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INFORMAÇÃO
MÍDIAS E CONVERGÊNCIA
DE LINGUAGENS NA WEB
MARIA JOSÉ VICENTINI JORENTE
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CONSELHO EDITORIAL ACADÊMICO
Responsável pela publicação desta obra
CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO
MÍDIAS E CONVERGÊNCIA DE
LINGUAGENS NA WEB
© 2012 Editora Unesp
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J69c
Jorente, Maria José Vicentini
Ciência da informação: mídias e convergência de linguagens na Web /
Maria José Vicentini Jorente. – São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012.
ISBN 978-85-7983-330-4
Editora afiliada:
Aos meus pais que me trouxeram pela mão e ao meu filho,
a quem agora levo.
Com gratidão, com respeito, com admiração, com amor, agradeço ao
Todo e a todos que tornaram possível a realização deste livro.
SUMÁRIO
Apresentação 11
Posfácio 147
mento, aponta que esse interesse pode ser decisivo na prática de uma
“desfamiliarização” daquilo que é inconsciente e familiar, fruto dos
hábitos e dos paradigmas assumidos de há muito.
O estranhamento do novo e a requisição de novos paradigmas
de avaliação podem fornecer o distanciamento imprescindível para
a comparação entre os sistemas. É o campo das Ciências e, parti-
cularmente, o da Ciência da Informação, que assim é requisitado a
participar da nova conceituação.
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Processos de construção mental
Que são as palavras impressas num livro? Que significam estes símbolos
mortos? Nada, absolutamente. O que é um livro se não o abrirmos? É
simplesmente um cubo de papel de couro, com folhas. Mas, se o lemos,
acontece uma coisa rara: creio que ele muda a cada instante.
(Jorge Luiz Borges )
imagens, não são objetos de sua pesquisa, mas sim a tradução que
o falante faz delas.
Giles Fauconnier e Mark Turner, em Conceptual Integration
(Integração Conceitual), apontam que as pesquisas científicas em
Ciência Cognitiva, baseando-se em observação empírica em múlti-
plas áreas de construção de significado, nos últimos 25 anos, trou-
xeram evidências de que o raciocínio é corporificado. A produção
das percepções e sensações pelas arquiteturas neurais evoluídas –
centro de experiências com inferência racional, criação de conceitos
e construção de significado – tem sido o seu principal interesse.
A Teoria de Integração Conceitual (Conceptual Integration),
também conhecida como Teoria de Fusão Conceitual (Conceptual
Fusion), seguiu nessa linha de pesquisa, confirmando que, por trás
das atividades sensorimotoras e de interação com o mundo, na es-
cala da experiência diária, do raciocínio abstrato e da invenção ar-
tística e científica, estão propriedades genéricas similares de ligação
neural e simulação.
Desenvolvida por Fauconnier (2001), juntamente com Turner, a
teoria atribui à Integração Conceitual a responsabilidade pelo fun-
cionamento da capacidade criativa na espécie humana. Os autores
traçam um mapa de evolução no qual pontuam no Alto Paleolítico
o desenvolvimento dessa capacidade de inovação e a aquisição da
imaginação moderna.
A Teoria da Fusão Conceitual tem sido amplamente utilizada
em áreas diversas como Neurociência cognitiva, Ciência cognitiva,
Psicologia, Linguística, Teoria da música, Poesia, Matemática, Se-
miótica, Teoria da arte, Psicoterapia, Inteligência artificial, Ciên-
cias políticas, Análise de discurso, Antropologia e Estudo do gesto
(Turner; Fauconnier, 1997). Descreve-se por meio dela o processo
de integração conceitual que é a capacidade mental mobilizada para
a condução de novos significados, discernimento e compreensão
dos conceitos necessários para a criação de memórias e para mani-
pulação de conjuntos de significados.
A essência da operação identificada por Fauconnier e Turner é
construir combinações parciais entre espaços mentais receptores
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Compressão e criação
Auto-organização e criatividade
Fotografia e cinema
Televisão
Vídeo
O signo pode ser visto como índice quando opera por conti-
guidade de fato vivida, estando em relação real com o objeto no
mundo (objeto dinâmico), como as fotografias, que são instru-
tivas porque, sob certos aspectos, pode-se pensar que são exata-
mente como os objetos representados por elas, pelo fato de se-
rem fisicamente compelidas a corresponder ponto a ponto com
o fotografado.
O signo ainda pode ser visto como símbolo quando operando
por “contiguidade institutiva”; em outras palavras: aprendida por
força de constrangimento de convenção, de crenças ou de hábitos,
legislados. É o caso dos alfabetos e da escrita fonética.
Os signos nunca serão a coisa significada, são diferentes por pos-
suírem características materiais próprias; não são o objeto, mas ins-
tituidores de processos de “remessa”, por fazer remeter. Esses três
tipos sígnicos se interpenetram em diferentes níveis nos processos
semióticos, caracterizando a linguagem, apresentando, represen-
tando e comunicando.
As funções delimitam a tipologia dos signos no que diz respeito
à sua autonomia. Na medida em que uma linguagem acentua suas
características centrípetas e concretas, ela perde em qualidade para
a funcionalidade do simbólico (porque o símbolo é medida de eco-
nomia na relação de significantes e significados).
Perceber as unidades é reconhecer formas de maneira constru-
tiva, em constante reorganização processual do campo visual. Os
resultados, como em qualquer outro sistema, vão para além das
partes somadas. As formas podem ser interpretadas como unidades
semióticas autônomas por serem invariantes do campo visual, em-
bora não possuam conceito concreto em si mesmas.
A invariância é o elemento-chave para a interpretação da forma
como signo, já que todo padrão representa; não existe por si, mas
cristaliza um conteúdo, indica algo que está fora dele, por sua tem-
poralidade e por suas condições de produção: assim, a percepção é
um processo de coordenação entre o percebido e as formas já inter-
nalizadas e memorizadas, e, portanto, de acordo com Peirce, um
processo semiótico.
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Reprodutibilidade e ressignificação
Referências bibliográficas
EQUIPE DE REALIZAÇÃO
Coordenação Geral
Kalima Editores