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Kleber Daum Machado TEORIA DO ELETROMAGNETISMO Volume II tora ____UEPG © Editora UEPG ‘Nenhuma parte deste livro, sem autorizagiio prévia por escrito da Editora, poderd ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrénicos, meciinicos, fotografi gravagao ou quaisquer outros. Revisio: Hein Leonard Bowles Capa: Kleber Daum Machado Editoragao eletronica: Kleber Daum Machado Nonmalizagao técnica: Biblioteca Central 530.141 MACHADO, Kleber Daum M149 Teoria do eletromagnetismo. v2 Ponta Grossa: Editora UEPG, 2002: v.il. 1-Fisica.2-Eletromagnetismo. 3-Eletrostatica.4-Eletrodinamica. 5-Magnetismo.6-Optica.L.T. ISBN: 85-86941-26-3 Depésito legal na Biblioteca Nacional Editora filiada ABE Associagiio Brasileira de Editoras Universitérias, Editora UEPG Praca Santos Andrade, 1 Ponta Grossa — Parand — 84010-919 Sumario Preficio 1 Lista de Figuras 15 Lista de Tabelas 25 III ELETRODINAMICA, I 27 12 Correntes Elétricas Estacionérias 29 12.1 Forga Eletromotriz e Fontes de fem... 2.2.0... 30 12.1.1 Pilhase Baterias ......... 39 12.2 Resisténcia Blétrica e Lei de Ohm bob5 42 12.3 Equagiio da Continuidade ..... 2... 5B 12.4 Condigées de Contorno para as Correntes Elétricas Estaciondtias . 2.2... 0.002.220.2200 60 12.5 Visio Microscépica da Resisténcia Blétrica. 2... . . 68 12.6 Efeito Joule see 8 12.7 Outros Efeitos Relacionados as Correntes Elétricas .... 83 12.7.1 Efeito Seebeck . . . 85 12.7.2 Efeito Peltier 87 12.7.3 Efeito Thomson . 90 12.7.4 Efeito Costa Ribeiro 91 12.7.5 Efeito Piezoelétrico 91 12.8 Geradores e Receptores Elétricos 91 12.8.1 Geradores Elétricos . . 91 12.8.2 Receptores Elétricos 99 12.9 Maos & Obra: Condugiio Elétrica 103 1210rl G@ubarblctrolitica 2 103 12.9.2 Verificagao da Influéncia do Comprimento do Fio na Resisténcia. 2... ee 12.10 Exercicios 2... 1. ee ee 13 Resistores 13.1 Tipos de Resistores ..... . 13.2 Associagdo de Resistores . . . 13.2.1 Associacdo de Resistores em Série... . . . 13.2.2 Associacao de Resistores em Paralelo . . . . 13.2.3 Associacio Mista de Resistores 13.3. Leis de Kirchhoff . . - 13.3.1 Cireuitos Elétricos com Capacitores 13.4 Instrumentos de Medidas Elétricas .... 2.0... . 13.4.1 Galvanémetro .. . . 13.4.2 Amperimetro Voltimetro Ponte de Wheatstone Ponte deFio........... .6 Potencidmetro de Poggendorff 13.4.7 Ohmimetro .... 13.5 Mos & Obra: Resistores . . . 13.5.1 Associagdes de Resistores « 13.6 Exer IV. MAGNETOSTATICA 14 Campos Magnéticos, I: Conceitos Fundamentais 14.1 Campo Magnético e Lei de Biot-Savart 14.2 Lei de Gauss para o Magnetismo 14.3 A Lei de Ampire . 5 144 Dedugdo Matematica da Lei de Ampere»... . W's; "Aplicacces(dailelde Ampere fe: 00) 14.6 Maos a Obra: Visualizagao de Campos Magnéticos 14.6.1 Campo Magnético de um {ma em Barra e de um fmaem Ferradura ... 22.22.0005 14.6.2 Campo Magnético de uma Espira... .. . 14.6.3 Campo Magnético de um Solendide .... . . 14.7. Exercicios 109 = 11 114 116 122 129 133 133 134 139 142 147 148 151 151 152 152 157 159 161 202 207 214 217 236 236 237 238 239 15 Forga Magnética Forca Magnética sobre uma Carga Blétrica 2... 6. Carga Elétrica num Campo Magnético Uniforme .... . Carga Elétrica num Campo Magnético Nao-Uniforme . . . 15.1 15.2 15.3 15.4 15.5 15.6 15.8 15.9 15.10 15.11 15.12 15.13 Ciclotrons e Sincrotrons Forga de Lorentz 15.5.1. Experiéncia de Thomson e Descoberta do Elétron 15.5.2 Efeito Hall Forca Magnética sobre um Fio Conduzindo uma Corrente Elétrica . . Forca Magnética e Relatividade Campo Magnético Nao-Uniforme Algumas Aplicagoes dos Dipolos Magnéticos . 15.10.1 Intensidade de Pélo Magnético. . . . 15.10.2 Funcionamento do Galvanémetro 15.10.3 O Motor Elétrico . . Forca Magnética entre Duas Espiras Forca e Torque sobre uma Espira de Corrente num Campo Magnético Uniforme . Forca e Torque sobre uma Espira de Corrente num Mios & Obra: Forga Magnética Gerada por Alguns (CircuitOs ee 15.12.1 Forca Magnética Gerada por Espiras . . 15.12.2 Forca Magnética Gerada por Fios . . . . Bxercicios oe ee 16 Campos Magnéticos, II: Potenciais Magnéticos Potencial Vetor Magnético . . Potencial Vetor ¢ Campo Magnético de um 16.1 16.2 16.3 16.4 Dipolo Magnético Potencial Escalar Magnético . Exercicios . 000. eee eee 17 Campos Magnéticos, III: Meios Magnéticos Visio Microscépica Qualitativa dos Meios Magnéticos . . . Campo Magnético Gerado por um Material Magnético . . Condigdes de Contorno na Interface entre Dois oe 17.2 17.3 Meios Magnéticos 241 241 243 261 270 276 27 283, 288 296 341 387 401 409 413 413 419 463 18 19 17.4 Visdo Microscépica Quantitativa dos Meios Magnéticos . . 17.4.1 Magnetizagio de Meios Diamagnéticos 17.4.2 Magnetizacio de Meios Paramagnéticos 17.4.3 Magnetizacao de Meios Ferromagnéticos . 17.5 Algumas Aplicagdes do Magnetismo . 17.5.1 Eletrofma 17.5.2 Disjuntor . . 17.5.3 Relé 17.5.4 Campainha 17.5.5 ‘Telégrafo . 17.6 Maos & Obra: Campo Magnético da Matéria . 17.6.1 Eletroima 2.2.2... 17.7 Exereicios . 22... . ELETROMAGNETISMO Campos Eletromagnéticos, I: Lei de Faraday 18.1 Correntes Induzidas e Lei de Faraday... « 18.2 Indutancia Mutua ¢ Auto-Induté: 18.3 Indutores..... . 18.3.1 Associacéio de Indutores 18.3.2 Associagdo de Indutores em Série . . 18.3.3 Associagio de Indutores em Paralelo 18.4 Energia em Meios Magnéticos ........ 18.5 Forgas e Torques em Circuitos de Corrent 18.6 Maos A Obra: Indugao Eletromagnética . . . . 18.6.1 Experiéncia do Anel Saltador 18.6.2 Frigideira Magnética is7@ Exerciciog (7 0 7 88 Campos Eletromagnéticos, I: Lei de Ampere-Maxwell e Equagées de Maxwell 19.1 19.2 19.3 19.4 A Lei de Ampére-Maxwell . . . Equagées de Maxwell... . « Condigdes de Contorno na Interface entre Dois Meios Materiais Carga Magnética, Equages de Maxwell e ‘Transformagées de Dualidade ........- 491 497 502 515 533 533 534 536 536 543 545 545 609 655, 656 656 660 664 679 691 691 693 695 697 699 727 729 735 0:5) MRerciciOS, en APENDICES E Supercondutividade E.1 Visio Qualitativa da Supercondutividade E.2 — Visdo Quantitativa da Supercondutividade . E.3 Equagdes de London .......------ E4 Teoria de Ginzburg-Landau e Quantizagao do Fluxo Magnético E.5 Exercicios .... . F Introdugao & Teoria da Relatividade Restrita F.1_ Principios da Relatividade Restrita F.2 Simultaneidade ... . F.3__ Dilatacao do Tempo F.4 Contraco do Espaco F.5 Transformagio de Lorentz... . F.6 Momento Relativistico F.7 Energia Relativistica F.8 Paradoxos Relacionados Relatividade - F.8.1 F.8.2 F.9 Exercicios Paradoxo dos Gémeos . . Paradoxo do Celeiro Referéncias Bibliogrdficas indice Remissivo 755 757 757 770 786 Prefacio Bste volume da continuidade ao tema apresentado no Volume I, ou se- ja, trata da teoria clissica do Eletromagnetismo. O primeiro volume abrange a drea de Eletrostdtica e este inicia partindo de consideragées elementares a respeito da Eletrodinamica. Os conceitos iniciais sobre correntes elétricas estaciondrias so vistos no capitulo 12, que trata também das fontes de forca eletromotriz constantes (seco 12.1), em particular de alguns tipos de pilhas e baterias (seco 12.1.1). O capitulo continua com o estudo da resisténcia elétrica e a apresentacao da lei de Ohm nas segées 12.2 ¢ 12.5, além da impor- tante equaciio de continuidade para a carga elétrica (segao 12.3) e das con- digdes de contorno a que as correntes ¢ os campos elétricos devem estar sujeitos na interface entre dois meios condutores (segéio 12.4). Nas segdes 12.6 e 12.7 sao discutidos alguns efeitos relacionados circulacao de corrente elétrica, co- mo os efeitos Joule, Peltier, Seebeck ¢ outros. Por fim, a sego 12.8 trata dos geradores e receptores elétricos, e a secéio 12.9 apresenta algumas experiénci relacionadas com a condugio de corrente elétrica. Continuando com a Eletrodinamica, 0 capitulo 13 trata especificamen- te dos resistores, elementos de circuito responsdveis diretamente pela dissi- pacdo de energia na forma de calor. Nele sio estudados os tipos de resistores (secdio 13.1) e as formas de associd-los (secdo 13.2). Além disso, discutimos também as leis de Kirchhoff, apresentadas na seco 13.3, que sao ferramenta essencial na andlise de circuitos tanto de corrente continua quanto de corrente alternada. Por fim, os aparelhos essenciais utilizados na realizagio de medidas elétricas so vistos na segdo 13.4. A seco 13.5 expde uma experiéncia simples e instrutiva com resistores. O prosseguimento do estudo da Eletrodinamica implica 0 conhecimento de varios efeitos magnéticos, em particular o fenémeno da indugio eletro- . magnética. Por isso, é preciso apresentar antes 0 Magnetismo, comegando com a Magnetostatica. Assim, o capitulo 14 introduz o campo magnético, 12 pnerdcio além das leis de Biot-Savart (seco 14.1) e das leis de Gauss e de Ampire da Magnetostatica (segdes 14.2 ¢ 14.3), que so as duas equages de Maxwell do Magnetismo, Sao estudadas ainda varias aplicagées dessas leis (segdo 14.5) ¢ algumas experiéncias simples envolvendo campos magnéticos (secao 14.6). A forca magnética introduzida no capitulo 15, iniciando com a forca sobre uma carga elétrica, nas segdes 15.1, 15.2 e 15.3. Algumas aplicagdes im- portantes da forca magnética so vistas na seco 15.4, que trata dos ciclotrons, ciclo-sincrotrons e sincrotrons; na seco 15.6, que trata da forca que age sobre um fio imerso num campo magnético e também da experiéncia de Ampére da balanga de corrente e a definigio da unidade ampere; nas segdes 15.8 ¢ 15.9, que tratam do comportamento de espiras em campos magnéticos, que sio a base do funcionamento de galvandmetros e outros aparelhos utilizados na realizagio de medigdes elétricas (sego 15.10.2), além dos motores elétricos (secio 15.10.3); e por fim, na seo 15.11, que estuda a forca magnética entre espiras. Reunindo a forga elétrica com a forca magnética, temos a forca de Lo- rentz, que combina a acéo que pode ser produzida por campos elétricos ¢ magnéticos sobre cargas elétricas. A forca de Lorentz é vista na seco 15.5, jun- tamente com algumas aplicacées importantes, como a experiéncia de Thomson para a descoberta do elétron (seco 15.5.1) e o efeito Hall (secao 15.5.2). Por fim, a segdo 15.7 relaciona o Magnetismo ¢ a Relatividade, reforgando a idéia de que os efeitos magnéticos tém origem relativistica. Algumas experiéncias interessantes sao sugeridas na segdo 15.10. Os potenciais magnéticos sao vistos no capitulo 16. Apesar de nao terem 0 mesmo apelo fisico que o do potencial elétrico na Eletrostatica, esses poten- ciais sao importantes na resolugdo de problemas magnetostaticos. Em particu- lar, o potencial vetor magnético, visto na sec&o 16.1, serd de grande utilidade quando ampliarmos nosso estudo para incluir os campos eletromagnéticos de- pendentes do tempo (veja também o Volume III). Uma aplicagio importante desse potencial é vista na seco 16.2, em que sao obtidos o potencial eo campo magnético de um dipolo magnético. Por fim, a segdo 16.3 trata do potencial escalar magnético. Depois de estudarmos o comportamento dos campos magnéticos no vécuo, devemos ampliar a validade das relagdes obtidas para englobar meios magnéticos quaisquer. Isso é feito no capitulo 17, no qual os fendmenos do diamagnetismo, paramagnetismo e ferromagnetismo sao estudados do ponto de vista qualitativo (secdo 17.1) e quantitativo (segao 17.4). Além disso, na PREPACIO 13 seco 17.2 a lei de Ampére é aplicada para meios magnéticos quaisquer, e na segio 17.3 sio determinadas as condicdes de contorno a que os campos mag- netostaticos estdo sujeitos. Encerrando o capitulo, vemos algumas aplicagées do Magnetismo envolvendo materiais magnéticos, na se¢do 17.5, em que sao estudados 0 eletroima, disjuntores, relés, campainhas ¢ o telégrafo, além de algumas experiéncias interessantes (seqao 17.6). A partir do capitulo 18, os campos elétricos ¢ magnéticos deixam de ser independentes do tempo. Isso faz com que uma das equacées de Maxwell da EBletrostética tenha que ser modificada para incluir o fenémeno da in- dugéo eletromagnética, que é discutido na segao 18.1. Nessa segdo obtemos a lei de Faraday, que relaciona campos magnéticos varidveis no tempo com campos elétricos e, conseqiientemente, com a producio de corrente elétrica induzida num condutor. Além disso, uma nova propriedade dos condutores — a indutancia — é apresentada e discutida na secéo 18.2, em que vemos a indutancia mitua entre dois circuitos e também a auto-indutancia de um circuito sobre si mesmo. Essa propriedade 6 explorada na fabricagéo de in- dutores, que é 0 assunto da seco 18.3, em que também sao estudadas as associagées envolvendo esses elementos de circuito, Outro ponto importante do capitulo é 0 estudo da energia armazenada no campo magnético, apresenta- do na seco 18.4, e sua aplicagéo no célculo das forcas ¢ torques sobre circuitos magnéticos, vista na segao 18.5. A secdo 18.6 apresenta algumas experiéncias muito interessantes envolvendo correntes induzidas e indugao eletromagnética. Com a lei de Faraday, trés das quatro equagdes fundamentais do Ele- tromagnetismo, as equagées de Maxwell, tém dominio de validade geral. A excegio é a lei de Ampere, que precisa de uma corregio. O capitulo 19 trata dessa correcio, feita por Maxwell, de modo que a equacio torna-se a lei de ‘Ampére-Maxwell. Através de argumentos teéricos, Maxwell amplia a validade da lei de Ampére para campos dependentes do tempo incluindo uma corren- te de deslocamento, como pode ser visto na seco 19.1. Reunindo as quatro equacées, temos as equacées de Maxwell (seco 19.2), e € preciso estabelecer novamente as condigées de contorno na interface entre dois meios materiais quaisquer para campos dependentes do tempo, o que é feito na segao 19.3. Encerrando o capitulo, estudamos, na segio 19.4, alguns aspectos tedricos importantes a respeito da existéncia da carga magnética e das conseqiiéncias desse fato nas equagdes de Maxwell. Dois apéndices completam este volume. O apéndice E trata, em-as- pectos gerais, da supercondutividade, assunto atual e bastante técnico. A secio E.1 apresenta uma visio qualitativa simplificada da supercondutivida- 14 PREFACIO de, ¢ uma das abordagens qualitativas possiveis é discutida na seco E.2. Uma aproximagio mais realista é tratada na segio E.3, que apresenta as equages de London. Essas equagées ampliam a validade da lei de Faraday para os meios supercondutores. Encerrando 0 apéndice, vemos a teoria de Ginzburg- Landau, na seco E.4, em que a quantizacao do fluxo magnético surge como um resultado natural. O apéndice F é uma introdugo 4 Relatividade Restrita. Ele foi escrito por Vanessa Souza Leite, numa colaboragao pela qual sou muito grato, o que me permitiu dedicar mais tempo aos assuntos que sero abordados no Volume IIT. Sendo assim, todo o crédito por esse apéndice cabe a ela. Nele siio vistos os princfpios bésicos da Relatividade (secao F.1), a simultaneidade dos eventos sob a 6ptica relativistica (segao F.2), a dilatagao do tempo (segao F.3) e a contracio do espaco (segdo F.4). Além disso, na secio F.5 so obtidas as transformacées de Lorentz para o espaco-tempo, bem como as transformacées de velocidades. Por fim, as implicagées da Relatividade na Dindmica, em especial no momento linear e na energia relativistica, sio tratadas nas se- gées F.6 e F.7. O apéndice culmina com a discussio de alguns paradoxos relacionados & Relatividade, na segdo F.8. Encerramos, assim, toda a teoria clissica do Eletromagnetismo. As qua- tro equacées de Maxwell apresentadas na segdo 19.2 sio a base para todos os fenémenos eletromagnéticos, e do ponto de vista tedrico, todas as cartas esto na mesa. Isto poderia sugerir que damos por encerrado o trabalho. No entanto, como estamos com as ferramentas na mo, podemos utilizé-las pa- ra explorar uma vastiddo de fenémenos ainda nao discutidos e que podem ser considerados aplicagées da teoria vista. Eles serio tema do Volume III, que incluird, entre outros assuntos, correntes clétricas alternadas, potenciais e campos eletromagnéticos retardados, radiagéo eletromagnética, leis de con- servagio relacionadas aos campos eletromagnéticos ¢ ondas eletromagnéticas. Gostaria de agradecer novamente a Vanessa Souza Leite, pela sua ajuda no que diz respeito ao apéndice sobre a Relatividade Restrita. Finalmente, agradeco & Editora UEPG, pelo trabalho editorial impecdvel, e também aos leitores, que tiveram a paciéncia de esperar por este volume. Como sempre, pego que possiveis sugesties, criticas e comentérios sobre o livro sejam a ela enviados. Kleber Daum Machado Lista de Figuras a 12.2 12.3 12.4 12.5 12.6 12.7 12.8 12.9 12.10 12.11 12.12 12.13 12.14 12.15 12.16 12.17 Um esquema simples para uma fonte de fem ligada UM Oo eee eee eee ees Campo elétrico dentro e fora da fonte de fem . . . . Elemento de volume dV dentro do fio condutor de corrente elétrica 26. Uma cuba eletrolitica para a pilha de Daniell Elemento de corrente di passando através de uma érea dA . Uma superfic desprezivel na interface entre dois meios condutores Um circuito retangular fechado na interface entre dois condutores Corrente radial entre os cilindros coaxiais .......-- Duas ruas paralelas, para uma analogia com a condugio elétrica. . ee Cruzamento entre ruas, dando continuidade & analogia com a conducao elétrica : Um metal A colocado entre os metais B, para o efeito Babee Nee egg ed Um circuito fechado formado por um termopar . .. . . « Um circuito elétrico formado por uma fem e um termopar 6... eee Montagem experimental para demonstracio do efeito igh 65 7c udoececc dogs) «coos ee Fio condutor ligando dois reservatérios térmicos com temperaturas T) eT) 2... 2.2 ee eee Representagdo esquematica de um gerador ...... . - Diagrama da variagao do potencial elétrico dentro Gjumpasdor e895 e ego ete 30 35, 37 40 61 64 68 88 90 92 94 16 12.18 12.19 12.20 12.21 —— 13.1 13.2 13.3 13.4 13.5 13.6 13.7 13.8 13.9 13.10 13.11 13.12 13.13 13.14 13.15 13.16 13.17 13.18 13.19 13.20 13.21 13.22 13.23 LISTA DB FIGURAS Grfico da poténcia ttil fornecida pelo gerador . . 95 Um esquema para um receptor... ........ 100 Variagio do potencial elétrico dentro do receptor . 100 Esquema para a experiéncia da condugao elétrica Gumaohigin oO 8 ee 104 Diagrama da experiéncia para verificagao da dependéncia da resisténcia com a temperatura... .. 105 Um resistor com as faixas de cores que indicam 0 valor de sua resisténcia . 0 Dois resistores associados em série. . m1 Dois resistores associados em paralelo 4 Uma associacao mista de resistores 116 Associacdo de resistores para o exemplo 13.4... .... 118 Associagio de resistores do exemplo 13.4 depois da determinagio primeiro resistor equivalente ....... . 118 Associagio de resistores do exemplo 13.4 depois do cdlculo do segundo resistor equivalente...... 0... 119 Associagio de resistores do exemplo 13.4 depois da obtengio do terceiro resistor equivalente.... . . 120 Uma associacao de resistores com um curto-circuito 121 Curto-circuito removido da associagao de resistores da figura 13.9 . 122 Um circuito com trés malhas . 123 Um circuito contendo duas baterias ideais .. . . . 128 Um circuito simples formado por uma fonte de fem eumcapacitor . 2... eee 129 Diagrama das quedas de potencial no circuito da figura 13.13... ee ee 131 Um circuito com um resistor e um capacitor 131 Esquema de um galvanémetro 134 Esquema do amperimetro.......... 135 Um circuito com dois amperimetros ..... . . 137 Esquema do voltimetro.. 0.0.0... ev 139 Um circuito com dois voltimetros ideais . .. . . M1 Uma ponte de Wheatstone ...........- 143 Uma ponte de Wheatstone camuflada ..... . 145 A ponte de Wheatstone camuflada da figura 13.22 . 145 LISTA DE FIGURAS 13.24 13.25, 13.26 13.27 13.28 13.29 13.30 41 14.2 14.3 14.4 Circuito derivado da ponte de Wheatstone da figura 13.23 6... eee Esquema da ponte de fio... 0... eee eee Esquema do potenciémetro de Poggendorff, para o gerador € conhecido .. 2. eee Esquema do potenciémetro de Poggendorff, para 0 gerador €q desconhecido....---. 005s Diagrama de um ohmimetro Um fio homogéneo de resisténcia R = 200 2, formando um pentgono nen Um cubo formado por resistores .... . . - Limalha de ferro orientada pelo campo magnético de um {ma em barra Um dipolo magnético situado num campo magnético extern0 eee Regra da mao direita para a determinagio do sentido do campo magnético. 6... eee ee Um fio qualquer e um elemento dé retilineo desse fio para a obtengao do campo magnético .... 2... ++ - Fio retilineo percorrido por uma corrente i que gera um campo magnético dado pela lei de Biot-Savart ..... Linhas de campo magnético para um fio infinito Uma espira percorrida por uma corrente i Um solendide percorrido por uma correntei.. .. . Linhas de campo magnético geradas pelo solendide . Uma bobina de Helmholtz .”. Um disco contendo uma carga Q, velocidade angular Uma esfera macica envolta por um fio condutor. .. . . « Algumas espiras da esfera da figura 14.12, com fio enrolado em sua volta... . Reprodugao da figura 4.8 . . ima em barra com uma superficie gaussiana em torno de um dos polos 2... ee Reprodugo da figura 14.6 6.2... 6. .02-.02000- Curva circular em torno do fio que conduz uma correntei ss. eee girando com oc 146 147 148 150 151 153 154 162 163 165, 167 170 174 175 179 180 186 195 199 200 203 204 208 209 18 14.18 14.19 14.20 14.21 14.22 14.23 14.24 14.25 14.26 14.27 16.1 15.2 15.4 15.5 15.6 15.7 15.8 15.9 15.10 15.11 15.12 15.13 15.14 LISTA DE FIGURAS Uma trajetéria curva qualquer envolvendo um fio condutor ; 210 Uma ampliagio de uma parte da trajetéria curva da figura 14.18 . 211 Curva ampereana para uma espira de corrente ..... « 218 Curva ampereana para o célculo do campo magnético no interior de um solendide infinito 220 Um tordide de raio interno R; € raio externo Re. 224 Curva ampereana para 0 cdlculo do campo magnético Tova tree 6 224 Um cabo coaxial percorrido por uma corrente i... . . « 227 Cilindro condutor percorrido por uma corrente i por todo o seu volume 228 Condutor cilindrico com uma cavidade cilindrica no seu interior ..... 234 fma em ferradura 237 Diagrama da velocidade # e do campo magnético B da carga Q que entra na regiéo em que existeo campo ... 243 ‘Trajetéria helicoidal de uma carga elétrica num campo magne 245 Sistema de coordenadas genérico para o estudo da carga em movimento num campo B .... 0.06 - 0+ 249 Campo magnético que confina um plasma de fusdo em seu interior . . - wae 262 Cinturdes de Van Allen... « _ 269 Um ciclotron visto de cima .. 1.6... 0020200 e 270 Aparelhagem da experiéncia de Thomson .... . « oa 277 Montagem experimental para o estudo do efeito Hall para portadores de carga positives ..........--- 283 Montagem experimental para o estudo do efeito Hall para portadores de carga negatives... 6.6... eee 287 Um fio situado num campo magnético uniforme .... . 290 Fio semicircular conduzindo uma corrente i num campo magnético . . 291 Fios retilineos paralelos conduzindo correntes ij e ig... 293 Desenho esquemdtico da experiéncia de Ampére .... . 295 Fios retilineos paralelos da experiéncia de Ampere .... 296 LISTA DE PIGURAS 15.15 15.16 15.17 15.18 15.19 15.20 15.21 15.22 15.23 15.24 15.25 16.1 16.2 16.3 16.4 16.5 16.6 16.7 17.1 17.2 Uma espira que conduz uma corrente i situada num campojimegnctico externO =e | A figura 15.15 redesenhada, para visualizagéo Gitar) sot ucoeeedasgassceGuogud= Projecao da espira no plano af Galeulo da rea delimitada pela curva C Precessfio de Larmor do momento angular em torno do campo magnético Espira sujeita a um campo magnético naio-uniforme Um ima em barra sujcito a um campo magnético externo 6... ee eee Esquema de um galvanémetro Duas espiras ¢ os termos da equago 15.74 ........ Montagem experimental para estudar a fora magnética causada por uma espira magnética sobre umdipolo ... 0-2... 200s eee eee ee Montagem experimental para causada por um fio... 2-2 eee ee eee Superficie indicada para o célculo do potencial vetor magnético dentro de um solendide . . - Superficie indicada para o cAlculo do potencial vetor magnético fora de um solendide. ... 22 ee es Espira de raio R conduzindo uma corrente i . Uma distribuigio de correntes J qualquer Comparacdo entre os campos gerados pelos dipolos elétricos e magnéticos .. 6-1-2 ee eee eee Dois dipolos magnéticos num plano horizontal... . . - Circuito de corrente que gera um campo magnético nopontoP 1... eee eee ee Um cabo coaxial percorrido por uma corrente i . Um elétron de um material magnético submetido a um campo magnético externo . . Corrente elétrica gerada pelo elétron de um material magnético submetido a um campo magnético externo _ 305 308 314 316 320 333 340 342 346 349 352 364 366 368 387 414 415 17.3 17.4 17.5 17.6 17.7 17.8 17.9 17.10 ree. 17.12 17.13 17.14 17.15 17.16 17.17 17.18 aa 17.20 17.21 17.22 17.23 17.24 LISTA DE FIGURAS Campo magnético By dos dipolos gerado pelos elétrons que se mover nas suas érbitas juntamente com o campo magnético total interno Bint Spins orientados na diregdo do campo magné Oe Um cilindro com uma magnetizagio uniforme Uma esfera uniformemente magnetizada... 0... Vetores #*e #! para a esfera magnetizada de magnetizagio homogénea M = Mk da figura 17.6... Uma superficie gaussiana cilindrica de 4rea dA e altura L desprezivel na interface entre dois mieios megneticOS i eeeeeee Um circuito fechado retangular na interface entre dois meios magnéticos. . 6... ee Uma esfera de material magnético de raio Re permeabilidade j: situada mum campo magnético externo inicialmente uniforme Uma casca cilindrica de material magnético, colocada num meio com um campo magico inicialmente uniforme Um pedaco de material magnético, com uma esfera de raio R circundando um dos dipolos do material... . . « Um elétron circulando numa érbita de raio R Grafico da magnetizagao de um material ferromagné doy ge oe Gréfico da histerese de um material ferromagnético duro. . Dominios magnéticos num material ferromagnet 0 Dom{nios magnéticos num material ferromagnético submetido & agdo de um campo magnético externo Funcéo de Brillouin Bs(z) Esquema de um eletroima Baqueta de um disjuntor es de uma campainha . . Esquema de um telégrafo com fio . Montagem da experiéncia do eletroima. ... 0... -- 416 418 425 427 445, 467 476 492 497 516 521 LISTA DE FICURAS 18.1 18.2 18.3 18.4 18.5 18.6 18.7 18.8 18.9 18.10 18.11 18.12 18.13 18.14 18.15, 18.16 18.17 18.18 18.19 18.20 18.21 18.22 18.23 Primeira experiéncia de Faraday . . Segunda experi de Faraday Primeira experiéncia envolvendo correntes induzidas . . . ‘Trajeto de integracao para o célculo da fem produzida pela forca magnética na figura 18.3. . Diagrama das velocidades dos elétrons na barra da figura 18.3. . ‘Trajeto de integracéo para o célculo do trabalho total por unidade de carga realizado pela forga externa da figura 18.3 2... ..-.4 5 Circuito de formato arbitrario para demons da equagdo 18.5 2.6.6... 202-0 3 Segunda experiéncia envolvendo correntes indwidas .. . ‘Terceira experiéncia de Faraday .... 02-00-00 ++ Uma espira girando num campo magnético uniforme . . . Forca cletromotriz induzida por um solendide . Um anel de cargas submetido a um fluxo magnético rare Um tordide metalico, para 0 Le magnético Um corte do tordide metélico da figura 18.13... .. . Um anel com uma fenda de oe d, em torno de um solendide Circuito de formato arbitrario para ae do teorema de Alfven .... . Dois circuitos de formato arbitrério, w cnet quais é percorrido por uma corrente iy... ee eee Um solendide de raio R, para o céleulo de sua auto-indutancia Dois solendides longos, concéntricos ¢ coaxiais, para o calculo de sua indutancia miitua ... 6... oe Um sistema formado por um fio retilineo muito comprido e uma espira retangular, para o célculo da indutancia miutua . . — = = Duas espiras coaxiais, para o cAleulo da induténcia mutua entre elas . Dois circuitos de forma arbitrétia, para o céleulo da forca entre eles Dois indutores associados em série... 2... 2. ee 21 547 547 548 550 551 556 559 564 569 572 577 581 584 590 603 610 617 619 621 623, 650 656 22 18.24 18.25 18.26 18.27 18.28 18.29 18.30 19.1 19.2 19.3 19.4 El E.2 E3 E.4 E5 LISTA DE FIGURAS Dois indutores associados em paralelo . . . Um cabo coaxial, para 0 célculo da energia magnética armazenada no sistema . 2... 22-222 Uma barra de material magnético dentro de Meise; 8 eg A barra de material magnético da figura 18.26 no instante em que entra um elemento de comprimento dx nosolendide ......---- 20000 eens - Uma barra colocada num campo magnético uniforme de umn eletroima .....« Esquema para a expel Montagem experimental para a experiéncia da frigideira magnética ©... Um circuito contendo um capacitor que est4 sendo carregado . . O circuito da figura 19.1, com uma superficie Sp diferente Um capacitor de placas planas paralelas circulares . . . . Um sistema formado por uma carga Q e um anel de raio R, para o célculo da corrente de deslocamento . . . . Uma superficie cilfndrica na interface entre dois meios materiais. 6... 0 vee eee Uma superficie retangular na interface entre dois meios materiais Experiéncia para detectar a exi magnética Grafico He x T para um supercondutor do tipo I. . Gréfico B x 1 para um supercondutor do tipo II. . Distribuicdo de Fermi-Dirac para duas temperaturas diferentes 2.00 ee Uma esfera supercondutora de raio R situada num campo magnético externo inicialmente uniforme ... . . Fio cilindrico supercondutor infinito percorrido por uma correntei oe ee 660 673 689 692 694 700 710 723 730 732 746 762 763 766 772 780 LISTA DE FIGURAS E6 Fil yes F.3 Fa F5 F6 F.7 F8& Fg —. Fl F.12 F.13 F.l4 FAS F.16 FA7 F.18 Uma coroa cilindrica supercondutora. .. 2222-2 +++ Representagao dos referenciais inerciais Se S’ .... . Representacéio dos referenciais inerciais $e 5’ movendo-se em relagdo ao referencial Representagio do referencial inercial S’ movendo-se em relacéo ao referencial $ com velocidade V..... . « Representagao do langamento de um projétil observado em dois referenciais em movimento relativo .....-.- Representagio da posigdo de uma barra observada em . dois referenciais em movimento relativo .........+ Representagao esquematica do interferémetro de Michelson-Morley Velocidade do feixe de luz percorrendo a distancia PE na ida e na volta : Velocidade do feixe de luz pereorrendo a distancia PE na ida ¢ na volta : Representagao dos referenciais inerciais S (fixo na estagéo) ¢ S$! (fixo no trem) e dos observadores & pontos considerados em cada referencial .... 2... + Esquema representando a posicao do espelho, do observador O! e o local onde o lampejo de luz 6 acionado no referencial S$! fixo no trem ........- Esquema representando a trajetéria do lampejo de luz observada por O fixo no referencial $ na estagio ... . - Esquema representando a localizagao da barra de acordo com os referenciais Se 5! . eee Visio usual de um cubo movendo-se em relagéio a um Obecrvador (Oe Visio correta de um cubo movendo-se em relagio a um ob- servadorO 1... 1. Uma das faces do cubo da figura F.14 . . Lee Representagio do ponto P = (2',0) nos referenciais Se S' nos tempos t =Oet Representagao da colisio de duas particulas idénticas no referencial So. eee Representagao da posigdo inicial de uma particula e de sua posicao final apés a aplicagio de uma forca F 23 822 826 827 828 829 830 835 836 839 841 842 847 849 849 850 853 864 872 24 F.19 F.20 F.21 LISTA DE FIGURAS Representagio da fusiio de dois dtomos de deutério para a formagéio de um dtomo de hélio. . Diagrama basico para a dilatagio geométrica ..... . . 883 Diagrama geral para a dilatagdo geométrica. .... . . « 884 Lista de Tabelas 12.1 13.1 13.2 17.1 El Condutividade, resistividade e coeficiente de resistividade térmica para alguns materiais usuais, medidos A temperatura de 20°C... ee eee Cédigo de cores para as trés primeiras faixas dos resistores de carvio Cédigo de cores para a tolerancia dos resistores peers 9 Valores de susceptibilidade magnética Xm e permeabilidade magnética relativa Km para algumas substancias ....-. +--+ +> ee Fungées de Bessel esféricas para alguns valores de & 50 110 lil 806 Parte III ELETRODINAMICA, I Capitulo 12 Correntes Elétricas Estacionarias Quando colocamos uma certa quantidade de cargas num material con- dutor neutro, essas cargas geram um campo elétrico dentro dele. Este campo elétrico, por sua vez, age sobre as cargas faz com que clas se distribuam na superficie do condutor, estabelecendo 0 equilibrio eletrostético entre to- das as forgas elétricas exercidas pelas cargas. Quando isso ocorre, as cargas ndo se movem mais, 0 campo elétrico dentro do condutor se anula ¢ 0 cam- po elétrico na superficie do condutor tem apenas uma componente normal & superficie, sendo nula a componente tangencial. ‘Todo esse processo é extre- mamente rapido, e ele ocorre numa escala de tempo muito menor do que as que envolvem as medidas usuais de Bletrostatica, 0 que confirma a conside- ragio de que o sistema, apés um curto intervalo de tempo, atinge o equilibrio eletrostatico. 0 equilibrio eletrostatico pode ser momentaneamente quebrado median- te a aplicagio de um campo elétrico extern ao condutor, produzindo um movimento nas cargas que anula o campo externo dentro dele. Este processo culmina com um novo equilibrio eletrostatico, quando entao, novamente, 0 movimento das cargas cessa. Assim, a configuragio de cargas num material apresenta uma tendéncia natural ao equilibrio cletrostatico, que ¢ atingido rapidamente, a menos que um agente externo exerca algum tipo de influéncia sobre essas cargas, impedindo que elas alcancem a configuragao de equilfbrio. Esse agente externo € conhecido como fonte de forga eletromotriz, ou, abre~ viadamente, fonte de fem, cujo conceito ficard mais claro em seguida. 30 12, CORRENTES ELETRICAS ESTACIONARIAS: 12.1 Forca Eletromotriz e Fontes de fem Suponha que um fio condutor horizontal de um certo tamanho L é submetido a um campo elétrico externo constante, orientado da esquerda para a direita. Esse campo elétrico age sobre os elétrons do fio, de modo que alguns deles sao atrafdos para a extremidade esquerda do fio, ¢ a direita ha uma falta de elétrons, o que corresponde a um excesso de carga positiva. Esta configuracao, por sua vez, produz um campo elétrico interno orientado da direita para a esquerda, que, quando nao ha interferéncia de nenhum agente externo, cresce até anular completamente o campo externo. Considere agora que um aparelho, cujos detalhes de funcionamento ndo sao relevantes no momento, é ligado as extremidades do fio, tirando cargas negativas da ponta esquerda e devolvendo-as na ponta direita, como mostra a figura 12.1. Assim, esse aparelho impede que se estabcleca 0 equilibrio ele- trostatico, pois, & medida que as cargas negativas chegam A esquerda do fio elas so transferidas de volta para a direita, de modo que se estabelece wz fluxo de cargas através do aparelho e do fio. O aparelho é uma fonte de fory: eletromotriz, isto 6, um mecanismo que produz uma separacio entre cargas ‘ou que move cargas elétricas de um lado para outro, daf a parcela eletromo- triz em seu nome. As fontes de fem precisam realizar algum trabalho sobre as cargas para que clas sejam transferidas ou separadas, e esse trabalho ¢ 0 resultado de processos internos ao aparelho que estdo de alguma forma asso- ciados a forcas, Entretanto, a forga eletromotriz nio é, ela propria, uma forca, como veremos em seguida. ' fonte de fem ' transportando elétrons fonte de v \ ‘fem ae Figura 12.1: Um esquema simples para uma fonte de fem ligada num fio. 412.1, PORGA ELBTROMOTRIZ F FONTES DE FEM 31 1 importante notar que a fonte de fem existe independentemente do fio, ou seja, cla produz em suas extremidades, conhecidas por terminais, que sio 08 pontos de contato por meio dos quais ela é ligada aos fios externos, uma separagio entre as cargas, mesmo nao estando ligada a nenhum fio. Assim, ela é, na verdade, uma fonte de diferenca de potencial, ou seja, ela mantém, em seus terminais, potenciais ¢ diferentes, produzindo uma. diferenca de potencial entre eles. O terminal com potencial elétrico maior, chamado de anodo, & representado usualmente pelo sinal +, e 0 de potencial menor, chamado de cdtodo, é representado pelo sinal ~. Como existe uma diferenga de potencial entre os terminais, o potencial nao é constante, e ele possui um gradiente, ou seja, um campo elétrico associado, que esta orientado, dentro da fonte de fem, do anodo para 0 catodo. ‘A fonte de fem realiza trabalho sobre as cargas, ela age aumentando a energia potencial delas. Portanto, quando as cargas sio positivas, ela as transfere do ctodo para o anodo, pois isso aumenta a energia potencial das cargas positivas, segundo a equagio 5.11, de uma quantidade AU = Q(Vanodo — Veatodo) Definindo a diferenga de potencial entre os terminais como V = Vanodo — Veatodo, temos AU = QV Esse aumento de energia potencial é obtido mediante o trabalho interno rea- lizado pela fonte de fem, ou seja, AU = Wye e portanto, Wyem = QV Agora, temos que a forca cletromotriz € € definida por meio da integral €= $f. fea (12.1) onde fine representa as forgas internas A fonte de fem por unidade de carga e a integraco deve ser feita sobre todo o circuito, considerando-se um percurso 32 12, CORRENTES RLETRICAS ESTACIONARIAS fechado C. Ela ¢ feita com o tempo fixo, como se fosse tirada uma fotografia do circuito. Posteriormente, a integral é calculada para esse tempo fixo. Como. sé existem forcas internas dentro da fonte de fem, fing = 0 fora dela, de modo que podemos escrever também amodo_, €= Fine - ab (12.2) eAtodo Note que, apesar de essa expresso ser matematicamente idéntica & do trabalho realizado pela forca interna fine por unidade de carga no percurso do cétodo até 0 Anodo, que é oh w= [Fined ‘Atodo as duas grandezas sio calculadas de formas diferentes. Para calcular o traba- Iho, o trajeto escolhido envolve um deslocamento feito entre dois instantes de tempo diferentes, ao passo que, para calcular a fem €, o tempo é fixado num certo valor. Por causa dessa semelhanca entre as express6es, alguns livros defi- nem a forga eletromotriz como sendo o trabalho realizado pelas forgas internas & fem para transferir cargas do cétodo para o anodo, por unidade de carga. Embora nao haja problemas do ponto de vista matemitico, isso gera incon- sisténcias fisicas quando as forcas internas sio magnéticas, como veremos no capitulo 18. Assim, é mais aconselhdvel definir € através das expressdes 12.1 ou 12.2. Dentro da fonte de fem, quando ela é ideal, as cargas so transferidas em equilibrio. Portanto, a forca total que age sobre as cargas deve ser nula. Essa forca é dada pela soma das forcas produzidas pela fonte de fem e da forca. elétrica gerada pelo campo elétrico que se estabelece entre os seus terminais. Assim, considerando as forcas por unidade de carga, temos Fim +E =0 onde & 6 0 campo elétrico dentro da fonte de fem !. Portanto, Fine = -E + Lembrando que o campo elétrico é definido operacionalmente como sendo a forga elétrica que age sobre uma carga de prova por unidade de carga. 12, FORGA ELETROMOTRIZ B FONTES DE FEM 33 e assim, temos, pela expressio 12.2 modo € -f E-de (12.3) todo A segunda lei de Maxwell na forma integral, equagao 5.20, estabelece que Fret VF) = Vein) — [PE al de modo que, se 7 corresponde ao finodo € Fer, 20 cétodo, temos anodo Vinnto ~ Vasida =~ ff Ea cétodo ou, usando a equagio 12.3, Vanodo — Veatodo = € Como a diferenca de potencial entre os terminais 6 V = Vanodo — Vestodos temos, para uma fem ideal, v=e ou seja, a forca eletromotriz tem a mesma unidade que a diferenga de po- tencial, e cla é, numa fonte de fem ideal, numericamente igual & diferenga de potencial entre os terminais. Cabe aqui ressaltar duas coisas. A primeira refere-se ao fato de que a forca eletromotriz produz uma diferenca de potencial, embora nao seja, ela propria, uma diferenca de potencial. O trabalho realizado pela fonte de fem nao € necessariamente realizado por forcas conservativas, apenas forcas conservativas tém energias potenciais associadas. Note que, quando falamos em forcas conservativas, estamos nos referindo a forcas conservativas do ponto de vista mecinico, ou seja, forcas que mantém fixa a energia mecdnica do sistema, provocando apenas transferéncias entre suas energias cinéticas ¢ potenciais. De um modo geral, todas as forgas so conservativas, jé que energia no pode ser criada nem destrufda, apenas transformada de uma forma em outra, como energia cinética em calor, por exemple. © segundo ponto é que a forca eletromotriz é uma caracteristica da fonte de forca eletromo- triz, da mesma forma que a capacitancia é uma propriedade do capacitor. Assim, as fontes de fem 34 12, CORRENTES ELETRICAS ESTACIONARIAS sio feitas para ter um certo valor de €. Se a fonte de fem for ideal, a diferenca de potencial V que é medida em seus terminais é numericamente igual a €. Se ela nao for ideal, a diferenca de potencial ser menor, por causa da resisténcia interna da fonte de fem, como veremos na segio 12.8. E preciso ressaltar, portanto, que o que caracteriza uma fonte de fem é a grandeza €, e néo V. Além disso, nos limitaremos, por enquanto, a fontes de fem ideais. Quando as cargas que passam através da fonte de fem sio negativas, a fonte de fem as transfere do anodo para o cAtodo, o que aumenta a energia potencial por um fator AU = —|Q|(Vestodo — Vanodo) ou AU = -|Q|(-Y) = |QlV que ¢ igual ao trabalho realizado pela fonte de fem, ou seja, AU = Wyem € portanto, Wren = |QIV Agora, temos que a forca eletromotriz €' desta fonte de fem é dada por - [foe al ; todo é lembrando que as forgas que agem sobre as cargas tém sentido oposto, o que resulta em @=-v ou €! = —€. Note que o sinal negativo aparece porque estamos transferindo cargas negativas do modo oposto ao que adotamos quando as cargas sio positivas. No entanto, como a fem nao necessita de sinal, j4 que ela nao é uma diferenca de potencial, a situacéo em que ela transfere cargas positivas ou negativas 6 a mesma, sendo as positivas transferidas para um lado ¢ as negativas, para 0 outro. 12.1. FORGA ELBTROMOTRIZ EB FONTES DE FEM 35 Como existe uma diferenga de potencial V entre os terminais da fonte de fem, quando esses terminais sfio conectados por fios, por exemplo, surge dentro dos fios um campo elétrico orientado do anodo para o cétodo, como alids ocorre também dentro da fonte de fem (figura 12.2). Figura 12.2: Campo elétrico dentro e fora da fonte de fem. campo elétrico que aparece no fio produz uma fora sobre as cargas nele existentes, as quais se deslocam do Anodo para o cétodo, se forem po- sitivas, ou do cétodo para o anodo, se forem negativas. Observe que este é ‘© sentido oposto ao movimento que as cargas fazem dentro da fonte de fem, © que fica claro se lembrarmos que elas so obrigadas, pela fonte de fem, a aumentar sua energia potencial quando esto dentro dela. Quando as cargas estdo fora da fonte de fem, sua energia potencial tende a diminuir, sendo entdo reposta pela fonte de fem. Este movimento das cargas num circuito elétrico fechado, ou, simplesmente, circuito, 6 a corrente elétrica. Quando a fonte de ‘fem 6 fixa e produz uma diferenca de potencial constante, a corrente elétrica produzida é chamada de continua e estaciondria, porque ela tem sempre o mesmo valor e circula sempre para o mesmo lado. Quando a fem varia, sendo a diferenca de potencial tal que um dos terminais sempre é 0 cdtodo e o outro sempre é 0 dnodo, temos uma corrente continua varidvel, que circula sempre para o mesmo lado, mas que no é constante. Por fim, se a fonte de fem pro- duz uma diferenga de potencial ora positiva, ora negativa, ou seja, se 0 cdtodo troca de fungiio com o Anodo, a corrente elétrica é alternada. Neste capitulo e no préximo, vamos tratar apenas de correntes continuas estacionarias. As correntes varidveis e alternadas serao tratadas no Volume ITI. 36 12 CORRENTES ELETRICAS ESTACIONARIA E importante destacar que a fonte de fern nao precisa, necessariamente ter a mesma quantidade de carga, com sinais opostos, em seus terminais. Par: que uma fonte de fem possa merecer este nome, 6 necessério apenas que el: produza uma distribuicdo ndo-homogénea de cargas dentro dela, de tal form: que haja uma diferenca de potencial elétrico entre os seus terminais, 0 qu originar4 um campo elétrico num condutor que seja conectado a ela, e, con seqiientemente, uma corrente elétrica. A fonte de fem tem uma semelhang: muito grande com a bomba de 4gua que retira 4gua de um pogo e a empurr: até um reservatério, normalmente situado no alto das casas, para ser poste riormente usada para beber, lavar roupa, etc. A bomba de 4gua bombeia + Agua através dela, fornecendo-lhe energia na forma de trabalho para que su: energia potencial aumente e ela suba pelos canos. A fonte de fem “bombeia’ as cargas por dentro dela, aumentando suas energias potenciais elétricas « tornando possivel 0 aparecimento de uma corrente elétrica, semelhante ac fluxo de Agua que passa pelos canos. Mediante esta analogia, podemos defini: a corrente elétrica como a “vazdo” de cargas por unidade de tempo, isto é, < taxa de variagdo da quantidade de cargas em relagio ao tempo, ou aQ dt (12.4 Desta definic&io, vemos que a unidade de corrente elétrica é dada por C/s, que no SI, é chamada de ampere, A, em homenagem ao fisico francés André Marie Ampére, que muito contribuiu para o desenvolvimento do Eletromagnetismo De fato, 0 ampére 6 uma das unidades fundamentais do SI, e a partir del o coulomb é definido como 1 C = 1 A.s. O simbolo dimensional da corrente elétrica é [i] = J, e, seguindo uma convengao aceita internacionalmente, consi- deraremos o sentido definido pelo movimento das cargas positivas livres comc sendo aquele que corresponde ao valor positivo de corrente. Como pode ser visto na figura 12.2, este sentido, que é 0 mesmo do campo elétrico dentro dc fio e fora da fonte de fem, corresponde ao sentido normal de deslocamento de uma carga positiva. As cargas negativas movem-se contra o campo elétrico, e este sentido é 0 negativo. Assim, se uma carga positiva for forcada a se mover neste sentido, dard origem a uma corrente de sinal negativo. As cargas positivas, ao se moverem produzindo uma corrente estaciondria, o fazem com uma velocidade de arrastamento va, que deve ser constante porque a corrente é constante. Como essa velocidade esta orientada na mesma diregao e sentido que 0 campo elétrico externo, podemos escrever i = mE 12.1. FORGA BLETROMOTRIZ & FONTES DE FEM 37 onde & é um versor orientado na mesma diregio e sentido que o campo elétrico em cada ponto do fio. Considere agora uma segao transversal do fio de drea A. Por ela passa uma quantidade de carga dQ, num intervalo de tempo dt, dada por dQ =pdV onde p 6 a densidade volumétrica de carga mével e dV é um elemento de volume do fio, definido por uma drea A e comprimento |d?|, ou seja, dV = Aldé|, como aparece na figura 12.3. Figura 12.3: Elemento de volume dV dentro do fio condutor de corrente elétrica. Com esse valor para dV, achamos dQ = pAlde| Lembrando que d/ esté orientado na mesma direcio ¢ sentido que o campo externo, podemos escrever de modo que a carga elementar fica dQ = pAdé.& A corrente 6 dada pela equagao 12.4, que se torna, 38 12, CORRENTES ELETRICAS ESTACIONARL (12.6 ou, como dy = rE, i= pAvy Suponha agora que as cargas que se movem sao negativas, em mesmo mimer que as cargas positivas, e que, desse modo, p_ = —p. Essas cargas, ao s moverem, vio contra o campo elétrico, e sua velocidade, se 0 campo elétric se mantiver 0 mesmo, est relacionada & velocidade das cargas positivas pc dq_ = —iy. Assim, a corrente 12.5 fica e, portanto, se as cargas forem negativas, elas se movem no sentido contrari: ao das positivas, mas a corrente gerada por elas est no mesmo sentido qu © das cargas positivas, sendo, de fato, a mesma corrente. Assim, podemo substituir os elétrons, que so, normalmente, as cargas que realmente se mo vem, por cargas positivas méveis em mesma quantidade, mas que se moven no sentido oposto. A equagao 12.5, = pAtg+é expressa a corrente elétrica em termos de grandezas microscépicas, carac terfsticas de cada ponto no fio. Se o fio for homogéneo, como acontece m: maioria dos casos, em todos os pontos os valores de A e dy serdo os mesmos 1H interessante notar que as velocidades de arrastamento so, em geral, muito pequenas. Bla nao so grandes, como se poderia pensar inicialmente. Vamos estimar a velocidade de arrastament 12,1, PORGA ELETROMOTRIZ E FONTES DE FEM 39 para 0s elétrons de um fio comum de cobre, usado em residéncias, que tem uma area A = 3 x 10-° m?. O cobre apresenta uma densidade de carga mével p = —1,3 x 10° C/m®, e 0 fio conduz uma corrente de aproximadamente 10 A. Usando estes valores na equacéo 12.5, temos 10 3x 10-6 -(-1,3 x 10) vq = 0,256 x 10-5 m/s © a velocidade de arrastamento vale cerca, de 0,26 mm/s, muito pequena, portanto. Todavia, como a densidade de cargas méveis é muito grande, as cargas nao precisam se destocar muito para produzir uma corrente elétrica considerével ‘A analogia com o fluxo de 4gua (ou qualquer outro liquido) é apro- priada também por um outro importante detalhe: 0 atrito viscoso, que existe nos fluidos, est presente também nos circuitos elétricos, em que é chamado de resisténcia elétrica. Antes, porém, de tratarmos mais profundamente da resisténcia elétrica dos materiais, devemos discutir 0 funcionamento do que talvez seja a fonte de forca eletromotriz mais importante e conhecida, a pilha comum. 12.1.1 Pilhas e Baterias Até 1800 0 tinico modo de se obter um corpo carregado era mediante © processo de eletrizagdo por atrito, que produz uma quantidade pequena de cargas. Isso dificultava 0 avango da Eletricidade porque experiéncias elétricas demandam quantidades razodveis de cargas, que devem ser fornecidas durante intervalos de tempo nao muito curtos. Para tentar resolver este problema, Alessandro Volta, um fisico italiano, construiu em 1800 um aparelho que acabou sendo conhecido como a primeira pilha, a pitha de Volta (vem dele também o nome da unidade de potencial elétrico, o volt). Ela é constituida por varias placas de zinco e cobre, dispos- tas alternadamente e separadas por papeldes embebidos em Acido sulfiirico. "As placas de zinco formam o anodo e as de cobre, o cétodo, e a pilha fun- ciona como fonte de forca eletromotriz por um certo tempo devido As reagdes 40 12, CORRENTES ELETRICAS ESTACIONARIAS quimicas envolvendo o zinco, o cobre ¢ 0 Acido sulfiirico. Estas reagdes foram descritas pelo quimico inglés John F. Daniell, que criou a pilha de Daniell. A base das pilhas de Volta e de Daniell é a reagéo quimica Zn? + Cut? + Cu? + Zn*? em que 0 zinco, que inicialmente tem um niimero de oxidagéo igual a zero, transfere dois de seus elétrons para o cobre, cujo ntimero de oxidagdo é +2, € a0 qual, por isso, faltam dois elétrons. O resultado final é que o cobre passa a ter ntimero de oxidac&o zero enquanto o zinco fica com +2. O zinco reduz 0 cobre, porque faz com que o ntimero de oxidacao do cobre diminua, ¢ 0 cobre oxida o zinco, porque faz com que 0 ntimero de oxidacao do zinco aumente. Esta reagdo se processa numa cuba eletrolitica, como ilustra a figura 12.4. fio a ponte salina | a Sieeees | Zn” 66 son oH Le elétrodo de zinco elétrodo de cobre (catodo) (@nodo) Figura 12.4: Uma cuba eletrolitica para a pilha de Daniell. Na cuba eletrolitica existem duas solugées separadas, que formam os elétrodos. Uma delas é a solugdo que envolve a lamina de zinco mergulhada na solugdo aquosa de sulfato de zinco (ZnSO4), obtido mediante a reagio do zinco com 0 Acido sulfiirico (Hy$O,). Este elétrodo 6 0 cdtodo da fonte de fem. Nele se processa a seguinte reagdo qu{mica: ox Zn° = Zn? +2e~ red ‘A outra solugio 6 0 elétrodo de cobre, formado pela lamina de cobre mergulhada numa solugio aquosa de sulfato de cobre (CuSO,), obtido através

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