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Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região - 1º Grau

PJe - Processo Judicial Eletrônico


Consulta Processual

03/04/2017
Número: 0001008-57.2016.5.05.0011
Data Autuação: 25/08/2016
Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO
Valor da causa: R$ 60.000,00
Partes
Tipo Nome
RECLAMANTE MAISA FONTES SANTANA
ADVOGADO GABRIELLE SANTOS DE ANDRADE - OAB: BA34903
RECLAMADO ATENTO BRASIL S/A
ADVOGADO FABIANA GALDINO COTIAS - OAB: BA22164
RECLAMADO BANCO ITAUCARD S.A.
ADVOGADO ANTONIO BRAZ DA SILVA - OAB: AL8736A
Documentos
Id. Data de Juntada Documento Tipo
c1cf7 03/04/2017 17:26 Recurso Ordinario Recurso Ordinário
58
16cf3 03/04/2017 17:26 Comprovante GFIP Comprovante de Depósito Recursal
8f
3322a 03/04/2017 17:26 comprovante GRU Comprovante de Recolhimento de Custas
3a - GRU
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ(A) DA 11ª VARA DO TRABALHO DE
SALVADOR - BAHIA.

Processo nº: 0001008-57.2016.5.05.0011RTOrd

ATENTO BRASIL S/A, por seus advogados infrafirmados, nos autos da reclamação que lhe
move MAISA FONTES SANTANA, por seus advogados infrafirmados vem, a Vossa Excelência, interpor
RECURSO ORDINÁRIO, requerendo que, cumpridas as formalidades de estilo, sejam as anexas razões
alçadas à Superior Instância, para que delas conheça uma de suas Turmas, proferindo decisão.

Pede recebimento e acesso.

Salvador, 03 de Abril de 2017.

FABIANA GALDINO

OAB/BA 22.164

TATIANNE MARCIA VALENTINO SILVEIRA

OAB/SE 449-B

NATALIE FALCAO MACEDO LIMA

OAB/BA 48-495

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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO

RECORRENTE: ATENTO BRASIL S/A

RECORRIDO: MAISA FONTES SANTANA


PROCESSO: 0001008-57.2016.5.05.0011 RTOrd

RAZÕES DE RECORRENTE

Egrégia Turma,

Eméritos Julgadores,

Não obstante o inegável preparo e apuro técnico do ínclito magistrado de primeira instância,
insurge-se a Recorrente contra sentença de piso que julgou a Reclamação Trabalhista em referência
parcialmente procedente.

Ocorre que, a decisão em combate merece ser reformada, consoante se depreenderá da


argumentação fática e legal a seguir exposta.

I – PRELIMINARMENTE

I.1 – DO PREPARO

O Recurso encontra-se com o seu preparo feito integralmente e tempestivo, conforme se


depreende das anexas guias de pagamento de custas processuais e recolhimento de depósito recursal.

I.2 – TEMPESTIVIDADE

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Intimada da decisão que julgou procedente em parte a presente Reclamação Trabalhista
mediante sua divulgação no Diário Oficial em 24/03/2017 (sexta-feira), de acordo com a Resolução
Administrativa TRT 5º Nº 33/2007, tem-se que a publicação ocorreu em 27/03/2017 (segunda-feira), Assim
iniciou-se a contagem do prazo recursal em 28/03/2017 (terça-feira).

Assim dispõe a supracitada Resolução Administrativa:

Art. 3º Declarar que o primeiro dia útil seguinte ao da divulgação da


informação no Diário da Justiça do Trabalho da 5ª Região eletrônico será
considerado como data da publicação.

§ 1º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao


considerado como data da publicação.

Nessa senda, tem a Recorrente até o dia 04/04/2017 (terça-feira), para interposição da
presente irresignação.

Logo, interposto neste lapso temporal, inquestionável é a tempestividade do apelo.

I.3 – DA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL

Declaramos, sob as penas do artigo 34, inciso V, da Lei 8906/94, que os advogados abaixo
indicados elaboraram em conjunto a presente petição, sendo que sua transmissão se dá com o uso de uma
única assinatura eletrônica, em razão da limitação técnica imposta pelo artigo 2º da Lei 11.419/2006, que
impede a certificação digital em conjunto.

Na oportunidade, requer a juntada dos instrumentos de representação em anexo para que


produzam seus efeitos legais.

I.4 - DO SOBRESTAMENTO.

I.4.1 – DA NECESSIDADE DE SOBRESTAMENTO DO PROCESSO EM RAZÃO DE


DECISÃO PROFERIDA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (ARE)
713211, CUJA REPERCUSSÃO GERAL FOI RECONHECIDA PELO PLENÁRIO VIRTUAL
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

De acordo com a decisão proferida pelo Augusto STF, no sentido de determinar o


sobrestamento de todos os processos em que se discute o conceito de atividade-fim, o que nos remete à
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declaração de licitude ou não da terceirização de mão de obra. A matéria aqui discutida motivou o
reconhecimento de repercussão geral uma vez que compreender o conceito de atividade fim é matéria de
índole Constitucional que afeta diretamente o quanto esculpido no art. 5º, inciso II da CF/88.

Desta forma, considerando a necessidade premente de discussão da matéria, necessidade


esta reconhecida pelo próprio STF, não há duvidas acera da necessidade de sobrestamento do feito até que
a Suprema Corte se posicione acerca do tema.

Abaixo, segue a reprodução exata da Decisão proferida pelo Ministro Luiz Fux:

Repercussão geral: STF discutirá conceito de atividade-fim em casos


de terceirização
A fixação de parâmetros para a identificação do que representa a
atividade-fim de um empreendimento, do ponto de vista da possibilidade de
terceirização, é o tema discutido no Recurso Extraordinário com Agravo
(ARE) 713211, que teve repercussão geral reconhecida pelo Plenário Virtual
do Supremo Tribunal Federal. O relator da matéria, ministro Luiz Fux,
ressaltou que existem milhares de contratos de terceirização de mão de
obra nos quais subsistem dúvidas quanto a sua licitude, tornando
necessária a discussão do tema.
No ARE 713211, a Celulose Nipo Brasileira S/A (Cenibra) questiona decisão
da Justiça do Trabalho que, em ação civil pública movida pelo Ministério
Público do Trabalho e pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
Extrativas de Guanhães e Região, foi condenada a se abster de contratar
terceiros para sua atividade-fim.
A ação civil teve origem em denúncia formalizada em 2001 pelo Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias da Extração de Madeira e Lenha de
Capelinha e Minas Novas relatando a precarização das condições de
trabalho no manejo florestal do eucalipto para a produção de celulose.
Fiscalização do Ministério do Trabalho em unidades da Cenibra no interior
de Minas Gerais constatou a existência de contratos de prestação de
serviços para as necessidades de manejo florestal (produção de eucalipto
para extração de celulose). Ao todo foram identificadas 11 empresas
terceirizadas para o plantio, corte e transporte de madeira, mobilizando mais
de 3.700 trabalhadores.
A condenação, imposta pela Justiça do Trabalho da 3ª Região (MG), foi
mantida em todas as instâncias da Justiça trabalhista. No recurso ao STF, a
empresa alega que não existe definição jurídica sobre o que sejam
exatamente, “atividade-meio” e “atividade-fim”. Sustenta ainda que tal
distinção é incompatível com o processo de produção moderno. Assim, a
proibição da terceirização, baseada apenas na jurisprudência trabalhista,
violaria o princípio da legalidade contido no inciso II do artigo 5° da
Constituição Federal.

Em sua manifestação, o ministro Luiz Fux observou que o tema em discussão – a delimitação
das hipóteses de terceirização diante do que se compreende por atividade-fim – é matéria de índole
constitucional, sob a ótica da liberdade de contratar. A existência de inúmeros processos sobre a matéria
poderia, segundo ele, “ensejar condenações expressivas por danos morais coletivos semelhantes àquela
verificada nestes autos”.

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O entendimento do relator pelo reconhecimento da repercussão geral do tema foi seguido, por
maioria, em deliberação no Plenário Virtual da Corte.

Desta forma, requer seja determinado o sobrestamento do presente feito até que o STF se
pronuncie sobre a matéria.

II - MÉRITO RECURSAL

II.1.1 - DA AUSÊNCIA DE VÍNCULO COM O BANCO ITAUCARD S/A.

A sentença, neste mérito, merece ser reformada, eis que reconheceu vinculo com a 2ª
Reclamada.

Ocorre que, em verdade a parte Autora foi contratada pela empresa ATENTO BRASIL S/A
para prestar serviços de “call center”, sendo esta a atividade-fim da ora contestante. O 2º Reclamado
(ITAUCARD) jamais exigiu da Autora a prestação de quaisquer serviços, jamais lhe supervisionou ou deu
ordens, jamais controlou seus horários, jamais lhe concedeu benefícios, inexistindo qualquer dependência
econômica, pessoalidade, subordinação pessoal ou estrutural da Reclamante para com o 2º Reclamado.

Vale ressaltar ainda que a parte obreira em momento algum desempenhou suas atividades
nas dependências do 2º Reclamado. Certo é que a Reclamante cumpria seu labor diário nas
dependências da 1ª Reclamada (Atento Brasil S/A) através do site desta, a qual direcionava,
organizava e supervisionava diretamente o labor da Reclamante.

Nesse segmento, os equipamentos de trabalho e de utilização pessoal são fornecidos


pela 1ª Reclamada, razão pela qual não há o que se falar em subordinação estrutural.

Sendo assim, não há como vislumbrar qualquer tipo de pessoalidade e/ou subordinação,
principalmente de natureza estrutural, no serviço prestado pela Reclamante em relação ao 2º Reclamado.

Inexiste ainda qualquer exigência do 2º Reclamado no sentido de que os serviços fossem


executados por determinados empregados da primeira Reclamada, não ocorrendo, como já dito, o requisito
da pessoalidade. No mesmo sentido, registre-se que a seleção dos funcionários e suas respectivas
remunerações são de responsabilidade exclusiva da ATENTO BRASIL S.A.

Seguindo o entendimento esposado, certo é que inexiste qualquer óbice legal à existência
de empresas prestadoras de serviços, que nos termos do que preceitua a Instrução Normativa GM/MTb nº
07, de 21.02.90, é conceituada como:

[...] Considera-se empresa de prestação de serviços a terceiros a pessoa


jurídica de direito privado, de natureza comercial, legalmente constituída,
que se destina a realizar determinado serviço a outra empresa fora do
âmbito das atividades essenciais e normais para que se constitui esta última
[...]
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Assim, o tomador de serviços pode ainda ter certa ingerência sobre o trabalho que lhe é
ofertado, sendo permitido, por óbvio, a fiscalização do cumprimento do quanto pactuado, assim como
determinar a forma como quer que seja direcionado o serviço junto à empresa contratada e não
diretamente aos seus empregados.

É válido registrar, ainda, que os prepostos da 2º Reclamada não têm o poder de dar
suspensões ou advertências aos funcionários da 1ª Reclamada, restando clarividente a autonomia e
desvinculação de qualquer natureza.

Não obstante tudo quanto esposado alhures, torna evidente que a Recorrida não se
enquadra na disposição do artigo 3º Consolidado, para fins de ser considerada como empregada direta da
2ª Reclamada.

II.1.2 - DA LEGALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO

Coadunando a tese em exposição, insta asseverar que entre as Reclamadas nunca


existiu contrato de fornecimento de mão-de-obra, mas sim de prestação de serviços, o que afasta,
inclusive, a legalidade da aplicação da Súmula 331, I, do TST, posto que não se trata, a 1ª
Reclamada, de mera empresa interposta.

Neste sentido preleciona o Prof. Maurício Godinho Delgado, em seu Curso de Direito do
Trabalho (LTR – setembro/2002 – fls. 468/469), que a responsabilização do tomador de serviços é possível
quando haja:

[...] contratos de empreitada ou prestação de serviços entre


duas empresas, em que a dona da obra (ou tomadora de
serviços) necessariamente tenha de realizar tais
empreendimentos, mesmo que estes assumam caráter
infra-estrutural e de mero apoio à sua dinâmica normal de
funcionamento. (...) A responsabilização do dono da obra ou
tomador de serviços, em tais casos, derivaria de três aspectos
normativos apreendidos na ordem justrabalhista: em primeiro
lugar, a importância (e efeitos) da noção de risco empresarial,
no Direito do Trabalho; em segundo lugar, a assimilação
justrabalhista do conceito civilista de abuso de direito;
finalmente, em terceiro lugar, as repercussões do critério de
hierarquia normativa imperante no universo do Direito, em
especial no Direito do Trabalho.

Logo, não há falar-se em fraude na terceirização dos serviços prestados pela Recorrida na
primeira Reclamada, restando ainda patente a ilegitimidade do 2º Reclamado para figurar nesta ação.

Os serviços prestados NÃO se inserem no conceito de atividade bancária que é


serviço especializado, o qual envolve manuseio de dinheiro, captação de recursos financeiros e
alocação em linhas de crédito (transações e movimentações de contas bancárias dos clientes),
autenticação de documentos, empréstimos, abertura e fechamento de conta bancária, dentre outras.

Ou seja, atividades inerentes a obtenção de lucro e operações financeiras.

Com isso, não basta trabalhar dentro das dependências de um banco para tornar-se
bancário, é necessário que o trabalho efetivamente envolva atividades típicas da categoria.
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Diante do conceito de atividade bancária trazido linhas acima é impensável que um mero
teleoperador, sem qualquer qualificação técnica para exercer as atividades inerentes aos bancários de
verdade, seja a eles comparados. O labor da parte Autora, como já mencionado, estava circunscrito à mera
reprodução de informações sistêmicas.

No caso dos autos, nem nas dependências do banco a Reclamante laborava, nem mesmo
praticava atividades inerentes à categoria de bancário, restando patente a improcedência do pleito. Pelo
contrario, a Recorrida exercia a função de teleoperadora como OPERADOR SAC I, registrando elogios e
reclamações dos clientes do 2º Reclamado.

Sendo assim, faz-se mister elucidar que o simples oferecimento dos serviços,
propostas de emissão de cartões administrados e/ou de propriedade do ITAUCARD, solicitações de
cartões, dentre outros, não podem ser consideradas atividade-fim do banco, eis que conforme
exposto são, em realidade, OFERECIMENTOS e PROPOSTAS dos serviços elaborados pelo BANCO
ITAUCARD, ou operações limitadas e pré-estabelecidas pelo sistema, cuja análise do Teleoperador
apenas consistia no cumprimento dos requisitos básicos e já estabelecidos do cliente para que lhe
fosse ofertada determinada proposta, produto ou serviço.

Neste ínterim, transcrevemos o objeto do ajuste entre a ATENTO e o BANCO ITAUCARD:

OBJETO – 1.1 Constitui objeto do presente Contrato a prestação, pela


CONTRATADA dos serviços de oferecimento, recepção e encaminhamento
(“SERVIÇOS”) para pessoas físicas e/ou jurídicas de: a) propostas de
emissão de cartões administrados e/ou de propriedade do ITAUCARD,
doravante denominados “PROPOSTAS” e b) solicitação de cartões de
crédito adicionais e/ou outros produtos vinculados aos cartões de crédito,
doravante denominados de “OUTROS PRODUTOS”.

Não obstante o até então explicitado, verifique, Nobre Julgador, que em nenhum
momento a Recorridainterfere nas elaborações/inteligência das atividades bancárias, eis que os
empregados da empresa Recorrente só poderiam oferecer produtos que tivessem aprovados pelo
sistema.

Nesse jaez, reafirma-se que meras atividades teleoperacionais, limitadas a um sistema com
aprovações prévias, não podem ser consideradas atividade-fim, eis que não se pode limitar a atividade-fim
de uma instituição bancária à simples operação de clicar botões no site do banco, o qual é elaborado por
profissionais que se especializaram para analisar riscos das atividades bancárias.

Seu conhecimento das rotinas bancárias, da expertise que envolve tais atividades é
simplesmente nulo. Dar ao teleoperador o status de bancário é absurdo, eis que não possui as qualificações
para tanto. Sendo, tão somente, um profissional que reproduz para o cliente as determinações do sistema.

No Brasil, o Código Brasileiro de Ocupações (CBO), versão 2.2.3 e em vigor no país,


agrupa e classifica as ocupações de teleatendimento sob o termo “Operadores de telemarketing” com a
seguinte descrição de atividade:
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Descrição sumária: Atendem usuários, oferecem serviços e produtos,
prestam serviços técnicos especializados, realizam pesquisas, fazem
serviços de cobrança e cadastramento de clientes, sempre via
teleatendimento [...]

Portanto, a autorização de operações, retenção de clientes, aumento de limites,


parcelamento de faturas e fixação de taxas de juros, completamente em atenção a critérios objetivos
já fixados e delimitados pelo sistema operado nos teleatendimentos não podem culminar no
enquadramento da Recorrida como bancária.

Ademais, não há que se cogitar a possibilidade da Recorrida, no exercício de suas


atribuições como teleoperadora, adentrar na esfera de competência daqueles que atuam como
bancário/financiário.

Nada mais absurdo!

Oportuno, trazer à baila entendimento do Juiz da 36ª Vara do Trabalho de Salvador acerca
da ausência de vínculo na relação laboral da parte autora para com os serviços prestados através de call
center ao mesmo Banco ITAUCARD S/A, 2ª Reclamada in casu:

Esclareça-se de partida que a terceirização, como se sabe, é o fenômeno


pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da relação
justrabalhista que lhe seria correspondente, sendo que a ordem jurídica
laboral, em razão dos princípios que lhe são inerentes, tende a repelir a
referida forma de contratação, enquadrando-a como excetiva no que diz
respeito às formas de pactuação da força de trabalho. A Súmula n. 331 do
TST, editada com vistas a uniformizar o entendimento jurisprudencial
da alta corte trabalhista em relação ao tema, preconiza em linhas
gerais que a validade da contratação de trabalhadores sob na forma do
modelo terceirizante pressupõe a inexistência de fraude, trazendo
como consequência jurídica da contratação fraudulenta a formação do
vínculo direto com o tomador. In verbis:

"CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova


redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011,
DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I - A contratação de trabalhadores
por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o
tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019,
de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante
empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação
de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e
limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio
do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços
quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes
integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a
sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações
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trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI - A
responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as
verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação
laboral."

Assim, não obstante seja amplamente admitida no plano doutrinário e


jurisprudencial, requer a observância de algumas premissas, a saber: os
serviços prestados devem estar ligados à atividade-meio do tomador;
não deve existir entre o tomador e o prestador de serviços os
elementos subordinação e pessoalidade.
No caso dos autos, o que se observa é que a atividade desempenhada
pela acionante, qual seja, o atendimento de clientes da segunda
reclamada por meio de contato telefônico em sistema de Call Center,
encontra-se perfeitamente localizada no âmbito da sua atividade-meio.
Com efeito, não prospera ao acolhimento da tese obreira o simples fato de
já haver possuído o tomador central própria de call center. Fato é que antes
do incremento da terceirização, também, outrora, eram funcionários
próprios de bancos os vigilantes e agentes de limpeza.
Expandindo a reclamada seus negócios, nada de anormal ou ilícito se
verifica na circunstância de terceirizar serviço de call center que antes
prestava por conta própria.Verificada a acessoriedade das tarefas, que se
davam mediante simples cliques em sistema de computador, para
atendimento de demandas de clientes, não há falar-se em fraude
contratual ou desvirtuamento de terceirização de atividade-meio.
(Grifos e negritos aditados) (TRT5– PROCESSO nº. 0001160
64.2015.5.05.0036. Juiz(a) do Trabalho Substituto(a): VIVIANE CHRISTINE
MARTINS FERREIRA HABIB. 36ª VT de Salvador.)

Outrossim, segue no mesmo sentido a atual e mais balizada jurisprudência deste TRT5,
onde há manifestação absolutamente favorável a licitude do contrato de prestação de serviços firmado entre
a Reclamada – ATENTO - e o BANCO ITAUCARD, por conseguinte, indeferindo o pleito da parte
Reclamante, qual seja, configuração de vínculo empregatício com a instituição financeira, como se
demonstra a seguir:

2.2. Reconhecimento de Vínculo Direto - ITAUCARD - Nulidade da


Relação - ATENTO: (...) Apesar disso, a investigação probatória conduziu a
conclusão totalmente contrária, tanto o depoimento da Reclamante, quanto
aqueles que foram prestados pelas testemunhas, são unânimes no sentido
de dizer que o trabalho prestado pela Autora, em que pese tenha relação
direta com a atividade-fim do Acionado ITAUCARD, com ele não se
confunde. É que o papel da Reclamante era muito mais de coadjuvante.
Na verdade, o trabalho da Reclamante era muito mais de vendas do
que de prestação de algum tipo de serviço. Por tudo isso, entende este
Juízo que a pretensão da Autora, ora em exame, não pode ser atendida
. Como consequência disso, indefere-se o pedido de reconhecimento de
relação de que sejam aplicadas as disposição contidas nos dispositivos
legais exclusivos dos bancários. (g.n)
(TRT 5 – PROCESSO Nº 0000971-49.2015.5.05.0016. Juiz(a) do Trabalho
Titular: PAULO CESAR TEMPORAL SOARES. 16ª VT DE SALVADOR)

Na oportunidade, é válido transcrever as reflexões acerca da matéria, que tão bem


enquadra as atividades dos operadores de Telemarketing quando prestam serviços para instituições
financeiras.

RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM O PRIMEIRO


RECLAMADO. ENQUADRAMENTO DA AUTORA COMO BANCÁRIA.
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(..) Pois bem; a configuração do vínculo empregatício demanda a
comprovação dos requisitos do art. 3º da CLT, a saber: a prestação de
serviços por pessoa física, com pessoalidade, onerosidade,
subordinação, de forma não eventual e por conta alheia, em uma
relação, como regra, bilateral.
No entanto, a ordem jurídica não veda a possibilidade de contratação de
serviços entre empresas, denominada terceirização, mediante relação
trilateral, em que a figura do tomador direto dos serviços do trabalhador se
dissocia da relação jurídica estabelecida entre o trabalhador e a empresa
prestadora de serviços. Veda-se, entretanto, a mera intermediação de
mão de obra, salvo no caso de trabalho temporário (Lei 6.019 de 1974)
e de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, na
forma da Súmula 331 do C.TST.
No caso, as atividades exercidas pela autora apenas tangencialmente
se atrelam à atividade tipicamente bancária do primeiro reclamado,
pois, conforme revelou a prova oral produzida, a reclamante apenas
atuava resolvendo problemas relacionados com o objeto do contrato
de consumo, que é a prestação de serviços creditícios.
A própria reclamante confessou que "todas as atividades realizadas
pela depoente estavam parametrizadas no sistema; depoente só
poderia realizar as atividades de aumento, redução de limites se o
sistema liberasse; (...) todas as atividades da depoente eram
relacionadas ao cartão de crédito".
Destaco que os depoimentos colhidos não deixam dúvidas de que a parte
autora trabalhava no processamento, em atividade sistêmica, ou seja,
enquadrando uma solicitação de algum cliente no respectivo campo do
sistema de informática, não tendo laborado dentro do posto do
primeiro réu, na compensação ou caixa, e tampouco se reportando a
empregados deste, mas sim ao supervisor da segunda ré.
De fato, a prova colhida na instrução processual não retrata a alegada
contração fraudulenta de mão-de-obra através de firma interposta. Isso
porque as atividades de telemarketing, voltadas primordialmente para
a prestação de informações e esclarecimentos a clientes acerca de
movimentações com cartões de crédito, não se enquadram como
tipicamente bancárias.
Ressalto que a Resolução 3110/93 do Banco Central do Brasil permite que
os Bancos Múltiplos, caso do segundo réu, contratem empresas para
exerceram as funções de recepção e encaminhamento de propostas de
emissão de cartões de crédito.
Outrossim, não há prova alguma nos autos de pessoalidade e
subordinação da reclamante ao banco reclamado. Com efeito, a
própria reclamante confessou que "; depoente era subordinada aos
supervisores da Atento, por último, sra Ana Paula; que não se recorda
se era possível o cliente usar outros
sistemas como URA ou internet , para realizar as atividade".
Nesse contexto, não há que se cogitar de ilicitude na terceirização de
serviços promovida pelos reclamados, menos ainda dos requisitos
configuradores do vínculo empregatício, previstos no art. 3º da CLT.
Por todo o exposto, indefiro os pleitos de reconhecimento da nulidade
do vínculo empregatício com a segunda reclamada e consequente
reconhecimento de vínculo empregatício com o primeiro réu.Por
conseguinte, ficam indeferidos os pleitos constantes dos itens "c", "d", "o",
"p", "q" e "t" do rol de pedidos da inicial, salvo em relação à
responsabilidade subsidiária do segundo réu, que será apreciada
oportunamente. Ressalto que não há falar em tratamento isonômico, pois a
reclamante não exercia atividade bancária. (g.n)
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(TRT 5. PROCESSO Nº 0001009-34.2015.5.05.0025. Juíza do
Trabalho Substituta: MARIELLA DE OLIVEIRA GARZIERA. 25ª
VT DE SALVADOR)

Mais ainda, acerca do intento do obreiro de ver configurados os requisitos inscritos no art. 3º
da CLT, importa tecer algumas considerações quanto a matéria.

Certo é que não está presente na relação jurídica existente entre a Recorrida e o
Banco ITAUCARD S/A quaisquer dos pressupostos caracterizados do vínculo empregatício, no
período em que era empregada da ATENTO.

Pois bem.

Os eminentes juristas Orlando Gomes e Eldon Gottschalk, em sua obra


“Curso de Direito do Trabalho”, 16ª edição, Forense, 2002, página 70, estabelecem
exatamente os requisitos da relação de emprego:

A prestação do trabalho pressupõe a sati sfação de um conjunto de


requisitos indispensáveis à sua configuração jurídica. Tais requisitos podem
ser enumerados:

a)- a pessoalidade.
b)- a onerosidade.
c)- a continuidade.
d)- a exclusividade.
e)- a subordinação.

E, prelecionando acerca da caracterização do contrato de trabalho, elencam


seus pressupostos:

a)- dependência hierárquica;


b)- dependência econômica;
c)- dependência técnica;
d)- dependência social.
(Op. cit., p.188)

A Recorrida estava subordinada aos empregados, supervisores e a gestão da ATENTO, ora


Recorrente. Não havia subordinação nem pessoalidade para com empregados do Banco ITAUCARD S/A,
sendo ainda certo que não existe qualquer tipo de gestão da 2ª Reclamada para com os empregados da
ATENTO, sendo este mero cliente e a ATENTO prestadora de serviços, cabendo-lhe apenas fiscalizar o fiel
cumprimento do quanto contratado sem interferência na consecução das atividades pelos teleoperadores.

Também aqui não há que se falar em subordinação estrutural, pois, ao


adotar-se o difuso e etéreo conceito de “subordinação estrutural” será possível o
reconhecimento de vínculo de emprego em qualquer situação fática submetida a esta
Justiça Especializada, simplesmente porque não há, no mundo real das relações
econômicas, qualquer atividade que se entrelace ou se encadeie com o objetivo de
qualquer empreendimento produtivo ou empresarial.
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Nosso ordenamento jurídico autoriza a terceirização de atividades bancárias na forma de
correspondente não bancário, o que no caso em questão se dava através do Call Center, à titulo de
exemplo, cita-se a sentença do processo nº 0000364-05.2016.5.05.0015, onde o MM. Juízo afirma que: “
preciso registrar que a terceirização é modalidade lícita de contratação quando os serviços
prestados não são essenciais à dinâmica da empresa tomadora e beneficiária do trabalho, mas se
relacionam a atividades consideradas secundárias ou de suporte desta última”.

Para fins de aferir a existência de relação de emprego ainda prevalece a


clássica noção de subordinação, na sua tríplice vertente: jurídica, técnica e econômica. Ao
largo dessa clássica subordinação, nada mais existe a não ser puro devaneio acadêmico,
máxime na realidade contemporânea onde a tendência irrefreável é o trabalho livre e
competitivo.

Inclusive tem sido este o entendimento jurisprudencial, in verbis:

RELAÇÃO DE EMPREGO - INEXISTÊNCIA. Não se


reconhece a existência do alegado vínculo de emprego, se
ausentes seus elementos constitutivos essenciais,
sobretudo a subordinação jurídica . (Processo
0000901-31.2011.5.05.0191 RecOrd, ac. nº 129618/2013,
Relatora Desembargadora IVANA MÉRCIA NILO DE
MAGALDI, 1ª. TURMA, DJ 24/01/2013. (Grifos e negritos
aditados)

RELAÇÃO DE EMPREGO - NÃO CONFIGURAÇÃO.


Considera-se inexistente a relação de emprego, se das
condições reais emergentes da relação jurídica entre as
partes não transparece a existência dos elementos
constitutivos essenciais para sua caracterização,
notadamente a subordinação jurídica. (Processo
0029500-37.2005.5.05.0531 RO, ac. nº 001913/2009, Relatora
Desembargadora IVANA MÉRCIA NILO DE MAGALDI, 1ª.
TURMA, DJ 06/03/2009) (Grifos e negritos aditados)

VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. Resulta


concluir pela impossibilidade da existência de liame
empregatício se não restarem caracterizadas a pessoalidade, a
subordinação e a onerosidade, requisitos definidos em lei (art.
3º da CLT), que devem coexistir para perfectibilizar a relação
de emprego.” (TRT/SC – RO-V-006405/99 – Ac. 2577/00 –
publ. DJ/SC 22.03.2000 – Rel Juiz Idemar Antônio Martini)

TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. RELAÇÃO DE EMPREGO. O contrato


de prestação de serviços licitamente firmado afasta a possibilidade de
reconhecimento de vínculo de emprego direto entre a tomadora e o
trabalhador terceirizado. Processo 01206-2006-006-05-00-1 RO, ac. nº
007441/2008, Relatora Juiza Convocada CRISTINA MARIA OLIVEIRA DE
AZEVEDO, 3ª. TURMA, DJ 16/04/2008.

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Portanto, não há o que se falar em ilicitude na terceirização.

Nosso ordenamento jurídico autoriza a terceirização de atividades bancárias na forma de


correspondente não bancário, o que no caso em questão se dava através do Call Center.

O Conselho Monetário Nacional, com fulcro na Lei nº 4.595/1964, arts. 3º, inciso V, 4º,
incisos VI e VIII, 17 e 18, §1º e na Lei nº 4.728/1965 - ambas recebidas pela nova ordem constitucional
como leis complementares, a teor do disposto nos arts. 173 e 22, incisos VI e VII, da Carta de 1988 -
autorizou a contratação pelas instituições financeiras de empresas integrantes ou não do Sistema
Financeiro Nacional para a prestação dos seguintes serviços (correspondentes bancários e não bancários)
previstos na Resolução 3.110/10 do Banco Central do Brasil, esta alterada pela Resolução nº. 3.954/2011.

Portanto, o desempenho de qualquer das atribuições citadas ou destas assemelhadas não


torna a Recorrida bancária. É evidente que o serviço de call center não se insere nas atividades próprias
de um Banco, o que por si só já inviabiliza o reconhecimento do pretendido vínculo e a aplicação das
convenções coletivas dessa categoria de trabalhadores.

Ademais, como o próprio art. 5º da Resolução 3.110/10 do BANCO CENTRAL DO BRASIL


dispõe, com fulcro no disposto pelo art. 44, § 7º, da Lei 4.595, é vedado a prestadoras de serviços de
correspondente bancário ou não bancário a praticar, por sua própria conta e ordem, operações privativas de
instituição financeira.

Portanto, como demonstrado por meio das resoluções transcritas acima, a terceirização de
alguns dos serviços bancários como os já citados é lícita, inexistindo violação a sumula 331 do TST, sendo
certo que considerar o contrário é que seria violar a citada Súmula.

Assim, uma vez autorizada pelo Banco Central do Brasil a contratação de empresa
terceirizada para a execução das atividades desempenhadas pela Recorrida, não pode agora ser
considerada ilegal ou fraudulenta para o fim de se descaracterizar o contrato de emprego celebrado com a
ATENTO BRASIL S/A.

Ademais, considerando o panorama moderno de utilização dos sistemas eletrônicos, da


rápida transferência de informações e dados, bem como as novas exigências do mercado, não se mostra
razoável exigir que todas as empresas do país criem e mantenham “Call Centers” ante a necessidade
ofertar seus serviços via telefone ou internet.

Os serviços de teleatendimento estão inseridos em várias atividades do mercado PRIVADO


E/OU PÚBLICO, tais como bancos, telefonia, serviços públicos (INSS, ANATEL, BACEN, Bancos Públicos,
etc.), ou seja, as atividades de teleatendimento estão a muito disseminadas e pulverizadas nas atividades
meio das empresas de diversos seguimentos do país, especializando-se.

Enfim, as atividades dos teleoperadores, ainda que relacionadas aos produtos oferecidos
pelo tomador em certos casos de terceirização, não podem ser consideradas como atividades-fins, sendo
que tornaram-se altamente especializadas para o cumprimento de atividade acessória decorrente de uma
exigência da vida moderna, ou seja, da necessidade de oferta de produtos e serviços via telefone ou
internet ante a agilidade da vida moderna gerada pelas novas tecnologias e hábitos de consumo.

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O que se tem, em verdade, é o exercício de atividades de apoio para a empresa, não
adentrando, o teleoperador, na esfera das atividades especializadas realizadas pelos
bancários/financiários, estas sim, adstritas unicamente às instituições bancárias.

Assim, não se vislumbra qualquer relação de emprego entre a Reclamante e a 2ª


Reclamada no período debatido, já que a relação entre as empresas (Atento Brasil S/A e Banco ITAUCARD
S/A) se trata de ajuste de natureza civil válido, lícito e não defeso em lei.

Ora Douto(a) Magistrado(a), resta incontroverso que, para que alguém seja considerado
bancário, essa pessoa deva exercer atividades específicas da categoria, tais como,
captação de recursos financeiros e alocação em linhas de crédito (transações e
movimentações de contas bancárias dos clientes), sendo certo que tais atividades não
eram exercidas pela autora.

Também, não se pode perder de vista que as Reclamadas não fazem parte de um mesmo
grupo econômico. Com efeito, uma não controla a outra, não possuindo sequer os mesmos donos, sendo,
em verdade, duas sociedades anônimas sem qualquer relação entre si, senão, apenas relacionam-se pelo
fato de a primeira Reclamada prestar serviços à segunda Reclamada.

Nesse jaez, encontra-se o julgado da 5ª Turma do Colendo Tribunal Superior do


Trabalho, cuja matéria discutida é análoga à presente, em que entende que toda e qualquer empresa,
inclusive a bancária, pode contratar serviços de call center, que não é serviço relacionado com
qualquer de suas atividades.

RECURSOS DE REVISTA INTERPOSTOS PELO BANCO BMG S.A. E


PELA ATENTO BRASIL. (TEMA COMUM)
ENTIDADE BANCÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO. SERVIÇOS DE CALL
CENTER. OPERADOR DE TELEMARKETING. LICITUDE. SÚMULA 331
DO TST. Nos termos da Resolução 3.110/2003 do Banco Central do Brasil,
as atividades desenvolvidas pelas empresas de Call Center (Operador
de Telemarketing)não podem ser consideradas atividade-meio, muito
menos atividade-fim de uma entidade bancária, nem inerentes às
atividades desta. Toda e qualquer empresa (comercial, bancária,
industrial, de serviços) pode contratar serviços de Call Center, que não
é serviço relacionado com qualquer de suas atividades. Recursos de
Revista de que se conhece em parte e a que se dá provimento. (TST - RR
nº. 0000183-43.2011.5.03.0012. 5ª Turma. Relator: Ministro João Batista
Brito Pereira. DeJT: 07/06/2013)

Não é outro o entendimento que se perpetua na Corte Superior desta Especializada,


consoante se depreende da leitura dos demais julgados a seguir expostos, os quais reiteram o
entendimento do C. TST:

ENTIDADE BANCÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO. SERVIÇOS DE CALL


CENTER. OPERADOR DE TELEMARKETING. SÚMULA 331 DO TST.
Nos termos da Resolução 3.110/2003 do Banco Central do Brasil, as
atividades desenvolvidas pelas empresas de call center (Operador de
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Telemarketing)não podem ser consideradas atividades-meio, muito menos
atividades-fim de uma entidade bancária, nem inerentes às atividades
desta. Toda e qualquer empresa (comercial, bancária, industrial, de
serviços) pode contratar serviços de call center, que não é serviço
relacionado com qualquer de suas atividades. [...] Recurso de Revista de
que se conhece em parte e a que se dá provimento. (TST – RR nº.
0000186-86.2011.5.03.0015. 5ª Turma. Relator: Ministro João Batista Brito
Pereira. DeJT: 28/06/2013)

No mesmo sentido vem se posicionando outras Turmas do C. TST, bem como outros
Tribunais Regionais do Trabalho, consolidando o entendimento que o serviço de call center é relacionado
à atividade-meio das entidades bancárias, considerando lícita a terceirização de empresas para a prestação
de tais serviços.

RECURSO DE REVISTA. TERCEIRIZAÇÃO. OPERADOR DE


TELEMARKETING. VÍNCULO DIRETO COM O TOMADOR DE SERVIÇOS
- HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S.A. IMPOSSIBILIDADE. Diante do
quadro fático descrito pela eg. Corte Regional, as atividades da
reclamante de tele-atendimento eram alheias à atividade bancária, pois
operava PA com headset, não manuseava numerário, não podia fazer
alterações de renda, estado civil e nome; não tinham acesso à conta
bancária do cliente, ao saldo ou ao extrato; bem como que era o
próprio sistema que indicava o valor do empréstimo pré-aprovado.
Assim, as referidas atividades eram voltadas para os serviços de apoio do
Banco Hipercard, não se amoldando ao núcleo da dinâmica empresarial do
tomador de serviços, configurando-se, pois, em mera atividade meio.
Acrescente-se que o eg. TRT não registrou a existência de nenhum dos
elementos configurados da relação empregatícia direta com o banco,
nos termos do art. 3º da CLT. Neste contexto, não há como reconhecer
a existência de fraude trabalhista (art. 9º da CLT). Assim, intacta a
Súmula nº 331/TST, que foi devidamente aplicada, especialmente os
seu item III, que estabelece que não forma vínculo de emprego com o
tomador a contratação de serviços especializados ligados à
atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a
subordinação direta. Precedentes. Recurso de revista não conhecido.
(TST – RR nº. 0001005-15.2011.5.06.0023. 6ª Turma. Relator: Ministro
Aloysio Corrêa da Veiga. DeJT: 07/06/2013)

TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA. RESPEITO ÀS NORMAS DO BANCO


CENTRAL. ENQUADRAMENTO COMO BANCÁRIA. INVIABILIDADE. A
autora foi admitida pela 1ª ré (GVI Promotora de Vendas e Serviços),
prestadora de serviços do 2º réu (Banco Fibra) para laborar como
atendente e operadora de crédito. Não se vislumbra, no caso, a alegada
terceirização ilícita da atividade-fim. Uma coisa é a atividade principal
relativa à "intermediação ou aplicação de recursos financeiros" (caso
em que autorizada a inferência no sentido da caracterização da
atividade de financeira), outra é a simples "intermediação no
encaminhamento de financiamento", a qual não atrai a incidência do
contido no art. 17, da Lei 4595/64. Tais atividades comportam definição
não como atividade bancária típica, mas, sim, como mera
intermediação de negócios, nos termos da Resolução nº 3.110, de
31/07/2003, do Banco Central. Também não se cogita de subordinação
direta ao segundo reclamado, pois nenhuma testemunha relatou ingerência
deste tipo, fazendo-se ausente, ainda, os demais elementos insculpidos no
art. 3º, da CLT, o que resulta inviável o reconhecimento do pretendido
vínculo direto. Com isso, face ao princípio da primazia da realidade,
inaplicáveis o art. 224, da CLT, e a Súmula 55, do C. TST. Recurso dos
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réus a que se dá provimento. (
TRT-PR-29318-2010-012-09-00-3-ACO-00852-2012 - 6A. TURMA Relator:
SUELI GIL EL-RAFIHI Publicado no DEJT em 18-01-2012.)

Tal serviço, que se insere em diversas modalidades de intermediação da comunicação com


clientes, sendo, de igual modo, aproveitado por empresas de outros ramos, como telefonias, lojas,
restaurantes, hospitais, transportadoras, o que o torna evidentemente distinto da oferta operações
financeiras, efetiva atividade-fim das empresas concessionárias bancárias.

Ad argumentandum, cabe ressaltar que o contrato de prestação de serviços firmado entre a


primeira e a segunda Reclamada ocorreu em total observância às normas legais e contratuais, motivo pelo
qual não há que se falar em responsabilidade da 2ª Reclamada quanto ao contrato de trabalho sub judice.

Por fim, é de se ter que a terceirização não se liga à atividade fim da 2ª Reclamada, eis que
se trata de instituição bancária, enquanto que as atividades de call center, prestadas pela Reclamante,
visam apenas tirar dúvidas, dar informações ou resolver problemas nas faturas dos clientes.

Resta evidenciado, portanto, que a atividade desenvolvida pela Acionante em favor do


Banco Itaú em nada se relaciona com a atividade fim deste, pelo que mostra-se complemente equivocada a
pretensão da Reclamante, no sentido de ver reconhecido o vínculo diretamente com a segunda Reclamada
ao argumento de que o contrato de terceirização seria nulo.

II.1.3 - DA INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 331 DO TST

Preceitua o artigo 485, inciso VI, do Código de Processo Civil, que a ação será extinta sem
a apreciação do mérito, quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade
jurídica do pedido, a legitimidade das partes e o interesse processual.

De tal forma, ao citar na inicial a Súmula nº 331 do Colendo TST, a fim de imaginar o
embasamento legal para o injusto pleito, a Reclamante, em verdade, expõe a impossibilidade jurídica para a
apreciação do pretendido na vestibular.

A responsabilidade subsidiária da empresa tomadora de serviços deriva do entendimento


consagrado na Súmula n. 331 do C. TST, na hipótese de inadimplemento das obrigações trabalhistas por
parte do efetivo empregador da Reclamante.

Destarte, data máxima vênia, não se pode condenar subsidiariamente a tomadora dos
serviços sem prévia previsão legal ou contratual, circunstância que é robustecida com o art. 5°, II da CF/88.

Na hipótese concreta, não há qualquer norma no ordenamento jurídico brasileiro que assim
determine. Tanto é verdade que a doutrina e a jurisprudência trabalhista excepcionam o poder normativo da
Justiça do Trabalho aos Dissídios coletivos (Inteligência do § 2° do art. 114 da Constituição da República).

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Dessa forma, restando claro que JAMAIS EXISTIU norma legal que autorizasse o
entendimento consubstanciado na Súmula nº 331 do Colendo TST, vemos flagrantemente ofendida a
garantia inserida no art. 5º, II, da Constituição Federal.

Portanto, impõe-se preliminarmente requerer que não seja a Súmula nº 331 aplicada no
presente processo, mesmo porque ao Juiz é imposta à aplicação da lei no caso concreto e, data vênia, a
mesma não é lei e sequer fonte de direito.

Nesse sentido mostra-se pacífico o entendimento de nossos Tribunais:

Súmulas. Efeitos. As Súmulas não são dispositivos de lei, tampouco fonte


de direito. Revelam a orientação prevalente do tribunal, sem efeito
vinculante, buscando apenas agilizar a prestação jurisdicional e desafogar o
Judiciário. Todavia, as súmulas não excluem o entendimento pessoal do
julgador, o qual vai iluminado pelo princípio da convicção racional. (TRT 9ª
Região - Ac. unânime – 4ª T – ED RO 06920/93 – Juiz Rel. Tobias de
Macedo Filho - DJPR 24.6.94, pág. 226)

Súmulas da jurisprudência. Efeitos. Enunciados. Vigência. Enunciados não


têm vigência, pois não são leis. Representam apenas o entendimento
predominante no TST sobre determinada matéria. (TRT/SP – RO
20000325680 – Ac. 20010823896 – 3ª T – julg. 11.12.2001 – publ.
15.01.2002 – Juiz Rel. Sergio Pinto Martins)

Súmulas da Jurisprudência. Efeitos. Enunciado. Aplicação. O Juiz é livre


para apreciar as provas dos autos conforme lhe ditar a consciência, não
sendo adstrito a enunciados ou outras orientações jurisprudenciais.
(TRT/SP – RO 02960338353 – Ac. 02970674500 – 7ª T – julg. 24.11.97 –
publ. 16.01.98 – Juiz Rel. Gualdo Formica).

Certo que eventual obrigação do tomador de serviços vincula-se tão somente com a
prestadora, e jamais perante seus empregados.

Ante o exposto, certo é que o entendimento contido na Súmula nº. 331, do Colendo
Tribunal Superior do Trabalho, tem aplicação FLAGRANTEMENTE INCONSTITUCIONAL, visto que
afronta diretamente o inciso II, do artigo 5º da Constituição Federal.

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Logo, Nobre Julgador, o pleito da Recorrida demonstra-se absolutamente descabido, eis
que calca sua pretensão na aplicação da referida Súmula, evidenciando o vício consistente na
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO e a conseqüente carência de direito de ação por parte da
Autora. Assim, configurada a previsão legal do artigo 485, inciso VI, do Código de Processo Civil, o que
impõe a extinção do processo sem julgamento de mérito neste tocante.

II.1.4 - DA AUSÊNCIA DE SOLIDARIEDADE E/OU SUBSIDIARIEDADE

Cumpre ainda esclarecer que em verdade, a 1ª Reclamada firmou contrato de prestação de


serviços com o 2º Reclamado, contrato este que não apenas não encontra óbice legal, como também que a
única relação existente entre as partes, é que a 1ª Reclamada faz a terceirização de mão de obra para as
demais empresas, inexistindo na espécie qualquer hipótese que possa lhes vincular solidariamente ou
mesmo subsidiariamente em relação a eventuais encargos trabalhistas.

Cumpre ainda alegar que a responsabilidade não pode ser imputada ao 2º Reclamado,
tendo em vista que esta Recorrente detém diversos clientes empresas, sendo que inexiste exclusividade na
prestação dos serviços de call center, o que impende ressaltar deve ser declarada a inexistência de
responsabilidade, seja solidária, seja subsidiária entre as Reclamadas.

De outra forma, descabe cogitar-se acerca de culpa in eligendo ou mesmo in vigilando, eis
que a primeira Reclamada é empresa ativa, idônea e, mais ainda, notoriamente solvente.

Diante do exposto, resta inaplicável qualquer responsabilidade ao segundo Reclamado


neste caso, eis que não se admite a figura da culpa in vigilando, devendo ser rechaçada a pretensão
obreira.

Também, o Contrato de Trabalho firmado entre a Reclamante e a Reclamada ocorreu nos


estritos moldes do Texto Consolidado e surtiu todos os seus efeitos, de modo que não há que se falar em
nulidade do referido instrumento.

Não pode se olvidar inexistir qualquer tipo de vínculo da Reclamante para com o Banco Itaú/
Itaucard, uma vez que da própria inicial consta o reconhecimento da existência de relação de emprego
com a 1ª Reclamada, perante a qual a Reclamante foi admitida, prestava labor, recebia salários e foi
dispensado.

Portanto, no presente caso não se permite a presunção de responsabilidade solidária ou


subsidiária, que resulta apenas da lei ou da vontade das partes.

Por fim, há de se observar que o contrato de prestação de serviços entre as Reclamadas foi
celebrado com estrita observância dos preceitos legais, portanto inexiste qualquer sustentáculo para se
atribuir a responsabilidade solidária ou subsidiária ao 2º Reclamado.
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Nesta esteira, por tudo quanto exposto alhures restam impugnados os pleitos,
devendo, por conseguinte, serem julgados improcedentes, desta forma merece reforma a sentença
no tocante aos pleitos em comento.

II.2 - DA NÃO APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO RELATIVAS


À BANCÁRIOS. DOS AUXÍLIOS, BENEFÍCIOS E ABONOS.

Mais especificamente, entendeu a Magistrada pelo reconhecimento do vinculo empregatício com a 2ª


Reclamada, consequentemente, a aplicação das Convenções Coletivas de Trabalho relativas à categoria de Bancarios,
deferindo assim, o pagamento das diferenças salariais, auxilio refeição, cesta alimentação, 13ª Cesta alimentação e a
aplicação da multa normativa.

Ocorre que, tais pleitos não merecem ser levados em consideração, tendo em vista que são
fundados em uma crença da Recorrida, de que pertencia ao quadro de empregados da 2ª Reclamada, o
que não guarda relação alguma com a realidade dos fatos, conforme explanado anteriormente.

Inquestionável que a Recorrida não era empregada da segunda Reclamada, visto que esta
jamais exigiu da obreira a prestação de quaisquer serviços, jamais lhe supervisionou ou deu ordens, jamais
controlou seus horários, jamais lhe concedeu benefícios, inexistindo qualquer dependência econômica,
subordinação ou mesmo pessoalidade da Autora para com a 2ª Reclamada.

Consoante documentos colacionados verificam-se advertências e suspensões aplicadas


pela 1ª Reclamada (ATENTO) à recorrida, e isto apenas ratifica que a presente Recorrente foi a real
empregadora da Obreira.

Constata-se, ainda, no caso vertente, a inexistência de exigência no sentido de que os


serviços fossem executados por determinados empregados da 1ª Demandada, não ocorrendo, como já dito,
o requisito da pessoalidade.

Contudo, para que se apliquem as normas contidas na referida Convenção, a qual a obriera acredita se
aplicar em seu caso, necessário se faz que a mesma cumpra um requisito sem o qual seu pleito nada mais é do que
natimorto, qual seja, ser empregada de uma Instituição Financeira!

Observa-se pela documentação ora jungida aos autos que a Obreira sempre exerceu função de
Operadora de Telemarketing, fato este comprovado pelo contrato de trabalho, ficha de registro, demonstrativos
de pagamento que apontam a real função da Recorrida, qual seja TELEOPERADORA.

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Oportuno se faz, dar ciência a Autora, que mera alegação, sem a apresentação de provas válidas e relevantes que
corroborem com a tese alegada, não serve para coisa alguma.

Diante do acima exposto, não há como se imaginar a procedência de quaisquer pedidos autorais que guardem relação
com as normas coletivas referentes aos bancários, já que não há vínculo entre a Recorrida e a 2ª Reclamada, pois caso
assim não fosse, teríamos:

a) Uma espécie de equiparação salarial entre empregado e paradigma que além de


laborarem em empresas diferentes, as quais não formam grupo econômico,
desempenham funções de natureza distintas;

b) Um enriquecimento ilícito por parte do empregado, seja porque o mesmo


receberia uma gratificação que somente é devida à categoria profissional diversa da
sua, seja por receber participação nos lucros de uma empresa diversa da que o
mesmo é contratado.

Frise-se, ainda, por oportuno, que a Carta Magna veda expressamente a integração ao
salário da parcela referente à PLR, ao assim estabelecer em seu art.7º, XI:

Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido
em lei.

A Lei 10.101/2000, que dispõe sobre a participação nos lucros, da mesma


forma estabelece que:

Art. 3º A participação de que trata o art. 2º não substitui ou complementa a


remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de
incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio
da habitualidade.

No que toca ao “auxílio cesta alimentação”, cumpre ressaltar que tal benefício não está
previsto nas Convenções Coletivas firmadas entre a ATENTO e o Sindicato da categoria da Reclamante,
conforme se depreende destas.

Assim, não há que se falar em direito ao percebimento deste benefício, tampouco em seu
inadimplemento.

Agora, no que toca ao auxílio-refeição, verifica-se que tais parcelas foram adimplidas
corretamente a Reclamante, durante todo o vínculo, conforme normas coletivas da real categoria obreira e
demonstrativos de pagamento colacionados.

Não há que se falar, também, em pagamento das diferenças no recolhimento do FGTS em decorrência do
enquadramento da Reclamante na categoria de bancário, posto que, conforme exaustivamente narrado, esta pertence à
categoria de TELEOPERADORA representada pelo SINTTEL-BA, e, sendo pedido acessório este deve seguir a sorte
do principal, qual seja: a improcedência.

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Por oportuno, rechaçado os itens em contesto, compete a Reclamante a produção da prova do fato constitutivo de do seu
direito, sendo certo que as alegações lançadas na Exordial se afiguram genéricas e desprovida de alicerce que as
ampare, nos moldes do art. 818 da CLT c/c art. 373, I do CPC.

Assim, diante de tudo o quanto foi exposto pugna a Reclamada pela improcedência do pleito de reconhecimento de
vínculo da Reclamante com a 2ª Reclamada, e, por conseqüência, pela improcedência do pedido de aplicação das
normas coletivas referentes à categoria dos bancários, restando improcedentes os pleitos em comento.

Desta forma merece reforma a sentença prolatada.

II.3 - DA MULTA NORMATIVA

Persegue a Recorrida o pagamento de multas normativas, tendo em vista o suposto


desrespeito à categoria da Recorrida.

Registre-se que as Convenções Coletivas aplicáveis à Recorrida são as ora carreadas


aos autos junta com a peça contestatória, firmadas entre a ATENTO e o SINTTEL, restando
impugnadas aquelas carreadas pela Recorrida, em que a ATENTO não foi signatária.

Assim, cabe destacar que a Recorrente sempre adimpliu corretamente com as obrigações
trabalhistas decorrentes da relação de trabalho firmada com a Recorrida, não havendo que se falar em
máculas neste sentido.

De todo modo, urge ressalvar que a referida multa diz respeito a descumprimento de
obrigação de fazer, que não é o caso de qualquer das parcelas elencadas na vestibular.

Porquanto não verificado o descumprimento a que fazem referência os instrumentos


normativos da categoria, não há de ser a Recorrente penalizada pela multa postulada na exordial, sobretudo
após a análise do escólio ora transcrito:

[...] MULTA NORMATIVA. - Não há descumprimento de obrigações de


fazer, o que impõe a rejeição do pedido. [...]” (TRT 5ª Região, 2ª T., Ac. n°
10.212/96, RO n° 021.95.1093-50, Juiz Relator Eliezer Varjão, Pub. no DPJ
de 23.07.96).

Paripasso, impende observar-se que as parcelas vindicadas na vestibular se caracteriza


como uma obrigação de fazer, o que de logo impede o deferimento da multa normativa por falta de previsão
na norma coletiva de multa para descumprimento de obrigações de dar ou pagar.

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Neste diapasão, é de se ter que na inicial não foi indicado o descumprimento de qualquer
obrigação de fazer de forma que ainda que houvesse algum descumprimento, o que se admite ad
argumentandum, não ensejaria o pagamento da multa normativa vindicada.

Porquanto não verificado o descumprimento de obrigações de fazer a que fazem referência


os instrumentos normativos da categoria, não há de ser a Demandada penalizada pela multa postulada na
exordial.

Cumpre esclarecer, conforme já exposto, que esta Recorrente não poderá ser condenada
ao pagamento de multa normativa estipulada em instrumentos normativos que não participou, não assinou e
nem se fez representar, não sendo aplicável qualquer multa prevista nas normas coletivas colacionadas
pela obreira – onde nos pólos se encontram a SINTTEL e o Banco Itaucard S/A.

Contudo, acaso este não seja o entendimento deste MM Juízo, o que certamente não
ocorrerá, mas se aceita em face dos princípios da eventualidade e concentração da defesa, em caso de
condenação no pagamento da multa normativa há de aplicar-se, o quanto disposto na Súmula 277 do TST,
a saber: "As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa vigoram no prazo assinado,
não integrando, de forma definitiva, os contratos."

Assim, pugna a Recorrente pela improcedência do pleito, na hipótese que reconheça esse
D. Juízo ser devida a parcela em debate, clama a Recorrente para que limite a condenação ao pagamento
de uma multa normativa, em respeito à orientação do supracitado enunciado.

II.4 - DA JORNADA DE TRABALHO – HORAS EXTRAS. INTERVALOS.

A sentença de piso deferiu as horas extras com base na jornada bancaria, contudo merece
reforma neste particular. Cumpre esclarecer que durante o vínculo de trabalho da Recorrida com a
Recorrente a obreira laborou na escala 6x1, ou seja, seis dias de trabalho por um de descanso, numa
jornada diária de 6h, por 36h semanais e 180h mensais, sempre usufruindo de um intervalo
intrajornada de 20 minutos e outras duas pausas de 10 minutos cada, em razão da NR-17 anexo II.

Inicialmente esclarece-se que o login ativa o PA do teleoperador para que ele comece a receber
ligações, destaque-se que o trabalho de um teleoperador consiste, exclusivamente em atender ligações, desta forma, se
não houver ligação a ser atendida, ela não tem trabalho a fazer. Disto isso, concluímos, somente depois de fazer o login
é que o empregado começa a trabalhar, eis que somente depois disso, começa a receber as ligações que lhe são
direcionadas.

Desta forma, um teleoperador que termine seu labor pode, TRANQUILAMENTE, fazer seu logout e
encerrar suas atividades, pois neste momento a CENTRAL irá detectar a indisponibilidade do ramal (PA) e ira
direcionar a ligação para um que esteja disponível.

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Destarte, é de se pontuar que inexistem máculas nos controles de jornada, até mesmo
porque registrados de acordo com o sistema de login e logout operado pelos funcionários, através de
senha pessoal e intransferível, sendo que todas as pausas foram devidamente registradas nos referidos
controles, rechaçando por completo a tentativa forçada da Reclamante de ver a sua pretensão garantida.

Neste ínterim, não há que se falar nas alegações obreiras, no sentido que o sistema geraria
horários incorretos, eis que operado através de senha pessoal e intransferível. Frise-se que, os controles
eram enviados para assinatura, mas, saliente-se, eram também enviados para conferência. Em sendo
observado algum equívoco pelos funcionários, estes sinalizavam junto aos seus Supervisores, não sendo
razoável que se entenda que a Reclamada assim não procedia.

Como já dito, agiu a Reclamada, em total observância ao determinado pela Norma


Regulamentadora já citada, e com o fito de proporcionar maior segurança no desempenho das atividades
dos seus empregados, obedecendo, ainda, o disposto no art. 157 do Texto Consolidado, NÃO sendo a
referida alteração OPÇÃO da empresa e sim OBRIGAÇÃO, diante da determinação do Ministério do
Trabalho e Emprego.

Acrescendo valoração e comprovando o que a seguir se declina, a empresa Reclamada foi


submetida a uma INSPEÇÃO JUDICIAL em 20/01/2011, e restou comprovado que a mesma cumpre
estritamente os termos da Norma Regulamentadora NR-17, observando a carga horária, fornecendo aos seus
funcionários o intervalo intrajornada regulado, assim como as respectivas pausas, através do auto de inspeção
anexo.

Observe-se Exa., que no auto de inspeção anexo, num universo de média de 300 funcionários,
NENHUM sequer prestou informação de irregularidade no cumprimento da jornada!

As verdadeiras informações aqui prestadas pela Reclamada encontram respaldo nos


controles de jornada ora anexados, que refletem de forma verídica a jornada de trabalho cumprida pela
Reclamante durante todo o Contrato de Trabalho, demonstrando ainda que o intervalo intrajornada era
devidamente respeitado.

Por total observância da NR-17, mais precisamente, o Anexo II da referida Norma


Regulamentadora, a jornada de trabalho era superior a 06 horas diárias, pelo que descabe dizer que a
Recorrida exercia labor extraordinário de 20 minutos, sendo certo que, consoante inteligência do art.
71§ 2º da CLT, este período não deve ser computado como hora trabalhada. Vejamos ipse literi.

Art. 71 – Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)


horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
§ 2º– Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.
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Assim, as duas pausas de 10 (dez) minutos determinadas pelo Anexo II da NR 17, sempre foram
computadas na jornada de trabalho da Recorrida, sem prejuízo da remuneração, nos moldes do item 5.3 da
referida norma, de forma contrária ao intervalo intrajornada de 20 (vinte) minutos, que como dito e endossado
pelo disposto no art. 71,§ 2º da CLT, não é computado na jornada de labor diário.

Assim dispõe o item 5.3 da NR-17:

“5.3. O tempo de trabalho em efetiva atividade de


teleatendimento/telemarketing é de, no máximo, 06 (seis) horas diárias, nele
incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração”.

A realidade do contrato de trabalho, após o advento da referida norma


regulamentadora, correspondia à seguinte jornada:

Ø 05h40min de efetivo labor;

Ø 10min + 10min de pausas para descanso (NR-17), computadas na


jornada e quitadas totalizando 6h diárias;

Ø 20min de intervalo intrajornada (Art. 71, §2º CLT);

v RESULTADO: Jornada de 6hrs/dia (5h40min + 10min + 10 min das


pausas) sendo 20min de intervalo intrajornada (não computados na
jornada com base no art. 71, § 2º CLT).

Resta clarividente que a Recorrida, ao longo da jornada de 07h12min diárias, possuía 2


pausas de 10 minutos, para beber água, ir ao banheiro ou, simplesmente, descansar um pouco, as quais
integravam em sua jornada para todos os fins legais, em nítido cumprimento de todos os termos da NR-17,
em especial ao item 5.3.

O tema ora discutido e incansavelmente exposto pela ora Contestante, já foi


inclusive objeto da Ação Civil Pública a esta colacionada, intentada pela SINTTEL-BA, a qual
indeferiu o pedido de horas extras pleiteadas em razão de suposta alteração unilateral dos contratos
de trabalho dos obreiros da Reclamada.

Não obstante, não se pode olvidar ainda que o princípio da inalterabilidade lesiva ao
trabalhador não se sobrepõe ao Princípio da Segurança e Proteção da Saúde do Trabalhador, motivo pelo
qual não pode a Reclamada ser punida por agir em conformidade com o disposto na referida norma
regulamentadora que “ estabelece parâmetros mínimos para o trabalho em atividades de
teleatendimento/telemarketing nas diversas modalidades desse serviço, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente”.

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Nesse jaez, agiu a Reclamada em total observância ao determinado pela Norma
Regulamentadora já citada e com o fito de proporcionar maior segurança no desempenho das atividades
dos seus empregados, obedecendo ainda o disposto no art. 157 do Texto Consolidado.

Ainda sobre o assunto, é válido trazer à baila o entendimento consolidado no Tribunal da 5ª


Região:

TELEOPERADORES. DAS PAUSAS PREVISTAS NA NR-17.


CONCESSÃO REGISTRADA NOS CARTÕES DE PONTO.
IMPROCEDÊNCIA. Havendo prova da regular concessão das pausas
previstas na NR-17, conforme se verifica dos cartões de ponto, improcede o
pleito de horas extras lastreado na supressão desse intervalo. Processo
0016800-19.2009.5.05.0004 RecOrd, ac. nº 008166/2010, Relator
Desembargador RENATO MÁRIO BORGES SIMÕES, 2ª. TURMA, DJ
29/03/2010.

PRISCILLA SANTOS CAMARDELLI ajuizou Reclamação Trabalhista em


face de ATENTO BRASIL S.A., narrando os fatos consubstanciados na
petição de fls. 01/06 e aditamento de fls. 44/45, juntando documentos e
formulando requerimentos. A Reclamada foi devidamente notificada e
apresentou defesa e documentos (fls. 77/191), sobre os quais se manifestou
a Reclamante em audiência (fls. 75/76). Alçada fixada (fl. 75). Foi realizado
o interrogatório da Reclamante e dispensado o interrogatório do preposto da
Reclamada e a produção de prova testemunhal. Razões finais reiterativas
pelas partes. As propostas conciliatórias não lograram êxito. Os autos foram
conclusos para julgamento.

II – FUNDAMENTAÇÃO:

2.1. Alteração contratual

Aduz a Autora que a Acionada alterou unilateralmente o seu contrato de


trabalho, na medida em que majorou a duração diária do trabalho em vinte
minutos sem a devida contraprestação, modificando assim a vantagem
habitualmente praticada em relação ao intervalo de descanso.

A Acionada, em sua defesa, não nega os fatos articulados na exordial em


relação ao acréscimo na jornada de trabalho, apontando como fundamento
de tal proceder o disposto na Norma regulamentadora nº 17, anexo II, que
no item 10, do Anexo II, estabelece que os empregadores que já
remuneravam os 15(quinze) minutos para repouso e alimentação estariam
obrigados a acrescentar mais cinco minutos a título de pausa de descanso
remunerado, além de observar o intervalo de vinte minutos nos termos do
artigo 71, §1º e 2º da Consolidação das Leis do Trabalho, não computadas
na jornada de trabalho.

Da análise dos termos da inicial e defesa, constata-se a inexistência de


controvérsia quanto à extensão da jornada de trabalho em razão da
concessão do intervalo intrajornada e o acréscimo de mais 05 minutos de
intervalo remunerados, conforme contratos individuais de trabalho e

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controles de frequências, assim como não há controvérsia quanto ao fato de
que houve alteração contratual prejudicial aos empregados quando
analisado o aspecto financeiro.

Analisando, todavia, a situação dos autos à luz do Princípio da Ponderação


de Interesses, constato que a pretensão Autoral não merece acolhida.

É que, no caso vertente, apresentam-se como conflitantes os Princípios da


Segurança e Proteção da Saúde do trabalhador e da inalterabilidade
contratual lesiva, daí porque diante da tal panorama, revela-se
perfeitamente aceitável a alteração de jornada nos termos realizados pela
Acionada, uma vez que tal modificação se deu com o indiscutível propósito
de efetivar a Proteção da Saúde do Trabalhador, como se dispõe da
Portaria nº 9, de 30.05.2007, que aprova o Anexo II da Norma
Regulamentadora nº 17- Trabalho em teleatendimento/telemarketing.

Registre-se, porque oportuno, que até mesmo a flexibilização admitida pelo


ordenamento jurídico em sede constitucional via negociação coletiva,
encontra limites nas normas de proteção à saúde e higiene do trabalhador,
como é o caso, por exemplo, do intervalo intrajornada. Neste sentido, a
jurisprudência:

“EMENTA: INTERVALO INTRAJORNADA - JORNADA 12 X 36. Os Acordos


e Convenções Coletivas de Trabalho, reconhecidos, constitucionalmente,
devem ser respeitados, integralmente, pelas categorias - a menos que
atentem contra direitos e garantias fundamentais, conferidos, por lei, aos
empregados. Nesse passo, conquanto seja admitida a jornada denominada
12 x 36, em face da compensação do aumento da jornada, em
determinados dias, com folgas compensatórias, em dias posteriores, não se
admite a inexistência do intervalo intrajornada, previsto no artigo 71, da
CLT. O intervalo intrajornada é, pois, plenamente compatível com a jornada
12 X 36. (TRT 3ª R. 1T RO/3723/02 Rel. Manuel Cândido Rodrigues DJMG
04.06.2002. p. 15)”. Processo 0052300-65.2008.5.05.0010 RecOrd, ac. nº
007792/2009, Relatora Desembargadora MARAMA CARNEIRO, 1ª.
TURMA, DJ 23/04/2009.

Ante o exposto, mostra-se totalmente descabido o pleito de condenação da Recorrente ao pagamento


de horas extraordinárias pelo que pugna pela sua total improcedência.

Assim, os horários consignados nas folhas de ponto, refletem, verdadeiramente, o real horário
cumprido pela Reclamante, tendo em vista que, além de registrarem fidedignamente o horário laborado, este era
conferido e assinado pela parte obreira.

Desta forma, as supostas e raríssimas horas extras eram anotadas em sua integralidade, visto que tanto
a jornada de trabalho, como cada ausência, seja por folga (compensação) ou falta (justificada ou injustificada) restará
devidamente observadas.

Mister lembrar que não há exigência legal de que os cartões de ponto, para terem
validade, devem estar assinados pelo empregado, segundo inteligência do art. 74 da CLT. Vejamos:

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RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. CARTÕES DE PONTO NÃO
ASSINADOS. VALIDADE. A falta de assinatura nos cartões de ponto
eletrônicos não é causa de sua invalidação, uma vez que o art. 74, § 2º, da
CLT nada dispõe acerca da necessidade de assinatura. Além disso, o fato
de os cartões de ponto não estarem assinados, não significa inversão do
ônus da prova. Caberá ao reclamante o ônus de provar a prestação de
horas extras, fato esse constitutivo de seu direito. Precedentes desta Corte
Superior. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento,
no particular. HORAS EXTRAS. ABATIMENTO DOS VALORES PAGOS. O
exame do tema está prejudicado em face do provimento do recurso de
revista no item anterior. INTERVALO ESPECIAL DO ART. 253 DA CLT.
RECUPERAÇÃO TÉRMICA. AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. O art.
253 da CLT prevê o intervalo de vinte minutos, a cada uma hora e quarenta
minutos de labor contínuo, para os empregados que trabalham no interior de
câmara frigorífica, ou para os que movimentam mercadorias do ambiente
quente ou normal para o frio e vice-versa. Já o parágrafo único traduz o que
seria ambiente artificialmente frio, qual seja, o que for inferior, na primeira,
segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do
Trabalho, a 15ºc (quinze graus centígrados), na quarta zona a 12ºc (doze
graus centígrados), e na quinta, sexta e sétima zonas a 10ºc (dez graus
centígrados). O Regional registrou que o reclamante trabalhava em
ambiente de temperatura média de 11ºc, pelo que faz jus ao intervalo
previsto no art. 253 da CLT. Recurso de revista de que se conhece e a que
se nega provimento. Processo: RR - 96100-60.2008.5.23.0005 Data de
Julgamento: 23/05/2012, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 6ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 01/06/2012.

Assim, não há que se falar em pagamento de horas extras, bem como a repercussão nos
salários percebidos e reflexos em todas as verbas rescisórias e indenizatórias, posto que conforme
amplamente demonstrado alhures e, consoante fazem prova controles de frequência em anexo, não cabe
falar no presente caso de labor em sobrejornada.

É certo ainda, que todos os intervalos aos quais fazia jus a Recorrida, sempre foram concedidos e
devidamente usufruídos pela parte obreira, consoante se verifica nos cartões de ponto anexos.

Não é demais repisar, que as horas extras raramente prestadas pela Reclamante eram
adimplidas ao final do referido mês, conforme pode se constatar dos comprovantes de pagamento
em anexo.

Ademais, de acordo com os instrumentos normativos em anexo, foi pactuado e encontra-se em vigor o
Sistema de Compensação de Horas, em plena conformidade ao art. 59 da CLT e ao art. 7º, XIII e XXVI da CF,
bem como com os todos os Acordos Coletivos vigentes durante o contrato em debate.

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Impende destacar ainda, que as Normas Coletivas firmadas entre o Sindicato da
Obreira e a 2ª Reclamada, que ora colaciona-se, autorizam o labor aos domingos, motivo pelo qual
descabe qualquer pedido de condenação da Reclamada a tal título.

Não obstante, todas as compensações, acréscimos legais e normativos necessárias


em razão do labor aos domingos e feriados eram devidamente concedidas à Reclamante, consoante
comprovam controles de frequência aliados aos demonstrativos de pagamento em anexo.

Assim sendo, já que a Recorrida não laborava de forma habitual em horário extraordinário,
sendo que quando isso acontecia, a Obreira recebia a paga correspondente ou havia a devida
compensação, levando em consideração que a mesma sempre gozou dos intervalos intrajornadas
corretamente, bem como sempre usufruiu das folgas semanais a que fazia jus.

Ocorre que a Recorrida pertence à categoria dos TELEOPERADORES e não dos


bancários/financiários, conforme preliminarmente esclarecido, sendo, portanto, regulada por norma
própria, NR-17, onde está definida a jornada a ser cumprida pela obreira, qual seja: 07h12min diárias, com
01 hora de intervalo intrajornada e duas pausas de 10 minutos para descanso, não havendo que se falar na
aplicação do art. 244 da CLT no caso em comento.

Resta inequívoca a eventualidade em que houve a prestação de labor extraordinário


pela Autora, não sendo, portanto, razoável que se aplique os termos da Súmula 437, IV, do TST.

Portanto, cumpre seja declarado improcedente o pedido relativo à dobra de domingos e feriados e
intervalo intrajornada, que devem seguir a sorte da verba principal, ao exato teor do artigo 92 do Novo Código Civil.

Indevido o principal, não há que se falar em acessórios, mormente os reflexos nas verbas
descritas na inicial, tais como 13º Salários, Férias + 1/3, FGTS + 40%, DSR’s, aviso prévio e verbas
rescisórias, ficando integralmente impugnados os pedidos consignados na vestibular, assim como os
demais pedidos correlatos existentes na inicial.

Descabe, também, que deve ser rechaçado o requerimento de diferenças de RSR, haja
vista ser a reclamante empregada mensalista, de forma que esta parcela já se encontrava incluída
em seu salário.

Recurso de revista. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. INTEGRAÇÃO


DAS HORAS EXTRAS. NÃO REPERCUSSÃO NO CÁLCULO DAS DEMAIS
PARCELAS SALARIAIS. Nos termos da Orientação Jurisprudencial nº
394 da SBDI-1 do TST, a majoração do valor do repouso semanal
remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente
prestadas, não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina,
do aviso-prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de -bis in
idem-. Assim, deve ser provido o recurso para excluir da condenação o
reflexo do repouso semanal remunerado, acrescido das horas extras
habitualmente prestadas nas férias, 1/3 de férias, dos 13 os salários, do
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aviso-prévio e dos depósitos do FGTS, mantido o valor da condenação.
Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. (grifos e negritos
aditados)
(RR 161003420095030025 16100-34.2009.5.03.0025, Relator: Walmir
Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 31/08/2011, 1ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 02/09/2011, undefined.)

Também, por cautela, requer que os períodos que porventura não estejam consignados
nas folhas de controle em anexo, sejam considerados com base na média das horas apuradas nos períodos
registrados, consoante a melhor jurisprudência pátria, bem como pela inteligência da OJ 233 da SDI-1 do
TST.

É certo ainda que o ônus da prova pertence exclusivamente ao obreiro, nos termos do
artigo 818 da CLT e 373, I do CPC, sendo explícito que não demonstrou sequer indícios de veracidade das
alegações iniciais.

Portanto, cumpre seja declarado improcedente o pedido relativo às horas extras e


reflexos, que devem seguir a sorte da verba principal, ao exato teor do artigo 92 do NCC.

Impugna-se assim, qualquer pedido de diferenças ou reflexos em razão das horas extras, seja em
razão da inexistência de pagamento habitual, seja em razão de inexistirem parcelas a integrar.

Destarte, assim, improcedentes todos os pleitos obreiros relacionados à jornada de trabalho.

II. 5- DO DESCANSO CONTIDO NO ARTIGO 384 DA CLT.

A sentença, neste mérito, merece ser reformada, eis que tal preceito conflita com o inciso I
do art. 5º da Constituição Federal, que dispõe que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.

Assim, o dispositivo foi suprimido pela Constituição Federal, eis que se mostra
discriminatório, ao passo que diferencia homens e mulheres na execução laboral.

Nesse mesmo sentido, posiciona-se Alice Monteiro de Barros:

Considerando que é um dever do estudioso do direito contribuir para o


desenvolvimento de uma normativa que esteja em harmonia com a
realidade social, propomos a revogação expressa do artigo 376 da CLT, por
traduzir um obstáculo legal que impede o acesso igualitário da mulher no
mercado de trabalho. Em consequência, deverá também ser revogado o
artigo 384 da CLT, que prevê descanso especial para a mulher, na hipótese
de prorrogação de jornada. Ambos os dispositivos conflitam com os artigos
5.º, I, e artigo 7.º, XXX, da Constituição Federal (A mulher e o direito do
trabalho. São Paulo: LTR, 1995. p. 479).
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Ainda sobre o assunto, cabe trazer à baila julgados neste sentido:

HORAS EXTRAS – ART. 384 DA CLT – NORMA NÃO RECEPCIONADA –


As regras que estabelecem tratamento diferenciado às mulheres, que não
sejam de ordem biológica, não foram recepcionadas pela Constituição, pois,
apesar de possuírem, à primeira vista, natureza protecionista, na realidade
produzem discriminação às trabalhadoras e criam obstáculos, adicionais,
para o acesso ao mercado de trabalho. (TRT 12ª R., RO
03426-2005-046-12-00-0 (04047/2007), Rel. Juiz Marcus Pina Mugnaini,
DJU, 8-3-2007).

INTERVALO PREVISTO NO ART. 384 DA CLT – INAPLICABILIDADE – O


disposto em análise afronta o art. 5º, inciso I, da carta constitucional de
1988, o qual preceitua que homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações. Assim, mesmo que a ré não tenha observado o referido lapso
temporal durante o contrato de trabalho da autora, tal fato não implica no
deferimento de eventuais horas extras e reflexos, haja vista o acima
exposto. Ademais, a própria função desempenhada pela obreira não justifica
tal concessão. O labor realizou-se em igualdade de condições, enfrentando
homens e mulheres as mesmas dificuldades, os mesmos desafios, idêntico
ao desgaste físico e emocional. Inaplicável, na atualidade, esse preceito
diante da inaceitável discriminação que geraria, não tendo sido tal
regramento recepcionado pela Lei Maior. (TRT 15ª R., RO
01549-2005-033-15-00-3 (1720/07), Rel. Juíza Helena Rosa Mônaco da
Silva Lins Coelho, DOESP, 19-1-2007, p.26)

Ademais, em atenção ao Princípio da Eventualidade, mesmo que entendam estes Nobres


Julgadores pela recepção do artigo em foco pela Carta Magna, frise-se que, ainda assim, não faria jus a
Reclamante ao quanto pleiteia.

Em tempo, informa esta Recorrente que decretada à improcedência do pedido relativo às


horas extras, não há o que falar em condenação do intervalo que antecede a prorrogação da jornada, sendo
este o entendimento dos Tribunais, vejamos:

"Vínculo empregatício com a terceira reclamada - unicidade contratual. Sem


razão. (...). Afirmou o depoente que o reclamante fazia cerca de 4 a 5
serviços por dia com duração de 1h30 já incluído o percurso. Nota-se que a
testemunha comprovou a assertiva da ré no sentido de que em algumas
oportunidades o autor prorrogou a jornada, porém, houve compensação,
sendo que o próprio reclamante confirmou que usufruiu de emendas de
feriados. No que tange ao intervalo intrajornada também não há prova de
que o autor não tivesse o direito ao gozo de uma hora, tampouco de que
havia possibilidade de fiscalização do interregno pela ré. Nada a reformar.
Intervalo do artigo 384 da CLT. Mantida a improcedência do pedido de
horas extras, não há falar em condenação do intervalo que antecede a
prorrogação de jornada.Ainda que assim não o fosse, é salutar
esclarecer que ainda exista previsão do intervalo para a mulher,
consistente em quinze minutos entre a jornada normal e a
extraordinária, tal norma não foi recepcionada pela Constituição
Federal de 1988 ante o princípio da isonomia que deve ser observado
no tratamento do trabalho entre homens e mulheres. Nego provimento.
" (grifos nossos).
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(TRT-2 - RO: 5357220115020 SP 00005357220115020062 A28, Relator:
MARTA CASADEI MOMEZZO, Data de Julgamento: 28/01/2014, 10ª
TURMA, Data de Publicação: 06/02/2014).

A concessão do descanso mínimo de 15 minutos, antes do início do período extraordinário, apenas é determinado
para as jornadas de trabalho de 8 (oito) horas diárias, sendo certo que o Reclamante laborava em jornada
especial, ou seja, 06:00h (seis horas) diárias, consoante prova colhida nos autos.

Merece assim a reforma da sentença no tocante ao pleito em comento.

II.6 – DA MULTA DO ART. 477, DA CLT

A r. sentença, data máxima vênia, deferiu o pagamento de uma multa rescisória.

Ademais, vale pontuar que pela simples observância do TRCT acostado aos autos, todas as
verbas devidas foram quitadas corretamente e tempestivamente, observando o decênio legal, bem como, o
comprovante de pagamento das verbas rescisórias.

Assim, pugna pela reforma do julgado também neste particular

III – CONCLUSÃO

Ante o exposto, pede e espera a Recorrente seja o presente recurso recebido, conhecido e,
ao final, provido, para que seja, então, reformada a decisão de 1º grau, nos aspectos aqui mencionados,
declarando a improcedência da ação.

Nestes Termos,

Pede Provimento.

Salvador, 03 de Abril de 2017.

FABIANA GALDINO

OAB/BA 22.164

TATIANNE MARCIA VALENTINO SILVEIRA

OAB/SE 449-B
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NATALIE FALCAO MACEDO LIMA

OAB/BA 48-495

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