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Mak'Gregor, Will'S
Sacou, bicho?! : inquietações
filosóficas sobre o mundo que nos cerca /
Will'S Mak'Gregor.
Florianópolis: Editora UEA, 2006.
146p. ; 21cm
ISBN 978-85-89663-03-8
1. Crônicas. I. Título.
CDD ( 21ºed.)
B869.85
Na Internet:
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Sumário
h
Apresentação ............................09
h
Inteligência ............................19
h
Amor não existe .........................23
h
O normal é anormal ......................27
h
Crença ontem, hoje e amanhã .............31
h
A fluência do ter .......................35
h
Sem peias, nem maneias ..................39
h
Utopia ..................................43
h
Um problema psicopatológico .............47
h
Eis o fundamentalismo ...................51
h
O pano de linho e a fé ..................55
h
O super-homem genético ..................59
h
Do pó ao pó; das cinzas às cinzas .......63
h
O reino encantado da mentira ............69
h
Os dois lados estão certos ..............75
h
Um bom amanhecer ........................79
h
Parâmetros a discutir ...................83
h
Anticonformismo .........................87
h
A medicina desfalcada ...................93
h
A construção de um deus .................99
h
Posturas idiossincrásicas da linguagem ..103
h
Meio ambiente transgressor da mente .....107
h“Quem conta um conto, aumenta um ponto”.
(Brasa para sua sardinha).................111
h
Psicologismo ............................115
h
Lacunas da linguagem ....................119
h
Moral x Ética ...........................123
h
Festas pagãs ............................127
h
Kubernêtes ..............................133
h
Achismo .................................137
h
O sexo deve ser livre, porém, racional ..141
h
Práticas (i)legais? .....................145
h
Paz e amor, bicho! ......................149
h
Brasil: o país da CPI ...................153
APRESENTAÇÃO
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se remete a uma conclusão. Entretanto, embora o
autor faça aqui a análise, sua abordagem não
propõe estabelecer uma conclusão, pois se sabe que
esta, na medida em que novas análises são feitas,
torna-se inconclusiva. O que ele propõe é conhecer
o mundo, as normas sociais e as regras de conduta,
para então as questionar; uma vez que as investi-
das decisórias são feitas sem o consentimento
global, e a humanidade, na quase totalidade de sua
população, vive à mercê dessas decisões.
- 10 -
Dr. Mak'Gregor melhor coloca, dizendo que ela é
uma amante fervorosa do escravagismo. Ela flerta
com a liberdade, enquanto se pretende liberal, mas
no seu uso corrente, não consegue se libertar dos
grilhões.
O Dr. Mak'Gregor pesquisa as posturas
filosóficas, antropológicas e científicas da
humanidade e do universo que nos cerca. Sua lin-
guagem é, muitas vezes, rebuscada, outras vezes,
simples. Este estilo de escrita vem da convivência
com pessoas de diversas classes culturais. Desde
que trabalho com ele, ouvi muitas histórias sobre
suas peripécias. Ex-residente de países como
Somália, Rússia, Canadá, EUA, Alemanha, França,
Laos, Camboja, Índia, Brasil... suas atividades
profissionais também foram variadas. Esta plura-
lidade cultural favorece muito, no sentido de que
confere visão cristalina e multifacetada do
universo, senso abstrato e concreto, conceitos
descentralizados, ângulo de raciocínio focado no
indivíduo, em seu meio e na liberdade.
Um indivíduo eclético, esta é uma definição
que poderia ser dada ao Dr. Mak'Gregor. Gostaria
de saber um pouco mais sobre sua história para
poder apresentar com mais propriedade este livro,
e, como ele mesmo cita: "Se no corpo não sei, se
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fora do corpo não sei, deus o sabe", é veterano de
três guerras, uma como paramédico e duas como
capelão; o despotismo, a miséria, as atrocidades,
as drogas e os traumas foram conhecidos em sua
essência. Após uma experiência de guerra, sempre
se tem muito a dizer, especialmente quanto à dor e
ao sofrimento, que são lembranças fortes. E, ao
perguntar-lhe, cita novamente: "Se no corpo não
sei, se fora do corpo não sei, deus o sabe".
Deixando a neurose de guerra para trás, pegou sua
Harley-Davidson e viajou aos EUA, pela famosa Rota
66, ouvindo rock, puxando baseado e fazendo ami-
gos. Esta fase de contracultura do Ocidente foi
crucial para o desenvolvimento da filosofia de
amor, paz, liberdade. Mas sua vinda ao Brasil,
país mergulhado na ditadura militar e na política
de proibição, trouxe objetivos diferentes.
Novamente ele me diz: "Se no corpo não sei, se fora
do corpo não sei, deus o sabe", a filiação a grupos
de esquerda e o tornar-se guerrilheiro urbano foi
a escolha de uma personalidade ativa e extensio-
nista.
É interessante notar que aquilo que foi
combatido em uma situação, logo se torna heróico
em outra. Por este parâmetro percebemos que não é
adequado seguir as normas vigentes, as teorias
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populares, ou o modelo atual. Quem sabe qual é o
certo, uma vez que este certo só serve para manter
a ordem social por uma fase curta de espaço e
tempo? As opiniões logo se divergem, e os jovens
que eram do contra se acham caretas, o governo se
vê tirânico, as religiões ultrapassadas, a
mulher, velha, e o homem, pobre. Dr. Mak'Gregor
diz "que há de se ter liberdade e bons costumes". E
pelo que já conhecemos das lideranças e dos lide-
rados, sabemos que não há possibilidade de se
fazer um estado sem leis se não há predominância
dos bons costumes. Então voltamos à antiga luta
por "mais" direitos, mas não por direitos "tota-
is".
Ao lhe perguntar sobre a estrutura normati-
va para seu viver atual ele me disse: sou monista,
pesquisador, cético. Algo importante no seu ponto
de vista sobre o mundo religioso é ele ensinar que
as religiões, embora o "ópio do povo" (parafrase-
ando Marx) devem ser mantidas porque são a susten-
tação moral e ética dos povos necessitados e
crentes. Pois uma vez conhecedor, a necessidade do
indivíduo de firmar-se em uma filosofia torna-se a
criação de sua filosofia própria, e esta tem
completa liberdade de aplicação, sendo apenas
limitada pela liberdade de outrem.
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Quando conquistamos uma prerrogativa no
viver, percebemos que nada é em vão. As experiên-
cias valem o tempo dedicado a elas. O autor dá
aulas três vezes por semana, e os novos conceitos
científicos propostos vêm acompanhados de novos
termos, embasados por teorias diversas. Portanto,
quando leio sobre os avanços científicos entendo o
que o Dr. Mak'Gregor quer dizer sobre a evolução
do universo, quando coloca que esta foi tecnológi-
ca, e não social.
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abordados e facilitando a leitura.
- 15 -
posturas. Ainda na onda religiosa, "O pano de
linho e a fé" analisa um tema controverso e cen-
tral no cristianismo: o Sudário. Hitler, engenha-
ria genética e o super-homem: "O super-homem
genético" vislumbra o mundo pela ciência. Em "Do
pó ao pó; das cinzas às cinzas" está na mira do
autor os cemitérios e a cremação, esta ainda pouco
difundida. Tema do seu último livro publicado por
esta casa, "O reino encantado da mentira" defende
uma tese: a sociedade não sobrevive sem ela. Mais
uma vez a dualidade das questões humanas é aborda-
da em "Os dois lados estão certos", que convida a
um sentido mais amplo para o viver. "Um bom ama-
nhecer", poesia pura, mostra que apesar das duras
críticas e das dificuldades que todos enfrentam,
há um amanhecer a cada novo dia. A humanidade foi
criada ou sofreu mutação evolutiva? Quem é predo-
minante, o homem ou a mulher? A resposta está em
"Parâmetros a discutir". Ah! O "Anticonformis-
mo"... sim, sim, a pessoa não deve se acomodar
nunca! E "A medicina desfalcada" coloca em cheque
esta profissão vituperada. Deus, deuses, profetas
e gurus... a humanidade precisa deles e é assim
que se faz "A construção de um deus". Em "Posturas
idiossincrásicas da linguagem" nossa comunicação
é analisada por duas posturas: a fala e a palavra.
- 16 -
Enquanto vivemos como bons espécimes sociais, e
nossos pensamentos são enquadrados na ordem
global é hora de ler "Meio ambiente transgressor
da mente". E a história? Há um lugar para ela em
"Quem conta um conto, aumenta um ponto". O humano
sempre precisou de apoio, e o estudo de sua mente
foi levado aos psi; tema abordado em "Psicologis-
mo". A comunicação volta à tona em "Lacunas da
linguagem", que pede mais critério no uso, para
talvez melhorar o costume. "Moral e ética" coloca
estes dois conceitos em linha, confrontando-os e
colocando-os onde são úteis. "Festas pagãs" olha
para as festividades religiosas e tira sua misti-
ficação. Base e fundamento da Universidade funda-
da pelo autor, a Cybernetyka e a Cibernética são
explicadas em "Kubernêtes". Uma nova ciência está
nascendo, descubra qual em "Achismo". Perca a
falsa moral e teste sua filosofia em "O sexo deve
ser livre, porém racional". O aborto, à luz da
bioética, um tema sempre atual e importante em
vista do excesso de crianças abandonadas é discu-
tido em "Práticas (i)legais?". Em vista do viver
agitado, da falta de objetivo, do medo frente ao
inesperado; "Paz e amor, bicho!" acalma os ânimos.
E para finalizar, vemos o país em que vivemos sob
uma ótica crítica e política: "Brasil: o país da
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CPI".
Com uma variedade tão grande de assuntos,
percebemos que nossos conceitos sobre o Universo
Terra precisam ser revistos. Este mundo, esta
sociedade, esta construção modular e caótica
exigem pensamentos atuais que façam frente ao
conformismo.
Nota explicativa:
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INTELIGÊNCIA
- 19 -
como sucesso ou fracasso, ou que denote a superio-
ridade intelectual de alguém.
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genéticas, má formação fetal, infecções ou trau-
ma, entre outros.
Sabedoria, palavra que amiúde está na boca
do povo, não tem nada a ver com inteligência. Um
sábio é aquele que galgou mais distância, mais
terreno no universo presente, possui experiência
de vida, que pode ou não ter vindo de atividades
intelectuais. Freqüentemente, usa-se o termo
“sábio” para designar a pessoa de idade que fica
sentada no canto da sala de estar de um parente, ou
para elogiar alguém que teve uma grande idéia para
a publicidade de uma empresa. Ambos os conceitos
são errôneos. Velhice não é sinônimo de sabedoria,
pois se alguém viveu muitos anos, mas não soube
aprender com os seus erros e acertos, com as
próprias experiências, ele não possui sabedoria;
diz-se que é vivido - embora seja verdade que a
sabedoria ocorra com mais freqüência em pessoas de
mais idade. Também a facilidade para lidar com
situações estressantes, com desafios e mesmo com
problemas, não indica que a pessoa tenha sabedo-
ria, pois essas habilidades são características
de um intelecto apurado, esperteza ou insights.
Sabedoria implica em muitos fatores desconhecidos
da maioria da população.
O conceito de inteligência, como a maioria
- 21 -
admite, não é um fator primordial para que uma
pessoa tenha bom desempenho, ou seja bem-
sucedida; assim como é um equívoco esperar fra-
cassos de quem é considerado menos inteligente. E
como afirmei anteriormente, a medida de inteli-
gência não é determinante, pois a própria teoria
admite deixar de lado muitos fatores importantes
para o reconhecimento de gênios em uma dada
arte/atividade. São inúmeros os exemplos de
pessoas bem-qualificadas - empresários, artis-
tas, professores - que seriam classificadas em um
patamar abaixo da marca considerada alta, e que,
no entanto, demonstram ótimo desempenho.
Antes de julgar alguém pelo seu QI é melhor
que se procure saber o que essa pessoa pode fazer e
como o fará, porque o que verdadeiramente tem
importância é a eficiência e a eficácia na ação.
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AMOR NÃO EXISTE
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o humor se desestabiliza. O Mestre Osho estava
certo ao afirmar que amor e ódio andam juntos, que
um não pode existir sem o outro. E não é apenas
como referenciais - se existir o ódio, haverá a
percepção do amor - que eles servem, mas também
como indicativos de que eles são uma e a mesma
coisa, só muda a percepção. Schopenhauer já dizia
que o mal só nos parece ruim porque conhecemos o
bem; portanto, o amor é só uma questão de ponto de
vista. Prefiro o termo humor que denota exatamente
o estado de espírito - por assim dizer - da pessoa
portadora do sentimento. Ela pode estar bem-
humorada ou mal-humorada com alguém. Na verdade,
não deixamos de amar quando estamos com ódio, nem
de odiar, quando estamos amando. E mais certo
ainda é que até mesmo o ódio é um estado de cuidado
e precaução.
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dizer que não haja objetivo ou meta, que essas
pessoas caminham sem saber o que querem, ou o que
fazem. E existem aqueles que gostam de pensar que
possuem amor universal, isto é, gostam de tudo e
de todos, nada é ruim, tudo está em harmonia. Isso
não existe, o que existe é compreensão universal.
Amar é compreender, sem compreensão não pode
existir o chamado amor (ou bom humor).
Quando Jesus supostamente disse: amai aos
outros como a si mesmo, é certo que, ou ele não
sabia o que estava dizendo, ou a tradução está
errada, pois ninguém pode amar outros como a si
mesmo; é impossível. E não amar dessa forma não
significa que não haja bom humor por parte da
pessoa; só demonstra que o ego estabelecido pela
psicanálise - que não deve ser tirado - faz-se
presente; e isso é bom. Se houver o mesmo humor por
si próprio do que pelos outros, não haverá cresci-
mento, e sem crescimento não há evolução. A liber-
dade e a individualidade devem existir e são
benéficas, pois conservam a pessoa sã. Romeu e
Julieta certamente é o romance preferido dos
apaixonados; porém, analisando-o com mais frieza,
percebe-se que o sacrifício por algo tão volúvel
como o humor, especialmente o humor humano, é um
desperdício; principalmente se levarmos em conta
- 25 -
aquilo que foi dito: que para haver amor deve
haver compreensão, e esta só acontece com os mais
evoluídos e não precisa de sacrifícios.
- 26 -
O NORMAL É ANORMAL
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o que é isso, perguntei: não é necessário um
padrão para que o motor funcione bem, dentro da
'normalidade'?
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marca famosa, tanto aqui, quanto em qualquer outro
lugar, seja em países de regime ditatorial, ou de
religiões diversas, fica difícil determinar o que
está ou não fora dos padrões. Se mesmo estes mudam
constantemente, não se pode afirmar se as pessoas
estão erradas ou certas.
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de normalidade e anormalidade, uma vez que o
normal hoje é o anormal de ontem, e não há quem
discorde de que cada um faz o que quer, desde que
ninguém esteja olhando. É anormal hoje, para os
povos ditos civilizados, comer carne humana; mas
não o era para os índios da Amazônia nos idos
séculos. E é até normal jogar sobras de alimentos
na lixeira, mesmo que haja pobres ao redor da
casa. Nossas concepções estão mais do que ultra-
passadas, e ainda assim, insistimos em pensar que
tudo é como deve ser, que está tudo normal. Hoje,
no mundo das esquisitices, normal é ser anormal;
ou talvez seja o contrário.
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CRENÇA ONTEM, HOJE E AMANHÃ
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à concepção de religiosidade. Isso não deixa de
estar certo, embora existam conotações muito mais
amplas para “fundamentalismo”.
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desta ou daquela forma; acreditando em uma postura
agora, e em outra assim que viram a esquina.
Entretanto, as pessoas dos exemplos acima
são inócuas; não são perigosas, mas também não são
benéficas; elas simplesmente vivem, ocupando
espaço e seguindo seu caminho, nem sinuoso nem
reto. Aquelas que fazem a diferença crêem firme-
mente em algo que, se direcionado para o bem, se
torna o seu ideal; se para o mal, a sua sina. Ambas
são fundamentalistas na sua forma de ver e conce-
ber os acontecimentos, bem como na forma de execu-
tarem as suas ações.
Quem, quando criança, não quebrou um osso do
corpo, ou teve uma contusão ao cair, porque acre-
ditou firmemente que poderia voar? E quem, na fase
adulta, não olha para cima procurando uma resposta
para a sua dor, acreditando, com a mesma firmeza
que a criança, que as suas preces serão atendidas?
(E isso independe de que denominação se dá para
essa força superior da qual se espera auxílio).
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mente o Budismo, o melhor é o caminho do meio. Para
os ocidentais, pode ser bem difícil entender esse
caminho ensinado pela doutrina budista, mas é
fácil imaginar o que acontece nos extremos das
situações; aliás, hoje, nem é preciso imaginar, é
só ligar a televisão.
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A FLUÊNCIA DO TER
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fazem uma análise do antes, do depois, do porquê,
do quando e do onde, de forma totalmente leviana,
buscando satisfazer as cabeças ávidas de conheci-
mento e oferecendo um pequeno vislumbre do porvir.
E é pela percepção desses acontecimentos que digo
que a preocupação com o futuro econômico dos
países como um todo, e das pessoas, de forma
particular, aparece mais acentuada do que antes. O
medo da desvalorização, da supervalorização, da
perda, do ganho, do lucro, faz as pessoas pensa-
rem, quase unicamente, no quanto vão ter de gastar
para encher o tanque de seu carro.
- 36 -
para determinar quem fica com o quê; a corrupção
ativa da política, quer dos países ricos, quer dos
pobres.
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como tudo funciona; o que se conhece são, unica-
mente, as regras dos mercados.
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SEM PEIAS, NEM MANEIAS
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Não se pode confiar em nada do que é dito,
pois as informações são transmitidas da mesma
forma como foi feito nas últimas guerras: tudo é
filtrado para que seja apresentado somente o
necessário. E assim é o mundo em que vivemos. Um
cosmético só apresenta no rótulo a informação
necessária para o consumo, os alimentos enlatados
da mesma forma; as instruções de uso e manutenção
de um parelho eletrônico são simples (ou pretendem
ser) o suficiente para que qualquer um possa usá-
lo, e não se alongam mais; os medicamentos têm a
indicação adequada à apresentação comercial...
Esta não é uma prática totalmente errada.
Certamente ninguém é um livro aberto, e todos
aqueles que dizem ser são falsos, pois pretendem
mostrar algo que é impossível, a saber, o que
verdadeiramente são. A pessoa não pode ser um
livro aberto, não há jeito de assim proceder; cedo
ou tarde alguém de fora se apropria de algo que lhe
pertence, e aí nem sempre coisas boas acontecem. A
pessoa, para viver bem, deve ser hipócrita.
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apresenta hoje, devemos, antes de absorver as
informações, estudá-las, pesquisar sobre elas,
verificar a sua autenticidade e também a sua
validade. Devemos, antes de usá-las, fazer uma
previsão, mesmo que falha, sobre a sua aplicabili-
dade. Faz-se premente que cada um se conduza de
forma totalmente livre, tomando as próprias
decisões e arcando com as conseqüências que essas
decisões irão gerar. Mas como já disse alguém:
“Liberdade implica em responsabilidade, por isso
todos têm medo dela.”
Do mesmo modo que existe a dualidade, existe
a possibilidade de viver de forma diferente, isto
é, sem ela, descartando o bem e o mal, o certo e o
errado, o bom e o ruim, o bonito e o feio... Como
fazer isso? Deixando de lado o programa estabele-
cido pela sociedade em que se vive e aceitando os
novos paradigmas. Deixe-se perder por alguns
instantes e se encontre mais tarde, totalmente
livre das peias e das maneias. Não é fácil enter-
rar o inútil, eu sei. Mas é necessário. Quando
vivemos segundo o programa pré-estabelecido,
vivemos nos dogmas, nas imposições, nos preconce-
itos. E estes geram o que temos visto: guerrilhas,
guerras, levantes, atentados, e demais tentativas
de exercer controle à força. São situações extre-
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madas que geram mais desavenças e que só têm fim
quando um dos lados cede.
Viva você, livre dessas limitações, aprenda
a viver livre.
Uma proposta da Internacional
Situacionista que compartilho: “O que queremos de
fato é que as idéias voltem a ser perigosas.”
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UTOPIA
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Olhando para o cosmos, com os olhos nus ou
auxiliados por aparelhos, não se vê nada mais,
nada menos, que uma série de movimentos inexplicá-
veis. Caminha-se em um universo que esconde as
respostas. Os caminheiros - que chamo de nômades
ou andarilhos itinerantes -, no torvelinho e na
ânsia de alcançar o brilho de uma estrela, buscam
algo e contam as histórias de suas viagens no
movimento do mar. Eles estão envolvidos numa
grande utopia.
- 44 -
co, no qual o humano vivia uma utopia - um programa
de computador - e os seus pretensos salvadores -
os humanos rebelados - queriam, utopicamente,
livrar toda a humanidade desse faz-de-contas. A
analogia empregada no filme, baseada no livro de
Lewis Carroll (Alice no país das Maravilhas) foi,
e ainda é, extensamente discutida por inúmeros
pesquisadores, cientistas e filósofos. O que
existe do outro lado do espelho?
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sonho vem à mente.
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UM PROBLEMA PSICOPATOLÓGICO
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Como estamos todos numa situação contingen-
cial neste universo, qualquer pessoa é vitimável.
A única coisa que impede de o ser é a percepção da
pessoa no momento em que está sendo fisgada pela
isca sutil desta maranha (arapuca) psicológica.
Na verdade, alguns consideram adequado fazer uso
da vitimação e até julgam ser uma espécie de
método, propriamente enquadrado, para conseguir
seus objetivos.
- 48 -
ma proposta. Pois, por mais que você dê, nunca
será o suficiente e aquele que for manipulável
terá tudo sacado de si: suas crenças, seus pensa-
mentos, suas vontades e seus desejos, seu livre-
arbítrio, sua determinação, sua auto-estima...
Até que haja a completa aceitação dos termos da
vítima.
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cil, mas vencemos a parada”.
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EIS O FUNDAMENTALISMO
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entre elas a Adventista, os Testemunhas de Jeová,
os Mórmons, das quais falaremos em outra oportuni-
dade). A cúpula de dirigentes da Congregação
Cristã no Brasil é constituída, em sua maioria,
por italianos. Essa religião constrói templos
suntuosos; sua política é capitalista, ditatori-
al, dogmática, antipatriota e neoliberal; além de
ser “dinheirista”, o que é arrecadado não é dis-
tribuído para obras de assistência à comunidade,
portanto, não beneficia a sociedade. E, se alguém
conversar com um membro dessa igreja, notará que,
para eles, somente seus membros estão escolhidos
para a salvação, somente eles têm o direito à
ressurreição; os demais são todos marcados com o
selo da besta, o número 666; estão condenados à
primeira morte.
Tanto o Ocidente, quanto o Oriente são
fundamentalistas; quer o mundo cristão, o islâmi-
co, o judeu, o hinduísta, o bramanista... Mas, o
que quer dizer então, fundamentalismo? Uma pessoa
que comemora seu aniversário é fundamentalista,
pois está baseada nos fundamentos de um calendá-
rio; uma pessoa que tem lugar reservado no restau-
rante que freqüenta há cinco anos é fundamentalis-
ta, pois está centrada numa tradição. Alguém
poderá dizer: “Porém, não somos violentos!”
- 52 -
Evidente que sim! Ser fundamentalista implica em
seguir os preceitos de um fundamento instituído
por um terceiro, ou pela própria pessoa que os
pratica. Alguém centralizado em seus fundamentos
é irredutível e perigoso, pois se algo o forçar às
mudanças, ele se tornará violento.
Todas as pessoas necessitam de bases para
caminhar, é como a necessidade de um chão firme
para pisar. Mas quando se torna impossível aceitar
os paradigmas, torna-se visível o fundamentalis-
mo, que se ativa como autodefesa.
- 53 -
Por que a China não sofre as mesmas sanções? Qual
dos dois países ofende mais a Declaração dos
Direitos Humanos? Entretanto, ambos estão centra-
dos em seus fundamentos, assim como o estão os
países que aceitaram as sanções impostas a Cuba, e
nenhum deles revê sua política.
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O PANO DE LINHO E A FÉ
- 55 -
detalhado em diversos livros, de cunho científico
a religioso.
- 56 -
lizações científicas - além de não-cristãos -,
tentam discernir as manchas no sudário e fazem
comparações com a feição de Jesus, bem como procu-
ram dar uma palavra final para essa discussão. Mas
como costuma acontecer a todo assunto polêmico,
nesse tocante também nunca haverá uma resposta
final, principalmente porque não existe uma
testemunha ocular do acontecido. O post mortem no
pano de linho continua a gerar controvérsias, da
mesma forma que o faz qualquer outro assunto que
tenha a impressão digital de alguma religião.
Comprovar pela fé? É a única forma que se aplica
para provar o que não pode ser provado. Comprovar
pela ciência? Somente quando for deixada de lado a
fé. Sabemos que dificilmente teremos um mundo
livre da dominação metafísica. Isso acontece
justamente porque a metafísica cega o conceito e o
embebe em uma solução abstrata.
- 57 -
A religião existe para o povo, para a horda, não
para os esclarecidos. Quem crê está sujeito ao
fanatismo, porque está longe da compreensão.
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O SUPER-HOMEM GENÉTICO
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No ano de 2003, o DNA Humano completou 50
anos. Vários artigos foram escritos sobre o assun-
to nas mais diversas revistas e jornais mundiais,
exaltando a pesquisa de Francis Crick e James
Watson. Estamos na era da biologia molecular,
nossos genes estão sendo destrinchados e conheci-
dos a fundo. E qual é o objetivo? Ativistas dos
direitos humanos e organismos internacionais
pugnam pela elaboração de leis de proteção ao
indivíduo que garantam a integridade humana.
Muitos temem que se não houver garantias legais,
grandes empresas poderão manipular as pessoas,
segundo o conteúdo de seus códigos genéticos.
Alguns dizem que a clonagem humana será um caminho
para a discriminação social, e outros argumentam
que através dela será possível reviver a eugenia.
Pensando em termos práticos, ninguém poderá
conter a revolução que se avizinha, e não serão os
protestos que irão impedir novas descobertas ou
mesmo pesquisas acerca da clonagem.
- 60 -
encontra uma resposta.
- 61 -
Terá mais possibilidades e mais desafios, mas será
considerado perfeito. Os pais comprarão seus
filhos em grandes bancos de embriões. O alimento
será de tamanho diminuto, mas com o dobro de
nutrientes. As estruturas física e química, após a
melhoria genética, sofrerão pequenas modifica-
ções com grandes repercussões.
- 62 -
DO PÓ AO PÓ;
DAS CINZAS ÀS CINZAS
- 63 -
dades que caracterizam “verdadeiramente” a morte
de uma pessoa (como desaparecimento dos movimen-
tos, parada da respiração e dos batimentos cardía-
cos, perda de estímulos e parada da atividade
cerebral). Após esta, ocorrem certos processos ou
“alterações cadavéricas” que “provam”, pelo tempo
decorrido, que houve morte material (frio da
morte, rigidez da morte, manchas cadavéricas,
alterações oculares e putrefação).
- 64 -
humana. O material pernicioso liberado de um corpo
putrefato é enorme. Somem-se muitos corpos,
milhões deles, para que haja uma idéia da atual
situação dos cemitérios.
- 65 -
repolho e outros vegetais. Certamente poucos
(pouquíssimos, na verdade) comeriam verduras e
legumes que têm origem em campos desse tipo, mas
você sabe exatamente qual a probabilidade de a
água que alimenta as plantações não estar vindo de
um cemitério?
O único ponto a favor do enterro é o legal.
Isto é, quando existe a necessidade de exumação de
uma vítima de um crime, a fim de dirimir dúvidas na
necropsia.
Agora, se se espera que um deus venha à
Terra reavivar almas “puras”, certamente não as
reavivaria em corpos putrefatos ou em esqueletos.
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No Oriente, a prática da incineração é
usada há milênios. Qual a necessidade de se espe-
rar a fossilização do ente querido? Deve-se
pensar nisso, analisar melhor a situação. Pois
após a incineração, as cinzas serão semeadas no ar
totalmente limpas, destituídas de toda toxicidade
(graças à alta temperatura do processo). Isto
está enquadrado nos planos do universo, e mais...
- 67 -
O REINO ENCANTADO DA MENTIRA
- 69 -
Existem vários tipos de mentirosos: aqueles
que visam a se autopromover, aqueles que querem
esconder algo, aqueles que querem mostrar algo,
aqueles que tentam provar algo que não tem compro-
vação, e assim prossegue.
Embora a pessoa seja levada a pensar no mal
e naquilo que dele deriva, a mentira tem sua face
boa. Mas é evidente que depende muito de que
aplicação essa face terá.
- 70 -
discussão, simplesmente porque estão desprovidos
de antítese. Foi enfiada na sua cabeça a idéia de
salvadores, de redentores, de um Deus que tudo
provê.
- 71 -
O clero chama a mentira de “inadequatum” e,
é claro, dá carta branca para que seja aplicado
pelos seus altos postos. Declaradamente imperia-
listas, a Igreja e o Estado ajustam o indivíduo em
suas normas e prendem-no com seus grilhões. Por
este motivo, cada um deve seguir um preceito
declaradamente anarquista.
- 72 -
ou baixo gabarito, da várzea ou do centro), che-
guei à conclusão de que tudo está envolto no prin-
cípio teológico da Metafísica (esta já é um estado
da mentira). Haja vista que - como já tenho falado
e escrito - tudo é psicopatológico.
Volto a dizer, o meu parecer é que antes de
acreditar em tudo que ouvir, antes de engolir tudo
que vier da boca do outro, a pessoa deve examinar o
assunto para não entrar em uma “fria”.
O nosso Universo Terra - pela globalização -
está envolvido em um neoliberalismo e fundado
somente na crença, não na sapiência.
- 73 -
OS DOIS LADOS ESTÃO CERTOS
- 75 -
onde a pessoa estiver estacionada e da forma como
ela concebe as coisas; pois, a partir do seu ponto
de conclusão, assim será o universo para ela. Se
outra pessoa estiver em lugar oposto, olhando o
mesmo alvo, evidente é que sua visão será diferen-
te; entretanto não se pode afirmar que uma está
certa e outra errada; pois existe o meio, existe a
molécula. Entre um ponto e outro de uma concepção
existe uma molécula, e esta dá o “direito” de
pesquisar e compreender melhor o que existe entre
o certo e o errado.
Tomemos, como exemplo de discussão, a
eugenia (trabalho científico que corre e se perde
na noite dos tempos), que pode ser classificada
como a procura pela melhora - melhorar nos estu-
dos, na saúde, no corpo, na vida econômica...
Melhorar, melhorar, melhorar, eis a busca da
eugenia. No entanto, o referencial de melhor é
pior; de bom é ruim - (note-se que aqui existe um
referencial, um meio, que é a molécula). Se a
eugenia for estudada mais profundamente, poder-
se-á perceber que é justamente no meio que se
oferece mais condições para elevar os estudos.
Entenda-se que isso ocorre porque o estudo é o
meio, é a molécula, é a antítese da tese, e é onde
se faz necessário boa dose de pesquisas - sem
- 76 -
preconceitos - para encontrar a conclusão mais
apropriada ao nível dos ciclos da história.
- 77 -
uma história; e o vencido, outra. Neste meio,
entre vencido e vencedor, os dois têm razão. Só se
pode concluir sobre qual é o melhor ponto, através
da base prismática molecular, haja vista que, no
universo em que se habita, tudo é psicopatológi-
co.
Está aí uma oportunidade, caro leitor, para
derrubar os preconceitos político-social-
religiosos e enveredar-se para os estudos e as
pesquisas mais profundas.
- 78 -
UM BOM AMANHECER
- 79 -
da altura das montanhas, poderá ver o sucesso em
tudo; e o referencial do sucesso é o insucesso,
assim como a beleza daquele está neste. Funciona
para quem vê a luz nas trevas. Se o dia estiver
plúbleo; a noite será maravilhosa. Se houver uma
noite “maldormida”; o dia será de bonança.
No espaço e no tempo, voam as aves; no
tempo/espaço, acelera-se para a partida.
- 80 -
A tecnologia é fruto da ciência, que, por
sua vez, não tem dialética (somente depois de
mensurada). Mas, um indivíduo tem dialética,
pois, pela cybernetyka do seu cérebro, sabe usar a
tecnologia em benefício próprio e daqueles que o
cercam.
Ora, toda lei não compreendida pelo infra-
tor, prova que não é uma boa lei; toda estrada que
marca uma curva perigosa, no alerta de cuidado,
mostra que foi mal-locada. Da mesma forma, limite
de velocidade é inútil - pois cada um é dono de si
próprio e responsável pelos seus atos -; mandar
não é bom, pedir é melhor e obedecer, jamais.
Rebelando-se contra as normas ditadas,
busca-se também poetizar o viver, e então, dá-se
atenção ao que disse Che: “Hay que endurecer, pero
sin perder la ternura jamás.”
- 81 -
PARÂMETROS A DISCUTIR
- 83 -
mas que o projeto humano básico estava pronto,
quando implantado aqui - tese defendida por inúme-
ros pesquisadores que admitem a implantação de
espécies neste planeta, através de outras civili-
zações, ou por vestígios destas, trazidos por meio
de corpos siderais.
No campo sociológico, o termo homo deveria
ser considerado uma ofensa. A origem latina da
palavra quer dizer homem; e então onde fica a
mulher, fora? Já se sabe que o Universo Terra,
tanto o oriental quanto o ocidental, sempre foi
governado pelo homo, pelo poder patriarcal,
alicerçado no monoteísmo das religiões reveladas.
O governo do “macho” coloca a fêmea fora do âmbito
da liderança ou comando, posicionando-a como mero
objeto a ser manipulado. Enquanto sociedades
menos avançadas lutam pelos direitos das mulhe-
res, as sociedades ditas civilizadas escondem,
sob a máscara do “direitos iguais para todos”, um
profundo preconceito contra a mulher.
- 84 -
lista dos “donos” do mundo, é visto como espúria.
O macho abomina o homossexual e a lésbica; abomina
a mulher; o inferior ao seu comando; o doente; o
fraco. Vencer, ou provar a superioridade através
da competição - pressuposto básico de toda espécie
baseada na dominação do macho -, demonstra a
lógica do “sexo dominante”.
- 85 -
ANTICONFORMISMO
- 87 -
clérigos auto-intitulados sucessores de Cristo, e
que cometeram o mesmo crime? Por que ainda existe
tanto medo em expor estes charlatães que se escon-
dem sob a égide do puritanismo, enquanto são os
maiores acionistas de empresas que fabricam a
Camisa de Vênus e outros contraceptivos?
Escondidos atrás do anonimato, cada um faz e fala,
prega e doutrina com isenção de culpa.
Os políticos, defensores dos direitos do
povo, segundo se diz, cometem as mais variadas
falcatruas e são julgados (quando o são) pelos
seus iguais, sem imparcialidade, e sobra para o
povo que os elegeram, somente desculpas. A situa-
ção está tão agravante que qualquer pessoa, quando
vê um político, pensa rápido em corrupção.
Voltando os olhos para a Política Internacional (a
de escrúpulos, não a de jogo de impérios e não a de
poder hegemônico), devem-se analisar os discursos
dos laureados da paz. Quantos predicaram pela paz,
e quantos anos de paz teve o Universo Terra desde
que os anais da história registraram a existência
da espécie humana? Tome-se como exemplo a “Terra
Santa” e perceba-se que é o local onde mais se
derramou e derrama sangue humano, através de
guerras e disputas por palmos de terra.
- 88 -
situação mundial, poucos se rebelam contra as
autoridades, maiores ou menores. Existe até mesmo
ocasião em que funcionários de empresas, privadas
ou públicas, escondem-se atrás de um guichê,
maltratando e humilhando pessoas, porque se
sentem em posição superior. Ou aqueles bancos que
proporcionam aos clientes que necessitam pagar
suas contas, uma desagradável estadia no interior
de seus recintos, devidamente arrefecidos pelo ar
condicionado, esperando em pé durante horas,
aguardando ser o “próximo”.
Poucos são os que mandam analisar em labora-
tório o leite que bebem todos os dias, para saber a
droga química que está ali, ou que se esforçam por
conhecer os insumos adicionados à lavoura, a
terra, forçando-a a dar o que ela não quer dar.
Poucos reparam na potencial intoxicação que está
servida em suas mesas e que ingerem todos os dias.
Para isso basta prestar bem atenção nos talheres,
pratos, copos, guardanapos, inclusive dos mais
finos restaurantes e na bagunça e sujeira de suas
cozinhas.
- 89 -
leiros; poucos ingredientes ou nenhum são impor-
tados. O jogo de temperos leva ao condicionamento
internacional e globaliza o alimento. Alemanha,
China, Líbia, França, Turquia... Pagamos caro
pelo alimento e jogamos tudo no vaso sanitário da
globalização. Quanto engodo, quanto engano...
Quem já contou os palitos de fósforo de uma
caixa, para saber se existe verdadeiramente o
número marcado? Quem reclama para o fabricante
sobre as tampas de água mineral, refrigerante ou
remédio que não consegue abrir, e que, muitas
vezes, cortam os dedos quando da tentativa?
- 90 -
lidade e honestidade. Não é justificativa, o
facto de morar no Brasil, que ao contrário do que
dizem, é uma pátria maravilhosa, bonita e rica.
Dizer que o país não cresce porque é terceiro
mundo, não convence, pois, até os planos sociais
são fachada para arrecadar dinheiro para o paga-
mento de juros da dívida externa. Aqui, não impor-
ta qual o partido, não existe Ordem, além da
inscrita na legenda nacional, e por isso não
existe Progresso.
A pessoa deve procurar conhecer mais, e
assim estará apta para melhor servir.
- 91 -
A MEDICINA DESFALCADA
- 93 -
Medicina foi um dos cursos universitários
de maior prestígio no mundo ocidental (em parte
porque muitos dos que optam por essa disciplina, o
fazem buscando enriquecimento financeiro e nada
mais). Há muito tempo, o médico, assim chamado,
tem exercido uma influência considerável na
sociedade e possui poder que só pode ser comparado
ao do sacerdote religioso local. Com a demanda
aumentada e o grande número de formandos, a pro-
fissão sofreu declínio.
- 94 -
las, ira, desrespeito pela espécie humana; afun-
dados em excessos com álcool, fumo e drogas ilega-
is) no exercício de sua profissão, são causadas
por receitas de medicamentos, cirurgias, transfu-
sões de sangue, exames inadequadamente aplica-
dos...; doenças psicogênicas - provocadas por
“médicos” de diversas especialidades que acarre-
tam medo, somatização, traumas... Enfim, tudo o
que pode influenciar negativamente o chamado
“paciente”; doenças farmacogênicas - desencadea-
das exclusivamente através dos efeitos colaterais
dos medicamentos utilizados na terapêutica (os
farmacêuticos e balconistas de farmácia também
estão envolvidos neste exemplo, quando, vestidos
de branco, postam-se como conhecedores do produto
a ser vendido, tentando interpretar receitas mal-
traçadas dos “médicos” e vendendo medicamentos
errados, vencidos, ou indicados por eles mesmos
sem o total conhecimento do quadro do “paciente”).
Não é difícil notar a situação desconcer-
tante de quem necessita de atendimento dos profis-
sionais da saúde. Nenhuma pessoa consegue tomar
seguramente um produto, quando lê a bula, tão
complexa, agravante e amedrontadora, que deveria
incentivar a cura; mas, ao contrário, corrobora
com o “médico”, estimulando a doença já incutida
- 95 -
na cabeça da pessoa. Os convênios de saúde não
respeitam a integridade do cidadão, e, sem esses
convênios, é ainda mais desesperadora a flagela-
ção cometida pelo sistema de saúde pública. Para
ser bem-atendida, a pessoa deve apelar para propi-
nas, desde o atendimento em pronto-socorro, até o
transplante de órgãos. Isso, por si só, deixa
entrever a soma de dinheiro partilhada entre os
especialistas e os laboratórios, os laboratórios
de exames e os planos de saúde, os planos e os
hospitais, os representantes de laboratórios
farmacêuticos e os “médicos”, e assim sucede.
- 96 -
Muitos dos movimentos alternativos - de igrejas,
seitas ou medicinas - apregoam a cura divina, a
cura através de óleos, da imposição das mãos... O
milagre.
Propus-me a chamar os “médicos” de “conven-
cionais da saúde”, ou simplesmente, “convenciona-
is”, reservando o termo médico para aqueles
poucos que ainda merecem o título de doutor; e
alterar o termo de “paciente” para “consulente”.
Isso objetiva minimizar a reverência pela classe
e enquadrá-los em nomenclatura atualizada e
compatível com nosso idioma; afinal, quem, no
mundo veloz de hoje, quer ser paciente?
Quando se vê um médico vestido de branco,
imediatamente se pensa em doença e morte. Propôs-
se a curar, então, porque não cura? Quando se vê um
padre ou pastor, pensa-se em pedofilia e contas
bancárias estufadas com dinheiro dos fiéis.
Propôs-se a salvar, e então, porque não salva?
- 97 -
A CONSTRUÇÃO DE UM DEUS
- 99 -
acredite para não ser condenado, mesmo que não
possa ser dada uma explicação para isso.
- 100 -
da história, para que aquele que não se convence
possa pesquisar e apreender os factos. As maiores
guerras, os maiores derramamentos de sangue foram
causados entre irmãos por causa das religiões. Os
ignorantes e supersticiosos entraram por uma
mistificação, endeusando reis, imperadores,
generais, conquistadores, “profetas”, “mestres”,
“gurus”... Dando-lhes poder que jamais possuíram.
Para não perderem a força perante o povo,
essas mesmas religiões de domínio e de conquista,
apelam para todo tipo de subterfúgio. Suas cerimô-
nias perderam muito do oculto e mágico que as
permeava em tempos idos, o comum e o vulgar insta-
laram-se, abrigando uma série infindável de novas
“tendências”. No altar, que antes era destinado a
sacrifícios e oferendas, depois passou a abrigar
prédicas inflamadas e orações, hoje são as brinca-
deiras, danças e desfiles que predominam.
Os seus representantes vestem-se com roupas
típicas, impregnam-se de odores, enchem o estôma-
go com símbolos, dizem “meia dúzia” de palavras e
pronto: são os oficiais conhecedores e represen-
tantes de seu deus.
É certo que isso representa o rito e o mito
de cada crença, mas será suficiente? Geralmente a
fachada é mais bonita que o interior, não é verda-
- 101 -
de? Da mesma forma, as crenças aparentam mais
sentido do que verdadeiramente têm.
O mundo precisa delas, mas quem constrói
este mesmo mundo são as cabeças esclarecidas e
livres, que atualmente não se abrigam mais numa
religião específica, mas estudam de tudo e absor-
vem de tudo, num verdadeiro sincretismo; e melhor
que este é o monismo, livre de qualquer pressão de
subserviência.
- 102 -
POSTURAS IDIOSSINCRÁSICAS
DA LINGUAGEM
- 103 -
beleza). O que é dito torna-se imediatamente
prometido e deve ser cumprido.
- 104 -
usados através da fala, o seu sentido depende da
entonação da voz, dos gestos e movimentos corpora-
is e uma série de outros fatores.
A fala pode produzir muitos efeitos em seus
ouvintes; ela é usada para curar, libertar, ensi-
nar, entreter,... Destarte, sua importância
cresce, na medida em que cresce o seu uso.
Com a palavra, pode-se fazer filosofia,
ciência, e ficar ausente; com a fala se faz pre-
sença, e pode-se fazer poesia, beleza, paz,
paciência, sinceridade, honestidade, força,
poder, pois o poder está na fala e não na palavra.
Por isso já é dito: “Pronto para ouvir, tardio
para falar”.
O ato de escrever amor, não faz amor; mas no
falar amor, compreende-se a flor.
Assim, entendendo essa diferença na aplica-
ção, o conhecimento lingüístico adentra-se por
campos pouco discutidos e considerados por
alguns, o cerne da nova linguagem. A psicolingüís-
tica não consiste em uma disciplina dissociada da
lingüística, e sim em um complemento, em nenhum
momento vulgar, que possibilita compreender com
suavidade o sentido mais sutil das palavras.
- 105 -
MEIO AMBIENTE
TRANSGRESSOR DA MENTE
- 107 -
tas que buscam sair do condicionamento da mente.
- 108 -
penetre. Entretanto, uma pregação, uma nova
mensagem, uma nova doutrina, não desprograma. Não
o faz, porque esses meios levam à doutrinação, e
esta conduz à reprogramação.
- 109 -
errado, nada é pecaminoso.
- 110 -
“QUEM CONTA UM CONTO,
AUMENTA UM PONTO”.
(BRASA PARA SUA SARDINHA)
- 111 -
O principal ponto a ser analisado é aquele
em que os registros de um mesmo acontecimento
divergem, quando narrados em países e em culturas
diferentes. E então vem a pergunta: até onde se
pode confiar nesses registros?
Cada cultura, cada país, cada território,
cada seita, cada pessoa, individualmente ou em
grupo, toma conta dos acontecimentos e os torna
públicos, conforme lhe convém. Transforma “cau-
sos” em factos, e estes ficam registrados como
verídicos. A grande maioria das pessoas que irá
absorver estes factos - através dos meios disponí-
veis - não se importa com a sua veracidade, e, por
isso, não pesquisa. Basta ver os programas sensa-
cionalistas na televisão, jornal ou rádio, para
saber a que me refiro. Rapidamente um acontecimen-
to qualquer toma proporções gigantescas e ainda
com mais rapidez, julga-se os envolvidos.
O que mais causa danos progressivos à
História são os registros impressos, e não se deve
esquecer que estes, em sua quase totalidade, foram
escritos pelos vencedores e não pelos vencidos;
portanto, só existe uma versão a ser lida.
- 112 -
lutou pela defesa de seu país. Napoleão Bonaparte,
dono de um regime imperialista, considerado um
déspota e exilado na ilha de Santa Helena depois
de perder a Batalha de Waterloo; hoje é considera-
do um grande líder e símbolo nacional. E o que
dizer de George Custer, tido pelos norte-
americanos como um grande e destemido general na
luta contra as tribos indígenas, mas que, na
verdade, o que promoveu foi genocídio?
- 113 -
as como elas devem conceber os acontecimentos -
que se insinuam ao receptor e são absorvidos
segundo a maneira como são conduzidos e reportados
-, os protagonistas continuam traçando a história
e marcando com suas pegadas este universo.
Quase ninguém se importa com a verdade por
detrás do mito, ou com as verdades e mentiras da
História; mas para o investigador atento, o ditado
é válido: “Pode-se colocar chifre na cabeça de um
cavalo, mas isso não o transforma em um unicór-
nio”.
- 114 -
PSICOLOGISMO
- 115 -
coletivo e os “psicologismos”.
- 116 -
a índole é uma fase de fraqueza da espécie humana -
que tem sua formação sociológica fora dos
Princípios Cibernéticos; é animal, possui um
comando mecânico e vive segundo o programa.
- 117 -
O mundo está envolvido nestas pseudociên-
cias, e, mais de 100 anos depois da criação das
psicoterapias, analisa-se a situação caótica de
hoje, e pergunta-se: o mundo está verdadeiramente
melhor? Ora, não é necessária nenhuma outra
comprovação além da resposta honesta: Não.
- 118 -
LACUNAS DA LINGUAGEM
- 119 -
sem ser filosófico, é aceito filosoficamente
pelos aspectos do provérbio que apresenta.
- 120 -
são usados indiscriminadamente de forma tacanha e
obtusa, sem o conhecimento adequado e sem a noção
de seu significado. Procura-se adequar às normas,
embora as normas lingüísticas não sejam semelhan-
tes às normas filosóficas.
A obtusidade do resultado final é marcante:
palavras vazias, sem nenhum significado; discur-
sos regados de “não sei o quê”, pois, “não entendi
nada mesmo”. Pergunta-se por que um determinado
público não está apto para entender um conferen-
cista em particular, quando deveria ser pergunta-
do se o conferencista tem mesmo algo para dizer.
Pois, quem não tem o que dizer, dificilmente
consegue ser compreendido. E quando há excesso de
palavras na fala pensa-se que o nível intelectual
dos ouvintes é baixo.
Olhe-se para o Presidente Brasileiro: Quem
pode entender o que ele quer verdadeiramente
dizer?
- 121 -
MORAL X ÉTICA
- 123 -
consciência (não personaliza, mas segura o estilo
de vida). Quando não há ética, a moral é violada.
Na ética temos as funções dos exemplos.
Já, a moral é personalizada e individuali-
zada, e portanto personaliza a atividade humana
social, o bem-querer, a assistência, a consciên-
cia; não tem exemplos, porque uma pessoa não
aplica determinada atitude a exemplo, e sim porque
já está implícito nela, a fluidez do universo em
ser reta, nobre, boa ou pura.
A ética é antropológica e trabalha mais a
nível sociológico. Ela oferece dialética na
aplicação. A moral é personal. Com ela, pode-se
dominar a situação, pode-se dar paz e tranqüilida-
de à consciência. Ambas, porém, trabalham em
conjunto na atuação humana neste universo. Pode-
se dizer que a moral está sociologicamente ativan-
do-se no viver particularizado, e que a ética
socializa-se para que a pessoa consiga viver entre
as demais. Tem-se a moral como estado de consciên-
cia, e a ética, como estado social. Não existe uma
hierarquia entre elas, porque ambas auxiliam no
bom andamento e funcionam como auxílio para a
compreensão do mundo em que se vive.
- 124 -
se mata, ou se morre” dizia um comandante.
- 125 -
FESTAS PAGÃS
- 127 -
todo cristão é um católico. O país é formado por um
pluralismo religioso, fortemente dividido entre
seitas e religiões cristãs, muitas das quais não
observam as mesmas datas.
- 128 -
Grande Sol), e marca as Saturnálias (festas ao
deus Saturno). O cristianismo ainda não sabe
quando nasceu seu messias, e, ainda, era costume
pagão comemorar a data de aniversário, o que a
Igreja desaprovava. Como o povo não conseguia se
desprender desse festejo antigo, a Igreja viu por
bem oficializá-lo. A Páscoa era uma festa com
oferendas para os deuses da colheita, posterior-
mente foi lembrada pelos judeus pela travessia do
Mar Vermelho, e somente então, introduzida pelos
cristãos no séc. IV desta era “calendarial”. Ela
precede o Carnaval (originalmente Bacchanalia, ou
bacanal, festival dedicado a Baco, deus do vinho e
da orgia) e a Quaresma (quarenta dias para se
purificar do bacanal).
- 129 -
conhecimento acerca do que está praticando, e
aceitar doutrinas sem questionar. Para ser um
sapiente, o indivíduo deve buscar, acima de tudo,
o conhecimento; pois o conhecimento leva à liber-
dade. E como pode ser livre, verdadeiramente, quem
não conhece o que está seguindo, e não tem plena
consciência de suas “escolhas”? Há validade em
fazer o que faz, se não há crença, se não traz
benefício a si, ou aos seus?
- 130 -
sacrifício humano. Entretanto, animais continuam
sendo sacrificados e oferendas continuam sendo
feitas.
- 131 -
KUBERNÊTES
- 133 -
Enquanto as diversas teorias são debatidas
nos meios acadêmicos, e esta nova acepção é estru-
turada pelo tempo (como todas hão de ser), regis-
tro este assunto como completo, conduzindo este
texto através daquilo que se percebe atualmente:
que se fez da Cibernética um grande bibelô comer-
cial (como haveria de ser na era do hardware e do
software em larga escala e das palavras contidas
nos dicionários de cibernetiquês).
- 134 -
ce de Harry Potter), pode-se dizer que a imagina-
ção popular é mais fértil do que se poderia supor.
A criatividade humana não tem limites, nem mesmo
para criar lixo.
- 135 -
de novas e velhas tendências emburrecedoras que
levem definitivamente e com grande galhardia ao
caos, à desordem e à aniquilação total.
- 136 -
ACHISMO
- 137 -
necessitado cidadão globalizado.
- 138 -
sempre diferentes, uma vez que são formados pelas
experiências de cada indivíduo. Porém, quando as
análises adentram ao campo lógico, quando preten-
dem ser exatas, pode-se perceber de forma mais
patente que nada de lógica possuem, e que o conhe-
cimento não é, de forma alguma, exato.
Para manter o caráter de legalidade, o
humano, viciado em exatidão, procurou fazer
ciência em todas as áreas do saber.
- 139 -
meio-exata” a que me referi. E se o leitor nunca
ouviu falar nesta ciência, tente “Achometria” ou,
simplesmente, “Achismo”.
- 140 -
O SEXO DEVE SER LIVRE,
PORÉM, RACIONAL
- 141 -
dade individual; não há o casal, e sim a pessoa.
Durante o sexo era (é) comum ouvir: "Ai meu Deus!"
Ou pior do que isso: "Que boca suja, que posição
profana..." e por aí segue. A mulher, sempre
objeto temeroso por todas as religiões machistas,
era mero vaso de descarga. E ela, fazendo jus a
estes preconceitos, acomodava-se formando estig-
mas sociais: boa mulher é a dona de casa, que cuida
dos filhos, das roupas, da comida, e deita-se com
o homem para satisfazer seus desejos. Apenas os
desejos masculinos, nota-se. Pois uma mulher que
possuía desejos era considerada promíscua. A
mulher de desejos era a mulher perfeita para ser a
"amante", nunca a esposa. As mães ainda ensinam as
filhas a fazerem greve de sexo para castigar seus
maridos. Francamente, isso só os leva para os
braços de outra.
O Tantra oriental veio propondo mudanças. E
ele veio com a liberação feminina e com sua con-
quista de espaço na sociedade e no mercado de
trabalho. O Tantra preceitua que não se deve levar
ao ato sexual os fantasmas da repressão comumente
liberados nessas ocasiões, tais como o pai, o
deus, o padre, o livro religioso... Ali deve ir
apenas o amante e sua amada, a amada e seu amante.
Ali eles devem ser livres das peias, eles, lite-
- 142 -
ralmente, atiram-se "de cabeça" ao que é belo.
Nesta predicação tudo está liberado, desde que
exista o amor da entrega e da troca. Pois no ato
sexual a personalidade, até então mantida pelas
religiões, é sacrificada. A linguagem fica solta,
desreprimida; o pejorativo deixa de sê-lo.
Hoje a mulher caminha a passos largos para a
plena liberdade de escolha, da mesma forma que o
homem, apesar dos movimentos que visam a impedir
isto. E para fazer frente ao novo mundo que se
apresenta, a primeira necessidade a ser respondi-
da é a necessidade de decretar o fim da repressão
sexual.
O sexo deve ser livre, sem bloqueios. Chega
do "Crescei e multiplicai-vos e povoai a terra". A
Terra já está povoada, não precisa de mais nasci-
turos, então para que permanecer no preceito de
que sexo é só para procriação? E se não for para
constituir família, porque o casamento? Para
dizer: você é minha, você é meu, não pode dar para
mais ninguém? Haverá, como há, em grande propor-
ção, a traição.
Não concordo com a visão de que os casais
morem sob o mesmo teto, nem que compartilhem tudo.
Deve haver liberdade entre eles. Havendo liberda-
de, não há traição, há compreensão. Entendem-se, e
- 143 -
aceitam-se mutuamente. Cada um pode ter outro
parceiro sexual, ou o casal pode ter mais pessoas
juntas no seu momento de sexo. Podem praticar sexo
com animais, ou tantas outras modalidades que
existem, e, talvez, criar uma modalidade total-
mente diferente. Por que não?
- 144 -
PRÁTICAS (I)LEGAIS?
- 145 -
canibais humanos "racionais", que se dizem filhos
de um deus que adorava o sacrifício dos vitelos e
dos fetos, e se regozijava com o cheiro da carne e
do sangue queimando?
- 146 -
mento. A história já mostra que se for bloqueada
em um lugar, ela encontra asas em outro.
- 147 -
Por conseguinte, torna-se cego quando precisa ver
que está seguindo o atraso, o descaso e a hipocri-
sia.
- 148 -
PAZ E AMOR, BICHO!
- 149 -
Viver é isto, buscar constantemente a
evolução; é galgar o cume das montanhas. Na evolu-
ção, a poesia acompanha o caminhante que descobre
cada vez mais novos modelos.
- 150 -
esta, sendo demasiadamente pesada, incorre na
perda da vontade de prosseguir. Caminhando intui-
tivamente, utopicamente, será mais difícil perder
a liberdade pelas duras repreensões.
- 151 -
BRASIL: O PAÍS DA CPI
- 153 -
gral, é corruptível porque foi formada sem filoso-
fia. Todo país que teve suas riquezas materiais
exploradas sem retorno em investimento, foi
largado à deriva, qual um barco sem capitão.
Destituídos de amor pela pátria, o povo contentou-
se em aceitar do governo um nome: "democracia",
neste caso, menos que um conceito. O direito ao
voto foi e é visto como substitutivo de boa gover-
nança.
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Pela Constituição de 1988, a Comissão Parlamentar
de Inquérito tem os mesmos poderes que qualquer
autoridade judicial, e é caracterizada como
"temporária"... Emendar uma à outra ainda é tempo-
rário?
Os acusadores dessa comissão são, em sua
grande maioria, mais culpados do que os próprios
acusados. O depoente é considerado réu criminoso
de alta periculosidade, mas é chamado de Vossa
Excelência. Se todos os acusados forem cassados ou
renunciarem, não haverá alguém para governar este
país. Se o congresso e as câmaras forem sacudidos
e peneirados, não sobrará o suficiente para o povo
contar vantagem da pureza do governo brasileiro.
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deveria haver vergonha de mostrar!
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Arrojadas, provocantes e revolucionári-
as; assim são as crônicas reunidas neste
livro. Enfocando temas atuais na nossa
sociedade, como a inteligência, o amor, o
normal e o anormal, as crenças, o ter, o
bem e o mal, a utopia, a vitimação, o fun-
damentalismo, o sudário, a engenharia
genética e o aborto, a mentira, deus, a
linguagem e a psicoterapia, o sexo, a
liberdade e a política, o autor remete-
nos a uma análise irreverente sobre o
mundo que nos cercaa.
Sacou, bicho?! oferece originalidae e
modernidade ao destacar e criticar o
ISBN 978-85-89663-03-8
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