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Eletrônica
Adriano Frazão Serrado
Eletrônica Básica
Professor : Jô
25/08/2010
Introdução
As formas geométricas das ondas, em particular a retangular e a triangular, já nossas
conhecidas de textos anteriores, foram postas com o objetivo de ilustrar determinados
princípios. Porém, simples como possam parecer tais ondas, o emprego de qualquer
uma delas como norma, complicaria a matemática e a prática das correntes
alternadas. Todavia, essas ondas não são encontradas comumente no dia-a-dia;
nenhuma delas está de acordo com nossa idéia corriqueira de onda, já que a temos
em vista como uma curva contínua.
Porém, algumas curvas, ainda que contínuas como as queremos, podem apresentar
diferentes formas, pelo que foi necessário escolher uma onda que obedeça a uma lei
matemática. A norma que se usa baseia-se em uma das funções trigonométricas
fundamentais, a saber, o seno de um ângulo. A curva senoidal é o gráfico do seno de
um ângulo (em geral expresso em radianos) traçada em função do ângulo; qualquer
onda dessa forma é denominada de senoidal, senóide.
A curva senoidal
Qualquer livro de tabelas matemáticas inclui os valores dos senos naturais
para ângulos até 90o. Uma calculadora científica, mesmo as mais simples, dá
diretamente o valor do seno de um ângulo até com 9 casas decimais; esses
valores podem ser empregados para traçar a curva. Na ausência de tabelas e
calculadoras ainda poderemos traçar uma curva aproximada se
memorizarmos os seguintes valores: sen 0o = 0; sen 30o = 0,50; sen 60o =
0,86 e sen 90o = 1.
Todavia, será bem mais instrutivo nesta etapa inicial desenvolver a curva
senoidal mais simples, dada pela função y = sen , através da técnica
indicada na ilustração abaixo, onde se usa da idéia de 'raio girante':
E = B.L.v
Essa expressão pode ser usada para a f.e.m. instantânea (e) induzida no
nosso condutor móvel (x), simplesmente substituindo-se v por Vsen :
e = B.L.V.sen
e = Emáx.sen
e = Emáx.sen t
Valor médio
Na ilustração a seguir, parte da figura anterior, destacamos que o ponto P,
projeção do condutor sobre o diâmetro AC, move-se com velocidade variável
v . Se você examinar bem a geometria da figura e notar que o eixo AC está
orientado positivamente de C para A, perceberá que devemos ter v = -
V.sen, com o condutor na posição da ilustração. Mas, vamos por outro
caminho:
O tempo necessário para que esse ponto P percorra o diâmetro de A para C é
igual ao tempo que o condutor necessita para percorrer a semicircunferência
ABC, com velocidade tangencial constante V. Porém, o diâmetro AC em
questão vale somente 2/ da semicircunferência, pelo que o valor de v é, em
média, somente 2/ do valor de V [veja o destaque Importante acima].
Aplicando-se isso para a f.e.m. teremos:
v2 + u2 = V2 = constante
2 x valor médio de v2 = V2
2 2
valor médio de v = V /2 ... <=== a raiz quadrada disso será o rms!
Fator de forma
Define-se como fator de forma a razão entre o valor quadrático médio (rms) e
o valor médio de uma grandeza alternada; para a f.e.m., teremos, portanto:
Fator de pico
Define-se como fator de pico a razão entre o valor máximo e o valor
quadrático médio (rms) de uma grandeza alternada; para a f.e.m., teremos,
portanto:
Como já mencionamos, o valor médio de sen 2 é 1/2 = 0,5, que também está
indicado na figura acima. Pode-se observar claramente que a curva sen 2
(preenchida para dar destaque) é simétrica em relação ao seu valor médio e
que flutua em torno desse valor médio com o dobro da freqüência da curva
original sen , sendo também uma senóide (*); além disso, repare que se
'cortarmos' suas cristas, essas partes preencherão perfeitamente seus vales.
A primeira f.e.m. que passa por seu valor 'zero' ou seu valor 'máximo' se diz
que está adiantada ou que está adiante da outra (caso da E 1,no exemplo
ilustrado acima), a qual, por sua vez se diz que está atrasada ou que está
atrás em relação à primeira; na ilustração, E1 está 30o adiante de E2, ou E2
está 30o atrás de E1.
Existe, sim, o perigo de confundir-se, porque à primeira vista parece que E 2
está adiante de E1, olhando da esquerda para a direita. Todavia, não são as
curvas que se movem, nós (observadores) é que devemos, imaginariamente,
percorrer a linha de base da esquerda para a direita e observar os eventos
que têm lugar.
Como podemos observar na ilustração acima, onde usamos a letra 'y' para
representar as f.e.m.(s) e 'x' para representar o ângulo , as curvas são
gráficos das seguintes equações:
O sinal "-" indica que a segunda f.e.m. está atrás da primeira. A curva da
f.e.m. resultante E pode ser obtida somando-se algebricamente as ordenadas
das curvas que se superpõem (componentes). A seguir, seu valor máximo
pode ser medido e seu valor quadrático médio (rms) pode ser calculado; além
disso, sua relação de fase com qualquer das componentes pode ser lido ao
longo da linha de base.
Esse processo acima descrito é demorado e tedioso; seria interessante
procurar uma técnica mais rápida e simples para resolver tais questões ---
felizmente tal método existe! E tem um nome pomposo: vetores girantes de
Fresnel, por vezes simplificado, simplesmente, para fasores.
t é o tempo em segundos,
onde
f é a freqüência em hertz.
O valor de pico-a-pico de uma tensão alternada é definida como a diferença entre seu
pico positivo e seu pico negativo. Desde o valor máximo de seno (x) que é +1 e o valor
mínimo que é -1, uma tensão CA oscila entre + A e − A. A tensão de pico-a-pico, escrita
como VP-P, é, portanto (+A) − (−A) = 2 × A.
Geralmente a tensão CA é dada quase sempre em seu valor eficaz, que é o valor
quadrático médio desse sinal elétrico (em inglês é chamado de root mean square, ou
rms), sendo escrita como Vef (ou Vrms). Para uma tensão senoidal:
Vef é útil no cálculo da potência consumida por uma carga. Se a tensão CC de VCC
transfere certa potência P para a carga dada, então uma tensão CA de Vef irá entregar a
mesma potência média P para a mesma carga se Vef = VCC. Por este motivo, rms é o
modo normal de medição de tensão em sistemas de potência.
Para ilustrar estes conceitos, considere a tensão de 220 V CA usada em alguns estados
brasileiros. Ela é assim chamada porque seu valor eficaz (rms) é, em condições normais,
de 220 V. Isto quer dizer que ela tem o mesmo efeito joule, para uma carga resistiva,
que uma tensão de 220V CC. Para encontrar a tensão de pico (amplitude), podemos
modificar a equação acima para:
Para 220 V CA, a tensão de pico VP ou A é, portanto, 220 V × √2 = 311 V (aprox.). O
valor de pico-a-pico VP-P de 220V CA é ainda mais alta: 2 × 220 V × √2 = 622V (aprox.)
Note que para tensões não senoidais, temos diferentes relações entre seu pico de
magnitude valor eficaz. Isso é de fundamental importância ao se trabalhar com
elementos do circuito não lineares que produzem correntes harmônicas, como
retificadores.
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_alternada
http://www.feiradeciencias.com.br/sala14/14_T03.asp
http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/acustica/fase/fase.html