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BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E NEGATIVAS.

AS DIFERENCIAÇÕES NA
ESTRUTURAÇÃO DA PAREDE CELULAR BACTERIANA

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postivas-e-negativas-e-a-relacao-com-diferenciacoes-na-estruturacao-da-
parede-celular-bacteriana/

April 5, 2011

PAREDE CELULAR
As bactérias possuem uma espessa (rígida) parede celular que mantém a
integridade da célula e determina sua forma característica.
Como o citoplasma das bactérias contém uma alta concentração de
substâncias dissolvidas, elas (as bactérias) geralmente se encontram em um
estado hipotônico em relação ao meio em que
se encontram. Por esse motivo existe uma tendência natural de a água fluir
para o interior da célula, e sem a parede celular a célula bacteriana seria
invadida pela água e sofreria lise
(literalmente estouraria – lise osmótica). É possível demonstrar isso usando
enzimas que degradam a parede celular restando apenas um protoplasto
(célula cuja parede celular foi removida).

O componente principal da parede celular, que também é responsável pela sua


rigidez, é o peptidoglicano (ou mureína).
Esse composto possui uma grande massa molecular e seus monômeros são
os que seguem: N-acetilglucosamina, ácido N-acetilmurâmico e uma pequena
cadeia peptídica.
Esta última possui em sua estrutura os aminoácidos L-alanina, D-alanina, ácido
D-glutâmico podendo também conter L-lisina ou então ácido diaminopimélico.
Este último é um raro aminoácido que só é encontrado na parede celular de
seres procariontes.

As moléculas formadoras do peptidoglicano são sintetizadas no interior da


célula e são transportadas pela membrana plasmática através do fosfolipídio
bactoprenol-fosfato antes de se tornarem membros da estrutura da parede
celular. Enzimas chamadas transpeptidases então ligam covalentemente as
cadeias peptídicas umas às outras formando uma cadeia complexa.
É a forma cruzada da ligação entre os compostos que formam a parede celular
que dá à mesma sua força e resistência mecânica.

Alguns antibióticos inibem a síntese da parede celular da célula; antibióticos


baseados no anel β-lactâmico como a penicilina inibem as transpeptidases,
enfraquecendo a parede celular, enquanto a bacitracina atinge o transporte dos
precursores do peptidoglicano (que “caminham” em direção ao exterior da
célula).
Apesar de todas as bactérias (salvo algumas exceções) possuírem uma parede
celular formada por peptidoglicano, existem dois grupos distintos quanto a sua
forma de estrutura.
Esses grupos são conhecidos por: bactérias Gram-positivas e bactérias Gram-
negativas.
O nome Gram provém do cientista Christian Gram, que no século XIX
desenvolveu uma técnica de coloração rápida que poderia diferenciar bactérias
pertencentes a um dos dois tipos básicos.

MÉTODO DE GRAM

Esquema da parede celular de uma célula Gram-positiva. É possível observar a


camada espessa de peptidoglicano e as ligações feitas pelos ácidos teicóicos
na parede ou na membrana plasmática (HOGG, Stuart, ESSENTIAL
MICROBIOLOGY, 2005).

O método consiste em uma sequência do uso de corantes biológicos. Esses


corantes são formados (em sua constituição molecular) por dois grupos:
O que dá a coloração e o que é ionizado e reage com as estruturas do ser a
ser estudado.
A princípio é adicionado um corante chamado cristal violeta e então se adiciona
Iodo (que exerce função de mordente – funciona como um fixador).
É adicionado então álcool (para dissolver a tintura e os lipídios dos compostos
bacterianos) ao sistema e um número de células sobrevive ao tratamento,
sendo que algumas delas ficam descoloridas. Para tingir as células que não
foram afetadas em sua coloração pelo corante violeta é então inserido um
contra-corante (safranina – ou vermelho básico 2) que é mais fraco que o
corante principal e tingirá apenas as células que foram descoloridas durante a
adição de álcool ao sistema.
Aquelas que são tingidas de violeta são denominadas bactérias Gram-positivas
e aquelas que não são tingidas pelo corante violeta são denominadas Gram-
negativas.
Mesmo que o sistema de coloração de Gram fosse útil durante todos esses
anos, o princípio pelo qual ele agia só foi descoberto após o desenvolvimento
da microscopia eletrônica,
que pôde explicar no nível de estruturas celulares moleculares como o
processo ocorria.

BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS
Células Gram-positivas possuem uma parede relativamente simples em
estrutura, composta por várias camadas de peptidoglicano ligado uns aos
outros por ligações cruzadas formando
uma rede rígida e forte. Além disso, eles possuem ligações químicas com
ácidos teicóicos. Esses ácidos contêm um grupo fosfato, o que torna a
superfície da célula carregada negativamente.
BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS
Células Gram-negativas possuem uma quantidade muito menor de
peptidoglicano do que as Gram-positivas.
Isso faz com que sua parede celular não seja tão espessa e forte quanto a das
outras supracitadas, mas sua estrutura é mais complexa devido ao fato da
existência de uma membrana de lipoproteínas, polissacarídeos e fosfolipídios,
que envolve sua parede celular. A essa membrana dá-se o nome de membrana
externa.
Esquema da parede celular de uma célula Gram-negativa. É possível observar
a camada fina (em comparação com as Gram-positivas) de peptidoglicano e
a camada externa que forma uma membrana de lipopolissacarídeos. Existem
as proteínas que permitem a comunicação (transporte de substâncias) do meio
externo com o periplasma.
(HOGG, Stuart, ESSENTIAL MICROBIOLOGY, 2005)

Ao invés de possuir uma camada dupla de fosfolipídios, como a membrana


plasmática, ela (a membrana externa) possui apenas uma camada.
A outra camada é formada por lipopolissacarídeos. Essa última camada é
composta por três partes: lipídio A, um polissacarídeo central e uma cadeia
lateral O específica.
O lipídio A age como uma endotoxina, que se liberada na corrente sanguínea
pode levar a sérias condições como febre e choque.
Os antígenos O específicos são polissacarídeos cuja composição varia entre
cepas de uma mesma espécie. Métodos sorológicos conseguem distinguir as
cepas específicas,
uma importante ferramenta para a descoberta de agentes etiológicos de certos
surtos de uma determinada doença.

Proteínas incorporadas na membrana externa formam canais que permitem a


passagem de água e pequenas moléculas para o “interior” da célula
(lembrando que
após passar pela membrana externa ainda existe a passagem pela membrana
interna e a parede celular, não sendo assim uma passagem direta para o
citoplasma).
Na verdade, antes de atingir a membrana plasmática, o composto passa pelo
periplasma (Essa região entre as duas membranas, onde se encontra também
a parede celular).
Ao contrário da membrana plasmática, a membrana externa não exerce
funções na respiração celular bacteriana.

AFINIDADE MOLECULAR
A afinidade entre os compostos (polar e apolar, hidrofílico e hidrofóbico) é o
que caracteriza a interação desses mesmos compostos.
A tintura violeta fica confinada na célula de bactérias Gram-positivas, pois
ocorre a desidratação das proteínas e do peptidoglicano e isso causa o
fechamento dos poros existentes na parede celular não permitindo que o
corante saia da célula (A parede é muito mais espessa nas Gram-positivas, o
que faz com que o número de poros fechados seja muito grande).
O ácido teicóico ligado ao peptidoglicano e a membrana plasmática da bactéria
Gram-positiva torna a parte externa da célula negativa,
e isso caracteriza uma espécie de dipolo que pode induzir a fixação do corante
com mais facilidade e por mais tempo.
As forças intermoleculares atuam em moléculas polares com mais intensidade
do que em moléculas apolares.

A membrana externa das bactérias Gram-negativas é removida pelo álcool e os


poros da parede celular dessas células não são suficientes quando fechados
para não permitir a saída do corante de seu interior. Assim o corante não
encontra muita dificuldade para sair do seu citoplasma.

IMAGENS
COCOS

DIPLOCOCOS
ESTAFILOCOCO

ESTREPTOCOCOS

BACILOS GRAM POSITIVOS


Bacillus subtilis

BACILOS GRAM NEGATIVOS

Escherichia coli
DIPLOBACILOS

ESTREPTOBACILOS
ESTREPTOBACILOS

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