 j ajvidío a virtude, nos
iuntadjumemavirtutis. niàfiS a impedem. NaS mãosde Job, Abraham ,Iíaac,]acob,
David, Berfelai Jofaphat , Ezechias , joachim , Zacheo , Jo
i,
'"s 'iJf.16 rf n.\9. P^" ^^^ '''^'^ í ^'^^ "^° Ibccorrer ao pobre Lazaro: 8 nem oja-
D chryfoíihom.^^.aHpo^ por cultivar , &" enceley rar , mas por confiar no qyp
Anikci tStanciofo
Nonemmquoni.im dives fuempume- tinha, & uaò tratat dc Dcos. O Pvthagcras as comparava
ao
batur,íeJquoniam mílcncotdiam non ,,- r ^ ' ^
cavalloqiieceliita dc íreyoqueogQveme; 10 6: Ariltippo
Ai
\ .,,. i
.
cj^hibuit
'" """^
^' ''''
acey tava para enfinar aos amigos como íe luv là de ufar dej-
Í2S/tí "
D.^iigglof.fup,Pflm6u •
le. II .' ,': '
. .
&dii:oiestiunr.alt)r,-)piunciionlua, ^ .^ _ r- ii >•
*- í*' i . i .ik •
fcmper iii cgeiUre lunt: Errao HO dcfqo. rorquc n;io Ijitando oramananien^
4
a Provineiícia Divina a cadahOLO!\ionec;iriai-:iaçpníorme o
feu eílado,tocl03dcfefaã mais para lusQ, váglorii),' <^ appctite?.
íjC ít lai vez o dclcjaó para o neceíllirio, de vera fe^ o dcícjo mo-
1,35^
« v ^>> ,^'?J''f'J.5- Rainha Semiramis poz no feu fepulcro h^im Icrreyro que di-*
Q.,.d i.on mo rcaiia pedora cogi*,
Qjidqm' Rcv
^ia:^<^^ cíiie nece/Jitar de dínbejio , abra !>íh fepulcro ,
auriíacrauinKS? . .. j i JJ
1. ' i -> ..
ò
badòí j qiié òQínfVídádo de mrm nrimiltro a jaríCtr , Ine eítr anhiu paupcrum,
4eftá^ a mefa^ cmbeera com toalhas cheas à^ faitgue j &: di-z^ii- 1 jf^
dolhe ô mííítft?õ^ que fe èn^nava ^ porqite éftavaó mvikò iifíí*
^ááV 0Sâ'ií(í(í'^aftíGÍerpr€me(?deílâs tanto fangue, que íroitxe' '
'Sa l*
E Deos íeÇpf^fAt i.§^ié fi' aqiriãént aindu huM pòucõ â} }^m 1.4\ tf
gôftodó íempo féreno , eít&fido os Gidadaós Celebrando corri •^"' '«^a fct .», t^í-^
yi^Mo^is-íW cf
fe^a-^, & bânqtiètés a prlbâg-ferh que feiís piratas haviaó feito V }??,''^^ ;
em tiua t rota de Num idas j-appareceo iobre hum Carro tifádo . i «.wíi\,<;,tt;. j^-^a luuwr i|
"
hiins-éhlriaó-parfmadosjoutros fagiaó para os Templos: muitas '^
"''''''
rugíd^ídos Leoens. Parou eíTe fantafma diante do Paço do
Governador Solino,aònde 09 piratas eftaváó com a preza. Alli .w»\»i(j»'»í«..'iíí» .,.\.v^-.>i e»
ctírtpu hwa .oreihà a hii-m ^lo^ Leoens com o fangue delia -ef-. -^ '"^'''*'^ *^
•n> i
creveo
Q^
'
Sr„ ."ufti;!!'^""'^'^""'''''"'"™ tomenos fcus íiJhos , naó fc^raò o mal acqmnctet í^i comq ic
*y. 'T^-i^.avphthígm 92.. vè Cada dia pòfGxerriplQs: diílc Triverio^i3^queJ&i6plàB{as,
.
•'• -y^ v<u\ ij,â ,4V q crefccndo cçm.preiTajiiuraó poudójarites fec.ofluma dizer,t}
'^^ '
^^ ^, o mal ganhado leva o beni ganhado tudo fe:deílrága€m jógOi,
'
"''^j^
' ' j
ci dá fortuna, cni
lafcivias, gula, vaídadesvedificÍQs inúteis, cafos
poí outíos meyQstíífenri.veiSirò vbmos qiie du)Da'õ as cafas anG-'
gas i fundadas em virtude finalrnentje fuGcedendo as perda^s :
34 Sólon apadCtU.i.O'i-iy verdãdc qiic defcjoriqneZiCiSi mas nao que^o alcarudlas par. mjijt»
^''
} 5
ceiius tbiâtm. jliçj poraue fe íchie caíiij>_a.È cntr&ãs felicidades de Lu cio M(?»
'7 D.^,v?/fr;«.:4:DiHicilecftutn6 tellofe contava 35 que acquirira muito por bons meyosi' ^
fuíupetbusd.ves. muitósChriftaôs naórôparaó nelks. 1
Stdiufi.infiagmevt
,^„^ àexecuçaò dc apoetitesj^íQ acrefc.entaó cobk.u4oatrevé-ieao
«.i.Divins ampla: taro vircutis fuiuco- mal; acovardáo k pani O bem ; numilnao-le aos cuidados;
mites. yangloriáo-íe nos gaftoSjenvikcçm-fc na providenciai 41 faõ
^
dit auium, &argentum. virtudc. 43 Diogeues djzw, -queeftà nem morava nas Cida-
46 Pctrarcha lyu. jg^ ' nemndscâías ncas. 44 Com taatos males dcítruiráo a
47 I/V. rffc.4./.4. o r
.
r t /-
•^ "^ facri-
4 ,
I> ARTE
facrificaó animaes ,
T. C A P.
eives íacrifícaô a íi
XLIV.
melinos gs -ourTos de-
:
m
iendcm os feus Ídolos, íe lhes dizem mal Jellcs •, eiles nam fe
atrevem a defender a avareza i CQ*n titulo dê fenhorí^Jioeí- ,, ;; ,
.^y, noiâ
cravos,pofluiaos,j3{íopoíl:aiapreSaellas-5o la.ntQÍhesi,altaOpp,]eaic divinas, ká ádivitn- poiíeirui
que tem, como o que naó tem. 5 1 He a avareza metropoli de e<t nuúo Kcx vúIúx, ammo pecum* ;
IO Nos rnncjpesne mais tea, 55 gratigeâlhes niais odio, aeciiquod habet, quàm moã non habct.
efcurecelhes as virtudes , Sr muitai vezes lhes dcítroe o Impe- 51 stoh^s ftrm. ia. /Vvantu omu^s
rio; 56 he-lhesomalmais cruel, 57 hum Authér grave ,lhe''"^;tS.ÍSSt;nci3Íiic.,
chamou pefie j 5 8 por nâó querer gaílar fe perdeo Perfco Rey probitatep ,,citeraic|U£ i.o. asa ces fub-
de Macedónia, 59 & oPapa Clemente \ai. facilitou o faço !,'«^^'P''?^':^^i^'="'''"'"'"'í;';\^^
de Roma. 60 Elcrevem-íe notáveis exemplos da avarc-za de cjoà :'jit.
4
pnvato.
Avemiama.^is
_
Cirne , cuidando que hofpedava bem. 62 canera , & vutiucs omncs cucrvac & ,
fere com o ihftruiiiento inventado pára o defender ; 63 elles \z mui Com-hH. i \, Nihii eíi ma-
fcteniporfelices,porqueaíinaginaçaódequepoupaóhemá pe'tifetum úicxcreuui impcnron-
sí^
* bus,quàmparfiitioma,&avaricia,c]uaí
V \i r j u /!• j '^'
na que lhes repreienta quanto querem de bom , o mao veltido privara? res aia. publicas dcPctuir.
,
. i.
lhes parece galante hum pedaço de paó, á rrlelhor iguaria no 59 P»'f'í'» «^ MonuráEcHef.p. i. 1 8.
: :
dinheiro que deixaõ em cafa,levaõ confiança à praça: todos os '• ''^'\„' r i-i 'pU l' , fi"^ fit «
trabalhos que padecenl guardando, mes íaoíuaves; como a 3. ««íewfíi-
hum amariteos frios, &: chuvas da noite na rUa qiíe paíTea-Mas «» Ksfere-os M-.xu » sjiv. / y.i 3. ^
Cli) Caó^
m&
çaô, quarenta
EVA, E AVE
de ako andavaó nella quatro mil hn-
Sc oito •,
AUu,ch.ufn.p U.tMt.i.
Q
Eniperador Helicgabaloexcogitava gãftos exquifitoSi mu-
dou auetoda adiÍTancia q corria da fua camera atè o lugar em
que ie havia de pôr a cava 'lOjOii em coche para íahir fora, efti-
vq{Í'c cuberta de pój& límaduras de curo & prata, (Sc aílim fer
,
,0 T,r . . ,
. „. fazia ) para naôpòr os pèsfobrc outra coufa-, 68 fuílentava-'
mJe Kle>is.i.4.c. }.
ann
odinlieiro abreviar tanto a manifadura dos oíliciaes. ^ >• >
^
75 D.Thm^.^.LZan^.ai^,
j.u9.mf.x..rf,,
cm
- " dias, porqueeíía
tres T -n ba^wacapara memoria. 72
74 i-ifàe<urator funof.&frodig. i6 Tacs gaftad.orcs 10 dilpend^y!!! , mas desbarataõ , £c
a
cado poriao
,
gofto no bom iifo das riquezasj naô íia ábundán q"as honcftè habereiíccbat per i«tpi- ,
cia-,78 comeria, lograria a fua parte, Sc viviria alegre, para iíTô "t'r/7oír:íZ;«t!"'
lhas deu o Senhor ^à^\z Salamaó; 79 lílofem exceflb ) 80 pâr- 79 EuuÇuúUs ^tr.utcomedatqms,
tiria com Deos,íc com feus pobres; 8i os grandes, fe qiiizeítcm
^ ^'^^' ^ ^'^"^"^ "*"''3- ^^ ^«^^Mi
>
'
Cidade, taó fumptuofos, que húa vez que fe erítuplráõ.cuftou "g\ Briuofutri.
oconcertomil talentos de prata, 81 6r cada talento valia feif Ca.fíiiionahiíi. dosGodot, nb.i.ãiic.t,
d^ Mumii^. demff^^
centos cruzados de boa moeda. 8 2 Os Reys do Egypto foraó ^/«'"''f «"^/^^íí-
louvados , por íe occuparem duzetos annos na íabnea daquel-
las pirâmides, hum dos féte milagres do mundoj cada hum ti-
nha em quadro 315. paíTos, &: em circuito 1 700. Acabavaõem
ponta como aguda a refpeito do mais baixo ; 6c efta ponta era
húa loufa, em que bem càbiaó 300. homens. No circuito naó
havia final de aliferce; fenaó tudo areamiudà pareciaó naf-
•,
tp6 E V A. E AVE
4a§ riquezas , te naq qs abulos em c^uç ordinariamente as ein-
"*
^
prcgaó os homens.i O
r^\; .mnorí rn
,7fupj£b3rTT03iL'.*ri.?v.> '
'
Us namaóefcapaójComoenguias;dizem queoazougucfe pó^
--
.fvw\.->\)aí> i; dç fazer immoveljmas a moeda que elle ajuda aobrar, femprc
PéDU^í-A^s^^A-w-^ív.NçBim-badecorrer.-comrazaó (diz Santo Agoílinho) 96 fc bat<;
íscnttí tomiiz %wc«t íçcmiia, «jma redonda, forma que naõ pode eftar quieta , tem muitos con-
ooaRit. ,;y-'q!Liift^dores com força j ^ com manha /terremotos, inunda*
.
'*^'^*í ;*,''"
*,
,, ,
'-<^oens,efteri]idades, incêndios, guerras, demandas, defgra'
•*»\ ças com Príncipes, crimes, vaidades, larrocinios, & a roda
da fortuna <^ue naó pctdoa ao mais alto. Dionyfio Rey de Si-
,
Pontifa.
„.^^,^raih« 18 Satyrízoubem Juvenal, que mais fc chora cm húa ca-
licmíhypcBriun' fa a perdada fazenda , que a mortf do Icnhor 103 Naíce de fc
10} y/<vfW//>r.i}- pegarem os homens tanto às riquezas , que fe lhes naó podem
Et maiorc açirus gem.tu maiore tu-
,
^'^^|^^^^ ^^^ ^^^ ^^^^^ ^^^ ^^^^. ^^^ ^^ entenderão, as tenaò
pianountur nummi, quàm faiicra.
?**
como empreftadas , como depofito , ou como acceflbrio ; &
^^^^ ' "^"^ ^^ jaftariaó depoflliillas ,
nem tanto lhes doeria
*T
i»5 f!/«T'«o
«i^f «4.
perdellas. lo^ Por todas as vias erraó os homens, no defejo,
acquifiçaó , ufo . &
eftimaçaó das riquezas no defejo fe ator-:
U alegres.
CAP.
P A R T. I. C AP, XLV. f^í
C A P I T V L o XLV.
Comofoy também ruína do peccado , naõ ferem os ho'
mem hábeis -para varias fcieríCUSf (^ artes, Çff di^
vidirem^fe em diferentes oprítoeiís, Declarafe o que
he ente?id<mentOy imaginaçady Q" memoria : £r coma
obraÕ eflas potencias.
N
mó ha homem
cias>
r
Otou O ciiríofo Doutor Màttheo$
tinha já dito Plataó., i Sr
Gribaldis , como
moítra a experiência, que
ieualmeritc infisineem diíFerentes artes, fcien- riosfabei hi;duas c.im arKs,auc itudu
111 HM
^ i--> j duo
ou faculdades. Marco Catão, primeiro datamuia dos nonpoteu.
• jcieiccre 'numaiia natura
c -i-
^ Gnbáddermbcd.a.Ta fiuâj
p/ã/.dí/f^.
diliecncec
Nemoaranu
,.c.»
finiui,iigna-
Porcios,celebradoemRoiT)aporfumraoOrâdor,íummoJa-
rifconfulto, & fiimmo Capitão, naó igualou a outros daquelle
tempo nos meímos minifterioSi foy inferior na oratória a Mar-
co Tullio: nas Leys, aGalloAquilio na arte militar, a Cayo:
muico bom letrado, &: hum bom letrado não feria bom official.
E entre
,pg -VXEVA, E AVÉ 'í
^»uiictcmcentavic, inquamioús.quàtii dicos ) 10 tcm mcuos Capacidade que a do homem. Para de-
m virora-ioncm vigere novit. ^ claraçaó dcfta matcria , he precifo refumir algumas agudezas
10 uarte .prootm.i,-verj ara^sn.
^^ Filofofía ao methodo mais facil, & intcUigivel que puder-
.
mos alcançar.
4 Entendimento, Imaginação, 6c Memoria jfaó as oííici-
- nas das fciências, & artes, pollo que mechanicas.
i A- _.-*** * 5- O £w/^;2í^í>»í'«?o,heolumenaturalqueaalmatempara «
íutn qui íupct teriam. O entendimento he mais fuave a melodia do roxinol , mais do-
ce o mel das abelhas,mais deleitofa a luz doSoIjquc para omcí.
mo roxinoljabelhasjôc planeta luzente. Nelle o dotou Deos de
todos os inftintos, forças armas virtudes, Ôc induftria que re-
, ,
te, por lhe faltar queni o ajudava naquella operaçaó> quem Ih©
abria o caminho , & o guiava coiiio a cego;
8 Com ferem as efpecies taõ confufas , &: rieceílitarcm da
ajuda do fentido, trabalha o entendimento táõ induftriofo,
que com ellas obra maravilhas^ no infcrior,&: fuperiorj vifivel,
& invifivel no grande & no pequeno , na crcátura , & no'
, ,
wtr EVA,.EAVE
f^ vè him figura vifivel com a luz do Sol ao mcyo dia.i &f pon
confeguinte ocnrendimenroqueufa delias, neoi íe póde.cnga-
nar , nem padece trabalho em leu uío íx ailira ccni a facilula-;
•,
de que noílos olhos vein , que o Sol he c laro , & a neve branca;
comamerma,&:com mayor, vè o i^njo tudo o que alcança cí>.
x6 optimè p. Fr, iKr.ir.fuf.Etviie aquellas clarillimas efpccies , que lhe iaó olhos limpillimos i^-
/ip.f.) %.r..í.
IO A Imâo innçao he hãa potencia que o Author da natu-
reza poz no animal , & com excellécia no homem com a qual :
;
diftància impede-, no que feaflemelha ao conhecimentoefpi-,
! ritual da alma^S: por ifib Santo Agoílinho a chama algumas
1 8 D.tAug d.l,it. maxim c. ji vezes iefj)iritual: i8 naó porque naóíeja coi-poralj mas parav
íjgniíicar a nobreza com que íediíFerença dos fentidos cxtc-^
riores.
_ II Deo-lhé a natureza aííento na cabeça, por cila fer fam» ^
nobre, &: porque aquclle lugar alto, Ire próprio ao feu officicr
de atalaya que vigia , Juiz que julga , í: Rey que governa to-
XS P.Fr.Ltdndro/u^ difc.i.ii do o fenritivOj&: exterior do homem.
19
Porfercognofcitivaj&c lhe ferenineceíTariaserpecíeSv
12
ôu imagenS do q lia de conhecer ; lhe deo a niefma natureza a
habilidade jà dita (que tiaódeo áos fentidos exteriores } d«
confervar as imagens dascouílis aiifentes, tehdo dentro de íi
hum pintor do que jà vio. E porque não era poílivel que hum
homem viíTe, ouviífe ou goftafiç rodas as coufas fenlivejs , 6í
,
nhecer o que lè> &: ouve, fcm o haver viítoii^: por eííc modo
com a imagem de cafa de rua, de praça, & de muro , que ha-
,
de moderar o calor, &allimfe entende hum lueards Ariftote-^rigtditasenim oiBas omnbus animau
1 ^ Ai\
•
j r - aperte nicommodac.
1
ks,27 que parece contrario. Alem da fraqueza natural, que ex* ^ ^^ ArijU.xMfêiuaoim.c.^.
puzcmos noentendiméto,&:que tem as outras duas potencias,
ainda para a perfeição, ou ( por melhor dizer)fufficiencÍ2, q a
natureza lhes deu, he neceíTarioqúe aquelles ventrículos efte-
ját) muito c oncertados , aquellas qualidades muito em feu põ-
como
io» v. l/E V A.) El á[ Y g/. q
""40 D Thom.p.i.^u4. M. mie. I. quatro homens lefos na potencia vifiva, que hum tenha nohu-
td y Huaue de s.luan,exame í/e engenhos morcriftalino empapada húagotta de fangue,outrohua de CO*'
fr»^m.i.ar>tcmed.
jç^.^ ,outro húa de fleima, outro húa de melancolia. Se (naó fa-
CAPITVLO XLVI.
fLM.ortede^dam , Qf Eva; annos que uiveraõ
como os annos , ÊT* os me^es (e computavaÕ entre
"varias napens ;
©^ forque nos primeiros fe»
culos eraõ as vidas mais largas»
t TT
Standoomundotaó arruinado, no anno novecentos
X-i ^ trinta de fua creaçaó , Adaó da idade do mefmo mu-
do, I dequeerapay, &: irmaó gémeo, havendo vifto netos i oen.^. «:
em oitavo taó cheyo de
grão, 2 cahio na cova que abrira , » Se ai.Perer.inGen.í*?-''- toil
Frii
Abel, 7 porque viver em lagrimas naóhe vida.
^-i iT ri j ^
s or'g.trafíiU»-Matth,
Termll m.l.i in Marcian.
oy lepultadono monte Calvário de Jerulalem, como Pfrer^„Ge».i 7.» ns.
efcrevem mais commúmente os Authores > 8 poftoque ai- ^i^apuiPined.Monarch.Ec<:lefd.i.f.ii
cuns di^aõ que em Ebron , 9 diftante duas jornadas &: dizem ^-^ '"^""j^n. j , ^ .
, .
rianoScoto, 13 que viveo dez annos mais que Adam. Neíla '7^"pf,;?„a^^^^^
opinião fe ja£taó as mulheres , de que nos primeiros dous cafa- 1 5 M»úan.lc9UJA.Qh9n.jfmi
dos , a mulher venceo ao marido em vida ; mas em Roma re-
cuperou efta vistoria hum homem,que havendo viuvado vinte
vezes,cafou com húa mulher,que havia viuvado vinte & duas;
ambos de humilde condição > & eftando-fe em grande expe-
âaçaó daquella batalha, morreo primeiro a mulherj & elle co-
roado de louro,& com palma na raaó,foy levado no enterro da
Rij jnu*
ío6 EVA/E AVE
14 D.Hier»n.ep.adGttont. mulhei" , coiTio em triunfo. Saó Jeronymo 14 conta quô ,
/tde etiam
D.^u^nfidtCiy.Vei/.ii.c.io. getcmbro 20 como tâuibem os Babylonios computavaó o
;
io Pir.cd» fufíã. j^,^ entre dous nafcimentos do Sol os Arhenienfes, entre dous
:
11 íij«*r iH0Ípcin.f.i.
tit.de temp.nn.
amanhecer atè anoitecer. 2 1 Alguns Authores trataó de hum
<^difb.
anno que fe chamava^ r^w^V, & le compunha de feiícentos an-
xt Microb.it SomnhScipion. nos,cujaexplicaçaófc pode ver cm Mâcrobio. 22 Porém, co-
zj iJicx.,bzyiie*.(itn.dtcr-<iJ.i.(' ^^^^^^^^Q^ ^^ aunos dcqus falka Efctituraíanta, eraóco
*'*•-'
moosnoflbs. 23
5 Nota-fe , que ninguém chegou a viver mil annos por- •,
ExDJnnxo i.^.adverfUrçfes,ãtilifs* vencem,que fe naó poíía chegar a elles,ou a perto dellesi cuido
que por fer o numero de mil o mayor, o naó devia tocar, quem
*
" >*'
j,,-, :j,,„ pelo peccadoeílava condenado à morte.
^
.j . 27 •
tutis prxtercuiues. fluida ác aftros mais benévolos , por naó terem paííado tantos
Pe>r.dePtramat i.deev^cu.nd,rat. c z4.
afpeaos,coniunçoens.
f eclipfes,&
^ outrasimpreífocns; 20
^
ali*
yllnapud Banco,» Campo Elyjioq.iyulv ,/ ^ j ,
•
i
•
in., j i
Atn.i
„ ** M^nfd
^.eptQ.
oues; fov o orimeiro Medico enfinado porDeos; 22 poriflb
dineoEcclefiaítico, 33 quede Deos viera a medicina. Como ^/Ecckfiafi.i i.
Deosofez Rey,ofezjuntaméte Medico, por ferofficiodo {\l- j4 p/j/o íieJ<^í;«ff,
3ÍÍ/^^-3Í'
era rogado com a coroa, que pois naò era Medico, o naófizef- _
femRey. 3> Depois moftrouDeos efta conveniência, pondo ^1
em algunsPrincipes virtude para fó com o ta£to Tararem doen-
ças corporaeSj como figura das efpirituaes nos coftames Pyrrò
Rey dos Epirotas com otaâro do dedo polegar dopèdireito ^ ^kxAcJlexUc é'
zellatocarcomodedo pollegardamáodiríitaaquemeftíver
cahidocom gotta coral, fe levantara logo.lía outros em que
a
curiofidad^ fe pudera empregar. 49
sy-: ^!71^:'':%^7éZ i» F<,y- k perdendo a n,emor.a daquellas noticias med.-
.
jegiirites: o-Hiero»y mo Cones no nat dos cínaes dc Adaó, cm gi ave cktnmenco das vidas principalmé- •,
Jtjí"iàos dd n^turc^ia.
tc dcpoisdo diluvio, cm que quafi tudo pcrcceo. Dizia hum
^, ,^ , é Medico EsYpcio citado por Galeno, 50 que os homens de
^
bom tem perametomornao por ignorância dos remédios, ror-
que fdbiaó muitos, & os applicavaõ>como para fi, viveoo mef-
mo Galeno, jà mais idades curtas , cento Sc quarenta annosj
<(
li/s,
.g
.
j.t.
Ex Swi.^UxaH^rpLGemmcio^c^ g.
Mitutc es '^
,
"
5
Mttiãjup.l.^.c 7. adfn,
^i Petr. Cnj^in. »> aphori/iMf
aw'!! "*»^'^^^"
.
* > 1— n^ ^
Sor jH iVi vita Ht^pocrat ^ .. . .
Textorju^a,
C A P I T V L o XLVII.
Em continuação da matéria do Capitulo precedente ,
L
porque ainda que
Ogo depois do diluvio íeforao abreviando as vidas»
N
>é confervou muitos remédios na
mcdiCina natural ; i fe foraó perdendo , &c a natureza enfra-
_*» Matute MfTofif .de chTi{í9ídaitx. queceopela menor fubftancia dos mantimentos, amenos be-
*'''^'*'
nigna influencia dos aftros.
2 Deos a foccorreo ordenando , que fe comeíTe carne ,2c
' pcixc , 3 O quc fe naô ufa va. Mifray neto de Noè começou a
» Geneí. 9
Vtde im.p.cLii. enfinar medicina por arte, Scdcllediziaó os Egypcios, que a
haviaó aprendido 2 ià na doença , ôr morte de lacob aíliíiiráo
i
'
nomes enrendidos,& experimentados ^que curavao por oííicio
comiioTnedeMcd.cos 6c daquelle tempo em diante conti- :
i i.ii.«.y:^t.a. .'.•..
*\X & por fui mãyPraxitheajvigefimo neto de Hercules, fcgundo,
...
a genealogia que vários Autbores 22 trazem , nomeando par-
-* - 6ciucceiiivamente (o que em poucas íe acha j todos OS
ticuiar,
Hippecrtit.V aijj itlati à Franf,ã.^.^ ». j
avósnobliílimos nem podia deijíar de o fer tamexccUente
;
& quarenta annos de idade , 30 lhe chegou fama dos milagres, ^^ Suprac. pr^ced.in fn,
que em Judea íaziaó os novos Chriftáos , farando enfermos fó
com o nome de Còr//?^; & fe embarcou para os if ver ; fó tanta
curioíidade alcança tanta fciencia. Teve no mar hCia grande
tempeftade, & deo-lhehúa febre, de que ao decimo dia mor-
rco no navio 3 1 naquelle defejo lhe poderia o Divino Medi- í ' íx Mundino Benomnp Siwhorãu
; ,
CO farar a alma; bem íe pôde efperar, que pagaria a quem havia cJnK7' ^*""''" '"^^'
!•
"' 6 T"'
'*'
aproveitado, Reaproveita a tantos enfermos. '
^"^
^' ^ ^ Dizer- fe que foy efta fciencia defterrada de Roma
fu'ntx^"^u*''^"'"'
""' •* * ,
"
he calumnia , fundada em hum lugar de Plinio, 43 mal enten-
dido. He verdade, que atè o anno quinhentos & trinta & cin-
co de lua fundação naó teve Médicos Roma , por empregada
nas armas , alhea das fciencias , & da policia como nem teve -,
-^
cortar, queimar, abrirj&ufar outros remédios violentos quan-
doeraó neceíTarios.Ajuntou-fcque fendoos MedicosGregos,
cuja pátria os Romanos no mefmo tempo hiaó conquiftando,
49 f/or./.i-c.7. 49 &^ muitos delles trazidos prifioneiros da guerra, ferviaó aos
íeusdecfpias; com veneno matàraó alguns Romanos; com-
mettèraó adultérios em caías onde entravaó. Pelo que jufta-
4,.
rnenteforaòdefterrados,& ficou Roma fem Médicos, porque»
n^ó havia fenaó aquelles defterrados Gregos ou Egypcios. ,
ii Plin.i.i9.c.i:
Gregos y S' não convinhaimitallos; 51 &: com efte ódio por
,
pequenas caufas defterràraó os Romanos todas as boas artes
^x Crmt.dchonep.d!/i.l.i.c.4^ quclhes tinhão vindodeGrccia. 52
i^ PaíTados cem annos no tempo de Júlio Cefar, à per-
fuafaó de Cornelio Ceifo Varaó confular , fe admittiraó os
&
Médicos outra vez cm Roma ; da Biblioteca delRey Mitri-
dates vencido por Pompeo , fe trouxerão livros da Medicina
,
herbolaria, 53 &fefeguio logo a grande eftimação que delles
j} P/<'»»./.t5.c.i, fe fez, como jà referimos.
contra os olhos contou Galeno 57 cento èz qumze^ he ma- ^^^ Demomim. Totus homoab ipfo
ravilha vivermos tanto 6c podem fe attribuir a milagre as ottu moibas cit.
;
^''^"'" """''•''•
largas vidas do Francez Joaó , que chamarão des tempSy pelos
5-
^^ '
15 Aquelles caíligos fe deviaó aos Médicos fó de barba , '""cuc fubicvarc ubi uuiia: diruia: , nuJU
como lhes chama hum feu elegante Efcritor, 66 aos quaes a ^""^ STfuo^.^n^^^
mula dá o grão , authorizados,6c vaõs, como eftatuaSipois naõ
fomente faó condenados pelas leys.quandomataó por impcri- ,
,, ciai 67 mas, ainda que acertem commettem crime capital," «7 tí.L.iilUttts^^mff dtofcJ>r^
,
le mes da, mas também fao devedores nos homicídios.-hum (,6/,^«í. ^ " —
Juiz,pofto que grade Letrado, eftuda muito para julgar qual-
quer pequena caufa; 6ceftcs nadaeftudaó para julgarem, 6c
executarem as vidas j por iflõ vemos, que de ordinário naõ fe
logra nos filhos o que ajuntaó; porque o mal ganhado naófe
conferva em fucceflbr.
16 Tibério Cefar procurava efcufar todos, ^
tinha por
ignorante quem paíTando de trinta annos fe naó fabia curar.
68 Mas pudera enganallo certo enfermo,que fe achou maí to- 6% Era/m U.apophthtgê;
mando fera Medico a purga, que hum lhe havia receitado em 2íc«.-!nntf/./. 6.ad^/i,
'
'
outra occafiaó para a mefma enfermidade & lhe havia dado
,
74 a-
•
7, Hippocrati.de/tc inhom.fr»pffi>t.
i ,
76 Hippoaat. de arte Bonara aegto- efcol ha O amigo, pelo mayor cuidado com
i.
que fe apphcará. E
fr«ibc»ium , q,^jj(5 ccrto
tis fortuHam contingcre , remcdio , diz O Ecclefiaílico, 78 he recorrera
'^trceifjl^r^V^^^^^^^ ^^^' cpmoentendeo, êc experimentou aquella mulher, que
ideo ciim par fcirutia (it ut iiiorcm
, ta- rccorrco a Chrifio , havcndo em efpaço de do2;e annos gaitado
mcn eíTe mcdicum am cum.quàm exua- quanto tinha çom OS Mcdicos da terra fem melhorar .
; 79 a
^^j^Ecciefiap. js. z. ADeo cft omnrs
SeTihor profeíTou que o era , & que vinha curar os enfermos ;
jncdeia. 80 M^dícodo corpo , & d*alma j curou muitos , ôc quer fem*
curar de graça, pondo também os medicamentos à fua cu,
11 Sl^xM*r\Ztt^c vji. Pre
81 //,j/.4}.vEjusliTOEcfi»attfainus. fta, 8í Scmremedios penofos,femdilâçoensdeterapoalcan*
p«r.í;f .1 c.t.«, 14. ça faude quem defeja farar, 6c na6 recahir; oh quanto devemos
túita , *uiíii. aqiiem poz noífa principal faude em noíía mão
19 He hieroghíico da Medicina, hua pomba eoríi hum^
ramo de louro no bicoyporque dizem que fe cura com etle knx
tindo-fe doente ou húa cegonha com hum ramo de ourcgaó
;
C A P I T VLo XLVIII.
Filhos que Âdao, Qf E^va tiver aõ, ^pontaõ-fe homem
que tiueraÕ muttos. Giga7ttes que houve» Se nos fe^
cuíos fajfados eraô os homens majores que nos pró-
ximos. Se erão de mais forcas, ^oca^/e o quefedijjk
dos Pigmeos.
I TettorMo^t. p.titJihtr , qu! mkltê \^ rado a Seth ( depois que gerara a Caim & , Abel ) vi»
*'Wr. .
L r ; vco maisoitoceutos annoSjCm qucgcrou filhos & filhas. Os ,
Tr,:aé^oPined»n.Monrcb.E.d.pu.
g^^^^^^^^^ ^ dizem,que pot todos foraÓ OS fiihos trinta &:
trev
,
-.,.,'_
virtudci 16 foytal a deSeth,'T-
,
queochamáraó Veos. 17' Pro- !' Í^^/;''7;
^o norat.l 4. d (te 4.
•iiibio tam bem calarem huns com outros , 1 8 porque os bons fortes crcantur fottibus nec imbellcm ,•
vrador, tal a cultura. 19 Os cervos naó gerão Leoés , nem as ^* Matth.-j.j.hzhozhwa fmílusb©
Águias pombasi 20 os filhos faó ramos, Sc os pay s raizes; 2 1 aus^fSc. '"'''' '""^"^ ^'''°' "*'''' ^"*"
feriáo os frutos como as arvores > 2 2 8c fobre o natural obra- ij dcer. j dt ont. Duo iiia noj ma-
.
-.,; . * j-a *•• j dadefcendencia deSeth 3<íj mas a res:raíe faz do mais com-
úenti.jtSi.\z.n.\.infi,t. inuiii 20 tamilias em que os bons le coi>rao,lao abomma.
>
16 i.rt<aOT ad tajfÀc itgih.
vcís j as cm
quc fc contaó os mros naó deixaÓ de fer boas.
.
ferre laborantem. podiaó lavrar em hum dia i 3 7 de alguns fabularão que tinhaa
Nc^nfu T^um!"íuft«:a «ovem per cembraços , comode Briareo, 38 de fcu irmaóGiges, 39 5c
jugcra corpus Torrigitur. deEgeo , accrefccntandoque tinha também cincoenta bocas;
s virg.jii^ra.
} ^ (Alguns Quereni 41 q ue cfte fofle o mcfmo que Briareo.
.
40 y>rg. ^r.eid" o. vão para as cavernas tartareas. 42 Os mais celebres nas faba.
^^gxo«qua!.s centum cul brachia Ai-
,
j^g (^^ ç ^j^^^^ ^^^y^ nomcados ) Tyfco , Japeto , Alco, Efial-
gar às amcas dos muros de Roma. 46 Com hum terremoto fe 46 P.AUndoçaiHvtndn í.4.frobíe>H.
ddcobrio em cerco monte de Creta hum corpo de quarenta & ^-^ ^•
feiscovados; huns imaeinaó que era de Orion, outrosode ^vlj o ; • ;
Oton; 47 oquefeíazcrivelefcrevendobantoAgoítmho48p/.«/.;.f.i6.
que na coíla de Utica, ou Biferta vio hum dente molar de hum ^f*""/"r j
corpo humano , que lhe pareceo teria cem dentes dos noíTos. "
''^'
'
'^' " ••'H'*
'*'
galjunto debraga nalcerao dous menmos,caaa hum com duas §.7. '8
cabeças , & em outras partes fe vio por vezes o nfisfnio & hum ^>''"°> Monarch.Luftp.i.l, i. (ãp.io,tii
;
com quatro cabeças &: outro com fcte , ao que os Filofofos, ^^T^Britofup > x. i é.c.9.
,
& Médicos achaòcaufa facilmente. 5^ Lembranle, que no an- 55 franco inCamf.myf. ^.4,^.n.x4^
no 1620. poucomais. ou menos, viem Madrid bitm moço que tt ^/í^* c . ^
iç moltrava por dmheiro , com duas cabeças, & andava jugan*-
do o toque emboque. Depois o tornei a ver em Inglaterra no
annode i64i.&entaó com mais idade,&:juizoonotei melhor,
& lhe fiz perguntas era Genovez , de vinre & cinco ou vinte
; ,
dilla tinhaó dez pès de alto Poro Rey da índia , a quem Ale-
:
5 and ce venceo , tinha quatro covados , & hum pai mo: ao Em-
pera lor Maximino ferviaó de anéis os barcelletes da Empera-
'54 Textorft^. tumílmÀXfx. l6. triz fuamulherj 54 & com tudo naófe avaliarão aquelles ho-
me as por Gigantes •,do que parece que em aquelles feculos
cr*m os homens mayores que hoje, pois taes eftatuas fó fe no-
ta vaó por grandes ; hoje outras muito menores fe moftraô por
Bewediâi naLufu.no fim do tom, i los mayores oíTos que fe achaõ nas fepulturas antigas. No an-
no de 1634. mudàraóosReligiofos de S.Joaó de Tarouca da
Ordem deCifter a fepultura do InfanteD.Pedro, filho de noífo
Rey D. Din's, 6c fe achou inteira a armação dos oíTos , tendo
de comprido quafi onze palmos Sc meyo , & foy em feu tempo
avaliado por homem de galharda difpolrçaó. 61 O
mefmo fe
narck^lul^fluií^^^^^^
"' vè pelas armas de alguns Reys, q fe coníervaÓ em templos co-
jnotrofeos de fuás vistorias. Na Igreja da infigne CoUegia-
dade N. tye»Ã<?r<í da Oliveira da illuftre VilladeGuimaraens,
cftá húa vefte que o memorável Rey Dom Joaó I trazia de-
baixo das^ armas j que moftra bem lua grande eftatura. No$
Kcacs
, .
/O
2/5
PARTE I. CA P.XL VIII.
uí>
RcaesConventos dç SantaCruz de Coinibra,4-lcoba.ça,iSç em
oneras partes fe guardaó eípadas,maíras,& arniadiiras, qup eira
iiUpofllvel fervirem a honiS delie tempo, Londres uàígjiç- Em
ja 'de Uvesmeíler, que fDyiiobiliíiimo Convento de Mpnges
Bencd^£tinos,,6c hp fepjaUiifAdos R.eySi&: no Caílelío,^|í^çp
deÚvinfoljCinco Icgoas d:^ meíinaCidade^vi efpadas do§2vç;ys
antigos.domcímo pezojôc.g/andezajdoque fe legue c|ue tam-
bém os ca valíosçrao fwwitQ^iais^ corpulentos &: farçofps que ,
;.
.
14 Naó dizerem os antigos, queap,erfeir
fa^cciQntraifto
pà cft,atur:; era ao Riíí.r.os de féis pès & que naó paíTaíTe deTetq,
,
63 que vinha a fer íete paj-a oito palmos fendo pès geometn- « Ahxiafuf.cx Vuruvio-, o- yegctio
, ,
"
cos, de quatro palmas de mão, cada palma de quacro dedos
de largo: & fediZjquede taleftaturafoy C/?ni?(?Senhor noíTo^
64 pelo queSuetonio 65 chamouaOítiviano de n^^eãeft^j- (>i Matute na propp.de chiloiisde
tura,fendodecincopès,&humdodr^nte,fquefaÓnovep3rtes T-^^^^/^^Wr
?.A« /^.r/. na hiíf.4, ,
de djoze) avinha a fer de fere palmos, ou poqco mais, oque «.//isj^fcorci f.44.».i. i
tudo naó difcrepa muito do que temos hoje. Porque fe r,efpDn- ^ ^"^"""* '" '^'^'^''Víjw»- i
ílinho 67 Galeno o reconbsceo para os reuiedjos, compa vívííí.j^íccu hh Ccx ccnkes fiibirent
y
Siij &V0I-
lio EVA, E AVE
ôc voltando o corpo, exercitão forças admiráveis.
17 Porém fe para a regra geral fe pudera argumentar de
cafos particulares , a antiguidade nos deixou exemplos mayo-
res fem contarmos Samíaó myfteriofo, nem Hercules fabulo-
,
teve com a mão por húa ponta , como fc o tivera atado com
7tGeHebrar4.chroneL/.x. cordas. 72 Tufio Salviofubiacfcadas levandonos pès duzé-
tos arráteis , nas mãos outro tanto , 6c outro tanto em cada hó-
7j Plm.i.7.c 10. ^j.Q ^^ Phnio conta, que vio hum chamado Athanato pafl^ear
f4 Piin ibicitm
"° theatro veftido de cincoenta couraças de chumbo com , &
hunsçapatos que pezaváo quinhentos arráteis. 74 Efcreve-fe
75 Text9r In of.c,H.p.i.tit.forti(Jtmi,ex
Togocr Heródoto.
75 que Cynegiro Athenienfe,na guerra contra osPerfas,dete-
^e com a mão direita huma naocontra a força do vento fen- :
PARTE I. CA P. XLVIII. tu
do na variedade de fuás obraSiaUim comofez gigantes, & ho-
mens de grandes forças faz enaos, & talvez animofos. Qiian-
,
das pennas , & cafcas dos ovos das mefmas aves , ou viviaó
ías
em cavernas da terra. Os Filofofos 8< alíirmáo, que ainda „ ^ j n .j 10
que tem feição de homens, O naoíaov porque nem tem razão,
nem fabem difcernir-, mas que tem boaimaginativa.Tambem
Avicena,& Santo Alberto Magno entendem que os ha; Car-
damoj, & Marco António Aften o negaó. 86 Poderia havellos S6 i^^ieredi^s opi»io:s Vt na nocom^
em tempos antigos , pollo que hoje os naó haja ; como houve mera. ovidMn. a 1.6. «. 5.
*
T..
• P ^ ^ S. .J^oltnhani ;. parte o ejpelho de coK'
<
era (confiderou S. Joaó Ch ry folio mo 89 ) David que Go- g, d. chrvfcll.h^m. 17. proi>.fia.ad fo.
liath ; naó louvemos, nem vituperemos (diííe o Efpirito Santo fui.Anúu tu <^.iom.
• no Ecclefiaftico 90 ) pela apparencia ; que pequena he a abe-'^^^^^\jí ^ „ ,
lha , & tem o prmcipado de doçura entre o que voa que íe lez ;
cllcs; o que importa he fer srande no Ceo , &c para ifto fe ha de g«nc'"'^/ s:c.
lerelpintualmente pequeno na terra, 92 òc o mais pequeno, p, Mmh.izjn.i.
fera o mayor, 93 como Francifco Seráfico. Saó Chriílovaó
naó hc hoje grande por haver fido agigantado , mas por haver
fido muito humilde. Do que fe tem dito da humildade bafta , ,
CAE
, 1 ^
ln"f^l!nrr^''':f''"'"'^' pelamulher. lo ^ . *
9 D.Bafã.i.deaj^irAd^erf. 3 O mal
quc Luripides deícjava alcus mimigos,rra, qu:
,
Qdi
\\ Eakfiaa xsÀ'.Commo-aúUo. raSjdiíTeo EfpiritoSantopelo Ecclefiaftico 12 os dragoens :
ui , & Draconi piacebit , cjuàm habitats & afpídcs tcmèraó ao Bautifta I g & Herodias o degollou i .>
: :
m tm.
<ciiat.span.Bapt quellc que
i. refufcitou mortos, fechou, & abrio as nuvés, trouxe
14 Matthi^.Marc.ó. fogodoCeo vooucm carro dc fogo, & naó vio a morte fó a , ,
iJ }.j<^*.'i9.
mulher temeo; i6 & eífanãorefpeitouoferviço que elleli
17 ?.i<j-^.i7.ç5'i8.er/.4.f.i. zera livrando de fome todo o Rey no. 17 OsLeoens perdoarão
18 Da». 6.
a Daniel; i8 a Baleafalvouajonas j 19 outras feras fç mo-
19 fo n.i.
IO Diffemosno c.m.n.it. ftràraó agradecidas; 20 fóá mulher nada move. Naôn.o^co
a Dalila ver-fe tam amada de Samfaó^para deixar de o deílu i) >
não fe obrigou de fua gentil difpofição , nem do valor com que
defpedaçouLeoéSjCom que matou mil inimigos có a queixad;t
de hum animal morto, com quetirou,&: levou fobre íeus hcv.-.
bros a porta da Cidade nem de fer tam favorecido de Deos^q
,
lha de hum Rey deLydia teve trinta Sc duas irmãas, que todas
matáraó feus maridos 21 efcreve-fe , que Danao filho de Belo
: .
^í ^oi^tman-apud TcxtoT.in6ffic.p.i
CO , que achando em lua caía duas cobras, macho , & íemea, &
dizendolhe hum agoureiro que fe matafle o macho , morreria
elle primeiro q fua mulher j 6c fe mataíTe a fêmea , ella morre-
ria primeiroj matou o macho abreviando a fua vida por alargar
a da mulher i naófey ( diíTe Valério Máximo) fe maisditofa
•
cm haver logrado tal marido , ou mais miferavel em o perder.
6 PaíTaó a deftruir, ou perturbar Reynos,&Monarchias.
AíTyria o vio em Berenice , Troy a em Helena Lacedemonia
,
)7 i.^«/>«i.7.
pobre hoípedou liberalmente a Elifeo. 36 A mãy dos fete Ma-
chabeos foy raro exemplo de conftancia â todos naobfer^ an-
ciã da ley; 37 8c tantas Martyres Chriftãasfe fizeraóTob jra-
na mente gloriolas.
9 N as hiftorias humanas (deixada como fabulofa a fineza
de Aleftes mulher de Admetoj as Amazonas em vingariçi das
mortes de feus maridos fahiraó daScithia Afiatica a fazer (guer-
ra aos moradores das ribeiras doTermodonte em Capp.ido-
j8 Mxi4 «flj^í/vâ/.i.f.iò. cia, donde teve principio fuahiftoria taócelebre. 38 Arremi-
fiaem Caria fabricou a feu maridoMaufolo taó cuftofo monu-"
mento, que ainda imperfeito foy hum dos milagres do numdo;
6c em íi mefma lhe levantou outro mais augufto, bebendo fuás
-,9 Sífíi. 14. cinzas 39 para participar de fua morte , 6c o fazer vivoeni feu
í''»-'
<; peito. Paulina mulher de Séneca , fe abrio as veas para morrer'
,
cÍ.Gí/«r Jn Onomp, propr. ftmin.como elle,8c cftando para efpirar, lhas fez cerrar Nero,por Ihe^
yaL^rtemifia. uaó pcrmittir aquclla gloria. 40 As Lacenas,muiheres dos Mi-
^íUihon*hi/i,d»s ^odHLiJiimj.9.
(^^^^^ vidoria , q o Romano Mário alcançou dos Teutonos
CymbrosjSc Tigurinos, que cçm fuás mulheres haviaó fahido
do Septentriaó 6c inundavaò Itália j na qual morrendo delle»
,
a oartido de que fos as mulheres fahiriao liv res com o que pu-
. , ^ , .r deíícm levar ellas fahiraò com os maridos fobre fcus hóbros
;
^V\ ''
ceo aquella guerra ficar mais memorável, que por íèr origem-
4<; fiofeuKhili.fifrà. (fcgundo alguns Authorcs 45 ) dasfacçoens àcGnelfos, &c
tiiuderoreUridoioT Mtmy linhal,
(^^^^//^^^^y^que [antos aunos perturbarão Icaliajaquelles inimi-
%,<M.
gos do Ceíar tomando o nome de Gmlfo fua cabeça. Eftcs
,
t.
:. ; rador
FARTEI. CAP.XLIX. 115
rador j 46 fe bem curros daó nafcímento a cftas facçoens na ^^ Mexia/i^. com^.Pkthi, a-Sabd-
guerra do Emperador Frederico II. có o Suma Ponrifice Gre- Hco.
^':'^^«'« '» '^-«^í- '^^ (^"''i>b-'s cr
gorio IX.de dous irmãos alllm chamados em Piftroya Cidade ^'j' f >
'
perfuadir de fua mulher i mas diíTe Deos , que não tinha fcme-
^T/fS }. Qiiod non fit ei fimilisb
*i.
tctisu
'^^ Ihante na terra. 54 Com razão fe nãocoftuma dilpenfar em-
— ." quchumaPrincezanãoCatholica,cafeemEftadoCatholico,
pelo malquedella fetemej 55 & facilmente fe difpenfa em
Deutnon.7.4. Quia í^^'''"" "™ ue a Catholica café em Eftado naó CathoL co pelo bem que
s^
tuum nc fcquatur me & uc mag«s
,
ficr. qJ
^
^
,
» 1
viaid.jsaUcnis. fepodeelperar. «^
13 SeosmáosdefcendentesdeCaimcafaíTemcomasvir-
tuofas defcendentes de Seth, poderia fer que o mundo fe emé-
dàra mas fendo ao contrario , foy fácil que as mulheres vicio-
-,
Y
'**
CAP,
'
CAPITVLOL.
ComoDeos caigfiou gr* armwou o mundo com a^i^ias^re^
,
I
*
^^
I
Orria o anno do mundo i6<
_,P
conforme a contados f7-, 6.
r ^
,
'
„..,-!
í.iai^fiuemp.x.
»
Bcnediã mamas. m •
\^ Hebreos,queconlrado
,
exto
1 -r>
lagrado, (poitoquíW/iBo/M;»,
1
j
i
/i.
cwnidon cr hed.iFiQjiui.
doem peccados, determmou Ueoslubmergilio em aguas por i o,. ^inproiog. adubes Pawt. CaíhL ,
ultimo caíligo, i iMas como havia de cólcrvar relíquias doge- i-^'íf'i:t-<^,'^erbo, Heb,ako(,ar^Lres
nero humano
para tornar a multipUcallo feliz , ainda nefta "
( c;,,,./:^ 7.
ruína (diz hum Aurhor grave 5 ) fe moib-ou mifericordiofo,
pois, além de tirar aos raàos de peccarem mais, naõ deixou aos í
iJc>:c.i:ã Ftmand.n y.Goítffeã.^ «.
maravilha a v irtude. 6 Com municoulhe o Senhor fua refolu Mua múís iluér impadauVs.
*t' çaó ordenoulhe que íizeífe húa arca de trezentos covados àc -^
:
lher,& filhos, & noras com elles;(a companhia de hum bom fal- '"'"^ '"''
va também a outros aílim fe vio na de S. Paulo em outra occa-
,
liaóS) & que meteria também machos, & fêmeas de todas 8 ^ífl 17, i4.EcceáonavitiibiDeus
asaves, & animaes da terra, Sc mantimento para todos j 9 a
«"'"«quiiuvi^amce-um.
fome faria que todos goftaífem de hum mefmo mantimento. ,0 cnmmuiúsBened. Perer.in Ge>,e/.L
do Ceo nunca laó cridos ; ailim íuccedeo aos que íez por Jlze- 1 1 d chrj/of/om.in Gtn.hom xi.
.'^«ima m maia coníucí-udine obruta,
chiei & IfaiaS. 12
'
o 1 J•
/!• j Cl 1 ncícnci:(iuidcm peccatorum fòicorcni.
,
, , - .4 bete dias antes de começar o caítigo mandou o òeíihor i , E^eíhiet.tí.
â Noè que entraffe na arca & com elle toda fua cafa
, , &: cert- .:
//•;*• 28.
numero que lhe finalou das aves, & animaesj & por Divina
ordem fe lhe vieraóofferecer, ou os Anjos os trouxèraõ. 14 ^ ^ j? « .
Dizbanto Agoltinho, 15 que entrarão os que nalceni de gc- .;, Gf«./ii.N. *«.
raçaó &: nao era ncccífario os que fe geraó de putrefacçam
, ; » 5 i>-%yf'-'i'à.c ij ad md.
ti8 EVA, E AV E
^ . ^^ < Emfetediascreou ScfantificouDeosomundo: i6 &
j
Ihe Lia, fervio outros íete para alcançar Rachel. 18 Jofcph, íi-i«.<
cnc/.i9.
^^^^ ^^ Chnfio , foy feptinio filho daquelles matrimónios de
19 Genef.^o c7 5 5
« ij. Jacob. 19A felicídadc q teve lhe veyo pelas fete vacas & fcte ,
mem fe divide em fete idades, & os feptimos dias , annos lhe &
faó criticos. Os movimentos faó íete: acima, abaixo, adiante,
atraz, à parte direita , à efquerda, 6c ao redor. Atè as creaturas
faó todas de hiia de ícit maneiras j ou fó efpirituaes como os ,
'^Tg.ÍS'"'?""'""'" ^ ^'^ ° Texto fanto que fez Noè tudo o que o Senhor
,
30 D.chryfin Gtnef.bom. 15. Ihc mandou j 28 qucm fctà tam ditofo que iíto fe poíTa dizer
delle? Fechou Deos a arca por fora, 29 porque Noè fe naó
*'
' ' ' ' "laftimaíTe vendo tanta ruina; 30 ou como quem naó fiava dos
lançou a terra prodigiofas fontes :& tédo horroj dos que creá-
ra , fe cobrio de aguas por lhes naó dar fepultura. As flores
por flores, & por pequenas, perecerão primeiro conforme
asleys domundo logo o cultivado dos campos j porque
:
*
far nellasmas ficavão nas aguas, porq das perd àS gcraes nem
, , '
quenos , &
gigantes: os filhos Corriaó paraasmãys, que em .
de. E dizem que poderia aqUelle navio fer levado alli por ou- .
rece mais certo que o mar a tragou , éc levou aíli por concavi- -
& quarenta noy tes efte diluvio , que fubio quinze covados fo- •
»}o '"^VA^EAVE
âc contrario quando O homem eftá em graça , difle o Apoílo-
j^Paul.adS^m.i.ít> ioj35 que participaóascrcatiirasaqiiclla felicidade.
9 Só Ncè navegava feguro em fua fé , & fracas taboas
, .
^^'"''
antenas que fez Dédalo fem vela , que achou ícaro fem re-
, :
••
Marinheiros Anjos, & com Piloto Deos. Qiie fáceis nos feriaõ
todas as navegaçoens nefte mar de lagrimas, fe nos regeíTc-
mos por elle Sem entrar novo ar na arca toda fechada viviaó
.'
,
cada hum bulcava fcu centro. Mas ainda aíllm era tal o medo
* dos que íe fal vàraó na arca que atè os brutos fe achavaó como
,
infcnfiveis; juntos lobo, & ovelha, galgo com lebre, afíbr com
perdiz, a rapofataó fimplez como a pomba, o Leãotaó manfo
"
como o cordeiro todos efquecidos do natural , occu pados de
5
o deGyges ,
que foy dalli a feiscentos annos , morto Abra-
ham & o de Deucalion, que fuccedeo paíTados mil annos em
j ,
X?
Stafoy a cabida do mundo no peccado de Adam por Eva.
1
7wvf.i»pfi»cif>. Quod yóas cft in ledo males,corporaes em que cfies ejiao ainda de melhor condição , por-
,
^ 5«(,V.8 9.C7'io. çS i
6 co/n a tnnocencia confervariamos iodas as felicidades:
.er 1 8 cumfequtnuh.ufq. '^
I o Sép-c. 1 } .
^^^^ ^ cnme chamomos todos os infortímios-y 8 fe temos o qtie
II 5«p. d y..o-c 45
c
j^ viikf^asnoFiosS
na.p.i.n»v:da
nos concdiou utilidades com os Cáftigos devidos ajvjiiça j 9 ^
^ provideíiciânos mculcou comodidadcs que convertemos con-
Pranosmefmos. 10 Tudo o que nos pudcrajazer jelicesperver-
'
tonos
PART. I. CAP. L. iji
temos sm noffO d ano y ii atedejuizo ficamos faltos, ii CaUim-
niamos a natureza de madrajla ofendo may amorofa j qnizera cila
fer-nos muito fnave , mas nos a forçamos aferfevera^ foUcitando
O- fundava feus Conventos emfitios pouco Jadios 13)0 defcan- ^ l],„J^'ji 1.2
ço nos faz viciofos as dignidades nos lifongeao : as riquezas nos
:
neceflario que feja fendo Chrifto Senhor noíío; fenaò foraó f,iu I,uinèla,proqa;busneceire cTtoo.
de morte , &: morte eterna , naó morrera por feu remédio o Fi- ">'••"'" ch:'itu.n vuinc.ac: non
cíienc fi
'
V iij EVA
EVA O u
JJj?
TRIUNFANTE.
LHE ATRO DA ERUDIC,AÓ\4, E FILOSOFIA CHRISTAA^
Em qttefe reprefentaõ os dous eftados do Mundo
CAHIDO EMEVA,
LEVANTADO EM
E
:
AVE.
NO PATROCÍNIO DA MAGESTADE AUGUSTISSIMA DA
ll^
LISBOA,
Na Oííícina Real DESLANDESIANA,
Com todas as licenças mcejfanas. annô m.dccxi.
M 3
^35
H^.-l^?M-hç^:b§fe|fe%^í^^b^ k*í:
EVA, E AVE. O u
MARIA TRIUNFANTE.
Theatro da Erudição , & da Filofoíía
Chriftãa.
O
AVE/ Mundo levantado.
,i.
CAPITVLO I.
os mares. Foy muito grave a noíTa doença ^ ", & nuliacaufa eíl mfdicinx. Venit
nede krcra
remédio ptae
o remeaio nremriraõ- i em "
larga preparação,
o^ífÇ^lon^agnusMcdicus, quiapcr
jo,u,„ ubiqwe jaccbat sgrotus. Gcnus
quanto não alcançamos faude , contente- ergo hiimao«m t-jtum pericrai eít^uo
peccavitunu? in quo wtum crat. Noa
2
T7A.J J1J
monos com ir vendo os fmaeS.
o-....
,
^ K , abrir a arca que lhe fechara; 14 mas elle f^ naó fiou da primei-
"
^ ra bonança. Deixou paflar mais quarenta dias, &: por hum po-
f 4r ^'— - ' ftigo lançou para explorador hum corvo que naô tornouj
,
*
CAP,
PARTE II. CAP. II. zi7
C A P I T V L O II.
Cínef.Z.ci n.i 5,
I X? Aliou Deos a Noè, dizendolhe que fahifle da ar-
i ,
ca, & com elle fua mulher, filhos, & noras, OCOS ani-
niàcsque tinha recolhido , & que mulciplicaíTem.
2 Sahio, & fazendo hum altar oííèreceo holocaufto de ,
gado & aves ; & íendo divida por graças da mercê que
,
mais a terra \ 4 lendo iílo antes razaó para caíligo. Oxalá 4 Oí-Mf/:?.. %u
nos feguràra das culpas, como nos fegurou da pena j mas de-
terminava inundallas com feu fangue <k perdoara menos , fe ,
docamporouporqueosvirtuofosdefcendencesdeSeth por ,
'^"^'''^
bargo do que alguns cuidarão , porq fempre foy final natural
dechuva.comodeentaó o ficou também fendo moral da paz
promettida; 8 & daqui veyo coftumarem os Hebreos pedir g P/wíad/.i.iMS.s.j.
final
. 1
:
deciavib Scriptitrre^. ,. d.' jpir.o- antigos chamado^^wo, por corrupçaó do ttomc outfos ono-
iit. :
p.c.li.n. }.
6 Diílo, &: do que fica dito do arco , da bençaó , Sc de ou-
tros. íinaes , conjefturaó grnves Authores , 21 que revelou
1 1 Beuter O" Mal ute Jtifra,
.
14 Do nome da mulher de NJy vide 7 Eu confideromais que ouvindo fua mulher Titea 24
,
Pimdjid.l.i.c. 19 § 3.
MatuteJupr $.5.
.
trinta annos,fob pena de ferem enterradas vivaSj& depois dci-
rH Pedro Sanches de Viana no Cõment les fe podiaó cafar > 26 moftrava Titea, que
haveria virginda-
* Ovid.Metam.i 571 44. de fecunda de mais abalizado fruto. Noiquc também he notá-
vel, que fendo reprovado entre os Romanos o voto de caftida-
de,
PARTE II. CAP. III. %i9
de, por impeditivo da propagação^ (que por iflbCornelio Tá-
cito impiamente ignorante chamou aos Chriítáos ccnviãosde
terem odio ao gemro humano , 2 7 ) 6c tendo contra fi as leys que 17 Tach ^rml i s.pofímed.
depois revogou fantamenteConftantino Magno } 28 todavia o^iioíiu-í^-iiigíncriscoavidiirunt.
'' ^'#-"' w*.c<,«//.,^«./.4. t ^^.
aquellas virgens fe fuftentavao com rendas publicas que lhes ,
'''^' ^'
accufada de pouco honefta , provou fua innocencia com levar
diante de todos hum crivo cheyo de aguado rioTibre atè o
tcmploi 31 Sc diz o Doutor Angélico, 32 que fe pôde attri- jt D.Thominqu^.difpututqó.art.y
buir a milagre, com que Deos quiz aíTiftir à virtude/aíliílencia '"^ 5*
bem devida fe Titea na inftituiçáo daquel lis virgens teve al-
,
c A p I T V L o m.
Dos nomes da mulher filhos , ^ &
noras de Noé : quan-
to em breve tempo multiplicarão. Como Je dividirão
a povoar Aíundo. Como paf>ârâo os animaes a
o
variai -partes. Fabrica da torre de Babel. Refere-fe
a fabula da batalha dos Gi£^arites com os DeofeSy pai»
ra exemplo da mifericordia de Deos com o género hu^
mano.
ClTamyjaphet 3 com fuás três mulheres; em cujos nomes os El- j gw/ 918.
critores variáo,4 chamandolhes, cu Pc.rfid Cãthãflnãi èc Fli- 4 zJpHdPinect. Mon^ch.Ecckfp,i.l.
,
Cj,r„i]ero/a,Mat,<tedc.i.§ í.
6 E pofto que aleuns dizem , que depois do diluvio gerou ^
Noe outros hlhos; 7 o fagrado Texto 8 lo diz que dos três ji/^wf d. §. 5.
di/íurfví. mefmo Noè , quando morreo deixou cento feíTenta &r cinco ,
ij Naí.p.e.uit.nofm.
j^ repararão O gcuero humano fò comknçarem pcdras quefc
convertiaó em homens, íc mulheres.
i4BeH.Per(r,nGe»ffl.^6n9.tom.í. ^ Havcndo paíTado ccm anuos , 14 ou cento, &: trin-
Ts f/Jli'V^ i.c! if
.' t^ ^5 depois do diluvio, eftavãojà taó multipUcadas as fami-
16 Gcnej 10. lias dos três filhos de Noò, q elle as dividio pelo mundo, fina-
LtèjoanM,chr^l.i;/y.,ugm.hf ^.
'•
j^ndo a cada húa as partcs quc liaviade povoat. 16 PaíTaraõ
17 Pmd. d. u.c.ii.§.i. também a Ilhas em embarcaçoens, 17 cc levarão os animaes
domefticos, Sc pôde fer que alguns bravos; ou eftes foraó leva-
18 D u«.?.<íeCiv.Dfi/.i6.f.7.e^6«- dos por Anjos, como parece a Santo Agoftinho, 18 às remotas
Itnfin
'
C.T.Ce II. '^
aquenaopodiaonadar. J„ -'_J-'
4 Mas antes que as gentes fc acubaíTem de feparar, efquc-
cidas ja do caftigo paflado & loberbas na abundância preícn-
,
11 Hiji Sch',íafl.c.\%.
9oJeph.de anti j L i- c.^.
também
rf „
para alli refiftirem,
•• vr
&
eícaparé a outro diluvio fe fuc-
/- y-. «
Pwtdad.i.i f ii.§. 1. •
i i
cedeííev& dízia Nemrod,
i
que para
i
eícalar o Ceo,& i
combater*
Matute, d idade t c.4. $.1. \ comDeosem vingançadodíluvio paíTado.aquella ambiçaó de
it eraar .tp.
. .
fama poderofa para tirar O juizo , 22 lhes diftava multiplica-
dos defatinos. Ha quem diz que chegou a fabrica a altura de,
XI MatHted^.i.
cinco mil cento & fetenta & quatro paíTos. 23 S. Jeronymo
X4 D.Huron.y comment. inífai.tnex-efcreve , 24 quc ainda cm fcu tem po ( fcgundofc rcfcria } ti-
'* ^ ""Z'"-^*" nha quatro mil paflbsdealto; fe bera ao Santo parece incrí-
tfr «r"*"''''
vel. Sem duvida era grande o edificio, em que trabalhou tanta
gente vintc 8c dous annos 25 8: fo principiado foy aíTento da
:
Floícui h-/}fu ra
• Monarchia de Babylonia,8c de cujos fundamentos fe levantou «
dijas. 3
1 Aconfelhado Júpiter da fabia Palias, chamou em feu 5» ovUMctam.i yfib. 5.
,
'^
a baixo Sc como cahio de taó alto , era força que fe fizeílc pe-
,
. fem cuja companhia fenaõ atreveria , por mais que a honra o '*^
picafle , & caftigáram com morte taó grande atrevimento,
Ephialtes. que também fubira, era taó esiorçado qbrigou fó 3
Iheriade rayos derrubou trcs vezes aquelles montes , porq os Terfamconati imponerc rtíiíori
V ij porfíia-
: a
i-umantem prcmit japetum. ficou mcy O qucimado j & quando fe move cançado de eftar de
37 ^dfw hum lado faz tremer a Ilha toda , 8r efcurece o Ceo com o fu-
, ,
,
l>roclnra:ia.vumror.itaNumcnta^^
nio que rcfpira. 38 Typheojaz na mefmaSicilia;&feu gran-
5 8 Vir^ ^teiã.i. t.
^''^'"'' íemiuftuin
de corpo occupa todos os três promontórios que a formaó , &
cwpís*^
'^•''""^Mbedaó nomcde 7r/«/zrn^i porque Peloro fronteiro de Itália
Ur^cnmoHehac,ingciitem(]ueinruperlhe opprimc a mão direita Pachinoaefquerda-, fobreasper- j
^^^^^'"^
impoluamruptisflammam expirareca- ^
nas tem o Lylibeo i &fobre a cabeça o monte Ethna. 29
^ u ^i J r u j •
Ne
minis, ptuno, porque também O quizerao lançar do ícnhorio do mar,
Ec fcflum quotics motac latus intrcmc- atou Egcon a huns rochcdos do mar Egeo
, 40 & Adamaílor, :
reomocm
qucnamoradodc Thetis,paflbu aGeneraldomar,& a pertcn-
xerc fumo. dia por defpojo da guerra, toy convertido no grande promon-
}9 y^ir^o^vid. L 7. tório que chamamos de BoaEfperança. 41
Aulíertt dTuosiaxátem^.co.a nem. ^ Efta, refumidados Poetas ,foy a guerra dosGigantes,
41 Camoens nas Ln/adascM.s.eít.^9. celcbre com O nomc dc Gigantomãchiã; &
poíto que osExpofi-
cr fegmnuu
41 iUfert
Viina Kocommma Ovid.d /.yii
„ .
larzamente Pedro Sanches dt
r
9.
i j
i*/^-
torcs das allcsTorias defcobrem nella grande doutrina moral
/-n -j
42 pudcrao OS Gcntios cnlinalla em maneira mais decorola
• /-
•. -
C A P I T V L o IV.
Quam/uavemente impedioDeos a fabricada torre de
Babel com a confufaõ das línguas. Como/ó a He-
brea ficou a mefma^ Çffhe a mais antiga , fe ha Uns
gua natural. Mudanças que houve ; 0* algumas
curiojidades na matéria,
X fhfi^.y/i.p. i.c.t. ^ '\y^ ^"^^ ^ ^°"^ annos i havia Deos fofrido a continua-
\ çaó daquella fabrica foberba, quando forte, &fuave«
menteaimpedio. Setenta &: duasfamiliasfehaviaó derivado
1 Ceis. cap IO. dos trcs filhos dc Noé , como fe colhe do Texto fagradcj 2 &
fó
PART. II. CAP. IV. 14J
fó húa de que era cabeça Heber ,
, quarto neto de Noé
por feu
filho Sem , naó cooperou. Nas fetenta & hua confundio o J>-
«/:7í?r a língua, 2 que em todos era Hebrea, herdada de Adam, \ nZÍÍi^'^' ..« n ,
como diremos, tazendo-os eíquecer delia 4 & logo ( fegun^ "^ 1 "»«.
:
gia. Moftra-fe da fignificàçaõ dos nomes, Evay que hctnãy dos JT/^^ j^f^^^^ ^^ s
tuie ^f.hfam.i.^
^ ^^*
•
aonde naó ouviíTem língua alguma, &fe ver depois qual falia- n GtH.^.u
'vaó. PaíTados dous, ou três annos diíTeraó, Bec, que fe cuidou
J'
^"-^-^-a- 1$. • — -
-
&
meninos , nada fallarao 16 como também naó fallava hum , d. ^u^. de íus>ê.ãmm.e.t9;U i:
•,
5
pronunciar palavras j mas quaes hajaó de fer, & como fe devaó í^,flde Taranta, t.cdefurdit. l.
ír-jUdéJeS-Thomis na Benediã. Lufit. dc cinco mczcs fallou algumas palavras , & depois não fallou
tTat.yic.r,.
Cpoftoquefeentendiaqueouvia^atèferiàdeannos; emquc
vendo que hum boldado do inimigo victoriolo queria matar a
i.(,- -^
'
:
feupay fcm o conhecer, com alta voz diíTe Tente )7iao mates a
;
conhecemos, fe em húas qualidades excedem, faô excedidas ^'^""«^ '''"'^««'" "« ««^^- '''^"«'íe-
era outras tratar efta matéria nos divertiria demafiadamente
j
4) fí«i«f(7/a«./.it-c. 10.
4"^ ingenuamente lhe confeíTou Quintiliano 43 fobre aLari-
na , ( pofto que Cicero 44 naó quizeíTe ) pela facilidade
44 'cica.i.iÀefnih. juntà com mageftade na pronunciaçaó , a cujo refpeito , como
dizStrabo, 45 íe chamarão barbaras todas as outras linguas,
45 SiTiU. 14. pç|^ brevidade com que por termos elegantes fe explica tam
/ «^ Lc-.«.-/..« clara,comofevè no diftico referido por Macrobio, 46 quenao
Icpode traduzirem menosde 17. verios Latmos pela pro-,
utdcpofitum rcddant legcmíbuj itaquc gm profa,& verfo,como vcmos nos Hvros Greeosjcm
,-
q fó a lo-
^ ^
cuçao da bua nova alma a qualquer matéria. Depois fe fer
geral a lingua Latina ( como hoje o he em quafi toda Europa}
por induftria dos Romanos, que dominando a mayor parte do
mundo então deícubertOjpara melhor o unirem a fi,o quizeraõ
Tcduzir à fua lingua ; 48 ordenarão cfcolas delias em todos os
48 P/m./.,.f.5.«prí«r.Totpt>pulo.
luni diícotdcs fcrafqj lii.gtas fcrtnonis lugarcs dc fcu Impctio , 49 & juntamente com o jugo ( como
,
commcrcioconttaheretadcoiioquium.
A9 toaôHuarte de S.Joao no txame -, ^ ,-^ -ia
^jj^ Santo Agoftinho 50) osobrieàrãoa tomara liníTua,quc
11 • j
diengtn.cio.foíiprwcip.ytr/.iasUnguas. antcslhes conccduo por priviicgio. Acxcellencia delia pede
1
^
1
1
so D. ^HjídeCiv.Deid.L9.c.7.ãHtc efcfítura mais larga , & parecia lufpeita nos que feprezão de
l-atinos;& mais nos Portuguczes,quc avaliaó a fuapor pou-
'"ti c.moêsnasL.pad.cant.i.en.
E lia lingua na qual quando imagina.
, CO difFerentC; 5 I & parccc que também participou da Latina
€om pouca corrupção crè que hcLacina. q fazcr-fe geral em muitas Ptovincias , & Reynos da Africa
Alia ,& America, aonde OS ror tuguezes a levarão. Ate as gen-
tes barbaras da Africa , & America tem linguas geraes entre íí,
que por todas aquellas partes fe entendem , & delias fe fervem
os que vaó commcrciar tal he a Providencia Divina em reme-
-,
CAP,
,
CAPITVLO V.
Primeira Monarchia que houve no mundo, como come-
çou por tyramia ,
Q}* bem adquiridít , he convenien-
te , ^ melhor que o governo de muitos, ^e cada
naçaõ deve Rey particular , f5* natural ; ©*
ter f^u
qual foy o principio dt idolatria com que os homens de
novofe arruinavaô.
ç ate que no anno 275 .depois do diluvie, ( ia opiniáó que figo, f Gen((
IO
tentes de outro governo , pofto que dado por Deos , pedirão crj»»-
ao Santo Profeta Samuel que lhes défle Rey , como tinhaõ to.
das as naçoens. 12 iii.ji^fgi.^.&Deuttr.í7.t4.
4 Só os exceflbs dcmuitos Reys levantarão a queftão .'13 1 ? a^p«'^ simtnc.de ^pj ».c.i j:&
fcheraelhorogovernode hum , ou ode muitos ? Contra o J;;''/;;jJf 7/^^^^^^^^^
Monarchico de hum fe confidcra que fe os que governão faõ t ». t. 6.
,
, , í- ,
,
111
fe faó ^^^"^ T.'J"Í' ^!^'^T''f:X'}: u'
SalaxeTdeMendo^tttdisdtgmd deC.tíelU
/
foluto ) que íer hum fó que executa independente. Se he dif- Fu^^ionfi Remon , tratado itgovtno hn
ficultofo achar muitos bons, hefacil encontrar com hum mào. '^fJtúf^Z7»nu^çu
'"
do , ôc pôde enganarfe. O
Senado elege-fe por votos i o Rey
nafce
• 1
-
.^ j j r-r u ^ n
19 íi>em. Thre„ c. ^.infrinc. Refpicc ^^^ Godos de hlpanha, 23
o .
&
os Portuguczes 24 o prevenirão
-^
Ínãmotndfin.tm.n.n. toCanoníCO. 28
W Í!5ír6^Domine,(;inte«tporc 7 l^g^ naqucllcs príncipios fe quebrou cfte in-
^. ^"i^f"^
hocrcftiruesRcgnumifaei? Morto Nemrod(^quealguns 29 querem que feja o
ftituto.
16 Dfwtíra '.17 15. Nonpoterisaitc-
nus gentis Regem faccre.quinoufitfra- j r»
queos Gentioschamàraò Belo) com feíTenta 6c quatro annos
a j j r xt-
1 /^ 1 1
i* P. i.f .iv- í Occidentc 6c cuidariaó que lhes faltava mundo para eftcnder
:
,
accufi va o prudente Embaixador dos Scy thas, 3 5 de tão cega j 5 .yfyud Q.Cm.f„prà.
ambição , q fe venceflc todo o género humano , havia de ir pe-
lejar com as feras fel vas, neves , ôc rios ; a de Nino excedeo
,
peccado , & o mais nefcioj pofto que alguns lhe dão principio
em Milefio Rey de Creta outros em Prometheo (k Filo He-
: :
breo 27 diz. quejà antes do diluvio Tubalcaim tinha feito .^ vli ,, , j r, . .>
GAP.
150 EVA, E AVE
C A P I T V L O VI.
I
I
^E
principio fe introduzio terem os homês por dei-
tal
J Dicgo de
Pmts Cr Menêoça na bi/i. avcs das que imitaó palavras , a dizer Gram Veos Safon &c : ,
ncceíía-
;
ierfiihodoqueofundou, ficavaSaturnoemoutroquefunJa-
va. E também como havia muitos do mefmo nome, fe confun-
diaó as acçoés de huns com outros,ou de todos em hum ( prin-
cipahnente pelos Poetas ) como fuccedeo em Hercules.
4 Alfim mefmo á mulher de Moè> chamada 7/??^, 13 ado- «i.
-^«/"•í'
15 «
"'^''^'*"'
ràraó os Idolatras por Deofa, chamandolhe humas vez.es Cy- I^ íZ'f/lílL «'.V.'"^"'
hlles 14 &:ouLras/^(/?í?i 15 nome, quefegundoBeroí^i 16
^ 16 Bao/ãejícr ch/iid.i. ^.afu<i Bruto
^í"/''' ^•«•^•*M' '«f^»
fe lhepoz logodepois dodiluvio, por iigníficar chama de fogo y^,Tlf
que ella, para o facrificio de feu marido, tirou aos rayos do Sol
com hum efpclho que fe naó efqueceo íalvar naquella tempe-
,
Penélope.- em Satyro,
paraadulterara Antiopa:emchuvadG
Danae em fogo para deflorar a Egina
Oiiro, para alcançar a :
,
gras.
1 Para ifto tinha cada Deos feus facerdotes com diver-
fos nomes , &
grãos de dignidades. O
mayor fobre todos, que
chamavaó,Pontifice Máximo, eraó em Roma ordinariamente
os Emperadores.A dignidade facerdotal chamada, i7ízwf7/,fa-
zia as ceremonias com a infignia de hum barrete como mitra >
6c era taó excellente , que fó havia três Flamines para três Deo-
fes efcolhidosi hum chamavaó Flamcn Dial, para Jupiter.ourro
Mãrciãli^^X2. Marte outro (^nrinal, para Rómulo q chama-
: ;
ba do meimo metal ic\ por eíta infignia, parece que era Semi-
ramis Rainha de Babylonia.
14. Em Hefpanha houve o templo , 29 que os Hefpa- „ ,m o . , ;
ouve tantos tao grandiofos, que cada hum era hua mzra-j,Ji,h,f}j;^Q,^,^jij,[j6.
vil ha,
16 Das fete maravilhas do mundo mais celebradas , foy
o templo de Diana em Ephefo, 33 Cidade que as Amazonas
fundarão em Jonia Província de Afia, & também fe diz q fun- ? Ce« p/,». strab. SoU». Pompov.
?
-.^«''""^^>'"^^v.r.
dàraÓ o templo. Fundou-fc em hÚa lagoa por evitaroperi- ;^';^.^^-'
godos tremores da terra j por traça de hum Theodoro grande yide vijra c.ei n.e.
architedo, 34 fobre alicerfes , em que fe lançou muito car- - •
,
.
mefmodiaemquenafceoAlexandre,queafubjugou.35 Ree-
,5 PÍut.rchMjk..
Cicer.l.x.denai.Deor. dincou-le com muita gfaudeza mas a pnmeiraioy a mais ce-
;
}8 D ^ug deCiv.Dehl.^.c. 17. ferviço à R,cpublica , em hum grandeaperto que teve Roma
que por efpaço de dez dias havia feito continuar os jogos para
aplacar osDeofes , 39 como fe naó fora mais útil aggravar taes
j9 D.t^uguií.fiipr /.i.c. 15. Deofes faltando em íeu culto, que obrigallos com venerações.
CharondasLegislador de Carthago condenou por infame que
levantaffe cafa mais pompofáq os téplos. 40 Finalmente eílc-
40 Stoh.ferm.4^. yc quafi toda a terra raò efquecida de Deos,q vendo-fe chea de
'
innumeraveis templ-os de idolatras, muitos feculos naó teve o
Senhor templo algum em toda ella &c quando veyo a ter hum:
CAP.
;
C A P I T V L O VII.
Morte de Noé. Como entre a Idolatria confer^von T)eos
femprefeu conhecimento entre os mais efcolhidos >
lançou. 5
Succedeo a fantiddde de Abrahami& pelomefmo tempo
3
viveo o SantoLot-,logo fiiccc ili vãmente os Santos ífac Jacob,
&c Jofeph.6EdenesproccdeooSantoJob,fiíhodeZara, ne- 6 Genef.ii.cumfequemih.
* r-
i5tf EVA, E AV E
advertiaój q naõ podiaó fer Deofes, os que haviaô íido homés,
fendo as naturezas taódifFerentes nem cabiáo em Deoles os
:
10 or^heHs, ih ígHorantes ; quc O verdãdeíro Dcos heo qtíe creoíi o mundo; & có-
tom.Poeu minaresGuci.
tinuando o mefmo propofito.acaba: que ajjim o diz o que nafceo
das aguas por efte modo allega a Moyfés, tirado das aguas
-y
ug. e IV, n
Agoftinho
6c largamente refere Santo 14 que viria tempo
,
8.f. 15.
14 .
^^ ^^^ dcfcuberta a verdade , fe conheceria ifto.
7 ThalesMilefio.hum dos fete Sábios deGrecia, que vive-
1 5 Fiofcui.hiii.p,uc. 6. aã fn.
^^^ "^^ annos , pouco mais , ou menos, do Profeta Daniel 1 ,
1 1 O
ratfmoconfeííáráoos Reys , Cyro, & Dário nas
cartasque dcraõ para liberdade dos Hebre^^s, & reediíicaçao
do templo i& outros Reys de Babylonia, & Ferfia em varias
roE/k^Uc. x. é^.erl. ,.*. ».
occalloens. 20 ,
12 O
melmo reprclentou Arilteo a rtolomeo Phila- .
^''"''^
13 Plataó alcançou renome de iíi;/«í>j porque arinoLi com
tudoo que o lume natural podia penetrar íabre o conhecimen-
to de Deos em qualquer parte de fcus efcr itos fe encontra ifto
:
tam repetidamente , que fora muito largo ^ & efcufado allegar tr nde d. ^u^M Civj)enã ea^.u .
^
bum j ó" ^''erbiim erat apnd Deurn, yerhnm caro faBiim eji'i^ 1 f « «. 5
i.
'
fer revelação, & que r latão alcançaria noticia deites myíteriOvS F:'{i^oj c. & i. ,
pelo Profeta Jeremias, de quem foy contemporâneo} 27 ou j'"' '^fo da -verdadeira & falfãjrojecir-i, >
por liçaó dos Profetas Sátos como Santo Agoílinho tem por x;"r(l, j.^ ^,i
,
7 a^r ?. ,j ,
14. Com ifto parece que em al;3;uma maneira fe faz cri- '^'', .^. „.,„ ';;"''*:
. .
vel o que refere Accurcio (Si: o devia tirar de algum hvro anti-
go cm alguma glofa do Direito Civil 29) dizendo, que quan»
,
gos antes de lhas concederem , enviarão a Roma hum Sábio, ^'^' j^" ^'"' "'•
, . .
fo^gnejur,
q examinaííeíeeraò dignos delias. Qiie os Romanos puzeraô '"^ "^
hum ignorante na difputa , porque fe ficaííe vencido , foííc fó
matéria de rifo, fcm perderem reputaçam.Qiie o Grego come-
çara a difputar por acenos, levantando hum dedo, querendo
fignifícar, q havia hú fó Deos. O
Romano cuidando q o amea-
çava de lhe tirar hum olho , levantava dous dedos, ameaçan-
do-o.q lhe tiraria ambos os olhos> 5c com os dous dedos levan-
tara também o poUegarjComo naturalmente fuccedej&oGrco
go entédèra que elle dizia , que aquelle fo Deos tinha trcs Pef-
/ _ foasj
158 EVA, E AVE
foas jeftendèraa maó aberta, figniíicando que tudo eftavn a-
,
'^*'' ^"
coufas.Diz,que fe fe bufca fortaleza,elle he o mais forte:fe fcr-
mofura, elle he o mais fermofo fe vida, ell eheim mortal :fe
:
íir^j'
C A P I T V L o VIII.
Come Déos for Profetas , Q)* , "vaticirúos também en^
tre os Gentios , ammncia^ ao marido fuá vinda :
folcgo,
6
floram texerc.
Idem D.Chry/oí.lerm.tj.inprinc,
Moabitas :6 oaó tepito o da fepukuradePlataójporqueià fi*
6 NumeutA, iT.Orietur (teiíacx ja- ^a reíerido. j
r^ ri1 r \ ^ /
Conta-íc, que os Argonautas (que foraomilòí:
r-i
sob, & confurgct virgi de ifrael. duzétos anuos, pouco maís, OU mcuos, autes da vinda de Chn-
\ S^Jfcw /(^,emtempode AyalonJuizdosHebreosS) perguntandoa
humoraculoja qDeos dedicariaó hum famolòtemplo,q fabri-
carão em Athenas, o primeiro que houve naquella Cidade,
(outros dizem , que em Cifico lugar do Helefponto & alguns :
ítãos
1
Meítmo, queferia pofio em htima mangedonra, o qnal havia de 'J, \],f,^c.io. «. ,0.
te, efinr determinado pelos fados( taili como gentio j queh.^via ,, Sucm.inirJf.JÇi^nuc ^.Vixcx^h'xc^
finaeSiò^porrepoJiasde oráculos. A lifonja quiz depois entender 14 Tch hífi i i.fopfm^i^ occuiu
!f^^
' .
rc
queo meímo Cícero o accufou. 27 ^
'^ ^"'^-
do o Senhor, íem feus merecimentos, a faude do povo. 29 Di- 'í ? ^^iS '' " ""^
zeroroeta :ja do Leo alto Je envia hua nova geração , 30 a- Cum d Tham.Navan. inc.novit.de judk-
madageraçao de Deos, grande augmentodejnpiter-, q vai tantc ""'"^ " *''.5- ^ **•
(cÓmcnraAfcenrio}como:e?;^^;?í??o dageraca1> deJnpiterÇamm jZl"lfo^^^sCzlodir.ittmr aiío-,
chamavaó a Deos 3 i^íó do Filho deDeosfe podia dizer. Ufar. Chata Dcum fobolcs , mamium Juvis
imitando a Sibylla, 32 da metáfora dos carneiros, que naó
'"""'ST.prW»..^.
temeriao os Icoens 3 3 pare. níoílrar a concórdia , que em tudo 51 i^,de dp.ftq « 16.
,
dou?
.<«
,
^! 6
inprinc.
n JL^ dcz ou doze foraó 2 celebres com nome de Sihl-
,
PARTEII.CAP.IX. t6j
tode Clmfto Senhor noflb , mil quatrocentos & onze annos. 8 ctMT ^'""^«""«^'''^^'^í/i.m.
5 Quarta a Erythrea de Erythra Cidade de Jonia em
,
ConralGefner.inommnfí.prof.Tio.
Grécia iChamou-íe//^rtípMfi o "duvida.fe lo em que tem- ^
pOi parece certo, ii quenodeVet^cra, ozdoLjãpitioBaracpv.tAhxab^iexfup.
entre os Ifraelitasj 1 2 mil 6c trezentos annos, pouco mais,ou '° ^P"'^ D.^ugje a-v.DeitUl.ii.
menos antes da vinda de CÃn/?^. 13 ÍlGe"£./upr.
6 Qiunta aDelphica-, chamou- fe por nome próprio y^w- n Secunaàm Gakna fup. ci*.
ihemis, ou Themis huns dizem , que íby nafcida em Delphos *^ í'!t'^'^: n r
•.
'••'^•»*-
ctaGvtcix; ch^imowk Amalthea-y 19 foy nos annos de Tar- GaUrz^juo!'!! *
14 Naóhedefé, (dizodoutiílimoBifpoGarciaGalarza'»'»""'''^- *^ .
mana quaii maubitavel , que vaticinarão com cfpirito Uivi- ii»r«ft9 d.i.x.sMiuanttmedy
c3».> Y
noj
t(54 EVA, E AVE
jio;porque ainda que O demónio com aaiteza,qiicna6perdec^^
cleíeuentendimenro, poíía por razoes naturacs, conjettiiras,
difcurfo, experiência, &
outras caufas, acertarem futuros j 50
por nenhum modo podia conhecer muytos dos que elias pro-
fetizarão. Só fe pôde duvidar leaquelleefpirito Divino lhes
-. jo iíííwwí; ona .f.c.x .n. .
chcgou por meyodeefpÍTÍtodiabolico ,aque Deosalgúas vc-
zes revela futuros para os annúciar por aquella via em ordem
,
31 D.Thom. 11 í 171. «ri. s-crfi alem de que o Doutor Angélico no lugar allegaao,lomuy de
D.ijmbroj.e»n>wtm m.\.ep.ti'Cannt ei- panbapontouexemplc djs Sibyllas paraa doutrina
q propu-
nhaj oditodoutillimoBifpo 35 entende q S. Ambrofio (&
*^i'*SMrK^<d:í21nfm^.''''
omelmo fepódeapplicar aSautoThomàs) fallou de outras
- - mulhcrcsendemonirahadas, a quetambem a antiguidade feni'
«fetí»dkit,8piriiosSa«au9fltímg«m. icmpreconítanfeeítmiaçaOp
J5 A
Cumatia aprefentou a Tarquino PrifcoRey de Ro-
manovc livros de profecias, pedindo por elles grande foma de
dmheyro. Zombou Tarquino ôcellaemfuaprefençaquey-
>
^MeèllfsyhJLt". li"^
gares deferi os Embayxaãora que clame a todo ? os mortaes mifera-
,
^""©'L'/?.»*, mOinafcerÁdehumaVirgenicafta. 50
19 ALihycã: Vira diaemque oSenhortlíuminaraodenfo
das trevas , ^fe difolverá n fy^^^goga , & cejfarào as bficas dos
ProfeíaS) ó" verão o Rey dos viventes^ e^ a Virgem Senhora das
gentes o terá no regaço, &
re ynará a Mifericordiai ^
o ventre de
Caftót4/.jç/ar.««<i.á p.i».«<dfr.
ncftamaneyra: Naultimaidadefe humilhará ageraçaodivma,
totodfi-.
^
fèuniràadivendadeáhumamdade.-ocordeyrohadejazernofe'
5s^«c.i.*<í. EcccEi)rab«hco2na:a ;
jj ^homemferánutridocomo'memno. PrecederaÍ
finaes entre o^Jndeos. Huma mulher rr>uyto velha conceber x hum
^
í^jj.
^6 yidfmfrac.i^.nu
^^ rncmno; huma EJlrelUdomundo ^6 fe verá, esguiará. íjj 1
pefca-^
PARTE II. CAP. IX. xif
prfcddores, 59 ho^ncns hrumildes ^ ér Jjum diabo. 60 Naocom ^9 Matth.4.t9. Marc.t.ie.Ct^.
'cjpãda, ongncrrãOiQ^eytara a Cidade de ReysdosEneadoSi 61 luc.^.i.
:.l^snom,zoldoffc,dorJ,firezo,&pobrezavenceriasnque-,:^lZ^^^^^
zas,&pizãraafobcrba. 62 ^liiatr o ammaes fe levantarão para ]usd\> àicSuíiaiem dejudaSimonis
lebres verfcs dos que chamão .crofim ( que faó os que fazem ií;.£f'J!:Z',f:'7^-
íentido lendo- fe a pnmeyra letra de cada hum ;) deites da Si- 6^ SdUcet Anu chtútw.
by lia fez menção Cícero, 66 & feu artificio lhe agradou tan- ^^"^^j^*,
to, que os traduzio em Latim, como refere Eufebio 6^ q difle- ^l acfr.Uú^divimt^t.
ra o Emperador Conftantino Magno ao Senado. Eugubino 67 Êufeb. i» v:t. constamin Ma^x.
'
32 A Delphica diíTe Nao tardara cm vir o que eftafempre
:
idi) cuydadofo difto , ainda que efta obra eHara muyto emjegredo.
fú.
Continua moítrando o nome Jefus em .anagramroa de le-
.
^. «^ - -. -::::i;._..., ... ' Yiij
'
trás *^
,
Deos enviar do alio Ceo o Re v, ent^o dará a terra aos miferos mor-
taes-frutcs abnndanttjjtrnos de pac yVinho,aze\te ; o Ceochoverà
mel, ó" correrão mananciaes de kyte: o povoado ejiarà cheyo de bo»
7imças , ó" tudo vívirà emfartura. A
terra nao temerá efpadas,
nemtumultos deguerra: antes bumãaltapazgeraijiorccerânella.
77 Vi <i«/mc.5o.».ij#
^^ Os cordeyros pafcerao nosmon^es CO os looos^é- os cabritos mif-
turados com os pardos os mjos andarão com os bezerrinhos éf o
: :
leão car líiceyr o entrara nos curraes comohã boy. De ?ioyte fe aga-
falharão osdragoens comos pajlores,fem lhes fazerem mal,porque
, amao do Senhor os ha de proteger. 78 Em tudo humilde amara
^
Mcl^fyí.Aiatth. i".i. Lue.l.X^P^^ May humadonzcUa pura que emfermofura f- aventajarà às-
'
75 ,
?"«» 7«4i. outras mulheres.'- Alcg rate donzelía dofucceffo 3 porque o Crea-^
\\ ofe!!^\\'^'''^'''^''^-^'''''''''^
lhe dar ro kyte. 82 - Depois de tornar aluz ao ter ceyro dia, 83
8s ii/rt í 16019. havendo mojlradooforío aos mortacs , 84 ò' depois que enfinan-
86 eyfííef.i?.
doPdufirartudOijubiráaoCeOy 85 levado de nuvens. 86
--•-, "-28 DaAgrippafereferequcdiííe; 0;«7;^«aw//^r^í7/^ri
palpável, brotará como rúiZyfccmfeha como folha: nao apparecerà
fuavenuHade: o ventre materno o cercará: chorará Deos alegria
eterna > ò" fera pizado pelos homens nafcerá Deos de May , é^:
%f Maith.').u.tTc.ti.t^.Mare.%.conv€rfaráconopeccador. 87
t5.iaí:.5.5o.crf.7,j4.er 1J.7. _^ ^ ,-29'-'E da Cimea ; liumamulher dageraçao dosjudeosfele-
vantará , por nome Mana ; & terá Efp ofo por n orne Jofeph ; nafm
cera delia pelo Ejprrito Santofem obra de Faraó, o Fdho de Deos,
por nomejcfus; ella fera l^irgem antes, ò- depois do parto, ó" (^
que nafcer dellafèrá verdadeyro Deos, é' verdadeyro homem,
comopredijferaotodososFiofetas.
»„^-. -.,, 20 Eltas duas refere Caífaneu 88 a ultima por miiyto
mfiàtr. 10. adfn.
,, ,.
t% Cfifían.Catal. Pior. mim à.piir(,tX'
Ciara
.^rrrr e rt o
le faz fufpey tola. As acima reteridus , &: ou ras que omit-
:
\
•
centa, qvie como Deos quiz dar aos Jiideos Profetas, deoeítas 90 Dciím.c^UtanJr.i '.i [iromatt
Profetizas aos Gerttios. 91 Tinha myftcriodarem-lhes tanto y ExD.cum.ncutBoiftuid^ftgn.Et.
., credito. A Cumanadifle Depois que Romagovernar a Egypto,' '{TòlÍòc^ac)!7dZm/.U.epiff. t.
:
'
^ o enfren' comfeu império , entoo a fummapotencia do Rey im- i»pri>ic nb, pàuI. m
mu in (mmem. verè,
mottd do fnpremo Rey no nafcerà aos morfães, virá o Re y &
fantOy ^!''^'°"? ''^'"'7"'^™-
iftiedhtodo ornando fera os jceptros por todos os feculos dos (eçu- Haud equ dcm imracritò Camânxcat»
Us. E porque naóchegaíTe o comprimento diílo; fé ventilou
"^"'^^*"*»*^'
C A P I T V L O X.
Como Deos preparou os ânimos dd Gentilidade pard
fua doutrina com a dos Filofofos ; referefs a dos
Stoicos em particular.
'
triunfou da fortuna :efcravu dominou a fenbores, pois com al-
kgorias de fabulas mcftruu nos brutos o entendimento que
faltava nos homens.
7Succedèraó com documentos claros Anaximandcr,
Phocylides, Xenophanes, Pherecides & outros mellres inít-
,
*^"^'
i^migos taes comohum (ohcrbofe i?ff{>!itria : & (c IS i7i.migos tae ' co-
mo naverdade o he: òc em favor da Humildade , p< TL,untanio
< Lhilon
"
hum que defej a va fer rico , que riab tral^dhajjepar accrefcen iar
afãzmáa^ mas por diminuir a cobiça. E da Liberalidade d iíle
Tullio, 6 qiiefe deviacxercitâr comos bons , c^ naô com osfeli- M.Tiicic.i.offic. (,
,Jces. Contra a Lafcivia foy exccUente o dito de Demoítenes,''7'^"7 t^f"*"//^'»- «p*"^ Laat. de\itphilo'
qitenao queria comprar caro bum arrependimento. E pela Caíli- '^^ ,•— ~
'
" .
i%fhmifioci.apudriúurc,
nao pôde alcançar.-i-A' Priguiça chamou Themiftocles 15
(domrinadopelosFiloroíos)/è)í?/^//«r^<!/í>íw^'í?j. DaDitigen- „ «, . ,
•
" 'Cia diíie Demoíte-nes, quejazia os homens maisgloriofos que
16
&
nãofe governavaó pelo que vião eftando acordados: Sc dos
hiftoriadores inve (ligarem os vicios alheyos , & naô ve-
rem os próprios: &: dos muíicos temperarem os inflrumentos,
.&:deftemp'eraremfeuscoftiimes; & dos Astrólogos verem o
.que eftà no Geo,& ignorarem o qiie tem júto de íi: & dos Ora-
dores'
17» EVA, E AVE
dores que procuravãofallar ajuftado*;, &
obrar defcomp->íto$.'
&dos avarentos que vituperaváo o dínheyro,& o amaváo : &
dos que louvaváo os virtuofos 5i os náo imiraváo re-
, :
C A-
%
C A P I T VLO X[.
1 \
Doutrina, que enfinavfló,praricavão em fios Fi-
^j^
lofofof, feguiaófeus Difci pulos 6c imitavaóos ,
ne- :
.1
UcTtiusdcvk mojofh.inejusMta. mente coftumavafer. i Dandofelhehuma bofetada, lo diíTc:
Mole/la confahe naofaheremos hommsypimdo lhes he neccjfarto
t SetietJeiraLycli.
fahiremdecafacomvizeyra. i A Diógenes cufpio hum moço
no roílo, & fó diíTc; Nao me ag âfio^ mas duvido ,feferà hemagã"
l
Lg(rf./ttpJ.6Jn viiaDitgenh. Jlarme.^ A Lycurgo tirou outro moço hum olho, ôc entrega- -
dolho o Povo, para que o caftigafTe, elle o enfi nou a todos os
bons coílumes ,
&
enfinado , o aprefentou em publico , dizen-
do: Eííe mo ço ^ ó Efp arianos , me entreg afies mal aco(tnmado, eu
o refittuoinfiriiido comboa doutrina. 4 A AriílippbdiíTehuni
4 PlutnrchJn Lycttfgí grandes injurias i& ellererpondeo'; Oxalá fojfes tu tao fenhor
aaíua Img ua como enfou das minhas orelhas. 5
,
* « •> »^
j Ih Ude nugis Philofofh.
5 Demoftenes, ameaçando-o FilippeRey de Macedó-
nia, que lhe tiraria a cabeça porque fallava por Athenas fua
,
a natureza ,
:
/ ÍCÍO.
'
Theramenes Spartano condenado a morrer, hia rindo ;& per- ^'^'"';>W/«*po/oç. '
'
.''
pòtendonamáohumtroflbdemadeyro de covados:
três &
canfado daquelle pé, fe punha fobre o outro.paflando o dia em
tal penitencia. Efte naó quiz perfeverar com Alexandre ,
viar a vida paíTadas trinta &fete, ou quarenta annos de peni- PineátniMon^nh. Ecclef.Ly.e.i2.SA,
tencia. 16
Z 7 Tam-
•
i7« E V A, E A VE
7 Também parece q com myfterio era ceremonia d:: gen-
tilidade borrifarem-íe cõ agua nos templos parafepuriíic..ré
dos peccados , como íe prova de Laércio referindo liú apoph.
thegma de Diógenes Sc de Erafmo rcferindooutrode Va-
:
C A P I T V L O XII.
Genealogia de Chrifto Senhor nojjo , dejua. Mãy
SantiUima. ^ocaõ-fe as excellemtas de São
&
Joa-
quim , gr Santa Anna,
\^f^^^^^^ Judea
fótmha
í).H/frortj»pr*/ií.>:«r;rr«rw.«m-
naterra, e/creveo oEuangehu.
na hngua Hebraica para os Hebreos, 5 começando
.. ........ , ,^
} nor
^jt^u^Maub^o-. de Scrij^tof. EccUf. in Jbraham^^kcndcntc de que fe gloria vaó 3 & proíeguindo
por
Nuefhor.biíi.E£tkf. Ub.y t.u.& ornes Vavid atè S.JofephyC^ declarou fer cafado com Maria fua Máy
*^- SantiflimaiComoátambemmoíbrouferaJW^íjr^domeítno
í"^ng"e. pois lendo íilhaunica de feuspays,
.m(i,.A.n.. comoveremos, 4
\nuLJ naópodia,conformealey,5 caiarem Tribudiíferentej&pa
ia O mtento dc vcrificar o Meffias nefta qualidade ,
6 Expromjjio>i Gen.i ^.cumjeqq.
baPca va di-
Muhc^ y^.Jo,n.^.^u nvarlhe a defcendencia de Abrabam, & Tribu de
David. 6 A
materna, verdadeyra,&: natural que fó tinha no humano,
ef-
^"^«^^^ ^ Euangelifta S. Lucas Antiocheno, em
7 L,,,i ,.,.
7 lingua Gre.
i Ga/ar^.mEuan£jr,pit.l.i.eaf.ypea^^ç^r^ os Gentios, 8 dirívando-a de >í^íívi pay de todas as
Ç"- -"
ge"fes,atèi^ró7í?tí^///w,avòmarernodoJ^c«/W5diz€ndo, 9 »
j o Euan^eliíia de
proporitodeyf/;/j,Sc nomeando a>/^/;/? íboccallon^^al mente,
& por parenthefis, naó he crivei q íeipuzeíTeía contar
taó deva
gar a genealogia àcjojepb, & niáo a de Je/us, havendojà dito q
yoJep'J t ra pay putativo
j í< fendo o intento moltrar que
Jejus
1» K/íw£ic?<>/'W''" £^«':2«/ifí'-i/ína- eraveiJadcyrodcícendentcde^i/íí^^w , como homem «Sede
&
bem; com outros o vemos cada diai fazendo 14 osprirtiey- '*
'
& Tubalcaim, inventores das muy tas artes que diífemos na pri-
meyra parte; 26 & mais celebre por pay de A^<?/. a P.i^.ii.cmosfegHintèi:
10 Noe íoy fegundo pay univeríal, cuja fantidade , traba-
lhos, Scaccões^loriofas jàreferimosi 27 baftalhe por enco- ^»7 n-i./,.c. 50.25- «/f<«c.uíw..*íaz^
mio haver fido ngura deC7:?r{/?oReparador do género humano.
1 Sem teve a dita de fer efcolhido entre os filhos de Noe ^ ^ ^r
^^
para cabeça defta linha; foy abençoado por feu pay: 28 cor- I9 fStjhp.c.7.n.i^
rcfpondeo à benção com virtudes: ôcdillcraóEfcritores 29
q
foy Melchifedech Saccrdotco mais celebre nas Eícrituras fan-
fas. Zij 12 ^r-
.
^
Hioalgunsdizem) OS Idolos dacafadefeupay, 38 foy cha-
,8 suiàuin^brah.m.^^
!4%Mk>tf.fit^.Eujeiy.p.xxa^ mado por Deos, de Haram para Chanaao; 39 foy o meftre, èc
.j9 Gf«,ii. fonte donde aos EgvpcioSj Sc Gregos manàraóa AftroIogia,Sc
wm,v> •
•>'^
,i? .
oVa.iít fi outras íciencias, Sc artes liberaes: 40 alcançou vitorias petas
. . . - u%*.jB0tS^rW3í.* fez milagi;es,hofpedou Anjos,mereceoasraais illuftres
41 ^eh:pí.'c.ix.\cumf(qji. promcíTas do Ceo; 4 1 foy chamado amigo de Deos .-42 finaU
41 £/)(/ .latobíx^t^, ^ ^.
^^^^^ ^
^
mentco mais gloriof^ na tentação mais admirável de fer fa-
^
*^^'A^
.•:.wi..i. -.
/ ^^^^T^çrikgo.defprezandoaPeos,
*«xic 1,
>
ouGruelma,taridoofilhoiefpcy
ítaeulodignodosolhos divinos j no qual fenaó pôde definir
.
4S Ge«/ 11. ij. Vidi arictem inter cuia liberdade havÍ4 de padecer Chriílo reprefcntado nocar-
teutcs pendente " arborc. J
111 .
-
, r r r i r - !•
jR^iatt»HebYxisiímtitl'*^.-ida(ÍKyc,x. neyfo,qíelacriticovi,Gqualparareprelentaçaoraaisviva,dí2a
$.7 in^mw. letra Syriaca q alli feuflereceo pendéte de húa arvore entre ef-
pinJiQS, 45. cgwií).G4'n//í? na aíYQíííjda Cruz coroado dei le^.E
rUY Si . aílini;;
PARTE 11. C AP. Xlí. 279
nííjmjfeeundoaveffaódeTheofilaro, difie omefmoSenhor, _, ,„ ,
. . .
•
'
nou oytenta annos: fortuna jà mais viíta em valido, premio de
fuacaftidade. Morrendo Jacob muyto velho no Egypto, fe
lhe fizeraó honrofas exéquias, continuadas fetenta dias , Sc te^
vc a confolaçáo de fer levado a Chanaan , à fepukura de fcus
pays, &^avós, como deyxàra ordenado. 48
j^% Genef.x^timM.
^
•
22 Hefron (que alguns nomeaÕ Efdrdon)t^mhtm foy '"'''l^^TZ^.t'-^^^^^^^^^^
«««filhomyfteriofode/^^ré-j, pois de nove annos o gerou, coma ^^Pinedjjitp.exD.Hiemjfm.ady,tJ,
'
querendo apreííar as geraçoens de que a Virgem Miy havia de*'j~'
Bafcer. Outros efcrevem que cafou de fetc annos, 8c gerou a
Hefron de oyto, ^ Hamul de nove^ 5 2 o que fe faz crivei cô
os exemplos de Harao , que de oyto annos gerou a Loth , Sede
Howe^SaramvíWxtr àc Ahrahao: 53 8c de ^/?/áw/,^^ , que de '
,
onze annos gerou a T^í^^í»^?», 8c de ^í-Ã^^, que dedousanno« ....
'
gerou a £^?íÃ/4í. 54 E fe conta que em Françapario huma
.;. Z iij moça
8
«« //ii.M.j.C loí
*
de
illuftreque,diíTe Ifaias 65 Sahirá
; humavara daraizde
'^\^J(J]e'i &
fubirà humafior (Maria SuLniifíim^iydafua raiz.
; 50 David foy feu filho oy ta vo , & primey eo híOS olhos de »*»•
Peos, que por Samuel o ungio em Rey de Ifrael Rey entre os j
Reysi hum dos nove que chamaó da lama.fendo único nas ex- ,
""* í^ohf-^^riji.iduít
com interpretaçoens fora do literal dos Textos , começando 4 c 1,
P )l^Í'^l^'!lTcl7^^^^^^^ ,
'
lho havia de naícer, como difle hum Anjo a bantaBrizidaj 105 ^f/.c.i?. '
,
teí co por S- Jofeph pay putativo do Senhor eraó primos com § 7'^'"" "í fegiii» tes.
,
C A P I T V L O XIII.
n«biiius,q«oíiuxtbcrc fydcraíuigcnt. 2
j/r^rit r J r
be OS homens pudeflem eicolher a lorte de leu naíci-
r '
tt De autbus •
i /- •
«i i
exc.,. 3 ror mnytos títulos feacquircnobrezaj 12 &todosno
Fr.-ioaSGuaràioi -,ttat.da twhreKi de Hej- gj-^Q mais cmineutc coucorréraó na Virgem. Se fe alcan ça por
;7?i:;f;-'r^'9.
foy por Dcos a mais privilegiada. Alas aqui tratamos fo da
nobreza natural do fangue. — -
&
^
authoridade; 22 òc aíum trata, Sc con veria com lábios, cc vir- 1, Prowb 1^.10.
tLiofos,emciijacompanhiafe aprende. 23 Defpreza as cou- Pfai'n.i7.v.í(>,&i-;.
continuãoasmefmasconfequencias, Sclhesaccrefceodefejo
de imitar feus progenitores, Sc o receyo da ignominia fe dege-
neraremi 24 Sc aírimpor'habítofLiccede,&feintroduzpou- ^ f^id:!>ti.p.c.ii.u.%.in^rtHe:
,
-
,
linha de A^<íí/;ííw para a fucceíTaó da Coroa , em falta de <y^/íj-
)i ocaf prece .n^u^
Wí2^ , comodiíTemos; 31 titulo, &direy to que era força con-
tinuar cm todos authoridadc, como Principes do fangue 3 de
31 Dj:.pTecenâ.n.i^.adnied. I
quc he bom argumcnto ocafamentodafilha dcJudacomEl-
íi 4A£2^4<2^^5- Rey Or^(?/7í?j-, como alli apontamos. 52 Na tranfmigraçaó
i^Vidy.p,cccd.n.i6.ndmed.
^^^^ Babvlonía , perderão os mais ricos feus bens , como pri-
3 3 mas
Spícp.didiíTimis
, nobiiiíTimifquc gciiere fioneyros de gucrra; depois da volta para J uaea , ain-
connumetat.
daachamos OS pays da ^^^^w com fazcnda modcrada. 34,
}S «/« !•}• 'J'<^'5*
EaindadepoisdonafcimentodeC/:7r{/?^,quandoosEmpera-
dores Vefpafiano , & Domiciano prenderão os defcendentes
de David) de que rcceavaó que fe levantaífem com o
Reyno de Judca, foraó prezos, como conta Eufebio , 35
0$ íobrinhos de S.Jofeph, filhos de feu irraaó Ckophas no que
-,
fc
'
C A P I T V L O XIV.
Como aVirgctúô anúffimst foj condeUda,
.
; í "^kT Ovo cântico defejava David i para cclebrat
íSr;m;S.^Jciy/-ofí.fa.- . -L^
noíTaredempçáOi 2 mais foberanoefty lo fede-
miiind tfai/n.9') infrinc tom.i. Via a matcría tão alta. Mas nem com cem bocas , como àizh
j ^riíiGfo.^.a. Virgiho ; 2 nem convertido em vozes como queria S. íero- ,
fer; cuja graciofa corrente fertiliza oís mais fecos areaes, com
(
—
j- para com aíFedos que fuppráo as palavras,ceYebrar vofla glo-
,
- ' ' ^*>*>» ria, &nofla dita.
2 Havia mu y tos annosqueyí?á(^///w>&yí«»tfviviâoefte-
rcis em continuadas orações ,& outras obras fantas. Pedião a
Deos lhes dèfle geração , quede logo dedicaváo a feu ferviço,
- — A' ^~ & Ihestirafleoopprobrio que padeciaó os quenâotinháofi*-*
lhos, de
que o MeíTias pudelíe nafcer. Aíllm tinhão chorado á
-
fermofa Raqucl, 6 outra Annamáy de Samuel, 7 & Sara
isCkneí (A
7 iXV».
antes de cafar com o moço Tobias. 8 .^^««/í, fobrecftcrilida-
^ ^''*'^'
^ „» j j WC, denatural,
o tinha mais de feflentaannos de idade, como ve-
téomi.i.c*.
remos do tempo cm que morreoj 10 mas nao deímayava
loiáháyxonat.tz.f.t. nosSantosafcinvencivel.— ^' *' '
5 ForaÓ por devoção, como outras vezes, ao Templo dc
cir.^ífr'^'"^*'^'^'^'''''^''^"'''*
' "
'
'-
Jerufalem, à íèfta folemne, inftituida por Tudas Macabeo , da
Dedicação do Templo} 11 cham^dz Fe/ta dos Encenws ypoi.
que dc C^enon, palavra Grega, que figniiica Novo, fe chamava
Encenio qualquer dedicação nova, 1 2 qual foy aquelbi cek-
'^"^"^' '^' '**' '" ^"'*'""'"''
iJtt.m' " ^rava- fe a vinte &
cmco deN ovembro,& durava oy to dias.13.
^'"íj i.Ma{hai.^.o-i.i.c.i-atio. A^rcícntando HcU J oãífitim fuz O ffcTtSi, Jacar Pontífice o re-
prehendeojCom defprezo,de oflerecer có os fecundos, faben-.
do que era amaldiçoado, quem naó tinha filhos em Ifrael.
4 Efta afrcnta publica retirou a Heli Joaquim para hum
mon-
— «
coníblavaó com Deos, quando lhes appareceo ú Anjo S, Ga-' j^ p.p^ fof,pyÕtkxtvÁ ''-^.
Deos &
que em fiaal difto tornaflem a J erufalem, fe. enconf-
: &
trariaó na porta Dourada -, chamar £)^ ouro, j.l^L^í!^^'^^'"""^'^^'
18 piidera-fe
l^Iasportasdas Cidades mandava Deos pór os TribunacsdaCd//>o/«/ri. i^i»:*^
Tuftiça, 19 por mais fáceis de achar, 20 êc porque os con-^-^"-^'/^*/''' ''"•*• ; • -•
.
tendores nao entralíenl a pertni balias. 2 1 CNelta fez tribunal 15. zj^;) r s. 1 6 HmWí. £.^f/çr v<r
fechado por £i;á. 22 Os n^omes de P^^rí^i &: C<7rr^ fe cquivo- '''t^o. i//m«. «2.;^^^
caó,&faófynonimospor7r/^««í?/íi23 efta r<?>Y<?foy própria- t/íwsic. 5.
/
5 c%'mZ,dèa/,peiiat.U.
* finalado.çommunicàraô-leavifaóglotiofa, refignàraó-feem oídradxonf.a-f iupr'tuc.&- h. yvtrfMm
.Deos, &foíâo dar graças no Templo. A oy to de Dezembro, g^; ^^^^j^^^;^,,^^^.^^ .
mez em que as terras concebem os írutosmaisuteiSj fe com- CT-yê^. '^ '*
prio a promeíTa junto da mefraa porta Vouradai^m hurria cafa ^^^[-^f-fSo^-Syntag jw./. j.f.if.B.j. c?^ ;
*<iresdoCarmelo. 24 P^tJ^^f^tiV-n"-^), -
peccaraj obrando mais a obediência , que a vontade, concor- Mags Voiuiíicu morf quàm
Lmaii ,
mattem. ' o devia como Jb ilho. 4 1 t pois o peccadò originial aos vem de
4» fitítitti-^i^jk^ , haver eftado nofla vótade na de noífo primeyrô pay como em
* cabeçai 42 quem dirá que por algum modo houve na/^;
* j^fw vontade de peccar ? Retiramonos ao hi'ftcifi«of<^rceftâ
materiaj como conrém a capitulo fcguiatc
•• ^1
I
i_
C A P I T V L O XV.
EtBoricamentefe trata da matéria da immcdaeUCé»
cejção da Virgem J eHh&ramffa.
t Piififlf/ef.j0M0a,t*mdk^
/^SEuangeliftasfagradosCconíídefáhiwAiKhorgfa.
^íi,^firA^Aã^n.y, V-/^^ í y Ji^õnosdeyxàraóefcfiros nuvy^os^dosmyíS
'
teriosj &puivilcgios da ^/;;e^^, por nos ficar ocí:àíiaõ de ifie^
'
ditar nelles mais intenfamente com todo o cuydado S Fiíf-
1 smtrt.rmu^^ atuíFíti. berto Camotenfe advertio,2 q nem os Santos Padres^la prirtli.
tiva. Igreja osefcrcvèraó todos,por4 ^l^eregesniâèeeg^fletn a
tanta luz, & de tantas exccllencias na6 tomaflem asgtfnlentd
para comprovar o q algunsjà diziaó . q aSeiíhofâ-rtâó erahu-
4ewí, qui vocíitur choltnr cejção immaculada,^QÀs naõ pódedcyxar de fer vbrdadeyfatoi.
i\
.
.; ,^
4»a ejiceUutó pterQgadva4 fe diflir, dequ4Éby ^íj)» de Dco<i
2 Entre
,
Apojíolo Santiag <?, varão àoutOy ó" Santo , ciue em íahoas de chu-
bo dejxára efcrito hum livro chamado^ Fundamento da TgrejàjS'
ou tro da Ejfencia de T)eos , ernfua natural ling na Arábia com ca-
ra^eres de Salamao , ( que vem a fer letra Hebraica ) que os &
livros ejtavao nas cavernas daquelle monte, S' as cinzas do San-
to,O' as de[eus difci pulos Maximino , ér Lupario tanéem San- ,
trànsM
corpo do mefmo Apoftolo, 7 állegando a S.Jeronymo,&<S-í'"^<'K '
do , forao a Roma , aonde Sao Pedro , è-Sao Paulo os ordenarão «'^''if '^'''^'''^''^'^•^^"^^/•'PíráHw-:
Bilpos, &
mandar ao outravezapregar em Idejpanha j &queS.K'hàcdtanti^.Lufit.u.tit.Luftunií^.
ThefiphonfoyBifpo deFereliQuchcBcna. 9 Acharão- fe os ^'""- í^íaõ jé
Duarte Nunes de LeaÕ m dtícr
,
'
V j •^' r \ • u J u
Jivros nomeados na lamma, eícritosem pranchas de chumbo , Ponugai.
I
metidos em cayxa s do mefmo ; & no fundo de cada cayxa da ^ ^«jon-de yafconceiíos m mefm» dífi ,
los:Aqnella Virgem, aquella Maria,aquella Santa, foy preferva- 'iná vugo^n^Uznl^fnh San^; pr*.
da do peccado original noprimeyromjiante deJhaConceycao , ér íervatafmtàpcccato origúiaii inpnmo
'"''''"' ,^"* Coucept.o .s & libera ab
livre de toda a culpa; ó- qnem afjlm o nao fefitir , nao alcan cará a .
r j r>- t r r 1l^ ^ í »
omiii culpa &qui itanon tcuícnt, noo
(ande eterna. Co alto eipirito íallarao ja pelos termos , de Fre-
-r,
i :
P, c
reft 1
tbentica por aquella antiguidade venerável, legitimas, exa. ^
, com quc fedcfcobriráo entreoprcciofo the.
D.ThomasTammdeVãTfias , nas novide- Q^^^^[\\crQnc'ns
daa.ug.s de "'//-*''' «^^"'- »7-H^
fo^^^^^^q^^^Uej^Q^^e ^^^^^^ pelaeftimação gerai cm que ^
p.B'varfup.n.<)MrfDemiipt. faõ tidos, &
com que OS mais graves Authores referem fuás pa^
F.ceiadamKuth,,nApfe«d.R,utbfgu.^^^^^^,
^^ muyto abundantemente fe legalizava feu credito
Qltgor.Sa»(h.i>tl ée s .Thejipbon. com fabcrmos quc os Apoílolos enfinavâo, prègavão a mel- &
}{oítw,Jíu ^ppetd.
v.tiuio caveiius in
^^ doutriua da Coficeyção imtnacttlada.
infijie lcholior.adScot.ini. ].jeinmuntm. r^ir\^'^í.^^ u, ^
Flavio Dcxtro, que He texto entre os homens doutos da
t t
Tmaiotniib fKp.aiiegato.
tadorcs, i8 quc nãofalla da Conceyção adíva, quãdo a /^r-
yiwi íèitum immacuUtap , & iibbau crcfcentat luz ao Sol j masdapaíliva ,quandofoy çoncebida
€oncepcionisDeiGímtr.cisMan«.
por
r Santa Anua, porquc fóneftaconceyção podiahaverdu-
18 Tamaiod.noMidnd.lJ.mpne. n r o il J
Vida, & nella le vcriíica, & lhe he devido, & próprio o epithe-
-/r -J oi
•
t
"íca-n. c. ^.Gnhr. Va/-
Cim Cafatino 7. de
» 17- f- 5- oiqueaiijs. j-q ^g ImmãCíããda) ôc aílim Iho derão fempre os Authores dou-
gMesi.p.tom^- difp-
^Pumfl'f,l'!Tt?t!ZJ^^^^^^^^^
tos, & lho canonizarão os Summos Pontífices, como larga , &
drt.i.crpertot. demonftrativamentc fe vè no doutiflimo tratado , intitulado,
Maxim. « Hjym». ao Tmpk de
t; IO s.
j^y^^^^f^fario Seraphico, 19 em defenfa defte mefmo epithe-
H2:c;De/<:Jníínx]namJa8obQAp©fto.to a eftamcfma ConceyçáoSantiílima. O mefmo da prega-
lo, ção do Apoftolo Santiago difle ha mais de mil & cem annos o
SírruSZc, Santo Marco Máximo Arcebifpo de C,aragoça , & declarar
Cundis manentem fa^iuiieí fcr da Coucey çaó , de quc nafceo a Senhora, no celebre Hym-
ofteuditiiiifekiiare.Ti,
poquccompoz aoTcmplodo Pilar, 20 queporfeumanda-
CMKc^Snis aurci do Icvautou O Apoítolo a efte my fterio , como logo diremos.
Templo mauriu encomia *lm Encar- X)emodo,que uafc humananâohacoufamaiscerta.
,
6
''" o
ApoftoloSant.ago Menor na liturgia da fua Mifli
5:\w£:i?&íít'r,"
feivar .amment. id Dfxn ckri/f. j<^ depois da çonfagraçaó;i difle
a>;.i. . Lembremonos principalmente d a :
t-<r/v.-r«.fl,Qr/«d.í«.3o8^n>q.
^íj^tij/ima lMmacuíada,fobre íodas benditaglonofa Se?ih£ir<inof''
Jtà
PART. II.
Mj)- dcVcosfempre Virg ?m Maria.
CAP. XV.
E o Coro refponde Ht
m
:
7 O
r\ A a 1c -^Ajv ^ 1 T)U>.J
^"^Damina; olt^xDelpar:êíaBp<:rVir-
iipoltolo Santo André, enlinando os rresbyteros da gmis Mans. chorus Di^num eft ut le .
,
/->-/;«'
,
nos de 1 200. havia creícido dos Albigenfes , aíHm chamados OiMetius fup.-verf.s Andnas.
outras propoliçoens diabólicas , & alguas r ythagoncas , blas- p.pt p/eph de if.MarhifUe N. s.l. i.
femaváo contra a Sagrada Eucariftia, & contra a Santiílima t-ío.n.^.t^fine.
Firgem; vendo-fe elles faltos de razoens , quizeraó recorrer à ^^l^ ^'^''^'" ^'^ ^^'^f'^- ^ ^' '^"'^
prova de milagre, cuydándo que naõ fuccederia. E feyta ora- 14 s Domhtuiintraãde OrporeChtè^
çaô, fe acey tou o partido. Trouxeraó- fe tratados por anibas as ^* ""^"^ s^^^-í/í
partes; dos Catholicosfeefcolheo oqueefcrevèra S. Domin-
gos por fua doutrina^ & fantidade ; 8c lançado em húa foguey-
ra com outro efcolhido dos hereges, à vifta de todo o povo,qaé
concorreoàquelleefp3£ticulo, o herético feqacymou logo,
& o Catholico voou três vezes fora do fogo fem receber dánoj
com que muy tos hereges fe convertèraõi outros ficarão mais
rayvofos, como fuccede aos pertinazes. 25 Aífim o refercmf
^^ tucarusinElncHarif.
muytos Authores, entre os quaes he Vincencio Bifpo Belvo- GjUinJe arca». 1.7. c.j.
cenfe, Religiofo da Ordem do mefmo Patriarca , & quafi feu 9;"'^^ ^"^'^!f]J:
contemporâneo, porque íaleceo los trinta & cinco annos de- j^ C4veiiusfup.inteiiinton.ii.fteuiim
pois delle. 26 E porque houve quem fe atre veo a querer pri- f >'"*•
Taro Santodeíla gloria negando fer feu aquclle tratado. 27 ^f^ÇSii^Ji^I/i^.^c.u.^f^-
ajuntou o Padre Hoieda na fua nunca aíiás louvada informa- roèfi.
çaó os tcílemunhos de Jacobo Genuenfe Bifpo da mefma Or-
dem, & de JoaóGerrio,& Fr. Fernando de Caftilhoefcreven-
do a vida do mefmo Santo, & outros m uytos Efcritores , aos
quaes accrcfcento feu cxcellente Chronifta , &
Religiofo Fr.
í^uis de Soufa. Pelbarto refere, que o milagre feefculpio fobrc
apedra do feu fepulcro : & Santo Antomao , que em feu tem-
po
194 EVA, E AVE
poocantava algrejaemhiirnrefponforionaterceyraliçaõda
x3 P.H^}.d.,^infom't.pyoCo„cept.
yir^.c.i. iiia reza: outros accrefcentaój que andava no Breviário deft.i
rr.LuisdtSouja,hi[l de s. Domingos p.u
Sagrada Ordem jimpreíTo cm Vcncza DO anno de 1489.00^1
olcaLGemttnj.dfUieKdSanã.r.ioz. dcdicatoriaa ElRcy Dom Femando O Catholico. 28 E por
jaan.GerÇiuiirviU s Dominici. coufa DOtoria fc Canta Has Igrejas, que lhe cekbraõ fefta , entre
FrF»n.mdod,Caihihoinv,ucjujdemU
^s vilhancicoSj&letrasque fecompocm de fcuslouvores. 29
ii^man.àevk Saníi p.i. Naó podia faltar em defender efta prerogativa da Virgem-,
Petr BjfMiini'. catai.Si»a i-j.c.xi. quem era taõ devoto, & mimofo feu, como fe vè noefpelho de
^iílíomí. f!} »!^f^i9*.f[''V4. ^ ^^^^^ ^^'^^' ^^^ ^"^^^^ pedra taó íirme havia de fun-
^^^ ^^^^-
Fr.pjephfup dn.imjin. dar huma Ordem taô illuftre. A Senhora ( confiderahum gra-
x9 DMeroA.CaHcernas juÍAti/iàsnS.
ye Author) ^o lhe prcmicu iníiPneefte fcrviço, namercèdo
Siihbroencifiicgoechó, com grande conveniencia,por ler a Ro-
Santiflimo Rolario,&
tor vencer la muchcdumbrt f^ Symbolo da Ccficeyçao Immãctãcda coriío cantou ha mais ,
wíiA.vcrj.c^ttrumy Mb, ara hocmuif? Santo Agoftinho,dizendo, que como aRofa fe produztoda
eddicit.
,1 r, ,fuave entre efpinhos-, aíTlm fuccedeo a Marin entre os de Eva.
, ,
,>,tom.i.BMwt.pít. O
que também cem annos depois cantou nao menos elegante
EcveiutcipnisiT.oliisro'"aíurgitacutis,
oPceta Arator. * Rofamyjlica lhe chama a Igreja: & o Ec-
curtthonorc; dtliamco, Rofaplantâd a em jerico, 32 Cidade chamada, ^^íí
skEvac deftitpe fácra véniíntc Maria, pãlmas, ^^ coino palma felevantoua j'í'w^írz2 contra opezo
yuoinisaD«qu2fac.nusnovaV.rgopia.;^(jpeccadode£i;tí.
34 Tal com o efta negação foy imporfe;'
* iáTãtor i.i.focmat.m Aa.Afojiol a S« Catliatina de Sena huma revelação contra efte my fterio
A nato formata fuo, maiacriminisEvx revelaçaó, quenaó tinha apoatecidoantcs de fearojumentar
vsrgo fecunda fugac nuiia cft uijuna íc
;
^^^j^^ ),^,^^^^o fcu ConfeíT.r ajurttado com grande diligencia
Rcftiniit,quae prima tulic. todasasqueíUuftràraó aquclla glorioía Santa ; nem podiafer
}i £<rc/f/r-/?.x4.i8.
revelação, o que contra a doutrina, que eftà recebida cómum-
•
j5 Df«ffrc»34 j.jcrichocivitatispaL
ftiarum.
jr>/-in.-
.
/
mente dosElcolafticos, (quchchum dos Imaes porque íeco-
"^ r ut-jr
u Nititurinpondus palma, &e. nhecem asfalfas,ou vctdadeyras,) 35 & contra huma das de
''f;X;rÍ;t.:«^t,J.«,.. Santa Brifida geralmente approvadas.
*otrat LuK de maravilhas, í/ifc i.§ g n,6. 8 Finalmente diííe ha mais de mil & cem annos Saó Ma-
injiicr^9^n.t7,.
xiraoArcebifpo de C,aragoça,que todos os Sagrados Apofto-
i6 S. Maxim, in Hyma.jupra citatot ^^/r n J^
, .
t j j -^ ^
Quacunujuclabeiibcratr. na
j7 Luitprand. anno6(>7. Vidt Serran. fiia liturgia lhe chama Immacidada ^ 38 que he fem peccado
'
ongmal cm algum inftante , como acima diííemos E com fua
V» 'íV.£«<«,^ ininur^i. : Sar,ftií-
iimx, immacuir.tx & Bciiedids Dom. doutrma OS Syros, 5c Alcxandrmos lhe celebrarão teíta, como
,
HD.Genitnciq.
logodircmos. Saó Dionyfio AfCopagitadifcipulo dcS. Paulo
Qjmíô eráSÍII^T.iiud cotpuíefcreveo: Como eradecente que aqnelíe corpo da Ftrgem depois
, fojfe ãlgumtempomortoempeccado fe
vitgii)i9,poiiquani ir.buitan)mam,fu-f- de ter alma deopriucipio ,
vida de Saõ Pedro de Rates 45 diz, qtié \o^oáepois'p2L{\iih- '';'f->^»íe o f.f^ Dií^fè J^^^^
&
Santiago a Braga, edificou oiitra fentaCaía à meíma Sénb'^- ^J^^^P^^f^ mj^Té^^ma;,.,. ,,^
ra, & ne verofimil, q 1 he daria á mefma invocação , ítque a Se- feírijr^mtmicUmkifi)':^^;
>í/Ç><?r^lhcmandoudedícaf aprimeyrã'. Porem no tratado da.v 4? cJeihn.,uv,t.s.i>.eir,ef(^dti/.
Ex£ellenciasdePor«.gal*oftramos,c«ftooApoftôl<>veyo^^T„í»;^^^^
primeyro a Braga, & alli edificou d ^rtmsyro Têniplo em-tapropebainea.juíta remp!úabiEj;a>-
fionrad«Deos. 44 ApohfOí oqu€dízéííe>\ur1ior ,pornaa''''*'^^'i^'^^"'^^^^
óallar o louvor que a Brágáféfuít-a.aittdâ da opinião éote^ 4^^ fil{-Sòfo'i}li7t^^^^^
kiíWiasdáÕrdemCarnielitanaéofttáfóy 46 q^itóois m
^encfaçâodeíterayfterioafayoreceo,- Sf'fe'fK>voaSíantà'Éré* .
«oía fiotAe dè lM)nãattáda'-y- 48^ riâò por int^éducçâo nova,- 49 p.Hojeda na inftrmtfn&fi àniã
irtós ántiqinífifl[ia,éo^o'pr(>v'a ô'dctitíffi!fhò^ r, „. ^ 1
i ...
. Gaú-
.
'luíiinian.^nukts Vtknt.traú. àt imma. mandc vcncrar. Tal foy efte myfterio. tudo o Summo Com
'^''''*'''''^*"^'"''''* ^'
^^"fi^ce Sixto IV. ordenou mais efpecialmente cftafolemni-
'Síwf M
dade nos annos de 1 47 3 & 148 3 com iíía , &
offieio pró-
^nJUi^oUt.
'éT . .
modo efcrevèraõ os Doutores com tanta generalidade , que fe ^'"'"^^ i-iom.ConciLfag.mihi j j j. $84;
bem alguns exceptuarão a Cbrifto , por não fer concebido 7*5 B.j>!*„'/,aíi/^w.5.ii.
por obra de varão j os mais omittíraó efta exceyção por in-
dubitável, 6c notória 76 E também omittíraó a dtivízMay 7^ Refere oí o B^PSamaníegofuíf:
86 v,dc,nfrahoiC0dcmcap.>,.x6.
f^occafionou, do que (póde fer que em outro fentido) 8 6 dif-
feThomàs, que a fácil crença de outros; porque ainda q hou-
ve, quem de huma opinião difputavel quiz fazer conclufaó
, da difputa iahio mais infallivel a conclufaó contra-
infillivel
Brazaó infigne do nomede Thomàs , que fuás duvidas fe-
ria.
S7'ifai,4o.yMatth.uyLuc.y^
Af^/,feoutro>^í O foy da Encarnação doFilho: 87 Dms
foM.i.í}. por natural de IDimo , Cidade nobre, &: antiga de Irlan-
da na Província de Ultonia , ainda que o litiguem Efcocia,
& Inglaterra. Scoto , porque a Província dos Frades Me-
nores , em que profeííou fe chamava entaÓ de Efcocia, po-
,
p.SAm*meivd.Li.c.i.n.i.
]j^ ^^^ Unívcrfidadc de Oxonia de Inglaterra,entáo rauyto ce-
co ,tn yjert j.j. ,
viveza,
PART. II. CAP. XV. t99
viveza, taõ agudo engenho , taõ efficaz demonílração, libi an-
do em cada propolição hum rayo, prevenindo as repoílas ,
cortando as foluçoens , que fó impedia todos os caminhos de
invadir o argumento.Turbou- íe o fufl:entanre,embaraçou-fe
; fó hum Doutor levantou a
o Preíidente, pafmou o auditório
voz, dizendo Ou es ÂnJ9 do Ceo ou Demónio do Inferno , ou
.-
,
«anV numero duccua omn.a fin= podia ler íem milagrc ) osrepetiotodos pof (7!aordem yfobaíidy
;
intcírúpnonr.auiet;, & traiíc,uil!o animo li,(as intriCP.ããS dljjiculdãdcS Ó" ncdofosjyUofjfmõS CO dfactlidã-
,
iu;n . ifhci!itate;,& norfoios fyiiosiCmos muyiaHi (y forti//.'mas razoes, p. o vamojqne a Virge^n Santi(Uma
ca faciiit^te,qna s.mío. Dalila 1 gatn.pa
diriimpebat: S:audidic multas, & tortil-
f^y^^
,, ,
concéiâãkm mãcvU
-í^, ^
dt oriçindpeccado.
ri j .
r r
aão' fez
n 'n'
o\»
pakm^
íimas rac onss , ptobans Vi-guicm Sa.i- aqticílajúpie7iti!jrfna Umverjidade rarifienje, que emgratíp caça*
(ftiiiimam fiiieoriguuiispcccati macula léfiveou tí Scctocowo celeberrimonome de Sutil. Bernardino dô
';°3r,„'2rutT£S;;Ta't B"ftis Author grave.tmw
íiciiíem.qiíxiígrarificationcm szoi\xm. in-vencivehnente confí'tou OS fundamentos, (^ argumentos d os
ceicberrmo nomme Doáieris iubuUs in-
^^"
adverfcirios, &
comprovou efclarecidiíainnocencioda Conceyçúú
* . da Senbora,q todos aqíiellesVoutore.smuít'} admirados defuafuK
; nao puder do mnisdifpvtâr.
tileza,emmudecerao Elogoftiacpi-
niaofoy approvadapdos EjindcsPcriJlenfes. 97 Da mefmama-.
"^yra referem outros muytos Efcritores 98 aquclle afto.
97 ^ernaràin. de Bu(i. in Mariaiijn
offic.Concept /^í? 4. Adveríariuro funda- 22 NodiafcguintC, jUHtOS OS LcgadoS ApOÍtohcOS COní
wentis argunicunfqu.omnibus mvin- q ciauftro oleno da Univcríidade feyto juizo
,
do adodo dia
Cibili ferreioné cO;uutatis, ita Concep- ^ . .
v.-i--.-,/- ,
íjúaproptêí opinio Mifiotam à Panfienfi àe feiífer uaíurol, ó" Teal íiniao da Ãhnaao corpo , prejervadada
ítuJio i!iicoa|ifrub3tbr.
culpãormndpelãinfíifaò daiTaçafãnttficate, aneemaqnellein-
tept.c i^.§6. Jtanteje lhe deo pelos merecimentos pre vinos defeu Eilho. Decre-
v.SabKcit fefiiit de concept.ci,i.j-^.\/^. fou-fe logOj q OS Cathcdraticos
Doutores juraíícm ácítín-
, &:
'í^Co«../,r/.6 ,.d#r;.}.
l:£unV'^ deraquelladoutrina, (como depois fejurou em outras Uni-
ít omn^fi fcvpferunivitam ScotiA veiTidades.} Eqa UniverfidadecelebraíTe todososannosa
feita da Immaciiíada Conceyçao daVirge-m, para que cada
anno triunfaíTe Scoto com ella. Honrarão â Scoto com o titu-
lo de Doutor Sntil, que o Papa lhe confirmou,6c perque he co-
nhecido. Tudo iftoj &: os mais applaufos , com q toda a Cida-
de concorreo, deyxáraó também efcrirojB^conio feu contem-
951 BiednM4-íí'/?.t?-4.*»'í.ji poraneo, da Ordem Carmelita, & muytos outrosAuthores. 99
t^,!d::::]:Í:t:f6t"' ^^^^^^ scoto a Colonia,& em íemelhante difputa com
n
9.Sai Kirfi'pc..irã.t^. osdifcipulos de Santo Alberto Magno alcançou íemelhante
iatèi>.Samame^fM.,.csm>n.iO-9.
vi^ona, & felhc coníirmou O título dcSutil. 100
,jo,. 24 A torrente dos Doutores, que depois cicreverao;, fez
Cayciimin Rj)far. intefiimon.i^.jacuh /« j^ ceííat a controvcríia; dc modojque como Deos matou a Ofa
qual hum filho (cujo pay o havia emancipado antes da puber- noemm proptemuuraicm aíftdu,n,fa-
dade, &ficara fendo feu tutor} Í04 morrendo depois com fi-<^'comniapatnyi(ier!conccfia
P^''^'x*-i>'*njniidcieg.tparcn».
lhosherdeyros,difleem kiitc^amento, que Fofefeu pay livre J/°^
da acção da tutoria. Duvidou-fe fe efta liberação o efcufava naó
fomente da obrigação de dar contas , mas também de entregar
aos filhosj &
herdeyros do defunto partidas de dinheyro , que
cobrara como tutor, &
tinha gaftado comíigo ou dadas a ga- ,
'^
nao dimcultou o Jurílconlultobcevola O querer, porque elte, fii.er/ipf,
(& mais fendo o de Deostaójuftificado}femprefeajuíta com
&
o vinculo, afFcéto natural; pois que pode, quiz (• refolve o i
a conceflaó, &
liberação amplillima , multiplicados os vincu-
los,&:afFeaosd€amor,&eftimaçaó. 109 c.S ^^'''''•^''y'\^-y^*^i-''-fr
25 rorElpoíadeUeos,òcEmperatriz do Ceoiheafíilte Lai ade^mi-verj.o- capei i.i.c].».^^
veis, como declara a elofa , a qual efpecifica ( muy to ao noíTo f.t^^P^ """
r\ r '1-
caio) que lera livre de tnbutoSi
1-1^ ^1 ^
m ^f^l' ^^T'
''^-
'^FÍ*
tem.licetlegibusfoluranoneft.Pnnci-
-1
natureza, &
como ab xterno foy efcolhida por Efpofa. Em- ^"^^^^ 't ^ '^^b^'"- &
pentriz, 112 jàdaqaelletempoeftavapreíervada. Adver.^tC't:Í'í'ít-!»^;
tindo, que áEfpofajà efcolhida competem os privilégios de y^r/p/.
mulher prefente, iiz pofto que lhe naó compita o direyto '''^^•'''^^^'''''''i;' Edcrgoím.
do que lhe pode íer odiofo. 114 Mais nos pudéramos alar- oiximusin m .f>.c.
gar, pois eatrasTios em noíTa profiíTaó , & a matéria he de ley> " í ^-^ §/«• ff- ^^ fríviu^. credif ^'^
mas reftringio-fc o titulo deíe cap.tulo ao hiftorico , refer- •" ^^'Sis^íJífcSol^S;,^ &
vamonos para tratado particular, & todo legal abftrahido m.i.if.m. ,
aichat, quxro. Ciíes t iioíoíos Cnriítaos com a de leu Meltre na eícura noyre
dopeccado achàraó huma mulher toda luz. ^o Armamen^
f^níJi^íTír^fí» fc reteremos mais graves Dominicanos que aí- ,
prinicy ro inltante ^mas antes, que o que entaõ diíTe , apoya, &
1 »o P.Fr .?<..».- 5.«<?. n.«*, ;„ ,.;
D.Tbom.tem.id'f^.i. provaoque hojccrcmos. 120 JNaó era crivei, que hum taó
grande lume da Igreja tivelíe outra tenção ;jà quando menino
de pey to comeo o papel.em que eílava efcrita a oraçaó da yíve
itt ydhes^asnoFiaSa ã.yidadesnã' Maria, 121 moílrcu,
quelcmprc havude ter nopeytooGríí-
TTxwííàí, «opr/wap. tia plena, poílo que os léus eícritos toflem menos bem explica-
y,uehfraf.òx ».6.adj!n.
^^^ Muytojiídiciofamcnte conclue oinligne Doutor Sotoda
meíma Sagrada Reiigiaó, 122 qucj àjdepois do ConcdwTrt-
Tl] T!id^Zn2%!aL^Jef\. dentino, 123 nao era prudência por em difputa a matéria d a Con-
ceyção da Kirgem^pois dijlofe nao podiatirar fenao odto. E o Bif-
n4f^««»».2«/?.W4»/«^r.$.i4.
poVincenciuJuiliniano 124 dameímaReligiaó, declaran-
do como S. Luís Beltrão fentira o melmo, diz : Pois que deíía
oppo/içaofe nao tira mais, que cangar atado o mundo,feriagrande
prudência deyxalla) como fazem os quejabem comprejfade huma
cafa, me vay cahmdo.— liaras capellos, imtras j ceptros cathe-
, , ,
peflba Real na MiíTa com q celebra fua fefta a 8.de Dezem bro.
Ojuramento fefeznaCapellaReal a25. de Março» que ctn
aquelle anno concorreo com afefta da Dominga de Ramos;
accrefcentando, que eUe,&c todos feus Succeííores, 5c vaííallos
ferião obrigados a defender a exccllencia da Conceyç^io Im/na-
culada, expondo por ifto as vidas, fe foflc neceíTaíio. 1 2 7 Tra- p "^, ^T" Í'Í' "
^^""'^^
"f" ^f-
tou-le logo, de que a iniigne U niverlidade de Coimbra, &
to- i«//f.i.i9 f 1 j-
dos feus Cathedraticos , &
profeíTores fizeíTem o mcfmoju-
ramento-, fendo motor da pratica em hú Sermaó o mu y ro Re-
verendo Padre Fr. Alexandre de Jefus , Lente jubilado ení
Theologia, da Provincia de Portugal, da Ordem Seráfica,
zeladora continua defta prerogativa da Ftrgem , Varaõ douto
em varia erudição, meu grande amigo ; 8c com ordem do dito
Senhor Rey, como Protedtor que he da Uni verfidade, fe fez
ojuramentoemSabbado28. de Julho do mefmo anno, fendo
Rey tor Manoel de Saldanha,q morreo eley to Bifpo de Coim-
bra. PouCo depois o muyto Reverendo Padre Fr. António
das Chagas , que por feu engenho chamarão Scoto, Lente ju-
bilado em Theologia , Sc Padre da mefma Provincia Seráfica,
me praticou quanto gloriofo feria efcreverfe em mármores pa-
ta eterna memoria fobre as portas das Cidades , & Villas do
Reyno, aquelle juramento das Cortes. Seja- me licito honrar-
me com referir, que o reprefentey ao dito Senhor Rey D. Joaõ
IV. & o zelo de Sua Mageftade o approvou logo 6c me man- •,
°iÍ4 ^pocaiypffup Luna fub pedibus vendoíido efcravadaculpa: nem taói!luftreMáy de Dtos
'
cjo5
_.
fakandovos perfeyçaó original* nem elíetaó amante voífo fe'
.„ilii=*íí™í&-ií,"."''""'°'^°'vo«"eí;àraellcbeneficio. Veftio-vosoSal, 153 porquef^/
M6 £cc/f//T/í.z4.i8.Q.uaripalmacx. prefoftesclara: pizaftes a Lua 1^4 porque nunca tiveftes * .
aitataíam
minguante coroàraó- VOS as Eftrcllas, i;< porone princí-
:
C A P I T V L O XVI.
alegre Najámento da Sttihovz,
Fiofa,i.bít.p.i.c.9jnfir,e.
Oíw^of^ nalccra noanno4038. da creaçao doinudo: 2381. de-
f,p nBenec/icí.i^M ot.adBibl- pois dodiluvio; & 737. da fundaçaó de Roma. O Author da
6 Pinedfuj). Monarquia Ecclcfiaííica, 6 mais arrimado ao computo Ec-
' '
cleuàítico,que para líto parece mais propno> poemeltelNafci-
mentonoannodomundo3945. êcoAbuleníe 7 accrefccnta
dous.
PARTE II. CAP. XVI. }t>f
dons. Mas naõ oufo defviarrae do Padre Ff. Jfofeph de Jeíus
Maria, por fer taò venerável HiítoriadordiíA^r/íW, o qual „ r<i/-tj<./-., ,.„
GIZ, 8 que pela conta dos íetenta õcdouslncerpretes, q-uea /.i.c.,!.».!.
Igreja abraça j nafceo a Senhora aos 5 184. annos do: muado í> '''í yíiiadifgo no cthaio^o dos
'«<•/''">
tire pronoltico que retere 1^ erreoio; 10 loy mez íeítivo aos n p.Fr.h/e^h/fip.c.ib.n.i.
HebreoSj 1 r mez em que fe colhem os frutos para a vida.
3 Aos oyto dias do mez moftrando-íe que era paliado q
,
parado para «> 15 (que em dia dos homens nao nasceria tal p i,/yhd,c\^ „ imfiH
c - rava:
'
Pay Joaquim trazia os íeus gados & aíliília , fem querer tor-
,
peftifero
»
Mafoma em feii Alcorão , que Satanás tocava todos M ff^' "f-''
p/<;;«-''>»'^/^n <•«•
lute na prol/ip.dc Cm iSt.tddde
•
/••- r ^ n r
^ r^ \ < cap.A.
^
05 que naiciao, que era a caula de todos chorarem; Mas qtiefo a^^.
Maria, é^feti Filho ndo tocou: que a Maria ejcolhera Deos rejpla- ^'.P^-}'h^í>*P i i-^ ^i-"-?.
^''""'^'" ^"^"^^ ^''"'' ' ''^ ''^'
decente fobre todas as mulheres dosficulos ane muytos homés hou-:
'•
veraper'feytos;masdasmidheresJóaMãyaeyefi's.
13 "Jà,venturofoJoaquim,podeisfahiràpràçaconfíado. j, c;^^^^„£^^^^^.
Notou S.Jeronymo, 32 que os Santos Patriarcas antigos ra-
ramente gerarão filhas para vós fé refervou ter fó huma , que
;
foííe ( como diíTe o Eípinto Santo peloEcclefiaftico, ^3 ) h Ecchfaft ,<?. 15. m filia mcHor
Melhor que filha; ou ( como lè outra verfaó ) Melhor, que filbo, *'/'
/fí' "'^^f '^''".' ^ ^'"*
>r jj
C^/í/Â^. Se bons Aítrologos levantarem hgura, de leu nafci-
mento diraój que fera fermola: que terá dous excellentes efpo-
fos: & fendo fempre Virgem terá o mais excellente filho , que
,
leráRey, ôcella Rainha por todos os feculos. Teve Plinio 34 p^.^^ ^'^'^''
'"
por fumma felicidade, que huma matrona foííe filha, efpoia,
6 máy de Reys da terra:& muy tas o foraó;mas íer Filha,Efpo-
^.,.fa, Sc Máy do ReyCeleftiallo compete a efta Filha;poriíIofe--J-
rá chamada, Bendita entre astnnlheres^ pelos Anjos , & por to- |
i«f-i-"'i8-^48'
das as naçoensi 35 todas as famofasfòreprefentárãofombras JS
de fua realidade. AhoneftidadedeRebeca, a fecundidade de
Lia, a fermofura de Raquel , o efpirito de Dcbora o valor de ,
C A P I T V L o XVII.
Comofqy poflo d Senhora o nome Jober ano
de MARI^.
1 •
t •
t 1 ' Melchior de Callro na vida de noffà
Os oytenta dias depois do parto, i qiundojem se„hor^.,Lii.z.
A^-y.
lugar da circumcifaó dos filhos, fe offereciaó as fr.p/ephdc feft Mar.m me/ma, l.^ e.^j
filhas a Deos com a oblação da Ley-, 2 indo, conforme a ella,"*^
Levitcn.
SantaAnnaapurificarfenoTemplojfepozàJ^fw/jorfíonomc j .ç«pr<<c.i4.».4.
deM;zr/í?, como o Anjo lhe chamou antes de concebida. 3 ^"'"'''y':!'^,?',» "^
tos entre os Hcbreos fibiaójà que aílim fe chamaria a Máy do '^ '*nan.De>M-^.l.uhomA.
J^^j;;" "
3 Nos
3oS E VA, E A VE
5 Nos nomes coftumou Deos definir os grandes Santos.
Nodetíí?/^ omoftrou 5 lubílituto dovirtuofoAbelj 7 com
l cZÍit".^'
^ ^^ Âbraham o nomeou pay de muytas gentes; 8 no de Sara
9 s.P!trChryf»lferm:i-^\. a fignificou, accrefccntada em gcraçaó; 9 node7/''i^rlhecha.
loGemfxib. mou, naícído cntíc riío •, 10 oàcjacob, diflealuta, que no
i\ Gf;;f/:5 5.18. vcntrc da may teve com oirmaoj 1 1 ode tienj amimo iignm-
í^íí-íl^^xl!*
jaii4&:ode7£jTOodeclarou Salvador-, 15 porque dille o ..
1 8 Ti. Damijcen. de íiativrrg or. 1/ de Mar, que he de todas as graças 1 8 na lingua Sy-
ç^ó ella j
j>6iyay.th;a,vnh.v:ri M..r inprinc. prova odoutifllmo Carthagcna; 22 & notou Saõ Bernardi-
23 que o nome de MARIA tem muytas interprc-
'VM. nodeSena.
r J7;;'^;«^-^^'^-//^^
Lt c^uhu^enifup. d. hom.ó.etverf. taçoens , aíTim como com muytos nomeamos a Deos parao
DivHs ^'•lo.mus.
annunciarinccmprehenfivel.
y„„ ^ ,
•
5 A luavidade deite nome palia do ouvido ao coração: O
doce, &: fonoro delle regala o efpirito ; he voz harmoniaca pa- • •
i'"^'^" ^ o ^ que dtfejavaõ que alguém lhes refpondeíTe, que era MARIA,
-^
JEíf.á.Q. Qua: elt lia, qine proercditur? ^ j j ix a 11 r n •
C A P I T V L O XVIII.
Educação da Scnhorsi em pia frimeya infanda.
mulheres, mar deg raças, Reftaur adora dos erros de Eva ! ditofo o
ventre onde te formafles, os peytos, qtie te deraolcyte, ò-^boca,
que na tenra idade com ofcido amor o fogozou a do cura de tva boca.
2
,,
O
devoto Bernardino de Buftis 2 entende, que efta
XT
.
I 1 a 1 1 .
1,^ j^uar
i Btrn,de j »r
Buji ffrm.de N.tiv.yírg,
•
w
rica NiGíiinã, Nemchorava, nem davamoíejfia algiímanacrea-
çao ; antes fempre alegre canfava alegria nos que a tratava^ nem ;
qualidades como fe diííe do grande Alexandre, 6 &" refere 6 Pimuh. in vita ^lex,
j Hitinif^
joaó de Barros, 7 que na índia no Reyno de Guzarate hou- pnnc.vide infra i.».i8. c. '
nhora
310 EVA, E AVE
7íkora a enchente de graça celeílial, que da alma redundava no
fantiíTimo corpo, & coítuma caufar fragrância, ccmofevio
8Dr5mt«í-Wí«f&r*|f.<.?«<í>r;«^emmuytosSantos 8 deíantidade, & graça mcomparavel-
tm.x.o\6. mente inferior.
4 A celeftial Menmaji naquella primeyra infância pelas-i« ,
C A P I T V L O XIX.
Como a Senho ra/oj frejentada nO Templo.
IO Endo a Sagrada Menina de três annos.dousmezes,
^&
Novembro
treze dias, em hum Sabbado i vinte&humde
j'JÃ^^^:^:"^' foypreí.nrada por fe«s Santos Pays a Deosno
Templo de Jerulalem, aonde elles, acompanhados de paren-
tes, foraó a levalla, na folénefcfta da Dedicação do Templo,
1 viihegas no Fios Sanfifejia da Pre- 2 na mefma occafiaó , cm quc Ihcs foy annunciada pelo Anjo.
/«"í- , „ ,.„,^Tc,-L Ta6dih2:entescompriaó a promelíacomquetinhàódedí-
. ?
cacloa Ucoso trutoquc Ihesdeíiei 4 6: tao naturaleraaten-
p.Fr.pfffh dele/u Mat. «flff.f/5;;aí?ii/.
Z-Lcjo.» 7. ra Menina não viver íenáo em cafa de Deos , que apenas fe def-
5 Geman. dt Pr^cnt.
Vir^. apudCar- moria, quc hia com íumma alegria. 5 ,
tyg.de ar:an.Deip.piMb.i.homii./ipofí ^ Ao entrar do Tem plo, no primeyrodegrao de quinze
^"'''
perque íe íubia do muro , que dividia a eftancia das mulheres,
, ^, , ,^ ,^ .•^./,.w,^ ^^è a porta principal, 6 paràraó feus Pays para] he mudarem
9 ytàcfupx.M.n ^é.foíimed. ^
yencecos imoedímentosdaidade. 7
rtmoiae47xoc.j5.Nj. 3 Entenaem graves Authores , 8 que Zacarias pay do
grande Bautiíla, rogado, como parente, por fer marido de
èantaííabel prima coirmã da /^/?;gí?^??, 9 foy o Sacerdote, 10
PARTE ir. C AP. XIX. 3,1
querecebeoaquella oblação, a mais agradável, que fe rinha
feytaaDeoSi maiseftimou oSenhor íiàed'içà<^3.o áe^&vivo
Templo , que a do material , que naquelles dias fe celçbrAva,
pôde fer,queera figura deita maispreciofa, ob ?& ?
C A P I T V L o XX.
Exercidos da Senhora noRecolhimento do Templo ^
&* como fe^i voto explicito dâ virgin^
dade perpetua,
"^'^^IZÍ^t^í m&j^l
mente aos exercícios mais âiíos do efpirito. i daPrefentaiam.
Ce 2 Para
.
;: 'Í^X^s^^^^IS.o.
Brígida II) porque tudo fobmetiaà fua vontade, agoraab-
roííetmeiervarcinvirciniratcfieipia- folutaiuente, por revclaçaóque tcve do Efpiríto Santo. 12
cerer; ímautem, fictet voiuiitasejus. - ^oy a prímevra Que fcz cfte voto, & O obfcrvou , naó fó
lí ^rncld.traâí.de laiid.f^irg. intom.u >
j V> • •
J J -
"^ Eey da Graça, mas do principio do mundo , como pregava
1
íihiut.Patr.
ij s.A^oH. BanhoUm. aàPoiymium O ApoftoloS. Bartholomco. ig Porque as Veftaes fe obriga-
Reg.afuà^hd*ami.%.hr^.^poihi.
yaó fó atè triiita anuos; 14 Maria irmá de Moyfes, a que al-
15 jcfcphdeaniicj.i.i.c.t. gunschamao Virgem, loy calada com Hur, & may deBefe-
^huknji'>pr,.'on:me.4.c.^^.Exod.
Iccl, como affirmaõ Efcritotes doutosj 15 afilha de Tepte fe
\6Vatabltn, O-alijrelaliàP.FrAo' r r j \'- o - -^
nphd.c.i-/.".!.
18 í«f.Mi.n.39. Emerencianaavòdaiy^w^ííríJnaóteveeífeytOjComodiíremo^j
18 finalmente fe na Ley antiga houve por algum modo eííe
voto, fempre foy por divina revelação relpedivo a 6'/??7/?í? Se-
nhor noffo, 6: à Virgem Ma.) fua, como a caufa principal,& ex-
cmplari o que declara o doutiliimç Padre Fr. Joaó da Sylvey-
-J^. , , ; ra'
^
.<. PARTE II. CAP. XX, jij
ra, digno filho dos Padres do Carmelo, & luítre de Portugal
com léus excellentesefcricos. 19 ParaA/í2r/VzSanciirimaefta-« 19 P.Fr.jom, âeSyheiri inEu&ng,
varefervadaeíla gloria, em que naó teve a quem imitar > por- ?<"« i«'-^«f-9
'"f'^' tcnent pcít
? 10 « 5<5.
Zí D B.rmrd de\erb.._Apocd.
'•"gCKS. 2 2 Turbataeft, eòquòd bciiedidam
• ,
,t 1 V 1 TrTT^^T-»,r fc au-
8 MuytOS deraó o nome de VlR.CjrhM por difletmmulienbas <^ux nimirumbe.
títulos lhe ,
foy o primeyro homem fer a mais pura^ como nomeando- fe o Trmáydi/c.^.verf ufecond
-,
/.
. Elofifo,
k entende Ariftoteles, o Poet^, fe entende Homero &
'"" ""
i^^;^::!^]^'
• entre os Gregos , Virgílio entre os Latinos por ferem os mais ,
I _
'' ^^^ ^
""'
i
1 D.Antottin.deTlorent.p.i.l.ic.i,
C»ff»-. 3.«íf oroí. Vu'tusiniàgoani-
mi,
CA P fX ^ T
í
T i-
\7
y
T C\
1^ VJ
"WTJ\../\.X,
GtoffãinL hqui ti ^.DivusPtus,verbet
ex fermonibusjff.de tutor,
his.
cr curat.dat.ab
Dr X
ajermofura corporal daYirgQtn,
I j TT*
mm.
3
£«/f/?<í/?.í9.i6.
n. .
N
1
.
^^
O fL
^
I
•
J
tacitus
^
mifr. ;o,
mentis cft.
4 ocerd.de z?^ jndicat mores.
s C'7jí/a»mCjía/.|/9r./H««íi//,,i.£.(,».
Qiioquuqucpulchrior cíl, eò
r n -rr TT ^ r 1
Galen.í.detempemm.c. 6.& l.i.ac i.dè í- i i i -
,
'.Grega, na Uiada a todos os que louvou de virtuofos gabou na Apafis ad Almanfor.l.t,c.ii.& ^ycíifef.^
""'
;gentileza, & pintou feyo o viciofo Ter fites> 7 & na OdiíTea
l jZ^nfdfjfl^T
i{ introduz a Rainha Arate gabando a UlyíTes de que fua pre-
Ccij fença
,
I
f
iniiie ia:ius.
i-L.
nGenef.^.iy j
hum final para que todos lhe façaó bem. A hum pertendente j
que levou à Rainha Catholica Dona Ifabel huma carta de re-
comendação, refpondeoella Foiícamcejjido.àe tinha dereco* ' :
TaíqueUnUowAb.t.nLi p t.?tr tot. mal cm nobrc, &: rico , fendo feyo. Os Efcritores de todas as
c»f''i^»'^Jearcan.Ddp^^.u
profííTóes trazcm para
r O mcfmo muytas mais coufas. 17
Vijjemos nas hxcelLettc.de Fortuí^.c 6.Gr r _J / ,
^
uoiraãFerfea.DoaeTquaiit 5. 3 Graudc rccomeudaçao trazia comíigo a Kirgem para
18 ^riiiot. apnd Stob.ferm, 16). àe quem a naó conheceííej i8 & a quem a conhecia ficava a
vir-
Pukhdaidi.ichomiiKs, quavis cpiftola tudemais agradável na belleza peííoal, 19 que era muyto
niagiscoiTimcn-ian. extraordinaria> 20 Santo Alberto Magno 21 dií]e,quefoy
19 ^r^//
'^''^'fj-l'
Granor eit pulchro veniens In corpore
muvto femelhante à dos corpos glorificados , &: hú mevo qua-
^ ^^
, .
-^
, ,. ? o- t i »V • •
^^V^^^^^^
FèC, an CU
tivera Dor Deos
Ci a por LVCOS.
13 b.Diony/.^reop.Epiih adPaui.de 4 Allim O perfuadearazaÓQe Anítoteles, 24 queenfina,
^uainfrjc é^.n.^. que a obra perfevta Drocede de quatrocaufas.' material , cfíi-
15 Probat p ^o/eyhjup./.i.c. lun.x.
Ciente, lormal, hnal. Na y irgem loy a material anobreza
&
16 írí/«/jr<i<:.;4.e:7'i5. dofauguc , de quc , por razoensnaturaes, procede ordinaria-
17 NuephorMiLEccie/Ux.40.
n^3„(. difpofiçáo czentil j 25 a eíHciente foy a mão Divina por
Canhagend.homtl.yvcrJ^hacpwimapiè. ^ ^ „
t^
V r->
t) - .
r .
r z-'' t i
í?t?r«fi5'o//Íí7'í^^^^
o Filho de Deos comíemelhança deFi-
D.^'nbro/./.\.de Kr^ Iho, como CHI effèyto fe pareceo Chrifio com ella. 27
18 Ei>iphan.apudNicephor.iHpi.t.c.x^ quc de vifta teílemunhâraõ
^^^ particular pclo
Cedren.tncompend.hijl. 2 r^-
jy^j^-^
nj ^ n aít
Epijcopt:sGatnna, iníi.Euangei. ub.z.ç.x, Sao Dionyíio, & bauto Iguacio , ôc deyxarao eícnto Authares
r^ r- • ^-/•
ç^ihofiip.d.c.ii.
Hebreos, &: Gregos daquelles tempos , fez defcripçaó cxada
D.ST*/ílr<>;X'e^';«9r«ô. Virg. da fórma Divina , & feyçoens da ^r^?^.^ Epifânio Presbytcro
R^eveLits.Bír^it /.^ f.4. d^ ConítantinopU, muyco verfado nas hiftorias, & letras Gre-
ca.if.de Uud. ^:rz ii.c.iy s.mco,, Me-
^ Hcbraicas , a quem feguio o antigo Niceforo, & có el-
Eccipii.uOJarKafup d. /.8 f v'« Wí. les coucorda Cedreno, & todos os mais modernoSi pouco dil-
fjufd. Horat. Sco^Uhs Cataccnf hiHor. à crepadacj fcz S. joaõ Damafcenoi &: he muyto femelhante à
'"^'^'""
^";" que fez Cbrifto a Santa Brigida, 28 & ao retrato que obrou o
' w!ÍÍ\^^.;Í?
EuangeUíta Saò Lucas> 29 cujo original diz Camíto 30 que
i i eftava
PARTE II. CAP.
XXI. ji5
eftava em Veneza em maó do famofo Pintor Ticiano, quando
..<•». clleefcrevia.Diz eftadefcripçaó, ou relação, .%/^í'rí2<ítyí«/:?í/-f-ÍH '
*
tre nós entende mal, aíTcmelhando-a ao noíTo trigOj fendo que ^*''^J=' '"'*•
Chrijlo Senhor noíío era De cor trig ueyra de trigo que madura-^
,
Tridci refcrcM
36 &comtudoa.ím/:7or^ na relação que do ^^«Ã<?r fez à íua J^*^^^^'i^'/'*«''-'-^^4õ-
mimofa Santa Erigida, diíTe q tinha Cor ^r/í«r^ 5 éi^ corada: 37 GiiarKad.i.%.c,i.infn. coloris tritici
naó havia outra cóparaçaô decorofa;Outras coufas, ou tem cor, "^'"^í"""*' ,„ ,, . ,
Í(\ Cciij / 9 De
I
:
47Revelaí.^s3tiguiU'C.io.
coíHmunicavafervcrparaobem: 47 &: infundia pureza: 48
'
y j.íB Tf/àA çaufára máo penfamento. Procediaô eftes eftèy tos da honelli-
dadc de fuaconverfaçaõ, do cuy dado com que encobria fua
íèrmofura, da redundância dagraçadequeeílavacheajdejà
'
f46rfx«.i. mentemoitrahumeleganteLícritor. 50 ^
C A P I T V L O XXIL
Santa morte de Joaquim ,
&* Anna-payí da Virgem,
Defpjorios mjjleriofos da Senhora com S, Jofeph\
cujas excellenclas fe tocaô brevemente.
i'^- . ^,.„ niaó mais recebida-, i pofto noutro dig-a, 2 que Santa An-
.A/f/ffcwíííCa//ro,fc//í.ííí N.s./<£..i.c4.nachegouaveray^/?/ C«n/í> naicido dehu anno. Vivcojoa-
Mfltuu^ofxp. de chfiji. idade \. f.;.§.4. quim oy tenta annosj Anna mais de fetenta , & faleceo a 26. de
Fr.icfeçhdeje/.Mrh>^.deN.s.i.uc.^r^^^^^^^
^ Filhaquctmha a Dcosefcufavaoutros pays difto j
2 Pafia*
PARTE II. C A P. XXII. ji?
,
Paflados mais três anaos,difpoz Deos os defpoforios da
. -2
&
va a cargo de Deos , que fizeíTe o que os Sacerdotes ordenaf-
( fem j 20 &: do Propiciatório do Templo fahio huma voz, ^° Ceflrod-c^:
quediífequea/^/r^mfedefpofaírc com humvaraÓ da linha^''"^''^-'^'^-^"^''''''-^''-**''
de David, em cuja maófloreceífe huma vara feca, fegundo a ^i í/aia
'
u.u
profecia de Ifaías. 21
5 Mandou o Summo Sacerdote ajuntar todos os que alli
fe acha vão da tribu de David fem ferem cafados j cada hum có
fua vara feca na mão. Todos acodirão alegres na efperança de
tam grande ventura. Hum
chamado Agabo com cega ambi-
ção ufou de arte magica para que a fua vara floreceíTej 22 CO- II LudolphusdeSaxon.CartuxaHj»yh^
mo fe em coufa tão divina não governafle fó Deos. ^""•^' ^^f"'''^" í""' ^'"^^ ^"'"''^ "<> F"".
^*^'^- ^'^s-^.H
6 AViftadetodosfioreceo fó avara de Jofeph , que me- '^^l^' f^^f^^' ^^
nos efperava por humilde. Era natural , &
morador de Beth- *? p<ioffphd.u.c.^t.n.v
knii 23 outros dizem, que de Nazarethi 24 damefmatri- ^^cmhagd.^,homLi.i»frint;
.
:
Cu'nSt>riotembju.^7'j-
i-j
qiic fc poz na vara florida dc Jofeph. 27 Naófoy novoofuc-
í.JIyí^/í/. 4. *8.» ceflb.pois por lemelhantes modos (que chamavaò Sortes) foy
xi Numcr.c.17. eley to em Sacerdote i\aron florecendo a fua vara-, 28 Saul
5
gem nunca peccou mortalmente: &: em fim , era tal que mcre-
:
ca r U fc Ovidioa AuíTufto. 36
crnat
,
"
^^M^ã^íí^^^' ^ ^ ^^^^ó de Santa Brígida que referi-
^'^^''^' ^'"^ ' ^'^K'-'^-' .
'41 Gerjon i» jofephht^ a^ud Fr- Io- diipoliçao corporal, qual convinha a merecer tal Llpoiano
í> .
/ / i
!
quelle dia teve a fortuna taõ bom gofto , que fe pagou do me-
recimento; & efte tanta força , que tirou a liberdade ao (iicctí-
fo. Permittinos, Efpofos venturofos, darvos os parabéns deíTa
dita. Parabém vos feja , ò Jofeph gloriofo , o melhor cafamé-
to que nunca houve , nem ha de haver. Para bem vos feja, ó
Virgem Santiílima, o melhor Efpofo que podia haver na terra,
Efteverdadeyramentefoyocafamento que Deos fez: o mais /
puro, o mais fiel, o mais conforme logray ambos eíTa fortuna
:
do Ceo.
C A P I T V L O XXIII.
Como a Virgem foy entregue a [eu Santo Effofo. Am*
hos renovarão o 'voto virginal. Forão viver em
Na^areth, [^ida fantljftma que alh fa^iao,
Trata^fe da Santa Cafa Lauretana,
que
yto EVA» E AVE
^veia(.deS.Brr^id^i.x.c-io. ^
quefoíTe convcniente: 5 tal equilíbrio guardava no de fervi-
5
Timidaquoquer^iiiiííiciuio,&muUCi çodeDeos. As pcnnas humanas por indianas de efcritura
,
C A P I T V L O XXIV.
Da Annuáaçat que o Anjo Sàõ Gahvlelfe^â Virgem
Maria j ÊT* da Encarnarão do Verbo Eterno.
1 ^
Ufpirava o mundo havia muytos ícculos pelo or-
que Ifaac deyxàra em bencaõ à geração de Ja-
5) valho
b« tibi Deus de rotc
cob: I fuípiravaqueorvalhafiem os Ceos graça: que cho-
cJi,í^"'-*7'»8.
veff^m as nuvens fobre a fecura dos campos: que a terra Vir-&
gem brotaíTe o Salvador. 2 Tardara, Deos , fendo taó miferi- i //ii.45.8. Roratc cxii defuper & i
zes, pelo computo que acima propuzemos; 3 porque (entre j 5^^,^, !«„.,.
*"
outras razoens} devia a Mifericordia germanarfe com a Jufti- •* o Btm raiem.x in Ammt pofl med
"'-
ca, que pedia pena dilatada; 4 a medicina para doença taõ re- J,IÍ:,^,^r:^:SÍ,'t'
belde neceíutava de preparação larga: 5 &
havendo- le de e rabecas neFi os Sanái.fefia da ^n-
fazer homem , naó havia mulher
• ví-Mi
que
^L
mereceíTe fer máy fua 6 """'/T^- ^ „ :
MelchttraeCaUro,navida,0'excelUde
1
he taó facil de contentar, que paga cento por hum: 7 mis ha- n s u.cz pa^.mihi no.
,
os Santos em extafi da terra ao Ceo o amor dos homens trou- ^^ ^^«"Mfm Tmiti, difmf.j. yerf.Ma
:
''
xe a Deos, como em extafi do Ceo à terra. Grande exceíTo dc"^""^
,
'
/
z Em fim paíTou o procellofo
í^ ^ v^n^-^^i
enverno em que nos puze-
raoosprimeyros pays;appareceraoasnores na primavera de
, ••
>)t>
'°
,^f"í--*-
' '
•
"*'"
&r«cflit: flores apparucrunc in terra
in terra noitra; tcmpusputanonisadve.
~'"" ^'^"^ "«nf/
^,^^^-1,^
conio
j •
c
O choíavaoios arrumado em £«1;^
meus ante fervuin fuumj&ejioícquac
pauiawmvcft.giacjus.
4 Dií-
3« EVA, E AVE
4 Pifpofta a^r^e^wcommaispurczaqueadasEftrelIaj:
havendo vifto a Eflencia Divina, 6c concebido erpirirualmen-
16 Declara umo, o p.àre Fr. i:feí>h de
t€ o F'e7Í;o Eterno i6 comprind9-ít;pquirtorneí defeusdef.
y
i ,.w. .yeruidj.mdedfe. luz quc Vinha allumiar o mundo 19 & dia em quefo-
;J
Vcdro Mexiana Syi». de-var. lií.l^(-it' r^X:TÇ:2.áoG\\omem 20 q fe hàvia dc YCmÍriGal)7'iel jC^llQ ^g-
J9 ^^«•ijM-f'/- I nifiça , Fortaleza de Veos-, ( porque convinha eftc nome a
iV pjaim i^.v.s. DominiTsfortis, & queiTi Vinha anminciar oiorte podcroloem batAlhasj j 21 fie
potens Dorrinuspotensinpriiio. tambcm fizmdca, HomsmDeos, OU Dcos com-n^fco; 23 aqiKm
.-.tz
p.5jy/rfyrIí«£;w«^rf«miJ«t.i.oliuangelhocnama^;í?;(7, 23 para honrar íxxlos os Coros^
c.5.f.9«'6. « . &Hier<srchias a queeftenGmehecoramum> 24. fendo Scra^
xj Lmc.i.16. Aaigc us ^ ^'^
phim fuprcmo entre todos osEfpiritos bemaventurados ; 2c
•
gada: tem-fe por mais certo íer à meya noy te,à mefma hora em
^0 Carihag fup.verf.ai^ tandem. quç nafcco Clmjlo, complctos nove mczcs : 50 na mefma; &
p.:o/cphfup.iyc.\7"-i-^9' hora foY prezo; 21 fendo hora dedicada para os mvíterios da
II
*
yiáe infra
'
c.it-7.n,i' ^ " j J r^ r JT
reltauraçao do mundo. Us unos das igrejas que ao anoyteccr
fazem memoria deílaAnnunciaçaó,eícoihemaquellahorade
opinião provavel,por mais accom modada que a da meya noy*
.ç.^i^iXiiítiu... ^
te,emqueofonocccupacsmortats.
5 Éílava a P^irg em na fua fanta cafa, velando retirada , cnt
31 ^evel^.ieSBri^iefal.i.c.io. contcmplação altiílima da grandeza de Dcos, 32 anhclando
Carthag.fup.l yhem.yvcrfporro. particularmcntc a vinda do Mefuas & a fervir a Donzeila de
,
^dfln.ÍHi.t<m Çonfçntoií Man» pepeac Com pureza,& içcmolura inexplicavci adminiltrou a matena
iíiWoSirawiçta. ^ paraocorpode CZ/n/Zí/: conctíbefído-otom ineflavelgozocjc
ília
PARTE II. CAP. XXIV.
alma , foy feu ventre fagrado tálamo em que fe celebrarão
m
as vedas entre a natureza Divina, & humana efta com fua fra- .-
queza pode fofter a]^loria da Deidade. Vio-fe huma virginda- *•- •-' — -^
imraortalidade paílibilidade 3
: impaílibilidade temporali- & : »
rios, naó fó por fe accómodar à commum dos homens, mas por '
-'""**
mem,paraíazerohomemh]hodeDeos. 43 wej.
-'«r-"^
C A P I T V L o XXV.
Exceliencias , fy^myfierios do Avc^ com qr4ú o Anj(^
faíídoíiaSa}iti[fmiaY'n'gcm«
'
Wfallando Anjos a mulheres celebres na Efcritura \ 2p.riJer/»ír;ÍL./,i.í.«.,68.
fagrada, como a Sara mulher de Abraham , & :imay deSam- syheyrainEHangd.tom.y.i.i.c.yq.ix.
fam, 2 as não faudàrão, como de particioantes por £•!;<?: &: 4 i^^i-is. AvcgratiapIcna,poml'
* iiuscecum: bcncdiaatuin muiíeribus.
c - /^ 1r j•
c- n-
Liabriel laudou a Mana bantiíiima como exceptuada.
1 /r -\ 1 •
2 Outros muytos Doutores noíàraó as palavras com vo fermone Manam làlutavit, quem b
1,
m.e o Anjo faudoí, à Senhora, q..e foy Ave chca de graça ; 4 S'„S
''[l X^-.r;:: foi!
:
iaudaçãoque o grande OrigeneS , comummente, 5 diz que Manje ha;cíalucatio fervamr. Seqmntur
foy nova,refervadafóparaM^rw, &que em toda aEícritu- ^^«•'•«'«•f ^.f^/?^^y;v<>''^'^-í-^i-«49.
ra nao pode achar kmelhante mas accrcfcenta o venerável j,,
i
Dd Bcda,
1
Syhfyrad q i;. «. 49. Litéris invcrfis f:a Iff reja eíTi huni hvní no, f(jy fignincar que Maria he hiía £x;4
tccliu idem quod Eva. Ad c^^oJ aiiad t ^^,^7 3 ^{-|]f,^^ g^^^ caufar ao muodo eífcvtos contrários dos
clfitlUcarc n Ddppul ^.^0^.4. com hum Anjobom,de noííafaude. lo £i^^ oufou fa] lar coni
9 ptrer fiíi^r.Gzhitécm diYiiicci Ave, huma ferpcnte: Mma fe turbou do que lhe dizia hum Anjo. 1
^icntii, ns >,.cdtãçoens da infância de nos fcz mortal gucrra com grande propriedade (diz o grave :
chr,jLmed;t6po.toi.
Hiíloriador Carmelita) 24. naõpronunciouo Anionalauda-
- ar.temed. ' Ç^o O Homc de Mana, lendo tao lagrado , porque o Ave cbeya.
^^- zr, DThQrA.inexpofttflittat.t^nzei. ^^£r^/:^erao nomc quc mais coHvinha a eftc mvftefío.
D Grcior.Mi]'Lr.t de N.tivh Domin.':^ Scjais ffluy to louvada, yíve SanííJ/íma,Ave Real,Aguia
')
J„»!TÍVd";TrFt"iSr"y°3odoPfccadooriginal:foisprognofticodefc
ly H>r)ti.\.Scm.s.ity:^. a todos a qaiuftis: 31 inimiga, &: vencedora do DragaÓ in-
iconmi v,cjsumccrt.sacutú>fernal:
Cirrina 22 infienia dos Eítendattesdc Roma Catholica: 22 Sr
tx chué^^n lih.i I .
/« prjfut <o»fuUt. por todas as razoes Rainha das aves , 34 que na Igreja fao as
a.wij. Parvos nunc Acj-jihs f^scítcdu- almas com azas que voaó para o Ceo, como Euchcrio 35 cx-
«= .eía,.us. Ante hdcm íoi.». ^j-^^. ^^^^^ ^^ ^^^^^^ j^^^^^ ^ ^ C7:>nT^ Scnhor Hoflb châmaraó
águias
FAi>.i ii 11. Ly/\1.AAV- 3i5sonanimaÍi alfnoií.Iotííííaltieratina,
águias às que voaó mais. 3Ó Com myftcrio vos deo o Senhor «'^^n«°n«'» '^ 'o'?"' «d-^^cndc />;,../.
he devedor vollo, 48 pelo lagrado corpo que lhe deites. 49 j<{ /y^;. ^o. ,«jí«f. Anumcnt pennas
Que bem trocou o voíTo Ave o nome ácEva! ella nos arrui-^^utAqmisjcurrcnc&nonlaborabút:
nou da graça à culpa , vos nos levantaftes da culpa à graça; ella ^XiZJíl^^J^
.tt
máy de miferias , vós de mifericordias cila nos gerou para a gte^abuntut sc aquilae. i{epetif Imcij.
:
em VOS triunfamos: por vos lubio a natureza humana a tanta js c<»«t;c.t.ii. Fbresapparucruntin
grandeza, que pondera Santo Agoftinho, que hum homem ""» no'^"-
hetamvcrdadeyramente Deos como toda a SancillimaTnn. ,;;'/. pIc^Sc i:?cScTnma.«L*
dade. 50 Bendttafois entre as mulheres: & bendito he.ofruto ^oyirg.^md.io. Aípiccbisfc.ios
Iztantesagmmccygnos &c
doVOÍToVentre.
"* JJ 41 Diogo áe tmes, hiji deaVes^CT
' •
*"* ~~ ~~ ~ "
——^_———
— «
animA.i.4i pojlprine.
^j Díoi^o de Furtes (l.LxtC.tt.pcflprinc,
algumasmHlmiasdograndíBamfta. SiS^Kl,""^.-?''"""'"'-"'
45 \u\enãlfatyrA.
^^ Tcllere dulccm
l y T Avia dito o Anjo á Virgem na Annuncíaçâo » t
Santa Ifabel fua prima coirmã 2 tinha concebido ";|"°-
queCogiwt haercdem camatus
Turture
-'"?«''*''«''' ^•^"«''^^^^^^^
JlI
hum hlho,8c andava em feisraezes.bltetoy João, 3 oprote- Tortoriíiagcmidora
tizado Precurfor de ChriHo. 4 Quiz o Verbo encarnado illu- Ç^P"^^° =' "^"^o à^\^trx^
ftrallo com fua prefcnça no ventre da mãy > & livrallo do ori- ti r^moi dcaqwl
cfprcí.
ginal peccado, por tomar logo poííe do ojfhcio de Salvador. 5 4* Plin.hin.nat. i.io. cap.i, k prUci
2 Moveo o Senhor o zelo da Firp-em , poucos dias depois f" ^"7"" "'"l"" "r^^^^i^"- '
Citava das altlicçoes q as ninas de luva tributao aquelles prin- pandnzt de u smiginid Túnità
áft.i y
cipios depois de cóceberem. Alli começou a trabalhar nos in- verf.Maperche.
ftrumcntos de noíía redempçáo. Ddy '
^ yi-^l^^jS.c::^^^
"^'''''^'
a
,
r rl£/«prV^ "
'^'
no que de féis mezes tinha no ventre, dera como faltos de. &
Q^uhagen/fuprai^.hom.io.verf.TertiszlQ^riz. 19 A VOZ da /^r^f^/í infundioconhecimento noque
r^^'"- ç , ^. apenas tinha corpo: de feu ventre nafcia funte para regaras
'*'"**
^•fl G$ro d C.6.
'
plantas do Parai/b 20 & aquelle nobre cedro eftava mu yro -,
•
Anjos:) era o cântico novo, que defejava David em inftrtímé- is n.i i.f.d.c.ti.n.i(>.&i4.n.io.
? rode dez cordas. Em outro lug ir fica dito 28 largamente.
8 Teria Saó Jofeph fémelhantes faudaçoens com o Santo
Zachariasj& detédo le alli ppucojíe foy a Bcthlcm fua pátria^
que diftava de ir/e^ÍTí?» menos de quatro legoas, deyxando a
Virgem com fua prima como com bons fundamentos parece
;
"'''
aodoutiílimo Padre Fr.JofephdeJefus Maria. 29 Qiiafitres ^
J^ {!^'^\t!''^'''^^'^"^
inezesefteveaiS'í'»/:'í?rí2naquellacala, 50 que foy Ceo com a
aíTiftencia deJefuSi Manajjofeph, Soo Joaoy Santa Ifabel ,ó'ó
Santo Zãchartas. Qiie devoras fe entreteriaõ as primas em col-
loquios celeíliaes í E fe a voz da Virgem na breve faudaçaó ale-
grou logo tanto ao Menino ainda no ventre, que eíFey to fariaó
tantas vozes em tantos dias nos domefticos dae^uella cafa .'
10 Iguaes ao golto na preíença feriao as laudade? híí def- apuAMdcmordt Caj{,od,c. t.o-B.^^^
pedida. Se tantas profperidades fe feguiraóà cafa de Obede- /ffiSx'-^ «^-^í «»• 5
boasoriginaesdoTeftaniento Novo.^BaftoUpwlamayordey-
xarlhcahonra dehavereftadonellaj Sc deyxirlhefandifica-
do hum filho, de cujos louvores fe dignou C6r//?<?fer Prega- ,
Bautijla.
C A P I T V L O XXVII.
;x,«5ÍI)
.
--,
. ., .
contra a natureza, .(—.íí;
j
C/íw.8.6.Duraficncinfernussmu- 2 Em tormento que
Salamaô comparou ao Inferno,
5
latio- quem foube diílimular , fem romperem aççoçns de furor S6 .<*
^^•'
tinha a Efpofa em guarda, pelo coftumeqjàdiííemosi 6) mas
é s„pr <r.ij.«.i. fentia apartarfe daquellacompanheyra cekftial. Nefte mar
7 Míub.i.-,o. Hsç autem coccgi-
fíu£turvafem fereíolver. 7
T^'<hanlsyiv.yrainEu.ng,om.i.u. 3 Qi^m podeià enganar hum amante ? difleoPoeta; Í
c.io.g7.ni8. no,roít,olhcvioa<3>«!/:?í?r^
.
ocoraçaó, padeceo com clle as &
8 ^r^'/ c>«e/á. 4. Qslsiãll^5?offi«niefmas anciãs. Naõ Ihehaviacummunicado aAnnunciação
..;„-. ^^ - .>.oi, A^ , do Ai>jo, por hão ter hcen^a de Deos
que parece quiz dar a
'!ví'-S* * .,,.
"
Jofeph
.t o merecimento
ftJ-^ ideita
\ occafiaó,
1. 6c também (diz S- J oaa-
,
**''^^*^''
'^ Çhryfoftomo 9) porque em tal matéria era fufpey ta fuare-
DCh fnr
loSyivlyrjJ."o'<ixoj>.^6. Igç;íôvdey2(,ava tudoâdifpofiçaó Divina. 10 ,;
^
isicltc aperfcaaniiiiou Oi5>;//^í?r pot hum Anjo, &fere*r
folvQQadefcpbiiraq Efpofooquepaííava^ôclhodiflcj conoq
,T i^.v.7;^^.5jír,:g,J.u.c.s9.er
^"fí^itia^^^^y^^referip a SantaBrigida. i £ Via elle q^etal
/.7.C.X j. teltemiinha merecia íe em cauia própria , & as profecias > &
... .*^;"^"*\^<
, .
cireiínftanciasantecedentesaabQnavão: que fe devia mais cre-
..>«iTV" . ditOva hpnelf idade, que ao ventre
.
• que a graça vçncia a na^
.
•,•
^
tureza, mas o eílimulo da honra ainda picava, & naó acabavad.
de ceifar os temores, ate que o Senho?" quiz por hum Anjo con*
ti P.Fr Jojeph ãelefus Maria nahjl. (^^^^ll^j^^ç^^^^-^.^-g^^^^^^^^ 12
''^I'íkh?ortcaihl'nayid»,0'fx, 5 Gabriel 13 Iheappareccoemfonhojfdor- O AnjoS
çW/.íidí^'-^/) \-c.f>. mia Joreph, porque aos Santos não dei velaó cu y dados: defcã-
14 Gí«.i8.ii.t^fl.2.7.
ç^prcrignadosem^QeQs. &í^ílim negoceão, como Jacpb, ^
S. Pedro.) âiílc-yojepíofihadc David ,nãhe/?-msrec'e'
14 èí
bera Mm-ta vojja tnuhher ; porquê o que tem emfen vtntrt ht úbra
^''
raó aquella vida Angélica de q nos deípoforios fizemos bre- l\ il^.".tj-M."^"'
, '
*
( fiança:
fempre a confiança tributou ao refpeyto. Feliz matri-
• ( lyionio / aonde o dote eraó virtudes: o vinculo, puro amor: 6c o
^ irutofoy C/;r//?í>.
C A P I T V L o XXVIIL
Como a Flrgem Bethdempas
comfffu Effofo for ao a
rafe aliflarem conforme ao edi3o do Emperador Au'^
gujlo Cefar, Mojira-fe o cfue continha c edtão, E tra^
©^ coryio
I . tafe cjue coufa
osanms.Dd-femtkia da
ke Era , for dlafe contàraâ
occajtaõ porqíie osRoma^
fios entrarão em fudea.
4
z Paga«
jjô EVA, E AVE '
fcnpíit, d.aaauc.m ara,nucd on^^n.sot- "OS dcpois quc Cefar poz aqucUe tobuto.
bis as rddcre pro eiiu^ cft Rc-pubiicae. ^ No que hc de advertir, quc muyto antes da defcripção
Viáev4cum^uLhronH,j}^omx.c.^^.
S. Lucas II diz, que Augufto mandou
\o CalepiK.inaiâ onar ver bobara. 1" O Euangelifta
Q^e fe
Afirclo^iquoqur initiiim à quoíuppu- zcrcm todoo mundo (que ie entende do Império Romano)
""*«"
fa-
jjT-r»
txiav.t i,uipiunt,<eraOTvocant,diaa<fr<i
naoccafiaóem quc nafceo C/^yv/^íi Senhor noflo, as havia man»
excoquodoiniiisorbis a:s reddere pio-
Mm Re-pubhcx.
, r , t> ^1
dido fazcr particulares em muyras rrovincias logo nos pnn-
• • 1
yiner.tnEnchhid tempcr rfuiPetr.Me- cipios dc fcu Imperio , como notàrão o Venerável Beda, &
Santo Ambrofio, & reconhece o doutííTimo Maldonado. 12
c.,6.
*^f rj.rí'^^^
M BediinUcr s^athancdcfcrip- Lcmos quea houve uas Gallias, 13 depois que Augufto ven-
5 & Antonío, quafi trinta annos antes de Chriílo.
tionem vd pr.mam ciie harun ,qua:,quia ..^^
^ Lèpido
r t
toiuniorbem cnn-lulenr, pletsque)am , .^ j
pa.tcsteirar ie;;umur fuifle dcíbiipta:. I ambemlabemos queaunosantcs le contava ja por eras em
D Ambrei. ibidem At picrafque ja.n Hcfpanha, porquc Auguftocftando na Cidade dc Tarragona
Çru^imTlXnl^^
"'"''^'^'''^^^^
"ão a houve juntamente em H
Mdidon.Àointderr-c^xLuc.n 6. Judca, & outtas Provincias Oricntaes, porque eftas dominou
ifciíor m Epnomei.^Y
I
^ Augufto maís tatdc pela oppoficão dos matadores deJuhoCe-
jcafiVaitmiup.brnioMonauh.Lufup. f^r. 15 Líta he 3 tazao pcrque íe conta a era de Ceíar trinta
1 /.4 í ly adjin. ^
oyto annos antes do Nafcimenro de Chrifio porque trinta -,
15 Mex„S:>iy<.dcyarMi.d.iyc.^6.
^^^^^^ ^^^^^ antcshavia Auguílo Ccfar começado aquella
defcripção, &: tributo emmuytasProvincias, poíto que não
em todas geralmente, como foy efta ultima.
6 Alguns contaó a ^í-y^jefcrita com afpiração , quarenta
Té Kefermt Mexia fupr, Emm^H. & dous aiiuos autcs de Clovifto , 16 tcmpo cm que Auguíto
,
B^rbj I» Rjm:fi. ad nofiram Otdinai^d^omcçou. a tcr podcr : derivando-a da palavra Herns que ííg-*f ,
li t./,^.>.§-'.«i.
, -''^'"'^^niíica Senhor, quafi dizendo, yf««í>^<2A/(!?«^rr/7M,(?7/^<?/»;W5 /
co"í-oni<< F,//jd)^^r- ifbCauhitios^Rtjs, <5í^ Mas com meuos íunQamento pois ainda então nem
Cc/tfr. j
cr 5f>,krfs de Hifpafih' ,
utdos Empena-
ç^^ Monatcha, nem fe achava taó poderofo como le íiippoem:
dor no lr;>'cip.a"da attes djs con,me>it às
ievsdo,Giàos,chamadus,'èu.zo)m^o,
r J'jr . ^ C í r
antcscom forças tam duvidoílis,quancoeraoforçoíosÍ£usco-
--
a fer aos trinta & oyto annos de Cbrifio nafccr , donde fe con-
tou a Era , porquejà vencedor ppz o tributo cm muy tas Pro.
vincias. 17
7 Em
PARTE II. CAP. XXVÍII. J31
1 Em Hef!3anhaaquellecoftiirne Romano de contar pela
Eraác Cefarfe guardava no tempo dos Reys GodcSj como íe
vè do que Santo Ifidoroefcreveo no meímo tempo. 18 Con-; 18 D.i/ídor.fupr.
&
deraó entrada aos Romanos fe, fazerem fenhores como ;
Cutuce»/ /upra.
pre o fumrao poder eíleve nos de Judà, ao meno^' por linha fe- ^^
niinina,
27 .h
^xo DeNazarethjaondeviviaó,.partiraó,SaóJofeph,8ca
/^^r;^ /Ti para Bethkm, pátria de Saó ofeph, diílante vinte
í- &'
J -A-df^'
^9""' '" ''"'''(" ^""^^f'^'' •?*-
•ifnovc legoas, 28 para" nèllafealiftareâi, porque pó^defçsndé-f.^^^.
tes de David, pertenciaó àquella Cidade chamada de Z)í2í;/<^, MeUuor de Caíhohiji.diyhg.iic.j.
'
'«<"''' ^'M^
29 poroSantoRcyhavernafcidonelk. 30 Eítaya a ^'mÃí^rtíf;-^;;;^';'''''^^^^^''-''''
muyto chegada ao tempo do parto, mas naó feefcufou de obe- z9 Luc.x.4.
decer ao Príncipe, como pofto por Deos; 31 antes na vaida- ^^ i'-^yiv[yr<imEuangtom.i.L%.c.t\
de do Príncipe exercitou mais a fua obediência. Entaó có pro- VtjephSproximí.
priedade fe executava ovangloriofo ediíto do Emperador 31 i-Pff^' i.;?.
:
^le fe altjiàífç todo o mundo, 2 2 comofe foíie Senhor de todo ^ ' /-'"^•^- ^' ''^'"^^"«ur univer-
,
1
Í4 D G^e^or. ?J/)j, h m.%. in Euing. cripçáo, quefigiirafle a que elle vinha fazer de feus
efcolhi-
4pud Syh(yfi íí.c.i.tl.í.ii.i.& fud
P. c/cjihd c.'í n.^. dos. 34
j ^
D Ch^yfoíl.hom.deNativu in pri»c,
1 Cuyda-le commiimente 35 que a Virgem fez a pè tam
tom.i
P.Fr. Mvtoddo Sepulchro m Rffcyí./pl- larga jornada, pela pobreza em que ficara , havendo repartido
ritp.^-c y>i^- a pobres o que tinha, como jàdiífemos; 56 mas da revelação
j6 Supr C.2.) n.^.
de Santa Erigida que no capitulo feguinte referiremos , 37
í7 í<ev?/jf deS.Brtgii.{.7x,zi.
parece que hum jumento fervio de carroça a tanta Mageftade;
6che mais vcroíimil j porque ainda que o Divino prenhado
&
(com fer folido, de corpo como os mais) tinha privilegio de
H'% \evet (,'e S Brí^id l.i.c.io- nâopezarjnemembaraçari 38 com tudo naópermittiria Jo-
P.Ft fofephd.c.iii.K.x.. feph que a delicada Virgem fe moleftaííe tanto nem Deos per- :
C A P 1 T V L O XXIX.
Nafcimento de Chrifto Senhor nojjb»
\^ rão aondetinharecolher
fe porque mu yta gente que
,
tudo occupadoj
a
&com menosi
j Nicefhor hijl.l.t.C.tt.ttifitine. concorria a aliftarfe,
occupaçaó não acháo os pobres quem os íecolha. Andava Jo.
íeph
!
pouiada. 2 Era peregrino em fila pátria; 3 & vindo o Filho j 6*/)r.f.xi «.s.
?*''"•»•*'*
de Dcos ao que lhe era próprio, os feus o naó receberão. 4 4
Em que anciãs os achuVa a noyte do procellofo Dezembro /
Laílimofoefpe£tacu]o
2 Defenginados fi na1 mente fahiraó para fora da Cidade,
fiando mais da folidaó. Foy providencia Divina, 5 porque cai';tanMyp.Drhomq.i<,.art.^<^
íc em povoado fe vira que a Virgem paria fem dores , fem c la^ir í. &
jiiais.que nos partos he ordinário, &
depois a adoração dos
Magos , fe defcobriria o myfterio, que Deos queria por entaó
occultar.
3JuntodomurodaCidadeàparteOrientaUemhucam- ^ mephorJ.cM.inprinc.
po de Maria Salomé, 6 de quem falia o Euangeliftá Saó Mar- Cec/ren i» cúmjxnd.hiã.
hjt à^/hg^M-
cos, 7 entrarão em huma cova, qiie a natureza fizera debay- P.fr.pfephaefj.Mjr
xo de huma penha, de quafi quarenta pès de comprido, &: do- Meichwtde c jho na m^/ma u .c.^. hifl.
ze de largo, & de altura doze palmos. A húm lado, cãvaad na 7 Mm.i > 4,0'<^ **•»•
,
4 Chegada a nora da meya noyte, 10 íignmcadora do iníuocutfumc^iumicerhabctct.
profundo fono do peccado que fe vinha remira em hum Sabba- " Suprcu>.n.^ „
jj-r jtA
o r .Jx, V \t Calho fuor.cumBeda Evoi.R^'
do, dia íagrado a Deos, Sc ao nalcimento da Virgem 1 1 que .^^^ ^ j^j^[ ,
„
'^
y
.
amanheceria m
que hoje he Domingo, 1 2 fagrado ao mefrao PJr Mm. do SepuLhro na Refey^mfpi-
._ ~ para 2<. de Dezembro,
Senhor: 24.
,
t' . )
r
quando a claridade doSol^/^'' ^V"''
r r ,-r \
c <. j
•
-,/;,/, ,,,
fadre Mexia na Sylvn de vr.liç.L i.Cit.
,
334 EVA, E AV E
,^^'^J'^o-cyyrc^.hom^^
com as portas fechadas. 19 Em Be-
GHaric.^Lbad.rerm.iJt^nmm.admed. thlem. finalmente, aonde Rachel morreo de parto, 20 pario
VdkPasnoBo: s^ã.v.ds deCimii.c^^^
^ J/'^trgem kmdores, porque fe curaváoas milcrias de Eva.
6- qnafi tremendo defrio ^Çe movia.ó' eftendia os tenros membros, cJio de DcJs ^^^ 3^3™?! * Ta?tigo
corno pedindo o abrig oda May-, a qual tomando-o emfuás mãos, ij ào Fiiiio»
o apertou em [eu peyto amorolamente, &
com a face o aquentou com ^^^ ^°l\lr'}u^ " o"j ""^ ^°^ ^ ''!!"
&
frnange doura, pojios ambos deg eolhos , o adoravao com immenfo -,
gozo, cr alegria.
Depois deíla vifaó gloriofa, appareceo à Santa a Virgem Sa-
grada com a graciofa prefença que regala os bemaventurados^
& lhe áiííc:Filha,muyto tempo ha q em Roma te prometti moftrar-
te aqui em Bethlem o difcurfo de meu parto; cr af/im quero que te'
phas por certiffimo que dejiamaneyra pari ameu Filho como aqui
vifie, pofia degeolhos, &
em oração ; ao qual pari com tanto gozo^
cr aleg ria de minha alma^ que nenhuma dor, nem penafenti quan-
do fahio de meu ventre ; ò' logo o envolvi empimosmuyto limpos, »8 d p.iui adRom.ii.-iy óaititudo
que muyto antes haviaprevemdo: 6- quando Jofeph o vio,fead- '",Tg2\6.í.
Ego fum fottiffimus
mirou, &
ficou cheyo de incrível gozo, ò' alegria, &c. Deus.
'^-v.?. ignis à faciejqus
7 Qiie bronzeie não enternecerá a tal relação? Osoutros ^j^^ç^/^"'
V meninos fem ufo derazãOjfepadecem, nãoconhecem: oFi i).mti\.
lho de Deos padecia como Menino, & conhecia como home. ) í"-»» ct.Erat Verbam. »
Qiiem diria que Menino tam pobre era a alteza das riquezas.? Domino oío^cít"' ^' *^°'""'^^'^"^'*
28 Qiieaquelietamfraco, era o fortiílimo? 29 Qiie o que 3? ?oè57.4.TonabitDeus voccmasç^
» íentia o frio, era o que imperava ao fogo? 20 Que oqueelta-'^''"'^'"'^, '"^--Tonabit Deus m vocc
j T^
vamudo,eraor^r^o? 31 t -, r\
O "-ri r
que parecia fimplez, era a fonte
warairabiliter.
..
,4 £cW./: QucmCslicapercnonpd-
dafapiencia? 32 OquegemiajCraoTonante? 33 O
que ca- í"ant.
bia em huma manjedoura, era o que ^ não cabia nos Ceos ? 24. ^) ^^""wMio.iy.Dcus magnas.
tr c j c •
V 56 5>«to/.5.oííA<i«a/: immenfusfi-
/-
lornou-leogrande 35 em pequeno: o immenío 36 emli-iius,
,
,r».mitado: o eterno era 37 temporal. Mas, ó pobreza rica, & \i i^iàem-. ^temusfiiius.
"^ ^"'' '°* "" ®* ** *''
; que nos enriqueceo .'380 fraqueza esforçada , que vences o ccum/.'"'^'
fància imitavel na humildade / Quem quererá fer grande de- ^^ •^í'««'-7'>' ^'"' ^ "•4»
j^ Ee pois
33« EVA, E AVE
Ctierrk ferm.i .dt Nativ Dom.
poís que Deos fe fez pcqucno? Fós, ófilhos de Jdam,'(€-xc]âmi\. ;'
4 s
capita 11» certa muitorum. cllc hc aporta por ondc là le entra) 47 o alto q fe fe naó abay-
xar, não caberá por ella, & quebrará a cabeça. 48 Se aquel !e
49 £yod.).i4. _ quefóhetudojcbroutudoj&íemoqualnadafefez, 49 íere-
.0 D.p<j«; a-/ Pfc/A/». 1.7. Scmetipfáauzio a parecer quaíinadaj 50 nos, lendo nada como nos ,
rxúiaiT- vit. queremos fazer tudor* De que teenfoberbeces terra, &: cinza^
raLÍ"sf'^^''°''^"'''^"^"^'''"'^^2o^<^^l^^^^^'^^ 51 Qttantoraayores fôramos, mais de-
st Ecckii-ji. ? IO. Quanto magnuj vcramos humilhamos. 5 2
cs/humiiiac; inommbus,&coiatnDeo g Confiderâocscontemplativos quc diria a Virgem: O*
luvcnics gratiatn.
^ ^ ^^ ^^^ /^í- yji, Crcadov
, c^ Senhor de ti: do , w^í) /?«^ darvos ou-
^^
S, Revelai
i,s.B.màAA,c\o.ante^^^^f^^^^^^'^y^^''^''^^^'^
„td, que no mefmo tempo f- banhava íua
gidadiflea.y(?»/íí?r^, 53
alma em orvalho de gozo, vendofeMáy de tal Filho ^'feus j
fc
PARTE 11. C AP. XXX. 337
fe com bavxelas frequente- fe de miniftros folemnize facri-
.• :
C A P I T V L O XXX.
Do mais quefuccedeo fia lapa de Bethlem depois da
Nafcimento de Chv'\í}:o Qf Oí marafilhofos fim
-,
lhes vinha dar a alegre nova de lhes fernafcido o Salvador em PFr.pfephdeiejuMar. na mefmihijt,
&
Bethlem, que por final o achariaô envolto em pannos poílo cVmD''HÍero. ep.^i.ad Sahinian.
emhuma mangedoura. 6 O amor o tinha tam humilhado, D.cbry/aithom de Nattvit.iDo»iÍH.h
*,
humildade era o final para fer achado como Deos. Náoappa- 7 uchryfolifipNoniavfmmtChú.
receoo Anjoaosquedormiáo, porque fó os que vigiaó niere- Oum nift vigilantes.-- Digm eram ut
fie v;gdabát,
cem ver Anjos, &czch^r a Chri fio. 7 Logo grande multidão ^^"'^"^^'"°'^"S<="3^'"
de Anjos cantou: Gloriarias alturas aDcos,ó'nãterrapazaos
homens de boa vontade. ( So eftes lograó a paz de Deos.) Santo
Hilariocompoz omaisq fefeguenaquellehymno, quefecã-
ta nos dias defeílanaMiíTa.- o Papa S. Telefphoro Martyr,
Grego de nação, quafi pelos annos de 142. foyoqueprimeyro
mandou que fecantaíle na MiíTa do Natal, &: que efta fe cele-
braííe pela meyanoyte, não coftumando celebrarfe nos mais
dias fenaõà hora da Terça, porque nella fubioC^r//^£>à Cruz.
8 No monte Sinai começou a Ley Velha, queera de terror, ,J,^^''^-^'^'i^"í.^^'"''^.f!'/*f'"*
com rayosj&trovoens de entre numa nuvem: 9 nos campos 9 Exod.19.
de Bethlem começou a Nova, porque he de amor, com mufi- • • •
cas,& claridade.
2 Tornados os Anjos para o Ceo, d iíTeraô os paftores:
Pajfemos a Bethlem j c^ vejamos ejlapalavra (ffíefoy feyta , qtteo
Senhomosmojlron. AoMcninochâmànò Palav?^afeyta, my-
fteriofamente, porque era / l^rbo fey to carne; i o & ajuntarão,
^^ j^^^ ^ , ^
Ee ij que
3J8 EVA, E AVE
^ne Deos nos moHrou
porque fó fey to carne o podiaó ver no
, :
vidfa.ruscarnem quiacaro eí>, vidca- ftjpio entre OS doLis Serafins da terra, & o conhecerão
•,
' ' * • viver queremos para elle: que defceo do Ceo para nos levantar
„ ,. doabvfmo:
^
que foy todo para nós, 17 Scnadaparafi: 18 &
1^ /"/rfí.j.S. Parvulusnatuseltnobis. ^^ ^ , •
o jj > ^ 1 /*
luLii Nacus cft vob.s hodic saivator. que por Evâ nos vicrao todos os males , &: pelo Ave de Mana
1 •
*% -r^^S- ^ " — —-
\ S Gueyric ^bi>. ferm. 5 . de Sativit. todoS OS bcnS. '
Dorn^pu.c^?nc:mn^sc^^^^^^^
t /^/^;?mglc)riòfa,
^ MãySantifllma da faude univerfal,
noncmmfibi, nonAogeiís. y r- 1, ^,^rL •' 1
1 ,
;'
para bem vos íeja unico lierdcy ro do hter-
r ilho tam illuitre,
• toiíanao, que nos trouxe o paó da vida; 22 com razaótenavis inítitons de foiígè poc^nscpa-
» chamarão Bcthlem, que Te interpreta G;/^ depaa-, 22 poíto "'^'"*
• qhoie te aches reduzida a pequeno âmbito: em pequena í anca j, D.chTyfo^.i-^i.hom.exíUncx,
•
fe fuílcnta o fogo em hum fó rayo fe moftra a luz do Sol em ^" /^ EpiohtiUjohi.í.
: :
Ii Dentro da mefma lapa de Bethlem nafceo milagrofá- Fr. Heãor Pinto.Petr. Mexia , cr p. lo»
mente huma fonte, 3<
^
moílrando a que
'
nafcia manante da/^/^V"/"""^"'» ^«A''* '« f*'-''». tem^or,
S''^?^-
12
_
roucos
.....
dias depois intentando
,
,11
o povo dar culto QQ Jeu
Eutrop.ac
i'i
alij
P-^'"to>t.deBíl!r,zheni>tEphemert
KaUndnrytrg.die óMuar.n.u
Deos Octaviano Au gufto, & reparando elle com prudência,
fe confultou o negocio có os interpretes dos livros Sibyllinosj
^G &:eftando-fe tratado no Capitólio, aonde os livros feguar- j^ r>defrprMc.9.KA^.paffpn^.
davaó , á hora de Terça appareceo junto do Sol hú circulo de
ouro Sc no meyo delle fobre hum altar hãa fermofa Donzella
,
Rey univeríal mayor que elle, o adorou dejoclhos, & mandou Sebaid.Schreytr chonMat.s ápudunutê
ò mais fe não crataííe delheattribuirem a elle divindade. Fez /"<'/''/'Cfcr;//.(í/<«£Ííi.f. 5.^ 8. ' '
pintar a vifao em huma camera do Paço , que ai li tinha com ti- JJpÍS;?;*^ ''' ^^^'^
,f^^^^^^ ' '
tulo de Ara deli , que fe conferva hoje em hú Convento de S. 38 imoc^nt ni./iifr. .':
'
'
4'^ GHj/Wffl.Cfc*«/,áei?f%<»>i^<'""»"* frechas, arcos, & outras armas,48 (como profetizara Da-
vid) &: na outra maò hum ramo de oliveyra có letra: FaxAu-
^///??. GuilhelmeChoul faz mençaó delias. 49
C A P I T V L o XXXI.
De como o Menino Deosfoy circumcidado , Qf com elle
I
^ ^ Andou Deos Abraham que ao oytavo dia cir-
a
I Gcn.xiAo.
a p.Fr.ioje^h àeU[u Mar. hiil. de N. Q.^
XVA cumcidafle todos os meninos para final do pa-
,
^''^D^ry/ofi-hm ^9.adfin.inCcnef.
^i^ado cm virtudc da fé quc ficava profeíTando do Redemptor
Lew.ix.i.
fy que havia de vir. 3 Prefinio o ^(?«/:7íir efte tempo, porque jà
daquellador, & lhe não foííe mais
xpf/ícfTrJí/f^/i'''^'''"'"''^*'"'^''^
•!*DThom.\.p^d.q.i'f.art.:. moleftafendoelledemaisdias. 4 Depois feefcreveocfte pre-
Aiij apMd Sybejra in Euang, tom. i. Li. ceyto na Icy de Moy fés.
5
'
s^iw.i II. ^ Delia era izento o Filho de Deos, por fuperior a todas as
9 P.Syivevrad.e.%.f.i.n.t. kys: 6 & pelonaócomprehendercm as razocns emqaquel-
p.fr/fo/íjt./j^K^r.w
^
1^ fe fundava. Mas por outras que os Doutores apontaólar-
MtkhiordcCa^roht^deU.S.l.i.t.T.ad r j i- i t i
fn. gamente, 7 iendodeoytodias, noprimeyrodeJaneyro,que
P.FrMan.doSepulchr<iwRtfeyia5Cfi'Qwx.2LÕc^h\o no que noshcDomingo , foy circumcidado 8
''*'iot'Seplffupritc
namefmalapaemquenafceoi 9 cntendc-fe que porrevela-
f_.iefcph/up.n.u '
^SíóquQSLf^tr^emMaytcwe. 10 Hemaisverofimil queS.Jo-
feph
PARTE II. CA P. XXXI. 34Í
íephfoyominiftrodefteado; 11 porqueospâys,ouasmáys " T>.Èernarâ.f(Tm.i.aâf;n.
'
mentofezoDeos Menino folemnidade: 8c quiz que viflem
muytos que fe humilhava, 6c fe conformava como ufo dos ho- t
mens,
4 Mas entre o gozo do efpirito fe laílimava a carne cho- ;
rou a alegria doCeo para alegrar a terra que dor para Jofeph
:
C A<
6
C A P I T VLO XXXII.
T>o nome Di'Vím JESUS per q^efoy chamado o Menu
no em fua circumcifaô, Declara-fe também ode
CMej]ias , Qf o Santiffimo nome
de Chrifto,
''
1 áT y Oftumavaõ os Hebreos pór o nome aos filhos na
V ,
À dia em que os circumcidavaó, (como Deos o mun»
doua Abraham quando o mandou circumcidar 5} 1 & às fi-
* D'rJ«l\« ,,-r»,\.^. Ihasnodiadapunficacão dasÂãysj 2 como os Chnftáos o
põem nodiadobaunlmo, qíuccedeoacircumciiao. Hecon-<
veniente a cada individuo nome próprio per que fcja conheci-
doj & nemíe lhe deve antes de dedicado a Deos, porque fem o
fer, quaíi náo he homem nem fe lhe pôde negar logo que ít
;
íplendor)u(bsqus, Scíalvaior eJLS ut</<?r. 8 NaO Is pOZ dc HOVO pOrqUC O LtcmO FãJ
, a ,
iamj?as acccndatui.
Qucm por direvco patcmo pertencia porlho, o ià lho ti*
« Mattn.i.ti. Vocabis nomeiííius ^, /i u ^ ir j /r '
Jcfum.ipicenimfaivurafadct popuiúm "«a poíto abrEtemo, como liaias também diíle: lo nome
i
íuum à peccatis corum. tam grande naó devia fer pofto por homens ii o EteríiO ;
'
'^''-'delegou por hum ^ ,2 àf^>rgeMM3y, &.oEfpofc
?o''íS'íí!1Zr^ò;ií:tu<»i
osDomiiii nominabit. Jofcph que O dcclaraíTem: à Múy porque cm falta , ou impe- ,
Nout Ongen,hom,i^.in Luc.
1 1 dimento dc pav na terra , lhe compete o mefmo direvto i í :
i«c.i.}i:
'
ao Lfpolo, por lhe contmuar a hora de pay putativo. 14 boy
I } utin Eitfabetha Lut.x.éo.
a f-^irgeiH inlhumenfo de nofla redcmpçáo declarando o no- ,
grandtsencargos-, 2í looi^ilhode Deos tinha hombros p.ira i»,.^./» lírme^pm nch. .judSyhfyra
S4'vadori pois para lai var de peccados, alem de homem , ha- '" ''""'.? """ ^ f 5-7 1^." 44
1
'
V,. defcr Deos ,& alllm efe nome iign.fica hum firppoíloem N:;iX;i;--íf^^^^^^^^^^^^
duas narurezas. 22 Mas baltou àquelles antigos aquella le- n Notm o. Efiphanafuatr.MM.de
melhança para ferem iníignes Joluè teve a gloria de merer os •^«'/'«'<^W"p « ^ <
:
putado Salvador foy figura do verdadeyro: 24 Jeíus Joie- ^fti'^. adfin tom. .
dech foy chamado Sacerdote grande: 25 & Jelus Sirach foy ^^^^^^ '^a-i/Jre
fapienti filmo. 26 i6 Habeturm^roUgolEtch/^afl
4 Eíle nome disfarçou TfaláSj27 por myfteriofoj debayxo *!' -^Z"- 7- Jt* Nomtu cjus Emnu
do nome E?nmanuel, que fignifica , /Jca-í he com-nofcOy 28 pois "^^,
g Mitth t.i?.
fvindo Sdvador, necefiariamente era DeGs>& aíllm dizer o An- í9 Muuhju^r»,
fcrmofcsi que fci-mofo nome poz o Eterno F^y ajv^fasmome '"^"^.,,1^°"""" f'"'"^^^^'" í"-íim-
», (diz Saó Paulo) 31 fobre todos os nomes :fuaveatè ao gofto ^iD.p»/ a</pi.ii,p. \.^. Donavii
oca, melodia no ouvido, alegria nocoraçaOi he mtdicin.i pa jeíí,, ^d mure, mautcmdos , tcorde
ra as enfermidades corporaes epitima contra asaííiicçóesdo
5 jubiius.
41 Luc 1 1?:
poz-felhc quando derramava fangue
42 Pilatos efcrevco :
.ec cjput cjus caufam ipfius faipt^ porcauladelua morte olerJlibul343eItenome o empenhou
:
.uum. Deus, Í.C & L cua m íincs ccrrx- tneUy fcja Vofo loílVOTate OSfinS dã tCI Ta. 47
nome próprio do Filho de Deos, fora do
Efte foy o
9
48 ^ã.^.\- qual nome naó ha falvaçáo. 48 O nome ác Me (fias heHe-
„-*;:! ^'if''^'''''^'"'*-^''''"'"''^''*'braico,
.ríi/'
fignifica em Grego Chnfto , 6f em Latim T^-
5- L,7<im.fir«/4»i. àevtrafap.c.^. do. 49 Hc nomc appcUativo de dignidade, & de poder Real,
Níceph.hijt.Ecdcj.Li.c.^. commum aos Reys & aos Sacerdotcs, 50 porque no povo
,
havia de fer juntamente fupremo Rey, &: Sacerdote > Deos , &
homem, ungido có o óleo da Divindade j 54 ou(comopro-
54 SyheyrafupT. vaNiceforo) << fóoFílho de Deos fey to homem foy ver-
55
N,^^ffc<>r.Ca/«^/#£.c/./a.c.4.^^^^y^^^^^^^^^^^^.^^^
ôcungido^ todososmais, pofto que
Santos , fe haviaó aflim chamado como fuás figuras 5 fombras,
& fymbolos.
C A P I T V L O XXXIII.
f».''Jí«5./.x.co«raf-.«/?.c.5.t.«,.í
Oriental, 2 (que habitaváo os de Sabà , Madian, Epha 3 &
D.Th(m. 9. 6.' rt.-j.
: /) i dcfccndcntcs de Abrahaó , de Cetura fua fegunda mulher )&
6 DThomjp.f)o,art.7. húaeftrella nova, 5 creada de matéria aérea elemental, 6
^
TDXhryjlfl.hòm. 6. in Matth. fofi que com extraordinária claridade refplandecia de noyte, & de « '
que coube a vigia. ÍSI aô he f^cil crer que á obfervancia defte in-
«•• ítituto fe continuou nos feculos que houve de Balaam atèd *'"
Naf cimento de Chrifiõ. Mas vcrolí m il he que os três a viraó,
como acafo, por difooficaô Divina,eíiandocada hum em fuaâ
terras, que todas erao villnhas & fendo grandes Aftrologos ^^ ^puiMMoiiad.fu^m:
,
conhecerão naòfer natural , donde inferirão fera que profeti- 15, B.ro».jupr.is.io.
záraõ Balaam, & a Sibylla & a fecjuiraó Ioíto em feus drome- ^'""J"f^^ Maldonado jupr.
,
_
danos com dons, oc preparação, polto que apredada ; 6c como q.x^.n.j^ç,. Dum tam impiu. íccptrum
aeftrelia os guiava para o mefmo caminho, facilmente fe ajun- "«í'"'" ^i^íctur decusjhmul
1*^"^": ^
t'i p"syiveyrJc.A.q.ii.f7.4o.
havíaó dc rcpoufar. 29 Caminhavão em dromedários, 50
P.fr pfefhjupra c.ton i. cum D.chry- q fazem jomada de quarenta legoas por dia , 31 Sr aílim che-
•^"^^»??drpSdí/.2.ii.«.i.
gáraóajerufalemcmdezjouonzedias: porc^ náoeramayor
?o ifai.60.6. adiílancia,confcrmcaoqueelcrevèraóS. Paulo, Sc S. Jcrony-
DCyprianfifr. mo, & reconhcceo O Doutor Aneelico. 22
. .
^vflhe?. sfupr.
pcrguntaíTem com valor na Corte de Herodes, fe cófirmaf- &
(,-
í4 M.tth.d.c.z.i, Vbiepquinaiusefl fem com a repoftj que ouviífem dos interpretes das profecias.
44 Tjííí i'it-4^)•/'«^s^btvraanoi^lcí-
AAlhum dos
j t^ j i-
'/- \
•
l.
Diouylios tyraunos de bicilia íervjao d2 barbeiros tia profapiciuiaTtl '
las a barba. 45 O
mermole fazia a ú próprio o máoEmpe» 4s TexiorinO^c.inp i.tk.Tmidi.
^i^^-b^^c.ge.iaU ..is /o//
radorCommodo. 4Ó Ahuni filho tinha o mefmo Dionyíia Jl 5
-'..-r^ r ruo
cujo amor fe fizera pequeno-, turbafe, porque o máo naó quer
T-
qllehaJaDeos;nemoelcravo, lenhor:nem oReo, Juiz j 4diiifantis?
fe os màos temem vendo-o no berço, que faraó vendo-o no
'"1 \.^'"^ enttr-bu.al judicanc
'^•""'^
fi3,c]ilil^^oí^pcií)osR-gcscluuterlcba-
.3
do o mundo.
< 10 Bem fe vio a perturbação de Herodes , porque cha-
mou os Magos em fegredo, 52 por naó dar que fallar: fendo ^
que tendo ellesjá publicado o a que vinhaó, elte fegredo, q lo cads^ia^ís."
'^'*"^* "^ «c.amvD-
# gofedefcobriria,faziamaismyfteriofaacaufa. Amefmatur-
' baçaó moftrou em fazer logo juntas , 5 3 que nos Reys he Ci- MMh.jup. 4. Congre^^ns omncs
^ ,
nal de aperto^ôc em dizer aosMagos que foliem bufcar oMeni- ^''"-'P" íicerdJtum sc .cnbas popuii. ,
que occalionar no povo novidade íe as cria , devera entender pnnc. cr ,W. i.e.v ic ineumdemMltth.
i
que o que vinha fer Senhor do mundo, como Deos, naó afpira- f'' '""^ '""•
va ao pequeno Reyno de Judea i 5 6 quando afpirára , el-&
le o naó podia impedir , antes lhe importava fazerfe-lhe a
r,:::i.^,I-D^:^;^^^tS:^;^
gradavel. K^gu iua : nec ii.uii-li D^miiiLis potc-
1 1 Vio-fe a turbação de toda Jerufalem pois em roda ^^''" '"* ^"P'-' ''^ ""'^"'«^ s^g^^^i^-
,
348 E V A, E A VE
57 j,juuh.á.c.r.9.
eftrella :
57 (íó fora da Corte, ou dos negccios delia fctem
5S P Suares ? p.<i.]6 difp nfeií. \. eílfclla com O Cco. ) Ella os guiou , ate que na lefta feira à tar-
que
.... ^i X ipadasaspoufadas
rr%rTri8:«.i. ^^ cidade com a gente que vinha aliftarfe pelo edido do Em-
perador,6i goftavaai5V«;b(7rí3daquellelugarcõfagrado aíam
alto myftcrio. Depois de multiplicar rayos defappareceo a
Eftrella ; porque depois de raoftrar a Deos naõ tinha mai*
\ que moftrar. O
grande Biípo Gregório Turonenfe efcre-
^veo , que ella cahira em hum poço deBethlem , & que no
»fundo delle fe deyxava ver em feu tempo dos que eraó vir-
61 J^ffert barradas tom. i. i.9^c <).^.]^.
gens. 62
13 Entrarão os Reys Magos com grandiífimo gozo } a-
"'•'•'•"•
^
chàráooMeninocoma/^r^^;«A/í2r^y?/^A/í)'j63noíeucollo
64 Fr.MaHjoSepnLhrod c.j.n.ié.
f^gr^do j 64 & cUa OS efperava , porque fabia que vinhaó. 65
6s B^ve/aqdeS Brigid/yc.i^. Também eftava prefcnte. S.Jofcph jdoquc O Euangelifta naó
"' f 4?}o.
„ f^^^'^^''*""^y^^'"''^-
faz menção, porque fó apontou o que os Magos acháraó com-
'
Fr.Mln do sefuichrofup. prido dos vaticinios. que fallavaó da May Virgem. 66 Proftrà-
67 D Uryfofi.hom i.cxii.inUatth. raó-fe pot tetra, reprcfentando todas as gentes : 67 & eraó
^''^' ^'''
três, porque todas procediáo dos três filhos de q Noé , dividi-
D. Guerric. ^hb. fcrm. , dr Ej^i^han. in ^^^ ^"^^ ^ ^' ^ mundo: 68 adoràrão , & oíferecétão os dons que
.
•vai &
alegrava com gojlo maravilhofo em minha almãyattendendo
a todos os myfterioSi &g uardado- os, ó- c'oferindo os em meu cora*
Tííí. Bem íe pagava o trabalho do caminho com raes demon-
Deos;& ainda viviaò, quando àquellas partes foy o Apoftolo Rejen m Uh,Hido in í, Matth^i , adver.
no Sanctuario da Sè da Cidade de Valença fe moílra hum dei- Dh^í Matute, «„ profap de chrijh. ,d,de
leS. 85 5-§ 5 ? 'i
dllczando ,1 ^lbcrhCr.itto.
rio86 efcreve , que na índia acháraõ os Portuguezesem hum W q/o- de reh Emminnei i. r.
Templo hiía Capella dedicada á Virgem hUy &: refere o j ,
^^ Navavi'^co'iimcnt.dtorM &Uíí
"""'"' '''''^'
doutiíTimo, & muito virtuofo Navarro, 87 que o mefmo Bif-
po Oforio lhe difíera, que depois de efcrever ouvira a peflba fi-
dedigna, que as antiguas hiftorias do Reyno de Calicut conta-
vaó que hum feu Rey ( poderia feio depois ') fora hum deíles
Ffij Magos
350 EVA, E AVE
MagoSj OU feu companheiro, &: que tcrnandcàfuaterra, edifi-
cara aquella Capella,naqual fobrc hum altar eíVavaerculpida
a Imagem da Senhora com feu Divino Filho nos braços, & por
reverencia naõ entravaó nella mais que os Sacerdotes, & guar-
das do Templo.
19 Efte dia celebra a Igreja com nome de Epiphania , que
88G/cf.,v.rtc,£f>,i)fca«;.r««,
í-L.fignifica Mmitfeííaçao dc jim.^ 88 porque fe manifeftou
,
89 DuiaraoP.ír.Uan.doScpuUhr^Bethphania,
quQ\â]t^nto^como Mamfcpçãmemcafã. 89 To-
dp. c7.n1. das fuccedéraó aos feis de Janeiro 90 donde Guerrico Abba-
-,
*^ "'^'''
dig no de veneração para beneficio da natureza humana , éf de to-
das ase oufas.
C A P l T V L o XXXIV.
Da Purificação da Virgem May, Prefentaçaõ do Me^
nino Jefus no ^lemplo j do que a Senhora alli padea
ceo y 6J* capifa per que eflafefta [e celebra com 'veías
accefas , chamando^fe Candelária.
I Lfvtt.it. 1 "jLlí Andava a Ley deMoy fés, i que a mulher que pariíTe
J^VA fi 1 ho,naó entra íTe noTemplo antes de quarenta diasj
no hm deiles fe foííe purificar, Sc aprefentar aOi3>?2/?(?r,oíFertan-
do hum cordeiro de hum anno , & hum pombinho ou rola & , j
i.i.b9m.t,vcrl,iilud,in hn. .
,^ ,, i ^ ar
do graças a Deos por aquella creatura , a levantava onerecen- ,
'
jni^ic,,o-
2 ComprKio-feosdiasparaelteadro, conforme a Ley, co- ^'#. "'2'^';
mo advertio o Einu cr^Iiíla > 6 porque fó por humilde excm. c- * í-""' *' ^«undàm icgcm. & xí
^*"
nao peccou , &: íatisíez j para que os hihos , que herdarão da ^-Jofe^h d L^.n. e.' '
primeira mãy a neceílidade do peccado aprendcíTem da iK)va ' ^"'•^- m- Scrpcnsdccepit me.
, '
d" má! ,
:
raóa Terufalèm. Com que devoção fariaó a jornada Cora que '" ^^'^^™novitatistrahaiKhuiniii,atem
!
amorolhariao para O tenro Intante, queja começava a ler feu i^ De<7uíA</<-r.„A.„.„ j/» l.^-,
companheiro em trabalhos Como iriaó revezando emfeus A'S-&s.
!
tanto a coníideraçam.
4 Havia em Jerufalem hum Sacerdote virtuofo, &: muito
nobre, 16 chimadoSimeaó, filho deHillieldefcendentedeAa- \6 Catthagtn.à.i.t.hom.^.infrmif
'
raójoqLuleraRabbidoutiílimoj&foymeftredeGaraaliel,!/ ,7 Cu^muhhSy/ve^rMzc
.p ,s
de quem Sao Paulo 18 difle que aprendera. Referem graves ^'"''^''Â^n.d.hom.iy^eTj.Anauum^cúm
Authores 19 que chegando Simeao a explicar o lugar em que jj ^^
Ifaias diíTe Giue Pmma Virgem conceberia , é" pãriria\ 20 pare-
, i? EgefipusiiidefuppUm.
Enãç,. \>er!t
cendolhe impoíiivcl Seque a letra eftava errada, featreveoá'^"^'"'^'' ^''^^""i" ^' dt Virgin.'Márà
,
tirar a palavra , Virgem, & a pòr em feu lugar outra que figniíi- '3.puÍ'p. Fr.
Jofeph d. 1.4 ta t
cava, Mulher moça. No dia feguinteachou reftituida a palavra '^^y''P'^^''"'''i^enjupT.\erf.Nllfiir/.
que tirara tornou a fazer duas vezes a mefma emenda , & he J^/[i'' '^•^'^•^"^ ^'^go concipicr, &
-, 1
Cyprhm, reLm k ctrtha^emKi.hom.ii. tclledual, & tambcm vifivcl, quc fahia do Mcnino, & rodeava
\erj./.
^Jí^^à. zVirs^eniy 25 conheceo entre muitas mãvs quevinhaõ apre.
x< D.Ba(il.de hum.Chrift.fener.tnfi*. ^ ^ -,/ ^
' ,
r) ^ f •
i
• '
TimothcHs Hiaofoiym.a-aUj apud p. Fr. Iciitar filhos , 20 O que elpcrava , prometrido aos
ratriarchas, *
*a OP.Fr.io[ephd.c.ti^.i.
^^ ^ ^"^^Ç^^ queabraçàraó toda a gloriadoCeo? Tinha-fe-
Ihe fópromettido que veria: mas também o teve nas mãos ;
q
as mercês de Deos excedem às proraeíTas. Se tocar fó o extre-
i9j,Aí(iMM.io.JWtfrc.<.sí. t»í.8. mo
de leus veftidos deo faude a tantos , 29 que faria tomallo'
44* todo nos braços ? Lançoulhe a bençaó naõ com m.oviméto da:
to Simeaó o que pedia , deixou elle no mefnío tempo efta vi* "11° '^"''^^^'
^"';J,
da mortal,& voou feliciíHmo ao feyo de Abraham. Santo Epi- 41 ^tcepLT.dUcu.hfín.
phanio diz, 43 que vi veo depois annos, & porque publica- ^.^^ ^•^P'P'""'-i'díProfbet.vit.ujk
vaonafcimentodo Mejjias , os outros Sacerdotes lhe nega-
ram indignados a fepultura facerdotal. Feliz fobre todos
os Patriarchas , &: Profetas , vio , & tocou o que todos
defejàraõ.
1 1 A inílituiçaõ defta feíla Cpofto qUe varias opínioens
lhe dem principio menos antigo)íoy no tempo dos Apoftolos,
ou pouco depois, porque delia fallaó Padres antiquiíTimos. 44 44 Refere-osCarthagcn de arcan Ddp
Celebra-fe com Prociífaó de velas bentas accefasjque neftedia <^pj'^fh.d.p.x.u ho>n.ií.vcrfjtem.
nhaóem memoria dofacrificio chamado Am har bale 47 que sed vide Caiepin.verb'iJ[irum.^' "'^**7*
,
354 E V A , E A V E
^9 ^pud Pj'rjofiphL4:c.r4. «i"^ Hum moderno 50 allegoriza a-
^s Doutorcs tratao. 49
^o Henric. Eit^ei^rave y in CtiloEm. quella fabiiUcomo profecuj clizendojquc oinfcma] Rcy PJu-
fyrec^fffl.Purifait.^.yinprw. taó tinha roubadaa nâcureza humana, princeza nobililfimai
porém que a providencia Divina ília mãy, verdadeira Ceres, q
proveo o mundo do trigo dos eícolhidos, mais útil que a outra
qfe diz inventora das lèmenteiras, accendédo luzes pela en-
carnação do Feri>o , a quem Guerrico chamou , ^ío/í lume e?:^
^x Guerric.fem.de PurifcVcth^min^^c^i 5^
a bufcou peks aípcrczas , atè a achar, como diííc
carne, quafi lúmen in cera. IfaiaS. ^2
52 i/d/.4i.é.Declueiufa:duspopuli,
inlHCçmgsncmm^ .
! —
C A P I T V L O XXXV.
Como Herodes determinou matar os mwcentes
como a Virgem Qf S, ^ofeph fugirão para
; ^
,
y„ed.
rcs graves.- 5 & parece ler aquclle, de cuja morte íeita no Tem-
v.Gre^or.Nifen indie Nativ.chyifi. pio accufou Chrtfío OS Scríbas, & Fariíeos,porque HipDolyto
'
'^* -^"^^^^
^"^'go ^'^ ' i era filho de Barachiasj ) ou como dizem
^fpptpl^f''''^'''''''^''" '
HippoiytusapttdNic(i,hoT.i.í.(-7,.adfn. outros, 6- accumulaodolhc àt^ois com Herodes por nova cul-
iR^ere-oso mefmoPadrty CT Mel- pa,efconder
a fcu filho Toaõ.quando morrèraóos Innoccntes-
jtij
I
larlhe como lhes encomendara; & fabendo dos Sacerdotes & 14 D^-M-ff-n.injintt
,
O que he tímidoy he cruel. 1 7 Que trifte vida a que vive de outras ,^;,^ ^^'^'"^ *'^''"'" ^'"l""'"^' '"^^''•
morrerem ! S f^mcent.Bdvacfnfin/pecul. hi(l L6.e.
1
htm. },í»
que Herodes havia de btifcar o Menin o para o matar* 2 1 edi£to O ^"^'
^ ;,
prindo-fe muitas profecias , & íieuras que havia deita fugi- ^^ívííVaíi.f.yy.g.
Fugio à morte que vinha bufcar, para depois fe ver que morria
por
.
t6 s-'^ctT.ch7foifefm,\^9. braria varaó. 26 Vinha dar ley nova, excitar as virtudes ^mo-
ftrar à vifta a Deidade crida por te , fugeirar o demónio cm cõ-
bate publico, dando exemplo de como íe ha de fugeirarj vinha
morrer para deftruir a morte, baixar aos infernos, defatar lá os
prezos para na Refurreiçaó abriras fepuUaras para na fubi-
: :
'•*••.
.
ça ,
comode farinha, huns bolinhos de eífeirosmilagrofos em en-
carar Je«rí.9Í2 o. i»priHc.
fcrmidades , &: particularmente em mulheres que criaó , fe &
)t Supt e i6.n. j in^nt. O leite. 3 1
Ihcs fcca
5, 6«f r.d.« .5^ ^ i;)^ Befhlcm paííáraô à Cidade de Hebron , que diílava
hiicephor.i.i.ci^. quau quatrolcgoas ; 32 ÔccomoaUí vivia Santa Habel, 33 he
p.B,v:iradDcxtr ann.chr,n.yytrf,ie>
provavclqucaavifariaó dointcntode Hcrodcs , & ifloaobri-
il^Brocarà indefcfip tcrr. s-mãx. g^r»^ ^ ^"gí^ P^f^ ^s montcs com O mcníno Joaó.&: fe efcondeo
j6 Lyraini/ai.if. cmhumacova, donde feoccâfíonou ficar elle no deferto. 34
c,tttfi'EX^urJ:'
•''''"''
, 7
De Hebron foraõ a Gaza .jornada de hum d.a, 35 a-
Ev .grius in vtn Patrum in ty^potioiium.
, dadc nos confíns dc Judca. - "**
GaiarK<*^Euan^(UnlU yc.isMt.Meffiaí g Dc Gaza entràraõ no Egypto ; & no mefmo ponto |
Ij''"iflj9!!»princ
cahiraófubitamente dos altares todos os ídolos, 36 cometi- "
?^^"'"'ju jv n.
em verfo a AuguíloCefar que lha perguntou, refpondendoq
.
R^fert NicepkoT hifi i.i.c.17. ° Mcmno fíebrco Deosgovernador dos íJcoJes o mandava Jabir
Suidas in dt<'íion ^iii^ujhí. daqucllã cãfã, ò" tomar para o trifle inferno-, peloq ninniem mais o
EccUf.i.^verfhmqu^Lum. confultãjje. 40 Dondcdizem , 41 que o Lmperador tomando
41 7<iicepherM c. 7. 1 a Roma, fc moveo a levantar bo Capitólio aquelle altar de que
acima
PA RT. II. C AP. XXXV. 357
acima demos outra occafiaó ; 42 & foy o que primeiro le- 4» %Mf.3o».i2.
/^7
, rf c u Vr /í \. r„_ ^ ^^ ^U,, -i? NotatSixtus Sentei. ta tSibíto.ytTb,
vanrou altar a C/:?n/?í? Senhor noflo, poftoque fera o conhe oaly.an.
ccr. 43.
9 Caminharão para a antiga Memphisj chamada en- ,'
fuave cante 46 Sahiolhes hum ladrão que andava roubando 46 Cartha^en.de mên. Dtip / 9.hom»
pafidgeiros-, mas tanto que chegou perto dos noííosceleftiaes, »o-Wv«
femoveo a tanta piedade , queoslevouahúacova quehabi- .
fempre
,
fofipnnap.
^g \òs,^ naõ vós dclla jclk ficou em defterrojpois a dcixaítes.
o^racifmus.. 1 omay ,banto Joícph,em voílos braços eíle oeilo Menmo,q
a Mãy, que vos ama, vos largará hum pouco, para vos alegrar^ J
&
alegraivos , fagrada P^irgem, porque cm voíTa companhia
fente o Menino Deos o mayor regalo. Pois elle he caminho,
patriít.
1 Naquelle lugar de Mathurea fez a Virgem aíTento
2 V
& paíTou Chnjio feu defterro, como veremos^ depois que refe-
rirmos a gloriofa morte dos Innocentes em quanto a Senhora
caminhava.
C A P I T V L O XXXVI.
Jidartjrio dos Innocentes , Ç$* o fenúmento que a
Virgem May nelle teve,
aqucT-
- ,
como ja dlfiemos. 9 Chegou a maçar hum filho que da mefma ^/"^ VideTZ.t'.
idade tinha , havido em huma mulher com quem fe cafára da imperfãus Amborapud P.Syhei*.
, 1 1
\
tenras dos Martyres, cuidado da Rainha dos Ceos! Idefelices
. aonde vos manda o ferro: entregai alegres eíTevoflbprmcipio:
, tendes porto fcguro em naufrágio defangue remis otempo :
^
* com eternidades ; começais quando deixais de viver. Naó vos -»
*
& vos troca a terra em Ceo. Nem as máysficariáofem coroa ,
\
pois fe deve companhia no premio ao companheiro no tor-
'
mento. 16 KÍ D.Chyfd fem.l^i.propefn^
Gljtiiuí filíorum ptTtiínllcns membra»
——
,
.
. ,
^A maaú corúa petvenit.-Scueceílecft ut
C A P I T V L O XXXVII. p^^--
*
3<io EVA, E AVE
mente fignificava, Cidade do Sol , pois em feus termos habita-
ria o Sol verdadeiro.
2 Na meíma Comarca havia fido refugiado por EIRey
Mich.b.x.^. Ftolomeo em tempo dos Machabeos 3 o Sacerdote Oniascó
grande multidão Qc HebreosjiS: nellacom icença do Rey edi-
]
Í.4.C.17, n. 4.
Anjos fe adrairarião vendo cm obras fer vis os que puderaó ler-
tviríe de Reys.&c pofiuir todas as riquezas do mundo. A Senho-
/ ra , para fazer os oíficios domefticos , entregaria o Menino ao
^' EfpofoSanto,paraqucoentretiveíre,&oEfpofo,paraíltofe
divertiria do feu trabalho. He de coníidcrar que regalos rece- ,
\ breos diziaõ huns aos outros Vamos ver o hlho de Mana para
:
,
JJcob.cfeValenc fufr.Broc rd p. i C.4
nnCS. II M,.iut napro^dpMeChrijt id d.^ c.^.§ }.
6 J
^
à fe vé hCia das razoens 1 2 porque o Senhor efcolheo ^ 4 MeUhior ae Cafíro «a vida , cr cx.
a Egy pto para lugar defte dcfterroj quiz recompenfarlhe com "[ ^•'*'- '°- '"'/'«^-f''-
^i^p^ <*•
'^^J^"'^
mercês os caftigos que lhe dera quando livrou osHebreos de u^chníiophor.deCaftro.hiii daVng. "
gas: S< pela cegueira da idolatria, em que o deixou,ofantificou n a'"'* K///j<-^. «o /w Suhú. vida
com Tua aíTiftencia para vir a fer no,
povoado , & nos defertos t ^'"'^^
' ^
med.com s l.õ chryjoií. "^
1 Aflim pafláraò os três peregrinos fete annos Q fegundo « B.iron amai am.Domin.i. »«»>. i j >
aopiniaó mais recebida ) 1 8 aquelle defterro , fe aíTim fe pódc p^"/'] ^r'h ^•7-ím''-54.
chamar oem que paíTavaô companheiros, pois na prelença do cnacenf hift.àprmord. EccUf. p.i.u i.
Menino Deos, Secada hum na própria fantidade logravaó pa- ^^""i', 11"'
j- ^ r y:itaq-<iddetriemioNicephorhi(lEccleC.
tria, & quanto podiao querer. Felicliiima terra Lgyptoimere-/, ,.,^.,,^„„j.,
o r^ 1- -/T é. .. f
^ ' '
ceocrearfe nella aquelle Divino Infante de que erão ambicio- it q!"^q:*idMMon.wMati.i. atiiueal^.
fososCeos.
C A P I T V L o XXXVIII.
Cafligo, Çff morte de Herodes :
Qf como a Viigem com
o vMemno Jefus ,
©*
São Jofeph , tornarão de
£^pto para fua jfatria,
I "O EynouHerodes trinta Scfeisjou fete annos em profpe- lof.phdelei.M i.c n pfá>, , /.
j^.ridadeappaféte por meyo de traças tyrannicas de rey- Mexia na syivJf var iç.t.^.c 170 i\Fr.
nar.em que era muito perito, i Na vida dos tyrannoscôtinu.
í^;lJ,íí^t'.Xt?í..'£-:::S
a Divina Providécia o caftigo dos povos mas naó fe defcuida poji pune. :
Ggij de
i6z EVA,
E AVE
1 t^pccai.i.w. de também os caíligar a feu tempo. 2
Efte matador de nobres,
iHf.jg r-crs. de Innocentes, de mulher, £c de fílhoSjfoy portento de malda-
anVí^ ubuommm. Siv.n. des , &
depois O toy de tormentos. Dentro de três annos 3 ca-
hio na doença mais miíeravel que fe acha efcríto que humano
^ corpojà mais padeceíle. Hum fogo lento nos oíTos lhe abraza-
va as entranhas, que ulceradas hiaó apodrecendo. Os pcs mui-
to mchadosmanavaópeílifcros humores. Tinha os membros
'•'encolhidos com dores intenfiflimas ; a refpiraçaó tomada &: :
para alimentar eftas penas tinha fom e canina y nem morrer po-
dia, devendo-o defejar : mas vivo parecia Tepultado, pois o co-
miaõ bichos, que lhe fahiaó das partes verendas canceradas, &
4,'jojif^A,amqi 7.f,8.
O màocheirodelUs inficionava O ar. 4. PaíTou em fim de tor-
mentos tam grandes a outros mayores, 8c eternos, pois o ul-
timo arrependimento foy encomendar a fua irmãa Salomé , &:
a feu marido Alexas que mataíTem a muitos nobres que tinha
,
em prizaõ para com illo haver trifteza entre a alegria que en-
,
^5 p/e}>hfHpi.'d.c.s.adfn. tendia havcria geral com íua mortcj 5 porque hum tyrannohe
rayo que atemoriza também aos que naó ofiende mata a al- :
guns , & odia-fe com todos 6 folgaó todos de que pereça tri-
: :
t<^
5 forrihã'aníiq./.í7
l' Fr jcleph de lel.
c.
Mar
i o-
d.l. 4. CIO.
hum anno, lAatèqueoEmperador Au^ufto o
j c r" r^o confirmou : &
bao j oíeph chegou com a Kirgem , & com o Menino,
í.
Tl 1 \/f
m. quando
(naó havendo tardado em obedecer) jà achou Archelao no
,. -i^^ Mt.vh.z XX. Reyno, como diz O fagrado Texto. 15
3 Obedecerão logo os Santos Efpofos, deixando nos co-
nhecidos do Egypto as devidas faudades. He de cõfiderar quã
agradecida fe defpediria a Senhora: quam enternecida às lagri-
. mas que alguns derramariaó: comque aíFedto ella, & o Efpofo
lhes prometteriaóamorofa lembrança, & fuás oraçoens: com
•
q pontualidade fatisfariaó à promeíía ; de quanto effeito feriaó
*
•
aos ditofos, que as merecerão. Que feria ver concorrer à par-
tida
,
] ofeph pela carpinteriaj a Virgem por cozer, & lavrar; fem por \
iítofedeslullrar fua nobreza,comodiííemos quando delia tra- *,
riqueza ? como a naó teria , quem tinha tal Filho ? Era Filho
& era Pay.
Gg iij CAP.
O a
,
^nton.N^hriífint/iaicn^
J^
primeiro
que hc O mefiTio que novilunio ) i no
^,^^ i\><?»z/K/Vz (
dia de cada mez, que fe começava com a Lua nova,
celebravaÓ£)S Hebreos cada anno cinco feftas principaes anti-
gas ; Pafchoa, aos quinze da Lua de Março, em memoria da li-
berdade do Egy pto; Fentecofte (que fe interpreta, /^w>í^;//!?^(?-
^.-frr, J^^^o^ 2 cincoenta dias depois, em lembrança da Ley dada a
j t 3 •f-jo-í"' Moyfés aos cincoenta dias depois de fahidos do cativeiro j 3
' " a das Trí>;f?^í?í^.v,ao primeiro de Setembro, por fero dia em que
•riff*'''^'"'^^"
Ifaac foy livre do facrifício j a Propiciação , aos dez do mefrao,
pelo perdaó da idolatria do bezerroj & a Scenophegia, chama-
da dos 'Tabernacv.loSi aos quatorze do dito mez , na qual faziaó
cabanas de ramos, em que comiaó , lembrando- fe de que aflim
viverão feus paflados quarenta annos no deferto. Depois fe in-
ôiiuíraó outras: como a dos Encenios , cuia figniíicaçaó jà dif-
femos 4. memoria dareediíicaçaó do Templo pelos Macha-
.
2 A
PafchoA , Fentecofte , &
Scenophegia , por mais folem-
ncs, tinhaóoitavario, todos os &
homens eraó obrigados a ir
ExoditM.cr^4.t^. aíTilhr no lugar que foííe determinado, 5 &
foy o Templo de
Dt;ttti»n.ix i.CTH.rj.crt^.ié. Jeruíalem. Com
os que moravâo muito longe fe difpenfava
nas duas mas na P^7:?í?íífó por impedimento muito precifo^
:
6 &
porque os homens naótemeflem deixar fuás cafas expo-
6 TfaKifiocom^andeerudi^jõoPFr. fc^isahdroens,& oufros perigos. Deos lhes tinha promettido
Ziie(açíí.irfi.c.9.nycr^. HO Exodo j quc Ihas guardatialeguras , em quanto fízeííem
7 fix-í/. i^^.z^.Exfik< t D.^ug.<ii6\. aquellas aufencias.
fiot^tP.Syh.^nBuung.t.i.i. ...lo^.i.
^ Poftoquea Virgcm M^H^. pormulhcr,fena6 comprc.
"*""''
hcndianopreceito.naó faltava comSaóJofephem aquellas fo-
" D B^nx^-àfaii} afnd Sylveir.à.uS^^^^^^^àzàcs; 8
porque a grande virtude obra mais do que dever
r ,0 5 t. ,» &:comelleshiafempreoMenino_/^/5/j, comoa líí-w.W^diíre
9 «^,v/df5B.í^id.i6.í:.53. ^j a Santa Erigida. 9 Sendoellede doze annos loforaó a Jerufa-
i!!vfÍTt'í J ^£imi"''' lem em húa Pafchoa , que aquelle anno cahio a quinze de A -
« *
''^^^'"''-
cafiaóquiz darprincipioafeuofficio,&moftrarhum rayodc íí^í^^^t^/l^.i^y.V'
.•• /eu conhecimento. Malàon<idim.Luc<<.ii\ verC.adteniam.
e Eftadifpofiçaó Divina pode mais que o vigilante cui ^^''^:*)í'»-<^^ '^rcan Dc^.i.io hom.í.wf
dado que tinhao ospaysdaterraj & tivcrao ellesjulracaula
para o naó acharem menos $ porque aflim como no Templo
eftavão feparados os homens das mui hcrcs, ló também nas fe- ujoftj^h de bel.pdlis e.è.
.
com quemquizeíTemi
T- 1
i7&a{rimcadahumdospaysrantiiri cr'^10.P.Syh.f.p.tom^uU.cap.wj.9
hvjit Burr das im.Luc.CTCíir
.
o / L- j1
•
Lucm.c.i.^^.
•
18 naóquea/<Jr^^;'/'ícreírecomjuizouItimado,&íirme,(por- '**
mno Deos. Qiiem alli pudera dar novas a ambos do Filho ama-
do.' dizerlhes que eftavafem perigo ôc que brevemente o j
acharião com muita gloria.' Quealviçaras teria xMas que ma- .'
t
mandaftes hum Anjo a confolar quem tanto amáveis ? Qiiize-
ítes
3<f<! EVA, E AVE
ii Luc.i.xi.
^^^^ ^"^ ^^^ cedo começaííe a alma da Virgem a fer trerpaííada
comaeípadaquediíTeSimeaó? 23 Qiiem poderá inveítigar
14 Sdfíen/.?. IJ. VO0OS altOS JUÍZOS ? 24
8 No fim do primeiro dia achàraõ menos o A/^^/wí?:
ho fegundo chegarão a Jcrufalem, & o bufcàraó, rodeando ro-
»5 Cdw/c.j.4,
•
da a Cidade por ruas, & becos, comotinhaditoSalamáo; 25
&: entretanto, confiderão os efpirituaes, que dediaeftana no
Templo em oraçaój às noites fe recolheria em algum hoípital,
-
-z o/.- j .^ , &à hora de comer pediria efmolai 2 6 até que no terceiro, que
/-
ir.
^'^S'sdocctdum
^fudcmeír«foTaí
Naôdiz oTcxto que pafmavaódc íua fubtileza ^masDeÕfa
^ cr p.Seyukhr.fup?. prudcnciây porque fó na prudência cófifte a íubftancia. 34 Efta-
j j p.jnfefhy
*
« em outra parte,fenao no Templo ^ tratando os negócios de meu Pay
* ^
Eteu
!
grado Texto que dalli tornou com elles o mcmno Jejus pa.-j;,pr.„ i-j.rejacmowros.
,
C A P I T V L o XL.
Da 'vida de Chrifto Senhor nojjo , de idade de do^e
anms ate os vinte &* nove , comfua May San-
tíffima. Defcreuefe aeftaturd
de [eu corpo fagrado.
t
& fei^oens
I T~p M
Nazareth fez morada eíla Trindade da terra; & diz i. Luc, ti.
Jjj Saó Lucas quejefus eílava fugeito a Maria & a Jo- ,
lagrejporq obedecer Deoshe humildade fem exemplo: man- esceiícntuTimam digmtacem utrimque .
refpeite muito a Viroan. & a Tofeph, pois vè que os refpeitou prindpatur fubiim.tas íine iodo. ,
Deos." era Ley Uivma honrar os pays; 4 &: quem vmna eníinal- , ^ sybeh.fuprJ.ni-j.verfjertio.O'
la, dava a m.eíhor liçaõ com o exemplo. 5 n.n.p.Fr.fo/ephdeiefMdr.hiiiJeN.s,
*''^-'^^-'"^"-
2 Conclue o Euangelifta , que 'Jefus crefcia emfabcdoria, '
3(58 E VA , E AV E
era continttona oração (ipãt^áãt exemplo i occupar melhor &
u sicexpiicatP.lcfephdi.n.c.i6n.i.em Deos as forças naturaes.) ii Hianasfeftas comamejmaSt-
nhora, &
co?n Snd Jofeph ac Templo dejerujalem, a outros lu- &
gares. Trabalhava algmnas vezes de maõs em coufas decentes. Fal-
tava com os mefmo fant os Pays palavras divinas, o' de corifolaçao,
s
-
de maneira que continuamente ejlavao cheyos demeffavel gozo.
• &uando ejtavao em temores , dijjicnldades dr necejfidades, os ex- ,
que a nai descobria fenao k mefma Senh ^ra ò- alg umas vezes a
'
,
Mion,.^.fíjfe,e aCcfi! nod,ic,0jocontra cegodocíplendor ds íeu tolto , que nem bua hnha podclan-
a perfidia hdaka c. y.a-fftn.&o P.Fr Io- çar •, 1 8 bojc fós OS rcflcxos daquelk luz cm noíía memoria pó-
ÍÍÍB;ÍG;fór„rí:';T!:demobraromefmo,po,;cmcomoentâóopiedofo*^
fiu.i.%.c i.ty outros Ejirnorts. fcz à devoçjó do Rey imprimindo o retrato milagrofamente
1 Ntccfhor.f.iora i :. cl Cl O Pintor aparelhara , ( o qunl fe conferva na Ij^reia
no oanHo
fiix. Tri-dadc , difurj y^ verf Majeal dasReligiofas dc S.Sylveltre emRoma:) igalhmluaA/^^Saa-
"«"' ti filma nos acodio com adefcripçãoque fez a Santa Brigida,
IO KtMcl%dc
V S.Bri</-à l,Ax. jQ.adfn,
"*'"*"-^''' r c
^ como le legue: 20
5 Comfua vifia erdo n r bons cheyos de confolaçaÕ efpiritual,
ér ate os mãos eraõ livi da trifieza do mudo em quanto tinhao os
es
olhos nelle.Aos vinte annos foy perfeito nag radeza , fortaleza &
de home. Seu corpoferia como o major entre os homés demeaefla-
tura
PARTE II. CÂP. XL. i69
íítra deftes tempos- Nao era carnofo mas coipuUntode nervos y c^
,
o
d os. O cãhello , & barba loura : ejia mm minto larga , nem mui: o
comprtdãy masg ractofamente moderada. A tefta nem muito kvan-
tída,nemmtocahida, mas direita. Onartz igual , &
de meã pr ç^
porção. Os olhos too claros, é^puros^ífíie ate feus mir/ngos fe delei-
tti-vad em os ler. Os beiços vermelhos , é^ naogro(fos , mas claros.
tocoufua cabeça, nem outra mío fenaõ a defiia May quando era pe-
queno. O pejcoço nao era muito levantado^de maneira que aprefen-
çafojfe árdua. O rojío nem redcdo^ 7iem comprido todo parecido a :
Cantares encarece a Efpofa Santa fua grande belleza. Sp=co!I'fortnVp'rx fiiijs hominum.
C A P I T V L O XLI.
Tranfitofeliciffimodogioriofo Saõ fofeph Efpofo da
Virgem Santiffima.
^ V 1 ^ J r T n. -fMi j r\
tonaochegavaotempodefemanifeítarFilhodeDeos,quizo,^^ ^e/
^Hjtut.naprofip.deChrift.idad-i.:.!.^,
zoe lis
370 EVA, E AVE
zoens ) ém quanto as portas do Ceo naó eít-avaó abertas , naõ
havia lugar decente para fua alma.
2 Hum Anjo avifou a Saó Joíeph do tempo de feu tranfi-
to: & o Saro pedio, &: alcançou de Deos que lhe afliftiíTe o Ar-
^ ,,
, „ "^. chanioSaò ivlieuel,aièni do feu Anjo Cullodio: 2 bailava afii-
t D.Bcrnardu Senenj tom. /-r«. <</ ÍTirlne Lhnjto,bc 3i Fiigcm.
5
Qiíc amorola íeria aquella deípe-
2,
^^'
&
^oj ipyacos,
viderunt oculi mei íalutarc r r o
tantos annos O converfet. Ma.s reparai, SantiíUmo
•
j r ^ •
n. y^/
íuun, |ofeph, q os Santos delejao morrer para irem elrar comCbri-
8 D.PauUà vhiiip 1.15. Petiderium /?<?, como dizia Saó Paulo .'
8 & VÓS morrendo deixais a com-
'1'c^t^J'Ltv"//S',;:',!-
panhiadeCArj/?», Refponde por Jofeph hum douto, 9 que
certificado o Santo de que Deos queria tirallo defl;avida,an-
tepoz a Divina vontade a feu gofto.
5 Entretanto , que medrofa eftaria a morte de chegar aon-
de eíVavao Rey da vida , &: de cómetter aquelle que tantas ve-
zes o livrara de feus perigos: Mas o Senhor lhe daria licença pa-
ra chegar, porque atam grande Santo fó fervia de tranfico fe-
liz para vida melhor. Sahio & voou aquella alma com as azas
,
çaó;
PARTE II. C AP. XLI. jrt
çaó > & prometteo que a lançaria aos q oftereccííem facriíicio
em honra de fua morte no dia delia , q toy V inte de J u nho ; tu-
do ifto Te conta que referio o mefmo<>W//?£>r aos Aportolos 12 ,,r. ,hA«,«^i .u^». / ,
5 Veítiraó-le do luto uíado a Santillima Ejpofãy & o tdhv Ex ifhro Ipinn.i deS. ^o/e/h te- i &
Divino; acompanharão o enterro conforme o coítume: i 2re /^"GrjíjB./.^.í/íy/f i p/i^hc,;,.
ceberaopezames:& hzerao-lheíunerfll , legumdo em tudo o i^ cu,»G,e^o,í,.p/,ph:,>,a,p.ix.
eftylodomundo. 14 Foyfépultadonovailedejofaphat, le Pplcphf^c ^ha
junto donde depois o foy a /-"/^^m. '> Bcd.dcioc.Sa^íi.cAéinyiof^,
'
mentos, que no dia da Reíurreyçao de thitjto rei uícitou bao an-i viguer.demjLc.io^ 9.demyífer
Tofephj & que cm corpo , &c alma eftá no Ceo. Pudera o Se- ^''^'";«-Gfr/o«/ím de n^úv Virs> c nht-
'^-^
r/«<?rreíulcitallo antes, como a Lazaro j mas parece quequiz ^adfin.p.^fofrpkdi^l.c^^,.
que aíllm comojuntos vivèraó mortaes , juntos refuícitaílem 17 c.nhagen^djiom.^.vcrj. hís aúdo.
gloriofos. 17
8 A gloria que goza fe infere de Teus méritos ; prefumilla
eminente, he muyto facil:efpecular em qtie grào,mais que dif-
Se dar hum bocado de paó a quem tem fome , hum púca-
íicil.
^
veannos contínuos fuftentou, &
veftio com feu trabalho ao
mefmo Chnjlo , fendo o Senhor tam poderofo tam agradeci^,
C A P 1 T V L O XLII.
Como Chrifto Senhor no^o fe aujentou a primejra 've^,
de fua Mãy Santíffima para ir afer bautt^ado
for Saõ João,
XèD.^iit.i.f^dehaptlfmc^.errtr'^. [^ijuir. l6
vtyrd.i.(c.L.qA. 4 royeftaaprimcyravezqueíe apartou de fua Sanrií1i<'
17 Supra cap.príccdeHti, ma M^)*, & dcyxando-afo, poisjà lhe faltava Saó|ofeph, 17
havia muytasrazoens para Ludades; padcceo âP^írgemntfíic
my fterio como nos outros de noíTa redempçaó.
5 Andou o Senhor a pè fem companhia & com pobreza, ,
homcmi& parecendolhe pouco ajoelharfe aos pès de tam gra- '5 Ge>'./upra.
'^ ^"""'^'i-i'
dehomemcomoeraoBautifi:a5 íeajoeihou depois aoí5 de Ju-
das, 24 queera omaisvil. Appareceo hum relplandor que
jiioílrou os Ceos abertos : & o eípirito de Deos em figura de
C A P I T V L o XLllI.
Hhij 2 Ef.
374 EVA, E AVE
Efcreve Saó Mattheos , que foy levado ao deferto para
2
tentado pelo Demonioi 5 entre muytasrazoens que hou-
fer
Matt. vc, 6 foy huma, que como Chrifto fahira do Bautifnío accla-
l Dc%bufMMonado in dc.4.
&
mado Medias por Saó Joaó, publicado Filho de Dcos com
y Supra c.pracedM.^.cri. vozdoCco, 7 nos quiz moftrar qucaosapplaufosfeguem as
... tentaçoenSjôf para noíTo exemplo fe armou contra ellas,reiu-
Mtih.
^andonomelmodeferto quarenta dias, &
quarenta noytes, 8
de féis de Janeyroatè quinze de Fevereyro: por iíTo o Seráfico
Francifco deyxou a fua bençaó aos Religiolbs da fua Ordem
9 Kç^ra âc s.Framfco r.,.
que jejuaflem cftes dias. 9
to M<iuj^.\oVadeSata/ia. 5 Satanàs, IO OU Satael ,(^omeímo quc fez cahir noíTos
»' ^^^j' •''•?•?•'• primeyrospaysjcomoemfeulueardiflemos: ii Maídona-
13 p.syiveyrainEuang.tom.ul.yci^OLO
11 Ihechama LuciterJ para acabar de conhecer fe era y^-
íii«-67. y?/í o Meíllas de Deos, (no que duvidava) 13 em forma vifi-
vel} huns dizem que primeyro de homem depois de Anjo , &,
niinifoivcictm.
^ rr. ,^ tao paódodemonio, que emfim hedc pcdras, como Lucifer
ii»v^ *-iuv,iict
.
lè ^iíhe?as tio Fios Santt.feílaefotyíP' .. *^
.
ai i- n
p rfcm,.ies.M,guei,adí,n. Ihooíterccia. 1/ AlgUHsdizcm que aquellcs manjatcs fpraó
17 Matih. d. (. 4. Dic ut lapides ifti guizados pela Virgím-y 1 8 por iíTo mais celeftiaes.
':S^\^^e^^^
njamtas taiis cit fempcr inimici.
^ Os my fterios & doutrina que tudo ifto encerrou , naó
,
C A-
,
C A P I T V L O XLIV.
Como Chrifto 7iof[o Senhor fahio do deferto; §7* a Vir-
;wm òenhora n-iffa nas ^vodas de Qanao aprejjou a
<'•;
poz logo o nome de Ccphas^o^iz fe interpreta,P^^rí>. Aos 4. in- ' ' '
S^
do para Galilea, encontrou, 6c chamou a Filippe, &: perfuadio
Filippe a Nathanael.que fofle wcToMeJJiaSj &
Nathanael/al-
landolhe, o confeífou por tal.
2 Aos féis de Janeyro (que foy em terça feyra , conforme
a Pedro Galefmo)em Cana, lugar de Galilea, quafi três legoas „,. . , ,rr
dcNazareth, 4 fe celebrarão as vodas de bimao Cananeo, /fc,J^,„^,„v^ j.cfcn/í.r.i ii.frV^f/)
como lhe chama Niceforo; 5 aqueparaashonrarfoyconvi-</eí<'/í<A/^r.«afc//f.(ií2v.sj.4.c ;6.«.i.
dado Chrifto Senhor noílb, fua May fagrada , 6c aquelles difcí- l\^,ttr ^f'"^^'" '" ^'''"'^'"•^"^''^'
pulos que jàofeguiaõ. No difcurfo do banquete advertio a 5 mctfhor.hi^.EcckjX%.c.^o.^
i5>«/:7íirtí que faltava vinho > & compadecida da falta cm que
5 DascircunftanciasqueoEuangeliftaSaõJoaóconta 7 '"Yioan.c^i.à^mci^.
nefte milagre, he de noíTo inftituto notar, ^le foy o primeyro ca
que Jefus manifefiou afuag loria. De outros antecedentes não fe
tinha moílrado Author , mas q os fazia Deos porque o amava:
nefte oftentou poder próprio 8 ôc aíTim a Igreja lhe chama,
; « Exptiem BD-íapttiP. Sum. tm.t.
"ífi^ir.uie:?
mo Adam defculpando-fedoèutrobocado,diflequea7l/;//^^r
JÃXc^'"^ ^'"^'"^"'•"^'''''Shodera; 17 para fe ver que fe huma mulher nos folicitàra o
bocado da cul pa outra nos folicitava o bocado da graça , fen-
,
C A P I T V L O XLV.
Como a Virgem May acompanhou a Chrifto no tem^
po em que -pregou foy a prtmeyra bautixada pelo
;
Bau-i
,
4 Pregava, &: eníinava , C/jr/;'?^ Senhor noíTo com grsndc i-c lué-n.
pcteftatcm
maâeíbde, Cí?;;zfl «^-//mízí^/j^^p.^ír/VrjfdizSjMartheos) c^«.^í\,,^.^ f'*''^ f"'
comoos Scríbãs 3 O' rarifeos. 8 O
ProconJiil rubJio i.entuloníxi
nac.irfa de que ià fizemos menção, o teílemunha, Chie era ^ Suprac.^o»^
tr.noel no repreioenàcr; brando, dr/iavel , o- alegra no amocjtar, /i,^^s,rios Suua.vn.ch. iji.c yjnpw.c i
ronymo dos originaes antigos, que depois riícou a pertmacia tabdium opemm pairator & oodior ,
Judaica, diííe; No rnefmo tempo foyjefus , 'uarao fabio ,fe he liei' cotum, qui ubznta vera íuícipiunt , &c.
tochamarlhe homf.porqmfaziaobras admiráveis , é- eraDou- satm^SlTçtílu^^^
tor dos que recebem a verdade com bom animo , é^c. Vay profe-
guindocomoosjudeos o crucificarão.
6 &
Com admiração, por remédio para as neceíTidades j
o bufcava tanta gente, que nem lhe dava lugar em cafa para
repoufar; Gentios hiaó a conhecellojPrincipes mãdavaó retra-
tallo por fama , & por cartas fe divulgavão fuás noticias nas
:
ria
PARTE II. CAP. XLVI. 379
riaVir^cm-y & que emtcmpodejuftinianoeítava o livro em
poder dos Judeos de Tibenadcs: a continua ail]ílencia que o
.S^m/^í^r, quando eftava em Jerulaleni, fazia nç) Templo
" eníi.
?• ^/-i^.té.^s. Qiiotidicapuátos
nando. ;o moftracfte Sacerdócio.
£» Afrf. 14.49. i/(f.ij».47. cr 11.17. e^
ai. 55.
C A P I T V L O XLVI.
Coffjoos Judeos determimràom^tar rf Chriftoj o Se#
nhor fe ^raparopf para fua-pa^xaOi ceando o Cordey»
ro Pafcoal com feus Difcipuíos lavandolhes ospes,
^
I A Grãdeploriafefazodioíiáo§queaadmirãofeil[í
^j^ lhe poderem chegar. Os Caldeos chamavaó aos
Romanos injuftos em darem triunfos ;
pois em lugar de pre-
mio, expunhaó os triunfantes à inveja, inimigo que naó pode-
riaó vencer, pofto que tiveíTem vencido muy tos outros. Lou*
vavaó aos Egypcios, porque aos vencidos tratavaô com bran-
dura, 6íaí)s vencedores naó caftigavaó com honras publicas.
Allim Marco Aurélio dãdolhe o Senador Albino parabéns da
pompa com q o Senado o recebera vindo viítoriolb dos bar-
baroSi refpondeo , que naó fe fentia obrigado ao s Senadores,
porque teria muy to trabalho em aplacar os que fe haviaó of-
fendido daquella demóílraçaó. A triunfal com que entrou
Cibr{/?o em Jerufalem, i atiçou a inveja, 8c ódio de feusinimi- t 5«/>Mf.4s.»-8.
* MmAe.^Mau.x^.i. Lm.xxi..
gos a fazerem novasjuntas para bufcarem qualquer meyo de
©matarem; 2 naó queriaó quem os accufaííecó o exemplo.
% Donde começaremos a narração ? de como o executa-
rão? daquelle furor Judaico, ou da paciência do Senhor ^á^íS.
dores da f^irgem, ou da obrigação que temos de chorar ? Se as
pedras fe quebrarão, que coração fe não enternecerá ? $e o Sol
íc efcurecco, que olhos tcràm luz para efcrcver ? Se o vóo do
Templo lerompeo, que papel fe naó rafgarà ? Se os mortos
refufcitàraó,como naó haverá em tudo confufaó? Qiie fentido
fe não perderá quando amayor maldade mata a mayorvirtu-
d e ? Summariamente recopilaremos a fubftãcia defte fucceflb,
o mais laftimofo ; & também fera nelle prodigio que a,ílim o
poíTamos profeguir.
3 Na cafa de Joaó, cognominado Marcos, 5 que Maria Fhv.Dexteran.chriíi.iA-Mfàãie
^^
xnáv do mefmo João tinha dedicada , bem preparada para '"f/"'"^-; ^.DDamtfccn.fern, de^pp*-
&
ijoipedar a LbnJtOi & aos feus; 4
( q ficou por antonomana co 4 ^/íxMona€h.fHpr.'
nome de G?w4c«/í», chamandofe amni os q os antigos coftuma-
vão ter no mais alto de feus apofentos, ornados com particula-
res
'
jgo EVA, E ÂV E ^
resalfavas Scaceyo paranasceasfebanqucrearem ,, ) quiz
L:,í J,/n,l,vU/«..J^..e,-.
,
l , 5 ,
„•; celeDrar Chrtjlo a Paicoa dos Azymos, q naquelleanno, prin.
* Gffrf..iC /«'íf //í''-E'"'>'i!í^-«'ii''- cipio do rrigcilmo quarto de fua idade, 6 cahío em feita fey
.h r
11 Man íup.i^.cr ^j. Màrc.jup.io. T4 ficando aOim aospcsdcs homensas lagnmas dc C6r/^'?íi;&
ínc.ti.A. Deos ídiíTe David 15} põem em feus olhos as lagrimas dos
ilD.iíphrcn. homens.
1 5 p/,r.'«.5 ^ V. 9. Pofuidi lacrymas ^ Tornou à mefa j & abrindo os thefouros de fua benig-
iJíicíl^S^^inLi.stms. nidade,ennquecendonos de inexplicáveis dons 16 infiitu- ,
Pauí.atí Corint ucuzA» vemos dat a Deos na lagfada mcfa em que o commungamos
dos hereges ,c.p.i.no
^19 Bofonatosha ^^ Qh magnificcncia! oh hberalidadenuHcaouvida/ Chari-
^"'"'
dade mais que excellentiílima/ Qiiem nos deo a fi mefmo, que
nos poderá negar.?
6 Ordenou os Difcipulos Sacerdotes: deo-lhes com no.
Vos fermcensfoberana doutrina: annuncioulhes próxima fua
M:tt^6.Marc.^A.Luc.^^.íoan.V^y^^Õ:àcípcálo4càdksãmoroÇ^^^^ 20 ÔCemparticU-
^o
ii,ium[eqq. hxá2LMay Santipmâi 21 que com as fantas mulheres que a
it cv«// àe B Vir^J 4 c.iy. acompanhavaõ, & có a máy de Joaó Marcos dono da cafa em ,
l},$tlZTr!fl^^^^^^
^' "' í^orrer voluntário: í< para os prevenir, &
confortar , da May,
para fatisfazer ao amor: pois nem era neceíTario prevenir hiía
í5 virgii. ^. ^neid. Quis fallcrc amante, quctudo conhece 23 nem confortar fua refignaçao
:
poíTitamamem?
cm Deos. Que jaftimofa defpedida.' Sabendo a /^/r^í-^^pelas'
profecias o que feu Filho hia padecer , parece que os Euanc;e-
liftas em a náo referirem, a quizeráo deyxar X nolía coníideVa-
Anjo, ( prefume-fe quefoy o Santo Gabriel 29 ) refisnada a r 1^/'!^^" ^"l''// '^' **^- '"^í*"- ^"^
vontade no decreto Uivino, leu amor, &nolla dita alcançarão ,0 Mauh.ft.c.tk.j^y
vitoriai 30 mascomtantofangue,queasveas,& artérias do'^''*''^M-4'"í«f-i*.««.4}<'
fagrado corpo, de muyto trabalhadas derão lugar aqueelle
fahiííe 31 a regar, & fecundar a terra,que pelo primeyropec- ^i lucíx.^^:
cado fora amaldiçoada. 32 Naófelò, nem fe íabe queche- ji Geu.j.i/.
gaffe a tanto alguma outra afflicção. Se tanto lhe cuítou fóa
imaginação do que havia de padecer, quanto mais cuftaria a '^^ *^
realidade.^
C A P I T V L Ô XLVIL
J^arraçãofummariada Payxao de Chriílo Senhor mp
Joy Qf do que a Virgem Senhora nojfafádeceo nella,
-
jA^ni fL
temendo os Apoftolos o eftrondo 1 -!•- A^P*
dinheyro. 2 euiàra ao horto os queforão prender a CÃr///!diqN/fefW*.y?.jrfí^^^^
Que maed/ssJotao,dt limos na i.f..
com qhiao, moftraraoóf-,^jj„^, ^ ^- r
que feítejou com palmas ferirá com canas ; parece que entaó
,
Í.79, ate que o levarão afer açoutado. Tad maltratado o levarão , empu-
xkrao, é- derribarão , que dosgolpes que acabe ça recebiahattao os
dentes huns com os outros. Nopefcoço, &
faces lhe davao com.
CiiU^n-^r. .r...òtA.\r tantafor ça yquefoavao aspancadasemmeus ouvidos. Depoisdif"
to obedecendo ao mandado de hum algoz defpiofeus veftid os
^ è^
••>•';•
:
' . -
voluntariamente fe abraçou com a columna, a que o atarão fon pie-
dade com huma corda: &
começou o tormento navergonha defk
verdefpido. Eftavafem amigos y cercadodemtmigosqueferiaa
cruelmente o corpo immaculado com açoutes, que tinhao nos rema'
tes pontas agudas , ^ torcidas, ..procrias para rafgar as carnes.
Havia
PARTE II. CAP. XLVII. 383
Haviaeufegmdo agente a ver o qjefazia de meu Filho , ò-puz'
me cm parte donde o pudeffe ver. (Sanando lhe derao opnmeyrog oí-
pe^fo) meu coração tao trefpajjado de dor , que me faítavaoforças
para mefujientar empe esforçada hum pouco torney a olhar pajja-
;
do alg um efpaçoj & 'vi todofeu corpo chag ado^ò' tam defpcdaçado
que fe de(cobria o branco dos ojfos das cojias; ó-Ço que era mais la-
Jhmofo^ VI que pegandofe os açoutes à carne , puxando os alg ozes
tiravao pedaços delia j ficando como regos pelo corpo. EJiava meti
Filho todo enfang uentado^ cr tam defpcdaçado , que já nao tinha,
lugar fem chagas. Dijje humdos que ajfijiiao :\§hiereismataUo an-
tes defentenciado ? &
chegandofe à coliimna cortou as ataduras.
Tornou meu Filho a veftirjè pojio que lhe derao tao pouco efpaçô,
,
tam dig na de reverencia; de modo que ofang tie, que os e[pinhos ti-
rava'o^corriapGr todas as partes da cabe ça^de lieJe enchiad os olhos,
fe tapava o as orelhas, ò' toda a barba efiava enjangtietada ; c^ af~
Jim nFiofe vianelle cotifa q não efiivejfe chea d,e fangne. Para efia
cãb: ca tam atormetada nao havia na Cruz reclmatorio ah um; o'
a t atoado titulo efiavapregadafobre a cabeça no mais alto da Cruz
fobre os dous braços. Lfiando defiamaneyrapregado, òatormen-
tâd&, ò-doenâojè de mim, que efiava empe chorandoiolhou com os
olhos cheyos defangne paraj oao meufobrtnho , é^ encomendou^
lhe que tivejfe cuydado de mim. Nefie tempo ouvia eu dizer a hHs,
qv.e?neu Filho eramalfeytor ; a outros, que era enganador-, a ou^
ir os, que ning uem merecia mais a morte que elle , com o que minha
dorje renovava.
fiando lhe pregara^ a moo com o primeyro cravo, comofie a di'
to,aoprimeyrogolpe que foouforao tam conturbadas minhas en-
tranhas , quefquey toda tremendofem me poder fufient ar ; ate os
olhos -nao viaõ a luz com ofufio do coração > ér affim efiive affenta-
da em terra^ ate que de todofoy pregado ; ér levantandome depois
que osg olpes ceffárao vi a meu Filho lafiimofamente pendendo na
,
^
.C)'uz i a cuja vifiafiquey como Mty trifiifiíma tao trefpajfada de
'
72eyra atormentado ;fe lhe augmentou tanto a dor pela que via pa-
decer a feus amigos, que excedia atoda a amargura 3 ó" tribulação
que no corpo, S" fio coração fentia, porque os amava ternamente;
entain com extrema angujlia exclamou d aparte da humanidade ao
Padre i dizendo: Em tuas mãos encomendo meu efpirito. Ouvin*
doeu, Mãy trijliffima, eJlavoZime entrijiecitoda comadoramar'
gofa de meu coração: ér todas as vezes que depois me lembrava de-
Jta voZyã tinhútamprefente, que pareciafoar de novo em meus oU'
vidos. Chegado mais a morte , rompendofe o coração com a violen - ^ '
&
br a ç-os fe efiendirão , as cofias irtasfe aperta roo como madeyro.
Entoo chegand-ofe a-mim alguns dos que ine conhecião ) me diziao,
hunscomofazendo^fcarmo: Maria y j ã teu Filho morreo; outros
melhor intencionados: yày Senhora, fe acabou apena de teu Filha»
é^ efia jãemfuaghria.
Havendofefi ido ag ente )& não podendo apartarme dalliy veyo
&
hum com lançú^ tamfortemente lhe ferio o cofiado , que quafi-o y
C* «••
EVA, E AVE
C A P 1 T V L O XLVIII.
Como a Virgem May cooperou para remir Qf levam ,
'
O Grande Pintor Timantes , naõ
fe atrevendo a re-
prefétaradorde ElReyAgamenon vendo facriíi-
carfua filha Iphigenes, lhe pintou o roftocuberto com hum
^ . y ^' T^ k- H ,
vco; I osEuaneeliftasfag-radosnaóefcrevèraó a queM^r//2
r canhagtn.de arcan. Deip.Ln. hom. oantjíli ma padccco na pay xao de ícu Uivino nUjo, porque ne-
(."dfii. nhitmas palavras a podiaõ declarar. 2
c:Jf!!Z^f:I^:^::&. ^ ^' ^orcs dequalquer filho eófidera o direyto civil que
quàm UI1U5 i'crii:iitccur.D.cí>r7/o// fcow. fentcm OS pays mais que as próprias; 3 &c Chrijlo crãFílho
^Vr ^?'^r''^"' i^"'''"'>'"'r''^'''í' único da ^r^f?», & todofeu, pois naó tinha pav na terra; 4.
animadverceretur. t ilho Ucos, CUJO amor era na demora a medida da graça ma. ,
^'^, ., ...
,
Ciml^bertinJ./^.deaTb.Vit.t,t(,
&
filho delinquentes, fe executa primevro no pay, porque fe-
^ j , /-n v/ k ^ v' -/T 1^
B.^nfti.deexceiíVirg^.i» Tia inHumanidade matar o hlho a lua viíta; mas a vilta da mais *
amorofaAfiyfoy morto o iv/Ãí? mais querido. Que feria ver a '
cada hum delles padecer duas mortes? pois também padecia o
Filho a que via que a May padecia; o tormento da Maj no fan-
gue do /J/^o era igual ao do ///Ãí> nas lagrimas da May; olhan- ]
do hum para o outro accrefcentava, &juntamente aliviava as
dores;porque a May por mais que penava com a viíla do filho, •
naófeíartavadeover:&oiv/^í»laftimandofe deverail/Jv, fe •
confolava com a ter prefente. Foy mayor dor que todas as que
houve de todos os homens, & mulheres de que fazem meneio
ashiftoriasdivinas, &
profanas, como prova hum grave £f-
é tauha^ên.d /.l4Ío44. CritOf. 6 ^
7 1. Lauret.fuiiin.de triumfhaichri?. ^ Finalmente padcceo a Firgm o que padeceo Chrifio: .
8 iwf 1.55. Tuamipíius animam do- feu coração, difle devotamente Saó Lourenço Juftiniano, 7
lorisgiadiuspcrtranfibir.
eracfpelhoem qucfcpudèra vcr oquecllc padccia. Ador,có
de Vjfsi^^utma^mm, 'lúx^fiTvLè
qualidadc de rayo, fem fazer lefaó no corpo, paflava à alma; 8
tuam, ò Beata Mater, animam giadius j^çpi penetrara O corpo do Fdho fcm paíTar à alma da Afh que
pcrtraníivit,alioquinnoD,nifi^^^^^^^^^^
ttannens . catr.em tlli| tui penetrarei, tt r J
.^ ^ i. i j j i j /^/ <-f ^t-
quidcmpoíteaquamemiíítípiritum.tuus^ alançaqueja naoachou uo laaod.i aliTiauc C/jrwí7, alh a-
ii!c Jcfus (omnium c]uidcm fcd H^e-
chouada r/>)9e»2: alliabufcouacrueldadc.
/tira.ia
,
cialitcrtuu3)ipruispuncnonattigitam-
qux ipfms apcruit
» r r vi
4 A taleípedaculoeítremcceo aterra.-rafgoufe o veo do
mamcrudciis lãcca,
iatus , fcd tuam utiquc animam Xernplo; quebràraó-fe com dor as pedras; abriraó-fe as fepul-
pertrãfi-
^'""^'^^'
do Thieíles, de quem os antigos, 6c Poetas lo diíTeraóqeíIe
apar- ,
;
» ij 1
tidoredundaotormentoaalma.- na/^/y^<?«í a Gompayxao da ' *'' '^
lio
29 CÃrz/^o remio o peccadoallilhndo ao feu lado outra muf
59 Gen i
^^^^^ como Adam lançado a ciúpazEva lhe chamou Mulher
ij^^,,,i,
tirandolheodoccnomede£/pi^í2i 40 aííim C/:?r//r<? na Cruz
foun.d.c.ij.tis^
.,1 chamou-i Virgem AMÃ^r, 41 callandoonomedocedeiV/iy.
Compriofe o q Deos tinha dito àferpente quando enganou a
Eva: que a Mulher lhe pizaria a cabeça; 42 pois havendo
'^*?"'V!^-í £<yíí colhido fruto da arvore para nos matar: 43 a.P7r^emna
arvore da Crtiz nos deo o iruto de leu ventre para nos dar vi-
44 Geri.[iqu ^.j^- 5c havendo ii/^ííí culpada pegado a doença ao marido
44
que nos inficionou a Virgem innocente participou das chagas :
'
50 h iw2«I i&ra h^re/.i 53^ Saó Pcdro Chryfologo diz , 52 (Jliie os Anjos fe admirao de
'
y b.^'^icim ãcexíei.Virg.c.iu -
(,j.i(> qs homens houvejjemmerecido por humamiilher a vidaeter-^
i;
ÍI;n:!;ÍÍ^la:F.n.;i.in na, 53 SaõPedroOamiaó, ^/^^ porella, c omella,& nellafe
Genef.c.x.ícéLi.n.j. fcztíídOidemanpyraque ajjimcomonadafe fezfemelU ^ 54 aj'
^^[oanc%.
\.,n rnv fimnada fèrefezfèmella. 55 Accrefcenta o venerável Fr. }o.
cumipia , &
din.[up. ?cr ipíam, in ipfa fcph de Jeíus Mana, que ainda que a payxao de Chrijto^ era ba^
totumhocfaciendum deccniuur utficut
ft^ntiílima para remir muytos mundos , convinha a aíliftencia
' ^'"'
'"' "''
'^^ ^'^^^ ^'^^ P^^^ ^"^ P°^ ^^^^ compay xaÓ alcançaííe o fruto aos
"""^ ''^
"'
uíhSm fiíf
queporfidefmereceí]emalcançalloi,6ccomo oi^//7í} aplaca^
va ao Fí7^r^,& nos alcançava perdão: a May como Advoga-
da em nome de todo o mundo, com fua dor femoílrafle agra-
decida , &: efcufafle a ingratidão com que os homens tratavaó
^^6
^^n.scdf.n.
oRedemptor. 56
P'Fr.hfep},}upr.U.c.Ai-»-i'(^<:- n
Por
wi eftas, doutras razoens C/:7r//?í) Senhor noíTore-
57 /oj» i9.i(5.Mu!ier,eccchliustuus.
ivj x u,j
rr n4-
porM.t)'
^11 -^
humano , cup corpo my ftico (accrefcenraó Ubercmo , & Ri- '',%,„,„. ,^„j ;^,,^^/. ^^^^^^ ^ ^^ ^
C A P I T V LO XLIX.
Harmonia da Cruzfagrada , &
da Virgem Sanújfima naPajm
xaodeQ^niiOi à-nojjaredempçao. Traía-fe dasfirmas que
houve de Cruzes : qual era aemqo Senhor padeceo: o modo, &
circíinjtancias com que os antig os crucificavao ( accomodan-
:
inentos
G ^^a
Rande harmonia fizcraó na Payxaô de Chrifto a
Cn/^fagrada,&a/^r^í?fi?2Sátillima,comoinftru-
redempçaó; i ambos efcolhidos ab ^Eterno por
Deos; a V.rgem para delia naícerja Cruz para morrer nella:nos
braços da K/r^wife entregou ao mundo ; nos da Cr?/^ quiz fa- } P.Fr^oftphdejefmMamh^n.àti
^'^^-^ 4'C.«/í.'«.4-
hirdellc: ambas íbraó altares facr(>fantoSi nzFirgem feconfa-
grou cordey ro, na Cruz foy facriíicado ambas oííicinas cele-
:
•os mayores juizosj 7 tem a de haver padecido nella có Chri- c o.Damajcen fup hUc infirmorum
fio a Virs-em Mlty , & faa refic2;naçáo em Deos lhe haver entre-
bacuius. D.chyfoti.afud cajjwdor.jup^r
r-x^y/í-
veíTem por Filho deDeosj 9 oois anteseraellaothronoqueM,^'''^7/''''jf'^^''^-^^"''^-2'^'^<^^^^^^^
T- y jit Deus,pojt med.tom,(^.
oiaziamaisconneciao.Aosantigosligypcios(comocmpro- & {{et^eUf de s.B-i^id.i.i.cto.
fecia)eraaCr«^hierop;lYficodaerperança,faude, ôcvida; 10 9 tth.ij.4o.M^rc.i^.io. M
òz aeículpiao nopeytodoíeu DeosSerapis, tendo-aemgran- Petr.cM.j.dehoneftd^fiipi,
de veneração. 1 1 Pelo que lhe devemos mais que por curió- MurÇiUiàn.i. de tripUc.vit.
,
fidade, fera bem dar huraa furamaria noticia deíb matéria. ' ^''^"'
^Tel n t^^7
,
'
''' ""'-''^
, 3 Ono«.
.
19 Matth.i.io.&iuc.^. 58. Filius como O ^y^w/^or tinha dito : O filho do home nao tem onde recline
^'°"""' "°° '''^" "^' "^"' "'
cE ^ cabeça j 29 que parece moftrar que fobre os braços da Cruz
^o chryfon.hom.^ admtd.r,depin. nâo havia coula cm quc a cabeça fe encoftaflej aflim vemos &
T)Pjui.x.adThtjj-don. Triditioeft ;ni-
ir^asens autigas de Santo Antam eremita terem na maóa
31 D. Dmaictn.de onhodu-c At. Cruz triangular nà íorma de 1 rorem a tradição da Igreja
.
9 Os pregos ( fe os náo ataváo com cordas ) eráo ordina " ^l^piaut m Moneiiar. utafSgannit
riamente ou tres, ou quatro, com que pregaváo pès, &mâos,''>«p«<J^*'b'si>rachia
49 pofto que tal vez a crueldade ufava de mais. como ufou có ^^^ Mur?JroígXlNZti:.
AgricolaMartyrj 50 pregando também a cabeça, como ao
MartyrPhilomeno. 51 Huns entendem que a C/:7njí<? Senhor
noíío pregarão os Judeos com três , fendo mayor o com que ^t Novut, &
•S!azia»xm.rupra.
lhe pregarão juntos ambos os pès fagrados < 2 outros que ^ ^< Gre^or. Turon,deí>ior Munyrei^
•.
com quatro, leparados os pes} 53 & eíta opinião k íaz certa j^ 5«^ra<lc.47.«.4.vffr/chcgando.
cora a relação da Virgem a Santa Brigida, que jà allegamos. 54
Dizem
j9'- EVA, E AVE
] yizem muytos que para fuftentar o pezo do corpo , q as mãos
_ -, raíifádofenaópodenaõfofter, fepree;ounaC^uzhumpeque-
KP lenha 5 Gu íaboa em que os pes de i^mijto le hrmavao 5 5 ;
mas qillo nem ha baftante prova, nem lemos que nos antigos
feuíafie.
10 Eraceremoniofaordempregarprimeyroamaõdirey.
ta, depois a efquerda, depois os pès j como no dialogo de Lu-
^ Lucian tii dhil. c lano fe finge que fez Mercúrio crucificando a Prometheo. 5 6
'
61 falfidade, 62 homicidio de ficariato, 63 fe^
''.?5!«L^t'^'7!>.í^^^^^^^
^ii>uUtusi yde ^fmoaur. dição , 6c afteftação de Reyno. 64 Defta foy o Senhor accu-
01 i-/>w;W/.6. I^^Q ^- ^ Pilatos pela ley Romana tomou efte pretexto,
64 PmI JMfcu'fuhfcv.t.d.iib.i.ut.ty Dondo HO titulo por cauía j ejus Nazarenus Rex jndaorum ;
, .
i-v iw-íífc.i7.ii.iWar<;.í).i..í«c.i}.
com myfteriofaequivocaçáOjpois ochamava Rcy com verda-
«prí.tV'.í<"»'-i8.i3.
de:oqueosJudeosquizeraó atalhar pedindo a emenda, que
6é foj,».i5>.ii.^ti.
ellenaóquiz fazer. 66 Outros delidos haveria a que eftaria
impoftapena de Cn/^, mas naó nos occorrem provaSjtambem
fabemos que femcaufas legitimas a praticarão muytos tyran-
67 ^creph.deaniiq.i.i^.c.íí c^-J-ts. fjos; 6/ fó refcrircmos as das Icys.
; í,'!;,!^.^^;.'.;^!:.!^^: «? DeyxaváonaCn,^ oícrucificados atè morrereme(.
íi.pn.ac pjjjm. gotados do fangue, ou de fome, ou comidos das aves, &
feras,
6N Horar/.i.ífMB.^/>a/«w/ííp.u.i»Qy^,^g5Q^,g|j^g5pQjj^Qj.j^gCTgj. ^g fal vcz osalanceaváo; 6o
69 MarmoiogàUM.fnt. & qucbravaoas pcmas, Ic tardavaoem morrer; mas líto coltu-
7u hii^MtLaãaxt i ^.c.íb.ibj: mavâo particularmente OS JudeoSj /O & depois de mortos os
Sicu:commmoskicbat.
nãotiravãoda Ch/s, masnellafecorrompiaó, &:mirravaóos
7,
//./.r.;;íax./.6.c.9.i»c«fr«.„.s.d.corposàincIemenciadostempos. 71 A Senhornoíío an> -
79 petroirifatyr.piuurch.in c/eomen. va
dia
80 Mu:tb.x7.^4.Aí.rc.i^.^9.Luc.ii. trafclla muytolòlemnc. 78
ç.Fideir>lruc.òo.n.^.
^^ Punhaó guardas para que ninguém tiraífe o corpo da
& &
Cniz. 79 Allim a puzeraô a Chrifio-y o Capitão, Soldados
delia foraó os qconfefláraó fer Filho de Deos, vendo os pro-
digios que fuccedèraó quando efpiroui 80 poftoquehiidel-
les.
}
&
que efte ve o Senhor atado à colum na a qual Saó Jeronymo
;
^* o.Hicron.t]^.ad tuíioch.
16 DiílerãoEfcritoreSíqueaG7/^deC/7r//?<?foycompo- .
'
•'
íla de três, ou quatro géneros de arvores; cedro, palma, aci- •• •
4,„,^ r j- •
o r^- 7 r> ^frí.Gentil.quodChrin.ãt
•
^ Deus túimed^
^
•
J94 EVA, E A VE
ÒcpuzeíTeaCn^íznasarmas, nas bandeyras, &: fe levaííe nos
exércitos guarnecida de ouro, & pedras preciofas nispnn-as
^ delançasj loi & lenaolev aíl em imagens de ouro dos £ m-
!oi/j/''íaA6A;.4.cii.
lOi Hl r? i>;p 'i.//.//, peradoreSjComofeufavaj 102 que íc puzeflefobreodiade-
104 fw/ei^/aMin-cij. ma Imperialj&: na marca das moedas mais eftimadas} 103 &:
fe mandou levantar huma eftatua com ella na mão. 04 O Em. [
V tor.nfntfjcffa ibuverh.ogr y^ijinia. à z j cju Unijto nos dcvemos gloriar, crucificando nella o miu
los Q.Paui.o.dQaiat(,M^. do para nós, & a nós pata O mundo.
H.iior.Tripart.uL%. ^^ Como a fagrada Chí^ foy achada, 109 &:depoiscõ.
fervada, 1 1 o referem os Efcritores allegados na marinem
Rnfin h-ji.Euief.1. o c.?.
i
m.;o?.Y"- . , ^,
mente com Nicephoro, iii que vendooEmperadonVJau-
i II Niui'kor.Ln.c,io adfin,
HCio huHS Turcos mandados a Conítantinopla por Chofroas
Rey da Perfia, marcados na tefta com o final da Cruz feyro có
tinta^lhes perguntou porque fe finalavaó CQm o que naõ vene-
javaó. A que relpondèraõ Que havendo mu y tos annos antes
:
C A P I T V L O t.
^atidades vh , ^
Catjas, JudasyHerodeSy
mortes defeftradas de ^nnàsX
Qf Pilatos., culpados
frinúfaes na morte de Chrifto.
X T.uuiUnJpio..c.,. Toiiácdicat
Kdamnauonisnoítrsetiamglotumur, ^'^^ Um elegaocia muytoluadilie
w í>, i
•
r j/r^ n-
c[uienimfecitiiium, inreiligete potdi, I 1 ertulliano, que
ronnld grande alRjuod boiíura à Ne- %^ perfcgUlÇaÔ deNerO acreditava ar)<;marrYrpcprM'o
2 Annàs^
-
mcsjíe conferia por ekyçaó legitima; 3 6c em fímtiveraómi- e M^uh xoj^.Marc. i?.i.<r ^ ií. 5
feravelmente morte deleílrada, como diz Nicephoro, 4 po- 7 f^''!'^^^-^^- ^"'^ ^ *7- í«í jj^ í
cíluprado a fua mãy 5 com algum impulfo deemenda buí- n ita Conr.^^d. Gtfmr momm4 prt,p.
;
eílava profetizado; 8 mas e(te fe quiz entorpecer miís n.is '4 P.joãnfíujjíerfinF/oftulhifip i,
4 Herodes, que defprezou o ly^/z^í??'- quando Pilatos lho '«/''"'^-f'' /"F h^?^'^^^''!» .
remetteo, 1 1 toy homicidados pequenos, roubador dos no- 17 // v D.x.nfupr cr f;;« ««,«<•..,.
breSjdeílruidor dos aliadoSji2 adultero inceftuofo có a mulher '""^ ^'%'íí "» -fVoj 5^, nf. cL iit:;o- >,/.'.-
do irmaÓ,dejuizò tam leve, q por hum bayle prometteo cÓ ju- '^fua,t '^rí!,'^Jftâf:^ÍÍ.
ramento ametade do feu Reyno,Sc deo a cabeça do grádeBau- nan.hiji de Hejpanha ub 4. c %. cr ouiro.
tiáa, i; avalia mais que o Reyno todo, &'qmuytosRevnos.'"''-^i''^„ „ „ , ,
rouco depois da payxao do òenhor 14 por accuíaçao de leu Ltét.p.ui.s c.i,.pon rr^d á<Uymmd., u
,
,
em Portugal j em hu lugar chamado k/7í9íí/(9, q entendem íer a cio. Concordai fav. Den. /«&. qu^çiuid
q hoje fe chama Villã velha de Rhoâam , junto do Tejo no Bif 'l>'^>('iiPStvaTn,»i>e',èir,teiic^nsàih.- '
forcejando c6 o corpo para fe tirar j o mefmo gelo a degolloU: , ^t^^fl' '" '^^''"' "' M.£.^a'f/:/.t ^
2 1 com mylterioío caltigo de pedir a degoliaçao ao Bautíítai MuitiapKd Bmt jup. apudÈa^r.M &
<otnment ad oext rm.chr.h.i.verf de morte
6: a mãy vendo a filha áíTim morta morreo de fentiraento.
,
n-i» j^ •!• L j •
filitiif^apudÁíexidSyhdevar.litli.
5 tam vil animo, que conhecendo a mno- ,.,.h,,,, L^i.CuJ/hijl.àpriLd.
Pilatos era de
ccncia de ChrtJlOf o códenou por fatisfazer aos acciífadores, £cci m chri[t. 6. & 5
temendo defagradar
c*
a Gefar. 22 TeveinfáuítosfucceíTosenfi ^^^ Si^ida^m uiãmàr , Grato, verbo»
litro, pag.ifii hl 120.
^ V .
r j. •
r 11 •
C A P I T V L O LI.
Como Chrifto Stnhor nofo , defois de tirar doSeyo dâ
^hrahamy Qf do Furgatorw muytasatmaSi refufci*
tOH , & Virgem Mâjfi^ ^^^ /^^
aj fareceo logo a >
Rtjurrejçdofe condahío,
lapenatemporal; 2 nem quiz dilatar o beneficio, nem cómet- ^ /'-»£> r/><.m i.p^. ^i, «-1. 8 aJi:
^""f-^^^"^^ iicr>a,cnma,n mediu.
ter a execução a Anjos. 3 NaÓ confideramos o gozo com q j^/
foy recebido, porq nos chama o da Virgem May ( que he mais 4 syn!boi^pc\ioiO' Vtãtfttf.c.^(>.n.ir
^«/'r.f r9.n.4.M>«-iM9»8. c^í.
donofibinftituto)vendo-orefufcitado. ^
.
-'
„ , 1 * /. y.^
. ^í. ». 7. -^píntaoiitriso P. Fr Man do
••
2 Ao tercey ro dia 4 vinte & íete de Março, que toy Do- s^puLho «a^ejà^ fjj>,rit.^.i.c,t9 n.io.
f.
.. „,, r, c
-í -j
$ ConhderaKlhe^ãs no ths Suníi. -ilida
deLbrnu.^).inti,K
mo Jiàcomeçaváo
i
a duvidar os difcipulos que hiaóparaEm-
.,
maus. 9 Outras razocns iTiais alcas apoHta Santo Thomas. 10
-„a r»
9 Luc.t^.íi. Refufcicoumuyto de madrugada; ii masoSol,que
4
u S'! ;:f.?vAu" ^«. :o àc triftezâ fe tinha efcurecido por elpaço de três horas em fua
6" ..
àechn/iMUJe^.c64 xo.<iue jijmeníi- riadejoíue, 14 tomou dcz unhas atraz HO Unaldc Lzechiel,
deaSMunosu.í./dàemMeyuuoj^m
j^ para fc reftituit aocurfoquedcyxàrade fazcr. Nemaqui
ii ]\ejere Fr. Mm. do Sepukhfo/up. tCjComoa pedir alviçaras , có aquellas palavras reveladas de-
" ** " P^ís à Santa Igreja por S. Gregório: Rainha do Ceo, alcgrayvos,
xV vãhegas de 44 adfn, Í
•
Alkhiya porque o q mereceftes trazer em vojfo ventre, Âllehya,
:
•
refiifcitoucomodij]e,Alleliiya. Ouvindofe muficas celeftiaes,
i^ P.Fr joffphfupm. &
refplandccendo O apofentocó clatidadc peregrina, apparc-
16 D^njdm.fup.d.c.6. ceo fubitamcnte Chriíío com roupas brancas, & luzentes, ale-
gre, fermolo, & gloriofo, dizendo Salve Madre Santa. 25 .•
lhos que tinhaó por mortos nas batalhas contra Annibal} 30 ?c K^i>>fT,xtormfiffir,np.i.iUgaH'
como naó morreria a mais amante Mây, vendo o filho mais ^'"'^ """'^"^''"^"Â"'-». -^uI.gcI.
'''/''
foy a única m ãy que amou fobre todas húa filha que lhe era taó
deíTemelhante. Que gloriofo fe acharia alliSaõJofeph,Joa*
chim , Anna , & os mais daqueíla famiíia bemaventurada
9 Naó referem os EuangeUftas eíte áppareeimcnro de _ ,,
Chrijlo a fua Mãy , pof que ( diz Santo Anfelmo 333 parecia
J^ v^iènM-
fuperfluo declararem o que afllm devia fer-, 34 fó referirão
em ordem a confirmação de noíTafè , como appareceo aos qiíe
vacillavaónadarefurreyção, & que podiaõ fer teftemunhas
d ella fem fufpeyta. Efcrevèraó como appareceo logo à Mag-
dalena Santa, 8c às outras Marias pagandolhes a fí neza de o
,
vinhaa Refurreyçáo. 45
45 D.nomJ.m.i..ii:
C A P I T V L O LII.
Como Chrifto Setthor nofjo nos remio da morte ejfiru
tual Qf nos aliviou a corporal
, , que era a major
pma em que havíamos cabido j Qf a deve^
mos temer muyto menos
"Vy Ela Payxão, & Refurreyção de Chrifto Redemptor
1
i
^.-.
Diremos
w^.^-4-,^
. .
-
Hi^.p.(!.^.n.i.& e,^.&io g
17 ^s^^vantou o oeenero humano da morte efpirituaL
-^ ^ r " *^j
^
<x corporal, que era a mayor ruma em que eítava. i ARefur*
,
6 D.Tnom. d.yp. q.66. ârt. ucumalijs. pela Refurrcyção do Senhor-, a qual he caufa de noífa refurrey-
^giúius de Btmtuàint, tom. j y ^tart.6.
ç^qj pois (como eofina Santo Thoraàs) 6 ainda que a primey-
ra caufa delia feja a Divina Juftiça , para q os corpos fejaõ pre-
miados,
.
&
fao menos os dos juftos) haó de fahir perfey tos , fem defor-
&
mi dade, ainda que foíTem monftros; para mayor perfey çaõ,
ou morreítem meninos, ou velhos,refufcitaràó na florente ida-
de juvenil que tinha Chrijlo (\mnáo refufcitou j pofto que a
eftatura lerá a que na realidade tiverão, ou naturalmente ou-
veráo de ter fe a ella chegaííem ; 1 1 &: aíTim na oração pelos " ^^gi^MU^in^^i:
defuntos diz a Igreja, que noíTos corpos morrendo, não pere- ,^
omfr.àefu..^ Corpor.nofha
cera, antes fe mudão para melhor. 12 Peloqueosquemaisrooriendooonpaemu, fcdmutamunc
tratâo do regalo do corpo , devem mais abraçar a virtude , pa- »»clius«
ra o fazerem mais bello, Sc felice naetèrnidade,fem repararem
Jiacorrupçãotemporal; como huadamapara ter bom carão:
ou hum doente para alcançar faude, fefugeyta comgoíloaos
trabalhos com que fe ha de melhorar.
5 Aílim fe levantou o mundo da morte corporal em que
havia cahido. E porque para paífar a efta melhor immortali-
dade, he precifo que preceda a temporal morte que cada dia
nD j 7
vemos 1 3 também efta paíTagem fe nos alivia na payxão , ^^^j. •^'''^*'"'*^ ^"'' ^'•*' ^""'•^•^^
: & '
^. ,„,(^que a
, , conhecia bem, porque andava cercado delia, 20) á
flores mowii^ -pintao huma eltatua de pao , nem íea , nem termola , que cada
11 itaP.Zichtj de Lyfteux f'"''/- hum pódcomar comoquizcr; 21 feadouraócomobrasfan-
" '""'' "°. ''(T'' tas, fica preciofa, fe a affeáo com çeccados, fica peíli ma; 2 j
«
";Sr 'í L •
11 p/aim. II yv.s- Pretiofa m con- preciofa, (cxplicaSâo Bcmardo, 24) porque he fim dostra-
ipcdu Dâi mors íanaoium ^Jus. balhos,lo2ro da vitofia, porta da vida,entrada para a fegurarí-
pcífima. Ç^j peílima, porque tudo ilto tem ao revez.
»4 D.BernardJe iranfitu Maiachu, Cf Efta p' ntura, OU retrato a faz mcnos temidajpiorque ain-
da q a boa morte he favor efpecial de Deos, 25 tambempen-
ry Pfaim, é-j.v. ii. Domim «:tus
^^ ^ ^^ ^^^ Nao pôde morrer mal rdiz Santo Agoftinho)
26 D.Aug. de doãor. chnít. Kon po- miem vívco bem , O' raramente 'morre bem , qnem
inveo mal. 2G
teft maiè mori, qui bcnc vixit, & vix bc- jj^j. ^g^^- ^^ resula Qualquer gencro de morte
em qualquer ida-
17 5,«fí.eJ.79jdií«. Morrem defina- de, antevilta, OU fubitaj fcmprc he prcciofaa bcm prevenida.
inushorrcre. Dcfincmusaucem e5
Heconfufaô para OS Chriftãos,haver Séneca dito quafi o mef-
,
fi fii
ér.u*yeUim ^.de morte B.f^iri.^ ^q gm hú cxtafis foy enterrado vivo por aftucia de Vvalramo
que
.
mos vencer quando chegar. 38 He valentia temer o mimigo,veucrit, vjneitur, priuíquam veniat
fi
naó para lhe fugir, mas para nos armarmos, como fazia Saóíètnpc^^n^earut.ífw.f/?. jo infin. tu
"""^^^^ ^'
Pauloj 39 q o defprezadomuytas vezes alcança viaoria. 40 fcmpi™ '
Dizemos que tememos a morte , &: he falfo > fe a temêramos, 39 ^ Pmi.aà Koman.j.
naópeccàramosj 41 &: fe he verdade que a tememos, ar-, f ^•^d'c.\.i'b 5 Sxpc comcmptus
memonos de Virtudes, & logo, pois naolabemos quando vira> ^i EccUfa^ 7.40. mc mente no-
42 de repente fe faz muyto mal a prevenção. Hum Santo .Pa- ««'^'«a tua, & in .-etanum noiv pcccabis.
^*' "''''***'*''* J*'
dre do ermo eftando morrendo, ferio três vezesi os aíliftentes lÍcax-ao.^^
'
lhe perguntarão de que ria. Refpondeo; Aprimeyravez me ri, 4? ^ftrt Ioíh. BjÇiI satãoro i» prm
' "«"'•' '•"^"-
porque temeis a morte : afegunda porque vos nao aparelhaispra^^^^^'^'^^^'''-^''^^^^
,
*
II O Ecclefiaftes 44 nos aconfelha que caminhemos 4S ^^''j^j''"'^^'f'^'"»"í/^'''".49-/«/'.
*'" '"P^ "•
aproveytandoj 45 antes que nos anoy teça. Melhor jornada
fe faria madrugando na mocidade j mas também o velho qiíe
fe poz ao caminho, naó deyxarè de chegar, 6efe não chegar ao ,„ .^. ...
ij L/ir LJrL-jV-NT ^^ o
.
A* Hc«^"í'i'àe
monte, baítafer achado fubmdo. 46 Nos montes, ôc,^eo»|/o/tf|4o«iep?//í//<»«»?;eí.
alto do
„,
Sujo, referido tnBLoftf
vosqueachaapercebiQosnaprimeyra,fegunda, ou terceyra
if^ ^ ^ 1-
-vigília. 48 Sós os que anoy te da morte achar dormindo, oa
Tf ^JTJ ^ ^ ,.^. „
doCeotemeo, naó por ver Anjos, nemporveraDeoSi mas £"«"«'«: seròparanmr remedia, cum
porque Deos o achara dormindo. 50 ^^ G„.,g ,7 ],,,,„,. ^,^^„_;^. ^„
12 Correm perigo } mas podem ter remédio. Ao arre- limuitquiaDominumvíderat inquiete}
pendimento até o ultimo da vida prometteo Deos perdaò. <i ** l^!íf"'r/r'^'. .
mais. Era breve efpaço pôde fer taõ grande o amor de Deos, a
âverfaò"
4C4 EVA, E A'V E
avcrÍJÓ acs peccados por feu refpeytOj Sc o defcontentamenro
defimermo, qiicíem pena feva gozar da bcmavcnturanç-.i,
t. Cíim D. HieKn. "^"coh. de vórí^h.
ainda quc fc hajaó Gómettido todos os peccados do mundo.-^-^
efciid^ i ". ;"•>• '/<• '•'f ^omMemor. o»:».
j;^ni f^tj} h^ ao Sctibor pcrdoar dez mil ralentos^como perdoar
s
ec.atuoi , libcri ad viiam tranfirav,- ,dt tí>dos fe ejcfevèrao emíeíilí^TO ; 8c em outro lucra,-.
^eyfao
qui.contí.cio naxima pro
eit
ScnhoT y WC PcrdoãTeis mcus peccados, poraue^f/M
?^"^^° Porquefyifòis
-^
la isíaétio. j - ,
, { ,'
^ , ,' \ ^
'
luUi õ.^t)>4u,iHmKs,.
j^ Contra as tentaçoens que em aqueíletráfito fepódem
recear maisjtemos nos documentos Chriftaósfaudaveis remé-
dios. 62 Se tivermos a dita de que não nos cómetfáo: nem o
'. attnbuamosànoflTa fortaleza , ncmadefcuydo dodemonio;'
f
mas fó a mercê de Deos, que o não permitte por não arrifcar
"
,
\ entenw
PART. II. CAP. LII. 405
entendamos que aíllrn convém anofiasalmas, refignandonos
. na vonradc do Senhor q naó pôde fer fenaó em noíío provey-
,
mos pouco, eíTe pouco naó ha de ficar fem premio & baílanos ;
leSiantes, de mortaes, nos fazemos por ellaimiTiortaes, como isciUiis, qoorum cum vitJoiTwae^^
acima 64. notamos. Tios Stoicosdiziaó, 6*? queellanãoera ""f^"'"""'''"°"^'^'4"°'"'^'^"5="^"'
ternbel aquelles cujas acçoes louváveis nao podiao morrer q ^^ /</^ p^,// i.hMfimãui. Ncmo té-
:
agradável, 67 & defejarle a que le aconipanhaíle de virtudes, n.ortiies ciaàm .ilud hcr jucundum eíle
:
68 Diziaó que naturalmente era ij^ual a todos , mas que fe di "^^'/f 'i,"° confeaj ,,uiia religuatura,
'' ,
'^"'^ ^''^"
mais que 7nudarfe de huma cafa velha; pudera acercícentar, luf- ^Zt!^^^^^
f/ow^^ííí^f í^<?f»frtí }& de taes cafas, pollo que magnificas, to-
dos fogem. Sei ítoentendiaó os Gentios, fo por lume natural,
. quando a morre dominavajhoje que eftà vencida por Chri ff o,
'
creamosao Apoítolo, quenosenfinadefé, queomorrerhe
arruinarfenos huma cafa de terra, para fe edificar outra perdu-
71 ôraííimnaófenosreprefentarànamorteaterribili- 7»
rável-, D^.PMi.uãiíCor.yi:
«;: au.:U
,:•
pafto
dd bichos, fem a dignidade que lhe dava èz queella parra ale-
; '<
he demafia amar tanto hua vida que náo tem de bom mais que
• o fer breve, que me he comua com os irracionaes , que fuftenta
^ * ' meus males, que me fepàra de Deos, fie retarda minha felicida-
de} porque temerey largar carga tam pezada? He polli vel que
me agrada a doença , 6c que gofto do tormento ? C^iera me de-
tém nefte mundo , quando tudo me lança delle ? A defordem
, . . .^ , ^dos elementos me enfraquece o movimento dos Ceos có fuás
. ^ . • - ,
C A P I T V L O LIII.
Como aredempfão , ÇfJ^-doMtrma de Chriíko nos alar~
goiitamhem ávida temporal ^ Çfffelicitou as mi/mas
delia remediando a ruína queoveccado tinha caufa^
,
ção , fe naó fe aproveyta dos annos , para que os quer mais lar-
gosr' efperar aproveytarfe daquelles a que poucos chegaó , he
infania. Em todos os eftados de dias fe podem fazer íeculos,
, - • ••
LI (como
4oS EVA, E AVE
4 D,.^ugcf:Ch.Dcii.yc.ii.o-u. fcomo Santo Agoftinho 4) viviaó bem para vangloria, Scaf-
D.f.mos ««i.pí.i>.«.4. fim defmereciaó ; fó a Chi iftandade com virtude folida alarga
a vida verdadey ramente.
3 Qiiem naó confeíTarà que vivèraõ muyto, pofto que
morrefíem de pouca idade, os Santos q em breves annos obra-
.
rão tanto: & todos os juftos, que por letras, armas,ou outra fua
vocação, fe empregarão em acções meritórias? Contoulhes a
morte CS triunfos por annosj parcceo-íhesneítaequivocaçaó
^ Safiem 4.V.J ejrí.juftusautemfi
quc )à tardava, & queoslevavadepoisdedilaiado5 fcciílos. 5
morte pr.xoccupatus iuent in reíiioeno Outros vivcm para morrcrem-, cftcs morrem para viverem; vi-
,
tiveraó vivido quanto lhes baftou ; &: alguns máos naó tira em
muy tos annos, porque ainda raó tem vivido, ^cquerporfua
piedade ver fe fe emendaó, ou juftificar mais fua condenaçloj
& tal vez he para exercicio dos bons,ou para caltigo de outros
máos, ou porque padeção vivendo. Senão tivera eftasrazórs,
parece que as creaturas fe queyxariaó de ferem forçadas a fcr-
virem mais tem po aos réprobos, que aos predeflinados, quan-
do antes para aquelles fe deveraó efcurecer, enfurecer & e (le- ,
fim para que Deos as creou com razão di zemos que fe perde-
.;
lo^DetVúaant hmim dmninjT 9 moftrou O mcfmo Senhor a eternidade de bens com que re-
/.6. compcnfa; quem não efcolherà paciência temporal por pre-
II DGK.^ormA/.rJ..Maiavitvnr.T-
mioctemo.^ IO Só faó duras as penas prefentes a quemdef-
fent;'! tanto cliiriuiaiiimuslentit .quanto -: riiii/"-i rr
pen&rc bonu n c]uo .fcquitur ncgiiírat. prcza a gloria, que íe lhes ha de Icguir; cul pernos noíla ignora-
i
•
Ncqjaquamnr.s^rati.iinaavcr(r;uede- cia, que a graça dc Dcos uaó Hos dcfamparâ ; antes quantos
piedade, i r
'lVr„X:6:«,'^úíe" ,tr:: ">^^^ golpesd,fpenfa, tanto ma,s nos guarda fua
ftodit. 6 Do que nca dito neíte capitulo, 6c no precedente , fe
infere
,
cia os mortos, he agourarmos malíuafalvaçaó, contra noíTa >'»^patiei)c;a ípcMo-ri maiè oinmamr,
P-^vancamr 0. chr.im^n lo:-
cfperança; prevaricar à Fé, ofendendo o Rcdem ptor. QLie os J,''^'" ,
exceíifos de trifteza ? N as mefmas exéquias dicemos por el les, K.tbySlís loSíl pLSueV? Toínc
com David, que Deos fez mercê à fua almaj 14 & choramos:^ qi:y :é confoieiuu. um i;e quodefun- ?
ou naó cremos o que dizemos, ou choramos contra razaó «^'"^^'^ ""fem? cungitur .^>íu.b aiHcis
,
^ , 1 II
coiitumelia
/- T
quarc publica prolequcris
1
?
quizerempregallas emch :)rar mortos chore as virtudes qu. pLad i»pn Vuhic.umanimitaaiquam
1
,
^
' nelleeftaò mortas, aconfelha Santo Ambrofioj 24 os vivos '^"«"^^•'^"t™'^'^^"^
im pios faó mais d.gnos de lagrimas. A m.m F.lofoío pergun „:', ;1;':;J*; í:;r At^íí".
.
tou hum tyranno, porque chorava tanto a morte de hum ami § ?.
-
m
,
• &.r
20. Refpondeo: Naõ choro tanto poraue elie morreoscomo por me vcniam^-^'"^"ff"?
^ 1 j ^'-
tu Vives ; porque nas Academias de isrecia mais choramos porque
innpolnant,
r
^««^ i 9. Lacryms
^.'
x d chyf si d hum
ícJobtiti.Mit.
, 70. /» fúnc
» vivem os máoS) que porque morrem os bons. 25 ^4 D..^>nbTofjupi ^.c éUúnmnC'
Llij 9 Só
1
410 E V A, E \VE
9 Só lepermittem lagrimas, èc lutos pela miferia da natu-
Diffèmoí na p e.ij ».<.
; I i
como Adam chorou a Abel, 3 1 & Chrijto a Lazaro; 5
reza ,
ji ^oaB.ii.}^. * * '
ou por faudades 33 que em hum amante naóadmirtem ra-
' » -
,
)) Carot Pafchtl Lde\irt.&vit-e.^7. zão: como o grande Agollinho chorou a aufencia de Sáta Mó-
)4 D.tyíu^-i.^-CoKffff.c.iutiH.tom.
nica duas vezes máyfua, & fe defculpava, 34 comquenaó
era muy to chorar poucos dias a falta de quem o chorara tantos
annos. Mas ainda aílim encomenda o Eípirito Santo modera-
ção, 35 qnemfalte à humanidade, nem à dignidade ;& nos
'
15 £;;fífcííi.t4.t'». Ingemifceuccns.
i% 11. Modicum
Bcclefta/{. piora lupcc lóhc louvável honefta imitação da fanta cereraonia da
lutos
mottaum quia icquicvit. Igreja. O
mais hc de vulgo imitador dos ignorantes, que cho-
ra vão os eclipfes do Sol ; pois a morte he fó breve eclip fe aos
q
logo luzirão. Sente-feDcos dojufto^ chora a perda da vida
it hdV.LyÇeuTfup.t.<i.inpTÍne. temporal, porq parece q a prefere à futura , 36 & chega a ca-
)7 D ^ug deCtv Deil i.í 9.
Cum malis flagelUntur & boni non ftigalloporeftacaufa. 37 A petição de Ezechias 38tevedef-
,
quia fimui agunt malam Titanii fcd quia culpa antes da redempçaó do peccado; o Redemptor Uvrando-
(imui amant temporalem vitam non
;
C A P I T V L O UM.
Qomo Chrifto Senhor mjjo enfinou o "verdadeiro cantil
nho de alcançar honra, contra os errados que moftroit
opeccado.Trata-fe da Humildade, & do Perdão,
nos quiz dar exemplo era fij fazendo proíiiTaó de humilde, & *'
,,
Mtt.ti.19.
.-^.. .»
Difcitc a irc quia
i j r r\ r •
i n. j /r j 11
mandando a leus Uiícipulos que nilto aprendellem delle i 11 mitisíurn.&humiiiscorí^e.
o que lhes naôefpecificouemoutra virtude. 12 ,
n NotatD.^ug deverb.Domm.
/-i irj
.femfaufto, com q fica eftimavel,&íbelle dentro de fimefmo
11-
/'H'
.fe abate, defprezando a própria excellencia, 16 Foy nos p,/y,,,^„„i,^,^/,,f,,,„p,,„,,
,,
i6 D Brnard. de erad humilit. vide
, , ,
como o defcrevera David, & a Efpofa Santa nos Cantares; 17 i» ->"/"' 'f -4 s"-»-
.
pregando, Scíallando com a gravidade, & madureza, que dif- to Luc 11,5.
femos: 18 conciliando com ifto a mayorhumildadei por iíTo n Mntb yi6.
• fe chamou, Hmnilde de coração 19 *
]^„y.^ o<,m/«,' Cogita.
J i-^;^;;/^^; :
5 Nem nego que tambcm fe haja de procurar a honra por mag um conihuerc fabncam ceifuudi-
outrosmeyoslicitosj antes toda a doutrina dcChriJioeyíhor i>«?'íc fundamento pnuscoj.ita humili-
tou a acç ^ens excellcntes , perque a verdadeyra fe alcança; &
i^' í„<.f. /^ /« ]%?/??: iV.
para credito também com o mundo , enfinoii que àlèm de fe- Qu'd fuu ut mtasagitarct Dsdalus
rembonsinteriormentefeusDifcipulos,trouxeírcmnasmáos''*''i,„„, i„„,„f„ „„„i„^
5
tochas accefas das boas obras , 20 para que foliem viftas de aquas?
Ne^T^pcquodhicaltèjdemiínusU-
todos; 21 o que Saó Fedro também enfinou. 22 Porém tu- .
dofe ha de fundar fobre a humildade; quahto mais altaqui- ' °Nam pcnnas ambo non habucrc
, . zermos fabricar a grandeza, tanto o alicerfe deve fer mais bay íuas-
•
b=nequiiat»it. benc
xo; 23 &fe levantada a fabrica, fe tirar O alicerfe, tudo fe ar- ,i,i,%',;";^''
ruinarà. 24 Fortunam debct çfui^uc manesc
6 He a razaódefta doutrina allegorizada já pelos antigos ^"'™'
Poetas em ícaro , que vangloriofo na honra de o verem os ve-
tos com privilegio de ave, quiz voar tam alto , que brevemen-
te cahioj & cm Dédalo, que com femclhantes azas fe fuftentou
voando porque humilde conheceo a fraqueza delias. Outra
.
-'
que a ofFenfa intentada lhe naó pôde chegar, como nofa-
rior,
xz SenecJ.Unfap.noncad.injur. bio cíloicâmente difcuríou Scnecaj 28 ou porque fe julga
por mais forte que o ofTenfor , obra mayor acçaó vencendofe a
fi; quem he forte, he fofredor j aíllm diííe David que era Deos.
•
crates, Marco Tulho, Pomponio, & Santo Agoftinho, pela
humildade com que fe confeíTavaó neceílitados de aprender;
;;^lt;^:xV::Íer55«... 32 qAmnioPollion,&Barbaciaprefumidosdeenfinar.^ 33
Nas armas (deyxados exemplos antigos)quanto mais fe acre-
, ditaó os que fallaô com modeftia, q os valentes de arrogância.^
*
Na qualidade do fangue,& em todas as mais que conduzem ã
honra,
,
C A P I T V L O LV.
Como a doutrina, Qf ley de Chníio nos enjinã &
ajuda a efhmar a vida,& aliviar as miferias delia,
,
íeuscuydados nos naódefcuydafiem da morte; 3 &
que nos 4 ^-^^ii.m.
3 bobrevindo trabalhos, &: doenças, a lazem mais precio- LuKdemaraviihas, difcmfo i. s.j.à».»-
fa, refignandofe em Deos. He certo que Deos nos ama muyto;
414
'
EVA, E AVE
enche de mercês, 8ctrata como a filhos , íendo (como diíTe S.
it D B.tiari fírm.i;. Cj^t c/fM Bcmardo} 12 Não (ò ãTTiante -jinas amov ; a que ajuda muyro
t».
\i ide^rrhCantfermtt.
Logo, pois oos ama (infercm OS Doutorcs Chnftáos ) 15 tu-
14 /uiejup.p.y.c xn.^. do ordcna para Hofio bcmjou poF caftigo dc Pay, OU para cmc-
H.nr.3 .. à^sujo noii<.log.,m.
, ,
a mereciméro, como k diz no ivro dos iMachabeos-
fshrriorta eterna o hnmminijtro
ji»v»j«^<.v_Oj 1
y
/ o n. r i s
\ ^ i
x6 Ge««ac;,.(»>..áeii<ry Dom MmoA Dfe O que nellas virao, (lenao tabulao, como alguns fazem) he
i 1
may, como diíle llaiasi 34 do bom nos da o util, lo prohibe o mini ab ubcre confoiationis cjusf ut mui-
cxceíTo, que em tudo he nocivo 1 condenaagula, quemata,8"'*'?"i«Ms aífluatisabommmoja
!
1^
quando parece que regala i
10&cr ^
OS pallatempos que prejudicao
gloria cjus j-
j ii/4«ji.,,,^. ,
bufcados para ali vioj nâo he ifto aborrecer a viaa,antcs he tra- J ^ ^y*/"»- » ' « v.^c. Laram manda.
•
les alívios , ôc ainda aos que ufaó delles nenhum ha no mundo '''^TpT:V!lZVtZT'^'^'^^'"í'
.
diente, &
pedindo perdão para os inimigos no mcfmo tempo
• .';. emqoatormentaváoimuytoanlma, aindaparâOtemporaljO
padecermos fó parte quando o Senhor padeceo tudo.
,
genes; Não he ptiferavel o viver , mas o viver mal, 43 4% DioinMpui Lntrt.it vu phiicfoph.
8 Naó he ifto cótra o q diíTemos trataado das miferias da ^^^^ '"*" '*''^**'"* '^ ^^ ™*^* '
i:p.i.f.44-
> 1
^^ tendimento
Serros que na primeyra notamos do
parte
no
i en-
\^^ cego pcccado,
pelo defejoj acqui-
ííçaõ, uíujóc perda das riquezas,nos emendou.tambem Chnjfo
com fua doutrina.
Eníínou que profeíTar pobreza hcmayorperfeyçaõi 2
2
% Matth.if.ti. Scellemefmo a profeíToUjdandonos exemplo. 3 Sendo volun-
}
^4«fc.8.io.D.Pj«/.i.íi</c«n»í.8. f^j-ia(quehefóaquefelouva) cnthefoura noCeo:
4 & ain-
^4 Matth.6 10. da na terra efcufa os males que diííemos das riquezas , &jà
s Matth.yyluc.é 10. ^ pofluco Rcynodc Deos. 5
í^«ít^.ij44.
-> Aos quenaó tem tanto efpirito,naó reprovou o 45>«Ã<?r
8 Pfovfrí'.t}.4. No/i laborareutdi- odeíejoaaiazenda; 6 entenae-le,parâbomnm, 7 & lendo
teris.fcdprudcntiaítuaíponemodum moderadocom prudencia; 8 não appetitofo por cobiça, raiz
f.44».4. de rapmas. 9 Deve-le defejar para prevenção de neceilida-
loD.ty/ug.efeconfiiílvitior. dcs , não para multiplicaçaó dt cabt dal; 10 & eílamodera-
*""^'"" '*' Çaóhe útil para enriquecer; porque o que menos cobiça,
c/llff^l*"??"/.?"'^^
mais •
14 £íí/í/«fl//.4o.3o. animo aterra, de o apartaó do Ceo.- não importa fcr com go-
ftos, ou com affliçoens: igual he a doença,que vem de delicias,
ou de trabalhos. Por iftoofabio 15 pedia mediocridade de
15 «'«vfr .30.?.
bens, porque nem incitado com fartura, nem obrigado de fo-
ímeoíFendeííeaDeos.
«
C A
.
C A P I T V L O LVII.
Como O Senhor fubio ao Ceo ,
©* deixou aMz^ Smis
tíffimà na terra para altiffimos fim,
lena amante mal fe poderia apartar dos fagrados pés j &as ou-
tras fantas mulheres derramariaõ lagrimas copiofas.
3 Com a Virgem Miy foraó os colloquios mais Divinos, &
1 5 Apud p. Fr.jofeph de^ef. Mar. à. as faudades mais intimas-, os Santos ponderaõ 1
3 que o Senhor
/.5.f.v«tcri,erc.7.» 4.C7 yVidein.
lhe fip;nificariaquam agradâvel lhe fora leválla comfieo, fe-
nao conviera dey xalla por ai guns annos na terra , para que por
mais tempo cmpregaflefeuimmenfo cabedal de graça; para a
receber no Ceo com particular triunfo; para fer Meftra & am-
paro de feus Difcipulos : & para confolação de todos os fieis,
porque viíTem na terra o maravilhofoefpeftaculo da Mãy de
Deos homem, como os Anjos veriaó no Ceo a gloria do ho-
mem Deos. Ponderaõ também, quamrefignadarefponderia a
Virgem^ naó attendendo tanto ao fentimento de fua aufencia
corporal, quanto ao gofto de lhe obedecer. Com ifto fe dariaõ
docemente os braços } todos os prefentes lhe beyjariaó os pés.-
&lançandolhes Ot^fw/^orfuabençaó, 14 fendo meyo dia pa-
.^^^hiia hota , fe levantou da terra , deyxandoncllao final de
\\ DH^lldelo^HeòraúCa:.^:.;.
/«pr. luas plantas fantiflimas , que ainda no tempo de b.Jeronymo
&
ícvia, 15 começou a fubir ao Ceo. Subio como Deos por
virtude
PARTEII. CAP. LVII. 419
Virtude própria: 16 & o Euangelifta S Marcos diz» ^//f/t^y ^^ D.Pcir.Dmim.de^fJnm!>i.V,tz;
levado, 17 porque noflas conveniências, 18 &
outras ra zoes /frw.
''"'' "'^"' ''"""'^'"'
o levavâoíaudofo, como por força, da delicia que tinha em cxia.f '"
com O rolto para o N alcente ( porque O Je??^í?r lubia cnm a ía- ,,(^_ i ^. j^.„.8.
na,o encobno à vifta dos que nella lhe daváo os corações. Mas
não podendo ainda tirálladaquella parte, Ihesapparecèráo
dous Anjos có veftes brancas , & lhes diííeráo Varoens Gdt- :
leos, que ejiais olhando para o Ceo ? Efte Jesus qiiefoy levado de
vós para o Ceo^ affim virá como o vifies ir. 11 ** '^^' ' •
" •
ra CbriftOiò- para os homens. ?2iXzChrilio-, porque fov termo de ?/'"' ^"'"\ *• *!' "l^"^- ^-i^^rnardin.
fua jornada ao mundo -, & todas as outras lolenidades teve au-
fente (quanto ao corpo) de feu Pay eterno.- fó nefta foy feu cor-
po gozar de fua prefençana altura dos Ceos j & aíllm parece q
com particular myfterio o nomea o Texto fagrado nefta occa-
Çi^Ò^SmhorJeftts; 26 como fe nella fcmoftraflc mais ciVw/w. ,^ M;,..r«/M „.Ec Dominas
qui.
27 Para os homensj porque aqui alcançou a natureza humana dem mus.
a honra mais fublime de fe ver aíTentada no throno de Deos à ^^ P.Fr.MdnJoStfuUhrod.f.i.c.^^,
maó direyta de Deos P^^ré-, fobre os coros dos Anjos, & abri-
rem -ie as portas do Ceo, entrando logo muytos na poíTe delle,
& ficar patente fé fe poder fechar.EfteSamfaó Divino abrioas
portasda Cidade Celefte, &:(figuradas na Cruz) as levou nos jg jurfú. 16 5. impofítafque hu- c.
C A P I T V L O LVIII.
Como a Virgem Senhora mfja authori^oa Ç^ felicitou ,
áiíeaiis til !s mais, a queera fuperior. Qiiiz Deos com aíTiftenciada Virgem
^' ^'-^" ^ ' '"^^" '^^ felicitar a poíTe que S. Pedro ent^o tomou
n!"i ^ ^'J"^'^^ 7 como com in- ,
euânxmonone. AVÍudança daõ alguns Authores 9 outras 2'rJ;;.*f ,,: aí* ,J?í/j-
rauflis men is cerras .Sc cuydaó que fe introduzio no Papa Ser- 5.6 lufc hjt i>o>:t!f:
^'"'^'^'^"'" "'
tem chamado Bento, por veneração do mefrao Patriarcha,que ^^ 2 trltlfl"'^' ''""
alU foyoprimeyro. 11
5 Ajudou das eleyçóes, pelas quaes,
a felicidade naó &
p:)rfucce{Taó,faY conveniente que feconcinuaflem depois de ,, b.„^o/?,„jv ^ t-. . j
'^''^j>tpr.
citouem Carlos MagnonoannodeSoo. 14 Atè que oPapa ^^
Nicolao II. noanno de 1059. em hum Concilio Romano de
1 Bifpos có acordo dos mais a q tocava, fez hum decreto,
1 ;. ,
ho-v-iáiihapoiit u c.ti.p t( Serafhin.de ffo; 19 mas também no temporal (contra os mayores rrmci-
F>rt.dti4 fnpiy.L'.[it 4'^t.c 6 Di
mus ^
^^ ordem ao efpíritual em cí a tem indirevtamente 20
.
j TV/f * il \7 c T\T o O-
•
Tf 7-
*S '-'iTn fuf.Tãci tútoi ,ythrmt Hif/or.
tratadoMartinho.V.LugenioIV.&SixtoIV' 25 f>enn„i i,d,!ir i.c.s i
•4
9 -Atèpara o mero temporal felicitou aquella aíTiíiencií^^^jf^^usfíereUndic.i.u
à-LVirgern a primeyra poíle do SúmoPontificado em tam fiim-
mograo, qemmuytosfeculos afoberania dos mayores Prín-
cipes pedia a conceflaó, 011 confirmação das novas Coroas aos
de Hungria alcançou do Papa Sylveftre ÍI. o titulo de Rey.'27 c-i? " '''•«f « qt*^ Mmh. dcpnnog '"'"
íeynando D. Sancho I.&Innocencio III. & Honório III. rey- 52. Bnndaõip ^.noApp(nd.Ef.ritu-
handoD.AffonfoII. 22 O
mefmo D. AffonfoII. fe fugey- ''"4' ,,.^. ,,, .^, ,
tofrèrãoosEftadosdePortugalfobreosdcfcuydosdelReyD. r j j , ,
i:r.«<i.W./«ri^.-i «eg! ^././.
Sancho IL para fe paíTar o governo a feu irmão D. Affonf x 35 ,„ ^ f ',;
'
coroou a Luís, chamado de ^ói/í/SjTfjRey de França, que tam-
bé foy Emperador. ElRey fahio meya Isgoa a recebei lo, Ik no
# meyo do cam po defceo do ca vallo, & diffe ; Bemdítofeja o que
^ ^vememnomedeDeos;^oV^^2iás.{cèâiOX.imhçím\o^oàoÇt\i
* cavallo, refpondeo; Bemdítofeja o noffo Deos, que nos fezgraçoi \
& o nâo deyxou ajoel har , &: o abraçou,&: lhe deo a mão a bey- 4, n^refertur m pv-^dp-o Ci-.àhi rn-
jar,& o fez aíTentar à lua mão eíquerda. 4^^ No anno de 1 5 30. raric»(.i,) torn.^.CoMtiwr.pa-^ ?,;/? 560,
quando em Bolonha o Papa Clemente VII. coroou ao Em*
perador Carlos V. no dia da corcação íubindo o Papa a ca- ,
lentio. 46 Havia o Papa Saó Sylveílre confencido que o Em- ^g iihc/rasnahijl.Pomp.t Uh.6. cxí.
perador Conílantino M
igno o levaíTe da rédea indo el !e a ca- iio.pojimed.
valloj fervindolhe de Eítribeyro , como diz o mefmo Empe-
rador 47 na doação, que lhe fez de Roma, queandaincor-
porada no direyto Canónico. Nas viílas que em doze de Ou- 47 /' c.ip.Confíarthm 96 <U(t De qm
t.juu.d. co„d.6i9.
tubro de 1 5 5 3. teve o mefmo Clemente VIL em Marfelha có '*'^ ^'"^'""^
Francifcol. PLey de França, lhe fallou também a Rainha em ^ -> ^
outro dia. O
Papa a recebeo aflentado na cadeyra Pontifícia.
A Rainha (qus era Dona Leonor, mulher que havia fido do
noíTo Rey D. Manoel) entrou veílida de branco à Hefpanho.'
la, cuberta de pedras precioías, levada de braço por dous Car*
deães, &r com ella o iMordomo Mór beyjou o pè ao Papa, de-
;
critura. Nas letras humanas vemos que os Parthos beyjavão os ]^\ judahVolo.
OEmperadorCayoCefardeoabeyjaro
pès a feusReys. 54 h -'<^'^fúaU \o,
^9 CIO pojt meã. Kí- ,• fn. cr zo. Vãy^ & foy fua vontade q a mefma honra fe fi zefle aos Apoílo-
/ ftj:^n.
61 P/J«i. a6. Vi. Subjecit nopulosefta honra, pois a S. Ptídro,quearecufava domeímo Chriflo,
é; foa»i.i5 9. ameaçou O jfw/júT que k anão aceytaíle, nao teria parte com
64 .^''?.i«-iv. elle. 63 Pelo que O ApoíloloSaõ Paulo, & Silas a naõrccuíú*
deM.Aí,,^„m/.;.B,y::,.dc.yaffmrd.yí.
exemolos; 66 oquehojefófeconferva no Summo Pontífice.
iem.i%.dtyab,^}^'jihi. aquem maisclpecialmete ledeve em nomc de C/jn/?í?que re-
prefenta, & de toda a Igreja de que he cabeça; com tudo có u r-
banidade humilde põem a figura da Cruz nocalçadoj para cf
o ofculo tenha mais devota decécia.Pois tocamos efta materi:^
pede a curiofidade q d igamos.q o beyjar a mão fe derivou de
q
crendo os antigos que cada parte do corpo humano encerrava
myfterio religiofo: como a orelha dedicada à memoria, osjoe-
6-7 t^.''-iíah.^4irx^t»iall.i..t.'i9. Ihos à mifcricordia, & aífim as maiS; 67 à maó direytaattri-'
'
S.Pedro.
C A P I T V L O LIX.
Como defceo o Efpirito Santo ,&foya Virgem San^
iijjima jtniuUrmente ilUjlrada%
*
»V q recitando a Senhora aquelle verfo de David: Emitte Spiritum"^^
• tuii é" creâbuntuTj
, &
renovabtsfaciem terra ;) fe ouvio de re-
pente hum fonido grande do Ceo, como de vento^queencheo
toda
4i8 E V A , E A V E
tcd?.acnra,S:logGfc;breacabeçaclecadahumdo5; Apoftolos,
t Sktphor.fu^a.
Scdifcipulos 8 apparecco hfia linguacoi-no de fogo: todos
ícàraó chcyr s do Eí pirito Santo, & conieçàraõ a iallar em va-
j t/rf(S.i.ifr««c. riaslinsiíis. 9
2 Com ifto (confideraó os Doutores íagrados ) acabou o
Padre Eterno át nos áix <^i\^r\toún\vx. }à tinha dàdooFdbõ,
para fer Deos humano: agora deo o Efpnito S.ayito^ para flrzero
^, . homemdivino; 10 pareceo-lhepoucoentregaro77//:>(7,pàra
,
cuius hod.e ptimit;as dcd:: Acoítolis , ç;loriola,em q a obra da íCedempçao do mundo lora acabadaj
eftcrt uiiiv. riis.
&: comoaoscincoentadias da liberdade do povoHebreo do
Exod-ii*
Egypto, Gera Deos a Leyeícrira no monte Smai: 14 aos cin^
coenta dias de nofla liberdade do peccado original, no monte
Sion(qhejerura1em)allumiou, & confortou mais csPrè^a.
1) mephcrÍHpl.ue.iz. dores da Euangelica para a promulgarem. Niceforo,i5 cc ou-
tros Authores daó outras razoens deites cincoenta dias ; & fe-
rem dez depois da Afccnfaó, mais profundas queanoífaíim-
plicidade com qefcrevemos para todos. Com nome de Pen-
i6 Nelrti}.inD!ã!oH. í^f(9/?(? , q fignifica O numeroquinquagelimo 16 dosdiasjcc-
''M"!iS:>«fcu.íc.jugun. ncumíua-^"^^^^''^^^"^?''-
^quclla Ley foy tcrribel
; 22 eílahefuave;
,çeft 23 como também aqueílaefcura, eftaclara; &: aflim entaó
^^ Exodd.c.i9 Kj.Nubcsácnfiffima houveniivem 24 que cobrio, agora fogoqueallumiou.
opcriíc Eocnicm.
^ p^ Efpirito Santo receberão aquelles congregados gra-
4(,a„ 14..^;.
Ç^s, dons, Sc efFey tos ineífaveis, còforme a capacidade, & pre-
sa RkhtidcUwfy^r^.u.art.ié ;^- paraçaó de Cada hum, nccefildade da Igreja , &'difpofiçãodir
ih^^s ... v,y<. .í. Cr>,.// í ^o a.;«míj. ^ j,^^^ Aquella foy a Aula em q os Meftres da Fé na mefma ho-
c.t 7 ,..fii.i'.Fr j levh de jej .4 r. «« vi-
fa aprcttdcrao , & le graduarão Doutores [de quanto era necef-
àadipefm^:Sc>ihviíti.<^.:.i.n.i.. fario para pregarem, convcrtcrem, &
govemarem. 25
Z^K 6 A Virgem A/<3mrecebeomayor abundância de graças, "
• & dons que todos juntos, 26 allim como era mais digna, mais
capaz, &com mayor preparação que todos juntos: ficou hum
facrario do Efpirito Santo y em que fe recolherão juntas, & com
modo mais excellente todas as graças , &: prerogativas re-
partidas
,
f, V j j 1 A. ^ iT eí»
,
\jjí
Forem hum moderno douto 27 advertio que eítava ja aj^, ^•'
^^^^ .^,^1^;
j
C A P I T V L o LX.
Jl/fara^ilbas c^ue obrarão S. PedrOy Qfos mais Afoflo-
losy Qf Díjcipulos , logo que o Efpirito Santo defceo
a illuftràlíos . Toca^fe a converfao do Centurio Hef-
-panhol , (jue Cru^for Fdho
confe^ou a Chrifto na
de Deos ; Qf ado òoldado Longmnhos que deo a lã^
çaduy com feu martyrio. ^rata^fe da converfao da
mulher de Pilatos ; Qf o que/e di'^do mefmo Pilatos.
1 ^^ Heyosdo£//7m/í? os Apoftolos, & Difci- ^y^wííi
^''
mas partes fe achavaó Gentios, que ou o commercio,ou outras .^'^fT'^*^
occafióes haviaó trazido àquclla Cidade , qeràhum dos ma- *V!'4^
yores empórios do mundo; diz o Texto que fe achavaó alli
A Parthos,Medos,Elatas, Mefopotamios, Capadócios, Pon- ^ ,„„^,,„ ,, / 'íílfiVC.^
ticos, rhrygios,ramphilios,tgypcios,Profelitas,Cretenfes, >i.\>^V.w -, ,
do,6cnaófabiaóaqueoattribuilTem,
3 Entre
43° ÉVA, E AVE
.^^^ 3 Entre efteconcurfo admirado, levantou mais a voz S.
Pedro, d'cntre os outros onze ApoftoloSj & fez hiima pratica,
ou fermaó tarn efficaz jquc em aquelle dia íe converterão quaíi
, , ,
tresmilpeííoas: & nos feeuintesmuytas mais. Em outro tem-
,
'*'*
Dextera-.. chúH- }4. é* 40. ubi p. 4"^
morréra na CruZj 6 ambos os quaes eraó Hefpanhoes, &
Btvar incommrntís- foraÓ SantOS. J
5 Também ou entam creria, ou fe conformaria o Soldado
Longuinhos (que alguns mal identificaó com o Centuriaó}
que deu a lançada em ChriJlo]i morto , de que fahio fangue,
&agua; 8 (Scdizem, que correndolhe pela lança aos olhos,
8 ?<»á«,i>.)4
lhe reftituhio a viftaquafi perdida. Efcreve-fe quefeajuntou
aos A poftolos, &: feria nefta occafiaó. Nogloriofomartyrio
que depois padeceo em Cefarèa de Capadócia, fe lhe cortou
9 V.Fr. Diogo do Kofar. no Fios Sana,
^ linguij & fcm clla fallav a louvores do Senhor; 9 my fteriola
tidades Lon^uinh. í^ Brrv. iíratW. «c allufaó a fe havcr corivcrtido ou confortado com o milagre
,
''''''"'"
.«. x. diã Proculã; & alfim a chamou tábem o Euangelho q efcreveo
W/^Jf
"^''•^^"''' Nicodemosi 14 oqual poftôq naófoyapprovadopelalgre-
1^ i{efertLuc.c.umprinc. por fcr dos q feefcrevèraó 1 5 fem o Efpirito Divino, i6q
ja,
"^"""'"'^''^^ "/"'«'Tw. com.
fomente aos quatro Euangeliftas fagrados c5 tudo na
„i aíTiftio :
ji/l/zíf
admitte como teftemunha daquelle tempo.
hiftoria profana fe
17 D.Pdui.iadTimoth.^.infin. Pódc fer quc foíTc a Claudia de que S. Paulo faz mençaó em
1% i^ideiuprac.^o.n s- carta a Timothco , 17 pois ha concordância no nome, & no
^^^p.B,^.ard.car^cnt.comm.nt I--
tempo.' & OU viuva. OU apartada do marido deftcrrado, 18
10 Temllía>i.in^poiof>. viviria em Roma, onde a carta foy efcrita. 19
^^^^^^^^"^^"''"•^•'^"""/'"'f"'"-^' 7 A Pilatos chama ChriftaóTertulliano: 20 S. Agofti-
11 Salehic ^Htid 7./.I. "ho 210 conta entre os que fc falvàraó : Sabellico diz que he
15 p./ífwy m/í(wr/>í«/.«or 1./. provável: 22 refere-o o Padre Henriques j 23 &: o Padre
/>.
'^•:;,rp7l!;'^^^^^^^^^
nota ^
qacartaqueelleefcreveo ao EmperadorTi-
Z4 p.Biv^iradDtxtr ãH.^i.commeniar. ocTio fobrc as virtudes , & milagrcs dc Chri(io , parece mais de
n,iy>erfextdi. ,
Chriftaô, q dcGentio. A mifericordia de Deos a todos admit-
te. Se elle alcançou tanto, devia fer nefta occafiaó em
q a tan-
tos converteo aquelle maravilhofocffey to da defcida áo
Ef-
pirito SantO; porq nefte mefmo anno 34. de Chriftoy diz Flavio
** " '"'''^* í)extro,25qelleferefolveoaefcreveraoEmperadoramorre,
& milagres do Senhor ; & além da carta parece que fez aftos
publi-
M "
fem noticias, êc nenhuma houvefíe tão digna de rclaçaó como v^ ^(trtur ? o o «lor /;;«,iafi «if
tuando, por duvidas que fobre iíTo teve com o Senado, ( o que ""'«'^''' ^•(^'"ío '"nua a /.«///<, fudui-
"''^'
he mais certc ) por Deos naó querer aquella honra vã, mandou
que os Chriítãos foíTem permittidos, com o que fedeu grande
lugar à pregação Euangelica , & crefceo muy to por todo o 3 £^ Tfmliian.m ^polog.Nicephsr.
,
Nn C A.
.
C A P I T V L O LXL
Cúwo a Virgem Senhora rjoffaa/Jifliortop-meyro Con-
cilio q^e a Igreja celebrou : Çfffeda noticiados
que tem havido geraes Qf das pimipaes
;
% D.l[lmt[cpiiu /orti.Noíttaeho-promctreoafliftiri
flf/ 2 Separa fomentar o Santo Collegiodey-
V2:R<:IigtouÍ5'> & paiiuaicix eltmagi.,^^^^ ^ ^y^-^^g^pfi(]]n,^^q^^gQ3 Y)oyfQj.ç5 ^ chamaÕ
Illumi-
ÍÍL d,co.ien,phuc,:e Kr^ t-v ^ "^ Hadora, Mcítra, & Promotora da Igreja nafcente.
D..^n:o>in <^Pfum.ii:cu.n.íit.i7. 2 Aíllftioa^c^?zÃí?r^,comoprovaóRuperto, 4 &: outros
D.,^/r.^.^m6.d.A^-.ir.^..J/i«.
Authores, 5 ao primeyro Concilio, que S. Pedro rdepois de
i.^TH.^. outras Gongregaçoensmenoresj celebrou em jeruíalcm 6 no
4 ^vcort V^''''''^''''-'/^''''''''''^*í'-anno5i.ourrosdJzem48. doNafcimentode ChnjTOy 7 em
"'*síís1'lT«'dDSÍ^^^^^
dacircumciíaó; era certo ficar
7 «.7. tudo fuave, onde a Virgtm aíTiília poílo q o herefiarcha Pau-
,
s^d.iví-
^^ lo Sarflofeteno pelos anncs 269. quizfufcirar aquella dura lev.
<5
*'n '^p.Fr.^ofcpkíiitr. parte fe ajuntarão contra hereges, & com aquella doutrina de-
%) rivada os confundirão; ao que parece allude a Igreja Catholi-
1 í Canais hxrcfès (eh interemifti ta chamádo à Virgem Extirpadora detodasãsherejias. 1 2 De-*- >
iiuinivcrCo mundo. D. Bc^n.rà.jamde^^^^^^ '^
CoucíIíos scraes falem de muytos provinciaes ) lo
la cnimcontiivicuiuveríam haeiecuam temleguido iclizmentecom authoridade dos bummosron-
^j'7 cliiodòríhot Í.Ss. Caíllodoro 1 7 o eftcnde ao anno de 3 2 8 devia nafcer eíLi pe-
.
Kf L.jí.,.."" Wúpriamao. 34 O
Papa S.Svlvefl:reconfirmoutudoporref-
cripto que anda noími do meímoConciliOj 6c no primeyro
Canon do Provincial, que pouco depois prefenteomefmo ,
t Plin hi(i
\ CX9
^ Terceyro foy o Ephefino na Cidade de Ephefo de Jonía
,
\uliif$i.i.' "
'
ProvinciadaAfiamenor, fundada pelas Amazonas, 41 cele-
41 Suj-y.c.é.n i<ç.
du.ep.a e/^
I^j-g pelo famofo templo de Diana , 42 & muyto mais pela
4} .
p de'Sa5 Paulo. Foy convocado pelo Emperador
cpiftola 4;
TheodofioII. porauthoridade do Papa Celeftino, que por
iiaó poder iraelleporcaufadolargocaminho, & navegação,
commetteoa prefidencia em feu lugar a Saó Cyrillo Bifpo de
Alexandria; donde rcfultouarrogarem-fe os Bifpos feus fuc-
ceflbres algumas preeminências como de Papa ; &: aventajan-
dofe a Patriarcas , exercitaò hoje muy tas hereticaraente. Co-
ineç-oufe
PARTE lí.CAP.LXr. 435
meçoufe ao? vinte de Julho "do anno de Cbrifio 4.3 í. A íliiliraS
duzentos Bifpos-, aos quaes, depois de SiióCyrilÍo,preudiraá
também Memuo Bifpoda mefma Cidade de Ephefo &: Juve- ,
mcyrOjFroceríí^is,depoiSjCompufiyu\úmaméteChalcedon,idem(om'iii^^
diOvioCbalcido. 46 Aiuntoufeem Outubro do annoai^ í. íioJ^s. r. ., . -^
^^'
naCi'.UdedeCo/;/2í?;>í/í';íí?/?/â,deq fàdiflémOs. 55 Ajuntou-le ^^ij,,.
fobre varias hereíias de Evagrio, Didymo , &
outros que quafi
cm hum mefmo tempo combatiãoa verdade, ajudados deal-
gús erros de Origenesjêí também repuílulava apeítiferadou-
inriude>ieítor)á condenada 00 JEphefmo. 54 Duràraócftas 54 %/.«.«.
Nliiij con- "
45"^ EVA, E AVE
controverfias Pontificados de três Papas-, o S. Ag;apcto para as
aralhar foy a Conílantinopla valerfe do Emperador, que lo ti-
nha poder coa£tivo : Saó Sylverio continuou o
Sc là niorreo.
mefmo trabalho ate a morte; fuccedendo Vigiho fe celebrou
eíte Concilio geral, no qual, pela mayor parte, íe confirmarão
determinações de dous Prov inciaes que tinhaó precedido ío-
bre as mefmas matérias ; donde nafceo aconfufaócomqueos
Efcritorcs lhe finalaó o annoj devia fer até o de 5 54. ou 5 5 Af- .
680. 5 8 com feu fucceffor Agatho , que mádou por fua pnrte
58 no/Mifi.p.z.c.i.fofimtl
Theodoro, & Georgio Presbyteros.Sc João Diaconojos quaes
prefidiraó juntamente có Georgio Arcebifpo de Conílantino-
pla. Forão prefentes 1 70. Bifpos, & o Emperador Conílãtino
IV. cognominado PagonatOy cô muytos Grades da Cortc.Co-
meçou aos 7. de Novembro & celebrou fe détro do Paço Im-
,
fcabeça do mundo taô conhecida, 8c tam fabida fua funda^^°^"PPoe^ o tcxtdnjz. i f.c/cori^.
^io, 6,- quenácheneceíTariodetermonos em dar delU no-C^ÍÍ;^.«j;.°:V;;:t™í
ticias) no Paço do templo celebre de S. Joaõ Lateranenfe^ an- %
fundada«7 5.annosaiitcs de Romn-
do-pontifice Anacleto.
14 Foy undécimo Concilio geral o Lateranenfe terceyrõ ^ H^betutin j. tom. Cmd. ^ag.mih»
68 no anno 1180. começou no mez de Março prefidindo o 6i6. ,
458 E V A.J^A VE
Bi fpos quatrocentos & doze: Abbades , & Priores Con-
tenta.'
venruaes mais deoytoceiitos.Paraelle mandarão Icus Lmbay-
xadoresosEmperadoresdcGrecia, & Alemanha: os Reysde
Jerufalcm, França, Inglaterra, & dosReynos de Heípanha.
71 Fr.Uurtnt.Snmsinffxfat.anit1^
Naõ fabcmos quem foíTe O quc de Portugal naó deyxuru
ài€tumQoncii. de mandar ElRey Dom Atfonfo II. qentaó rcynava. So acha-
mos que entre os Arcebifpos foy o de Braga D. Eftevão Soa-
nr V R. V.J- ..MnnÁ resdaSylva, 7; que no mefmo Concilio contendeo íobre a
I «/ít.p,4.i.i j.c.g. prmiazia de Helpanna com o de I oledo Dom Kodrigo Ai-
menes (o que efcreveo a h^loria de Hefpanha;) & o Papa má-»
dou fobreftar na caufa comofevè de húa Bulia que eílàno
,
^,BuiUhno(ent.in^rchivoBrachar.
ArchivoBracharenfc; 74 6.^oconfeíraoPadrÊjoáodeMa-
cm.ibiinit, de fratrumnoiírorumcou- nana em hum lugar; 75 poito que cm outro ) 70, elquecido
^10, ab hac iitc Lupcríededum duximu,. ^jg fi mefmo com O odio qu€ O obrig-ou a cícrcver mu vtos erros
76 idemM"ri!iH.i.9.c.\9.
contra Portugal, diz quc O de Tolcdo alcançara viòtoria: íiuní
77 Ca^.coiam T.ae megr.re[lit. tcxtodc Honorío Ilí. oconvencc, jj em quco Pcntificc re-
ferchaverfc tratadoacaufa anteo dito Innoccncio IIL feuim-
mediato Predeceflbr, & porque ainda corria, difpoemfobrç!
_ reílituição para provasj&ratègorafe naó decidio, como efcrc-
V, ]S:":C^'fJ^;.& ve Ludovico Nunes, 78 Sc he mnyto íab.do , polto que dU
ffciíp. Brjc/jrír. *« w.vjjro/ífc. díPnmaí. muytoprovadoodireyto da SédeBraga. 79 Moftra-íeda-
Uract,ar.DiPmo, largamente n.s,xcd.ãe
quellc tcxtoquc O dc Bráfia eftava na DofTe da primazia, pois
,
,
,ode 1 oledo ienomca como author na demanda joT parece ler
.oqueaapplicava. Dirpuzeraó-feneíle Concilio varias coufa?
neceflarias, òí fe tratou particularmente da recup eraçáo às. Pa-
leftina.
16 Decimo- terciLO foy o Lf^gdonenfe primeyro na Çida*,
fobre os rios Rhodano, & Aras (hoje Soma) onde ainda hojç
,
ração per que fe cuyda que mereceo para a Gafa de Aultria fua
defcendente,havellaDeosfublimado tanto. * *••
18 Decímo-quinto o/^f;2?í(?«/^, naGidadede^->,»z;íaerrí
hi .«<»« .j.ff.'4'''*»/«.
•
1
tado Ecclefiaftieo, como era neceífario , & foy húa das princi-
paes matérias fobre que fe ajuntou. Ou no mefmo Concilio,
comoefcrevemhuns Authores, 90 ou pouco antes, confor-
me a narração de outros, 9 1 foy extincta a Ordem dos Tem- 90 F/ofculMií.fupr. & a^moreferení
plarios; com duvida ^grande, q ainda exiíte , fe fe fez com cri- *" */^'"'f d^Oràtm dt chraiotn.i.
'^
j ^ •rv\ j-o ^
;
91 lUí Cãs d c poH prmc.
mes provados; ou (o que mais iecre^ por odio, & negociação jí b'urtinL.autt.àJ^ft;i.i.ffdepan.
I
101 Geínerin Omm^fi.propr.nm.ver- ^q ^^ ^.-^ j^^^^ ^^ j dCDois Florcntiã pOr florCCer nOS tnPQ-
,
&
hum Abbadcs Conventunes , no fim das fubfcripçóes fe de-
clara que faltáo muytas dos que feaufentàraó depois da ulti-
ma feíTaó, antes de aílinarem. 108 Também falta a do Patri- ^0^ ihianr in tom. 4. Conàiior. «
")"•
arca de Conftantinopla Jofepho, que antes da ultima feflaõ, P'^-""'^'
cujaefcrituraocolhcoamorte, noqualeftavaefcritoqueelle
vendofe no fim da vida deyxaVa declarado que cria tudo o que
enfinava a Igreja de Roma & que o Papa delia era Vigário de
,
Ourem, filho do Conde de Barcellos Dom AfFonfo feu irmaõ z).va»/f Nuas na rnfjma chcn.
natural, Dom Antaó Martins de Chaves Bifpo do Porto ; es
D.R^àr.goduLunhuãc.z.
Tníbr.,a.Cugnaa)P.í.Hi.„i..oUnfidc-|3gj^^
merccida peÍo que obrara na IndiaO 119 & aflim no
juris<ioci.runvDiaaci!'ac.:c:ci,&joan- acompanhamento da entrada lorao iguaes , indo no meyo
nis fis i-uria iv ftrx Cutix Audicorum— Tríftaó da Cunha, por fer o primeyro ; Diogo Pacheco à fua
°^1TSÃ^-'"Íí5^'^"»<''"^^
& Joaó de Faria àefquerda. 120 Nosados do
t^'L f
/. 1 1'cumi''q. Concilio fc achaó affinados todos três por Embayxadores có
iio.D^muõiicGoeiJupr. aditaprccedcncia. Tornados a Portugal eftes Embayxado-
res com muyras graças alcançadas, & feytos negócios utihíli-
i.xCr2»i«5G.w«;.c.i6.
níosparaoReyno, 121 fc acha na decima feíTaÓ do Concilio
celebrada em lexta feyra 4. de Mayo de 15 15. nomeado por
Embayxador de Portugal, o Reverendo P.B.Michael Erm^ Sz
na feflaó 11. em 19. de Dezembro de 15 16. MaguifícfísD.
Michaelde i5'v/l'í?,& també na 12. q foy a ultima em 16. de Mar-
ço de 1517. Havia lido o principal intento de Júlio IL na con-
vocação deíle Concilio condenar, &: reduzir hum cóciliabu-
lo q íe fazia em Pilaj aílim fe confeguio. Depois fe oíTerccèraó
^^^"^^^ matcrias que fe determinarão como con vinha.
, ii }laUm In 4. r.6nã. « ^,g.
t,rr..
mii; ;iy i. O- ^^^jjsm hx Maumiu 22 Dccirao-nono,&: ultimo Concilio geral tem lido o Tf/-
í/c»í/«<7, 122 na Cidade de Jr^«/a, nos confins de Itália, &:
^
Alemanha,
,
no de 1 54.5 fendo Summo ronrihce Paulo 111. com quem fe <»w. ^.codem verbo. h. i «h«/. Smio w
.
continuou atè a feífió XX. Dilatado por varias occafioens, í'""'-' './"'Z'^'''" '^'>'*''^-
verdadeira ?ve];giaó. Oo 23 D*
444 EVA, E AVE
, 23 &
Da verdade 5 Utilidade de todos eftes Concílios foy
115 Síjhcn.i. ^ ^^como precurfor aquelle primeiro a que difiemos 12^; que a
I f^irgem Santiílima aíliftio,comoiUuminadora. Parece agradc-
, ^ -r T-- , : íT . A... ,,, cimento defte ultimo declarar 126 que naó era fua tcnçaó
Or,^.!>:^ue. comprenender lua Conceição immaculada no que tinha dito
do peccado original antes mandava que fe obfervaflem as
-,
C A P I T V L o LXII.
Como a Virgem Santtffima guiava os AfoHolos , wo-
iiciava CS EuangeltHas , ajudava os Pregadores ,
animava os Aàartjres , (
&* feda noticia das ma-
yores ferfeguiçoens (jue padeceo a Igreja ; ) aílumian
va os Confefjures Q^ enfinava os ,
Doutores,
}
Supr.c.<^9»^-
rimental nos m vílerios do Filho cujos fucceíTos , palavras , &
5
D Banard.ftm.^ fu^M\^\i%í^yan- hia guardando em leu coração. 4 b aíiim dizem os bantos
'^""«^
, Doutores < que aos A poítolos, referia muitas coufas que Deos
,
>,„^^;
'^
queria que loubellem por fua boca íagrada, os encaminhava &
Piipeft.fupr.O' V "' Crfwf v«
i. i. Qi atis nas j Liutas quc faziaó fobre alguma duvida j &: por ifto foy cha-
•
L
,t niada Meílra dos Jpofiolos. Efcrevem graves Authores , 6 que
^^"""^
^11 1 "í"';7 un^ r^ j ,
p. fr.iofcpiuk hfiis Mar. nimcjma iri. os mclmos Apoítolos lagrados, quando nao podiam acabar de
/niefup cb .n i c-^^i' ";""-' coH Verter
t.^.c.y.n <i
pcíToas que anda vaó d LI vidofas^ as enviavaó à/^'r-
nus
, wíe mu/.
^gcm , que com a emcacia de luas palavras , oc com a doçura de
6 Bem rd de Bii\i y-iriaii a fi; fua prefcttça as pctfuadia , entendendo-fe que naó podia deí-
i't t>. .
4M ^./«^i.Cíi/i-fl/ãy.f i3. 2
^
Aos Pregadores Euan2;elicos ajudava com oraçoensj
to P Fr lofefhdc 7.11. A. j r 1U ^
T . . . ,
poderolas nas Dataihas com os inimigos da nova Lcy.
:
,1 p ivfí!>hdj.s.c.\.n.;.
íi mais
II Exod.'i7. que as de Moyfés nade Jofuè contra os Amalecitas. 12 Por
I, ,^í,^ c 41.
LO ã primeira prègacaõ de S.Pedro fe converterão três mil al-
i I
meiro rog' )ii por fi, deixado ao Senhor a ventagé de rogar pri-
meiío pelos matadores. 20 Namefma efcolaaprendeoS. Pe- x6 Lik.x-^ 34.
dro querer fer crucificado com a cabeça para baixo, por ficar
com ella aos 'ccs de Chrijio; 27 ( íè bem Çhrijio lhe pagava ^7 Aftaphrjfi. cr nVj de s. Petr.
* »-Hí|r«c. v«y>«.
logo ficando com a cabeça a feus pès. ) E da mefma , & da Jg'^'!;.^ ^- ''
,
Ooit ca os
, à
, , f>
K^vd.S3.nh injcrm.An^clc.x9-
trabdho corfOTfl ?6 He ce to qiie em vida enfinaria os que cõ-
j6
verfava , pois d(-, Ceo mandou por Saó J oaó Euangehira húa
57F;%«f^c..5«m.<?/..iA-J^'^V5aínftrucçaóaS.ióGrt-gorioThaumarurg(),37Bif
Grcgcr.Tháimjt. pátria no Ponic Euxino , q por ella chegou a
Neo-Cc íarea fua
grào taó alto de fantidade, q (O^pheo, & Aenphion verdadei-
ro) pafíava os montes, ^ rochedcs dehúas a outras partes
^ fua obediência. ;8 Aos Eremitas,ou Mó<:es do monteCarmelo
*'*
//^.'2''" procedidos de Élias, que nos tempos da erigem continuavaó,
li kSf c'i^4'6
:^9 he provável que daria nova doutrina; 6c dal li lhes viria a
devoção com q aos 83. annos do Nafcimento de C/?r//?í)ediíi-
càraõem honrada mefma4yí'«'(7or^humTemplo,deque jafízc-
40 Supr.c.Ty K.
10,
fo^md. mos mcnçaó. 40 Honrou a Virgem aquelle modo de vida em
diasqhiaalllftir novallede Jofaphat , contemplando os luga-
, ,. res em que feu F///?fl padecera, 41 6c eflavaóvilinhos. Diíic
ftjlvíi ojiprinc.
' também o meímo Anjo, que aos caiados inilruhia a A7'/^<';';; na^^
perfeição: j^v o? acG7i{e\hava qreje ârnrjji m ccrpcrd ó' efpiri- ,
aínava5emDeos,ella,6cSaó jofeph.
6 Foy
.
^ Damafceno rcftituhio milagrofamcnte a maó direita que o he- ^"'" ^a'ÃÍS"u" '''^"""^*
^^^ ^ *^"°'' '^'''"
'
^"^ ^° '^"^"^
rege Emperador de Conftantinopla Leaó 111. lhe fizera cortar
com aftucia.porq naóefcreveííe contra fuás maldades; 47 6í ,, ^ ,
ra, liltrella radiante na Urdem beranca, pedra preciola entre d K<;drig^ B-fp.de PaUnc hijt.Hi/pan.p.t:
os Doutores Scholafticos, ajudou a mefma Senhora com tantas P.S"mamego,na vida deScet. iz.c 6. ». ,
luzes, q admirado Santo Thomas de íuas lecras, foy à íua cella „, fJsaníl^.uildade s%"n'aZfm.
para ver a livraria porque eítudavajelle Ihemoftrou hum Cru-
cifixo & o Doutor Angélico reconheceoq fó de talhvro po-
.•
quando dos braços da ama levâtou hum papel cahido na cafa, fí-ff' ---'"'' "'
- no qual eftava efcrita a oraçaó da Ai^e Mana & tirandolho a
.•
ama por força , chorou o menino tanto , que lho tornarão para
o acalentarj & elle o chegou à boca, & o tragou, 5 3 incorpo-
ViU^às m Mos Suníi. -vida de
rando em fiaquellasfagradas letras, aliméto com quefovcref-T,'' 4
j
ri _
.
b '
r-^^
cendo.- & nelle vierao a produzir as de feus efcritos,em que ca-
.
Thomas no princ,
da, U morte íoílem todos da Senhora,na aoéça de que morreo E,hpyr 0.^munt §.i./» />»«<:.
«. compoz por ultima obra a expofiçaó dos Cantares da mefma
<6 KemexmultisV.Tf -^cf.ph x.- í^"' ^"^^ ^ 5^ cm Pariz lhe fez a grande honra que ja re-
mnies SamanUgo, na Vidu de Sato i.i.c ). Icrimos j 5 7 &
uocona hc a excellencia 6c doutrina defte il- ,
«••w 5- Doutor.
kl ftre
«»r.f.is.>..i .
T/:l':'Ii;;.f^râ:nX^n-. , .
^ .
Maispororaçaõ.queporeftudochegouaoaltoda
•vida de me/mo Santo n.i^. ícienciaper quea IgrcjadePortugal a Ordem beranca fo- , &
lemnizaó fcu dia com MiíTa ,& Oíficio de Doutor^ foy ver- &
dadeiramente illuílrado com efpeciaes propriedades de íal , &
de luz , per que Chrifto no Euangelho definio os Doutores. 6o
« ví/éíií Sal %ils Como ao fal nafcido no mar , chamou o Senhor , Sal da Terra:
6i a SantoAntonio nafcido em Lisboa,chamão as gcnteSjiWwío
António de Padtta; ambos tem duas pátrias j húa de nafcer, ou-
tra de durar; ou ambos fedenominaó da parte em que vivem.
Como a luz naó deve fer fó para fi, mas quer o Senhor que luza
61 Vos cflis Lux muíidi. f a todo O mundo: 6 2 António por luzir a todo o mundo naò íó ,
FUs Sana PoytugVtda de SantoAntonio. "^enor diftancia : a luz da pregação de António chegava igual
i'^JA^-l. •
„„ / , veraaíeuspèSi6cdomefmomodooouvioomarido,aquemeI-
A r
^ la chamou para ver a maravilha. 64-#
^ ^ 'i)
y <•>
coiam hoir inibus. de Antonio da parte dos homens , porque fe oífendem com a
:
luz de outro homéj por iífo Moyfés cobria a de feu roílo , quã-
do
a &
crido dellesj porque naó parecia puro homem: a enchente de habiracuion, 9.Nciciebat qma vcrum
='^ "i^Nunc feio vcrè. Origen.ibi.
virtudes o fizera por graça femelhante a Deos, 68 que luz =
Chrijio a quem obraíTe o queenfinafie , 74 como António 74 M^úih.ic. ^.19 Quí autcm fece-
f^2,Í2L.
^''' ^ "^caierít hic magnas vocabitui in
,
^"^'°
14 Paradoutrinarlhe multiplicou Deos os idiomas. Prè-
gando em ÍRoma diante do Papa Gregório IX. em occafiâó de
hum Jubileo , foy entendido dos ouvintes de varias nações, co-
mo fe cada hum ouvifle a fuahngua própria > 75 maravilha fó ^^ hMams 'iip.c.n.
vífta nosApoftoloSj&Difcipulosfagrados depois que fobreel-í»flc/jf<:o/K|j.»i. 41.
les defcèraó do Ceo línguas de fogOj& ficàraó cheyos do Efpi- y'i^^s'''f"P^'^-
rito Santo i 76 fora delles nem os Serafins parece queloo;rà- .,,
rao cite dom i pois ilaiâs os vio no Ceo ciiamar hum para ou-
tro j &: naó hum para todos > 77 como fe hum naó pudeíTefer „ ^ ,,
j.jj f j. f '
'
„ ,. ^it-v ^,
77 V'"' 6' ?• ClamaDanu
entendido de todas as diverlas naçoens, Ôc línguas que habitao tcrum.
, ,
alter ad ai»
450 EVA, E AV E
8o ír.MMccsnadiuGhTon.à.f.i & logo fe paíTou a fciisbraços. 80 iVos outros Santos vioSaõ
1 5.
«••.12
'f , ., Joaóaflenradosnolivro dcDeosjSi DeosíeafienroLi nolivro
'nZíifoc%U f-V s.erc.ii.17. de António. Os outros Santos , diííe Salamaó que eftaó na
3i ia^.j.i.juiiotum anima: utinaiiup^jj5(5eDeQS^ §2 &" Deos fe Vio nas mâos de Antonio. Veyo
^''"''
'^'^'
• do Ceo a por-fe em feus braços ; final de fer Antonio feu aman-
tiílimo,comodiíreJacobfigurando-oem Benjamim quando o
D«tífo«.',3..i.Brniamlm,amrv
abençoou. 8? Dizcndo-fc que osbraçosde Antonio íaó lugar
8i
fiíTimus Domini liabitabic co .fidcnc^r em quc Dsos defcança
, náo ha mais que dizerj ôc efte he o lei-
,
iiiffcJfÚpr""
Fr.Mií;udfupr n.ioz. do , quctcndofcu Padre Serafico Saó Francifco determinado
86 Mmn
que feus Fradcs naó eftudaíTem , por razoens que confidera-
f rta no tfitom. aas'''•.t
Divot^iston. •^'^«'='^«J^^/£'^'j: nií. ~i
r.r> 1
•
n.- o *
1 • 1 •
C A P I T V L O LXIII.
Como a Senhora foy effelho das Firgens , & infiitus
0* como foy confola-
hio o -primeiro Convento delias 5
de França, 7 Sc alliem lugar defpcvoado fundou outro Con- 7 ?''«'• cmr/ mchon. an chr. 48. ^'
vento em que também entrou Santa Marcella, criadafuaj f'''"''^';!í';''^^-'*'*-'5^-^ '5'
,
8 aque! Ia que entre as murmurações dos J udeos contra Lijn- g f^ihe^as Fios Saníi.p. 1, vida á? s. ,
gvoíhis rendas, '10 além de outros grandes privilégios que con- ^^ ^r.^^kor.hi/i.Ecdef.l. t: c. ^é.po|i
Ccc.co acs que guardavaó virgindade«f«i i &•: o rapa baõ Syl- prí»c.
vfílré, que foy no mtfnío tempo, cuiaou muito em que eftas »' SoKomen.inUll.trifm.i.i.c.s.aà
'^"'
donzellas encerradas naò fahiííem fora, &: que em ordem a iflo
ihesnaó faltaííe o n^cclTario 12 & nclies viviaó em gran- ; ,,_ vuir^as fupr.yiájdeS.Sylvejke
cipeih')ievirao,& ornarão todas as que luccederao com bel-/-ra i;.. a í,;m. 4 /;«..;..
lezácéleílial.^ »4 R^víl-ií.yBifgitfup.
çava^ Sc fazia confiantes contra aspaixocns. ASanta Veroni- m ^í9- Luc.s.^4* Biv^it aã ^i^^'»''-
vdhei>as, Fios Sana, v„Í4 de Santa Mari» 7 ^^ Samaritana dircmos mais , porque nao he tam vul-
J^''gdai. gar. Seu nome era Photina. Depois que lhe fallou Cbriffo no
poço de Jacob junto a Sichem^depois que foy à Cidade pregar
n^^
^
áo Senhor , 25 o ficou feguindo com outras fantas mulheres j
& depois de fuaAfcenfaó acompanhou a K/>^^»2 com fuás ir-
mãas Anatola,Fota,Fotis, Parafceve,& Cyriaca, & com dous
-» '< filhos, Vidor.&Jofeph. Com eftepaíTou a Africa a pregar em
Carthago. Victor fendo Capitão do Emperador Nero (que o
naó conhecia por Chriftaó) foy mandado por elle a caftigar os
^ em Itálica feguiaó a Ley de Cbrifto \ mas pelo contrario pre-
gou a Chrtfio Deos. Outro Capitão chamado Sebaftiaõ o quiz
difluadir do que fazia, &: cegou, & emmudeceo de repente; no
fim de três dias fe converteo,recobrou faude,&feguio a Viíbor.
Mandados ir ambos a Roma, & também Photina com o outro
filho, & irmáas,cófortou Chrtfto prefencialmente a Photina,&
a Viftor, & todos refpódèraó a Nero como infignes Chriftãos.
Por mandado do Tyrãno,algozes revezados com martelos de
ferro lhes pizàraÓ os dedos fobre húa bigorna , das nove horas
damanhâaatèasdozC} mas os Santos naó fentiáo tormento.
Mandou cortarlhes as mãos, & fete vezes deraó três algozes os
golpes fobre as dePhoti na fem efFeito,&cahiraó como mortos.
Fez que fua filha Dominica a perfuadiííe com aífagos , pro- &
mefías; porém a Santa a con verteo , 6f no Bautifmo a chamou
Antufa. Foraó todos metidos em hum forno ardente, &
no fim
de três dias fahiraó livres. Duas vezes fe lhes deo peçonha or-
denada por hum Mago,que vendo que os naó oíFcndia, fe bau-
tizcu
PARTE 11. CAP.LXm. 4jj
cizou com nome Thcocleto , òc o Emperador o mãdou degol-
Depois de cruelmente açoutados, fe deoa beber à Santas*
lar.
recia mais invencivel. Foy metida em hum paço feco , &: delle
paíTada ahum cárcere , para fer levada aonde a ataífem a duas
arvores juntas com força , para que deixadas a feu natural , a
defpedaçaílèm vMas primeiro a vifi tou Chrtfio : com o íinal da
.
13.) do Imperiode Nero, 82. dias antesqueomataírem. 24 14 aHim com ejte ntarij^rio o hwè
•Em feliz hora foy a Samaritana bufcar agua achou agua de "«'^"'''í'"'» peio Patr-arcba deConjhntt.
:
C A P l T V L O LXIV.
Doqí4eMats obra^va a Virgem Maria ate feu gloriojo
tranfito. Como ds fartss remotas hlaõ pejjòas graves
a 'veíla feia fama, defuasexcelíemas maravilhofas»
De algumas cartas fuás de quefe tem noticia,
454 EVA, E AV E
he virtude; chegou, & pafiou , a Senhora por acçoens , ao que
Pnr.chryfoi/nm 14). pofl^rp^c.
z s lograóos Anjos por natureza. 2
Aíjgdiciíraoior.amaajuireic.iBaiiisciV, 2 Excepto O rctiro quc diflemos ^ quc ^' Virgem fcz -para
"^"^^^Suprx.ti H 4.
Ephefo , fempre depois da Aícenfaó de Chrtfio afliítio em Je-
,
yt'h las HO tioí Santi. »» Jejra aa rcícre que quando os Apoftolos fe dividirão a pregar pelo mú-
diíi.ijcói. X. infn. nos de quado vivoj & quanta kuvidade recebia com a memo-
ria de fuás chagas, dores, & morte Mas querer referir, ou coa-
íiderar ifto,he querer efgotar os mares. Bafte dizernaaítiva,
11 p Fr ^o[eph d.c.4 «.t. com O dcvoto Padre Jofeph
que fcguia a do filho como
, 1 1
h^uj^(-fi'a.fufar.;c:riea,sprod.pi, &
tosdeHefpanhafizeraóta
inp/ai,)o. f moelcreve b. Jeronymo, 17 foaver o eloquente 1 itoLivio
ib n ^>D^xtinchron.anCh: ts- forãoa Roma íiuns uobrcs curiofos dos últimos fins de Hefpa-
17 D H'fruM fp <zY Pii«//n. De uliimis u/J ^ c 'T>* ^
"ha, (Jc quecm outra obra inferimos qucerao rortuguezesi J
^ •
Hiipaivae .ibus.
fi
18 Dif mos ias exceli, de? ertug.c. 8. i8 pois fcgundo Santo Athanafio, 19 damefmaHefpanha,
,
'Tf n "Tí!"'^/ T^• • &: do remoto de Africa foraó outros a admirar no Ee\pto a vi-
10 rrfoJor.,«v;/aS.ò<weomjí/;7//^/. dade banto Antao jiremita;pois,como i heodoretoconta,20
dePhiiot.c.xb.' forão tantos de Judea,Perfia, Arménia, BretanhajFrança, Itá-
lia , & ultima Hefpanha, (que fe entende Portugal) a ferem te-
vel, ir ver com feus olhos aquelle portentofO que fuccedia aos
que chcgavaó a ver a Maria SintiíHnia, refere de fi, com feu al-
to juizo, SaóDionyfioAreopagita(aquem aquelle defejo le-
vou largo caminho à vitta da Senhora ) na carta que efcreveo .
Ofervo y
&* muito obrigado T)ionyfí() , ao eleitif-^""'^'
Pp mayor
&
1, p. h
GihriciBarieta prm in t. Accrefccntaó Authores 23 que chegando Saó Dionyrio à
SaibitoQ^iidr gffm.poít med.ini iom. prefcnça da Virgem j cahioem terra como morco naó poden- ,
19 ^.easSyivius/.i.SixtusSetenp.
melhantc Carta Ic gloria a Cidade de i^ lorença,queem vencra-
t.Bihíiot PP Fr mcijc. ^rias deimitat. vel compcndio diz affim 2j Fiorcnca, crnada deT>eos,do Se-
:
yirgc^mfd:Deipi.yc^4frefenai^^^^^
^joorlefu Chrifto mcu Elho , &
dc m:m,fffílentaaFe : tníiacom
„dDextri>tChron.anCh}.i6i. i v an. oraçocns :esforçate com pacicncia ; porqtie com ijto alcan carasJem-
jx6H-4-reerenspiures.Carth7gdearc »• pitemafaude diante de Dcos. Pofto qucalguns 28 duvidaóda
«'
'"» '""^""
^e/'\'upr'''""'^
certeza deftas cartas, naó tem baftante fundamento a fua dii-
,0 D Btrmrà.jetm. jtinPfaim. 90. vida; & aflim faõ apptovadas por Eícritores muito graves, 29
Quihahtuu
a i«n cntreosquacs hc S. Bcmardo 20 que ^ jfó
baila para o mayor
,
D^xttra». Cfer. 4;o.EpiítoIxB. i- l t-i /•
J j-
viri^inisad S-Ií^natium, & eju dcm ad crcdito & f lavio Uextro ^ I eícrcvendo noannode43o. diz,
, I r>i
;
saudiiTimam virgnem manibusfidc- quejàem aqucUc tcmpoandavaó nas mãos dos fieis Cportraf-
,
Cr-ii" &de./,hadAjf{f,mniesan.t6.
lados) as cartas da BcatiUima ^^/r^cw para Santo Ignacio , &
5r ^ort« 19 17. de Santo Ignacio para a ^y^^íÃoríJj & também antes havia refe-
rido a carta para os de Medina. Menos fe pôde duvidar das
que alguns dos ditos Authores dizam que efcreveo ao Euáge-
liftaSaóJoaó: fervindo-a elle tam familiarmente pelo tefta-
mentc, 6c mandado de CÃr//?í>. 32.
CAP.
PARTE II. C A P. LXV. 457
.Jmim
'Ca:i?ii
A P I T V L O LXV.
Como a Virgem Senhora mfja , antes de deixar o
tnitndo , a Igreja CathO"
nos deixou efiabeleoida
^^,.iJica em toda a ferfeiç^Õ ; Q* a partkuíaf
:V. obrigação que ntíio lhe tem o Reyno
de Portugal.
\i\''}íl\
I
f^ Om os doutrina,
trabalhos, &: exemplo que referimos
^^ por mayor, deixou a /^/r^íw/ antes
com os fagrados Apoílolos fundada no fangue de C^r//?(7,dila.
de fahir do mundo,
tada,& eftabelecida a Igreja Catholica,para íal vaçaó do gene- P c nha^^enJe man. hàp^r 1 1 ^ ,
feus bemdicos peitos corporal mente a Chriífo, mas também a fc, ac fuis ube nbus uaaiic.
todos nós efpiritual mente. Bem fe moftrou fer obra divina a
brevidade coque fecóregiiio taódifHcil empreza pormeyos
que pareciaótaminadequ idos. Pefcadores perfaadiraó^a Fi-
lofofos: fracos conquiftàraõ a porJerofos: pobres puderaô mais
queosricos perfegLiida floreceo a Chrtltandade, triunfou
:
pi . EVApEFlAVEli: :
Cum Bitfebio l.i.hif}or.Eeclef.Sar,ã. Alexandria Saó Marcos 6 aíát^ò Diácono^ , &f Subdiaconos:
(< :
ty^ mm, cr aiijs Fr. Dto^o do Hof.no compuzcraó oraçoés implorarão a interccflaó dos Santosrro- .•
14 D i[id.devit Gr obit Sa»{i.cap.i7, i6 Nellaedificouem Braga ,juntode huns banhos quc havia,
1 5
8uito na Monarch. Lfi.
y c^,. ^ ^^ }^^^ tcmplo fabricado pelosEgypcios à falfaDeofa Ifis.a
i
mi>t)>os (,.c,i cond',cunt^u^<4[i.Barbof. ptimcifa Igreja emjionra ácjefu Lhnftay 1 7 5c a legunda que
i
íavor do Ao-
.
r^
de Hefpanha, dcvida, rpor
, ^ri*
aquelle
'""'"'*^'-
tana. porèni fagcíta a Braga-, 30 o que fó podia fer enl direito,
^" t7'S^.^!^:^"''
31 íl-nJo Braga Primas. Outras provas trazem largamente ^o Conái Luce»p.
Cap.^^f^rhaZo.Sp.^y up.Provin^
graVcsAuthoreS. 32 .^Jt
6 ir H^ d^ crer que a Virgem Senhora com grande confolá:
'"^j'
.
///«W- ^rchup. d. Hodcru. i
çaóabonjoariapArcicularmente aquellis primiciAsqueviãdá tuuha,i>t integro traa. dePrimM.HccUf.
ChrHV>r'lxi.en, ter» de Gentios >& de aqaella benção reful- ^;:tÍ.^^^^^^^^^
tàr.ió X Portugal tu is efpeciaes excellécias rta Keligiaó. Haver xímus in Exceli. Portug. c.9.exctU uU.
dado o primeiro Martyr da Europa, quefovòdito Arcebifpo _ V .^f*^'^ /'/"!' ^- (f^ . .^ , ,
O de Braga S.io Pedro de Rates 33 o primeiro Lrmitao(legudo ^orge ç^rdo/o J^poiog p.x? cm le.dc
; ,
^, , ,r ^/^ -L 1- ^
'd:ina, Sc hoarada Família d «S^//Aí. S-roprlm3ÍroR:eydo^'"""í'^'>'"'^"''"''-^'""''^f''^""''»''-54.
Doutor Fr, L^jõ de S.Tnomas na Bettí^i-
t
'
I
(dos qutí hoie pirreveraoCith:)licos)qu2 geralmente reeebeo aina Lufít. ^orge Cardofi no otjiáo do,
,
SiFèdc Cbri sfè rcynzdo Ricciarío Suevo; com fua Corte erní««í- de Poriag^tlfoi. 19. verfo o- ná ,
Braga, no anní d. 4f3. ?6 fer o q a tem cófervado mais firme- í;^'tr/;'Í'^: tílZ' "Xr.S
mente pois d is muitas h^relias q em vários tenipos inhciona LuÇn p.i L7.C.1Í, cyc.t^. aende pamcu-
,
raó a todos , fò a Arrianaeritrou em Portusil & nelle durou i''ri;í^'"ai/feuspays doque ja^oConde
, ,
muito menos annosqueôm outras partes, como íe ve nas hi- ^6 s.i{idorUChrót. s^evor. Bruto,
. ,
ftorías. 37 E he exc silencia grande neíle ponto haver íiid a Mitirc.Lufit.i.i c.-j &%. Miden, nat
7 He Portugal patriâ tara abundante de Santos , que Cat ^''^''^^^rian hji nifp^ní.xo.c i^.àia.^
'
i r^ ^ \- n r deriid.c.6.^b.ir.c^it.>t.deS.RomaH:no
ou r^ Z. \\. \ •
\ • 1
Calcia y mulher de Catclio Regulo na Luficania junto prologo da jornada dd-j^y d. sebuji.
..
gia,'
J
do Tejo para a parte de Portalegre; 39 outros lhe chamaó Ca aijj^iíjim.
^o Attílío Severo, 4d & fe diz níais comummente que dcJitii- , ^9Dexteran.ar.ii%.&'i^s-Brih,
nava em Braga, õc era rreudente pelos Romanos emyalíizáj 40 "^orgeCardoío^no^^ioiog.tom.u
-
'f^
* 41 de hiá fó parto par io gémeas nove filhas, q todas, fugindo à ^•'^^ Í»ntiro. "''"^ '
'
meiroMartyr varão; Ppuj 8 bçus ^' "
4Í0 EVA, E AVE
Dnter m chr i ^
'
^ ^^^^ nomcs faó > Liberãtãy que, como dizem Dextro 6^ i
Paientin.injrf/.s Mr.riarit.die i j./«/. CT pois de pédurada, açoutada, raf ^ada com garfos de ferro, mer«
s Matun dif li.ejuidctu.
gulhada na agua, queimada com tochas,lhe cortarão a cabeça.
Conferva- fe ieu corpo no lugar de Agnas Santas ^ naó longe do
„ „. . j ,,. . ,rioMinho;<ipadeceonomefmoannode 128.
pri„c. ^ e><f»* IO Kictona padeceo em Córdova , onde he padroeira,
^<^
quafi pelos raefaios annos , havendo fido fuílentada por Anjos
muitcs
PAR TE lí. C A P. LXV. 4di
no cárcere , lançada no rio cõ pedra ao pefcoço ôc
rn viitos dias •
*foymirtyrizadaemCarthagenaai9.deJaneiro,5Óoannjfe^'^;7^,^,^^^/„^^^^^^
naó fabe devia diltar pouco do das irmãas.
•, ufinuium^ei Burmum. Bivar.fup. vcrf
-^ Jo. I ; Mjrciaria, ou Mircia, foy marryrizada em Toledo a i í
«S-CícrmaM. .
da para as mordeduras de cães & outros animaes danados , tf ^'"r*/" i» "• v^r/ s Quiterié.
,
'
COmlUCCeflosmiIagrolOS. 61 6t P.Biyar.Ju^r.
15 Ceni-'
7
Sutiar, IH chron^ oc Hao Hos hc Hovo achaf que em aquelle tempo donzellas ,
i
Hieron acííiW^utrain hymno ápudbivar gc outras peííoas dclicadas com zelo Chriftaó pcregrinanem
,
/up o- s.r.dovai hiii. Tudenj Ecc/cf ^^^ -^^^^^^^ fagrados da Palcftina &' aflim (comocaiirou hum
5
éjifi.é.i.
de Deos. 67 HumEfcritor 68 fez queítaó da caufa porque
68 Ft itt/í í/í 5<3«/á «a /^/y?.dfS.Dov<sm Portugal tloreceo tanto a lantidade; Screlpondco, queco-
CAP
^
;,. C À í^ IT V L Ò LXVI.
66 iamat om tu
Da fermo/ura temporal y Çff<vifiveí da IgrejaCatho-
'^.tr-tUca-y honra quejeus filhos Icgraõ nella j Ç^ com
\
quanta facilidade. \
^ L.
*°'
brofio , 6 que fua eleição foy divina Santo Theodorcto , 7
i
'
?wlrí 6.'c'^, .
Deos
,
mlr^-^A dens , & Cavallerias q delle nafcèraó & com filhos infignes :
í"^' ^1*
**'
tinuo milagre? Accrefce o magnifico das Ordens Militares, CO
15 CavortH. r,p.cfii.c.y§.j.n.i2.
vcrdadeiros Religiofosemveftidosfecularcs ; huns (comocs
Navarr.de reddit.menet. ^ v CT ^6 CT i» Maltczcs) guardáo a eftreitcza dos VDtos eíTcnciaes outros os
> :
nária.
7 Tu4o fem a qual nada hc
iftofe funda na fabedoria ,
ília canonizaçam tinha dito , que parecia qup o Efpirito Santo f^vm. p.i.somms cít idcirco.fecundum
AHg<'iici,Subciles, Irreí:agaUlesntulo./?^'í'í OS
jr^^-ri
de bantO 1 homaS,
^
AugeUcOS
/iío i o-
OS dcScOtO, ÒUllSlOS
: l ^
prsciarifTimi vin Bo-.avcnrura.Tho- de Akxandrc de Alcsjrrefrwa-uetsl Dividefe a Theolíjeiaern
,
der Aieufis.
diftercntes Reynos , porque hc muito grande para ter n m Jo li
cuitur.
litur. til apartandole de banto 1 homas. Caietano le tez agudo reru-
1 Cjm tudo,náo quer Deos que imitemos o que naó po- Viffmosno Pa«f£yrico damJmSém,
demos quer que meçamos noflas forças com prudência que
; ;
fobe mais alroi mas Deos nos rpta com tanto mimo, que lecó-fí/.^wioc.
tentaccmquesuardemos a Ley; 40 Sceíla, como ià nota ^° -ií-c^. i9i7- Sivisad viumia
^ j u n . j M . eredi, ferva traiKiata.
•
.
mcs^ 4I toda heemnolíOproveyto ^aindíi corporal. JS^go ^j Sup.c.i^*H,x.&4.
1
mas que o apartemos das v v.dades òc vícios no corpo myfti- ^ ^^'^"'^ ^'^i°- ^'^''^- ^'*'"
, :
'^'^"''
'
^^"^
tros,ou faó maós, ou pè>> 5í quando Cbrijlo ajuntar feus mem abjcdiores non fme rcatu cókcmx Ru-
bros, todos fehaódeíalvar. 4-, ffl"^- ^'*"*'''í:T;:!^'f!iTví
12 Para tanta uavidade, ainda temos repugnacia do mao noa tam abftinciítia cibomm quàji
í ,
natural-, mas também iílo he favor de Deos j porque nos he '"""'^"".^ '"í'*^^"™-
trombeta, quenamiliciaChnilánosavifadoinimigo. Como *^ " "//"i'-''^»-»''/^"^!
aos bifonhcscaufa terror aos veteranos foa valor quem pele- i
ja fem ella, naó hc foldado: obra acafo, naó com difciplinaiclla ^^ D.p,,^,
chrylol.fem.ii.!r,p/,i»
nos faz acautelados na paz , fortes na guerra j invenciveis nas 40.
batalhas-, 44 ocertamen Com nós mcfmos nos dá martyrio"*^ D.chryfop.^hov,4oinfrt>tt.
'^'^"^^'^^'
gloriofo; 45 & aílim nos devemos gloriar delle. 46 No que
"***
*
'''
4<$8 '^''^ EVA, E AVE
doóquchcpnradadiva, & premiamos pelo mefmo que cleo,
tudo.nc s dcfcuydàramoSi
fe nós o fizernmr 5, loramos
íc fizera
íoberboSjCprnpoem-fe a mercèdc nc íía promptidaó, &: de feu
47 D.ChyGn:p,m. dt^ibm, (T i^iXfHo. 47 J^ofiwT de tairofio comcfas otcvpí^o , difleDcosa
£i.,;/)p/<ií.i-<r...m 1. la-itaenmc-rtfr nolío priíiieyro pay j 48 o noíTo paó da terra comemos no
?';;,,.':;;"í Si';.- l J' ^t »t
'"""f,'>= nono rolto: o paó de Deos, qu= he o do Ceo, p.fto que
n»xfaTgía!çi:it;j:vcr .airjmwírtdicu- tambcni hi dc ler granjeado com noUas obras, 49 tfm ofun-
ttio-n.^o.Míy.p,^nHo(hi»ir.r,r,n .lamento
i'us
no íuor do rolto de CM/?í>. Ko Cavando com. mu v-
Dcovo tcc.'-r.oippieioruiTioprra£-.ts cosluores as muias da terra, efcalíamente le tirao pequenrs
ii«.ivuLíiÍ!(i:iijjrr.bus",&i(i80ioturano graõsdeouro: nasdoCco com menoctrabaUio feachaóinef-
'"'^^'''''"'''"'''''"'^''''''
qLieliic obedecemos em proveyto noíTo; 55 a glona acom-
«bauf
sí Kefírt P.Bíncd íitàin. inGey.ej.v pinha as virtudes: a confufaó Dáo feapartados vicios^quecar-
yííí 3 v/«/í.i.
«i
regado fcfente hum peccadorl que leve quem feimarrina em
./,?; H , ^
«'.'t^t^ graça/ dilto, diz balamao, 54 íequeyxao osdomrcrnodef-
'^
vasMic.iccs.mmaue.TiUommi.guo
naíTc as ffcntes, diz Sió íoaóno Ap.ical vpfc s< fede antes
:
^ s /ipora/yvf. 10. }. U: non fcducat enganava,ja hoje nao laz mais qu j tetar ; os que cahem na tcn-
a^n piais ^icjKc?. taçáo,clles oqucrcm > comoção atado pôde ladrar, mas na6
—
acíc «onj>o,at n^a volaucm,
'""^
•
^ •
'
^^
po^^ morder iéfiiao a quem voluntário fe chega a feus dentes.
^5 Perennesgraçasíejaó dadas, a quem danuyor queda no»
ii^i-M'.
"'•<''• Icvaatou a tanta eminência.
C A P I T V L O LXVIL
TrofiJttoolGríofo da Yirgzm Maria.
i»aawi«i-o^w«<.tf'iDíiír.a«.4a. (ie
, todas as niçoens, 4 como tinha proíetizciaoaeUi 5 com
a dcyxàra na
,V^' vfr/T/f m.w. ^ ^j,^ 1^ ,^y j.^ fatisfcyto aos officios para Chníío
: r,íf:^;V;:u;í'n,cducntom„« terr.i- 6 anheUva mais
afubir ao Ceu pela moleftia daperc-
Natural ,pelodclejo do ultimo Uy
'
,n r - jj i r
:
•
AC
' ^'"7^" ''""
de feu nafcimento a tè fua pay xão ou de dor , erii fua pay xão „BOMC
r-i
Iclu ""f' f^""^'-
qaomodt)
-"^ "'"^
liic mater ena
ate a Reíurreyçao: ou de amor, depois de lua A Iceníao ate que poltouam te,!;enuir, niimc]uam fere ,.iii
,
o foy acompanhar no CéOj foy o Filho a efcolhida fetta (comõ '" iant;uiorc fuit pnmo Uiíguit címoic, \
,
deyro homem filho de Adam ; para que ella (c coílformane có '•' J"^'""-»*
^ o mefmo Senhor que era fua cabeça, &
morrera: para augmeri-
tar feus merecirnentos na tolerância do mais téíribel mal: ôc
para nos animar a ella; porque ainda que muyto nos animou o
padecella C^ny^í7,puderamosattribuir feu valora honié Dcos, ,5 t!l.sraKomnmóf.UephdA;sí
& mais nos esforça o exemplo de humapilracireatura. 1.6, f-ii.».ii
hum Leucio , lhes referia fimplezmente o que ouvira ao A po- ''°/f ^'wXr ,5^^^^^
ftoloS. João. Anda no tomo quarto daBibliotheca dashomi-M-8'W/oíio», cp-fcrm.pn/corhci.patr.
Jiasj&íermóes dos Padres. 18 Vejoquealeuns Authores 19'"'"'" V"* "«P'^/(-í^"^<^''«'"';' s*» nos
^ Guvidao ler aquella relação de b. Melito perluadidos princi- j laniieaudivimus h.ic npiíc L tcrt.
-,
, íí
gativo não he valido; podiâonâoter noticia deite; o que era lej^e-à^s^ de._^in<'npt b m-
fácil em tempoquenâohavia imprerraã,quecommunica mais '? n '^"''""^ N,ce^h.^r.fup.
OS livros, bao J eron ymo na epiitolaa Dextro, no principio da- CAthd Scuptor.Eaief.
quelle Catalogo dos Eferitores Eccíefiarticos, 21 reconhe-
ce, <k defculpa efta falta de noticia em que podii eáhir; éc quá-
do tratou de S. Melito, diííe queefcrevérahum livro ao Em- ti b. Hieron.fup.áf Mehto. Scripílt
perador Antonino , do Dog ma Chrijiao & outros efcritos, én- 9"?l"<^ & alia de qmbus iiu íbnt qu±
, ,
Qa ij hou-
a
das trevas, mas aqnelle qUe trouxejtes em vofso ventre, porque efse
tempoderfobrc tudoparafenlprc. E deHippareceo , deyxando
palma, quc refplandeGiaGom eftremada luz. Pelbarto 27 re*
17 P'/6ir</.iaSíí.'/jr.».s.<ir/.i;
&
'
V
P^ Ç^ o poder infcr-ãáhporque fe o Ceo ,
^
ò' os Anjos tremam cada
diadiantedevi9s,qfíantomaistremerà quemhefe}'tadeier7'a,c;'
nadatemdebom, (h-^ao o querccebeo devofsa bonJadé: porque
vúSfoiso Senhor Deos fempreòemdito paratodoso^feculos. E ren«
ío i{peUdcS.BfigiàL6.c.6iii do ailini orado, tomou Nasrevclaçoens de S. Brí-
piira Caía.
gida 30 lè accrcfcenta que fefoydeípedir de todos os luga-
res fantos.
6 No mefmo Domingo, à hora de terça ( contiuvia o
* Santo^'
PART. 11. CAP. LXVIT. 4/*
Santo) eftandoS.JoaóprègandoemEphefojOUvefLibitamen^
te hum grande terremoro A' humana vem o arrebatou da vifta ^, Semelhânrc Ce vio cmHàbanic.
dos ouvintes^ & trouxe à porta da cafa da l^irgon» 3 1 B xteo Djh<w M.ts. Ecm s.Fiiippc.c^^.g.j?
^^^-i^.i^
àportajôca^yt^w/jír^vendo-o fealegroumuyto,6clhcdifle:3í í*
Santiago iMayor, &: S. Filippe jàtinhaõ paíTado ao Ceo por rtififf», apud Euthim.i.r, iújí.c 40.
martvriojdu vidafe fe vivia ainda S. Bercholameu , que prega- ^•'=l''J^^'"'f, ^'"^^'"'' P^^hm- i*
va na Arménia Mayor &c dos vivos tardou b. 1 nome , como d jotn Dm^fctn.or t.àe ãormh.Deip,
;
homenSj&mulheresaviiadosporb.Joao.Glycas, Authorno-í.io
hiliíTimo, 36 difle que também concorrèraóos fetenta Difci- PFr.jofcphd.i.s.e.w.n.t^
f^^\os.]l^vQnú^rcth\{po,ízVmi2LXClát]Qn^{ÚQm,è>zn\c^
phoro 37 accrefcentáo que entre elles eftavaó o SantoTi- ?7 Juvenal apui Euthim.htJl.Ui c.^r
motheoprimeyroBifpodeEphefojOgrandeTheologoHye-^"^*'/''""'^-'-*^-^'-
rotheo,&S.Dionyrio Areopagita, como omeímoDionyíio „ . ^. ., ,
nos, & divinos lou voresj 46 & lhe difle Vinde tnnihaefcolhi- i
;
D Hicr.r..(erm.det^ifiimpt.tntom.9.
deefcolher ejlavojfahnmildijjimaefcrava, & encomendarmeo
\tfntlim7eB4n]p. xMaudJtrm. i feg redo de vojjo rmfterio. Lemhrayvos de rmm , óRey dag loria,
i
át ^yiljmpt ^.y 'po is fabeis que de todo meu coração vos arney c^giiardcy o tbejou- ,
me
,
nada tem em vos ò' cu eífôu com-vofcô p^inde fegnra que voí
, .
^
C A P I T V LO LXVIÍI.
Como o Santiffimo corpo da Senhovãfoy defofitado em
Se^ukhro fagrado,
Mf>
rnjjupra. nhavaó com hgrimas & de fcu contado alcançarão laude os
j
j)j),r,afa.,yr^tdcMmitVei^
quetinhaó aliuima enfermidade.
^ndrè CretcnJ. onn 2 de fadem. 1 t-
j r a n.
• 1
ij
j j
Supc.67.n.4'
calaoenterro. Diante hia arvorada, a palma que o Anjo trou-
xera. 7 Duvidouíe,contaS. Melito (cujas palavras cm tudo
% (:art'aien.fiipra. jílofegueCarthôgeiíaJ 8 fea.levariaSP<idrc,conjQ cabeça
da
,
Dcos. EUeofez, ficou faó, louvou á Djos, &: com muytos lu-
gares do livro de Moy ics dava tcftemu nho de Chrijto admi- ,
C A-
PART. II. CAP. LXIX. 477
C A P I T V L O LXIX.
admirável Refurrey^ão da Virgcm-
nodeBabylonía.' i O
doutiirimo Padre António Guilhelme i Dj«/fi.j;
Sacerdote do Orarorio de Nápoles , no grave livro que efcre-
veo em língua Icaliana,das grandezas da Tnwi^/íirSarííiirima,
prova 2 com extraordinária cUriofidade quòa Refurreyçaô i p,^nío„. Quilhei. íegrmidevi^ii /.
da Senhora , & íu bir ao Ceo o corpo coma alnm convinha por Smi^nm TrmMfturj» <.
•• razaó Theologica por rec,ra Filoíbfica , por fôrmos Aftrolo-
,
Antes iejum a meu ta) voi pometti 7 que os que me havíeis fe-
g líido vos ajfentavieis comig o fòbre doze thron os,pagando as do-
ze Tribiis de Ifraêl. DasTribus de Ifrael efcolheo meiípayefta
Virgemparaeuhíéitar; que njospctrece que farey delia? (note-íe a
honra de lhes pedir Íí:u parecer,) Rei ponieo S. Pedro, &õs
mais Apoftolos: Senhor , vós ekgejks para th álamo immaciilado
ejia vo^^a ferva : ^ anos voffos h nrmlaes fervõs para voffo mmi-
Jierio; antes dosfeculosfabieis tudo com o Padre, &
EÇpirito San-
to, com os qtiats tendes hnma deidade igual , é^ infinito poder. A
ejlesvojfosfervos parecia , que afjlm como vos , vencida a morte
reynais nag loria : affim, refu [citado o corpo de vojsa Mty o le vaf* ,
aontíeujcfenaytos^„tncres.
f^ Empcratriz Pulclieria efpGÍÍviríieHi^do bom Emperador
.
bio ao Ceo por virtude própria por iflb a fua fubida fe chama
-,
^fcenfao : Maria foy levada pela graça ( que efta , 6c naó a na-
tureza lhe dpo agilidade ) por iílb a íuâ fubida fe chama y^
fumfçaa. Vejamos com que triunfo.
C A P I T V L o LXX.
'Jlíoftrafe qual era hum triunfo em Roma^ ptra m mo*
do fodiVet, figurarmos por elle o com cfue a V if gí;m
Maria vtBcrtofa entroii no Ceo^
^'"^'''•^•^'"^•'•**'^-»-
J^ i (diz S. Bernardo) 5 narrar a ge;'ãçaí de Ckriilo , cr o
p.t',;;'!'^'**'
/ifsumpçao de Maria f Ambas ig,uâlou na ímpoiTibilídacíe hu \ K^r-/. chtif^i gíneradoncm
;
2 Kaóforaó os Rominos inveicorcs dos tríunf^^ ; pn- ^"^^ "*^':''- P"*'*'^*^ »fcapericuiofa
meyro o mventou , & trumiou em carro tirado por elefantes ^ í»í íafr.í j.}t.A/jrí.4*5t.i«c.ij.tj»
o antiquifllmo Dionyíío , chamado Libero Padre , ou Bachoí
TO &
triunfarão AsdtubiíiCarthagine? , Sofoílris > &
outros * <' tfji.bi/i.i.tc i^-mptiwt
HeysdoEgyptOi n masostriunfos deRomaforaôt^^siiais ^,^,4,^.^^^'^^^^
famofos.
4 Concedía-fe triunfo íó ao mayor do exercito, fendo
Piftador, ou Conful, pou^^as vezes a Proconful , tíor feirem as
mayores dignidades nadíct^duríi de Sylla fe diipcniToit com
•,
ufo de fua pátria, tam turbado como fua fortuna; & junto delle
feus privados, miniftros,& criados em grande numero, olhan-
do famtriíks para oinfeliceRey, quemuytos Romanos fo-
kmnizavaó com lagrimas aquelleefpe£taculo.
16 Pafladoifto, felevavaó quatrocentas coroas de ouro,
de que as Cidades de Grccia amigas de Roma haviaõ feyto
prelente aPdulo Emilio.
17 LogohiaomefiTio Emilio veftido de purpura tecida
com ouro, cem hum ramodclouronamaó, fobrehum often-
tofo carro, que tiravaõ fermofillimos cavallos.
18 A infantaria, ò: cavallaria de feu exercito o feguia ar-
mada , marchando ordenada com fuás bandeyras $ huns can-
tando verfos em louvor do triunfante , & de fuás vitorias 3 ou-
tros, motetes &
de fefta, prazer.
19 Sahio o Senado, facerdotes , St toda a Corte a recebei-
lo, Foy atè o Capitólio, aonde, facrifícando no templo de Ja«
piter, fe oíFerecèraó os defpojos, &
fe deraõ graças.
20 Deftamaneyra eraótodcs os triunfos^ quanto à fub-
íbncia, Ascircunftanciasdejogos, &
outras feftas particula-
res, craómais, oumeríos, como cada hum ordenava. Ode
Vefpafiano , Sc Tito quando triunfarão de Judea foy fumma-
mente admirável nos carros de grandiílima fabrica em que ao
vivohiaó reprefcntados os fucceíTos daqueíla guerra. Allifc
via com propriedade como real, &
natural (conta Jofepho}
14 devaftar a terra, desfazer efquadroens, derribar muralhas^
'^ mhdcMLiud,l.7.c.i4
!aírolarcaftellos,entrarCidades, abrazartemplosj& dos ven-
eidos huns rogarem, outros fugirem, outros morrerem , jà dos
golpes,jà das minas tudo cheyo de mortes, & confufaó pa-
j ;
brancos, te eícandalizou o povo de Camillo. 15 Muytos leva- umpridm nasyidas dfjUs triu«ja>,tet.
raó comfigo nos carros filhos de pouca idade. 16 Outros fize- p-^'»'í'>í'' MwúiarJ.s.probi.ié^
c«cír.«r<it.f/« ura».
raó ir no acompanhamento animaeseftranhos, dcferoSjComa ^^
leóes^onças,tigreSjrinocerotes,pantheras, dromedários ; dillo
Rrij fe
.
48» E V A, E AVE
viomny to naquelie triunfo de Vefpafiano, & Tito. 17
17 pftphdJ.r.c.t^.^/Jmtd. íe
íI Concedia-fe aos que triunfavaó porem fuás eftaruas
nos templos, & praças publicas, & edificar colunas, & arcos cí
lechamavâotriunfaes, de mármore, cfculpindo as vitorias,
para as perpetuar. Imitando aos Gregos antigos, 4 alcançando
vitoria finalada.cortaváo os ramos da an'ore que eltava mais
^rto, &no3troncospenduraváoas armas inimigas; oqucfe
g« chamava TrofeOi da palav ra Troph q fignífica Converfao,& re^
ír^/V, porq allihaviíoícyto fugir o contrario. Alliftiaóaos
jogos públicos coroados de louro^ Podiaó na occafiaò do tri-
unfo repartir do publico dons aos Soldado,^. E quando mor-
riaó, fe feus corpos fe queymavão íóra da Cidade, fuás cinzas,
18 fí^ttxntr Maxim fu^aytarl
gj oíTosfc recolhião para íe enterrarem dentro delia.
1 8 Colhi-
ZonarAsylnnaitom.t.
Dejuolitvenaijatyr.io, CG, quc lhe Hia lembrando quccta mortah 21
22 Com fero triunfo a mayor honra j o recufúraò Fui /io
Flaccopofmodeftia.- Marco Fábio, porque perdera na guer-
ra hum irmáo: Tibério Cefar, porque eftava Roma trifta
pela perda Valeriana; Septirtiio Severo, por fe achar enfermo.
Não fe concedia fenaó a FvomanoSi entre quatro , ou cincoef-
trãgeyros que o alcançarão , por muyto favorável difpenfaçáo
foy Cornelio Balbo Hefpanhol por vencer os Garamantasj
,
C A P I T V L O LXXí.
Magntficoy Ç^glortofo Triunfo com qne Maria Santifa
Jima entroíé na Ctdads CeleftiaL
l So cafprtisdfíiífiK^:
I ár ^ Oncorrèráo na J^^Ãor^ as qualidades acima i apon«
ls_ J tadas para os triunfes Romanos. Tinha a dignidade
'
muyor^
i#
.
a vitoria mais infigné 5 em que (icàraó mortos muytos milha- 4 /^í-m i. i, rinceps
, j
t^,u^l.^i i Mw
res de inimigos da Igreja, 6 ticandofalvosrodososfeus, 7 em ^''''p"'/°7'
^ , ,
monarquia mvencivel 9 Seu exercito mihrante a acclamou 6 Cu„aas ha-rcies bia uiteie Víit,;
merecedora. 10 Fmalméte da Koraa Ccleftialfabio Chnfio^á^ tro;ionperiÍMc.
' z.«í:.ii.,8. CapiUus de capiu .'cf
^ . n 1-
. ri o j ^ r-' •
Jr \ 16 o q1 entendem
noApocalypfe; Doutores 17 defta occa xcZi^D^nífc^íl 'l Aperrum eft
*
^ t-, ^ j r n. j / c a 'Í^'^^P'^"^ '^^""Cx/Oj&vifacaarcate-
fiaÓ. Tudo finalmente, eltava de leíta , como delcreve b. An- ftantnci
, tcn pio ei s ei'i<;ii,
- w.
nvcja , hualefta, que dando em hua rocha, tornava a tenra p,ovf,.i ^ ,
/ »!»
quem adefpedira. 24Na da Mentira húa aranha tecendo ^i F^^nziush f^-pim 74.
,
«'
o o
*''""''''
perfuafaó da ferpente. 32 Em
outro íercprcffentaria Dédalo
ê aconfelhando o filho que naõvoaíTe ao mais alto: 8f o filho
ii ov,d/np.i.È.
pordefprezaroconfelho, cahirnomaisbayxo } 33 figuran-
do o primeyro homem, qinobedienre à paternal leydeDeos,
i4 Genefi. & 4. fcquiz levantar tanto, que ficou arruinado. 34 Em outro,
moço Phaetonte, quando , por não faber reger a luz que fe lhe
* entregara, abrazou a terra com feu precipício;
^s o^>id fup Í.7. 35 retratode
?6 pfaim.^i.v uit. -Adam, que pofto na mayor honra, náoentendeo, &:caurouo
^^ mayormcendio. 37 Em outro, Hercules, matando ahydra
oÍJV/'"^*
\9 Jpo.aiypf.ix.-i.
dcfete cabcças; 38 fignificando o valor comqueoFilhoda
^r^í-w venceo o dragaó, que tinha outras íetej 39 Eiriaóem
modo mais excellente, a arca do diluvio a çarçaq vio Mny-
,
quem
PARTEII.CAk LXXI. 485
quem ío Ic ixkrvou tal viaoria, como difle Saó Bernardo. 5 2 ^^ D.Bcrmri.hom.tfoBprtnc. inE»
O curr<; ícy to de malicia : as armas , de engano; o íceprro, de ^ng. ^mmt. fupn, M^fs ejK Cm hxç
hum ii-ígeilo: as coroas , de peccados j tudo com artificio que fcivata vidomeít, nifi Man»?
por fií udo inexplicável moítrava a matéria , de que era forma-
do.
10 Iriaó feus miniftros arraftando cadeas, efcravos de tor-
mentosj^: com torcida vifta olhando para o Rey defefperado. ^ , .
li
í r í> c
LogoomelmoK.eynahguradalerpente, ir / - veítido n.j U Genef. t,l^.
jj t
Ipla
t conterei capa
r
53 ^^J^^
de íogo,revc ilido de fumo, tam turbado, como o confidera
Chrylipojerofolymicanojdizendoentrefi: Comofuccedeo ijloí
que mi àijtraijje o mjinimmto que em outro tempo cooperou com-
rnig o rt i/iuíhcr que me aj udou aftigeytar o género httman o, vejo a
!
inflgnestitulos.
13 Então iria a 7f//m/í?«/í com veftidurasfemelhantesâs
de Chnfto em , como ella diífe a Santa Briei-
fua t^efurrevcaô ,,.. , ^ r .
1 <.Jit.de
-t , rr
pembu!,§HiitniU-
,.
^
.
t r1,\. \ 1/-» r^^
enxertada; 77 a Manlidao em hum elefante; 78 aContem-
77 pUi^ãócmhum^.^]-, 79 & naimagcm de Danae com a chuva
Guilielm Fãralinfum.vírt.trúa.^.
'''""^^'
ouesferas aefperavãoasordens dosSantos, fegundofuasef-
peciaes razões. As Virgens no orbe da Luaj os ConfeíTores no
de Mercúrio os .Martyres no de Vénus ; os Apoftolosnodo
;
34 feviooEmpyreovafiodefcusCoitefaós; na Afcenfaóde
C.l».'l '' "
Cor.it.»:
laroqviraj 92 como fe explicará a maravilha q Deos fez ?* ^'»«'' *••'»''
ciaíoberana,&comgratiílimaapprovaçao. AjoelhoufeaF/r-
^^wí a dar graças com toda a graça; o Padre a abraçou doce-
inente,manifeftaodo-a por Virgem May de feii Filho unigéni-
to; o Filho 2l reconheceo por fua verdadeyraMiv na natureza
humana: & o £/]?;>?>£) j^í/^/ío a moftrouoífieinafingulâriílíma -^ -
D.Berurd.ferm.i.in^í}umpt.ai
de fuás milagrofas operações. O
MeUiíiuo Bernardo 97 con^^„f^
fidera que a Senhora pediria a feu DivinoEfpofo o ofculo que 9% Cant. i. %. ofc«letur me oículo
nos Cantares tinha dito Salamaój 98 6c que havendolhe fido ''^'^ ^"'•-
dulciíTimos os que lhe dera quando menino brincava cm feu
virginal regaço: lhe feria ainda mais doce o que recebia do que
cílava à maó direyta do Eterno Pay.
20 VizoxxdiSenhora à viíla ddtoda aquella Corte ^ a mais
lçv'an->
EVA E AVE
levantadaemhonra, da mayor Veneração depois de
6c objecto
Deos : & cm fi mefma a mais feliz que íe podia imaginar pois ;
C A P I T V L o LXXIl.
Coroando da Rainha dos Ceos,
, /jldc,hor.f.pmM j$,r.p,.sdmcJ. ^
TJ ^^^^^3 coroar por Rainha a Efpofa do Summo
XV. ívey 3 6c o raefmo Rey a coroou por lua raaó. r
Três
PARTE II. C AP. LXXII.
Tresvezeseftava chamadanos Cantares àCof( a, 2 porque 1 Ca«t 4.8. Veni (íe bbnno fponfa
Pontifice,8c hedeouro,emrignificaçãodeqdeveexcederaos
^/./r-,/HC/...«. /?.... pw,.;/.v
mais Príncipes, quanto o ouro le aventaja aos outros metaes. 3 ^,^«,,^«,.i, ^^rj Porro, verbo, vejhoijs.
Accommodando noíío limitadojuizo a efte pequeno exem-
plo, outras taes três coroas eráo devidas àScnhoraiComo a Em-
peratriznopoderabfolutoj&univerfal. Aprimeyra, de for-
taleza, lhe pudera poro ^j^^íV/ío-y^wíí?, pela victoriâ que al-
cançou da ferpcnte ; a fegunda , de Pureza, o Filho , por fer a
mais pura, & de mais claras acçóes-.a terceyra de ouro,o Padre,
pela fuperioridade que lhe concedeo em todas as creaturas,
2 Poré, por fer a dignidade Imperial clediva, & introdu-
zida pelos liomanos como diminutivade Real, pelo ódio q ti-
nháo aos Reys, foy a Senhora coroada como Rainha; dignida-
de fuprema,^ da natureza, q goza por comunicação, 4 aíTim 4 D.B<rmrditt. Sem>f.tcm.if(m.êi
como Chrijlo he chamado Rey mas as três Peíí ias Divinas a ^•^*
;
coroarão, & com húa coroa das excellecias das tres; concilian-
do aíTim as mayores prerogativas de ambas as dignidades.
5Ajoelhada a K/r^e^ no acatamento da Trindade Santif-
fima, no modo em que a pinta a Igreja, foy por ella coroada
com aquelle diadema foberano , cujos remates fe guarrtecèraó
( como com pedras preciofas ) de mu y tas aureolas correfpon-
dentes às infignes virtudes em que fe finalàra &; a todas as de
,
icdeÇuii. 14. 1 Et in plcnitudiuc
^ <í-
todos os Santos de Fé, como Patriarca de Efperança como faiKioruiu dctcmio mca.
: : ,
^'•^'«'"'^^'•""''' ^^ ^'"*<^-
Profeta: de Zelo, como Apoftolo: de Conftancia , como Mar- ^/"'^'" > °l"*I'-''^
nha dito David, 6 (que quer dizer gloria 7) à fua mão di- 10 3.Rí?.i.i9.
reyta;oa em feu mefmo throno, como efcrevem algús Douto- ^'^^''JZf/Z^t^:^!^:^^
reSi muyto chegado, 9 comooemqueSala- ginaiistcmpio,inquofiiiumDciMari*
8 ou era outro
mio affcntou fui mãyi 10 pois ella no mundo lhe deo o melhor '"^«p" .^f
^^\'° '" "c'^,
'»,
'"= •
1 f ^ ^ r 1
lagar , que era leu ventre tagrado ,
,1 r>ii-j'^u quo Manam hodicManxFihusíubIinJ2«
•^t^^''
2} ^«prd.c.éi.H.j.CT-ó. C<?»/^j//í^>''^5' por Melrra , que com acçoens , & palavras os eníi^
15 Vd<fu[>f.c,\(>.n.ii, Saó Gabriel, intimo, & continuo fervidor da ^>^íw, iiy Ihcí
repetiria muytas vezes as palavras, dequeíiibiaqueellaraais
goftava: Ave, chea de graça, o Senhor he co7n-vojco: 26 Adam
16 Luc i.ii.
vendoa J'í'«/?ortíporcompanheyra na geração humana, pois
ellefoypay da natureza, ôceliamáy da graça, & vendo-a
huma
PARTE II. CAP. LXXII. 491
humú Eva ao rcvGz, 27 ufando,em fentido trocado, da s pa- 17 Vi(e\.p.naintroduf^no,&ncni
*"^ '**^"'* '*'^'
lavras com que culpara a primcyra.diria a Deos louvando a le-
gunda: tjlamdher, qtiemedcjiesporiompanheyra, me dcoda ^g Gr<.,.it. Muiiérquamdedim
& logo abençoan-
arvore )(^ÁAQr\xz)ó' comi 28 (alaúde}} mihifociamjdcdumihi dehgno.&có-
do.aqucpodiaabençoallo, dinaparaa Vireem: i?í«;/:///á!í/É>*^'^'- „ ..í, i..
TfK tinha morto 30 entendido pelo peccado. Abraham, jò Oíw/:u.iv Po^uit mihiD?usfc-
CaifTíi
"'" '''"^ ^'° ^^'^ 'i"'"' ""'^'^ ^""^
Ifaac, 6c Jacob a congratulariaó, & a li mefmo, de que haven. '
^^ ^^^^ í^^
^*'
íim como á dignidade de A/á y, por incommunicavel a outra 40 hde/uf.c.^uniy!
creatura.temaíTentofuperioratodas, poftoq Angelicas.-aílim
a dignidade de PaypíiiatiVo de Chrifio , não fó na opinião dos
homés, mas também na determinação Divina.có amor,&: cuy-
áadopsiternúiÒc zde Ferdadejro Efpofo da Firgem por inco- ,
benigna ma«us Qmnipoientu quidguid ç^^^ç^^^;^^ g^tre todas fuas feítas porquc reprefenta fua
glori?;
creavcrat rccicavit.
4, ?:ímiXx.àefcfic%.
prcmio, oc triuntoj & he dc Canta
,
roLj-
dignidade ,que
j j-jj c
amda quc fe- l
de Balwghem «»
44 Refai p ^ntott. jadedireytopofitivo, fe funda proximamente, ouquafine- I
/ch.,1 i
'
infin.
dade IhedàlacoboPalmerio, 49 & porque na obfervancia
BaronJnnJtManyrd. R^mM* 1 5- ^«- h^via mcnojfcuydado, ã applicou depois o imperador Mau-
gujii. ricio, como efcre ve Nicephof o, 6c declara Baronio.f o
€
PER.
N
v,,<,',i-. /^.
f9*
. ^-rf.-fS^ G
d, , * 1
o Jcfrtho, de que oaícèra a moí-te, ordenara Ueos que utundcri;orsohcbaturi,iiic vitaicfur'
I J
^^'^''^'''
reAifcitaíTe a vida ; fez inílrumentos da faudcos que
o tinhâõíídõ dá perdição; Reílicuhio-fc às mulheres
com ventagem ( diz o meímo Sinto } 4 o credito ^ ^4^D.Bcmrd.hm.t.fúpM}fusep^,!i
cm £v^ tinhaõ perdido. Já o i{^«a do Ceo padece
fofa Qf os violentOi
, o rouhaó, confeííou ChnHo Se-
nhor hoíío; 5 violentos , explica S. Chryfoftomo , s.Matth, n.n. Regòum cxiors 5
ver igual
o irieratidaõ
o o
y Sirva de C» eraças
»
o conhecis i"'^'"^"°"'"*'=''^^'^^pr""^"*'n'^"'"•in
^
J194' PERORACAM.
o que era de Alay ; com maternacs en-
pcrdeo cila
'
jí DChfyfo! ffm.%.ded^ah.fipo? trânhas outra vez nos gerará no p^^rdaõ, i6 fe p roí
*fW. F.eo pcid:di qucd ciat fil <•
illem.* r
[.«ojparnseihionamiíít. -urgcntur curarmos mcreccUo, Nem lhe falta vontade, pois
j : it i i •
^Ma Dcos
thronusRcgiscoronati. j^tm f,r,^. ffjentno emvollos orfl^os I agoVit O ieíiaes imme?»^
ttuicm , admed. Individuuro haberc te* r ri' I C i2 ti ri i
S.Í Í:;^S:;^úS1"" ^'''^-n^^^a , agors Ihefoh Fap qmrJu reym i foftes tabers
naciiío de (chs combates vo mcído yfois ajjtnto do Trit^ru
fante no Cco; fojUs' t baU mo do F/pofo erfcarjia do, Ç^jÀ
thrcm do Rey aroado» Comiqjflo def^jater Ittjferio
p^-hM>\ mLv:díto o que Cfm^vofco em z'ofja carne fiT" em hum ,
LAUSDEO-