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Eletricidade

Básica

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Alex M. Lima
Índice

Sobre o Autor
Sobre o Curso
Conceito da Eletricidade
Matéria Molécula e Átomo
Cargas Elétricas
Eletrostática
Eletromagnetismo
Corrente Elétrica
DDP Diferença de Potencial
Eletrodinâmica
Condutores e Isolantes Elétricos
Resistência Elétrica
Lei de OHM
Lei de Joule
Frequência Elétrica

Ficha Técnica

Edição: Alex Lima


Revisão: Dirlene da Costa
Imagens: Gabriel Lima
Sobre o autor

Alex M. Lima é técnico instrutor de eletrônica e energia solar


fotovoltaica com registro do CREA RJ - Criador do canal no
Youtube ​Elétrica & Cia​ e do Portal ​Curso Eletrica & Cia

Sobre o Curso Eletricidade Básica


Os fundamentos da Eletricidade é importantíssimo para quem pretende atuar em
qualquer área ou ramo que envolve a eletricidade como, Eletrônica, Eletrotécnica,
Eletricista, Engenharia elétrica, Mecatrônica, Técnico de informática e outras
diversas áreas. Este Curso tem o potencial de preparar o aluno para iniciar os
estudos nestas diversas áreas com aulas em vídeos, teoria e prática.
Conceito da Eletricidade

Eletricidade é o ramo da física que se dedica a estudar fenômenos originados a


partir do fluxo de cargas elétricas, como eletrodinâmica, eletrostática, e
eletromagnetismo. Como exemplos desses fenômenos podemos citar a eletricidade
estática, relâmpagos, corrente elétrica, entre outros.

A eletricidade é um termo geral que abrange uma variedade de fenômenos


resultantes da presença e do fluxo de carga elétrica. Estes incluem muitos
fenômenos facilmente reconhecíveis, tais como relâmpagos, eletricidade estática, e
correntes elétricas em fios elétricos. Além disso, a eletricidade engloba conceitos
menos conhecidos, como o campo eletromagnético e indução eletromagnética.

A palavra deriva do termo em neolatim "ēlectricus", que por sua vez deriva do latim
clássico "electrum", "amante do âmbar", termo esse cunhado a partir do termo grego
ήλεκτρον (elétrons) no ano de 1600 e traduzido para o português como âmbar. O
termo remonta às primeiras observações mais atentas sobre o assunto, feitas
esfregando-se pedaços de âmbar e pele.

No uso geral, a palavra "eletricidade" se refere de forma igualmente satisfatória a


uma série de efeitos físicos. Em um contexto científico, no entanto, o termo é muito
geral para ser empregado de forma única, e conceitos distintos contudo a ele
diretamente relacionados são usualmente melhor identificados por termos ou
expressões específicos.
Matéria Molécula e Átomo

Matéria
O tempo todo, em todos os lugares, estamos cercados por matéria, corpos e
objetos. É difícil pensar a vida longe dos benefícios dos objetos, por exemplo. Mas
o que é matéria? E, ainda do ponto de vista da física, o que são corpos? E objetos?
Este trabalho aborda esses temas de forma introdutória, procurando definir cada
um, de forma simples e acessível.

O Universo conhecido manifesta-se basicamente através de duas formas: matéria


ou energia. Esses dois aspectos, embora diferentes, pertencem à mesma realidade.
Cientificamente, matéria é tudo que tem massa e ocupa espaço. De modo mais
simples, matéria é tudo aquilo que tem existência física, algo real. Água, terra, ar,
borracha, porcelana e papel são exemplos de matéria. Ao contrário do que muitos
pensam a matéria não se apresenta apenas na forma sólida, mas também na forma
líquida e gasosa.

A matéria pode ser vista sob duas óticas: a quantidade e a qualidade. Quando a
analisamos sob a ótica da qualidade, ela é denominada ​substância. ​Toda
substância tem uma determinada composição e um conjunto de propriedades
definido. O cloreto de sódio, por exemplo, é composto por 39,34% de sódio e
60,66% de cloro. A junção de duas ou mais substâncias é denominada ​mistura​:
queijo, água etc.

Ao analisarmos a matéria do ponto de vista da qualidade ela passa a ser


denominada como ​substância. Grosso modo, podemos dizer que ​substância é a
matéria prima​: madeira, ouro, ferro. Uma substância poderá ser trabalhada,
modelada, de forma a servir as necessidades humanas. Por exemplo: da madeira
pode-se fazer a cadeira para que possamos sentar, do ouro pode-se fazer uma
variedade de ornamentos e do ferro podem-se fazer portões que protegem as
casas.

Átomo
Átomo é uma unidade básica de matéria que consiste num núcleo central de carga
elétrica positiva envolto por uma nuvem de elétrons de carga negativa. O núcleo
atômico é composto por protões e neutrões [nota 1]. Os eletrões de um átomo estão
ligados ao núcleo por força eletromagnética. Da mesma forma, um grupo de átomos
pode estar ligado entre si através de ligações químicas baseadas na mesma força,
formando uma molécula. Um átomo que tenha o mesmo número de protões e
eletrões é eletricamente neutro, enquanto que um com número diferente pode ter
carga positiva ou negativa, sendo desta forma denominado ião. Os átomos são
classificados de acordo com o número de protões no seu núcleo: o número de
protões determina o elemento químico e o número de neutrões determina o isótopo

desse elemento.

Os átomos são objetos minúsculos cujo diâmetro é de apenas algumas décimas de


nanômetros e com pouca massa em relação ao seu volume. A sua observação só é
possível com recurso a instrumentos apropriados, como o microscópio de corrente
de tunelamento. Cerca de 99,94% da massa atómica está concentrada no núcleo,
tendo os protões e neutrões aproximadamente a mesma massa. Cada elemento
possui pelo menos um isótopo com nuclídeo instável que pode sofrer decaimento
radioativo. Isto pode levar à ocorrência de uma transmutação que altere o número
de protões ou neutrões no interior do núcleo.

Os elétrons ligados a átomos possuem um conjunto estável de níveis energéticos,


ou orbitais atómicas, podendo sofrer transições entre si ao absorver ou emitir fótons
que correspondam à diferença de energia entre esses níveis. Os eleitores definem
as propriedades químicas de um elemento e influenciam as propriedades
magnéticas de um átomo. A mecânica quântica é a teoria que descreve
corretamente a estrutura e as propriedades dos átomos.

Para entender o que existe e acontece a sua volta, o ser humano procura classificar
fenômenos. Isso é, separar esses objetos ou fatos, a partir de algum critério
preestabelecido segundo o interesse e o objetivo do estudo. A partir da observação
do comportamento dos ​átomos​, aqueles grupos que possuíam um mesmo
comportamento passaram a ser denominados como elemento químico.

Mas o que é mesmo um átomo? O átomo é partícula fundamental da matéria. O


nome átomo foi dado pelo filósofo grego Demócrito, que viveu entre 546 e 460 a.C..
Ele acreditava que todos os materiais possuiriam uma menor parte, que seria
indivisível (a = não; tomos = divisões). O cientista inglês John Dalton, retomou as
ideias de Demócrito 23 séculos depois, em 1808. A partir de experimentações, tirou
algumas conclusões:

Toda matéria é formada por diminutas partículas, os átomos.

Existe um número finito de átomos na natureza.

A combinação entre átomos iguais ou diferentes origina os materiais.

"Pudim de passas"​ Tales de Mileto (384-322 a.C.), muito antes disso, já estava
preocupado com o comportamento da matéria. Vários estudos baseados nas suas
ideias levaram à conclusão de que essa partícula formadora da matéria era dotada
de cargas opostas entre si. Aí estavam as evidências de que o átomo é divisível.
Em 1897, o físico inglês Joseph John Thomson propôs um modelo atômico
conhecido como "pudim de passas", onde existiam simultaneamente os dois tipos
de cargas, hoje conhecidas como positivas e negativas.

Com a descoberta da radioatividade, foi possível definir que as partículas de carga


positiva, os prótons, concentravam-se em uma região central do átomo, o núcleo. E
os elétrons, de carga negativa, circundam esse núcleo.

Alguns pesquisadores, porém, identificaram uma falha nesse raciocínio: se cargas


de mesma natureza se repelem, como o núcleo, que possuía apenas cargas
positivas, mantinha-se estável?

O modelo de Rutherford​ Para explicar esse fato, foi sugerida a existência de


partículas entre os prótons que eliminam a repulsão entre eles. Em 1932, James
Chadwick descobriu no núcleo a existência de partículas sem carga, os nêutrons.

Ernest Rutherford (1911) propôs um modelo muito parecido com o sistema solar: o
sol seria o núcleo e os planetas, os elétrons - sendo a matéria constituída
principalmente por espaços vazios.

Em 1913, Niels Bohr ampliou o modelo atômico de Rutherford propondo que os


elétrons giravam ao redor do núcleo em camadas, ou níveis eletrônicos, sem perder
energia. Em cada órbita, os elétrons têm energia específica: quanto mais próximo
do núcleo menor a quantidade de energia; quanto mais distante, maior a energia do
elétron.

Assim, quando um elétron recebe energia, ele pode saltar para camadas mais
distantes do núcleo; inversamente, se ele salta para camadas mais próximas do
núcleo ocorre a liberação de energia.

Partículas subatômicas​ Hoje, sabemos que os átomos são formados por


partículas subatômicas como os prótons, nêutrons, elétrons, pósitrons, quarks,
neutrinos e mésons. Nesse momento, nos interessam apenas as sub partículas
fundamentais: os prótons, nêutrons e elétrons.

Os prótons são partículas eletricamente carregadas.


Os elétrons também são partículas eletricamente carregadas.

Os nêutrons, como o próprio nome diz, não possuem carga, são neutros.

Os prótons e nêutron têm aproximadamente a mesma massa.

Os elétrons possuem massa aproximadamente 2.000 vezes menor que a de um


próton, portanto ela é desprezível em relação à massa atômica.

Se ganha energia, o elétron pode passar para as camadas mais externas do átomo.
Essa energia pode ser suficiente para que o elétron deixe seu átomo de origem, o
que muda a condição elétrica do átomo, mas não altera a sua massa.

O comportamento atômico​ Mas o que define o comportamento dos átomos?


Como vimos anteriormente, os prótons e nêutrons estão nas regiões mais internas
dos átomos: os núcleos. Os elétrons estão nas mais externas, a eletrosfera.

As partículas subatômicas que possuem carga elétrica de mesma intensidade, mas


opostas, são os prótons e os elétrons. O balanço entre as partículas subatômicas
que possuem cargas elétricas dará a característica elétrica do material. A massa é
dada pela quantidade de prótons e nêutrons, já que os elétrons têm massa
desprezível.

O número de elétrons de um átomo pode variar, mudando a carga total do átomo.


Segundo o modelo atômico de Bohr, os elétrons podem ganhar energia e passar a
camadas eletrônicas mais distantes do núcleo.

Nas reações químicas, as mudanças ocorrem com a eletrosfera. Seja por atração
de outros núcleos atômicos ou por terem recebido energia suficiente, os elétrons
podem deixar seu átomo de origem. Esse não perde massa, pois, como já foi visto
anteriormente, a massa do elétron é desprezível.

Em um átomo, normalmente, o número de prótons e nêutrons é invariável. Sendo


assim, o próton é a única partícula que possui carga e não deixa facilmente o
átomo. Portanto é o número de prótons que caracteriza um elemento químico, ou
seja, é o número de prótons que indica qual átomo fará parte de um determinado
grupo.

Radioatividade​ A radioatividade está ligada diretamente ao núcleo do átomo. Em


uma reação nuclear, o átomo emite radiação (raios alfa, beta e gama), o que
provoca alterações no núcleo, em geral, fazendo com que se transforme em outros
elementos. Às vezes, porém, pode apenas ocorrer uma mudança da massa total do
átomo, sem que se altere o número atômico.

Quando o número de prótons muda em um átomo, as características do material


são alteradas porque o núcleo atômico passa a ter massa e carga diferentes. Dessa
forma, ele deixa de ser o mesmo átomo de antes, transformando-se em um outro
elemento químico.

O número de nêutrons pode variar em um átomo sem mudar as características


elétricas, pois os nêutrons interferem apenas na massa. Os átomos que possuem
mesma quantidade de prótons e quantidades diferentes de nêutrons são conhecidos
como isótopos.

Os átomos podem ser eletricamente neutros (número de prótons igual ao número


de elétrons).

Os átomos podem ser eletricamente carregados (número de prótons diferente do


número de elétrons).

Os átomos que possuem o mesmo número de prótons recebem o mesmo nome.


São conhecidos como átomos de um mesmo elemento químico.

Cargas Elétricas
Toda a matéria que conhecemos é formada por moléculas. Esta, por sua vez, é
formada de átomos, que são compostos por três tipos de partículas elementares:
prótons, nêutrons e elétrons.
Os átomos são formados por um núcleo, onde ficam os prótons e nêutrons e uma
eletrosfera, onde os elétrons permanecem, em órbita.

Os prótons e nêutrons têm massa praticamente igual, mas os elétrons têm massa
milhares de vezes menor. Sendo ​m a massa dos prótons, podemos representar a
massa dos elétrons como:

Ou seja, a massa dos elétrons é aproximadamente 2 mil vezes menor que a massa
dos prótons.

Podemos representar um átomo, embora fora de escala, por:

Se pudéssemos separar os prótons, nêutrons e elétrons de um átomo, e lançá-los


em direção à um imã, os prótons seriam desviados para uma direção, os elétrons a
uma direção oposta a do desvio dos prótons e os nêutrons não seriam afetados.

Esta propriedade de cada uma das partículas é chamada ​carga elétrica​. Os prótons
são partículas com cargas positivas, os elétrons têm carga negativa e os nêutrons
tem carga neutra.
Um próton e um elétron têm valores absolutos iguais, embora tenham sinais
opostos. O valor da carga de um próton ou um elétron é chamado carga elétrica
elementar e simbolizado por ​e​.
A unidade de medida adotada internacionalmente para a medida de cargas elétricas
é o ​coulomb (C)​.
A carga elétrica elementar é a menor quantidade de carga encontrada na natureza,
comparando-se este valor com coulomb, têm-se a relação:
A unidade coulomb é definida partindo-se do conhecimento de densidades de
corrente elétrica, medida em ampère (A), já que suas unidades são
interdependentes.

Um coulomb é definido como a quantidade de carga elétrica que atravessa em um


segundo, a secção transversal de um condutor percorrido por uma corrente igual a 1
ampère.

Eletrostática

A ​eletrostática é a parte da Física responsável pelo estudo das cargas elétricas em


repouso. Ao longo da história, grandes pesquisadores como Tales de Mileto
conseguiram verificar a existência das cargas elétricas. Segundo Maurício Ruv
Lemes, foi Tales quem primeiro conseguiu verificar, em 600 a. C., que o âmbar,
após atritado, consegue atrair fragmentos de palha.

Em 1600, o médico inglês William Gilbert (1540-1603) publicou o livro ​Sobre os


Ímãs, sobre os Corpos Magnéticos, e sobre o Grande Ímã, a Terra​. Neste livro,
Gilbert faz uma analogia comparando a Terra com um enorme ímã, onde os pólos
magnéticos do Globo estariam localizados junto aos pólos geográficos. Gilbert
também estudou os fenômenos elétricos, chegando a concluir que existiam mais
substâncias além do âmbar que possuíam propriedades eletrostáticas, de acordo
com CHAIB e ASSIS (2007).

O pesquisador alemão Otto Von Guericke (1602 – 1686) conseguiu inventar a


primeira máquina eletrostática, em 1672.
Já por volta de 1729, Stephen Gray descobriu que alguns corpos têm propriedades
condutoras de eletricidade.
Charles Augustin de Coulomb (1736 – 1806) conseguiu medir a intensidade das
forças de atração ou de repulsão entre as cargas elétricas por volta de 1777,
usando uma balança de torção e enunciou a Lei de Coulomb tratando desta força.
Já em 1763, o cientista Robert Simmer (...) defendia que existiriam dois tipos de
fluídos, sendo que um deles teria carga elétrica positiva e outro teria carga elétrica
negativa, o que leva a uma condição de conservação da carga, conforme Lemes.
Num primeiro momento, acreditava-se que os fenômenos elétricos e magnéticos
não estariam relacionados. A eletrostática tinha muito a ser descoberto,
especialmente no que se refere a sua dependência com o magnetismo. Houve
muitos avanços significativos, como o caso da construção da primeira pilha voltaica,
criada por Alessandro Volta, em 1800. Finalmente, em 1819, o dinamarquês Hans
Christian Oersted (1777 – 1851) descobriu em uma aula experimental que a
corrente elétrica geraria um campo magnético em torno de si.
Mas talvez uma das mais relevantes descobertas que podem ser incluídas no rol da
eletrostática, destaca-se a da relação da carga do elétron com sua massa, realizada
por Robert Andrews Millikan (1868 – 1953).

Eletromagnetismo

Quando uma área delimitada por um condutor sofre variação de fluxo de indução
magnética é criado entre seus terminais uma força eletromotriz (fem) ou tensão. Se
os terminais estiverem ligados a um aparelho elétrico ou a um medidor de corrente
esta força eletromotriz irá gerar uma corrente, chamada corrente induzida.

Este fenômeno é chamado de indução eletromagnética, pois é causado por um


campo magnético e gera correntes elétricas.

A corrente induzida só existe enquanto há variação do fluxo, chamado fluxo indutor.

Campo Magnético
É a região próxima a um ímã que influencia outros ímãs ou materiais
ferromagnéticos e paramagnéticos, como cobalto e ferro.

Compare campo magnético com campo gravitacional ou campo elétrico e verá que
todos estes têm as características equivalentes.

Também é possível definir um vetor que descreve este campo, chamado vetor

indução magnética e simbolizado por . Se pudermos colocar uma pequena

bússola em um ponto sob ação do campo o vetor terá direção da reta em que a
agulha se alinha e sentido para onde aponta o pólo norte magnético da agulha.

Se pudermos traçar todos os pontos onde há um vetor indução magnética


associado veremos linhas que são chamadas linhas de indução do campo
magnético. estas são orientados do polo norte em direção ao sul, e em cada ponto o

vetor ​tangencia essas linhas.

As linhas de indução existem também no interior do ímã, portanto são linhas


fechadas e sua orientação interna é do polo sul ao polo norte. Assim como as linhas
de força, as linhas de indução não podem se cruzar e são mais densas onde o
campo é mais intenso.

Eletrodinâmica

A eletrodinâmica estuda o comportamento das cargas elétricas em movimento. Para


compreender esse movimento, é preciso compreender o conceito de elétrons livres.

A eletrodinâmica é a parte da física responsável pelo estudo do comportamento das


cargas elétricas em movimento.

É sabido por todos a importância da energia elétrica para a humanidade, já que,


através dela, o avanço tecnológico e as facilidades que completam a vida moderna
são cada vez maiores.
Para entendermos o movimento que acontece com a energia elétrica, precisamos
relembrar o conceito de elétrons livres.

Elétrons livres são os elétrons mais distantes do núcleo do átomo, que se


concentram na parte externa do átomo de forma desordenada.

Quando esses elétrons livres recebem a carga de um gerador, se organizam e


formam através dessa organização uma corrente elétrica que acontece em virtude
da influência de uma força elétrica responsável por este movimento.

A corrente elétrica é então o movimento ordenado das cargas elétricas num


condutor metálico e possui sentidos convencional (deslocamento das cargas
positivas do potencial maior para o menor) e real (deslocamento do potencial menor
para o maior). A corrente elétrica também possui intensidade, tipos (corrente
contínua e alternada) e efeitos.

Existem também corpos capazes de conduzir de melhor ou pior forma essa energia,
e são chamados de condutores, supercondutores e isolantes.

Condutores – são os objetos responsáveis pela movimentação dos elétrons como,


por exemplo, os metais, a água e o corpo humano.

Supercondutores – formados por substâncias como a cerâmica, que oferece pouca


resistência à passagem de elétrons.

Isolantes – materiais formados de substâncias capazes de impedir a movimentação


de elétrons, como é o caso da borracha e da madeira.

Dentro do estudo da termodinâmica temos também a análise dos resistores, que


são os componentes elétricos responsáveis por limitar a intensidade da corrente
elétrica.

Corrente Elétrica

Ao se estudarem situações onde as partículas eletricamente carregadas deixam de


estar em equilíbrio eletrostático passamos à situação onde há deslocamento destas
cargas para um determinada direção e em um sentido, este deslocamento é o que
chamamos ​corrente elétrica​.
Estas correntes elétricas são responsáveis pela eletricidade considerada utilizável
por nós.

Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentação de elétrons em um


condutor, mas também é possível haver corrente de íons positivos e negativos (em
soluções eletrolíticas ou gases ionizados).

A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./


tensão). E ela é explicada pelo conceito de campo elétrico, ou seja, ao considerar
uma carga A positiva e outra B, negativa, então há um campo orientado da carga A
para B. Ao ligar-se um fio condutor entre as duas os elétrons livres tendem a se
deslocar no sentido da carga positiva, devido ao fato de terem cargas negativas,
lembrando que sinais opostos são atraídos.

Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido oposto ao campo
elétrico, e este é chamado ​sentido real da corrente elétrica​. Embora seja
convencionado que a corrente tenha o mesmo sentido do campo elétrico, o que não
altera em nada seus efeitos (com exceção para o fenômeno chamado Efeito Hall), e
este é chamado o ​sentido convencional da corrente​.

Para calcular a intensidade da corrente elétrica (​i​) na secção transversal de um


condutor se considera o módulo da carga que passa por ele em um intervalo de
tempo, ou seja:

Considerando ​|Q|=n e

A unidade adotada para a intensidade da corrente no SI é o ampère (​A​), em


homenagem ao físico francês Andre Marie Ampère, e designa coulomb por segundo
(​C/s​).

Sendo alguns de seus múltiplos:


​Continuidade da corrente elétrica

Para condutores sem dissipação, a intensidade da corrente elétrica é sempre igual,


independente de sua secção transversal, esta propriedade é chamada
continuidade da corrente elétrica​.

Isto implica que se houver "opções de caminho" em um condutor, como por


exemplo, uma bifurcação do fio, a corrente anterior a ela será igual à soma das
correntes em cada parte desta bifurcação, ou seja​:
DDP Diferença de Potencial

A ​diferença de potencial (d.d.p) também denominada de tensão elétrica (V) é uma


grandeza física que esta intimamente ligada ao conceito de corrente elétrica, então
iniciaremos nosso estudo relacionando brevemente a definição de corrente elétrica
com o aprendizado da diferença de potencial.
Inicialmente devemos lembrar a definição de corrente elétrica, afinal o que é
corrente elétrica? Corrente elétrica é o fluxo ou movimento de partículas carregadas
em um condutor de forma ​ordenada​. Porém para “existir” corrente elétrica entre dois
pontos deve-se haver uma ​diferença de potencial elétrica ​entre os mesmos dois
pontos.

Para entendermos a d.d.p, relembramos o seguinte: todo corpo que está eletrizado,
recebeu ou cedeu elétrons. Como a carga de um elétron é representada por (-) o
corpo que recebeu elétrons fica carregado negativamente (denominado de íon
negativo ou ânion), já o corpo que cedeu elétrons ou perdeu fica carregado
positivamente, pois o mesmo tem falta de elétrons, denominado de íon positivo ou
cátion. Portanto esse desequilíbrio de cargas entre dois corpos revela que ambos
têm um potencial elétrico diferente, ou seja, existe uma diferença de potencial
elétrica.

Então consideremos um dispositivo capaz de manter uma diferença de potencial


entre dois corpos. Esses “dispositivos” são denominados de geradores, ao qual
comumente podemos associar a uma simples pilha. Por exemplo, de acordo com a
figura abaixo a pilha (gerador elétrico) mantém entre seus terminais + e – uma
diferença de potencial elétrico V= V(+) –V(-). Quando ligamos os terminais desse
gerador a um condutor (fio de cobre) ao filamento da lâmpada, a mesma se acende,
pois ocorre um movimento de cargas elétrica no condutor (corrente elétrica).
Como foi dito a diferença de potencial é uma grandeza física expressa no SI por
V(volts) em homenagem ao Físico Alessandro Volta.
Para concluir, existem dispositivos (instrumentos) capazes de medir a diferença de
potencial elétrica, denominados de voltímetro.

Condutores e Isolantes Elétricos

Condutores e isolantes elétricos são materiais opostos. Os condutores são


partículas elétricas que se movimentam com facilidade, o oposto do que acontece
com os isolantes.

Condutores são partículas elétricas existentes num corpo capazes de se


movimentar com grande facilidade, como, por exemplo, nos metais e no corpo
humano.

Quando esse movimento acontece com muita dificuldade, ou não acontece,


dizemos que este corpo é um isolante elétrico.

Temos como exemplo chaves de fenda, onde a parte do cabo é feita de plástico e
borracha, ambos isolantes elétricos.

Condutores eletrizados em equilíbrio eletrostático

O equilíbrio eletrostático acontece quando o corpo eletrizado chega a uma


estabilidade, ou seja, quando não é possível ter um movimento ordenado das
cargas elétricas.
Essa definição foi criada a partir de um experimento conhecido como​ esfera de
Coulomb​: coloca-se dentro de uma esfera oca um corpo qualquer e nota-se,
através disso, que as cargas elétricas ficam na superfície da esfera, em busca de
estabilidade, enquanto o corpo de prova não se eletriza quando toca na parte
interna da esfera.

Vemos então que no interior de um condutor eletrizado, o campo elétrico é nulo,


independente do formato desse corpo.

Tal experimento é conhecido como blindagem eletrostática, pois é capaz de


proteger os corpos ou o corpo que está no seu interior das influências das cargas
elétricas externas.

Experimentos: esfera de Coulomb e gaiola de Faraday


Campo e Potencial elétrico de condutores esféricos de raio R

Para determinar a definição dos temas, supõe-se que a carga Q puntiforme,


existente em ambos, esteja concentrada no centro da esfera, podendo ser oca ou
maciça.

Campo elétrico externo à esfera e potencial elétrico do condutor (ponto interno ou


superficial)
Sistema eletricamente isolado

Temos este sistema quando corpos eletrizados em conjunto trocam cargas entre si,
mas não fora do conjunto.

Princípio da Conservação da carga elétrica é a definição de que num sistema


eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas elétricas de todos os corpos é
sempre constante.
Resistência Elétrica

Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se estabelece nele uma


corrente elétrica de intensidade i​. Para a maior parte dos condutores estas duas
grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, conforme uma aumenta o
mesmo ocorre à outra.

Desta forma:

A esta constante chama-se ​resistência ​elétrica ​do condutor (R), que depende de
fatores como a natureza do material. Quando esta proporcionalidade é mantida de
forma linear, chamamos o condutor de ​ôhmico​, tendo seu valor dado por:

Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: ​Para condutores ôhmicos a


intensidade da corrente elétrica é diretamente proporcional à tensão (ddp) aplicada
em seus terminais.

A resistência elétrica também pode ser caracterizada como a "dificuldade"


encontrada para que haja passagem de corrente elétrica por um condutor submetido
a uma determinada tensão. No SI a unidade adotada para esta grandeza é o ​ohm
(Ω)​, em homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm.

Pode-se também definir uma grandeza chamada Condutância elétrica ​(G)​, como a
facilidade que uma corrente tem em passar por um condutor submetido à
determinada tensão, ou seja, este é igual ao inverso da resistência:

E sua unidade, adotada pelo SI é o siemens (S), onde:


Lei de OHM

O cientista ​Georg Simon Ohm (1787 – 1854), a partir de suas medidas


experimentais, chegou a conclusão de que todos os materiais sujeitos a uma
diferença de potencial apresentam uma resistência de valor constante à passagem
da corrente elétrica.

Desta forma, sendo a resistência elétrica uma constante, a intensidade da corrente


elétrica cresce proporcionalmente ao valor da tensão aplicada, obedecendo à
seguinte expressão:
U = i.R
Mas esta equação é satisfeita para resistores ôhmicos e não ôhmicos. Portanto não
deve ser utilizada como uma declaração da ​Lei de Ohm​, tendo como válido apenas
a expressão verbal citada anteriormente.
Graficamente, para ​resistores ôhmicos​, a primeira lei de Ohm mostra:
Observa-se que o coeficiente angular deste gráfico, dado por U/i resulta na
resistência elétrica, constante para qualquer diferença de potencial. Obviamente, há
um limite de validade para esta, que é denominada a primeira lei de Ohm. Para
tensões muito altas, a resistência acaba não tendo um comportamento linear.
Dentro do limite em que a lei de Ohm é válida, ela tem a seguinte forma:

“A resistência de um objeto é independente da intensidade ou do sinal da


diferença de potencial aplicada”
A segunda forma, conhecida como segunda lei de Ohm, relaciona a resistência
elétrica com as dimensões do objeto e as características do material de que ele é
composto. Para tanto, foi considerado um objeto de um material de resistividade ρ,
dimensões cilíndricas de comprimento l e área de seção transversal reta S mostrado
na figura abaixo.

Através de suas análises, este cientista concluiu que a resistividade de cada


material é constante para qualquer campo elétrico aplicado, e desta forma, poderia
obter uma expressão para determinar a resistência elétrica. Esta propriedade,
segundo Ohm, é diretamente proporcional à resistividade do material, ao
comprimento e inversamente proporcional à área de seção transversal reta do
respectivo objeto, e é enunciada como segue:

“A resistividade (ou condutividade) de um material é independente da


intensidade, direção e sentido do campo elétrico”.
Matematicamente, assume a forma:
R =ρ.l/S
É válido lembrar que apenas esta última é verdadeiramente condizente com o
enunciado da lei de Ohm.
Esta lei é válida para certas faixas de temperaturas e de campo elétrico aplicados.
Desta forma, os resistores são considerados ôhmicos porque obedecem à lei de
Ohm dentro dos limites de tensão aplicados no local do circuito ao qual compõe.
Alguns dispositivos à base de semicondutores, como diodos e transistores não são
ôhmicos (HALLIDAY - 2007).

Lei de Joule

Para entender a lei de Joule, vamos relembrar alguns conceitos que já estudamos
aqui no blog Efeito Joule.

Definição do Efeito Joule

Quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma corrente elétrica, ocorre
a transformação de energia elétrica em energia térmica. Este fenômeno é conhecido
como Efeito Joule, em homenagem ao Físico Britânico James Prescott Joule
(1818-1889).

Esse fenômeno ocorre devido o encontro dos elétrons da corrente elétrica com as
partículas do condutor. Os elétrons sofrem colisões com átomos do condutor, parte
da energia cinética (energia de movimento) do elétron é transferida para o átomo
aumentando seu estado

O resistor e o Efeito Joule


O ​resistor ​é um dispositivo cujas principais funções são: dificultar a passagem
da corrente elétrica e transformar energia elétrica em energia térmica por
Efeito Joule. Entendemos a dificuldade que o resistor apresenta à passagem
da corrente elétrica como sendo resistência elétrica. O material mais comum
na fabricação do resistor é o carbono.
Na grande maioria dos casos observamos a seguinte representação gráfica
do resistor:

de agitação, consequentemente sua temperatura. Assim, a energia elétrica é


transformada em energia térmica (calor).

Lei de Joule

Agora que entendendo estes conceitos acima podemos falar da lei de Joule.

Como vimos, o resistor transforma a energia elétrica em energia térmica, ou seja, a


potência elétrica consumida por um resistor é dissipada. Essa potência é dada por P
=U.i

Pela lei de Ohm (U=R.i), tem-se P = (R.i) . i

logo: P = R.i2

A energia elétrica transformada em energia térmica ao fim de um intervalo de tempo


∆t é dada por:

Eel = P . ∆t

Agora, substituindo a potencia por R.i2 temos a equação que representa a lei de
Joule

Eel = R . i2 . ∆t

Enunciado da Lei de Joule

A energia elétrica dissipada num resistor, num dado intervalo de tempo ∆t, é
diretamente proporcional ao quadrado da intensidade de corrente elétrica que o
percorre.
A Potência e a lei de Joule

Sendo i = U/R, a potência elétrica dissipada pode, também, ser dada por:

P = U2/R

Quando a ddp é constante, a potência elétrica dissipada num resistor é


inversamente proporcional à sua resistência elétrica.

Calculando a Resistência com base na potência

Podemos calcular a resistência elétrica de um resistor através da equação da


potência apenas isolando esta incógnita.

R = P/i2
R = P/U2

As unidades de medidas de Energia e Potência

Potencia elétrica é medida em Watts que corresponde à energia (Joule) por tempo
(segundos).

W = J/s

Entendendo esta relação podemos dizer que a energia (Joule) é igual a Potencia
(Watts) multiplicada pelo tempo (segundos).

J = W.s

Aplicações da lei de Joule: chuveiro elétrico

Dentro do aparelho existe um resistor que está conectado a rede de energia.


Quando abrimos a torneira, a água vai se acumulando dentro do chuveiro e, quando
esta chega a certo nível, ela empurra um diafragma que serve como “chave” do
chuveiro. O diafragma fecha a conexão entre o resistor e a rede de energia elétrica
fazendo com que a corrente elétrica atravesse o resistor e o aqueça por efeito joule.

Frequência Elétrica
Na física, a frequência é uma grandeza que indica o número de eventos em
determinado período de tempo (ciclos, voltas, oscilações, etc). Também podemos
medir o tempo decorrido de cada oscilação, essa medição se chama período. A
frequência geralmente a oscilações de alguma propriedade, como por exemplo a
corrente elétrica alternada. A frequência é representada pela letra f​, ​e sua unidade
de medida é o hertz (Hz), que equivale a quantidade de ciclos por segundo, assim
se dizemos que uma onda vibra 60 Hz significa que ela oscila 60 vez por segundo.

Heinrich Hertz

A unidade de medida da frequência (Hertz) homenageia o grande cientista Heinrich


Hertz, físico alemão que desde muito cedo se interessou por máquinas, o que p fez
se inscrever no curso de engenharia, mas aos 21 anos de idade sua predileção por
investigação e produção científica fez com que ele escolhesse a física.

Com 26 anos Heinrich provou o que a muito era previsto por Maxweell, a radiação
eletromagnética, como se propagavam e como controlar sua frequência. Para isso
ele criou o receptor antena Hertz e emissor de ondas UHF. Heinrich também outras
propriedades do eletromagnetismo, como velocidade, polarização, refração e
reflexão.

Calculando frequências

Características da onda.

● Período:
Tempo necessário para se produzir uma ​onda completa. Representada pela letra T
e medida em segundos. Assim f= 1/T ou T= 1/f.

● Comprimento de onda:

É o tamanho da onda. Pode ser medida de crista a crista, do ínicio ao final de um


período ou de vale a vale. A crista é a parte mais alta da onda e o vale a aparte
mais baixa. O comprimento de onda é representado pela letra grega lambda (λ).

● Velocidade:

Todas as ondas tem uma velocidade, que é determinada pela distância percorrida
sobre o tempo gasto, representada pela letra V. Assim: ​v = λ/T ou v = ​λ x 1/T ​ou
ainda ​v = λ x

● Amplitude:

É a altura da onda, do eixo até sua crista. Quanto maior a amplitude maior a
quantidade de energia transportada. Representada pela letra A.

A frequência é uma das características da onda, assim como o comprimento de


onda, a amplitude, o período, e a velocidade de propagação. Na física, onda é um
pulso energético que se propaga através do espaço ou através de algum meio. É
uma pertubação oscilante de alguma grandeza física no espaço e periódica no
tempo.

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