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A ESQUIZOFRENIA
DE ACORDO COM
A ABORDAGEM
BOOKS
COMPORTAMENTAL
GROUPS
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Editora da Juruá Psicologia: A na C arolina B ittencourt
ISBN: 978-85-362-4455-6
BOOKS
Brasil - Av. Munhoz da Rocha. 143 - Juvevé - Fone: (41) 4009-3900
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D'Ouro 4400-096 - Vila Nova de Gaia''Porto - Portugal
Doutora em Psicologia pela PUC Goiás. Mestre e graduação em Psicologia pela PUC Goiás. Professora,
supervisora, pesquisadora e professora-orientadora tanto na graduação em Psicologia, como na Pós-Graduação
Lafo Sensu em Psicopatologia, ministrados pela PUC Goiás. Membro da Equipe de Avaliações dos Processos
Seletivos Discentes da PUC Goiás. Membro do Núcleo de Pesquisas Aplicadas a Intervenções Comunitárias
e Clinicas - NUPAICC, da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental - ABPMC
e da Associação Brasileira de Análise do Comportamento - ACBr Psicóloga Clínica com vasta experiência.
Uma A. G ou lart de Souza Britto
Doutora em Ciências Sociais, Antropologia pela PUC/SP. Graduada e Mestre em Psicologia da
Aprendizagem e do Desenvolvimento pela UnB. Professora titular, pesquisadora e professora-orientadora
dos Programas de Pós-Graduação Lalo Sensu e Stricto Sensu da Pontifícia Universidade Católica de
Goiás. Coordenadora do curso de Especialização em Psicopatologia da PUC Goiás. Membro do Núcleo
de Pesquisas Aplicadas a Intervenções Comunitárias e Clinicas e da ABPMC. Sócia plena da ACBr.
INDEXA ESQUIZOFRENIA
DE ACORDO COM
A ABORDAGEM
BOOKSCOMPORTAMENTAL
GROUPS
Curitiba
Juruá Editora
2013
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e Univeisidade de Bath, Inglaterra. M .a e gradua
da em Psicologia. Prof.3 Universitária. Joanneliese de Lucas Freitas
Dra. em Psicologia. M .a em Processos de Desen
Ana Maria Jacó Vilela volvimento Humano e Saúde. Graduada em Psi
Pós-Dra. em História e Historiografia da Psicolo cologia. Prof.3 Universitária.
gia. Dra. e M .a em Psicologia. Graduada em Psi
cologia. Prof.3 Universitária. Josemar de Campos Maciel
Dr. em Psicologia. M e, em Psicologia e em Teolo
Benno Becker Junior gia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gre
Dr. em Psicologia pela Universidad de Barcelona, goriana de Roma. Graduado em Filosofia e em
U.B,: Espanha. M e. em Pedagogia. Esp. em M é Teologia. Prof, Universitário,
todos e Técnicas de Ensi™. Graduado em Psico
logia e em Educação Física. Jorge Broide
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Dr. em Psicologia Social. M e. em Psicologia Clíni
Carlos Diogenes Cortes Tourinho ca. Graduado em Psicologia. Prof, Universitário.
Dr. e Me, em Filosofia. Esp. em Filosofia Contem
porânea. Graduado em Psicologia e em Filosofia. Julio Cesar Acosta Navarro
Prof. Universitário. Dr. em Cardiologia. Doutorado no Programa de In
tegração de América Latina. Esp. em Cardiologia
Cristina Maria Carvalho Delou Clinica pela Pós-graduação da Universidade Mayor
Ora., M .a e Esp. em Educação. Graduada e Lic. de San Marcos, Lima, Peru. Graduado em M edi
em Psicologia. cina Humana - Universidad Nacional Federico
Vülarreal, Lima, Peru. Médico. Prof, Universitário.
D jalm a Lobo Jr.
Psicólogo e Parapsicólogo. Coordena grupos psi- Lêda Gonçalves de Freitas
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coterapêuticos. Dra. em Psicologia Social e do Trabalho. M .a em
Educação, Graduada em Psicologia. Prof.3 Univer
Emilia Estivalet
sitária.
M .a em Saúde Pública. Graduada em Psicologia.
Psicanalista. Prof.* Universitária. Lis Andréa Pereira Sobotl
Dra. em Medicina Preventiva. M ,a em Administra
Elza Maria do Socorro Outra
ção. Graduada em Psicologia. Professora.
Dra. em Psicologia Clínica. M .n em Psicologia
Escolar. Graduada em Psicologia. Prof.a Universi Luiz Antonio Penteado de Carvalho
tária Me. e Graduado em Medicina. Esp. em Ortopedia
e Traumatologia. Prof. Universitário.
Fatima Lobo
M .a em Psicologia pela UFMG. Graduada em Psi Maria Auxiliadora da Silva Campos Dessen
cologia. Prof.3 Universitária. Pós-Dra. pela Universidade de Lancaster, Inglater
ra, e pelo Instituto M ax Planck para o Desenvol
Gabriel José Chittó Gauer vimento Humano e Educação. Dra em Psicologia
Pós-Dr. pelo Departamento de Psicologia da Uni Experimental pela USP. Graduada em Psicologia
versidade de Maryland. Dr. em Medicina e Ciên Prof.a Universitária.
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Agradecemos ao Editor Chefe da Revista Brasileira
de Terapia Comportamental e Cognitiva Francisco Lotufo
Neto, bem como aos Editores Associados que gentilmente
permitiram a publicação do texto Abordagem Funcional
para o Delirar e Alucinar.
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GROUPS o c o m p o rta m e n to p s ic ó tic o è sim p le s m e n te
p a tíe e p arcela d o com jxftíam ento humano (...). O estudo do
c o m p o rta m e n to p s ic ó tic o ou n ã o p e r m a n e c e fir m e m e n te
a o fa d o d a s c iê n c ia s n a tu ra is (...) ".
Skinner, 1956/1979, p. 189.
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Dedicamos este resultado aos nossos filhos,
A manda El ta, André Luiz, Bruno, Fernando Augusto
e Lohanna, agentes reforçadores à grande maioria
de nossas ações: são os maiores e mais preciosos
presentes de nossas vidas! Amamos vocês!!!
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APRESENTAÇÃO
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pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia, em uma unidade de tratamento.
Este livro oferece o conhecimento sobre os eventos que antecederam e que
mantiveram os comportamentos de delirar e de alucinar, bem como o seu
tratamento, a partir de uma perspectiva analitico-comportamental. Diante
disso, o foco do mesmo é sobre o comportamento do esquizofrênico. Este
livro é didático, inovador e uma ótima escolha pelos resultados apresenta
dos, tanto para os profissionais como para os estudantes de áreas afins que
lidam com a complexidade do comportamento humano.
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De início, alguém poderia sugerir que a esquizofrenia é um tipo de
‘doença cerebral crônica, grave, incurável e incapacitante'. Responder-se-ia
que ainda não se confirmou se no cérebro do esquizofrénico, seja ele de um
esquizofrênico vivo ou de um esquizofrênico morto, haja processos orgânicos
ou neuroquimicos envolvidos em suas causas. Mesmo porque delirar, alucinar,
comportar-se de modo desorganizado e não demonstrar emoções é coisa que
um esquizofrênico faz (comportamento) em vez de algo que ele tenha (doença).
Todavia, isso não significa afirmar que a esquizofrenia ou qual
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quer outro tipo de transtorno mental, cujos sintomas descrevem topografias
comportamentais, não tenha qualquer base fisiológica. O comportamento é
função conjunta de três fontes de seleção e de variação, a saber: (l) filogê-
nese, a seleção natural, área da biologia; (2) ontogênese, a seleção operan
te , área da psicologia; (3) cultura, a seleção das práticas culturais, área das
ciências sociais. O analista do comportamento considera que se deve enten
der cada tipo de seleção e de variação para se compreender de onde vem o
comportamento (Skinner, 1953/2000; 1984). Sendo assim, a principal preo
cupação neste livro foi com as propriedades funcionais das falas inapro-
priadas (delírios e alucinações) de duas pessoas com o diagnóstico de esqui
zofrenia, mais do que com as descrições topográficas dessas categorias
comportamentais restritas a sintomas de transtorno psicótico.
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antes de tudo, Bleuler (1911) referia a alguém que falava de modo dife
rente, estranho e bizarro.
E evidente que a opinião pessoal de Bleuler se distingue de uma
abordagem cientifica. Ao se referir ao prestigio de um empreendimento
cientifico, Chiesa (1994) argumenta que a ciência está associada a uma
noção de confiabilidade, a noção de que as afirmações científicas são
confiáveis porque foram elaboradas com base em provas e não foram in
ventadas. As explicações científicas são derivadas da observação e medida
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dos fenômenos naturais. Deve ser enfatizado, portanto que, Bleuler (1911)
e seus seguidores não identificaram de modo empírico os marcadores bio
lógicos em seus pacientes. Logo, Bleuler não descobriu a esquizofrenia,
ele a inventou.
A partir da década de 1950, as explicações sobre as influências
genéticas e bioquímicas das dificuldades comportamentais, sejam na cultura
científica ou popular, aumentaram. Vários transtornos são conceituados
como se possuíssem uma base genética e bioquímica, ainda que não fossem
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encontrados os genes e os marcadores biológicos em apoio a essas convic
ções. Wyatt (2009) apresenta dados de estudos da estrutura e do funciona
mento cerebral com o uso de scans por emissão de pósitrons (PET) e ima
gens por ressonância magnética (fMRl), os quais apontam que os dados ,
assim obtidos são correlacionais. Também não é difícil descrever situações
cotidianas em que o comportamento provoca mudanças na estrutura corpo
ral, por exemplo, indivíduos altamente estressados podem desenvolver úlce
ras (Sidman, 2005; Wyatt, 2009).
Em uma tabela de um livro publicado na década de 1990, e am
plamente citada nos compêndios de psicopatologia, Gottesman (1991) apre
senta os dados de estudos sobre a esquizofrenia com o intuito de demonstrar
as correlações entre esquizofrenia e genética. A conclusão a que chegou o
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a genética e a esquizofrenia propostas por Cottesman (1991).
Como a explicação biológica ainda é dominante na cultura e em
sua linguagem, vários tipos de medicamentos têm sido usados como trata
mento de escolha. E isso obviamente favorece às indústrias farmacêuticas e.
à propaganda alegarem os benefícios dos mais variados tipos de medica
mentos usados para o tratamento dos transtornos mentais. De acordo com
Wyatt (2009), a indústria famarcêutica subscreve cerca de 75% dos estudos
sobre as drogas que são publicados em revistas de prestigio, por exemplo,
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Annafs o f Internai Medicine, Journal o f the American Medicai Association,
Lancet e o New Engiand Journal o f Medicine. “Assim, a indústria está em
uma posição de exercer o controle substancial sobre o que é publicado ”
(p. 52). Wyatt (2009) relata, ainda, que artigos de funcionários dessas em
presas são publicados como se fossem de autoria de acadêmicos.
Então, como jazer para nos convencer da relevância de todas as
questões aqui expostas? Os problemas gerados pelo tratamento medica
mentoso da esquizofrenia como transtorno mental ou como uma ‘doença
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cerebral crônica e incapacitantesem os devidos marcadores biológicos
tornam-se ainda mais difíceis de serem compreendidos. Um dos pontos de
partida, portanto, será estudar o comportamento de delirar e de alucinar em
relação aos eventos ambientais. Analisá-los funcionalmente. E para estudar
o efeito de uma variável sobre a ouira, ou seja, as ‘relações de causa e de
efeito' é relevante voltarmo-nos para a experimentação, obedecendo a uma
lição cle C. Bernard (1865/1927) que ensinou que "(...) a análise experi
mental é o nosso único meio de buscar a verdade
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BOOKS
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SUMARIO
ESTU D O S DA A N Á LISE DO C O M PO R T A M E N T O SO B RE A E SQ U IZ O
F R E N IA ............................................................................................................................................. t9
INDEX
M ETO D O LO G IA DE A N Á LISE F lJN C IO N A f..................................................................39
A IM PO R TÂ N C IA DOS E V EN T O S A N T E C ED E N T E S EM C O N T E X T O S
A P L IC A D O S ....................................................................................................................................51
UM A A B O R D A G EM FU N C IO N A L PARA OS C O M PO R T A M E N T O S DE
D E LIR A R F A L U C IN A R ........................................................................................................... 63
O B JE T IV O S DO PRE SE N T E E S T U D O ............................................................................... 75
BOOKS
M É T O D O ......................................................................................................................................... 77
P articip an tes............................................................................................................................... 77
A m b ie n te e M a te r ia is ............................................................................................................................. 7 9
P rocedim ento.............................................................................................................................. 80
2
GROUPS
Avaliação funcional por observação direta dos comportamentos-problema... 82
R E S U L T A D O S .............................................................................................................................. 91
D IS C U S S Ã O ............................................................................................................ ....................133
R E F E R Ê N C IA S ...........................................................................................................................147
A P Ê N D IC E ................................................................................................................................... 155
A N E X O S ........................................................................................................................................169
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A nexo 1 - Entrevista para A valiação Funcional de C om portam entos.................169
BOOKS
A propriados e Inapropriados - P ós-treinam ento C uidador em
D R A e L X T ......................................................................................................174
E P ÍL O G O ...................................................................................................................................... 177
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ESTUDOS DA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO SOBRE
A ESQUIZOFRENIA
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A o buscar as raízes do estudo do com portam ento do p sicótico, na
década de 1930, são encontradas referências ao trabalho de B. F. Skinner.
Esse autor atentou-se para esse tipo de estudo durante o desenvolvim ento de
seu “som ador verbaP’, para o qual contou com a colaboração de S. R osen-
zw eig. Com base nesse estudo, cujos participantes estavam diagnosticados
com o esquizofrênicos e residiam no Hospital W orcester, Skinner publicou
The verbal sammator and a methodfor lhe study o f latent (Rutherford, 2003;
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Skinner, 1936).
Outros estudos ocorreram entre 1953 e 1965 no Hospital M etropo
litano em W altham, M assachusetts, unidade de saúde especializada na assis
tência de pacientes psiquiátricos crônicos. C om isso, Skinner e U n d sley ,
ligados ao B ehavior Research Laboratory (B R L ), da Escola de M edicina de
Harvard, ao realizarem essa pesquisa, favoreceram não apenas um maior
c o n h e c im e n to sobre os p r in c íp io s operantes, com o também desenvolveram
inovações técnicas e m etodológicas aplicáveis aos contextos psiquiátricos.
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Essas inovações possibilitaram um maior conhecim ento sobre o com porta
mento humano m ais com plexo, por m eio da análise experimental e a aplica
ção piloto de m étodos operantes para o estudo psicofarm acológico. O resul
tado foi uma notável expansão da análise experimental do comportamento
em instituições psiquiátricas a partir da década de 1950 (Rutherford, 2003).
Skinner nom eou, em princípio, o BR L, com o salienta Lindsley
(2001, citado por Rutherford, 2003), de projeto de “A nálise Experimental do
Comportam ento de Pacientes P sicóticos” . Em função de o termo “análise
experim entar' ter produzido reações negativas entre o staffáo hospital, paci
entes e pais destes, esse laboratório recebeu alguns nom es (L indsley até ela
borou uma lista com 12 nom es e escolheu: Estudos em Terapia Comporta-
mentai), antes de ter sido nom eado de BRL - Laboratório de Pesquisa Com-
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(L indsley, 1956; Rutherford, 2 0 0 3 ) e estim ulou a abertura de vários outros
laboratórios para o estudo do comportam ento humano. E, m esm o não sendo
o objetivo inicial de Skinner e Lindsley, esse laboratório tom ou-se relevante
à descrição do com portam ento humano m ais com p lexo. O que, de certo
m odo, favoreceu o desenvolvim ento de estudos experim entais em contextos
aplicados e, dessa forma, possibilitou a importante explicação da relação
entre a A nálise Experimental do Com portam ento (A EC ) e a A nálise do
Comportam ento A plicada (A C A ), cujas expansões técnica e m etodológica
puderam ser observadas a partir da década de 1960.
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P essoas com o diagnóstico de esquizofrenia crônica, internadas no
Hospital M etropolitano em W altham, onde foi instalado o BRL, foram os
participantes da pesquisa de Skinner e Lindsley. A partir desse estudo, o
papel da psicofarm acologia pôde ser contextuaiizado e, dessa forma, a p es
quisa operante contribuiu também para avanços das pesquisas na área farma
cológica comportamental (Laties, 2003; Rutherford, 2003; Sidman, 2005),
com o descrito a seguir.
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O desenvolvim ento observado na farm acologia com portam ental,
ocorrido nas décadas de 1950 e 1960, deve-se, com o salienta Laties (2003),
aos p sicólo g o s influenciados por Skinner. A gentes terapêuticos potentes
(e.g., cloropromazina e reserpina , tranquilizantes e anti-hipertensivos), de
acordo com resultados de pesquisas da época, despertavam cada vez m ais o
interesse de diferentes áreas científicas (e.g., farm acologistas, trabalhadores
em procedim entos terapêuticos experim entais, assim com o representantes de
qualquer outra ciência biológica ou m édica), especialm ente por terem produ
zido recursos para o controle de com portam entos psicóticos. A s indústrias
farmacêuticas, por exem plo, passaram a contratar p sicólogos com form ação
em condicionam ento operante, especializados em com portam entos de ani
mais, para contribuírem com o su cesso na busca de novas drogas. E sses psi
cólogos, com habilidades analítico-com portam entais, assumiram posições de
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parte das publicações da Science e da Am erican Psychological A ssociation
{APA), dentre outros, passarem a publicar os resultados de seus estudos tam
bém no JPET.
A ssim , Skinner contribuiu com estudos sobre os efeitos de drogas
no responder de organism os, inclusive hum anos. N o entanto, Laties (2003)
pontua que o efeito de drogas nas funções p sicológicas tem sido objeto de
investigação de muito pouco interesse tanto por p sicólogos quanto por far-
m acologistas. Daí, as referências serem feitas, frequentemente, de maneira
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vaga sobre os efeitos psíquicos de eventos farm acológicos. Poucos desses
estudos aplicaram a investigação experim ental. Portanto, o dom ínio daquilo
que pode ser cham ado de “psicofarm acologia" não é amplo.
P sicólogos com portam entais, com treino em condicionam ento ope
rante, com o Brady, Estes, Hunt, Boren, Conrad, Shulman, Hill, D ew s, Fers-
ter, dentre outros, estudaram os efeitos da eletroconvulsoterapia. E sses estu
dos destacaram a aplicação antecipada de técnicas operantes para uma res
posta fisiológica em questão. Também descreveram as ações de drogas com -
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portamentalmente ativas, além de terem mantido foco na avaliação seletiva
de drogas-com portam entos esp ecíficos em relacionam entos afetivos. Os
resultados apontaram para o controle do com portam ento geral e para os dis
túrbios m otores que, frequentem ente, d esen volvem -se com o efeitos colate
rais não esp ecífico s da aplicação da droga. A ssim , esses estudos foram im-
prescidíveis para apoiar fortes suposições, tal com o a de que substâncias
quím icas produzem importantes efeitos clín icos.
R etom ando o estudo do com portam ento de pacientes psiquiátricos
no H ospital M etropolitano em W altham, Skinner e Lindsley arranjaram
dois am bientes experim entais. E sses am bientes foram equipados com êm
bolo (esp écie de alavanca a ser puxada) que poderia ser operado, rapida
m ente, para administrar uma variedade de reforços aos participantes da
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houve a dem onstração de com o deveriam se comportar, e até operar o êm
bolo, para serem reforçados. Para alguns dos participantes, nada daquilo
funcionou com o reforçador potencial. A ssim , outras opções foram testadas,
com o a projeção de im agens que poderiam ser interessantes (e.g., calendários
de garotas sem inuas) em uma parede do am biente (Skinner, 1956:
1973/1979). Foram investigados dois esquem as para a disponibilizaçao de
reforços: intervalo variável em m inutos e razão fixa. Skinner e Lindsley c o n
cluíram que os efeitos de diferentes esquem as de reforço sobre o com porta
mento dos indivíduos foram sem elhantes àqueles encontrados com infra-
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humanos (ratos, pom bos e cachorros). Daí terem recom endado um estudo
mais aprofundado, incluindo a observação dos efeitos da terapia farm acoló
gica no com portam ento dos participantes (L ind sley & Skinner, 1954; Ru
therford, 2003; Skinner et al., 1954).
Adiante, Lindsley salientou que uO com portam ento do paciente
psicótico pode ser investigado com êxito a partir de técnicas de condiciona
mento operante. O com portam ento gerado é estável e previsível e fornece
uma linha de base uniforme para a investigação farm acológica e de variáveis
GROUPS
fisio ló g ica s” (Lindsley & Skinner, 1954, p. 419). Enquanto Skinner desta
cou: “(•■•) as gravações obtidas produzem uma excelente linha de base para a
observação dos efeitos das drogas, m om ento a m om ento, ou dos efeitos de
outras formas de terapia” (Skinner et ah, 1954, p. 404). O bserva-se, portanto,
que a grande contribuição do BRL foi a construção de um sensível, contínuo
e confiável m étodo de m edição e registro do com portamento. M étodo esse
que pode ser utilizado para avaliar os efeitos de agentes farm acológicos so
bre o com portam ento de pacientes psicóticos. L ogo, o BRL estabeleceu uma
nova técnica de avaliação de pacientes p sicó ticos institucionalizados
(L indsley, 1956).
Em outro estudo sobre reforçam ento diferencial e a frequência de
falas psicóticas, Lindsley (1 9 5 9 ) investigou os e feito s desse tipo de refor-
çam ento no com portam ento de puxar o em bolo. A extinção dessa classe de
com portam ento foi um resultado esperado. N o entanto, a redução das alu
cin ações v o ca is em igual ritmo foi um resultado surpreendente. M as quan
do da reinstrução do reforço para puxar o êm bolo e, em seguida, para as
alucinações, essas aumentaram novam ente, o que levou o pesquisador a
concluir: “Sintom as p sicó tico s vocais parecem estar sob um forte controle
que resiste ao reforçam ento diferencial p o sitiv o ” (L indsley, 1959, p. 269).
Se assim , uma rigorosa avaliação funcional do com portam ento seria n e ce s
sária antes de qualquer tentativa de mudar o com portam ento. C ontudo o
processo para a avaliação funcional do com portam ento é tem a para outro
m om ento desta obra.
N essa m esm a época, A yllon e M ichael (1 9 6 4 ) fizeram uso do re
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forçam ento negativo, por m eio de fuga e de esquiva, com o ob jetivo de
d esenvolver o repertório de “alim entar-se a si própria” em duas partici
pantes, pacientes psiquiátricas. Estas só se alim entavam se as enferm eiras,
com o suporte de uma colher, colo ca ssem o alim ento em suas bocas. Em
seus históricos havia o registro de serem indiferentes ao reforçamento social,
“(...) mas m uito preocupadas em manter uma aparência visual lim pa” (R eese,
1966/1973, p. 59). A intervenção, por m eio do referido procedim ento, con
sistiu em derrubar-lhes alim ento (estím ulo aversivo), com binado com re
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com pensas por alim entarem -se a si próprias.
O objetivo dessa intervenção, aplicada por enfermeiras, previa
mente treinadas, era levá-las a discriminar ser difícil depender das enferm ei
ras, depois de crescidas, para alim entarem -se. A ssim , essas participantes
poderiam escolher alim entar-se a elas m esm as ou terem suas roupas sujas
pela ação do outro que v iesse a lhes alimentar. A lém disso, ao se alim enta
rem sozinhas, teriam a enfermeira por perto, durante três m inutos, quando
esta ou dialogava com as participantes ou apenas mantinha-se ao lado delas.
Tudo com o objetivo de levá-las a alim entarem -se a si m esmas.
GROUPS
Outro estudo relevante foi conduzido por Goldiam ond, na década
de 1960, quando este aplicou um experim ento de m odelagem do com porta
m ento humano para reestabelecer o com portam ento verbal em dois partici
pantes esquizofrênicos, do tipo catatônico, que eram pacientes psiquiátricos.
Para esse estudo contou com a participação de Thom as e Isaacs.
O participante foi integrado, inicialm ente, à terapia de grupo. Nas
sessõ es de terapia, perm anecia em posição catatônica: olhava para frente,
im óvel e im passível, até quando lhe era oferecido cigarro (diante de seu ros
to). Porém, em uma das vezes em que Thom as retirava o cigarro de seu bol
so. um pacote de gom a caiu ao chão acidentalm ente. Então, os olhos do par
ticipante m overam -se na direção da gom a. A ssim , o experimentador passou a
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A ssim , quando a relação entre a presença da gom a de mascar, o m ovim ento
dos olhos do participante e a obtenção do reforço foi estabelecida, o pesqui
sador m anteve a condição am biental definida, porém suspendeu o reforço até
que um leve m ovim ento labial fo sse registrado. Quando essa resposta ocor
reu e foi reforçada, o experim entador só voltou a liberar o reforço quando
houve a resposta vocal. Portanto, respostas sucessivas ao com portam ento
final desejado (e.g., sons su cessivos e m ais próxim os da palavra “gom a”)
foram sendo gradualmente reforçadas e respostas anteriores foram sendo
extintas (m odelagem ). O resultado desse estudo demonstrou que, ao término
BOOKS
de 18 sessõ es, o participante falava de m odo espontâneo (e.g., “Gom a, por
favor”), bem com o já respondia a perguntas (e.g ., qual é o seu nom e?; qual é
a sua idade?).
A inda nessa década, m ais precisam ente no ano de 1962, Lindsley
publicou um novo estudo, desta feita sobre técnicas de condicionam ento
operante na mensuração da resposta p sico físio ló g ica, quando destacou os
resultados obtidos com quatro estudos de caso, com os quais investigou tanto
os efeitos im ediatos quanto crônicos dos fárm acos benacftzine, methastyri-
GROUPS
done e ipromazid no reforço do com portam ento de puxar o êm bolo no es
quema de intervalo variável de um minuto. Ele analisou extensivam ente
com portam entos coletados na linha de base, assim com o os efeitos dos com
postos m édicos foram avaliados quanto à redução da taxa de com portam ento
vocal alucinatório, com concom itante aumento da taxas de respostas deseja
das, ou seja, de puxar o êm bolo. Em um dos estudos, o participante foi um
adulto, p sicótico crônico. E le apresentava respostas alucinatórias: falava e
gritava com uma pessoa imaginária (R eese, 1966/1973).
Esse estudo focou-se em duas respostas: (a) resposta de puxar o
êm bolo, reforçada de forma intermitente com doce ou cigarro; e (b) resposta
vocal de alucinação (cla sse de com portam ento essa que foi registrada, de
forma oculta, com o suporte de um m icrofone). E sse com portamento, porém,
não recebia reforço. A s sessões ocorreram por cinco horas seguidas. Foram
feitos registros contínuos de ambas as respostas (R eese, 1966/1973). N o
início das sessõ es experim entais, eram ministradas ao participante 20m g de
benactyzine, em função de, até então, essa droga ser considerada com o p o si
tiva ao efeito psicoterapêutico.
Entretanto, o que Lindsley observou foi que, após 18 m inutos de
aplicação da droga, o participante apresentava o com portam ento vocal aluci
natório, que era mantido por m ais de quatro horas. Sim ultaneam ente foi ob
servado que a outra resposta, puxar o êm bolo, foi suprimida. Processo esse
iniciado “(...) dezoito m inutos após a ingestão da droga e ocorrendo o m áxi
mo de redução uma hora e meia depois. Durante a quarta hora, esta resposta
voltou a apresentar uma frequência alta e estável” (R eese, 1966/1973, p. 22).
INDEX
O resultado d esse estudo levou Lindsley a relatar que a henactizina era um
fármaco m ais alucinógeno do que terapêutico, por apresentar respostas alu
cinógenas com uma latência de 18 m inutos, além de manter essa resposta
psicótica por mais de três horas.
Outro resultado dos estudos com drogas verificou que as sessõ es de
terapia com uma estudante de enferm agem foram “(•••) seis vezes mais efeti
vas do que lOOmg de iproniazide (...)” (R eese, 1966/1973, p. 23), para a
obtenção de resposta em um esquizofrênico crônico. Lindsley concluiu, tam
BOOKS
bém, que “A técnica de gravação direta, contínua e simultânea de respostas
sintom áticas e não sintom áticas é o índice mais sensível que nós tem os já
desenvolvido de resíduos de com postos psicoterapêuticos” (L indsley, em
1962, p. 378, citado por Rutheford, 2003). Lindsley também m udou o refor
ço ao estudar com portam entos diferentes, com o o altruísmo (e.g., puxar o
êm bolo, cuja consequência era produzir leite para um gato fam into) ou o
interesse hom o e heterossexual (e.g., nus artísticos, m asculinos e fem ininos
apresentados por revistas).
GROUPS
Fato interessante ocorreu em 1955, quando, em um evento científi
co, destinado a profissionais da psiquiatria e áreas afms, Skinner, um dos
palestristas, iniciou sua fala destacando que a área a que pertencia estava um
pouco distante da psiquiatria, e que seu conhecim ento e horas de estudos
sobre psicose, em com paração às horas de estudos daqueles profissionais,
não o tom avam um especialista. Até porque o interesse de Skinner sobre o
com portam ento psicótico era recente. A ssim , esse pesquisador salientou que
o título de sua fala mais adequado seria “o que é com portam ento”, fazendo
uma referência à psiquiatria.
E sobre o com portam ento ele dispunha de credencial, dado o seu
tem po de estudo, uma v ez ter dedicado grande parte de sua vida à análise
experim ental do com portam ento dos organism os, sendo a m aioria de seus
participantes anim ais infra-hum anos, esp ecialm en te ratos e pom bos. Daí,
ao responder à indagação sobre “O que é C om portam ento P sicótico?-”, e s
tabeleceu a seguinte descrição: % ..) o com portam ento p sicó tico é sim
p lesm ente parte e parcela do com portam ento hum ano L ogo adiante,
salientou: “O estudo do com portam ento p sicó tico ou não p sicótico perm a
n ece firm em ente ao lado das ciências naturais, desde que considerem os
com o n osso objeto de estudo a atividade observável do organism o, quando
sc lo co m o v e, perm anece im ó v el, tom a objetos, empurra ( ...) ” (Skinner,
1956: 197 3 /1 9 7 9 , p. 189).
D écadas após esse even to, Lindsley (2 0 0 1 , citado por Rutherford,
20 0 3 ) publicou um artigo no qual avaliou os trabalhos d esen volvid os pelo
INDEX
BRL sobre pesquisas com drogas, realizadas durante sete horas de sessõ e s
com esqu izofrên icos. E sses pacientes/participantes exibiram padrões de
interação entre respostas alucinatórias, estim ulação e outros tipos de res
postas, diferentes de padrões ex ib id o s por outros pacientes psiquiátricos.
Eles não apresentaram alu cin ações v ocais, tiveram pouco en volvim en to
com as atividades e responderam ininterruptam ente durante as sete horas
de sessão . Tais dados levaram Lindsley a destacar que os participantes
esq u izofrên icos exibiram o que denom inou de “em issão reflexa co exten si-
va”, ou seja, com portam ento vocal alucinatório e estim ulação sobreposta e
BOOKS
alternada com períodos de respostas apropriadas (L indsley, 2 0 0 1 , citado
por Rutherford, 2 003). A nos m ais tarde, Skinner ensinou: “Arranje um tipo
particular de consequência e o com portam ento muda. Introduza novas con
sequências e n o v o s com portam entos aparecem e sobrevivem ou desapare
cem ” (Skinner, 1984, p. 503).
M esm o com resultados relevantes à A nálise do Comportamento e à
psicofarm acologia, em 1965 houve o fecham ento do BRL, m otivado por
diversas questões, inclusive a falta de interesse financeiro governam ental, o
GROUPS
que produziu, consequentem ente, uma esca ssez na divulgação de estudos
sobre o com portam ento do esquizofrênico. Porém, com o sinalizou Ruther
ford (2003), o BRL “(...) forneceu uma janela sobre a relação entre a A nálise
do Comportam ento e a psiquiatria nesse período. (...) um montante substan
cial de pesquisas da A nálise do Com portam ento fo i realizado por p sicólogos
afiliados a escolas m édicas ou instituições psiquiátricas” (p. 275).
Apesar disso, as tentativas de estudar o comportamento de pacien
tes esquizofrênicos não foram interrompidas. Os resultados desses estudos
apontaram, fortemente, para o uso de reforçadores com o controladores dos
com portam entos, tais com o dinheiro, doces e cigarros, com o demonstrado,
por exem p lo, nos resultados alcançados por Hutchinson e Azrin (1961).
Também A yllon e Haughton (1 9 6 2 ) concluíram que “As vanlagens de utili-
INDEX
querer sabonete foram controlados pelas enfermeiras psiquiátricas. Com o
reforço, elas utilizaram cigarro e atenção social. Já para a extinção não lhe
apresentavam tais reforçadores. Os resultados demonstraram haver acentua
da mudança em seu com portam ento verbal com o reforço das respostas psi
cóticas e a extinção às neutras: o verbal p sicótico sim plesm ente dobrou de
frequência em relação à linha de base e as respostas neutras praticamente
desapareceram. N a inversão das contingências, os pesquisadores observaram
os m esm os efeitos sobre o conteúdo verbal. A ssim , A yllon e Haughton con
BOOKS
cluíram que o verbal bizarro apresentado por pessoas esquizofrênicas pode
ser controlado p elo reforço social. Portanto, “(•••) o m esm o não precisa ser
considerado um sintom a de disfunção de algum processo interior hipotético"
(R eese, 1966/1973, p. 28).
A yllon e Haughton (1 9 6 2 ) também estudaram o controle experi
mental sobre a resposta alimentar, em uma enfermaria de uma unidade h os
pitalar psiquiátrica. O controle experim ental foi colocado na entrada da sala
de jantar, único ambiente em que o alim ento era disponibilizado. Esse estudo
GROUPS
objetivou analisar o controle do com portam ento alimentar desejável em pa
cientes esquizofrênicos. D ele participaram 32 pacientes do sex o fem inino,
sendo que sete delas foram incluídas por problemas alimentares (recusa à
ingestão alimentar) e porque podiam andar. Os dem ais participantes (25)
foram selecionados aleatoriam ente entre uma população de longa data de
hospitalização por esquizofrenia.
Esse estudo estabeleceu um tem po m édio de hospitalização de 20
anos para a inclusão do participante na pesquisa, com idade m édia de 54
anos. Os participantes haviam recebido os seguintes diagnósticos: 30 deles de
esquizofrenia; um de deficiência mental; e um de depressão. Para 28 partici
pantes não foi prescrita m edicação alguma durante a investigação, ao passo
que para quatro participantes foram administrados derivados de phenothiazine.
INDEX
para o refeitório tão logo era feita a sinalização para a refeição, bem com o
passaram a se alimentar apropriadamente. A o térm ino de quatro sem anas, o
tem po lim ite de acesso à sala de jantar foi reduzido para 20 m inutos. Ainda
assim os participantes mantiveram o com portam ento alimentar estável. P os
teriormente, quando esse tem po foi reduzido para 15 minutos, os pacientes
continuaram a com er suas refeições. Então, esse tem po foi reduzido para
cinco m inutos, quando se observou uma ligeira queda, e temporária, na
quantidade da ingestão alimentar desses participantes, que continuaram a se
alimentar.
BOOKS
Outro estudo realizado por A yllon e Haughton, ainda na década de
1960, dessa vez contou com a parceria de H ughes. E sse trabalho objetivou a
m odificação do com portam ento de uma p essoa, tam bém com diagnóstico de
esquizofrenia crônica, com 23 anos de hospitalização. A participante m anti
nha-se sempre deitada, ou na cama ou em um divã. Para a m odificação do
comportamento foram utilizados cigarros, uma vez que o comportamento de
fumar era uma das respostas mais recorrentes em seu repertório. Durante a fase
de linha de base, os pesquisadores observaram que, no período em que a parti
GROUPS
cipante permaneceu acordada, 60% do tempo ficou deitada e 20% ficou senta
da ou andando. E nunca apresentou a resposta de carregar uma vassoura
(A yllon, Haughton & Hughes, 1965).
Durante o período de observação, a participante obteve apenas um
cigarro por refeição. A topografia de resposta definida pelo estudo a essa parti
cipante foi: de pé, ereta, deveria carregar uma vassoura. Portanto, o procedi
mento para a m odificação do comportamento utilizado seria a m odelagem .
N esse sentido, quando a participante ficava de pé, ereta, recebia das m ãos de
uma enfermeira uma vassoura e de outra enfermeira um cigarro. A pós o refor
ço da resposta de pegar a vassoura, os pesquisadores observaram que a partici
pante passou a, espontaneamente, pegar o objeto. E sse comportamento foi
mantido por intervalo variável crescente (A y llo n et ai., 1965).
INDEX
ção gradual da resposta de segurar a vassoura, ao m esm o teinpo que se ob
servou que a resposta de m anter-se deitada voltou a aumentar de frequência
de ocorrência (A yllon et al., 1965).
N a década de 1970, com o objetivo de manipular o com portam ento
psicótico, foi d esenvolvido um estudo por A yllon e Azrin (1 9 7 4 /1 9 7 8 ). Ao
usarem a retirada do acesso ao reforço “alim ento”, os pesquisadores busca
ram o controle do com portam ento de “roubar” alim entos, observado em uma
pessoa institucionalizada havia nove anos, com diagnóstico de esquizofrenia,
BOOKS
pesando 112 quilos durante todo esse tem po de hospitalização. Todas as
tentativas de m odificar o com portam ento de “roubo” tinham produzido con
sequências infrutíferas.
Esse e s tu d o a p lic o u o se g u in te p ro c e d im e n to : à o c o rrê n c ia d o c o m
portamento de “roubo de alim entos”, a participante era removida do ambiente
alimentar, sem o alimento. Em função dessa contingência, o “furto”, com a
consequência da perda de refeições, rapidamente observou-se a redução da
ocorrência da resposta. Outro resultado observado também foi a redução do
peso da participante, uma vez que ela passou a ingerir apenas o alimento que
GROUPS
lhe era institucionalmente liberado (A yllon & Azrin, 1974/1978).
Ainda nessa década, outro trabalho cham ou a atenção para a com
preensão do com portam ento verbal de pessoas que recebem o diagnóstico de
esquizofrenia. Desta feita, conduzido por Liberman, Teigen, Parrerson e
Baker (1973). Os com portam entos-alvo foram delírios paranoicos e delírios
de grandeza, observados em duas mulheres e dois hom ens institucionaliza
dos. Todos com diagnóstico de esquizofrenia crônica, do tipo paranoide. Sua
m édia de hospitalização foi de 17 anos.
Liberman et al. (1973) objetivaram o desenvolvim ento de falas apro
priadas, por eles definidas com o racionais, nos participantes. Com esse fim, o
repertório verbal dessas pessoas foi exposto a contingências reforçadoras, vi
INDEX
res às atividades atuais). Com esse recurso, o enferm eiro-terapeuta passava
de um tema a outro do roteiro para a conversação, com a finalidade de con
trole da possibilidade de que alguns tem as favorecessem a ocorrência de
falas delirantes mais que outros tem as (Liberman et al., 1973),
A segunda etapa ocorreu no período noturno, quando foram realiza
das sessões de bate-papo informal, com duração de até 30 minutos, entre o
enfermeiro-terapeuta e o participante. N essas sessões havia a liberação de lan
ches, quando com estíveis agradáveis aos participantes eram disponibilizados
BOOKS
(e.g., café, biscoitos e frutas). Até m esm o cigarros compuseram os itens dispo
nibilizados aos participantes da pesquisa, com a finalidade de reforçar a partici
pação na conversação. Esses produtos eram liberados à medida que ocorriam as
“falas racionais” registradas durante a entrevista diuma. Obscrvou-se que du
rante o bate-papo, no período noturno, o enfermeiro-terapeuta reforçava ver
balmente qualquer fala emitida pelo participante (Liberman et al., 1973).
Variações foram aplicadas em três fases da intervenção: a primeira
fase já foi acim a descrita. Na segunda fase, h ou ve uma redução gradual dos
GROUPS
reforçadores; e, na terceira, foram aplicados aos participantes desafios em
forma de perguntas, sobre os temas anteriormente descritos. N o entanto, para
essas respostas o enfermeiro-terapeuta apresentava discordâncias (Liberman
et al., 1973).
Os resultados coletados por Liberman et al. (1973) ressaltaram que
as “falas racionais” apresentadas pelos participantes, com o resultados das
entrevistas diárias, alcançaram um importante aumento de sua frequência
com o consequência da intervenção. H ouve um aumento m édio de 350%
dessa classe de operante verbal, se comparada com os operantes verbais re
gistrados durante a ocorrência da entrevista dium a. Esses dados foram ob
servados em três dos quatro participantes, até m esm o quando ocorreu a redu
ção, pela metade, da liberação de reforçadores. Porém, os pesquisadores
INDEX
motor de carros, eventos sociais estressores e ruídos de televisão ou de liqui
dificadores em funcionam ento, definidos com o barulhos brancos ou chiados
(Garcelán & Yust, 1998).
Os pesquisadores expuseram o participante a diferentes condições,
nas ([uais estavam envolvidos os estím ulos, acima relatados. O registro quan
titativo era estabelecido por m eio da estalação dos dedos dos pesquisadores, a
qual tinha a finalidade de, também, ensinar ao participante a atribuir-se a auto
ria das vozes, e não a outros agentes externos (Garcelán & Yust, 1998).
BOOKS
Com esse estudo, Garcelán e Yust (1 9 9 8 ) também objetivaram fa
vorecer o m anejo das respostas de ansiedade do participante em situações
socialm ente estressoras, as quais lhe favoreciam a exacerbação da ansiedade,
assim com o a m odelação de com portam entos alternativos aos comporta
m entos de alucinações auditivas, além de aumentar os repertórios de intera
ção social, bem com o suas ocorrências. Com esse propósito, utilizaram de
procedim entos redutores da ansiedade, favorecedores de relaxam ento, além,
é claro, do treino de repertórios que implicaram exposição do participante a
GROUPS
eventos sociais, dentro da instituição.
Os resultados d esse estudo apontaram para uma importante redução
das falas de conteúdos alucinatórios. O bservou-se, ainda, que o participante
passou a responder, de m odo apropriado, aos mandos dos pesquisadores
(e.g., “Abra a torneira’'; “ Pegue o sabonete” ), durante sua higienizaçao pes
soal (Garcelán & Yust, 1998).
Outra relevante pesquisa foi a conduzida por Silva (2005), que estu
dou o comportamento verbal de uma mulher, de 38 anos, diagnosticada com
esquizofrenia crônica e que residia em uma instituição psiquiátrica. O objetivo
do estudo foi reduzir a frequência de ocorrência de comportamentos-problema,
com o “agarrar ou unhar os braços das pessoas” e “reduzir mandos, como: dá
pamonha”, e aumentar a frequência de ocorrência de “falas sobre ela m esm a”,
INDEX
Já nas sessões de intervenção 1 e II, quando a participante agarrava o
braço da pesquisadora, esta lhe dava instrução para soltá-lo. E se a participante
cumpria a instrução, era imediatamente reforçada. A pós essa relação ter sido
estabelecida, a pesquisadora deixou de reforçar essa classe de resposta. Na
etapa seguinte, a pesquisadora conduziu a participante até o local em que havia
outros internos da instituição e a instruiu para ficar na presença destes, por
alguns minutos, sem agarrá-los ou unhá-los. Quando essas respostas ocorre
ram, a pesquisadora ignorou o comportamento da participante e liberou sua
atenção a outros internos, se afastando da participante por até dois minutos.
BOOKS
Na intervenção I, foram utilizados itens com estíveis e sinal de
aprovação com o reforçadores. E nas sessõ es de linha de base 1 e II não foram
utilizados reforçadores. Em relação á resposta varrer o pátio , nas sessões de
intervenção 1, a pesquisadora se aproximava da participante com uma vas
soura e, olhando em seus olhos, apresentava-lhe a instrução (e.g., “Quero
que você varra ali pra m im ”, e sinalizava o local). Se o comportamento ocor
ria, segundo a instrução, a pesquisadora anotava na folha de registro um
ponto (.); em caso negativo, o registro se dava com um x (x). Já nas sessões
GROUPS
de intervenção, em relação a essa m esm a classe de com portam ento, a instru
ção, já descrita nas fases de linha de base, era disponibilizada com a pesqui
sadora olhando em seus olhos e chamando-a pelo nom e. Quando das sessões
de intervenção 1, em uma m esa próxima eram expostos pamonha, pão de
queijo, balas e bom bons à vista da participante. Já nas sessões de intervenção
11, a pesquisadora liberou, com o reforçador, apenas o sinal de aprovação. A
ocorrência de resposta positiva pela participante, à instrução, era im ediata
m ente reforçada e a resposta anotada na folha de registro. Quando respondia
negativam ente à instrução, a resposta era igualm ente anotada. Tam bém fo
ram desenvolvidas linha de base I e II e intervenção I e II para três outras
classes de comportamentos: ocupar tempo livre ; mando de pamonha ; e tac
tos autodescritivos.
INDEX
“Dá pamonha, dá pamonha, dá pam onha”). N as sessões de intervenção I e 11,
quaisquer outros operantes verbais que não fossem “dá pam onha”, eram
reforçados (e.g., sinais de aprovação, acom panhados de sorriso e de olhar da
pesquisadora), e o registro ocorria, im ediatam ente. Já os mandos “dá pam o
nha” eram ignorados pela pesquisadora, quando esta se afastava da partici
pante, dirigindo sua atenção para qualquer outra pessoa que estivesse próxi
ma, por um período de tem po de 30 segundos a um minuto.
Em relação aos tactos autodescritivos, a pesquisadora, sentada pró
BOOKS
xim a à participante, a instruía a falar sobre si ou sobre estím ulos próxim os a
ambas. O registro ocorria quando da vocalização desses operantes (m om ento
em que a resposta da participante era reforçada) ou quando da ausência de
vocalização. A m odelagem desses operantes ocorreu com a pesquisadora
liberando reforçadores (e.g., sinalizava aprovação; sorria à participante;
abraçava a participante; verbalizava â participante: “Muito bem ”; “Ó tim o”).
Os resultados demonstraram que os com portam entos indesejáveis, apresen
tados pela participante, foram dim inuídos em suas ocorrências, enquanto que
GROUPS
os com portam entos desejáveis aumentaram em suas ocorrências.
N o estudo realizado por Britto, Rodrigues, Santos e Ribeiro (2006)
foram utilizados o reforçamento diferencial alternativo de com portam entos
verbais e a extinção para mudar as verbalizações de um participante do sexo
m asculino, de 49 anos, diagnosticado com o esquizofrênico desde os 19 anos
de idade.
A s intervenções foram realizadas em duas classes de respostas: fa
las inapropriadas que incluíam verbalizações com conteúdos alucinatórios,
tais com o “O diabo não me deixa s o rrir” e falas apropriadas. A eficácia dos
procedim entos foi estabelecida a partir de um delineam ento de reversâo-
replicação do tipo A B A B , seguido por foUo\\'-up. O procedim ento de refor
çam ento diferencial caracterizou-se peia disponibilização dos reforçadores
sociais aos com portam entos verbais apropriados em itidos pelo participante,
para os quais as pesquisadoras em itiam palavras com o “Isso!”, “Muito bem !”
e sorriam ou balançavam a cabeça em sinal de aprovação. Quando o partici
pante em itia uma fala inapropriada, era-lhe retirada toda a atenção social: as
pesquisadoras agiam com o se estivessem interessadas em algum a outra coisa
e, às v ezes, afastavam -se do participante.
Os resultados demonstraram que, durante a fase de linha de base I,
houve alta frequência das falas inapropriadas e baixa ocorrência das falas
apropriadas. Já na fase de intervenção 1, as falas adequadas aumentaram em
suas ocorrências e o com portam ento verbal inapropriado dim inuiu. Durante
o processo de reversão, linha de base II, ambas as classes de com portam ento
INDEX
retomaram aos níveis de linha de base I. Quando os procedim entos usados na
intervenção 1 foram reintroduzidos na fase de intervenção II, houve mudan
ças importantes nas frequências das duas classes de com portam ento verbal:
as falas apropriadas reforçadas ocorreram no dobro da frequência da linha de
base 1 e o comportam ento verbal inapropriado, não reforçado, praticam ente
desapareceu. E sses dados m antiveram -se 30 dias após o término da interven
ção II, durante as sessões do follow-up.
Também merece destaque a pesquisa de Santos (2007), que estudou
o repertório verbal de um esquizofrênico com 55 anos, solteiro, com ensino
BOOKS
fundamental com pleto, assim diagnosticado aos 22 anos de idade e com histó
rico de seis internações em instituições psiquiátricas. O participante falava de
m odo inapropriado, com conteúdos relacionados aos seguintes temas: (1) as
sociações de palavras com o “no estudo das palavras inglês é lei porque tem a
letra / e a letra /”; (2) espirituais, no sentido de que “ele muda de cor por causa
de encarnações futuras”; (3) controle de forças estranhas com o “toda a verdade
está no ocultism o, o ocultism o que manda eu com er'’; (4) astrologia, criando
”40 tipos de horóscopos que dominam a vida das pessoas”; (5) religiosos, fa
GROUPS
lando sobre “o fato de que Cristo sofreu no TT porque tem o formato da cruz”;
(6) perseguições de pessoas, entidades ou objetos inexistentes, por exem plo,
“Judás da tribo de Judas, o Marte-A ires, o TT e o D D ”; (7) palavras inexis
tentes, com o “vveres”, “aja-jacu”, “generis” etc.
O procedim ento cum priu-se com três tipos de intervenções, nas
quais foi utilizado o reforçam ento social para as falas apropriadas. N a inter
venção I houve a suspensão de atenção social às falas definidas pelo estudo
com o psicóticas. Na intervenção II, utilizou-se da relação funcional para o
estudo do conteúdo das falas psicóticas. E na intervenção III foi aplicado o
treinamento de habilidade verbal. A s atividades da pesquisa incluíram ses
sões experim entais em formato de atendim ento clín ico, quando houve a apli
cação de dois delineam entos: intervenções alternadas ( AHACA-follou -up ) e
INDEX
pante sempre se apresentou à instituição, para tratamento, com sacos plásti
cos envolvidos na região abdom inal, amarrados por debaixo de suas vestes.
O s sacos plásticos eram do tipo de armazenar lixo, de cor azul ou preta e de
tamanhos variados. Um fam iliar relatou à pesquisadora suas inquietações e
constrangim entos em relação ao fato de a mãe andar constantem ente com um
saco plástico en volvido em seu corpo.
A participante relatou à pesquisadora as circunstâncias sob as quais o
comportamento de amarrar sacos no corpo ocorria. Isso porque a pesquisadora
BOOKS
buscou as relações funcionais que controlavam o comportamento da partici
pante para poder explicá-lo. A resposta verbal da participante de que possuía
uma “pedra de gelo dentro de si'" exem plifica o significado que, para ela, foi
encontrado entre os determinantes de suas respostas. Segurando uma pedra de
gelo na mão e mostrando-a derreter, a pesquisadora esvaneceu o controle que
o estím ulo exercia sobre suas elocuções. C om o resultado do programa de in
tervenção, a participante retirou os sacos plásticos de seu corpo antes do final
do ténnino da coleta de dados para a conclusão do estudo.
GROUPS
Já Epaminonadas (2 0 1 0 ) utilizou a m odelagem de comportamen-
tos-alvo (e.g., baixo contato olho a olho, baixo volum e de v o z e falas curtas)
com o procedim ento básico para a m odificação de repertórios comportamen-
tais (e.g., contato olho a olho) de um hom em de 47 anos, diagnosticado com
esquizofrenia e em tratam ento/hospitalizações desde os seus 18 anos. Por
m eio de um delineam ento de linha de base múltipla, reforçadores sociais
contingentes aos com portam entos-alvo foram usados.
Para o cum prim ento desse estudo foram realizadas 12 sessões ao
longo de sete sem anas. A linha de base ocorreu sim ultaneam ente em relação
aos três com portam entos-alvo, de m odo que a intervenção iniciou-se com o
comportamento de contato visual, enquanto a linha de base era continuada em
relação aos dem ais comportamentos. Concluída essa intervenção, iniciou-se a
INDEX
nos diversos ambientes da instituição. Sete classes de comportamentos-
problema foram selecionadas para serem intervencionadas: manter contato
olho a olho; sozinha, sem atenção; dar tapas, empurrar pessoas e fazer amea
ças, recusar-se a participar das tarefas ou eventos; executar uma atividade que
possa fazer para ocupar-se durante o tempo livre; beber água no copo de plás
tico; e interagir socialm ente, batendo palmas ao ritmo de uma música. A s ses
sões transcorreram-se no pátio da instituição, no quarto da participante, em seu
toalete e no refeitório, durante quatro m eses consecutivos, com uma periodici
dade de três vezes na semana, com duração de 30 a 4 0 minutos cada.
BOOKS
Com essa finalidade, foi aplicado um delineam ento de reversão, do
tipo A B A B , seguido de folloxv-up . A s fases de linha de base I e II favorece
ram a coleta de dados, que orientaram a condução das dem ais fases desse
delineam ento. Foram d esenvolvidas oito sessõ es. N elas, a pesquisadora in
teragia com a participante (e.g., “Olhe nos m eus olh os” ). Respostas com o
“olhar” e “não olhar” eram anotadas na folha de registro.
Em ambas as fases de intervenção (í e II) foram aplicados reforça-
mento positivo, m odelagem e m odelação. Com puseram as fases I e 11 seis
GROUPS
sessões de intervenção para cada classe de com portam ento. A pesquisadora,
por exem plo, reforçava qualquer m ovim ento dos olhos da participante, com
o propósito de modelar nela o com portam ento de olhar nos olhos de outras
pessoas. N a fase 1 reforçadores com estíveis e atenção social aos com porta
m entos apropriados foram liberados.
Já quando a participante encontrava-se sozinha, sem atenção, esse
evento foi definido pela ausência de m ovim entos (e.g,, a participante permane
cia cabisbaixa, isolada, enrolada no cobertor, sentada em um banco do pátio da
instituição ou deitada em um leito, por horas). E aproximar-se de uma pessoa
foi definida com o verbalizações espontâneas, perguntas ou comentários feitos
pela participante, instruídos pela pesquisadora (e.g., kkQuero que você se apro
xim e dela e lhe diga: Bom -dia!”). O número de intervalos em que ocorria a
INDEX
cada nova sessão, mais tem po de interação era requerido da participante. Na
fase de intervenção II foram aplicados apenas reforçadores sociais.
Na classe dar tapas, empurrar pessoas e fazer ameaças, durante as
fases de linha de base I e II, a pesquisadora se aproximava da participante e
depois convidava pessoas da instituição a dela se aproximarem para conver
sar (e.g., uV ou chamar alguém para conversar com nós duas, ok?” ). C aso os
com portam entos agressivos ocorressem em um tem po de 40 m inutos, essas
respostas eram anotadas.
BOOKS
Já nas fases de intervenção dessa classe de comportamento, foram
utilizados reforçamento positivo e extinção. Quando a participante apresentava
o comportamento, apropriado era reforçada (na fase I, os reforçadores foram
sociais e com estíveis; na fase 11, só sociais). Porém, quando apresentava com
portamento agressivo, qualquer que fosse, a pesquisadora ignorava a partici
pante e dava atenção a outra pessoa, por um período de um a dois minutos.
Para a classe recusar-se a participar de tarefas ou e v e n to s , durante
as fases de linha de base I e 11, a pesquisadora instruía a participante (e.g.,
GROUPS
“Quero que vo cê se aproxim e daquele grupo” ; “Observe o que eles estão
fazendo e perm aneça junto a eles por dois m inutos”, apontando qual era o
grupo). Porém, nessas fases, qualquer que fo sse a resposta dela, não lhe eram
disponibilizados reforçadores. Já nas fases de intervenção, foram utilizados
m o d e la g e m e s in a l de aprovação. A s sessõ es quase sem pre eram iniciadas
no leito da participante, quando a pesquisadora a instruía a sair da cama e
juntar-se a um grupo no pátio da instituição. Os reforçadores, por aproxim a
ção sucessiva, eram disponibilizados a partir de seu m ovim ento de deixar a
cama, quando a pesquisadora liberava-lhe as instruções já descritas anteri
ormente. Caso hou vesse recusa da participante, a pesquisadora ampliava as
instruções (e.g ., “Eu te lev o até lá, vam os juntas, está bem?”) e cedia seu
braço para apoiar o caminhar da participante.
Para a classe oxecutar uma atividade que possa fazer para ocupar-
se durante o tempo livre , selecion ou -se atividade de desenho livre, em que a
participante era instruída a pegar no lápis e fazer qualquer rabisco em uma
folha de papel. A atividade era encerrada após 30 minutos desenhando. A
realização dessa atividade foi reforçada socialm ente (e.g., “Isso!”; “Ficou
muito bom !”; “M uito bem !”).
Durante a classe beber água em copo de plástico , a pesquisadora ia
ao encontro da participante em seu quarto, com um copo plástico, e lhe avi
sava que estava deixando o cop o junto à torneira de seu toalete, para ela be
ber água. Quando fosse necessário, a participante deveria pegar o copo, en
chê-lo com água e beber o líquido. N as fases de intervenção dessa classe de
com portam ento, após a instrução da pesquisadora, quando a participante
INDEX
apresentou a resposta de beber água usando o copo de plástico, recebia refor
ço social (e.g., “Parabéns!”; “ Muito bem !”; “A ssim é m elhor” ). Qualquer
outro com portam ento era ignorado pela pesquisadora.
Em relação a interagir socialmente, batendo palmas ao ritmo de
músicas, a pesquisadora convidava a participante a juntar-se a seus pares no
centro de recreação da instituição. Então, solicitava à participante que bates
se palmas ao ritmo da m úsica que era executada. N as fases de linha de base,
suas respostas não eram reforçadas. Já nas fases de intervenção, ao acata
BOOKS
mento das instruções dadas pela pesquisadora, a participante recebia reforço
(e.g., a pesquisadora olhava nos olhos da participante e em itia falas reforça-
doras, já descritas anteriormente).
Um a lista de com estíveis foi apresentada à participante, para a
identificação de reforçadores potenciais (e.g ., pão de queijo, bolo de cenoura,
requeijão, pamonha, mortadela de frango, abacate, queijo m inas). Os resulta
dos demonstraram que os procedim entos da A nálise do Com portam ento
foram efetivos para controlar os com portam entos-problem a apresentados
pela participante.
GROUPS
A análise de todos esses estudos favorece a conclusão de que os
com portam entos inapropriados, apresentados por pessoas com diagnóstico
de esquizofrenia, foram sen síveis aos diversos procedim entos experim entais
programados pelos pesquisadores.
Os estudos acima descritos enfatizaram o manejo das consequências
de reforçamento e de extinção para reduzir os comportamentos-problema, foco
das psicopatologias. Porém, destaca-se que é também importante o estudo
dos eventos antecedentes que controlam e mantêm com portam entos, sejam
eles apresentados por pessoas com diagnósticos de autismo, esquizofrenia,
transtornos de personalidade, depressão, ansiedade generalizada ou outros, o
que contribui para a identificação correta de suas causas.
METODOLOGIA DE ANÁLISE
FUNCIONAL
INDEX
D esd e as primeiras publicações sobre a abordagem da m etodologia
de análise funcional, há m ais de 30 anos, é observada, com o salienta Didden
(2007), uma contribuição significativa à m elhoria da qualidade de vida das
pessoas que apresentam qualquer ordem de prejuízos em seu d esen volvi
mento. Isso em função de que essa m etodologia se prima por investigar,
sistem aticam ente, as relações entre com portam entos-problem a e eventos
ambientais. D essa forma, a proposta básica da m etodologia de análise funcio
nal é identificar as variáveis controladoras e mantenedoras do c o m p o rta
m ento de interesse e, então, obter recursos apropriados para levantar hipóte
BOOKS
ses sobre a função d esse tipo de com portam ento, quando será p ossível sele
cionar um tratamento adequado a essa função. Portanto, não é a topografia
comportamental o agente definidor do tratamento a ser selecionado e aplica
do durante a intervenção. Isso porque o com portam ento-problem a nâo deve
ser conceitualizado com o um sintom a de uma característica patológica sub
jacente ou uma anomalia de fase do desenvolvim ento, mas com o uma res
posta relacionada às condições am bientais.
N e sse sentido, os estudos que demonstraram a relação am biente-
GROUPS
com portam ento, tendo com o participantes p essoas com prejuízos no desen
volvim ento, foram publicados no princípio da década de 1960 por grupos de
pesquisadores (Berkson & M ason, 1963; Lovaas, Freitag, Gold & Kassorla,
1965, citados por Didden, 2007). Os resultados obtidos demostraram que o
com portam ento-problem a não é uma característica da pessoa, mas sim uma
resposta às cond ições am bientais. Posto isso, os com portam cntos-problem a,
em pessoas com prejuízos no desenvolvim ento, foram conceitualizados
com o uma resposta aprendida, evocada e mantida por condições ambientais,
e influenciados por operações m otivadoras, por antecedentes e por conse
quentes (D idden, 2007).
Em relação aos antecedentes e consequentes, estes são melhor
com preendidos por quatro classes gerais: (1) o reforço positivo social, (2) o
INDEX
rência de comportamentos-problema com o autolesões. O reforçamento positi
vo foi disponibilizado em forma de atenção social (e.g., “N ão faça isso. V ocê
vai se machucar”.) contingente ao comportamento de autolesão, em uma con
dição definida com o atenção. Para o reforçamento negativo, uma tarefa com
instruções difíceis era apresentada. Se houvesse a autolesão, a tarefa era inter
rompida em uma condição de demanda. C om o condição controle, cada parti
cipante era deixado sozinho em uma sala, sem nenhuma instrução, situação
esta intercalada com sessões em que eram disponibilizados objetos preferidos
ou brincadeiras, mas sem demandas. Já na condição de sozinho, o participante
BOOKS
permanecia na sala sem acesso a brinquedos ou dem ais materiais. Os resulta
dos desse estudo apontaram que o comportamento-problema de autolesão foi
fortemente influenciado pelas consequências reforçadoras da atenção social
{condição atenção) e da fuga de demanda (condição demanda) e fracamente
nas outras duas condições ( condição de sozinho e condição de controle).
D esse m odo é que o manejo das con d ições antecedentes e co n se
quentes de com portam entos-alvo tem favorecido um importante d esen v o lv i
mento na área aplicada. N esse sentido, essa m etodologia fornece um quadro
GROUPS
em piricam ente validado tanto para a avaliação das variáveis causadoras e
mantenedoras quanto para a manipulação experim ental destas, isto é, para o
tratamento de qualquer que seja o com portam ento-problem a, ou qualquer
tipo de psicopatologia.
Essa m etodologia inclui m étodos para a avaliação das propriedades
funcionais do com portam ento-problem a. Considera também com o im pres
cindível a distinção entre os m étodos descritivos e experim ental, por ela
operacionalizados (Iwata & D ozier, 2008). O s m étodos descritivos, ou não
experim entais, referem -se também à avaliação funcional. Já os m étodos e x
perimentais ou a análise funcional dizem respeito a procedim entos que ma
nipulam, sistem aticam ente, as condições am bientais, para avaliar os efeitos
sobre as taxas de com portam entos-problem a (D idden, 2007).
INDEX
O ’N e il et al. (1 9 9 7 ) descreveram três estratégias principais n eces
sárias tanto para coletar inform ações que com põem uma avaliação funcional,
quanto para identificar e descrever eventos que controlam e que mantêm
classes esp ecíficas de com portam entos. A primeira são os m étodos com in
formantes. A segunda é a observação direta. A terceira é a m anipulação sis
tem ática das contingências am bientais, isto é, a análise funcional.
A primeira dessas estratégias, m étodos com informantes, é descrita
pelos autores com o conversas com pessoas que convivem ou conhecem “in
divíduos objeto dc interesse de pesquisa”. Com a finalidade de coletar dados
BOOKS
para essa avaliação funcional, é necessário conversar com a pessoa que apre
senta o comportamento-problema de interesse, bem com o com outras pessoas
que com ela convivem e que detêm, portanto, conhecim ento sobre sua vida e
seu padrão comportamental (e.g., pais, professores, cuidadores etc.). N esse
sentido, pontuam O ’Neil et al. (1 9 9 7 ) que, tanto entrevistas quanto questio
nários e escalas de classificação são instrumentos relevantes para a identifi
cação das variáveis que afetam o com portam ento-alvo do estudo.
O liveira e Britto (2 0 1 1 ) reiteram que “(...) com o uso de unia en
GROUPS
trevista para avaliação funcional, o pesquisador pode identificar muitas c o i
sas na história de aprendizado de uma p essoa e na com posição física que
afeta com portam entos, uma v ez que por m eio de entrevista o pesquisador
identifica as variáveis, eventos ou atividades que podem ser alvo de observa
ções diretas” (p. 23).
Portanto, a a v a lia ç ã o funcional, sugerem O ’N eil et al. (1 9 9 7 ), é
procedim ento que favorece conhecer os antecedentes e consequentes que se
associam ao com portam ento. Até em função de que só será possível mudar
um com portam ento se se prom overem m udanças nos am bientes onde este
ocorre. Daí a obtenção de inform ações sobre os comportamentos objeto de
estudo , sobre os antecedentes (eventos causadores do com portam ento) e
consequentes d esses com portam entos (eventos que aumentam a probabilida
INDEX
observar, o observador deve registrar o m om ento de ocorrência do com por
tam ento, os eventos que ocorriam im ediatam ente antes de sua ocorrência,
bem com o os efeitos produzidos pelo com portam ento. Também deve ser
registrada a própria im pressão do observador sobre o fenôm eno observado,
ou seja, qual função ele observou para a ocorrência daquele comportamento.
Destacam O ’N eil et al. (1 9 9 7 ) e Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ) que os dados
coletados por essa avaliação sustentarão o programa de tratamento ou de
intervenção.
BOOKS
A terceira estratégia, a análise funcional, visa coletar inform ações
que instrum entalizem a m anipulação das variáveis que se associam ao com
portam ento-alvo, e esta deverá ser sistem ática. Com esse objetivo, durante
sua realização, m onitora-se sistem aticam ente o com portam ento-problem a e,
paralelamente, m anipula-se as consequências contingentes a ele. Exatamente
por isso, O ’N eil et al. (1997) e Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ) descrevem a análi
se funcional com o o instrumento de maior precisão, rigor e controle na con
dução de uma avaliação funcional.
GROUPS
C om efeito, a m etodologia de análise funcional em ergiu com o um
padrão para a avaliação da pesquisa clínica em contextos naturais (Iwata &
Dozier, 2008). Isso porque, com essa m etodologia, as operações m otivacio-
nais, que mantêm com portam entos-problem a, podem ser manipuladas (Mar-
con & Britto, 201 la).
Por essa perspectiva de estudo. W ilder, Masuda, O ’Connor e
Baham (2 0 0 1 ) demonstraram que as vocaliza çõ es bizarras e as v o calizações
apropriadas em itidas por um participante de 43 anos de idade, diagnosticado
com o esquizofrênico crônico, do tipo indiferenciado, ocorreram de acordo
com as distintas condições experim entais. Para investigar os eventos antece
dentes e consequentes dos com portam entos-problem a foi usado um delinea
mento de m últiplos elem entos. Já para o tratamento foi aplicado o reforça-
INDEX
tões apropriadas de forma sucinta, com apenas uma palavra. Diante da em is
são do com portam ento bizarro, o pesquisador mantinha, de forma contin
gente, contato visual com o participante, inclinando-se para frente na cadeira
e em itindo com portam ento verbal relacionado com a fala bizarra (e.g., “ Você
não deveria falar assim do Bruce L ee” ). 3. Sozinho : o participante permane
cia sozinho na sala. Essa condição foi testada para determinar se as falas
bizarras ocorriam na ausência de reforçadores sociais. 4. Controle: o pesqui
sador sentava em frente ao participante e fazia indagações sobre tem as apro
BOOKS
priados. O experim entador respondia de forma adequada às sentenças, man
tendo contato visual com o participante. C ontingente às falas inadequadas, o
pesquisador não olhava e não dialogava com o participante durante o tem po
de 10 segundos.
O s resultados obtidos com esse delineam ento, nas diferentes condi
ções, apontaram que uma maior ocorrência de falas inapropriadas foi obser
vada nas con d ições de atenção e de demanda. E menor ocorrência, ainda, foi
verificada na condição de controle. N o entanto, não houve em issão desse
GROUPS
tipo de falas na condição de sozinho.
Para o tratamento, W ilder et al. (2 0 0 1 ) utilizaram-se do reforça-
mento diferencial alternativo (D R A ) para as vocalizações apropriadas e e x
tinção (EX T) para as vocalizações bizarras. Durante as fases de intervenção,
o pesquisador respondia verbalm ente e fazia contato olho a olho com o parti
cipante, quando as suas verbalizações eram adequadas. Quando o partici
pante em itia vocalizações bizarras, o terapeuta olhava para outro lado e não
fazia declarações verbais durante 10 segundos. O bservou-se que a interven
ção possibilitou um aum ento das v ocalizações adequadas e importante redu
ção na frequência das vocalizações bizarras. O procedim ento m ostrou-se,
portanto, efetivo na redução das vocalizações bizarras e no aumento das v o
calizações apropriadas. Wilder et al. (2001) demonstram que as vocalizações
INDEX
bal inadequado produzia 10 segundos de fuga da tarefa. Na condição sozi-
nho, o participante era deixado a sós na sala. E na condição controle, o parti
cipante teve acesso às suas atividades preferidas, enquanto o experimentador
liberava atenção não contingente, a cada 30 segundos. A fase seguinte desse
estudo, a intervenção, consistiu de reforço diferenciai de com portam ento
alternativo (D R A ) para falas apropriadas e extinção (EXT) para falas bizar
ras. A ssim , as falas apropriadas foram seguidas por atenção social e reforço
verbal, e a atenção social não foi liberada a esse participante quando apre
BOOKS
sentava falas inapropriadas. Os resultados apontaram que a intervenção
(D R A mais EX T) foi associada com a redução das falas inapropriadas e o
correspondente aumento das falas apropriadas. O bservou-se que esse estudo
obteve os m esm os resultados de W ilder et al. (2001 ).
D ois anos após, D eL eon, Arnold, Rodrigucz-Catter e Uy (2003)
variariam as condições aplicadas por W ilder et al. (2001) e D ixon et al.
(2001), quando desenvolveram uma pesquisa com um hom em de 21 anos,
internado, com vários diagnósticos psiquiátricos e com portam ento verbal
GROUPS
bizarro. Foi utilizado um delineam ento de m últiplos elem entos para identifi
car as variáveis que mantinham a fala bizarra. N esse estudo, as condições
propostas foram as a seguir descritas.
Na condição atenção , o participante tinha acesso a uma variedade
de itens, com o quebra-cabeças e livros, e o terapeuta o ignorava. Quando ele
emitia com portam ento verbal bizarro, era liberada atenção verbal breve e
contingente a esse tipo de fala (e.g., “ Isto não faz sentido!”). Na condição
demanda, o participante fo i solicitado a com pletar, gradualmente, tarefas.
Caso ocorresse alguma em issão de com portam ento verbal bizarro, o partici
pante poderia escapar da atividade por 30 segundos. Na condição controle , o
participante tinha acesso às suas atividades preferidas e o terapeuta provi
denciava breves elogios não contingentes (e.g., “ V ocê está indo bem !”) a
INDEX
(D eL eon et al., 2003).
Então, o delineam ento de m últiplos elem entos foi utilizado, nova
m ente, dessa vez para exam inar os efeitos do conteúdo da atenção em rela
ção tanto às falas bizarras com o às não bizarras. Foi demonstrado que a aten
ção (contingente às duas classes de respostas), com conteúdo relacionado às
falas bizarras do participante, produziu o aumento da em issão das declara
ções bizarras por parte dele; já a atenção (contingente às duas classes de
respostas), com conteúdo não relacionado às falas bizarras, evocou mais
BOOKS
respostas verbais não bizarras. A s condições propostas foram as que se se
guem. Atenção relacionada: diante da em issão do com portam ento verbal
bizarro ou não do participante, o terapeuta liberava atenção verbal, fazendo
declarações mínim as com conteúdos bizarros, sim ilares ao repertório bizarro
do participante. Atenção não relacionada: diante da em issão do com porta
m ento verbal bizarro ou não do participante, o terapeuta liberava atenção
verbal fazendo declarações m ínim as com conteúdos não bizarros. Os resul
tados da análise dos delineam entos revelaram que (a) a fala bizarra foi m ais
GROUPS
frequente quando a atenção foi relacionada com ela, demonstrando a sensi
bilidade dessa classe de respostas ao reforçamento social; c (b) as falas do
participante tenderam a refletir o conteúdo da atenção do terapeuta, seja bi
zarra ou não bizarra (D eL eon et ah, 2003).
Os resultados alcançados por W ilder et al. (2001), D ixon et al.
(2001) e D eL eon et al. (2003) demonstraram de maneira inequívoca o con
trole da atenção social sobre o com portam ento verbal inapropriado de pes
soas diagnosticadas com o esquizofrênicas. Parece ter sido essa conclusão
que instigou Lancaster et al. (2 0 0 4 ) a investigarem se não haveria um viés na
literatura analitico-com portam ental, que faz referência ao controle operante
para a exp licação do com portam ento verbal bizarro, uma vez que a literatura
tradicional apresenta causas b iológicas para esse tipo de comportamento.
INDEX
mais uma vez, resultados alcançados na literatura analítico-com portam ental.
Os pesquisadores sugeriram também o d esenvolvim ento de estudos adicio
nais para a investigação de intervenção com portam ental em com binação ou
não com intervenções farm acológicas (Lancaster et al., 2004).
Santana (2008) replicou o estudo conduzido por Britto, Rodrigues,
A lves e Quinta (2010). O estudo de Britto et al. foi realizado no ano de 2006,
porém, sua publicação ocorreu no ano de 2010. A s autoras usaram a m eto
dologia de análise funcional para avaliar o com portam ento verbal inapropria-
BOOKS
do de participantes adultos com o diagnóstico de esquizofrenia, via delinea
mento de m últiplos elem entos. A s con dições estabelecidas foram apresen
tadas na ordem que se segue, ordem essa que, posteriormente, foi invertida
(4, 3, 2 e 1 ). 1. Atenção : os participantes ficavam livres para verbalizarem
sobre qualquer tema. Quando emitiam uma fala inapropriada, as pesquisado
ras verbalizavam a frase “V o cê deveria falar de maneira diferente”. 2. De
manda : os participantes eram orientados a executar uma atividade de pintura;
caso ocorresse fala inapropriada haveria até 10 segundos de fuga da tarefa.
GROUPS
3. Atenção-não-contingente: os participantes tinham a seu dispor livros, re
vistas e jornais. A s pesquisadoras abriam um livro e aparentavam lê-lo, sen
do que a cada 30 segundos elas verbalizavam uma sentença de uma lista de
12 frases preestabelecidas (e.g., “O dia está ch u v o so ” - ainda que o dia esti
vesse ensolarado). 4. Sozinho: os participantes foram deixados sozinhos, mas
a filmadora perm aneceu ligada.
Os resultados dessas condições demonstraram maior ocorrência de
falas inapropriadas nas condições atenção, seguidas pelas condições demanda,
e ausência desse tipo de ocorrência nas condições atençào-nâo-contingente e
sozinho.
Marcon e Britto (201 la) pesquisaram o comportamento verbal de uma
mulher de 27 anos de idade, diagnosticada com esquizofrenia. O delineamento
INDEX
Para a condição (S) foram definidas duas subcondiçoes: (SI ) so zi
nha sem demanda, quando a participante era deixada só na sala experim en
tal; (S 2) sozinha com demanda, condição na qual a participante era deixada
só no am biente natural, porém, tendo que executar demanda estabelecida
pela pesquisadora. Já na condição (C ), à participante cra disponibilizada uma
série de itens (e.g ., tangíveis: revistas, pulseiras, brincos, presilhas de cabelo,
lixa de unha e chaveiro; com estíveis: bolachas e bom bons), na presença da
pesquisadora, que se ocupava de escrever em uma folha de papel (M arcon &
Britto, 201 la ).
BOOKS Essa pesquisa ainda observou com portam entos em ocionais esp ecí
ficos (e.g., aborrecimento, raiva, prazer, elação, ansiedade, tristeza e alívio).
Para a análise desses com portam entos, foram consideradas as entonações de
v oz da participante e as topografias por ela apresentadas (Marcon & Britto,
2011a).
N e sse estudo ficou evidenciado o quanto a atenção social controlou
o com portam ento verbal. Quanto aos com portam entos em ocionais, os dados
GROUPS
também apontaram que a condição de atenção social foi a que produziu maior
ocorrência dessas respostas. Dentre essas respostas, a raiva foi a que apre
sentou maior percentual de ocorrência, ao passo que o prazer foi o de menor
ocorrência.
E sses e outros resultados possibilitaram uma maior análise das re
lações funcionais, ficando evidenciadas inform ações úteis sobre a regulari
dade de certas condições (e.g., aumento da frequência do comportamento
diante da atenção contingente; nao ocorrência de comportamento verbal na
ausência do ouvinte) e a possibilidade de m anipulação do comportamento
verbal de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia.
N o entanto, estudos por m eio de análises experim entais-epidem io-
lógicas (Iwata et al., 1994) têm demonstrado, também, que uma das funções
mais com uns que mantêm com portam entos-problem a é a fuga de demandas
(G eiger, Carr & L eBlanc, 2 0 1 0 ). Escapar ou fugir de tarefas d ifíceis, cm
alguns contextos institucionais, tem sido uma resposta tâo prevalente na ma
nutenção desse tipo de com portam ento quanto a atenção social. N esses estu
dos foi usada a m etodologia de análise funcional, o que permitiu demonstrar
que o comportam ento de maior ocorrência era o m antido pelo reforço n ega
tivo. Já os com portam entos m antidos pela atenção social ou os com porta
m entos m antidos por reforçam ento positivo, intercalados com uma condição
de controle, ocorreram em m enor frequência.
Por essa m esm a perspectiva está o estudo de Iwata et al. (1994),
acima citado, no qual foram avaliadas as fun ções do com portam ento de au-
tolesão em 152 participantes, os quais apresentavam atraso no d esen volvi
INDEX
m ento. O s resultados apontaram que em 35% deles o com portam ento de
autolesão era mantido pela fuga de demandas. Apontaram, ainda, que em
26% d esses indivíduos o com portam ento de autolesão era mantido pelo re
forçam ento autom ático e em 23% deles pela atenção social.
A sm us et al. (2004) revisaram estudos conduzidos entre 1996 e
2001, com participantes adultos e crianças, num total de 138. E sses partici
pantes, que residiam em um centro para tratamento de atraso no d esen volvi
m ento, ligado à Universidade de low a, apresentavam os mais diferentes tipos
BOOKS
de comportam entos-problem a. A sm us et al. (2 0 0 4 ) demonstraram que o
agente mais vigoroso de controle dessas classes de respostas foi o reforça
mento negativo. N esses estudos, ficou evidente que a condição de demanda
(e.g., fugir de tarefas difíceis) foi a que exerceu maior controle sobre os
com portam entos-problem a, quando comparada às dem ais condições: aten
ção, sozinho e controle. Portanto, muitas das desordens comportamentais
graves observadas, por exem plo em indivíduos com deficiências mentais,
podem ser função de reforçam ento negativo em razão de um repertório com -
GROUPS
portamental específico e m oldado ao longo do tem po.
Carr e Durand (1 9 8 5 ) e W eeks e G aylord-R oss (1981) mostraram
que várias diferentes topografias de com portam entos inadequados ocorreram
com maior frequência durante a condição de tarefa difícil quando comparada
a uma condição de tarefa fâciU sugerindo que a condição anterior continha
propriedades aversivas e que o com portam ento resultante era de fuga ou de
evasão motivada.
Carr, N ew som e B inkoff (1976) examinaram as variáveis que o con
trole de estím ulos aparentemente exercia sobre o comportam ento autopreju-
dicíal de um garoto psicótico. Em um de seus experim entos, submeteram o
menino a três situações alternadas: um período de brincadeira livre, uma
condição em que o experim entador falava frases descritivas para a criança
(e.g., “O céu é azul”) - c isso foi chamado condição de tato —. e uma terceira
condição, em que o experim entador fornecia instruções para a criança. Essa
foi chamada de condição de mando . N íveis m ais elevados de com portam ento
autoprejudiciais foram associados com a condição de mando.
Em outro estudo, Carr, N ew som e B in k o ff (1980) realizaram uma
análise sem elhante de com portam ento agressivo em dois m eninos, mostran
do que a agressão era m ais provável de ocorrer quando as demandas eram
apresentadas, do que quando elas estavam ausentes.
Daí ser importante identificar com o os ambientes podem proporcio
nar o reforço negativo para comportamentos indesejáveis. E o caminho para tal
ação é examinar im ediatam ente as condições antecedentes e consequentes,
INDEX
com a finalidade de descrever com clareza se a diferença entre essas duas
condições proporciona uma redução do estím ulo aversivo. Mas, para isso, é
importante não se perder da análise de que os reforçadores negativos podem
ser tão idiossincráticos quanto os positivos.
Em suma, os analistas aplicados do com portam ento sensibilizaram -
-se para conduzir estudos que manipularam a fuga e a esquiva com o fontes
potencialm ente com uns e de poderoso reforço. A evidência disso pode ser
encontrada no trabalho de graves desordens comportamentais, tais com o
BOOKS
autolesao, em que discussões sobre a etiologia têm se focado principalm ente
em fatores de atenção, em v ez de os relacionar com a fuga (Iwata & Dozier,
2008).
Daí a importância de estudos, com o os acima descritos, para que
sejam avaliadas não apenas a função dos eventos consequentes desses com -
portamentos-problem a, mas também a função dos eventos antecedentes que
os controlam . N e sse sentido, há a necessidade de que os novos estudos fo
quem -se na importância do manejo desses eventos, sejam eles estím ulos
eliciadores, discrim inativos, estabelecedores ou abatedores.
GROUPS
INDEX
BOOKS
GROUPS
INDEX
O primeiro estudo do com portam ento controlado pelos eventos
antecedentes foi d esenvolvido p elo fisiologista russo I. Pavlov. Pavlov foi
um dos cientistas pioneiros que sistem atizou o com portam ento com o um
tema objetivo, por m eio de uma manipulação cuidadosa de variáveis am bien
tais, pouco antes do início do século X X . Pavlov (1 969/1980) desenvolveu
experiências nas quais investigava as secreções digestivas de cães, para m e
lhor entender as atividades dos hem isférios cerebrais. Ele notou que não
BOOKS
som ente ao colocar o alim ento na boca do animal um fluxo salivar era elicia-
do: a mera aparição do experim entador trazendo o alim ento também eliciava
um fluxo similar.
A nos após, Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) avaliou que a principal d e sc o
berta de P avlov foi as relações quantitativas que permitiram, independente
de processos neurais ou h ip óteses neurológicas, dar uma descrição direta do
com portam ento no cam po do reflexo condicionado, ainda que esse tipo de
explicação seja apenas uma parte do com portam ento total dos organism os.
GROUPS
M illenson (1 9 6 7 /1 9 7 5 ) esclarece que P avlov dem onstrou experim entalm ente
com o os reflexos condicionados eram adquiridos, com o poderiam ser rem o
vidos e quais aspectos do am biente eram efetivos em sua produção. Por sua
vez, Johnston e Pennypacker (1 9 9 3 ) argumentam que Pavlov não estudou o
com portam ento com o seu próprio valor, m as usou do comportamento para a
análise das funções hem isféricas cerebrais. E aquilo que Pavlov cham ou de
agentes externos, controladores das ações dos hem isférios cerebrais, Skinner
(19 5 3 /2 0 0 0 ) nom eou de estím ulos. O com portam ento por eles controlado,
Skinner nom eou respondentes. Isso im plica que com portam entos respon-
dentes são eliciad os por estím ulos antecedentes, relativamente insensíveis às
consequências, e que ocorrem autom aticam ente na presença desses cliciado-
res (Skinner. 1953/2000).
INDEX
sinalizadora, ocasião em que uma resposta resulta em uma consequência
particular: o controle discrim inativo (Catania, 1998/1999). Com relação às
variáveis m otivacionais no controle do com portam ento, Skinner as descreveu
em term os de operações de privação, saciaçâo, em oção e de estim ulação
aversiva, enfatizando-as com o variáveis am bientais controladoras do com
portamento {Skinner, 1953/2000).
Nas duas últim as décadas, pesquisas baseadas nas estratégias de
avaliação funcional evoluíram . E um dos aspectos da avaliação funcional é a
avaliação da influência dos antecedentes sobre as desordens com portam en-
BOOKS
tais. Portanto, os eventos antecedentes passam a ser analisados com o uma
variedade de fatores que afetam futuras ocorrências de co m portam en tos-
-problema. Os termos com uns usados para descrever esses eventos, de acor
do com Smith e Iwata (1997), incluem estím ulos discrim inativos (Skinner,
1953/2000), setting events (Kantor, 1959, citado por Smith & Iwata, 1997) e
operações estabelecedoras (M ichael, 1982, 1993).
Abordando os aspectos teóricos, acim a citados, Smith e Iwata
(1997) delinearam, de m odo m ais esp ecífico, a abordagem de M ichael
GROUPS
(1 9 8 2 ,1 9 9 3 ) para a conceituação de eventos antecedentes, observando, em
particular, o conceito de operações estabelecedoras para auxiliar na com pre
ensão d esses eventos. Os autores revisaram estudos sobre a avaliação e o
tratamento de com portam entos-problem a, nos quais os eventos antecedentes
foram m anipulados cham ando a atenção para as suas funções discrim inativas
ou m otivacionais. N otando as lim itações conceituais e m etodológicas da
maioria d esses estudos e o fato de que as influências antecedentes não foram
devidam ente estudadas, Smith e Iwata (1 9 9 7 ) propuseram ainda novas dire
ções para futuras pesquisas.
N ão obstante, cumpre esclarecer que Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) e M i
chael (19 8 2 , 1993) estabeleceram que a variável m otivacional altera a efeti
vidade reforçadora de um estím ulo ao definir a ocasião para a disponibilida
INDEX
(19 9 8 ) e Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ) afirmam que a maioria das pesquisas
sobre avaliação funcional tem se centrado na identificação e no d esen volvi
mento de intervenções com base na função dos com portam entos-problem a
(e.g., controlado por suas consequências), ao invés de desenvolver interven
ções que incorporem potenciais influências de eventos antecedentes (e.g.,
eventos que precedem o com portam ento).
N esse sentido, Smith e Iwata (1 9 9 7 ) esclarecem que, embora a in
fluência dos eventos antecedentes tenha sido reconhecida por Skinner, desde
BOOKS
a década de 1950, pode-se notar que a maioria dos m odificadores de com
portamento tem enfatizado o manejo das consequências sobre as desordens
com portam entais. E após revisões de pesquisas realizadas com pessoas que
apresentavam problemas de com portam entos diversos, Smith e iwata (1 9 9 7 )
apontaram que a influência dos eventos antecedentes foi praticamente n egli
genciada naquelas pesquisas: em apenas 11,1% das intervenções realizadas
as variáveis antecedentes foram manipuladas.
Tam bém , W ilder e Carr (1998) revisaram as pesquisas com foco
GROUPS
nas intervenções sobre a eficácia das operações estabelecedoras em diferen
tes populações que apresentavam desordens com portamentais. N essa revisão,
os autores alertaram para a necessidade de pesquisas sobre o im pacto dos
eventos antecedentes sobre os com portam entos-problem a, argumentando que
há um co n sen so geral no reconhecim ento de que os eventos antecedentes
necessitam ser incorporados dentro dos programas de intervenções aplicadas.
Ademais, M cG ill (1999) ofereceu uma discussão teórica do con
ceito de operações estabelecedoras, na qual detalhou o papel dessas operações
em estabelecer funções m otivadoras e evocar com portamentos-problema.
N essa discussão foram acrescentados outros aspectos, além daqueles citados
por Smith e Iwata (1997), sobre a relevância das operações estabelecedoras
para a avaliação, o tratamento e a prevenção de com portam entos-problem a.
INDEX
(p. 461), uma v ez que o m anejo das consequências reduzia a frequência des
se tipo de com portam ento, independente de suas causas.
Smith e Iwata (1 9 9 7 ) apontaram dois m otivos para o baixo per
centual (11,1% ) sobre a falta de ênfase no controle dos eventos antecedentes.
Primeiro, que a tese central da A nálise do Com portamento é que o com por
tam ento operante ocorre ou não com o função de suas consequências. E as
sim , a m anipulação destas tornou-se o foco para a mudança comportam ental,
com o uso de reforçamento e punição m ais do que sobre os eventos antece
dentes, cuja influência sobre o comportam ento foi, muitas vezes, considerada
BOOKS
tanto secundária quanto derivada das consequências. Segundo, que há falta
de consenso em nível teórico sobre a m elhor maneira de descrever ou classi
ficar as variáveis antecedentes. Essa falta de con senso pode ser notada em
vários estudos publicados dentro da área.
A inda, com efeito, há pelo m enos três correntes bem estruturadas: a
teoria do com portam ento operante de Skinner; o behaviorism o intercompor-
tamental de Kantor; e o sistem a das funções evocativas de M ichael. Para
solucionar a divergência, Smith e Iwata (1997) sugerem que as influências
GROUPS
dos antecedentes sejam descritas usando termos derivados dos princípios
básicos do com portam ento e que suas propriedades funcionais sejam ade
quadamente interpretadas com o operação discrim inativa ou m otivacional.
D e acordo com Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ), caso haja acesso constante ao
reforço, o comportam ento pode ter sua frequência aumentada ou diminuída,
dependendo do estado de privação, saciedade ou do estado em ocional do
organism o. Para além dos estados de privação e saciaçâo, bem com o do es
tado em ocional, Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) definiu os estím ulos aversivos com o
outra condição antecedente a influenciar o com portam ento. C om o reforço
negativo, descreveu a resposta contingente à term inação ou à evitação de
estím ulos aversivos. A inda que tenha considerado que a estim ulação aversi-
va antecedente compartilhe propriedades com estím ulos discrim inativos.
INDEX
ções m otivacionais im plicam na variação das con d ições antecedentes, in
dependente de haver ou não a probabilidade do reforço ou da punição,
com o efeito do com portam ento.
Tanto assim que, norm alm ente, quando se observa que um evento
a n te c e d e n te m o d ific a o com portam ento, porém sem haver ligação com o
reforço, os efeitos desse evento sào inteipretados com o operações m otivacio
nais. Estas, uma vez associadas ao estudo do comportamento-problema positi
vam ente reforçado, apresentam grandes oportunidades de pesquisa. M as o
BOOKS
efeito evocativo das operações m otivacionais pode ser confundido, de acordo
com M cG ill (1 9 9 9 ), com os efeitos evocativos sim ilares dos estím ulos dis
crim inativos (S D). Daí o com prom isso de M ichacl (1982, 1993) em fazer sua
distinção com a finalidade de prom over tanto a análise quanto a intervenção
do com portam ento-problem a (M cG ill, 1999).
Smith e lwata (1 9 9 7 ) argumentam que. embora o termo operações
estabelecedoras tenha sido abordado por K eller e Schoenfeld (1950/1973),
na década de 1950, quem realm ente ofereceu uma articulação m ais clara e
GROUPS
com pleta d e sse s p rocessos fo i J. M ichael, nas décadas de 1980 e 1990. Os
autores afirm am que a operação estabelecedora (O E ) foi definida com o a
variável que altera, m om entaneam ente, a efetiv id ad e reforçadora de um
evento. Portanto, definiram -na co m o uma variável independente e, dessa
form a, estabeleceram co n d içõ es para que ela fo sse m anipulada exp eri
m entalm ente. Os autores afirm am , ainda, que o ob jetivo de K eller e S ch o
enfeld foi fornecer uma estrutura para a interpretação dos efeito s produzi
dos por m uitas variáveis, cujas propriedades fu ncionais não foram am pla
m ente identificadas. Por e ssa d efin içã o , o b serva-se a restrição form al so
bre a igualdade de oportunidades: o efeito tem porário. O que im plica se
rem as O Es influên cias dinâm icas, com efeito de natureza m otivacional. E
m esm o que esse term o sugira direcionalidade, e sse tipo de operação pode
aum entar ou reduzir o valor do reforço (K eller & S ch oen feld , 1950/1973;
Sm ith & Iwata, 1997).
Cabe ressaltar, no entanto, que M ichael {1982, 1993) sinalizou para
a necessidade de se criar um novo termo ou, no m ínim o, reconhecer a falta
deste com o um problema para o m elhor entendim ento dos estím ulos antece
dentes controladores dos com portam entos. Pautado por esse em penho, fa v o
receu um quarto elem ento à análise funcional que até então era realizada
tom ando por base a bem estabelecida contingência de três term os, uma variá
vel m otivacional (M cG ill, 1999; Smith & Iwata, 1997). Isso se deveu, de
acordo com da Cunha (2 0 0 1 ), em função de estar ele “Preocupado, também,
com a linguagem , ou seja, com a forma de enunciar relações funcionais que
INDEX
envolvam interações do indivíduo com o am biente” (p. 76). O que fica claro
é que, J. M ichael, ao inserir esse termo “O E”, estabeleceu com o essencial a
diferenciação entre as funções discrim inativas (S D) e as funções estalecedo-
ras dos eventos antecedentes (M ichael, 1982, 1993, 2000).
N esse sentido, foram considerados necessários usar o conceito de
estím ulo discrim inativo (S D) e examinar que “(...) a forma de privação afeta
o com portam ento (...)” (M ichael, 1982, p. 149). Para esse autor, “Um SD é
uma condição de estím ulo que tem uma história de correlação com o reforço
BOOKS
diferencial disponível e efica z a um determ inado tipo de com portam ento’1
(M ichael, 1993, p. 193). Os estím ulos discrim inativos, SD e S A são eventos
que têm sido relacionados com a disponibilidade e a indisponibilidade do
reforço: um SD é um estím ulo para reforçamento; e um é um estím ulo
para extinção (Skinner, 1953/2000).
Portanto, um evento antecedente, com o a privação de alimentos, só
pode ser considerado um estímulo discriminativo se: (a) na sua presença, o re
forço estiver disponível para uma certa classe de resposta; e (b), em sua au
GROUPS
sência, reforçadores não estiverem disponíveis para essa classe de resposta
(Langthom e & M cG ill, 2009). A o passo que a OE é “Uma operação estabele-
cedora, isto é, qualquer alteração no ambiente, que altera a eficácia de algum
objeto ou evento com o reforço e, simultaneamente, altera a frequência momen
tânea do comportamento que tem sido seguido por esse reforço” (M ichael,
1982, p. 150). N esse sentido, M cG ill (1 9 9 9 ) e Langthom e e M cG ill (2009)
apontam que o acesso aos alim entos não é m ais provável quando a pessoa
está privada de alim entos e, dessa maneira, a privação de alim entos não é um
SD, m as uma operação m otivacional (OM): o acesso aos alim entos torna-se
mais valioso quando a pessoa está privada.
N a busca desse entendim ento, M ichael (1982, 1993), para além de
considerar os estím ulos antecedentes na explicação dos com portam entos,
apontou para a importância de se considerar outro elem ento, em situações
esp ecíficas nas quais a mudança de estím ulos funciona mais com o operação
m otivadora, assim com o a privaçào ou a estim ulação aversiva. D esse m odo,
o estudo dos efeitos da privaçào sobre o com portam ento tom a-se relevante, e
não apenas o estudo do com portam ento que é seguido pelo reforçador (S D).
Portanto, diferenciar a função m otivadora e a função alteradora da função
das operações estabelecedoras de um com portam ento é fundamental.
Diante do exposto, observa-se que M ichael (1982, 1993) descreveu
duas importantes relações, com o propósito de delinear o conceito desse
novo elem ento necessário à explicação da variação coniportamental. Para
ele, a função evocativa ocorre quando é p ossív el observar no am biente uma
mudança na frequência de um determinado tipo de com portam ento, enquanto
um novo tipo de com portam ento persiste. Já a função alteradora é observada
INDEX
quando ocorre um evento ambiental - m om ento em que se verifica tam bém a
alteração dc uma resposta de m odo persistente , havendo, por conseguinte,
a relação funcional entre o am biente e o com portam ento (M ichael, 1982,
1993). C onclui-se, portanto, que as variáveis m otivacionais têm a ver com o
reforço diferencial de eventos am bientais, ao passo que as discrim inativas
(S n) referem -se a um reforçam ento diferencial, e efetivo, de um determ inado
tipo de com portam ento (M ichael, 1993).
C onsidere o exem plo: uma mulher passa na seção de produtos ín
BOOKS
tim os fem ininos, cm um estabelecim ento com ercial e, ao deparar-se com
absorventes que são usados no período mestrual, podem -lhe ser evocados
com portam entos com o o de pegar absorventes e o de colocá-los em seu car
rinho de compras. O absorvente exposto evocou o com portam ento de com
prar o produto, logo função discrim inativa (S 1’). Doutro m odo, essa m esm a
mulher, por ocasião do período menstrual (O M ), não dispondo de absorven
tes, sai à sua procura. Quando d esse período, a frequência dos comporta
m entos de buscar o produto aumenta: uma operação motivadora (período
GROUPS
menstrual), m om entânea, para o efeito-altcrador de com portam entos (sair em
busca dc absorventes). Em sum a, uma operação m otivacional - OM (o refi
namento desse conceito está descrito aditante) - altera o valor das co n se
quências. Portanto, uma OM muda o quanto uma pessoa deseja algo, ao pas
so que os SD mudam as chances de essa pessoa conseguir esse algo (M ichael,
1982). D iferenciando a função discrim inativa da função motivadora, M cGill
(1999) sugere que o SD evoca com portam entos com o resultado de uma rela
ção de disponibilidade do reforçador,
M ichael (1982, 1993) destaca que as relações do comportamento
e suas con dições antecedentes requerem dos analistas do comportamento
duas importantes diferenciações sobre as funções dos estím ulos anteceden
tes: (a) a função discrim inativa da (b) função m otivacional. Para a função
discrim inativa, cum pre-se: (1) a efetividade m om entânea do estím ulo refor-
çador; (2) um aum ento da frequência da resposta esp ecífica quando da pre
sença do estím ulo; e (3), na presença do S , o aum ento da probabilidade
desse padrão de resposta esp ecífico , em função da história de reforça mento
diferencial. Para a função m otivacional, é necessário que as OEs sejam
eventos, estím ulos ou co n d ições antecedentes que alteram, m om entanea
m ente, a efetividade do estím ulo, tanto reforçadora quanto punidora, e que
evocam respostas que, anteriormente, produziram esse tipo de estím ulo. Em
suma, o SD está relacionado com a disponibilidade de um estím ulo reforçador
e a OE está relacionada com a mudança m om entânea na efetividade reforça
dora ou punidora de um estím ulo. A m bos evocam respostas (M cG ill, 1999;
M ichael, 1993; Ravagnani & Sério, 2006; Smith & Iwata, 1997).
INDEX
Smith e Iwata (1 9 9 7 ), para identificar e classificar as variáveis an
tecedentes com o OEs, utilizaram o seguinte critério: se dadas as contigências
constantes entre o com portam ento e as consequências, o com portam ento for
alterado pela presença ou pela ausência das variáveis antecedentes. D esse
m odo, quando as co n d ições antecedentes variarem, independentem ente da
probabilidade de reforço ou de punição, os efeitos comportamentais serão
descritos em term os de OEs.
E sses estudos desmonstraram a sensibilidade das contingências re-
BOOKS
forçadoras e dos efeitos ev o ca tiv o s de eventos antecedentes (Iwata et al.,
1982/1994). M cG ill (1 9 9 9 ) esclarece que m odificando-se as condições, po
dem também ser identificadas as O Es. O resultado foi tão relevante que esses
autores sugeriram essa abordagem com o estratégia apropriada (assim com o
outras) para a pesquisa das OEs, uma vez que um número relevante de OEs
pode estar operando no am biente natural, bem com o estar temporal mente
distante do com portam ento-problem a. Isso em função de que a OE é um
conceito que avança em relação à análise da contingência de três termos,
GROUPS
uma v e z que altera tanto a evocação do com portam ento-problem a quanto os
efeitos do reforço na m anutenção das consequências do com portam ento-
-problema. D essa forma, M cG ill (1 9 9 9 ) adverte que o controle d esse tipo de
com portam ento só poderá ocorrer se as OEs que o evocam forem interven
cionadas. Se assim , as alterações com portam entais verificadas devem esta
belecer m otivação aos analistas do com portam ento para identificar as OEs
evocadoras d os com portam entos-problem a nos am bientes naturais.
Se identificadas as O Es, a intervenção deve centrar-se na m odifica
ção delas, em sua própria extinção, bem com o na m odificação de classes
específicas de com portam entos evocados. M cG ill (1 9 9 9 ) sinaliza que grande
parte das OEs que estabelecem o com portam ento inapropriado constitui-se
de privação de atenção, privação de rcforçadores tangíveis, privação de esti
INDEX
portam entos inapropriados e, se confrontada às m esm as con tin gên cias
anteriores, a pessoa pode apresentar e sse s com portam entos cuja interven
ção não foi capaz de extinguir. Isso em função de o com portam ento-
problem a, co m o pontua M cG ill (1 9 9 9 ), ser hipotetizado com o um estí
m ulo aversivo que pune a p esso a que assim se comporta (T aylor & Carr,
1992, citados por M cG ill, 1999). A lém d isso, esse tipo de com portam ento,
com o uma OE, evo ca respostas tais com o o forn ecim ento de atenção e/ou
a retirada de dem andas de m aneira eficien te, ainda que essas respostas
sejam inapropriadas.
BOOKS
C om o colocado por fwata, Smith e M ichael (2000), na atualidade
as pesquisas sobre OEs têm se centrado em três focos específicos: (a) tomar
evidente a força das operações estabelecedoras sobre o comportamento; (b)
manipular experim entalm ente condições para tom ar claros os resultados das
avaliações dos com portam entos; e (c) efetuar m anipulações das OEs com o
parte relevante do tratamento que objetiva diminuir e/ou aumentar com por
tam entos esp ecífico s, com o propósito da m elhoria da qualidade de vida da
pessoa subm etida à intervenção. Pesquisadores da área de avaliação funcio
GROUPS
nal poderão se beneficiar ainda m ais a partir de uma série de dem onstrações
sim ples de com o m axim izar ou m inim izar a influência de OE durante o pro
cesso de avaliação (Iwata, Smith & M ichael, 2 000).
Smith e Iwata (1 9 9 7 ) salientam que, quando não é possível esp eci
ficar as condições suficientes sob as quais os eventos anlecendenles influen
ciam o com portam ento, interpretações alternativas em termos de operações
discrim inativas ou estabelecedoras são observadas. Futuras pesquisas devem
clarificar e resolver questões dessa natureza, uma vez que esses autores nota
ram que o conceito de OE, além de não contar com uma boa articulação,
tam bém não era am plam ente entendido quando estudos iniciais foram co n
duzidos, e até revistos, para que potenciais estratégias pudessem ser aplica
das com efetividade.
INDEX
e o propuseram: operações m otivadoras, a serem classificadas com base em
dois tipos de efeitos: (1) estabelecedor e (2) abolidor.
Em relação ao efeito (1), as operações m otivadoras receberam de
nom inações diferenciadas: operações m otivacionais estabelecedoras, se rela
cionadas à efetividade reforçadora/punidora de um estím ulo; operações m o
tivacionais abolidoras, se relacionadas à redução da efetividade tanto refor-
çadora quanto punidora de um estím ulo. Já em relação ao efeito (2), as ope
rações motivadoras foram definidas em relação a operações evocativas, se
BOOKS
relacionadas ao aumento da frequência de respostas; e operações supresso
ras, se relacionadas ao decréscim o da frequência de respostas. Com essas
novas defin ições, esses autores listaram quatro tipos de OM; operações mo
tivacionais estabelecedoras relacionadas ao reforço; operações motivacio
nais estabelecedoras relacionadas à punição; operações motivacionais abo
lidoras relacionadas ao reforço; operações motivacionais abolidoras relacio
nadas à punição.
A análise do refinam ento das O ES para O M s demonstra, de certo
GROUPS
m odo, que J. M ichael retom ou o termo m otivação, descrito por Skinner
(1 9 5 3 /2 0 0 0 ) e M illenson (1 9 6 7 /1 9 7 5 ), ainda que considerando os d esd o
bramentos obtidos com os avan ços na descrição das funções substitutivas,
reflexivas e transitivas das operações estabelecedoras (Laraway et al.,
2003). O bserva-se, tam bém , que a maioria dos autores continua a utilizar o
term o operação estabelecedora (O E) quando se refere às variáveis m otiva
cionais (O M ) dentro da A n álise do C om portam ento. Embora outros auto
res, por exem p lo. Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ), optem pelo termo operações
m otivacionais.
Langhome, M cG ill e O ’Reilly (2007) argumentam que o conceito de
OM fornece um meio de integrar diversas vertentes de pesquisas sem a inferên
cia indevida de construções mentalistas. Estudar empiricamente as operações
INDEX
são ou autoagressão (e.g ., arranhar-se produzindo ferim entos na pele) foram
estudados. A s observações realizadas no am biente natural dos participantes
demonstraram que esse tipo de com portam ento era mantido pela (1) atenção
social de terceiros: o com entário (e.g., “N ão faça isso, você vai se m achu
car'’1) que contingente ao com portam ento de autolesão aumentava suas ocor
rências. A fuga ou esquiva de tarefas difíceis também pode causar com por-
tam entos-problem a, uma v ez que certas (2) demandas, feitas por terceiros,
podem ser aversivas. Quando solicitada a realizar uma tarefa difícil, as crian
ças se engajavam em autolesão. Esse tipo de com portam ento favorece a in
BOOKS
terrupção da demanda. Com portam entos-problem a podem ser reforçados
também por estim ulação sensorial, alguma forma de autoestim ulação numa
condição de (3) sozinho , intercalada por uma condição de (4) controle , na
qual a criança tem acesso a reforçadores (Iwata et al., 1982/1994).
A o focalizarem as diferentes condições que envolviam m anipula
ções de eventos antecedentes e consequentes, que eram fornecidos em fun
ção da ocorrência de com portam entos-problem a, Iwata et al. (1 9 8 2 /1 9 9 4 )
utilizaram o enfoque de análise funcional m etodológica para o estudo da
GROUPS
autolesão, dentro de contextos naturais esp ecíficos. Os participantes foram
crianças com atraso no d esenvolvim ento e diagnóstico dc autism o (M cG ill,
1999; Smith & Iwata, 1997). Com essa m etodologia, uma série de operações
motivadoras e reforçadores foi manipulada para cada tipo de variável hipo-
tetizada (Britto, 2009).
A relevância d esse estudo pode ser notada em função de que os re
sultados obtidos permitiram identificar três fontes de reforço que produziam
ou mantinham com portam entos-problem a: reforçam ento positivo (e.g., aten
ção social contingente ao com portam ento-problem a na condição de atenção ),
reforçam ento negativo (e.g., fuga, em uma condição de demanda ), reforça
mento autom ático (e.g.. estim ulação sensorial na condição sozinho). Essas
fontes eram intercaladas com uma condição de controle (iw ata et al..
1982/1994; M cG ill, 1999; Smith & Iwata, 1997, dentre tantos outros). R es
salta-se que uma consulta ao Google indica quase mil citações d esse estudo
em periódicos internacionais. Outro dado relevante é que, em uma década,
esse estudo foi replicado m ais de 150 v ezes. Isso porque, com o declararam
Langthom e e M cG ill (2 0 0 9 ), as O M s exercem uma ponderosa influência
sobre contingências operantes e são uma parte necessária de um relato com
pleto sobre os com portam entos humanos.
Os analistas do com portam ento reconhecem que é de extrem a im
portância lidar com as O M s que influenciam as relações operantes. N esse
sentido, quem mais ofereceu estudos sobre as condições antecedentes, cha
madas de operações m otivacionais que alteram, temporariamente, a eficácia
INDEX
das consequências com o reforçadoras ou punidoras, foi J. M ichae! e seus
colaboradores. N o entanto, alguns questionam entos têm sido apresentados
(e.g., Catania, 1993; M cD evitt & F antino,l993; W helan & B am es-H olm es,
2010). E sses questionam entos apontam para a proliferação de termos novos e
abreviações sem justificativas, dificultando sua com preensão. Também d es
tacam a necessidade de novos estudos, com dados em píricos, sobre as opera
ções m otivacionais, cujas im p licações são importantes para aqueles que tra
balham em contextos aplicados.
BOOKS
Em suma, variáveis motivacionais emergiram com o uma importante
área de pesquisa em contextos aplicados para a com preensão e a intervenção de
comportamentos-problema, a partir da década de 1980 (Iwata et al., 1982/1994;
Iwata el al., 2000; Mace et al., 2009; McGinnis, Houchins-Juárez, M cDaniel &
Kennedy, 2010). A necessidade de pesquisas sobre os eventos antecedentes em
contextos aplicados tornou-se, cada vez mais, uma exigência. Resumindo, estu
dos em píricos com enfoque nos efeitos das operações motivacionais com o va
riáveis antecedentes, que tomam as consequências, sejam elas reforçadoras ou
punidoras, mais ou menos efetivas no controle dos comportamentos-problema,
GROUPS
contribuem para o avanço da ciência do comportamento.
A ssim é que, por m eio da m etodologia aplicada nesses estudos, foi
possível conhecer o processo de mudança com portamental, bem com o as
condições que favoreciam e mantinham esse tipo de com portamento. N o
entanto, m ais estudos são necessários em função de que a esquizofrenia é
apresentada, dentro da visão tradicional, com o transtorno psicótico controla
do por fatores orgânicos subjacentes, ainda que seus marcadores biológicos
sejam desconhecidos (Britto, 2 012). Portanto, esses novos estudos poderão
demonstrar a eficácia do uso da m etodologia operante sobre o controle desse
tipo de com portam ento, ou seja, uma abordagem funcional com o instru
mento para o estudo de qualquer classe dc com portam ento, inclusive, a de
delirar e a de alucinar.
BOOKS
esquizofrenia é definida com o um m isto de sinais e sintom as positivos, com o
delírios e alucinações; e n egativos, com o disfunções cognitivas e em ocionais
marcantes, que persistem por um período entre um a seis m eses, quando se
verifica ainda disfunção social ou ocupacional. Os delírios sao descritos pelo
D SM -IV -T R com o crenças errôneas, ao passo que as alucinações podem ser
observadas em qualquer m odalidade sensorial.
Fica evidente no Manual que. para alguns autores, a desorganiza
ção do pensam ento é o aspecto mais importante da esquizofrenia. A ssim , a
GROUPS
esquizofrenia é definida com o um comportam ento amplamente desorganiza
do. A sua m anifestação é esperada para o final da adolescência, em hom ens,
e para o início da fase adulta, em mulheres. E stim a-se que a ocorrência de
esquizofrenia entre adultos seja de 0,5 a 1,5% da população mundial.
C onform e acim a m encionado, d elírios e alucinações são co n sid e
rados ainda sintom as de transtornos m entais e/ou m ecanism os neurológicos
que ocorrem dentro da pessoa, para os quais são form uladas inferências
causais que se acreditam subjacentes a esses com portam entos, indepen
1 R ueno. G. N & Britto. 1. À. G. S. (201 I ). Avaliação funcional para o s com portam entos
de delirar e alucinar. Revista Brasileira de Terapia Comportameiital e C ognitiva. 13(3).
04-15.
INDEX
descrever o com portam ento verbal de pessoas com d iagn óstico de e sq u izo
frenia. A lgum as dessas term inologias podem ser notadas, por exem p lo, nos
estudos de A y llo n e Haughton (1 9 6 4 ) e Britto et al. (2 0 0 6 ), que o d escreve
ram com o verbalizações psicóticas; nos de Britto et al. (20 1 0 ) e de D ixon
et al. (2 0 0 1 ), com o com portam entos verbais inapropriados e/ou falas ina-
propriadas; de D eL eon et al. (2 0 0 3 ), Lancaster et al. (2 0 0 4 ) e M ace e Lalli
(1 9 9 9 ), co m o falas bizarras ou declarações bizarras; de Epam inondas
(2010), co m o verb alizações delirantes; de F elipe (2 0 0 9 ) e M arcon e Britto
(2011a), co m o falas inapropriadas; de Santana (2 0 0 8 ), com o falas inade
BOOKS
quadas; de Santos (2 0 0 7 ), com o falas psicóticas; e de W ilder et al. (2 0 0 1 ),
com o voca liza çõ es bizarras, falas alucinatórias e falas delirantes.
D esd e a década de 1950, com o já m encionado, Skinner (1956:
1973/197 9 ) já definia que o com portam ento do esquizofrênico é parte e
parcela do com portam ento hum ano. E que o estudo d esse tipo de com por
tam ento deveria ser abordado por uma ciên cia natural, desde que se co n si
derasse com o objeto de estudo a atividade ob servável do organism o quan
do se lo co m o v e, perm anece im ó v el, toma objetos, empurra e puxa, produz
GROUPS
sons, g esto s e assim por diante. Isso porque observar o com portam ento de
uma p essoa é o m esm o que observar qualquer sistem a físic o ou b io ló g ico .
C om o se nota, a abordagem analítico-comportamental difere da vi
são proposta pelo D SM -IV-TR. N a abordagem analítico-comportamental, o
comportamento assume um papel primário, em vez de secundário, sem ne
nhuma outra entidade localizada subjacente. O comportamento é algo que a
pessoa faz. E melhor enfocado na forma de verbos, em função de especifica
rem ações. O interesse principal dessa abordagem é nas condições ou nos
eventos que exercem efeitos sobre o comportamento (Skinner, 1953/2000). De
acordo com Britto (2004) e Britto et al. (2010), delirar e alucinar são compor
tamentos operantes e, com o tais. devem ser com preendidos a partir da interação
entre contingências ambientais de reforçamento e punição, históricas e atuais.
INDEX
consequências verbais e não verbais que produzem (Britto et al.. 2010).
N a abordagem analítico-com portam ental, o comportamento gerado
pelas contingências deve ser analisado de m odo funcional, sem haver a ne
cessidade de se apelar para estados mentais ou processos neurobiológicos
hipotéticos (Skinner, 1969/1980). Isso porque, se um dado estím ulo não
apresentar certo efeito, im plica apenas que o organism o não o notou. Por
tanto, pode-se concluir que %••) o estím ulo não teve um papel importante
nas contingências que prevaleceram no m om ento da resposta” (Skinner,
BOOKS
1969/1980, p. 180). .lá o efeito oposto pode ocorrer quando o organism o está
privado da presença de determ inados estím ulos, cuja magnitude exerce efeito
reforçador relevante.
C onsidere o exem plo: quando a filha que estudava fora do país
agendava seu retom o, a m ãe, dada a probabilidade iminente de sua chegada,
“via” a filha ausente e ainda “ouvia-” a sua voz. Esse tipo de visão e audição
condicionada pode ser explicado em função de que tanto o “ver” com o o
‘‘ouvir” não exigem a presença da “coisa vista” ou da “coisa ouvida” (Skin
GROUPS
ner, 1953/2000). Portanto, ver ou ouvir na ausência do referido estím ulo é
experiência com um (Skinner, 1974/1985). A visão condicionada explica a
tendência que se tem de ver o m undo de acordo com a própria história, uma
vez que os estím ulos que geram essa visão muitas vezes são reforçadores
(Skinner, 1953/2000).
Skinner (1 9 7 4 /1 9 8 5 ) sugere que se deve voltar para a história am
biental à procura desses tipos de respostas, p ois quando uma pessoa vê al
guém em sua im aginação, pode estar apenas fazendo aquilo que faz na pre
sença desse alguém . Adquirim os “(...) um repertório visual sob o controle de
estím ulos verbais” (p. 73), ou seja, a mãe ouvia e via a filha porque era re
forçada ao fazê-lo. e o nível de privação da m ãe tinha efeitos m otivacionais.
E o que parece ser uma sim ples resposta sensorial depende também de variá-
v eis nos cam pos de condicionam ento, m otivação, privação e em oção (Skin-
ner, 1953/2000).
A inda que uma form ulação das interações entre um organism o e o
seu m eio especifique a ocasião na qual ocorre a resposta, a própria resposta e
suas consequências e, ainda, as interrelações entre elas são muito m ais com
plexas do que as que ocorrem entre um estím ulo e uma resposta (Skinner,
1969/1980). E sse é o caso que ocorre com o ver ou o ouvir novam ente uma
coisa que já se viu ou já se ouviu. “Num a análise operante, e no behavioris-
mo radical que se constrói sobre ela, o ambiente permanece onde está e onde
sempre esteve - fora do corpo” (Skinner, 1974/1985, p. 66, grifos do autor).
Portanto, uma resposta reforçada tem maior probabilidade de ocorrer em
ocasiões sem elhantes e “(...) respondem os de maneiras idiossincráticas por
INDEX
causa do que já aconteceu quando estivem os anteriormente em contato (...)”
(p. 67). A s variações ocorrem em função de serem diferentes as contingên
cias, ainda que mantidos os m esm os estím ulos, além de haver a necessidade
de se considerar com o relevante o estado de privação do organism o. Então,
“(...) uma pessoa vê uma coisa com o algum a outra coisa quando a probabili
dade de ver esta é grande e o controle exercido por aquela é pequeno” (p.
67).
Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) declara que o controle funcional exercido por
BOOKS
um estím ulo permite distinguir entre sentir e outras atividades sugeridas
pelos term os com o ver, ouvir , perceber ou conhecer. O sentir refere-se à
mera recepção do estím ulo. Ver é o com portam ento interpretativo controlado
por um estím ulo e caracteriza uma relação especial entre o comportamento e
os estím ulos. E diferente de sentir, do m esm o m odo que responder é dife
rente de ser estim ulado. “N ossa ‘percepção1 do m undo - nosso ‘conheci
m ento’ do m undo - é o nosso comportamento cm relação ao m undo” (p. 86,
grifos do autor). A ssim , recordar, imaginar, lembrar ou relembrar nada mais
GROUPS
é que ver novam ente aquilo que já foi visto, seja pela percepção direta, seja
pelo lembrar ou relembrar. “Poder uma pessoa ver coisas quando nada há
para ser visto deve ter sido uma forte razão para o mundo mental ter sido
inventado” (Skinner, 1974/1985, p. 75).
A ssim , os analistas do com portam ento buscam as contingências
que são responsáveis pelo com portam ento verbal do esquizofrênico e as
circunstâncias pelas quais seus conteúdos verbais se inserem (Britto, 2012).
N ota-se que a atenção social é frequentem ente dispensada ao comportamento
v erb a l inapropriado do esquizofrênico que, de acordo com Miranda e B ritto
(2011), ora fala de m odo estranho, incoerente ou falso, isto é, delira; ora se
comporta com o se visse, ou v isse ou sentisse estím ulos que nào estão pre
sentes, isto é, alucina. E na tentativa de elucidá-lo, esse tipo de comporta-
INDEX
função de ser notado com o uma chave para tentar equacionar determ inados
problem as que têm sido tratados apenas pela via m edicam entosa; ou para
conseguir uma explicação adequada às respostas sensoriais alucinatórias e
c o n v icçõ es delirantes, presentes nos relatos de p essoas com diagnóstico de
esquizofrenia.
Tendo em vista a importância dessas questões, recorrer ao estudo
do com portam ento verbal é im prescindível, à medida que Skinner
(1 9 5 7 /1 9 7 8 ) indicou o cam inho para lidar com os fenôm enos que envolvem
BOOKS
os episódios verbais entre os indivíduos com o relações funcionais próprias
de uma com unidade verbal. A inda que apresente mínimas referências a da
dos em píricos c ainda que seja um livro teórico interpretativo dos fenôm enos
da linguagem , sua obra procura dar uma versão para o entendim ento da visão
analítico-com portam ental a respeito de tais fenôm enos. Exatamente por isso,
B. F. Skinner não pretendeu responder dúvidas, mas suscitá-las para estim u
lar a pesquisa do c o m p o rta m e n to verbal, de onde têm surgido respostas às
inúmeras perguntas elaboradas desde a publicação do Verbal Behavior. E,
GROUPS
em relação ao com portam ento verbal do esquizofrênico, perguntas aguardam
respostas, dada a necessidade de se criar tecn ologia operante apropriada
tanto para investigar quanto para intervir nesse tipo de com portamento ver
bal. N esse sentido, e utilizando-se da perspectiva skinneriana, Sim onassi,
C am eschi, V ilela, V alcacer-C oelho e Figueiredo (2 0 0 7 ) afirmam que o com
portamento verbal é um dos padrões com portam entais mais difíceis de serem
subm etidos a estudos experim entais. Se assim , estudar o comportamento
verbal do esquizofrênico não é diferente: a tarefa é desafiadora.
N a abordagem tradicional, palavras são as unidades mínimas anali
sadas por linguistas, que consideram coisas com o objetos (Chom sky, 1959).
N essa visão, as palavras faladas são sím bolos ou meras superfícies de pro
cessos profundos e ocultos que não podem ser diretamente observados, mas
INDEX
cando para o ouvinte o que está controlando o seu com portam ento verbal ou
sobre o que ele está falando. N e sse sentido, relações funcionais que contro
lam o comportam ento verbal devem ser buscadas para, dessa forma, sua
explicação tom ar-se possível (Skinner, 1957/1978).
C onsidere o exem plo: em suas respostas sensoriais, nomeadas
com o alucinações, o esquizofrênico relata “Form igas estão cam inhando den
tro do m eu cérebro” . A lgum as análises são possíveis. A primeira é que esse
tipo de fala envolve com ponentes respondentes e operantes, uma v e z que
BOOKS
imaginar em resposta às palavras é experiência com um . Im aginam os de
m odo que pode parecer realidade (Martin & Pear, 2 0 0 7 /2009). Segunda, ao
imaginar form igas dentro do cérebro, a palavra form iga elicia atividades na
parte visual desse órgão de forma que ele vivência o com portam ento de ver
na ausência do inseto, sendo, portanto, uma visão condicionada; isso porque
ele passou por experiências nas quais olhava e via form igas em sua história
prévia de condicionam ento (Martin & Pear, 2 0 07/2009; Skinner, 1953/2000;
Staats, 1996). A terceira é que esse tipo dc fala pode ser fortemente influen
ciado pelos efeitos reforçadores da atenção social (Britto et al., 2010; DeLeon
GROUPS
et al., 2003; D ixon et al., 2001; Lancaster et al., 2004; M ace & Lalli, 1999;
Marcon & Britto, 2011b; M ello, 2010; Santana, 2008; W ilder et al., 2001,
dentre outros). E a quarta, a elocução pode evocar com portam entos incom
patíveis com funções mais assertivas no am biente laborai do esquizofrênico,
ao permitir que ele se afaste de determinadas atividades, até pelo efeito em o
cional que esse tipo de fala exerce sobre o ouvinte. Por fim , a quinta, que
aponta ser essa uma fala falsa (delírio) e com estím ulos que não estão pre
sentes (alucinação), cujo significado para o esquizofrênico deve ser encon
trado entre os determinantes de sua resposta e nào entre suas propriedades
(Britto, 20 1 2 ).
D essa forma, esforços têm sido requeridos dos analistas do co m
portamento: traduzir as falas inapropriadas em itidas por p essoas com o
INDEX
1 9 5 7 /1 9 7 8 ). Então, se ele p ode organizar o com portam ento de uma p e s
soa, ele tam bém pode d esorgan izá-lo e levá-la a ser diagnosticada com o
psicótica ou esqu izofrên ica. Por con segu in te, a organização do com porta
m ento do esq u izofrên ico passará tam bém pela organização de seus relatos
verbais.
Para a presente proposta, classes de comportamento verbal de pessoas
com o diagnóstico de esquizofrenia são quase sempre diferenciadas e, na m aio
ria das vezes, inapropriadas a qualquer ocasião. Considere o relato: “O diabo
BOOKS
aparece para m im , querendo matar Jesus Cristo” (Rodrigues & Bueno, 2009).
A pessoa relata o agente controlador de seu comportamento verbal: a palavra
diabo, estímulo não observável, mas fortemente presente na cultura. Esse tipo
de elocução serviria com o um estím ulo discriminativo (Su), que evocaria outros
comportamentos do falante, com o, por exem plo, permanecer a maior parte do
dia em contato com eventos sagrados. Esse tipo de comportamento verbal afe
taria o comportamento do ouvinte, ao gerar nele reações em ocionais (Skinner,
1957/1978). O ouvinte, por sua vez, reforçaria o comportamento disponibili
GROUPS
zando a atenção social contingente. E o efeito reforçador da atenção social po
deria ser alterado momentaneamente por efeito de uma operação motivacional
(Marcon & Britto, 2011b). E esta, disponibilizada contingente a esse tipo de
relato, aumentaria a probabilidade de suas ocorrências, ainda que seja uma fala
falsa ou um delírio; e com o estím ulo não observável ou alucinação (Britto et al.,
2010). E mais, a pessoa diagnosticada com o esquizofrênica não diz palavras
com o o diabo querendo matar Jesus na presença desses estímulos. Essa forma
de comportamento verbal, em que as palavras não apresentam relações com
eventos ambientais, conduz ao diagnóstico psiquiátrico de portador de transtor
no psicótico ou de esquizofrenia (Britto, 2012).
Rodrigues e Bueno (2009) estudaram, em contexto de supervisão clí
nica, o comportamento de uma participante de 29 anos, solteira, ensino funda-
INDEX
diabo m e dava com ida estragada e fazia sex o c o m ig o ”; (e) relatos que
en volviam ação sobrenatural “ Eu não d eixo o diabo matar Jesus C risto”;
(f) falas com con teú dos sobrenaturais sobre en tidades relig io sa s “Vi na
igreja D eus, N o ssa Senhora, Jesus C risto e o d ia b o ”; (g ) relatos de e feito s
m ágicos “C o m ecei a rezar e v e io uma ventania e o p ovo pensou que era
chuva. M as não, era apenas a m inha fé e daí eu matei to d o s”; (h) bem
com o falas sobre ganhos de d ivin d ad e “Jesus C risto m e deu um celu lar”,
dentre outras.
BOOKS
A intervenção aplicada visan do o controle dessas respostas ver
bais pautou -se na busca da relação funcional dos antecedentes e c o n se
quentes de ouvir vozes e ver imagens nas ausências dos resp ectivos estí
m ulos. A participante relatou que via e ouvia pessoas im aginárias sem pre
que n ecessitava de algum tipo de ajuda. Então, foi instruída pela terapeuta
a confrontar suas im agens, isto é, ir ao encontro delas e, se p o ssív e l, tocá-
-las. A partir dessa instrução, a participante aprendeu a diferenciar suas
im agens, o que ela realm ente pensava, sentia e im aginava, daquilo que
acontecia em seu am biente natural. F oi-lhe ensinado tam bém que, ao im a
GROUPS
ginarm os, a ssociam os palavras com sen sa çõ es de ver as figuras que as
palavras descrevem . Por m eio d essa experiência, a participante relatou que
as p essoas im aginárias quase sem pre eram reforçadoras e surgiam quando
ela buscava ajuda para sanar seu s problem as. Porém , a intervenção aplica
da favoreceu -lh e discrim inar suas respostas sen soriais e públicas, p o ssib i
litando a ela m elhor d e s c r e v e r o controle dos estím u los sobre o s quais
respondia (B ritto, 2 004).
Em outro estudo. Silva e B ueno (2 0 1 0 ) trabalharam com o co m
portamento verbal inapropriado de uma participante de 49 anos, técnica de
enferm agem , solteira, que residia com os pais e estava aposentada por in
validez. A participante relatou histórias de su cessivas h ospitalizações em
função de problem as diversos de ordem em ocional e física, in clu sive ten-
INDEX
cipante, ocasiã o etn que foram in cluíd os procedim entos direcionados e x
clusivam en te à dim inuição d esses tipos de relatos. Inicialm ente, a tera
peuta con d u ziu a participante até a jan ela da sala de terapia da clín ica -
-esco la e pediu que o b servasse os m ovim entos d os pássaros nas árvores
adjacentes. Hm seguida foi so licita d o que ela d escrevesse, passo a passo, o
que ocorria fora da sala. Por fim , as con seq u ên cias geradas por seus rela
tos foram analisadas pela díade, com a finalidade de gerar à participante
um n ovo con hecim en to.
BOOKS
Tabela 1 - Fragmentos das falas da participante e da terapeuta
durante a sessão de Intervenção
Falas da Participante
P: Os pássaros m e perseguem .
Falas da Terapeuta
F a la s d a P a rtic ip a n te F a la s d a T e ra p e u ta
P: Sim ... é verdade! Então, isso vai T: É isto m esm o! (a terapeuta tam bém
acontecer sem pre, né? Porque para todo assentiu com m ovim entos da cabeça).
lugar que vou tem árvores (risos), e
tam bém pássaros cantam pra lodo m un
do. 0 problem a é que fico achando que é
para m im , para cham ar m inha atenção,
para m e perseguir. Mas isso é coisa da
m inha cabeça.
P: E, além disso, os pássaros podem T: Hum - rum... você está correta. E o
cantar quando quiserem . N ão existem que m ais você pode falar?
horários certos, não é?
INDEX
P: É... aprendi a ter m edo de tudo (...) e
com ecei a prestar m uita atenção em
algum as coisas, com o o canto dos pássa
ros. (...). N ão estava analisando direito a
situação e logo concluía que era com igo.
M as agora vejo por outro ângulo.
BOOKS
participante notou seus eq uívocos em relação ao canto dos pássaros; relatou
que estes não a perseguiam , ao contrário, apenas cantavam. A participante
relatou, ainda, que, em am bientes arborizados, era com um a presença de
pássaros e que estes poderiam cantar a qualquer hora do dia ou da noite,
aleatoriam ente. N as sessões seguintes, a terapeuta instruiu a participante a
escrever em cartões o que im aginava e a confrontar o que ela havia escrito
no cartão com evidências naturais de seu am biente. A participante passou
então a portar e a fazer uso de inúmeros cartões. Quando do retom o às ses
GROUPS
sões, ela relatou à terapeuta: “N ão é tarefa sim ples ter o delírio persecutório
e depois tentar saber se ele é real ou não. C om o tem me dado trabalho essa
intervenção” . Relatou, ainda: “Hoje, quanto mais acontecem coisas que eu
acho estranhas, mais eu as enfrento. (...). Para mim, enfrentar é não deixar de
fazer as coisas que gosto. A verdade é que não tenho provas de que as pessoas
estejam m e perseguindo”.
A ssim , a participante aprendeu que não havia relação funcional
entre o que ela im aginava e os fatos que ocorriam em seu am biente natural.
Isso porque, de acordo com a perspectiva da A n á lise do Com portam ento,
para m od ificar com portam entos é im prescindível relacioná-los com as
condições que os produziram. E sse entendim ento enfatiza as con d ições
responsáveis pela origem das respostas verbais inapropriadas e as relações
resultantes dessas classes de respostas. Esse resultado pode ser m ais bem
entendido quando Skinner (1 9 7 4 /1 9 8 5 ) afirma que “Ocorre uma mudança
no com portam ento do paciente se aquilo que ele v ê (ouve, sente etc.) tem o
m esm o efeito p ositivo ou negativam ente reforçador das próprias coisas
quando v ista s” (p. 75).
C om o exposto, estab elece-se que, dentro da perspectiva skinneria-
na, as respostas verbais de esquizofrênicos, com o qualquer outra resposta
verbal, são partes do inundo de eventos observáveis para os quais se aplicam
os m étodos da ciência A nálise do Comportamento e para cuja com preensão
esses m étodos se provaram adequados (Skinner, 1956: 1973/1979). A ssim ,
espera-se que o conhecim ento adquirido pelo cliente durante as sessões tera
pêuticas resulte-lhe na aprendizagem de novas habilidades. E, dessa forma,
INDEX
essa pessoa com o diagnóstico de esquizofrenia adquira recursos para enga-
jar-se na m elhoria de seus problemas existenciais.
Em síntese, afirmar-se-ia para essa pessoa que os processos de dis
crim inação são mais relevantes do que as sensações, quando se descreve o
com portam ento com o uma com plexa classe de operante. Relatam-se estí
m ulos e não percepções ou sensações. “ Embora a atenção social possa ter
função controladora nos com portam entos-problem a de um sujeito, é muito
provável que tipos diferentes de atenção (ou tipos diferentes de estím ulos)
BOOKS
também estejam exercendo essa função em outras pessoas (...)” (Epam inon-
das & Britto, 2010, p. 71).
C onhecer a função d os com portam entos verbais de falar, ouvir e
ver na ausência dos respectivos estím u los (alucinar) é condição sine qna
mm para o estabelecim ento de um programa de intervenção que favoreça a
redução das falas inapropriadas, o aum ento das falas apropriadas e a insta
lação de n ovos repertórios com portam entais à pessoa com diagnóstico de
esquizofrenia. Porém , requer ainda intervenção n o contexto am biental d es
GROUPS
sa pessoa, am biente esse que lhe favoreceu a aquisição e a m anutenção
dessa cla sse com p lexa de respostas. Pois, com o salientam M ontes e A lv a
res (2 0 1 0 ), a pessoa diagnosticada com o esquizofrênica “(...) costum a en-
contrar-se em p osiçõ es so cia is globalm ente alteradas, costum a enfrentar
con flitos, ter m etas, sofrer rejeições, apresentar desejos e ter esperanças.
(...) um em aranhado histórico-social que proporciona contextos para for-
m ar-se ou para d esfazer-se” (p. 35).
D esta feita, proced im entos próprios da A n álise do C om porta
m ento, com a função de m odificar e controlar repertórios, devem ser ap li
cados, com o m odelagem , m od elação, reforçam ento p ositivo, reforçam ento
diferencial de com portam entos alternativos e extinção. Fica claro, tam bém ,
que “(...) o com portam ento em itido por pessoas diagnosticadas com o e s
INDEX
ções fantasiosas sobre aquilo que é possível ser conhecido, descrito, contro
lado, sejam dispensáveis.
Esta obra sobre os efeitos das condições de atenção e de demanda
nas respostas verbais de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia está
organizada dentro da abordagem de investigação indutiva. Os procedim entos
aplicados envolveram dois delineam entos experim entais: (1) delineam ento
de m últiplos elem entos, constituído de quatro cond ições experim entais prin
cipais ( atenção , demanda, sozinho e controle, além de três subcondições de
BOOKS
atenção); e (2) delineam ento de reversão-replicação, seguido por folknv-up .
Para cada um desses delineam entos houve um m om ento distinto na busca de
suporte apropriado para a sua condução.
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INDEX
com o diagnóstico de esquizofrenia, bem com o o levantam ento da m edicação
utilizada por esses indivíduos. Para o seu cum prim ento, foram realizadas (a)
entrevistas com m embros da equipe m ultiprofissional da instituição, feitas
(b) observações diretas e aplicado o (c) delineam ento experimental de m últi
plos elem entos.
Um segundo objetivo foi o de intervir nas classes de respostas ver
bais: (a) nas inapropriadas, visando a redução de suas frequências; e (b) nas
apropriadas, com a finalidade de aumento de suas ocorrências. Para essa
BOOKS
finalidade, um delineam ento de reversão-replicação, seguido por follow-iip
foi usado.
O bjetivou-se, ainda, treinar, dentro dos princípios básicos da A ná
lise do Com portam ento, necessários à aplicação do estudo, um profissional
da instituição para conduzir parte das sessões de intervenção: (1) junto com a
pesquisadora e (2) sozinho com os participantes.
GROUPS
INDEX
BOOKS
GROUPS
MÉTODO
P A R T IC IP A N T E S
INDEX
Participaram deste estudo duas pessoas do sex o m asculino e com a
idade acim a de 50 anos. Am bas tinham diagnóstico de esquizofrenia, estavam
em tratamento m édico psiquiátrico há mais de 10 anos, apresentavam respos
tas verbais inapropriadas (delírio e alucinação) e residiam na instituição onde
foi realizada a pesquisa. Esses participantes serão doravante nomeados: “P I”,
o participante 1, recebeu o nom e de José, UP2”, o participante 2, recebeu o
nom e de Mário.
PI - José, com 57 anos de idade, nascido no interior de G oiás, era
BOOKS
filho do m eio de uma prole de três. N ão chegou a concluir o ensino funda
mental. Seu pai, representante com ercial, era pessoa trabalhadora, rígida e
conservadora; sua mãe, do lar, era enérgica, pautava a educação dos filhos na
punição verbal e física. Quando tinha m enos de quatro anos, seus pais sepa-
rarani-se em função de seu genitor ter encontrado a esposa com outro h o
m em em seu quarto. A partir dessa época, o pai deixou a família. Seus três
filhos passaram a ser acolhidos, separadamente, por parentes, o que oca sio
nou contínuas mudanças de fam ílias.
GROUPS
Adulto jovem , José casou-se com uma m oça, em sua cidade natal.
Porém, sua esposa iniciou rclacionam ento extraconjugal. Foi nessa época
que José passou a apresentar com portam entos desorganizados (e.g., agressi
vidade verbal e física; falas persecutórias; com portam entos repetitivos de
andar na área externa de sua casa, em busca de alguém , que dizia estar per-
seguindo-o). N enhum tipo de tratamento especializado, naquele m om ento,
foi-lhe disponibilizado.
C eito dia, José atentou contra a vida do rapaz que relacionava-se
com sua esposa, usando uma faca. Essa sua ação consum ou o fim de seu
casam ento. N esse período, ele e a esposa aguardavam a vinda do primeiro
filho. A criança nasceu (um a m enina), porém José só esteve com ela uma
única vez, quando tinha pouco m ais de dois anos.
INDEX
nas para levar-lhe rem édios e alim entação.
José tom ou-se escritor autodidata, quando fora das crises. Chegou
a trabalhar em empresas de com unicação social, períodos em que suas crises
estiveram sob controle. A qualidade de seu trabalho era tão reconhecida, que
passou a ter acesso a políticos e outras autoridades. Mas o agravamento da
desorganização de seu com portam ento tornou-o, definitivam ente, paciente
institucionalizado.
José residia na instituição havia cinco anos e apresentava com por
BOOKS
tamentos verbais delirantes (e.g ., “Eu sou o dono da Souza Cruz”) e aluci
natórios (e.g ., “Fiquei amarrado no avião de jacarandá durante 19 anos”).
Inúmeros ep isód ios de fuga de José da instituição foram registrados. Um
familiar relatou que José perm anecia adjacente à residência do pai por até
dois dias. Os fam iliares obstruíam o seu acesso, dado o temor de agressão ao
pai. Fazia uso de vários tipos de m edicam entos, tais com o: anticolinérgicos,
antiparkinsonianos, anticonvulsivantes, antim aníacos, antipsicóticos, dentre
outros, com dosagens ministradas às 9h, às 15 e às 21h.
GROUPS
P2 - Mário, solteiro à época, com 51 anos e com ensino funda
mental incom pleto. Órfão de pai e mãe em idade que não foi possível identi
ficar. A os 1 7 anos, P2 sofreu a sua primeira crise. A partir dessa época pas
sou a viver e a receber tratamento em instituições psiquiátricas, após ter sido
diagnosticado com o esquizofrênico. Mário estava internado na instituição
onde esta pesquisa foi realizada há 16 anos. Foi uma das primeiras pessoas lá
hospitalizadas.
Seu único irmão, que era também seu curador, faleceu havia mais
de seis anos do início deste estudo. Seus dois únicos sobrinhos nunca m anti
veram contatos com ele. Posteriorm ente, sua curatela foi transferida a um
dos diretores da instituição. Recorrentem ente ele tentava sair da instituição
para ir ao encontro da mãe, que dizia estar viva. C onversava com o pai, que
jurava vivo e junto dele. Esse participante cotidianam ente emitia autodiálo-
gos com os pais e outros parentes (todos já falecidos) e, quando alguém o
lembrava das m ortes, respondia agressivam ente.
De acordo com o seu curador, Mário não gostava de fazer nada
dentro da instituição, por afirmar ser o seu m éd ico-chefe. Portanto, julgava
que sua função era a de apenas consultar os internos daquela casa da qual
praticamente não sc ausentava. Numa dessas v ezes, ao ser levado a um hi
permercado, para a aquisição de produtos para ele, M ário, diante da im ensi
dão de estím ulos (pessoas, produtos, sons etc.) m ovim entou-se de m odo
abrupto, mostrando instabilidade ao comportar-se.
Mário apreciava banhar-se em água bem morna e vestir-se em c o
INDEX
res com binadas, desde as roupas íntimas à calça, à cam isa, a m eias e a sapa
tos. G ostava também de cigarros e café. O participante apresentava falas
incom preensíveis à com unidade verbal (e.g., “shuschuschu... x isisisxii...
chachachacha”), além de uma ampla classe de com portam entos desorganiza
dos. Fazia uso de vários tipos de m edicam entos, tais como: antipsicóticos,
anticonvulsivantes, anti-histam ínicos, anti-hipertensivos, diuréticos, antima-
níacos e anticoncul si vantes, dentre outros. M edicações essas prescritas para
manhã e noite. A tarde era-lhe ministrado um antipsicótico, com dosagem de
25m g. Havia rumores de que essa m edicação era sempre aumentada quando
BOOKS
Mário apresentava agitação e desejo de sair da instituição para ir encontrar-se
com seus parentes m ortos, pessoas que afirmava estarem vivas. Porém, não
confirmada cm seu prontuário.
A M B IE N T E E M A T E R IA IS
GROUPS
Centro de A poio a Carentes que cuidava de pessoas com necessidade de
ajuda especial, de forma filantrópica. A instituição, conveniada com o Siste
ma Ú nico de Saúde (S U S ) e com a rede pública estadual, em parceria com o
m unicípio, tam bém recebia doações de voluntários. Essa instituição oferecia
assistência à saúde física e mental. N ela residiam pessoas adultas e idosas
com os m ais diversos tipos de enferm idades e transtornos mentais, oriundas
de diversas regiões do país. Sua equipe m ultiprofissional era com posta por
m édicos (psiquiatras e neurocirurgião), p sicó lo g o s, técnicos de enferm agem ,
fisioterapeutas, assistente social, terapeuta ocupacional. diretores e coorde
nadores, além da equipe de lim peza, jardinagem e cozinha, com pondo um
quadro de pessoal com 37 funcionários, além de 10 profissionais voluntários.
A instituição dispunha, inclusive, de um necrotério.
INDEX
verbais dos participantes.
Outros recursos utilizados foram computador, impressora a laser,
canetas esferográficas, pasta de papelão, folhas de registro (A n exos 1, 2, 3, 4
e 5), revistas de inform ações (com periodicidade semanal e veiculação nacio
nal), aparelho de som , papel chamex, TV LED de 42 polegadas, com recur
sos de caixas de som am plificadas e aparelho Iphone tanto para gravação de
vídeo quanto para fotografar o am biente da pesquisa. Outros materiais foram
utilizados: caderno, lápis, borracha, apontador, calculadora, m arca-textos
BOOKS
(nas cores verde, amarela e azul).
Ainda foram utilizados no ambiente experimental itens com estíveis
(e.g., bolo, doce de banana, doce de leite, chocolate, balas sabor café, balas
sabor coco, refrigerantes em lata, sorvete em pote pequeno, café pronto para o
consum o) e outros objetos (e.g., cd com m úsicas populares brasileiras, livros e
um exemplar da Bíblia). Os objetos e alimentos disponibilizados foram defini
dos com o prováveis reforçadores aos participantes, após a conclusão das en
trevistas de avaliação funcional e após observações diretas desenvolvidas nos
diversos ambientes institucionais, onde esta pesquisa foi realizada.
PROCEDIMENTO
GROUPS
O projeto de pesquisa do presente estudo foi aprovado pelo C om itê
de Ética em Pesquisa (COEP) do IL E S/U L B R A Itumbiara - G oiás (Instituto
Luterano de Ensino Superior - IJLBRA), com o número de protocolo 143-
01/2011. Foi estabelecido contato com o Centro de A poio a Carentes, o ca si
ão em que foi apresentado o projeto de pesquisa e o pedido de autorização
para a sua realização. Foram destacados os objetivos da pesquisa e o tem po
aproximado de duração da coleta de dados. Os administradores foram infor
mados que as sessõ es experim entais seriam registradas em vídeo.
INDEX
(e) apresentar comportam ento verbal delirante e/ou alucinatório. E com o
critérios de exclusão de p o ssív eis participantes foram considerados: (a) não
poder com parecer às sessões da pesquisa; e (b) não haver obtenção de auto
rização de seus fam iliares/responsáveis para sua inclusão na pesquisa.
Tanto a instituição quanto os familiares dos participantes foram in
form ados que o material obtido por m eio da pesquisa seria objeto da presente
tese de doutorado, bem com o os resultados seriam publicados parcialmente
em periódicos, congressos e eventos científicos e, integralmente, em livro. A
BOOKS
pesquisadora colocou -se à disposição para a elucidação de quaisquer dúvidas
referentes à coleta de dados e cuidados e sua condução ética.
Durante a coleta de dados deste estudo foi anotada, dos prontuá
rios de PI e de P2, a m edicação a ele s prescritas, com sua respectiva d osa
gem e períodos em que deveriam dela fazer uso. E sses dados foram regis
trados em Folhas de R egistro de M edicação/D osagem Ministrada ao Parti
cipante (A n ex o 5).
1
GROUPS
Avaliação funcional indireta por meio de entrevista
Entrevistas para avaliação funcional (Anexo 1) foram realizadas
com m embros da equipe m ultiprofissional, de acordo com o m odelo pro
posto por O 'N eil et al. (1 9 9 7 ), traduzido e adaptado por Oliveira e Britto
(2011). Sua finalidade foi identificar atividades, horários e locais cm que os
com portam entos-problem a dos internos tinham maior probabilidade de ocor
rer. Sua aplicação foi individual, isto é, entre a pesquisadora e o profissional
que convivia diretamente com os pacientes. Esclareceu-se a função da entre
vista: coletar inform ações sobre os com portam entos-problem a dos internos.
Foram investigados: (a) os tipos de falas inapropriadas apresenta
das pelo interno, sua frequência e duração; (b) a definição dos eventos que
INDEX
equipe m ultiprofíssíonal (quatro técnicos de enferm agem ; uma fisioterapeu
ta; uma assistente social; e uma terapeuta ocupacional) tiveram duração que
variou entre 50 minutos e uma hora, cada. O tem po total das entrevistas foi
de 5 horas e 45 minutos. Todas as respostas dos m embros da equipe multi-
profissional foram registradas em vídeo. A o final da entrevista, a pesquisa
dora agradeceu ao profissional pela contribuição.
BOOKS
comportamentos-problema
A s sessõ es de observação direta ocorreram em vários am bientes da
instituição, em m om entos de atividades rotineiras aos participantes (e.g., sala
da terapia ocupacional, pátio, refeitório, enfermaria e ambiente de higiene).
As sessões foram realizadas nos períodos matutino e vespertino, com dura
ção que variou entre 5 e 10 m inutos, cada sessão. N essa s sessões a prioridade
era validar eventos antecedentes e consequentes que controlavam os com
portamentos verbais inapropriados dos participantes, relatados pelos profis
GROUPS
sionais cuidadores. Vários m om entos das relações entre os profissionais e os
participantes foram observados e registrados no Formulário de Observação
Direta de Com portam entos de Participante, de acordo com o m odelo de
O ’N eil et al. (1 9 9 7 ), à medida que ocorriam (A n exo 2).
INDEX
relatos que informaram o percentual de cura e de que a esquizofrenia não
depende de fator psicológico.
Categorias que descrevem os sintomas de esquizofrenia. Relatos
que indicaram que a alteração do afeto é o sintom a mais importante da es
quizofrenia e que delírios e/ou alucinações são sintom as secundários.
Categorias descritivas de consequências da esquizofrenia. R ela
tos sobre os riscos para quem co n v iv e com esq u izofrên icos, cronificação e
cicatrizes.
BOOKS
Categorias que informam sobre o tratamento da esquizofrenia.
Relatos sobre os efeitos positivos e negativos da m edicalizaçao, ações quí
micas dos m edicam entos, controle dos sintomas e efeitos colaterais.
A pós a identificação das categorias, seguiu-se a realização de aná
lises quantitativas das frequências de ocorrências das categorias comporta-
mentais selecionadas dos relatos do m édico.
3
GROUPS
Análise funcional (experimental)
Para o controle dos procedim entos foram aplicados dois delinea
m entos experim entais. Para avaliar os antecedentes e consequentes dos com -
portam entos-problem a dos participantes, foi aplicado o delineam ento de
m últiplos elem entos e o delineam ento de reversão-replicação, seguido por
fòllow-up .
INDEX
quisadora pegou um livro, que estava sobre a m esa, abriu-o e aparentou lê-lo. A
pesquisadora assim permaneceu até o final da sessão: 5 minutos.
(1.2) Subcondição de atenção média : a pesquisadora, em pé, à porta
da sala experimental, recebeu o participante, olhou em seus olhos, sorriu,
cumprimentou-o e agradeceu-o por ter comparecido à sessão. Logo após, con
vidou-o a sentar-se em uma das cadeiras, enquanto ela sentou-se em outra
cadeira, encontrando-se distanciados um do outro por uma mesa. Em seguida,
a pesquisadora passou a conversar, de fonna livre, com o participante. A cada
BOOKS
ocorrência de falas inapropriadas (e.g., “Eu voltei aqui de outra vida e acabei
com vocês”), a pesquisadora calava-sc, olhava nos olhos do participante com
expressão séria, não sorria e contava privadamente de um a cinco, enquanto
oferecia a ele até 10 segundos de atenção. Tempo da sessão: 5 minutos.
(1 .3 ) Subcondição de atenção máxima : a pesquisadora, em pé, à
porta da sala experim ental, recebeu o participante, olhou-o em seus olhos e
sorriu; cum prim entou-o e agradeceu-o por ter com parecido à sessão, ao tem
po em que lhe ofereceu contato físico (e.g., com a sua mão direita apertou a
GROUPS
mão direita do participante). Em seguida, convidou-o a sentar-se em uma das
cadeiras, enquanto ela sentou-se em outra cadeira, encontrando-se distancia
dos um do outro por uma m esa. A cada ocorrência de falas inapropriadas
(e.g., “Eu trabalho de m édico”), a pesquisadora calava-se, olhava nos olhos
do participante, sorria, inclinava o corpo em sua direção, m ovim entava a
cabeça em sinal de reprovação, contava privadam ente de 1 a 10, enquanto
oferecia a ele até 20 segundos de atenção. Tem po da sessão: 5 minutos.
(2) Condição demandai a pesquisadora, em pé, à porta da sala exp e
rimental, recebeu o participante. Em seguida, pegou uma revista de informa
ções, com periodicidade semanal e de veiculação nacional, abriu-a, aproxi-
mou-se do participante e ordenou: “Folheie esta revista e me diga sobre o que
o senhor lê e o que se vê na página seguinte”. Quando o participante falou de
modo inapropriado (e.g., “M acho... coisa feira, feira... olha feira”), a pesquisa
dora suspendeu a tarefa, afastou-se do participante e assim permaneceu du
rante 30 segundos. Transcorrido esse tempo, a pesquisadora aproxim ava-se do
participante e oferecia-lhe outra demanda. Tempo da sessão: 5 minutos.
(3 ) Condição sozinho : a pesquisadora, em pé, à porta da sala e x
perim ental, recebeu o participante. Em seguida, con vid ou -o a sentar-se em
uma das cadeiras e solicito u -lh e que a aguardasse na sala (e.g ., “M e aguar
de aqui uns instantes que eu já retom o” ). Em seguida, saiu da sala e deixou
a film adora ligada. Transcorridos 5 m inutos, a pesquisadora retom ou à sala
e encerrou a sessão.
(4) Condição controle: a pesquisadora, em pé, à porta da sala experi
mental, recebcu o participante e o cumprimentou. A sala foi equipada com
INDEX
música e em cim a da mesa encontravam-se materiais com o bolo, doce de bana
na, doce de leite, chocolate, balas sabor café, balas sabor coco, refrigerantes em
lata, sorvete em pote pequeno, café pronto para o consum o, além de livros e um
exemplar da Bíblia. A pesquisadora sentou-se em uma cadeira junto a uma
mesa paralela à que se encontrava o participante. A pesquisadora instruiu-o que
aqueles materiais que estavam sobre a mesa poderiam ser usados por ele, caso
quisesse, e permaneceu sentada, olhando para baixo, demonstrando estar atenta
à música que era executada no ambiente. Tempo da sessão: 5 minutos.
BOOKS
A o térm ino da aplicação, deu-se in ício às replicações d esse d e li
neam ento, quando se cum priu a inversão da ordem da aplicação para cada
participante, ou seja: (1.1); (3); (1.2); (4); (2); (1.3). Os m esm os p r o c e d i
m entos aplicados em cada con dição e sub cond ições da aplicação foram
repetidos na replicação.
A ssim , esse delineam ento com preendeu-se de 12 sessões para cada
participante, totalizando 24 sessões. Os encontros de cada participante com a
pesquisadora ocorreram duas vezes por sem ana, com duas sessões por dia,
GROUPS
com cada participante (totalizando quatro sessões/dia), com duração de 5
m inutos cada e intervalos de no m ínim o 20 m inutos entre uma e outra. Todas
as sessões foram registradas em vídeo. A s transcrições ocorreram separada
mente em relação a cada participante.
INDEX
cim entos sobre todo o processo de treinamento, ver A pêndice.
Para o controle dos procedim entos, foi aplicado o delineam ento de
reversâo-replicaçao, do tipo A B ,B 2B 3 A B ]B 2B 3, seguido por follow-up. A s
fases de linha de base (A ) e intervenção (B ) se alternaram. O delineam ento
iniciou-se com quatro sessõ es para o levantam ento dos dados em fase de
linha de base (L B |). Após a conclu são dessa fase, foram iniciadas as inter
venções (B ]B 2B3). A s intervenções B |, B 2 e B 3 diferenciaram -se apenas em
termos das pessoas responsáveis pela im plem entação dos procedim entos. Na
BOOKS
fase de intervenção B], a intervenção foi realizada pela pesquisadora; na fase
de intervenção B?, a intervenção foi conduzida pela pesquisadora e ENF; já
na fase de intervenção B 3, a intervenção foi aplicada apenas por ENF.
Linha de base - A s sessões dessa fase foram conduzidas sem 0 esta
belecim ento de consequências para as respostas verbais, isto é, não foi sinaliza
do ao participante se ele falava de m odo apropriado ou inapropriado. O conteú
do verbal das sessões foram temas livres. A s sessões duraram 15 minutos. Fo
ram realizados dois encontros semanais com cada um dos participantes.
GROUPS
Intervenção - A s intervenções consistiram no reforçamento d ife
rencial alternativo (D R A ) de todos os com portam entos verbais apropriados
dos participantes e na extinção (E X T ) de seus com portam entos verbais ina
propriados, com o descritos a seguir.
Fase de intervenção B} ~ N as sessões dessa fase, a cada fala apro
priada (FA ) do participante (e.g ., “ Hoje estou m ais alegre, m ais satisfeito de
estar aqui”), a pesquisadora olhava em seus olhos, sorria, assentia afirmati
vam ente com a cabeça, aplaudia-o e cham ava-o p elo nom e e disponibilizava-
Ihc atenção social cm forma de um com entário (e.g., “Eu também estou g o s
tando m uito de estar aqui conversando com você"). Já para as falas inapro
priadas (e.g., “ Eu sou filho de Jesus Cristo e de JK ao m esm o tem po’'’), a
pesquisadora não emitia com entário algum sobre o que havia sido dito, d es
INDEX
Pesquisadora e ENF praticamente mantiveram a mesma topografia
tanto para as falas apropriadas quanto para as falas inapropriadas já descritas
na fase B i. Transcorridos os 15 m inutos, a sessão era encerrada. A o término
dessas sessõ es, pesquisadora e ENF analisavam a condução.
F ase d e in te rv e n ç ã o Bs - Ainda que ENF tenha recebido treina
m ento e participado da fase B 2, a pesquisadora, antes do início das sessões
dessa fase, lem brava-lhe o m odo correto para aplicar o DRA e a EXT, uma
vez que ENF conduziria essas sessõ es. A o término de 15 minutos, a sessão
era encerrada, e pesquisadora e ENF assistiam aos vídeos e analisavam a
BOOKS
condução aplicada por ENF.
A s sessões de intervenções, B (, B 2 e B3, tanto na aplicação quanto
na replicação, foram conduzidas de forma sim ultânea, respeitando um inter
valo de, no m ínim o, 2 0 m inutos entre elas.
Fase de follow-up Transcorridos 43 dias após o término dos proce
dim entos das fases anteriores a esta, foi desenvolvida a primeira sessão de
follow-up com ambos os participantes, porém, separadamente. E após 30 dias,
GROUPS
houve a ocorrência da segunda sessão desta fase. Portanto, o follow-up foi
realizado 43 dias e 73 dias ao término dos trabalhos. Todas as sessões do pre
sente estudo foram registradas em vídeo e ocorreram na sala experimental. A
Tabela 2 resume a aplicação dos dois delineamentos deste estudo, a seguir.
Em resum o, para a condução do delineam ento de reversão-repli-
cação foram realizadas 32 sessõ es com cada participante, sendo quatro da
linha de base 1 e 12 com as três fases de intervenção 1 (B |, B 2 e B^), sendo
quatro sessõ es em cada uma dessas fases. A pós o primeiro bloco de inter
venção, uma nova linha de base, com m ais duas sessõ es. Em seguida, houve
a replicação das fases de intervenção (B i, B 2 e B 3), para cada participante,
com m ais 12 sessõ es ao todo; e duas sessõ es de follow-up. Portanto, esse
delineam ento com pôs-se de 64 sessõ es em seu total.
T a b e la 2 D e lin e a m e n to s d e m ú ltip lo s e le m e n to s e d e
follow-up
r e v e r s ã o -r e p lic a ç ã o , s e g u id o p o r
Condição Sessões Duração
A tenção foi disponibilizada nos segun
1.1. A t M in 6" c 7- 5min
dos iniciais..
As ocorrências de FI, eram oferecidos até
10 segundos de atenção: olhos nos olhos,
1.2. At Méd 4;| e 9a 5 min
expressão séria, sem sorrir, contava-se
Delineamento de múltiplos elem entos
INDEX
1.3. A t Máx 1“ e 12- 5m in sorrisos, inclinação do corpo, m ovim entos
da cabeça em sinal de reprovação e con
tava-se privadam ente de um a 10.
Participante sozinho, a film adora per
2. Sozinho 5y c 8- 5min
m aneceu ligada.
D em anda: VLFolheie esta revista e me
diga sobre o que o senhor lê e o que se
3. D em anda 2 - e 11- 5m in
vê na página seg u in te ';; a ocorrência de
FI perm itia a suspensão da tarefa.
BOOKS
Sala com m úsica c sobre a mesa: bolo,
doce de banana, doce de leite, chocolate,
4. C ontrole 3a e I0L' 5min livros etc. A pesquisadora perm aneceu
sentada dem onstrando estar atenta à mú
sica executada.
I
Quanti
Fase Duração Procedimento
dade
Delineamento de reversão-replicação
GROUPS
tos verbais.
Liberação de D RA para as FA e L X T
INT B, 4 sessões 15min
para as FI.
IN I B 2 4 sessões 15 min DRA para FA e LX T para FI.
INT B, 4 sessões 15min DRA para FA c F X T para FI.
N ão houve consequências paia os rela
LB 2 2 sessões 15 min
tos verbais.
Liberação de DRA para as FA e LX T
IN T D, 4 sessões 15min
para as FI.
INT B 2 4 sessões 15m in D RA para FA e EX T para FL
IN T B 3 4 sessões 15m in DRA para FA e E X T para FI.
F ollow -up 2 sessões 15min R egistros de FA , FI e RV.
I
INDEX
tudo o que eu fiz''). Já as Fl foram definidas de acordo com Britto et al.
( 2 0 1 0 ): uma série de palavras em sequência ou sentenças que, inseridas no
contexto verbal do participante, eram incom preensíveis, estranhas, in coe
rentes, sem nexo, mágicas ou repetitivas, quando comparadas às práticas
convencionais de uma com unidade verbal (e.g., “ M eu chefe na Ford cobriu
todo o m eu corpo com brilhantes1').
A lém das FA e Fl, alguns produtos da resposta de som que pudes
sem vir a afetar o ouvinte, cotno falas incom preensíveis, sussurros, murmú
BOOKS
rios ou ruídos, foram identificados e categorizados com o ruídos verbais -
RV (e.g., “Rrum rum rrum rrum rum humrrum... rrum rum rrum rrum rum
humrrum'’). Essas falas, oriundas dos dados, foram categorizadas em função
do número elevado de suas ocorrências. A ssim , uma nova subcategoria de Fl
foi incorporada aos resultados desta pesquisa, o que gerou duas categorias
principais de respostas verbais (FA e Fl) e uma subcategoria (RV).
Portanto, foram d efinidas três categorias de repostas verbais: falas
apropriadas (F A ), falas inapropriadas (F l) e ruídos verbais (R V ), com o
GROUPS
material a ser analisado dos dados registrados em víd eo. O presente estudo
definiu uma sentença com o a fala do participante que encerrou uma infor
mação.
D esse m odo, todas as sessões de am bos os delineam entos, de m úl
tiplos elem entos e de reversão-repHcação, foram transcritas. Os vídeos foram
reprisados tantas vezes quantas foram necessárias para a correta transcrição
tanto das Fl quanto das RV, bem com o das FA. Para a identificação dessas
falas, após a transcrição, foi utilizada a ferramenta “cor de realce do texto"
do aplicativo Microsoft Office Word, e assim sinalizadas: as FA com a cor
azul claro; as Fl com a cor verde; e as RV na cor amarela. Foi realizada a
contagem , separadamente, das FA, das Fl e das RV. Esses dados foram ano
tados nas Folhas de M ensuração de Frequência (A n exo 4).
INDEX
de falas. Com esse propósito, foi utilizado o m esm o procedim ento, descrito
anteriormente, para a sinalização específica das FA, FI e RV. O passo se
guinte foi a contagem , separadamente, das FA , FI e das RV e, depois, a
identificação das frequências e percentuais de cada uma dessas falas em am
bos os delineam entos.
Cálculo do índice de Concordância - C ontou-se com a colabora
ção de duas pessoas com o observadores independentes, que registraram
três categorias de respostas verbais. E sse cálcu lo foi realizado utilizando-se
BOOKS
da presente fórmula: [número de concordância / (núm ero de concordâncias
+ núm ero de discordâncias)] x 1 00. Os percentuais de fidedignidade obti
dos foram: (a) para as FA de 94% e 96%; para as FI de 90% e 94%; e para
as RV de 89% e 92%.
GROUPS
RESULTADOS
INDEX
ção por observação direta dos antecedentes e consequentes dos com porta-
m entos-problem a dos participantes (PI e P2) e dos relatos de um profissional
da m edicina psiquiátrica são apresentados no formato de tabelas. Já os dados
obtidos por m eio da aplicação dos delineam entos (a) de m últiplos elem entos
e (b) de reversão-replicação, seguido por Jòllow-up , são apresentados no
fonnato de figuras.
Por últim o, sao apresentados os dados do treinamento sobre princí
pios básicos da A nálise do Com portam ento aplicado em um profissional de
BOOKS
enferm agem da instituição e. também, o registro diário de m edicam entos
ministrados aos participantes desta pesquisa. Os dados do treinamento e do
registro de m edicam entos são apresentados no formato de tabelas, descritas
adiante.
A Tabela 3 apresenta os dados resumidos sobre as Fl, os eventos que
as desencadeavam ou as afetavam, o m odo de o participante comunicar-se para
a obtenção de consequências reforçadoras, o seguim ento ou não de instruções,
além dos eventos reforçadores para o P l. E a Tabela 4 apresenta esses mesmos
dados em relação ao P2.
GROUPS
A o considerar as Ff, observa-se na Tabela 3 que Pl falava ser go
vernador de Estado, ser proprietário de grandes empresas, ser médico , in
clusive afirmava ser Jesus Cristo. N ota-se também, nessa tabela, que Pl
apresentava esse tipo de fala no refeitório, na sala de TO, no pálio e com
terceiros.
Os profissionais entrevistados apontaram que Pl apresentava esse
tipo de fala com o objetivo de obter a atenção de terceiros, contar vantagens
e conquistar a liberação de cigarros e de café fora dos horários estabelecidos
pela instituição. Tam bém o fazia para obter privilégios em relação aos de
mais internos daquele ambiente.
T a b e la 3 - C la s s e s c o m p o r ta m e n ta is d e P1 s e g u n d o r e la to s d a
e q u ip e m u ltip r o fis s io n a l
INDEX
de terapia ocupacional.
Carlos'’.
Funçào: obter atenção de terceiros;
"Eu já construí muitas estradas".
conquistar reforço; contar vantagens;
“Eu sou o Millôr Fernandes e já escrevi obter cigarros; obter café.
demais para Veja. Agora, cansei de
escrever”.
"Eu sou filho do presidente Juscelino
Kubitschek".
“Meu nome? W. Kubitschck".
BOOKS
“Eu sou Deus. Eu sou Jesus Cristo".
O co m p ortam en to verbal p od e ser
Como a pessoa se comunica para
afetado
Ao desejar algo e não conseguir. Obter atenção: contar vantagens, delirar,
Ao receber uma demanda. cantarolar, galantear, falar mal, mostrar-
-se nervoso, falar frases confusas.
Ao ter sua rotina alterada.
Obter alimento: exigir preferências (e.g..
Quando a instituição recebe visitante.
falar que é autoridade), mostrar-se gentil
GROUPS ao se expressar.
Relatar dores: comporlar-sc para resol
ver.
Rejeitar uma situação: agredir fisicamen
te: empurrar, dar tapas; movimentar-se
abruptamente: agredir verbalmente (e.g.,
dizer ser autoridade e não querer subme
ter-se a fazer algo; faiar mal).
Seguir instruções
1. Raras vezes e quando a comunicação era feita dc maneira calma.
2. Na maioria das vezes não, uma vez considerar-se autoridade: não deveria se
submeter a nada.
3. Raríssimas vezes ele seguia instruções. Só seguia sc a atividade o reforçava, o
que era raro.
E ventos reforçadores
1. Comestíveis: cigarro, refrigerante e jomal, doce de leite e de banana, sorvetes,
bolo de fubá.
2. Objetos: recursos para ler e ouvir músicas dos anos 60 e 70 (e.g.. Roberto Car
INDEX
los), jornal. isqueiro.
3. Atividades; ficar diante de pessoas para contar vantagens; fazercaminhada;
fumar; sessões de TO onde canta, dança, ouve música e fuma.
4. Ambientes: refeitório, sala de TO e da assistência social.
5. Outros: público para ouvir suas histórias dc grandiosidade.
BOOKS
junto ao portão da instituição. Quanto a seguir instruções, os profissionais
afirmaram que PI não se subm etia a elas, a não ser quando a obtenção de
ganhos era clara (e.g.. cigarros). E em relação aos eventos reforçadores. os
profissionais dc saúde relataram que cigarros, refrigerantes, m úsicas e contar
vantagens sempre funcionavam com o eventos reforçadores aos com porta
mentos de P I .
T a b e la 4 - C la s s e s c o m p o r ta m e n ta is d e P 2 s e g u n d o re la to s d a
GROUPS
e q u ip e m u ltip r o fis s io n a l
“ A m inha m ac, a virgem Santa M aria, Função: obter cigarros e café; esquivar
está aqui, olha". de dem andas; g anhar a parceria dos
Ruídos verbais (e.g., shuschuschu... internos e da equipe m ultiprofissional.
xisisisxii... chachachaeha) e '"sussurros". Fa lar na fam ília laleeitla.
O c o m p o r ta m e n to v e r b a l p o d e s e r a fe ta - C o m o a p e s s o a s e c o m u n ic a p a r a
do
INDEX
um cigamnho ai!
Q uando há m udanças em sua rotina.
O bter alim ento: com parece ao refeitório,
R elatar dores: nunca reclam a de dor.
R ejeitar um a situação: fica com o olhar
fixo e vago; desorganiza-se ao m ovi
mentar.
Indicar insatisfação: paralisa-se; fica
com o olhar fixo e vago. Daí, o am biente
BOOKS
infere não estar ele bem.
Seguir Instruções
Sim: para o banho e para as m edicações.
Eventos reforçadores
1. C o m e stív e is: so r v e te , c a fé; e q u a n d o e le e stá b em , a lim e n ta -s e bem .
2. V estu ário: roupas n ovas: c a lç a , m e ia , tu d o c o m b in a n d o tom sob re tom .
3. A tividades: nenhum a, só fumar.
GROUPS
4. A m biente: isola-se com frequência durante horas.
INDEX
sujos, senão vou m andar gente não suporta isso” :
arrancá-los“ . RV por 24s.
IO : “ Senta aqui e vem P l: “N ão sento aí não. TO: "N ossa, já tem m uito
trabalhar com a colagem ". Sou filho do JK e quero é tem po que ele não lá bom.
cigarro": cessa os m ovi M elhor deixá-lo pra lá".
m entos do corpo; RV por
22s.
A S: “A gora preciso ficar P l: “Eu sou Jesus Cristo AS: “Ra, ra. ra! Jesus
sozinha para term inar de Jacarandá. Sou eu que Cristo! Fntüo fica aí. se
BOOKS
esses relatórios. Por favor, m ando": RV por 33s. nhor Jesus” .
saia".
E: “ Leva pra mim o tele P l: “V ou nada. Eu quero E: "N âo adianta fazer
fone lá para (m enciona o é cigarro"; p assa a cam i essas esquisitices, pois
nom e de outra profissio n har saltando as riscas do não vou dar o cigarro".
nal)'*. piso.
I O: “O que é isto? V ocê P l: “O oculista c o dono TO: “ Hoje é daqueles
vai se m achucar. V olta da televisão. L ele faz dias, heim? (EN F passa a
GROUPS
seu corpo para o n o r m a r . m al": RV por 35s; cruza
os braços e fixa o olhar no
chão.
se ocupar de outros inter
nos)".
A S: "V am os ligar pra seu P l: “'F u já falei com m eu A S: "E ntão você vai ficar
p ai” . pai, JK de Jesus. N ão vou sem falar (passou a dar
falar com nieu padrasto atenção a outros inter
nâo". n o s)” .
L: ‘Com quem vocc esta P l: “Jesus me ensinou que E: “ Vixe... hoje ele am a
falando?“ a liíb lia é o livro mais nheceu virado (passou a
m entiroso da face da ter ignorá-lo)”.
ra... vou tom ar café” .
Obs.: TO = Terapeuta Ociipacional: A S = A ssistente Social; R - Tnfenneiros
INDEX
Tabela 6 - Eventos antecedentes e consequentes aos
comportamentos de P2
BOOKS
nariz. Vai tom ar banho!"
"V ocê sabe que só ganha RV; fixa os olhos na pro P2: não foi tom ar banho
rá o que você quer se fissional, por 15s. enquanto a AS insistia
lom ar b an h o “. com ele.
E: “V occ tá fedendo xixi. P2: “Já banhei”, (ainda Sem outra instrução. P2
Vá tom ar banho“'. que todo m olhado de fica sem higienizar-sc.
xixi); RV por 10s.
AS: “’P ara de teim ar e vai “Já tom ei b an h o '; (daí Profissional insiste e P2
iogo tom ar banho. Assim passa a sussurrar os ruídos paralisa todos os m o v i
você vai tlcar cheiroso“.
GROUPS
por 37 segundos). m entos em form a de m eia
lua ao contrário. P rofissi
onal desiste.
AS: “ Foi ontem que você P2: “ Num vou. Eu já ba P2: seguiu em direção
tom ou banho. Hoje você nhei” ; RV por 22s; fica de oposta ao banheiro.
está sujo e todo m olhado perfil para AS.
de xixi. A nda, vai toinar
b anho'1.
V isitante na C linica (tia de P2: “Já falei que tomei A visitante o ignora e
outro intem o): “T om ar banho” ; m ovim enta os dirige-se a outro intem o.
banho é bom. Vai lá!". lábios com o se m astigasse
algo, com o olhar fixo em
um ponto do ambienLe.
F: "V ou ter que levar à P2: RV por 18s; m ovi P2: desvencilha-se de L.
força, pois está atrasand o m enta bruscam ente os
a lim p eza dos banheiros. braços.
V am os agora, chega de
m entir que j á banhou. O
banheiro p reeisa ser lim
po".
F: “ Se você vier tom ar P2: “Cigarro?!!” P2: seguiu para o banho,
banho eu dou cigarros sem opor-se.
para v o cê” .
P2: entra na sala de TO P2: continua denlro da TO: “V ocê só faz o que
INDEX
fum ando quando a TO o sala fum ando. quer, heim ?". enquanto P2
instrui: “A qui não pode fum a todo o cigarro dentro
lum ar” . da sala.
TO; "L eia esta revista". P2: braços cruzados e TO: coloca a revista em
olhos fixos em seu colo; seu coto.
RV por 27s.
K: "Sai debaixo desses P2: “ Preciso do medico... E: "V ocê não está doente.
cobertores, pois está m uito estou doente. Q uero é F, pura mania de rem édio.
BOOKS
quente. O lanche já está rem édio"; cobre-se até a Levanta e vai tom ar cafc".
servido". cabeça; RV por 7s.
R: "Solta esse quimba. P2: ignora a dem anda. P2: o cigarro perm anece
Sua boca está Ioda quei na boca. E a profissional
m ada” . relata: “N ão adianta m es
mo. FJes fum am até se
queim ar".
GROUPS
Já a Tabela 7 ev id en cia os dados obtidos com a avaliação por o b
servação direta dos relatos verbais de um profissional da m edicina psiquiá
trica em relação às categorias: descritivas; dos sintom as; das con seq u ên
cias da esquizofrenia; e, ainda, categorias sobre o tratamento m ed icam en
toso dispensado à p essoa com o d iagn óstico de esquizofrenia. N ela obser-
v a-se que duas das subcategorias descritivas de esquizofrenia apresen
taram o m esm o percentual de ocorrência (21,5% ); “quanto mais precoce o
d iagn óstico , m ais grave o prognóstico''' e “tratam ento p recoce” . Já em
relação à categoria descritiva dos sintom as de esquizofrenia, a subcate
goria “o esq u izo frên ico apresenta com prom etim ento do afeto’’ foi a que
apresentou o m ais elevad o percentual de ocorrência: 60%. A s outras qua-
INDEX
Tabela 7 - Categorias dos relatos verbais do médico
psiquiatra
Categorias
BOOKS
Há a variável genética 01 7.1
Q uanto m ais precoce o diagnóstico m ais grave o prog 03 21,5
nóstico
Tratam ento precoce 03 21,5
25% dos pacientes tem cura social 01 7,1
50% dos pacientes alcançam estabilidade da doença 01 7,1
25% dos pacientes evoluem para a dem enciação 01 7.1
GROUPS
A esquizofrenia não depende de fatores psicológicos 02 14,3
J lllllllll 100
Frequência Percentual
Categorias descritivas de consequências da esquizofrenia
Catatônicos agridem as pessoas 02 18.2
Esquizofrenia produz cicatrizes psicológica e psiquiátrica 02 18,2
Esquizofrênicos perdem interesse por seus papeis sociais 01 9,1
Familiares rejeitam o ente querido com esse diagnóstico 01 9,1
O Estado paga mais pela assistência de pacientes agudos 01 9,1
O Fstado paga menos pela assistência de pacientes crôni 01 9,1
cos
A política de saúde para o esquizofrênico é deficitária 01 9,1
INDEX
N ão sc busca a estabilidade do esquizofrênico crônico 02 18,2
Total .: ■ 11
Categorias que informam sobre o tratamento da esquizofrenia
M edicam entos prom ovem cessação dc delírios e aluci 02 6,9
nações
M edicam entos reduzem a ansiedade 02 6,9
M edicam entos m elhoram respostas de sono 02 6,9
BOOKS
M edicam entos reduzem a desorganização do pensamento 02 6,9
Doses m áxim as reduzem agitação e prom ovem im- 02 6,9
pregnaçao
M edicam entos sedam e controlam pensamentos alterados 01 3,4
M edicam entos são cham ados cam isa de força química 01 3,4
N euleptil® é calm ante, ressocializante e sedante 01 3,4
Fletrochoque controla a catatonia 02 6,9
M edicam entos produzem trem ores e enrijecim ento mus 01 3,4
cular
GROUPS
M edicam entos aum entam salivação e suspendem a urina
M edicações novas buscam o controle de efeitos colaterais
01
12
3,4
41,4
S IÍ IB IIIÍ ! 100
INDEX
dos, ora apresentados, estão organizados por cada condição/subcondição, tanto
na aplicação quanto na replicação, com o descrito no procedimento.
A Figura 1 revela a frequência das respostas verbais (FA, FI e RV)
apresentadas por P l, tanto na fase de aplicação quanto na de replicação, em
relação à subcondição ( 1 . 1 ) atenção mínima, em cada minuto de ocorrência de
ambas as sessões. De acordo com a figura, Pl apresentou a maior frequência
de ocorrência de FA no primeiro e no terceiro minutos, respectivamente 4 e 2,
da fase de aplicação ( 6~ sessão). N o s demais minutos dessa sessão, a frequên
BOOKS
cia foi 1. Já na sessão de replicação (1~ sessão), a maior frequência ocorreu no
terceiro minuto: 2 ; no primeiro, no segundo e no quinto minutos, a frequência
foi zero.
GROUPS
INDEX
(1.1) atenção mínima disponibilizada pela pesquisadora ao P l, minuto a
minuto das sessões das fase de aplicação e de replicação (portanto, 6~ e 7a
sessões do delineam ento). Em ambas as fases, de acordo com os dados, a
pesquisadora disponibilizou atenção ao participante apenas no primeiro m i
n u to da se ssã o . A F ig u ra 2 d e s ta c a q u e , na fase d e aplicação, a f re q u ê n c ia foi
3 c, n a fase de replicação, foi 2.
BOOKS
GROUPS
Figura 2 - (1.1) Atenção mínima disponibilizada pela
pesquisadora ao P1
INDEX
a Figura 3, na primeira ap licação, PI apresentou as m enores frequências
de ocorrência: um ruído verbal no prim eiro, terceiro c quinto m inutos e
ausência de em issã o de RV nos dem ais m inutos dessa sessão. M as, na
segunda ap licação, a frequência de RV variou entre zero (no segundo m i
nuto) e 4 (no quinto m inuto).
BOOKS
GROUPS
Figura 3 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (1.2) atenção
média por P1
BOOKS
(1.3) atenção máxima, nas fases de aplicação ( l â sessão do delineam ento) e
replicaçâo (1 2 a sessão do delineam ento). N essa subcondição, a pesquisadora
ofereceu ao participante contato físico (aperto de m ãos) e, quando da ocor
rência de FI/RV, calou-se, olhou nos olhos do participante, sorriu, inclinou o
seu corpo na direção de P l, m ovim entou a cabeça em sinal de reprovação ao
dispensar-lhe até 2 0 segundos de atenção.
GROUPS
INDEX
ram frequência 2 no terceiro e no quarto m inutos. Já na fase de replicação, as
maiores ocorrências são observadas no segundo e no quinto m inutos (4), e a
menor frequência ( 1 ) ocorreu no quarto minuto.
Os resultados expostos na Figura 7 destacam a frequência de dis-
ponibilização de (1.3) atenção máxima pela pesquisadora ao P l. Pela figura
verifica-se que a pesquisadora disponibilizou maior frequência de atenção no
quarto m inuto da sessão de aplicação ( I a sessão do delineam ento) [4], e m e
nor frequência no quinto minuto (1). Entre o primeiro e o terceiro minuto, a
BOOKS
atenção disponibilizada variou entre 2 e 3.
GROUPS
INDEX
Figura 7 - Frequência de FA, Fl e RV na (2) condição demanda
BOOKS
por P1
GROUPS
Pl por 30 segundos. A o término d esse tempo, voltava a se aproximar e nova
demanda era-lhe apresentada.
Pela Figura 7 é possível observar que a m enor frequência de ocor
rência, se considerados os três tipos de falas (FA , FI e RV), nessa condição,
tanto na aplicação quanto na replicação, foi de FA. Na primeira aplicação,
esse tipo de fala variou entre zero (no primeiro e quarto m inutos) e 2 (no
segundo e no quinto m inutos). A maior frequência foi registrada na fase de
replicação: 4 (no primeiro e no quarto m inutos) e 3 (no terceiro minuto). N ão
houve em issão desse tipo de fala no segundo minuto.
E ssa figura dem onstra, tam bém , que as falas que obtiveram
m aior frequência de ocorrência, no geral, foram as FI, em ambas as fases
INDEX
letados, com P l, na (3) condição sozinho , cuja aplicacação deu-se na 52
sessão d esse delineam ento e sua replicaçao, na 8 - sessão. N e ssa condição, o
participante foi deixado na sala experim ental, sozinho, e com a câmera
ligada. A an álise da figura revela não ter havido a em issão de nenhum dos
tipos de respostas verbais, FA, FI e RV, nem na fase de aplicação nem na
de replicação.
BOOKS
GROUPS
Figura 8 - Frequência de FA, FI e RV na (3) condição sozinho
por P1
INDEX
servado em relação às RV, cuja m esm a ocorrência é observada apenas no
quarto m inuto de ambas as aplicações: 2 .
BOOKS
Figura 9 - GROUPS
Frequência de FA, FI e RV na (4) condição controie
por P1
INDEX
Figura 10 - Frequência de FA, Fl e RV na (1.1) condição atenção
mínima por P2
BOOKS
zada pela pesquisadora ao P2, quando das s e ssõ e s de aplicação e replica-
ção ( 6 a e 1~ s e ssõ e s do d elin ea m en to ), apresenta dados relevantes. O bser
va -se que, no prim eiro m inuto de am bas as se ssõ e s, a frequência de aten
ção liberada pela pesquisadora ao participante fo i a m esm a: 2. N o s d e
m ais m inutos d essas se ssõ e s, a pesquisadora não m ais d isp o n ib ilizo u
atenção ao P2.
GROUPS
INDEX
Figura 12 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (1.2) atenção
média por P2
rências registradas. A menor frequência desse tipo de fala pode ser verificada
no terceiro m inuto da sessão: 1 .
INDEX
Figura 13 - (1.2) Atenção média disponibilizada pela
pesquisadora ao P2
BOOKS
Por m eio da Figura 13 é possível analisar os dados sobre a (1.2)
atenção média disponibilizada pela pesquisadora ao P2, seguindo procedi
mento idêntico ao aplicado em P l. Os dados apresentados pela figura reve
lam que a liberação da atenção, na fase de aplicação, foi gradativamente
dim inuindo. N o primeiro minuto, a pesquisadora liberou-lhe por 5 vezes a
atenção e, nos m inutos seguintes, a frequência de ocorrência de atenção dis
ponibilizada foi reduzida para 2 , no segundo e no terceiro m inutos, depois
para 1, no quarto minuto. Já no quinto minuto, a pesquisadora não liberou
atenção ao participante.
GROUPS
N a fase de rep licação, uma o scila çã o ainda m aior é observada:
no prim eiro m inuto, a pesquisadora liberou-lhe atenção com uma o co r
rência de 3. Esta e le v o u -se a 4 no segun do m inuto. D ep ois, reduziu-se a 1
no terceiro m inuto; a seguir, subiu para 2 no quarto m inuto. Finalm ente,
no quinto m inuto, a pesquisadora liberou por 5 v e z e s atenção ao partici
pante.
INDEX
Figura 1 4 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (1.3) atenção
máxima por P2
BOOKS
dessa condição estão apresentados na Figura 14, na qual observa-se que, nos
três primeiros m inutos da sessão aplicação, P2 apresentou a maior frequência
de ocorrência de FA: 2. Já nos dois últim os m inutos, não houve registro des
se tipo de fala. N a replicaçâo, verifica-se que as m aiores frequências ocorre
ram no quinto minuto (14), seguida pelo quarto minuto (10). Também regis
traram frequências relevantes os três primeiros minutos dessa sessão: 8 , 7 e
5, respectivam ente.
Em relação às FI, P2 apresentou as m aiores frequências na fase de
GROUPS
replicaçâo: 15, n o quarto minuto; 1 1 , no quinto minuto; e 8 , no segundo m i
nuto. Já em relação às RV, as m aiores frequências também são observadas
na segunda aplicação: 9 e 7 no quinto e no quarto minutos, respectivam ente.
N ão houve em issão desse tipo de fala no primeiro e no segundo minutos da
sessão replicaçâo.
A atenção disponibilizad a pela pesquisadora ao P2, quando da
condição de (1 .3 ) atenção máxima , está detalhada na Figura 15. O bserva-se
que a pesquisadora, na fase de aplicação, apresentou oscilação na liberação
de atenção ao participante: iniciou com uma frequência de 6 , no primeiro
minuto; reduziu para 2, no segundo; aum entou para 4, no terceiro, e m ante
ve essa frequência no quarto m inuto; voltou a reduzir para 3, no quinto
INDEX
BOOKS
Figura 15 (1.3) Atenção máxima disponibilizada pela
pesquisadora ao P2
GROUPS
durante a replicação, observa-se que a frequência de ocorrência de FA foi maior,
oscilando entre zero (no quarto minuto) e 5 (no terceiro minuto). N os dois mi
nutos iniciais a frequência desse tipo de fala foi a mesma: 3.
A Figura 16 mostra não ter havido a em issão de FI na fase de apli
cação. N a fase de replicação, observa-se ter havido a ocorrência desse tipo
de fala apenas no minuto inicial (1). N o entanto, a frequência de ocorrência
de RV foi a maior dentre os três tipos de falas, e em ambas as fases. N a apli
cação. a menor frequência foi 3. Esta repetiu-se nos três últim os m inutos. A
maior frequência foi 6 , registrada no primeiro minuto da sessão. Frequência
alta também é observada na fase de replicação, em que aquela oscilou entre 1
(no quinto m inuto) e 6 (no terceiro minuto).
INDEX
Figura 16 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (2) demanda
por P2
A Figura 17 expõe os resultados, apontados por P2, na condição (4)
controle, em que se seguiu o m esm o procedim ento aplicado com o P l. Por
essa figura, nota-se que P2 apresentou a maior frequência de ocorrência de
FA, considerando os três tipos de falas, tanto na fase de aplicação quanto na
BOOKS
de replicação. N a aplicação, a menor frequência ocorreu no terceiro minuto
(2) e a maior foi registrada no segundo minuto ( 8 ). N a fase de replicação, a
em issão de FA foi ainda maior: a m enor frequência foi 6 (no quinto minuto)
e a maior foi 1 1 (no segundo m inuto).
GROUPS
INDEX
BOOKS
Figura 18 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (2) sozinho
por P2
GROUPS
em itiu nenhum dos três tipos de falas, objeto deste estudo (FA, Fl e RV).
D estaca-se que o procedim ento aplicado tanto na fase de aplicação quanto na
de replicação foi o m esm o cum prido com P l.
Os dados expostos pelas figuras de número 19 a 24 demonstram o
percentual de ocorrência de cada tipo de fala (FA , Fl e RV), tanto na fase de
aplicação quanto na de replicação relacionados a todas as condições estabe
lecidas pelo delineam ento de m últiplos elem entos. Inicialm ente são apre
sentados os resultados obtidos com o P l. Em seguida, os dados coletados
com P2.
A Figura 19 revela os percentuais obtidos por Pl em relação à
ocorrência de FA em ambas as fases: aplicação e replicação. O bserva-se que
a condição (4) controle foi a que apresentou os m aiores percentuais nas duas
INDEX
F ig u ra 19 - P e rc e n tu a l d e o c o r r ê n c ia d e F A , p o r P 1 , e m to d a s a s
c o n d iç õ e s d o d e lin e a m e n to d e m ú ltip lo s e le m e n to s
BOOKS
GROUPS
F ig u ra 2 0 - P e rc e n tu a l d e o c o r r ê n c ia d e F I, p o r P 1 , e m to d a s a s
c o n d iç õ e s d o d e lin e a m e n to d e m ú ltip lo s e le m e n to s
INDEX
na condição (3) sozinho , em ambas as fases desse delineam ento, P l apre
sentou o m esm o percentual: 0%. E, na condição (2) demanda, observa-se
que os percentuais de ocorrência de RV, por P l, foram bem próxim os 28% e
32%, respectivam ente.
BOOKS
GROUPS
Figura 21 - Percentual de ocorrência de RV, por P1, em todas as
condições do delineamento de múltiplos elementos
INDEX
F ig u ra 2 2 - P e rc e n tu a l d e o c o r r ê n c ia d e F A , p o r P 2 , e m to d a s a s
c o n d iç õ e s d o d e lin e a m e n to d e m ú ltip lo s e le m e n to s
BOOKS
Os resultados de FA, apresentados por P2, com o demonstra a
Figura 22, apontam a condição (4) controle c o m o a que maiores percen
tuais alcançou em ambas as fases do delineamento: 59% e 77%, respecti
vam ente. Mostram, também, não ter havido em issão de FA, na duas apli
cações, nas c o n d iç õ e s (1.1) atenção mínima e (3) sozinho , o que repre
senta: 0%.
A Figura 23 apresenta os percentuais de ocorrência de FI por P2
GROUPS
em todas as c o n d ições e su b con d içõ es do primeiro delineam ento. O bser
va-se que a co ndiçã o (1.3) atenção máxima , tanto na aplicação quanto na
replicaçào, obteve o maior percentual: 54% e 40%, respectivamente. N e s
sas m esm as fases, aplicação e replicação, verifica-se que as c o n d ições de
( 1. 1) atenção mínima e (3) sozinho alcançaram o m esm o resultado: 0%.
Esse m e sm o percentual foi registrado na fase de aplicação da condição
(2) demanda.
INDEX
BOOKS
Figura 23 - Percentual de ocorrência de Fl, por P2, em todas as
condições do delineamento de múltiplos elementos
GROUPS
estão os m aiores percentuais registrados com esse tipo de fala: 74% e 58%,
respectivam ente. Essa figura demonstra, ainda, que o menor percentual foi
obtido com as condições (1.1) atenção mínima e (3) sozinho , em ambas as
fases: 0%.
INDEX
Figura 24 - Percentual de ocorrência de RV, por P2, em todas as
condições do delineamento de múltiplos elementos
BOOKS
GROUPS
Figura 25 - Número de demandas apresentadas pela
pesquisadora ao P1
INDEX
BOOKS
Figura 26 - Número de demandas apresentadas pela
pesquisadora ao P2
GROUPS
A Figura 26 apresenta a quantidade de dem andas que a pesquisado
ra requereu ao P2 durante as 2 3 e l l 1 sessões do delineam ento de m últiplos
elem entos. A análise da figura denota que foi no primeiro minuto da sessão
aplicação que a pesquisadora apresentou a maior quantidade de demandas a
esse participante: 5. N os três m inutos posteriores, essa quantidade foi gra
dualmente reduzindo: 4, 3 e 2, respectivam ente. Porém, no minuto de encer
ramento da sessão, o número de demandas subiu para 3. Já na fase de repli
cação, foi registrada uma variação ainda maior. N o minuto inicial houve o
registro da maior quantidade de demandas: 4. N o s dem ais m inutos, a pesqui
sadora oscilou a apresentação de dem andas entre 2 e 3.
o $ :
INDEX
§■:lr:: <>• P r á tic a d o co n R elato » v e rb a is
ou í C o n te ú d o T arefas
.- pE*3■■■iGMâ te ú d o ENF
:;gjfl;; :
BOOKS
blico e classes com porta- acertos e quatro eles, pois mais se
privado mentais que foram corrigi com portam de
dos m odo privado do
que a gente vê” .
3" lh A tenção Exercícios práticos Realizados três “Vixe, a gente dá
social e suas com dados da exercícios: dois atenção m esm o é
consequên observação direta corretos; um par pros delírios e
cias sobre o da pesquisadora e cialm ente correio. alucinações, por
com porta de FNF Falhas corrigidas pura ignorância.
4« lli
m ento
Reforçado-
GROUPS
E:\ercicios práticos Realizados seis
quando querem os
o contrário!"
“ Vejo agora que
res positivos com as observa exercícios: acertou estam os reforçan
e reforça do ções diretas de cinco c apresentou do tudo errado.
res negati ENF falhas em uni. Tem os que corri
vos Falhas corrigidas gir".
5S lh Punição Coleta de dados de Realizados oito “Nossa, tudo que
positiva e observação direta exercícios: seis mais fazemos é
punição e análise das con acertos e duas punir. Mas não c
negativa sequências falhas. Falhas isso que quere
corrigidas mos” .
INDEX
7e lh Modelagem Passos para des- Foram realizados ”A imitação é
e modelação envolver os com dois exercícios de muito mais fácil
portamentos de modelagem e dois do que a modela
higienização; de modelação. gem. Que difícil é
definição de um Correção simultâ a modelagem!"
modelo “engolir o nea
remédio"
8“ lh Treino para Exercícios aplica- Dois exercícios “Me scnli cm casa
identificar dos com dados das com texlo impres com esse conteú
BOOKS
falas apro- sessões do l ü so; dois exercícios do, pois é tudo que
priadas e delineamento com texlo na tela aqui observamos”.
falas ina- do notebook
propriadas
GROUPS
P ie de P2, respectivamente.
N a Figura 27, na primeira linha de base, é possível observar os per
centuais de falas apresentados por P l: FA, F1 e RV. A s FA apresentaram os
menores resultados: variando entre 4% e 6 %. Já as RV demonstraram oscila
ção: 14%, 7%, 10% e 10%, enquanto as F1 alcançaram os maiores percentuais:
82%, 8 8 %, 85% e 84%, respectivam ente. Porém, na fase de intervenção B |,
entre as sessõ es 5~ e 8 \ verifica-se uma inversão de percentuais nos três tipos
de falas. A s RV apresentaram os m enores valores, variando entre 0%, 3%,
10% e 4%. Os m aiores resultados são observados nas FA, ainda que com
oscilações em seus percentuais superiores a 74%.
INDEX
Figura 27 - Percentuais de FA, Fl e RV apresentados por P1
durante as fases de linhas de base, as fases
de intervenção (Bi): reforçamento diferencial
BOOKS
alternativo mais extinção e a fase de follow-up
GROUPS
ções, entre as sessões 11- e 14a, nota-se aumento das FA, entre 58% e 87%, e
redução tanto das Fl, de 32% para 6 %, quanto das RV, de 10% para 7%.
Durante a fase de follow-up (15a e 16a sessões), observa-se que PI
passou a apresentar aumento relevante das Fl: de 57%, na 15a sessão, para
62%, na 16-. Já as FA apresentaram redução de 32% na 15a sessào para 19%
na 163. A s RV, que na 15- sessão apresentaram o percentual de 11%, avança
ram para 19% na 16- sessão.
Pela Figura 28 é possível analisar os resultados da fase de interven
ção B 2. D estaca-se que os dados das fases de linha de base (primeira e se
gunda), assim com o da fase de follow-up já foram analisados anteriormente,
0 que favorece, n esse m om ento, a análise apenas dos dados da intervenção,
tanto na aplicação quanto na replicação, em relação ao P I .
INDEX
Figura 28 - Percentuais de FA, Fl e RV apresentadas por P1
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção B2: reforçamento diferencial
BOOKS
alternativo mais extinção e de follow-up
Ainda que as Fls e RVs tenham apresentado crescim ento, seus percentuais
ficaram muito abaixo daqueles obtidos pelas FA.
Na Figura 29, a partir da 1 Ia sessão, observam -se os resultados al
cançados com a replicaçào da intervenção B 3. Por m eio deles é possível ob
servar que as FA, que haviam sido reduzidas na segunda linha de base (9- e
10- sessões), portanto, na retirada do D RA para as FA e da EXT para as FI e
RV, voltaram a apresentar m aiores percentuais de ocorrência: entre 77% e
85%. O bserva-se, ainda, que entre as 12- e 13- sessões houve uma pequena
redução nas FA: 74% e 75%, respectivam ente.
Pela Figura 29 é p ossível observar, também, a redução das falas
inapropriadas durante a fase de replicação do reforçamento diferencial e da
INDEX
extinção. Os dados demonstram que as FI reduziram -se de 12% para 5% e
que as RV também apresentaram um ligeiro aum ento em relação à segunda
linha de base: 11%, 10%, 8 % e 10%, respectivam ente. V erifica-se, também,
uma inversão de percentuais na fase d e foilow-up.
BOOKS
GROUPS
Figura 29 - Percentuais de FA, FI e RV apresentadas por P1
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção B3: reforçamento diferencial
alternativo mais extinção e de follow-up
apresentadas por P2: FA, FI e RV. Os maiores resultados foram obtidos com as
FI, pela ordem de aplicação das sessões: 84%, 57%, 78% e 67%. O segundo
lugar de resultados mais elevados é observado com as RV: 11%, 30%, 15% e
25%. Portanto, os menores percentuais ficaram com as FA: 5%, 13%, 7% e
8 %. Ainda que observando uma variação nos percentuais dos três tipos de falas,
verifica-se que as falas inapropriadas, FI e RV, foram superiores às FA. N ota-se
que foi na 2ã sessão dessa fase que as FI reduziram-se em relação à Ia sessão, ao
tempo em que as RV apresentaram uin aumento relevante, igualmente em rela
ção à l ã sessão. Dado semelhante também é observado em relação à FA: de 5%,
na \~ sessão, aumentou para 13%, na 2- sessão. Já a fase de aplicação de B t,
com o demonstra a Figura 30, ocorrida entre as sessões 5a e 8 -, uma relevante
inversão de percentuais nos três tipos de falas é observada.
INDEX
BOOKS
GROUPS
Figura 30 - Percentuais de FA, FI e RV apresentadas por P2
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção reforçamento diferencial
alternativo mais extinção e de follow-up
INDEX
BOOKS
Figura 31 - Percentuais de FA, FI e RV apresentadas por P2
GROUPS
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção B2: reforçamento diferencial
alternativo mais extinção e de follow~up
INDEX
entre 8 6 % e 89%. Por outro lado, as FI oscilaram entre 9%, 9%, 6 % e 9%. Já as
RV apresentaram o seguinte resultado: 5%, 5%, 6 % e 2%, respectivamente.
Observa-se ainda, nessa figura, que os resultados da replicação da intervenção
apontam a inversão dos resultados das falas, se consideradas as sessões da se
gunda linha de base: as FA avançaram (76%, 87%, 87%) e registraram na 14a
sessão o percentual de 8 6 %. Já as FI oscilaram entre 16%, 8 %, 8 % e 10%. En
quanto os dados obtidos com as RV demonstram redução importante ao longo
das quatro sessões da replicação da intervenção B 3: dc 8 % para 4%.
BOOKS
GROUPS
INDEX
-
A m iconvulsivante e antim aníaco 200mg 200m g 200m g
I0m g 1Omg lOmg
A ntipsicótico
lOOmg - lOOmg
lOmg lOmg lOmg
A nticolinérgico e antiparkinsoniano 2mg 2mg 2mg
A nsiolítico 2mg - -
A nticonvulsivante lOOmg - lOOmg
BOOKS
A nticonvulsivante e anlim aníaco 200mg - 200m g
1Omg 1Omg lOrng
50mg . 5 Omg
A ntipsicótico
lOmg - 1Omg
lOgts - -
A nticolinérgico e antiparkinsoniano 2mg 2ing 2m g
A nsiolítico 2mg - -
A nticonvulsivante
GROUPS
A nticonvulsivante e antim aníaco
lOOmg
200mg
1Omg
-
-
lOmg
lOOmg
200m g
lOmg
50mg . 5 Omg
A ntipsicótico
1Omg - 1Omg
lOgts - -
A nticolincrgico c antiparkinsoniano 2mg 2mg 2mg
A nsiolítico 2 mg - -
A nticonvulsivante lOOmg - lOOing
A nticonvulsivante c antim aníaco 200mg - 200m g
INDEX
10mg - 1Omg
BOOKS
A nticonvulsivante e antim aníaco 200m g - 200m g
A nti-hipertensivo 5 Omg - 5 Omg
A nti-hipertensivo e diurético 25 mg - 2 5 mg
A nti-histam ínico - 25m g 2 mg
A nticonvulsivante 1OOmg - 1OOmg
lOmg - 1Omg
A ntipsicótico
1OOmg - 1OOmg
A nti-hipertensivo GROUPS
A nticonvulsivante e antim aníaco
A nti-hipertensivo e diurético
200mg
5 Omg
2 5 mg
-
-
-
200m g
5 Omg
2 5m g
A nti-histam ínico - 25 mg 2nig
A nticonvulsivante lOOmg - lOOmg
lOmg - lOmg
A ntipsicótico
lOOmg - 1OOmg
A nticonvulsivante e antim aníaco 200m g - 2 OOmg
A nti-hipertensivo 50mg - 5 Omg
A nti-histam ínico 2 5 mg 25m g 2 5 mg
INDEX
A nticonvulsivante lOOmg - lOOmg
lOmg lOmg lOmg
A ntipsicótico
lOOmg 10Omg lOOmg
A nti-hipertensivo 50mg - 50m g
A nti-histam ínico 25 mg 25m g 25m g
A nti-hiperlensivo e diurético 40m g - 40m g
A nticonvulsivante lOOmg - -
BOOKS
lOmg 5mg 5mg
A ntipsicótico
1OOmg lOOmg
GROUPS
com o diferentes doses ao longo do dia: manhã, tarde e noite.
N essas tabelas também são apresentados o grupo e a variação das
doses ao longo dos três períodos do dia de cada um dos m edicam entos in
cluídos no tratamento dos participantes desta pesquisa, ao longo de cinco
m eses.
INDEX
BOOKS
GROUPS
DISCUSSÃO
INDEX
ciaram as respostas verbais inapropriadas de duas p esso a s, PI e P2, com
o d ia g n óstico de esqu izofren ia. Para essa finalidade, foram aplicadas en
trevistas de avaliação funcional com os m em bros da equipe m ultiprofis-
sional e avaliação por o b serv a çõ es diretas d os com portam entos-problem a
no am biente institu cional, onde os participantes residiam e recebiam tra
tam ento.
Para com plem entar o p rocesso de avaliação funcional, cuja e s
trutura é tam bém a de um experim ento (Iwata & D ozier, 2008; O ’N eil et
BOOKS
al., 1997; Martin & Pear, 2 0 0 7 /2 0 0 9 ), foram m anipuladas diferentes c o n
d ições de atenção , de demanda , de controle e de sozinho , por m eio do
delineam ento de m últiplos elem en to s (Iwata et al., 1 982/1994). E ssas c o n
d ições, ainda que com algum as variações, prim eiram ente foram d e se n v o l
vidas por Iwata et al. (1 9 8 2 /1 9 9 4 ) para estudar o com portam ento de auto-
lesão, apresentado por crianças com o d iagn óstico de autism o e atraso no
d esen volv im en to .
D esse m odo, no presente estudo, os participantes foram expostos
GROUPS
a uma série de co n d içõ es em que even tos antecedentes e consequentes fo
ram sistem aticam ente m anipulados, enquanto os seus efeitos sobre as FA,
FI e RV eram observados. E. m ediante a identificação d esses agentes con
troladores e m antenedores, tornou-se p o ssív el, tam bém , falar em con fiab i
lidade, uma vez que as afirm ações, aqui apresentadas, foram elaboradas
com base em observação e registro desses fenôm enos no ambiente natural
dos participantes.
A Tabela 11 demonstra as condições experim entais que controla
vam as respostas verbais dos dois participantes do presente estudo.
O p e r a ^ s j t f o t iv a - F un ções d as FI e R V C onsequências
INDEX
sociais
Estimulação aversiva Escapar de demandas ínstítucio- Reforçamento negativo
nais (e.g., adiar banhos; eliminar
tarefas)
BOOKS
ambientes institucionais, pode funcionar com o vigorosas operações m otiva
doras. Os resultados não deixam dúvidas de que as respostas verbais dos
participantes mudavam com o resultado da m anipulação dessas operações.
E specificam ente porque a em issão de falas inapropriadas (e.g., FI e
RV), com o observado nos resultados obtidos tanto com PI quanto com P2,
permitia a eles a obtenção de atenção social, assim com o a obtenção de tan
gíveis ou de algum tipo de privilégio dentro da instituição. Também foi p os
sível verificar que, diante de estim ulação aversiva (e.g., tomar banho; h ig ie
GROUPS
nizar a boca), as FI/RV permitiam o escape ou a fuga das referidas tarefas
instruídas. C om o consequências de suas respostas verbais, PI e P2 escapa
vam de dem andas institucionais.
"Nesse ponto, o presente estudo demonstrou que a m anipulação des
sas variáveis funcionou com o um poderoso m étodo para reduzir as FI e RV e
aumentar as ocorrências das FA. isso porque, operações m otivadoras, com o
as variações das condições de atenção social, condição de demanda , condi
ção de sozinho e condição de controle para o estudo das FA, FI e RV foram
implementadas. Quanto aos seus efeitos, foi observado o que esses tipos de
respostas verbais, de PI e P2, produziam -lhes; obter reforçadores, eliminar,
minimizar ou adiar tarefas difíceis e, até m esm o, escapar de estím ulos aver-
sivos (Martin & Pear, 2007/2009).
INDEX
Sob o efeito do reforçam ento diferencial de respostas verbais alter
nativas, houve relevante aumento da frequência de ocorrência de FA, ao
passo que, sob o efeito da extinção para as Fí e as RV, se observou uma
drástica dim inuição em suas ocorrências. Mais uma vez os resultados do
presente estudo corroboram dados da literatura (Britto et al., 2006; D eL eon
et al., 2003; D ixon et al., 2001; Lancaster et al., 2004; Santana, 2008; W ilder
et al., 2 0 0 1 ).
C om o advento da análise funcional (experim ental) em am bientes
BOOKS
naturais, a relevância das operações m otivadoras (Faraway et al., 2003;
M ichael, 2 0 0 0 ) para as FA, FI e R V , em contextos institucionais, tom ou -se
evidente. N e sse sentido, M arcon e Britto (201 1b) afirmam que o valor re
forçador da atenção social pode ser influenciado por operações m otivad o
ras cstabelecedoras, e que estas evocariam com portam entos-problem a.
A ssim com o nos vários estudos já realizados (Britto et al., 2010;
D eLeon et al., 2003; D ix o n et al., 2001; Lancaster et al., 2004; Santana,
2008; W ilder et al., 2001), bem co m o no presente estudo, a análise fu n cio
GROUPS
nal (experim ental) tem favorecid o a produção de resultados relevantes
sobre as respostas verbais de p esso a s com o d iagn óstico de esquizofrenia.
N a q u eles e neste estudo, as falas inapropriadas dos participantes ocorre
ram, com m aior frequência, nas co n d içõ es de atenção e de demanda e.
com m enor frequência, na con d ição controle. Porém , não ocorreram na
condição de sozinho (Britto et al., 2 010; D eL eon et al., 2003; D ixon et al.,
2001; Lancaster et al., 2 004; M arcon & Britto, 2011a; Santana, 2008;
W ilder et al., 2 0 0 1 ).
A ssim é que a análise funcional (experim ental) tem sido aplicada a
uma ampla faixa de com portam entos-problem a apresentados por pessoas
com os m ais diferentes d iagnósticos dentro das psicopatologias (Britto,
2012). E com o demonstram os resultados do presente estudo, a avaliação
INDEX
P2, o maior registro desse tipo de fala ocorreu na condição dc demanda.
É p ossível que, em am bientes institucionais sim ilares ao am biente
onde esta pesquisa desenvolveu -se, seja com um a um observador atento no
tar o quanto as falas inapropriadas, ora definidas com o F1 e RV, permitem a
fuga ou o adiam ento de dem andas. A alta frequência verificada na condição
de demanda com P2 ratifica os resultados dem onstrados nos estudos epidc-
m iológicos conduzidos por Iwata et al. (1 9 9 4 ), A sm us et al. (2 0 0 4 ), G eiger
BOOKS
et al. (2 0 1 0 ), dentre outros. N aqueles estudos, assim com o os achados do
presente, ficou demonstrado que a fala inapropriada, mantida pela fuga de
demandas, foi a resposta mais prevalente.
D e todo m odo, tanto naqueles quanto neste estudo, as falas inapro
priadas de pessoas com o d iagnóstico de esquizofrenia, ainda que com algu
mas variações, foram controladas por m últiplas condições: seja para obter a
atenção (e.g., reforçamento positivo), seja para escapar de demandas (e.g.,
reforçamento negativo). Daí afirmar-se-ia que o com portam ento m ais com
GROUPS
plexo de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia possui m últiplas fontes
de controle (Langthom e & M cG ill, 2009; M cG il, 1999; Smith & Iwata,
1997; W ilder & Carr, 1998, dentre outros).
Por conseguinte, resultados com o os que aqui estão sendo discuti
dos sugerem que futuros pesquisadores atentem -se para essas múltiplas fon
tes de controle de com portam entos-problem a apresentados pelas pessoas,
inclusive aqueles que favorecem o diagnóstico de esquizofrenia, sob pena de
não se observar resultados relevantes para o controle desses tipos de com
portamentos advindos de programas de intervenção propostos (Isaacs et al.,
1964; Miranda & Britto, 201 1; O 'N eil et al., 1997; dentre outros).
Há na literatura d iscu ssões cujos argum entos defendem que a aten
ção social, por efeito de uma OM (M arcon & Britto, 201 lb ), pode ter adqui
INDEX
portam entos-problem a com o eventos antecedentes que alterariam a efetiv i
dade reforçadora das consequências com portam entais. Por sua vez, esses
reforçadores corresponderiam ao efeito de uma O E. O conceito de OE, pro
posto por M ichael (1982, 1993. 2000), e, posteriorm ente, refinado para OM
(Laraway et al., 2003), tom ou-se cada vez mais presente nas aplicações da
área analítico-com portam ental, por exercer influência sobre a eficácia de
qualquer intervenção que envolva a m anipulação das consequências.
N e sse sentido, os resultados obtidos pelo presente estudo, por
BOOKS
m eio da m anipulação das co n d içõ es de atenção e de demanda , demonstra
ram que o valor reforçador, seja pela busca de atenção, seja pelo escape de
dem andas, foi alterado por efeito s de uma OM . E sses resultados confirm am
o que já foi atestado por Langthorne e M cG ill (2 0 0 9 ), M cG ill (1 9 9 9 ),
Sm ith e Iwata (1 9 9 7 ). D estaca-se, portanto, a im portância das intervenções
baseadas em estratégias de avaliação funcional para se investigar as in
fluências dos even tos antecedentes, e não apenas d os eventos consequentes,
sobre as desordens com portam entais, resultados obtidos em outros estudos
GROUPS
com o de Iwata e D ozier (2 0 0 8 ), M cG ill (1 9 9 9 ), O 'N eil et al. (1 9 9 7 ) e
Smith e Iwata (1 9 9 7 ).
As entrevistas de avaliação funcional, realizadas com a equipe
m ultiprofissional da instituição, favoreceram conhecer a função dos com -
portam entos-problem a apresentados por seus internos. C om o advertem
O 'N eil et al. (1 9 9 7 ), conversar com as p essoas que conhecem aquelas que
apresentam o comporta m ento-probl em a é cond ição fundamental para se
conduzir uma análise funcional. P rocedim ento esse necessário para se
identificar os agentes controladores e m antenedores do com portam ento-
-alvo. Só assim será p o ssív el selecionar e aplicar um programa de interven
ção eficien te para a m od ificação d esse padrão de respostas (Martin & Pear,
2 0 0 7 /2 0 0 9 ; O ’N e il, 1997).
INDEX
A lguns fatos nos am bientes institucionais m erecem destaque. Du
rante as sessõ es dc observação direta, desenvolvidas em vários am bientes da
instituição onde esta pesquisa foi realizada, quando das atividades rotineiras
dos internos, inclusive dos participantes deste estudo, houve coleta de dados
relevantes. Foi p ossível observar, por exem plo, que PI entrou no refeitório,
desconsiderou a fila, direcionou-se ao balcão onde uma auxiliar de cozinha
servia a refeição. Um interno reclam ou e ele respondeu “Sou Juscelino Ku-
bitschek”, “Sou autoridade... e, com o autoridade, não entro em fila”, en
quanto gritava e batia a mão no balcão. E sses com portam entos despertaram
BOOKS
atenção de terceiros: a auxiliar im ediatam ente o serviu e falou “Essa é a úni
ca forma de controlá-lo, isto é, servindo-o antes de todos, pois senão, ele fica
muito nervoso” .
Em outro m om ento, uma auxiliar de enferm agem chamou PI para
tomar banho, uma vez que este havia acordado todo m olhado de urina. Ele
respondeu que não iria se banhar: “Já tom ei o meu banho, pois já despachei
do Palácio da Alvorada. Vou receber Jesus Cristo agora para o café: vou ao
refeitório. Pegue cigarros. Jesus Cristo vai querer fumar. Ele sabe que sou o
GROUPS
dono da Souza Cruz” . A auxiliar insistiu pegando-o p elo braço, ao tem po em
que ele gritou: “V ocê tem que m e respeitar: sou filho do JK e vou acom pa
nhar meu pai agora”, m om ento em que esmurrou a parede. A profissional
comentou: “Ele hoje tá nervoso... ele quer é café e cigarro. M elhor ele ir para
o refeitório. Ele vai acalmar”.. Ele se voltou para a profissional e, então,
determinou: “ Pega cigarros para m im , pois Jesus Cristo de Jacarandá quer
dos cigarros que produzo” (olhando para o bolso desta, onde havia uma car
teira de cigarros). Ela retirou um cigarro do bolso e lho entregou.
T am bém o com portam ento desorganizado foi observado no pátio
da instituição. Por exem plo, P2 andava alternando os m ovim entos de per
nas e braços, co m o se b u sca sse equilibrar-se em uma corda suspensa. D e
repente parava, m antendo o pé esquerdo susp en so e o pé direito apoiado
INDEX
cerrava os olhos e assim ficava; ora sentava-se em um banco e passava a
emitir sons com o se estivesse dormindo/roncando, porém com os olhos
abertos, sem m ovim entar-se. Daí a pouco andava sem pre caminhando em
direção a outro ambiente, quando passava a emitir ruídos verbais com o se
estivesse resmungando. N esse m om ento, deixava a sala e acendia um cigar
ro. Isso se repetiu durante 50 m inutos, tem po em que consum iu oito cigarros.
Em seguida, no pátio, sozinho, P2 fum ou e com portou-se sem nenhuma rigi
dez ou estereotipia.
BOOKS
A análise dos dados descritivos destaca que as falas inapropriadas,
apresentadas por PI (Tabelas 3 e 5), denotaram poder político, empresarial,
jornalístico e cultural, dentre outros. A lém de sem pre terem ocorrido em
ambientes co letivos, indicando a função de obtenção de atenção de terceiros
e de conquista de consequências reforçadoras. E sses dados corroboram Lin-
desley (1 9 5 9 ) que concluiu serem as respostas “psicóticas vocais” controla
das por reforçam ento diferencial positivo.
Os dados de PI (Tabelas 3 e 5) corroboram sua própria história de
GROUPS
vida (ver subseção “Participantes”, na seção “M étodo”). Esse participante
atuou em veícu los de com unicação social, nos quais foi reconhecido com o
profissional de com petência. N esse período, con viveu com autoridades polí-
tico-adm inistrativas, com o destacam os dados obtidos pelo presente estudo.
Já em relação ao P2 (Tabelas 4 e 6), verifica-se que os seus comportamentos
verbais eram afetados, especialm ente, quando a tem ática família era aborda
da, bem com o quando demandas eram -lhe instruídas.
O bserva-se, tam bém , uma frequência relevante de falas in com
preen síveis, sussurros (R V ) apresentados por esse participante. Por c o n se
quência, vários dos entrevistados advertiram a pesquisadora a não in clu í-lo
neste estudo, salientando: “E le não fala nada. Faz apenas ruídos”; “Ele não
faz nada que a gente pede pra e le ” ; “ Ele fica apenas delirando e alucinan
do: não vai ajudar em seus estu d os” . Skinner (1956: 19 7 3 /1 9 7 9 ) já adverti
ra ser esse tipo de com portam ento (e.g ., p sicó tico ) parle e parcela do co m
portam ento hum ano.
A o considerar essa advertência de Skinner (1956: 1973/1979), m o
tivada por seus conhecim entos advindos das pesquisas no BRL (L indsley &
Skinner, 1954; Skinner, et al., 1954, dentre outros), e apenas olhando para as
contingências am bientais com as quais os participantes do presente estudo
interagiam, é possível descrever funcionalm ente seus com portam entos. Ora
apresentavam com portam entos de fuga, ora de esquiva, ora de busca de re-
forçadores esp ecífico s. E sses m esm os tipos de com portam entos já foram
descritos em estudos publicados na ampla literatura (A yllon & Azrin, 1978;
INDEX
A yllon & M ichael, 1964; A yllon & Haughton, 1962; Isaacs et al., 1964;
Lindsley & Skinner, 1954; L indsley, 1959; W ilder ct al., 2001).
A com preensão sobre vocalizações bizarras é objeto de estudo des
de a década de 1930. Essas respostas têm sido analisadas tanto experim en
talmente, quanto por m eio de intervenções clínicas, com o as descritas no
estudo d esen volvid o por Garcelán e Yust (1998). O manejo de contingências
em situações socialm ente estressoras e a m odelação de com portam entos
alternativos aos com portam entos de alucinar e delirar têm favorecido a com
preensão sobre essas classes de respostas, possibilitando a construção de uma
BOOKS
tecnologia diferenciada de intervenção e de controle, mediante avaliação
funcional (Britto et al., 2010; D eLeon et al., 2003; D ixon et al., 2001; Mar-
con & Britto, 2011a, 2011b; Skinner, 1969/1989, 1953/2000, 1981/2007;
W ilder et al., 2 0 0 1 , dentre outros).
Outras análises relevantes podem ser feitas com base nos dados do
presente estudo. Por exem plo, os profissionais apenas liberavam demandas,
mas não estabeleciam m odificações nem nas contingências, tam pouco nas
classes de respostas verbais inapropriadas. A ssim tam bém demonstraram os
GROUPS
estudos realizados por Isaacs et al. (1 9 6 4 ), Liberman et al. (1973), Rodrigues
e Bueno (2 0 0 9 ), Silva e Bueno (2 0 1 0 ), Wilder et al. (2001), dentre outros,
isso parece explicar a baixa frequência de adesão às atividades propostas
pela instituição. Para que efeitos contrários pudessem ocorrer, haveria a n e
cessidade de se capacitar os cuidadores desses internos para aplicarem um
padrão com portam ental apropriado. A eficácia d esse recurso já foi com pro
vada por A yllon e Haughton (1 9 6 2 ), Miranda e Britto (2011), Rodrigues e
Bueno (20 0 9 ), dentre outros.
Foi p ossível observar, tanto nos prontuários de P1 quanto nos de
P2, escassez de dados sobre suas histórias de vida (e.g., se casados ou não, se
possuíam filhos ou não, dentre outros aspectos históricos relevantes), esp eci
almente, anteriores à sua hospitalização. Fato esse que requereu o envida-
INDEX
pesquisa. Em seguida, o m édico, solícito, fez um breve relato de todos os
seus pacientes naquela instituição, informando, inclusive, o diagnóstico e a
forma de tratamento dispensada a cada um deles. Posteriormente a esse re
passe de inform ações, a pesquisadora iniciou a coleta de dados. N o entanto,
ao com eçar a aplicação da entrevista, o profissional assim interveio: “V ou ler
que te ensinar o que é esquizofrenia. Ela é uma doença muita com plexa. N ão
é da área da psicologia. V ocê quer aprender?”. A essa indagação, a pesquisa
dora respondeu assentindo com a cabeça de forma positiva. Os dados conti
BOOKS
dos na Tabela 7 falam por eles m esm os.
Já os dados sum arizados na Tabela 8 dizem respeito ao treinamento
de ENF em princípios básicos da A n álise do Com portam ento, com a função
de que esse profissional adquirisse repertórios necessários à sua participação
cm duas das condições de intervenções do delineam ento de reversão-repli-
cação, seguido por fo llo w -itp ( B 2 e B 3). Esses dados ratificam a advertência
de Skinner (1 9 8 4 ), quando, enfaticam ente, ele concluiu que novas con se
quências provocam mudanças no padrão com portam ental, ou seja, repertó
GROUPS
rios são extintos e repertórios são reforçados. A análise dos dados apresenta
dos na Tabela 8 demontra, ainda, que no 4e encontro, ENF relatou: “ Vejo
agora que estam os reforçando tudo errado. T em os que corrigir”.
Líberman et al. (1 9 7 3 ), ao estudarem as respostas verbais de quatro
pessoas diagnosticadas com o esquizofrênicas, e institucionalizadas, con clu í
ram ser as contingências am bientais agentes de controle que favorecem a
m odificação efetiva de operantes, inclusive os verbais. Já no 8fi encontro,
quando dos exercícios para identificar falas apropriadas e falas inapropria-
das, ENF sinalizou: “ M e s e n t i e m casa com esse conteúdo, pois é tudo que
aqui observam os” . Essa constatação vai ao encontro do que destacam Britto
et al. (2 0 1 0 ), para as quais delirar e alucinar são classes de respostas verbais
inapropriadas apenas por não serem características do contexto. Daí a difi
INDEX
demonstram a necessidade de que o programa de treinam ento (A pêndice)
seja estendido a todos os m em bros da equipe m uitiprofissional, a fim de que
os efeitos observados por ocasião das fases de intervenção (B h B3 e B3) p os
sam constituir-se um continuum dentro da instituição.
Pela análise da terapêutica m edicam entosa aplicada aos participan
tes PI e P2 (Tabelas 9 e 10), constata-se que esta reside no aspecto farma
cológico, e não no clínico. A base literária para essa análise fundam entou-se
nas “Diretrizes da Federação M undial das Sociedades de Psiquiatria B io ló g i
BOOKS
ca para o Tratamento B iológico da Esquizofrenia Parte 2: Tratamento de
longo prazo” (Falkai et al., 2 0 0 8 ) e no “C onsenso Brasileiro sobre A ntipsi-
cóticos de Segunda Geração e Distúrbios M etabólicos” (Elkis et al., 2008).
Um dado importante observado em ambos os participantes está fun
damentado no uso de m edicam entos que são indutores enzim áticos, com o os
anticonvulsivantes e ansioliticos. A s drogas indutoras enzim áticas possuem
capacidade de estimular sua própria biotransform ação (processo orgânico
que prom ove a m odificação m olecular da droga visando, principalmente, à
GROUPS
elim inação desta pelo organism o) (G onzales & Tukey, 2006/2007). Os in
dutores enzim áticos também podem acelerar o m etabolism o de outras dro
gas. D essa forma, quando esses m edicam entos são utilizados em situação de
tratamento crônico, há necessidade de aumentar a dose em intervalos con s
tantes, visando manter a eficácia do tratamento m edicam entoso (G onzales &
Tukey, 2 0 0 6 /2 0 0 7 ).
N esse contexto, a análise da m edicação prescrita e administrada
aos participantes PI e P2 (Tabelas 9 e 10) mostra que esta foi mantida com a
mesma dosagem durante toda a observação realizada por este estudo, ou seja,
durante cin co m eses, não sendo identificada qualquer alteração. D essa for
ma, farm acologicam ente fundam entado, esses participantes podem não apre
sentar eficácia, o que ocasiona a associação de m edicam entos presentes na
INDEX
Quanto aos antipsicóticos, P2 recebe vários tipos desses m edica
mentos, que são drogas de Ia geração para o tratamento de esquizofrenia. Já
o P l, além desses m edicam entos (Tabela 9), recebe também um tipo de an-
tipsicótico que é de 2- geração (Baldessarini & Tarazi, 2006/2007). Essa d ife
rença entre os tipos de antipsicóticos é importante, uma vez que aqueles
pertencentes à Ia geração ocasionam efeitos extrapiramidais e reforçam os
efeitos negativos do quadro de esquizofrenia (Baldessarini & Tarazi,
2006/2007).
BOOKS
O aparecimento de efeitos extrapiramidais (e.g., distonia aguda, Pa-
rkinson iatrogênico) justifica no P l o uso de drogas anticolinérgicas. Para a
acatisia, tambcm um efeito colateral extrapiramidal, a literatura recomenda o
uso de betabloqueadores. aplicada no caso do P2, que recebe também antip-
sicátieo de 2~ geração. N o entanto, seria mais indicado um tipo de m edica
mento que lhe favorecesse uma maior lipossolubilidade. O uso de antipsicó-
tico associado a um anti-hipertemivo pode ocasionar redução de pressão
arterial (Baldessarini & Tarazi, 2006/2007).
GROUPS
O tratamento farm acológico da esquizofrenia é com plexo, pois re
side na resposta do paciente ao fármaco selecionado, e muitos deles são re-
fratários às drogas de 2~ geração, exigindo, portanto, o uso de drogas da 1-
geração. Segundo as diretrizes da Federação Mundial (Falkai et al.. 2008),
não é recom endado associar drogas de 1- e de 2~ gerações, com o é feito no
caso do P l.
Portanto, em relação a am bos os participantes, sugere-se a im
portância de se reavaliar a terapêutica m edicam entosa (Tabelas 9 e 10),
alterando as d o ses das drogas indutoras enzim áticas e a dos an tip sicóticos
usados, in clu siv e prom ovendo a substituição de algum as m ed icações com
a Finalidade de m elhorar a sua eficá cia e de dim inuir o s custos para a in s
tituição.
INDEX
Estudos com o os d esenvolvid os por Brady, Estes, Boren, Conrad,
Shulman, H ill, D ew s, Ferster e outros, destacados por Laties (2003), de
monstraram que a aplicação de técnicas operantes para respostas fisiológicas
específicas, bem com o para avaliar com portam entos-alvo em relacionam en
tos afetivos, proporcionaram o controle do com portam ento geral e dos dis
túrbios m otores desenvolvidos por efeitos colaterais não esp ecíficos da apli
cação de drogas.
Também Lindsley (1 9 6 2 , citado por R eese, 1966/1973) utilizou
BOOKS
técnicas do condicionam ento operante na mensuração da resposta psicofar-
m acológica. Os resultados levaram o autor a concluir que a referida droga
( benactizina ) era um fármaco m ais alucinógeno do que terapêutico, dado que
produziu respostas alucinógenas, com uma latência de 18 m inutos, e as
manteve por m ais de quatro horas.
Em suma, é importante salientar que os resultados obtidos tanto
com PI quanto com P2 permitem a conclusão de que eles foram sen síveis ao
arranjo das contingências de reforço que foram programadas pelos delinea
GROUPS
mentos de m últiplos elem entos e de reversão-replicação. Dados esses que
corroboram resultados observados nos estudos de Miranda e Britto (2011),
Santana (2 0 0 8 ), Santos (2 0 0 7 ) e Silva (2005), dentre outros.
A partir do primeiro estudo sobre o com portam ento psicótico, ocor
rido na década de 1930 do sécu lo passado, por B. F. Skinner, em parceria
com S. R osen zw eig, um am plo conhecim ento sobre os princípios operantes,
bem com o sobre o d esenvolvim ento das técnicas e m etodologias aplicadas
em contextos psiquiátricos tem sido possível. Esses resultados têm favoreci
do a com preensão objetiva sobre o comportam ento humano m ais com plexo.
Portanto, cada v e z sobra m enos espaço para exp licações m entalistas àquilo
que o hom em faz o hom em fazer (Britto. 2004; L indsley, 1956; Lindsley &
Skinner, 1954; Rutherford, 2003; Skinner et al., 1954; Skinner, 1936, 1983).
INDEX
além de favorecer uma investigação sobre as consequências produzidas por
tais rotinas. O terceiro desafio foi o de requerer da pesquisadora a aceitação
para os diferentes pontos de vista sobre o m esm o fenôm eno descrito pela
categoria de m edicina psiquiátrica, a esquizofrenia.
Já q u a n d o da a p lic a ç ã o d c a m b o s o s d e lin e a m e n to s , e s p e c if ic a
m e n te d u r a n te as in te r v e n ç õ e s , o c o n ta to c o m o s p a r tic ip a n te s , b em c o m o o
c o n ta to c o m E N F , foi e x tr e m a m e n te re f o rç a d o r à p e s q u is a d o r a . P o d e r o b
s e rv a r o s e f e ito s d a a p lic a ç ã o d e a lg u n s d o s p r in c íp io s d a A n á lis e d o C o m
BOOKS
p o r ta m e n to e m a m b ie n te in s titu c io n a l, ta n to e m P l , q u a n to em P 2 , a s s im
c o m o e m E N F , foi a lg o e x tra o rd in á r io : a c o m p ro v a ç ã o d a te o ria c o m a
p rá tic a . N e s s e s e n tid o , o b s e r v a - s e q u e os a n a lis ta s d o c o m p o rta m e n to o f e
re c e m a lte r n a tiv a s p a r a se e s tu d a r o s f e n ô m e n o s c o m p o rta m e n ta is h u m a
n o s, c o m o a e s q u iz o f r e n ia , q u e tr a d ic io n a lm e n te é tr a ta d a a p e n a s p e la v ia
m e d ic a m e to s a .
Concluindo, os dados obtidos por este estudo sugerem que uma in
vestigação do comportam ento hum ano mais com plexo, sob a perspectiva da
GROUPS
A nálise do Comportamento, pode produzir resultados, com o os que ora são
apresentados. Resultados esses que remetem a Skinner (1953/2000), quando
salienta: “ Se pudermos observar cuidadosam ente o com portam ento humano,
de um ponto de vista objetivo, e chegar a com preendê-lo pelo que é, pode
remos ser capazes de adotar um curso mais sensato de ação. A necessidade
de estabelecer este equilíbrio é hoje am plam ente sentida (...)” (p. 6).
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GROUPS
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2 (2A 49-57.
GROUPS
APENDICE
BOOKS
aumentar a frequência de ocorrência das falas apropriadas - FA). Assim , esse
treinamento teve por objetivo básico levar o cuidador da instituição a disponi
bilizar, adequadamente, a atenção social para os comportamentos apropriados e
a ignorar os comportamentos inapropriados, inicialmente para o cumprimento
desta pesquisa, posteriormente, para o benefício da instituição, com a m odifica
ção de comportamentos de cuidadores e pessoas ali institucionalizadas.
O treinam ento sobre os princípios básicos da A nálise do C om por
tamento, com fo co em D R A , foi aplicado considerando tanto o treino teórico
GROUPS
quanto o prático. Todas as atividades pertinentes a ele ocorreram dentro da
instituição, na sala experim ental, após a própria direção da instituição ter
definido, dentre os profissionais de enferm agem , aquele que a ele seria sub
metido, quando houve o agendam ento de dias e horários para sua aplicação
pela pesquisadora.
INDEX
tituição. N o segundo m omento, propôs atividades práticas, quando o cuidador
foi submetido a duas fornias de treinamento. Na primeira, dentro da sala expe
rimental, foi submetido a exercícios e respondeu a questões pertinentes a even
tos coletados pela pesquisadora dentro da instituição, utilizando os conceitos
teóricos ministrados. Na segunda, a pesquisadora e ENF visitaram ambientes
específicos da instituição para que o cuidador pudesse observar os efeitos da
atenção social disponibilizada, fosse por profissionais da equipe multiprofissio-
nal ou por internos da instituição, tanto na ocorrência de FA quanto de Fl.
Com pondo o terceiro m omento deste \9 encontro, pesquisadora e ENF retorna
BOOKS
ram à sala experimental para ampla discussão dos dados observados direta
mente por ENF e para ajustes na aplicação desses conceitos. Ficou claro a ENF
que o término do treinamento ocorreria quando tivesse adquirido a aprendiza
gem , tanto teórica quanto prática, de lodo o conteúdo ministrado.
De acordo com Catânia (1998/1999), a aprendizagem ocorre quando
se observa a modificação do comportamento. Skinner (1953/2000) salienta que
comportamentos são melhores descritos por verbos, isto é: as pessoas andam,
falam, sentem, pensam, choram, portanto, fazem coisas. Dessa fonna, o resul
GROUPS
tado do con teú do a p re n d id o seria definido a partir do dom ínio e da capacidade
operativa do cuidador para aplicar esses novos recursos em contextos, inicial
mente, estabelecidos pela pesquisadora. Então, foi-lhe informado que ele con
duziria, conjuntamente com a pesquisadora, uma das etapas do delineamento de
reversão-replicação, seguido por f o llo w - u p , fase B i, e sozinho conduziria a fase
B 3 desse delineamento, tanto na aplicação quanto na rcplicaçao. Esse encontro
foi concluído com a adesão do cuidador a todas as etapas do treinamento, assim
com o à condução das fases B2 e B 3 do delineamento de reversão-replicação
(A B ]B 2B3A B iB 2B 3), seguido de fo llo w -u p .
2- E n con tro - O objetivo desse encontro foi levar o cuidador (ENF) a
conhecer, teoricamente, e de forma básica, princípios da Análise do Compor
tamento. A o cuidador, a pesquisadora entregou um caderno e uma bolsinha
INDEX
conjunto de atitudes, E uma disposição de tratar com os fatos, de preferência, e
não com o que se possa ter dito sobre eles” (p. 12). Continua o autor: “A ciên
cia é uma disposição de aceitar os fatos m esm o quando eles são opostos aos
desejos” (p. 13). E por ser o comportamento uma matéria difícil, exatamente
por ser de extrema com plexidade, ainda que acessível, a Análise do Compor
tamento é a ciência que se propõe a avançar no desenvolvim ento tecnológico
de seu estudo. Com essa proposta ela é o estudo científico das leis que gover
nam o comportamento dos organism os, portanto, é a ciência na qual a m odifi
BOOKS
cação do comportamento se baseia (Martin & Pear, 2007/2009).
D e acordo com Krasner e Ullmann (1965/1972), esse termo, m odifi
cação do comportamento, especificam ente trata da influência no comporta
mento. E sses autores destacam ser o melhor conceito apresentado por Watson,
no ano de 1962: “N um sentido mais amplo, o tópico de m odificação do com
portamento está relacionado com todo o campo da aprendizagem. Os estudos
de m odificação de comportamento são estudos de aprendizagem, com um
intento particular - o objetivo clínico de tratamento” (p. 2). N o entanto, o as
pecto mais importante da m odificação de comportamento é verificado pela
GROUPS
forte ênfase quanto à definição dos problemas que afligem os organismos e
que possam , de alguma forma, ser mensurados. M edida essa relevante para a
melhor descrição do problema avaliado (Martin & Pear, 2007/2009).
E sses autores estabelecem que outra importante característica da m o
dificação de comportamento “(...) é que su as té cn ica s e p ro c e d im e n to s d e in ter
ven çã o sã o fo r m a s d e a lte ra r o a m b ien te atu al d e um in d ivíd u o , para ajudar tal
indivíduo a atuar de maneira mais com pleta” (p. 9, grifos dos autores).
O termo am biente refere-se a eventos do mundo, sejam eles exter
nos ou internos, que afetam as pessoas, objetos presentes que atingem os
seus receptores sensoriais e. por conseguinte, afetam suas ações. Pessoas,
objetos, portanto quaisquer tipos de eventos que com põem o ambiente de
utna pessoa são nom eados de estím ulos. Exatam ente por considerar esses
dados, Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) sentenciou que, quando o com portam ento é fun
ção do am biente, isto é, de qualquer um dos eventos m encionados, esses
eventos disponíveis no universo têm a capacidade de afetar o organism o. E,
se assim , “O com portam ento do próprio indivíduo também pode ser parte do
ambiente que influencia o com portam ento subsequente desse indivíduo”
(Martin & Pear, 2007 /2 0 0 9 , p. 9).
Posto isso, “’M odificação do comportamento significa alteração de
comportamento humano” (Krasner & Ullmann, 1965/1972, p. 4). E “(...) um
modificador de comportamento frequentemente se envolve ativamente na rees
truturação do ambiente diário do cliente, a fim de fortalecer comportamentos
INDEX
adequados, ao invés de gastar um grande período de tempo discutindo expe
riências passadas do cliente” (Martin & Pear, 2007/2009, p. 10).
N esse sentido, a tecnologia de m odificação do com portam ento in
clui todas as aplicações explícitas dos princípios do comportamento com um
propósito singular: melhorar comportamentos públicos e privados das pessoas.
E essa melhoria pode sc dar tanto no am biente da clínica ou não, apresentan
do ou não, no sentido explícito, o controle de variáveis (Skinner, 1953/2000;
Krasner & Ullm ann, 1965/1972; Martin & Pear, 2 0 07/2009).
BOOKS
E “Um comportam ento que alguém gostaria de melhorar pode ser
classificado com o um déficit comportamental ou com o um excesso compor-
tamental, e pode ser público ou privado” (Martin & Pear, 2007/2009, p. 13).
Com o dem onstrado na ampla literatura da A nálise do Comportamento, o
elem ento a determinar um com portam ento-problem a com o déficit ou com o
excesso é basicam ente com posto pelas práticas da cultura desse indivíduo
que está sendo observado e analisado.
3a e 4~ E n con tros ~ Esses encontros tiveram por finalidade disponi
bilizar ao cuidador (EN F) o procedim ento foco desse treinamento: o DRA.
GROUPS
Para levá-lo a aprender os efeitos produzidos pelo reforçamento diferencial de
comportamento alternativo, a pesquisadora utilizou-se de um n o teb o o k e do
s o ftw a re p o w e r p o in t. Então, apresentou-lhe conceitos específicos (e.g., com
portamento-problema; exem plos de reforçamento diferencial para a instalação
do comportamento-problema; falas apropriadas; falas in apropria das; atenção
social e os efeitos da atenção social; reforçamento positivo; efeitos do refor
çamento positivo; reforçamento negativo; e efeitos do reforçamento negativo).
Esses conceitos foram-lhe entregues impressos em papel A 4 para serem in
cluídos na pasta já disponibilizada no 2° encontro.
R e fo rça m e n to D ife re n c ia l d e C o m p o rta m e n to A lte r n a tiv o - D RA -
N esta etapa foi enfatizado para ENF que o reforçamento e a extinção são
dois princípios primordiais da A nálise do Com portam ento. Esses princípios
INDEX
cia, será observada uma discrepância entre o repertório habitual dela e as
práticas reforçadoras de seu am biente social.
A ssim , o reforçamento diferencial de com portam ento alternativo é
um procedimento com preendido pela extinção de um com portam ento-
problema, com binada com o reforçam ento de um com portam ento alternati
vo, topograficam ente diferente, embora não necessariam ente incom patível
com o com portam ento-problem a. Skinner (1 9 5 3 /2 0 00) adverte que “A con
tingência que aperfeiçoa a habilidade é o reforço diferencial de respostas que
BOOKS
possui propriedades especiais. (...) O reforço que desenvolve a habilidade
deve ser imediato. De outro m odo, a precisão do efeito diferencial se perde”,
(p. 106, grifos do autor). A ssim , Skinner, define a condição: “Se as contin
gências diferenciais mudarem, a topografia do com portam ento mudará com
elas” (p. 107). Adiante ele explica: “ U sam os reforço diferencial para moldar
e intensificar o com portam ento de outros no que pode ser chamado (...) de
controle deliberado” (p. 108).
Por exemplo: (a) reforçar falas apropriadas e ignorar falas inapro-
GROUPS
priadas; ou (b) reforçar a concordância em executar algum a tarefa e ignorar
com portam entos agressivos.
Falas apropriadas Hsta pesquisa definiu as FA com o falas com
patíveis a eventos que estejam ocorrendo no am biente da pessoa, portanto,
com patíveis com a com unidade verbal.
Por exemplo: se você pergunta ao interno “com o você está?” e ele
responde “hoje estou um pouco melhor. Mas ainda sinto muita tristeza pela
perda do m eu irmão”, essa fala dele está com patível com o que você perguntou.
Falas mapropriadas —N esta pesquisa, as FI foram definidas com o
lima série de palavras em sequência ou sentenças que, inseridas no contexto
verbal do participante, eram incom preensíveis, estranhas, incoerentes, sem
INDEX
sília. Organize o meu avião de jacarandá.
Outro conceito importante à aplicação do DRA é o de atenção so
cial. N esta pesquisa, o efeito da atenção social ao com portam ento verbal de
esquizofrênicos foi assim descrito: “N ota-se que a atenção social é frequen
tem ente dispensada ao com portam ento verbal inapropriado do esquizofrêni
co que, de acordo com Miranda e Britto (2 0 1 1 ), ora fala de m odo estranho,
incoerente ou falso, isto é, delira; ora se comporta com o se visse, ou visse ou
sentisse estím ulos que nâo estão presentes, isto é, alucina” (pp. 41-42).
BOOKS
Outros relevantes conceitos para o D R A são: reforçamento positivo
e negativo, punição positiva e negativa, extinção, m odelagem e m odelação.
Reforço positivo é um evento que, quando apresentado im ediata
mente após um com portam ento, produz o aum ento da probabilidade da fre
quência de ocorrência desse com portam ento, dada sua consequência reforça-
dora (Skinner, 1953/2000). O termo reforçador p ositivo é um sinônim o
aproximado da palavra recompensa (Catânia, 1998/1999). “Um a v ez que se
determinou que um evento funciona com o reforçador positivo para um de
GROUPS
terminado indivíduo numa determinada situação, esse evento pode ser usado
para fortalecer outros com portam entos desse indivíduo em outras situações’'’
(Martin & Pear, 200 7 /2 0 0 9 , p. 39).
A maior parte de nossos comportamentos produz consequências no
ambiente. Essas consequências vão influenciar a ocorrência futura do com
portamento ou não. A ssim , algum as dessas consequências aumentam a pro
babilidade de o com portam ento voltar a ocorrer, por terem sido reforçadoras.
D essa forma, reforço é um tipo de consequência do comportamento
que aumenta a probabilidade de um determinado com portam ento voltar a
ocorrer. Positivo : porque a m odificação produzida no am biente é a adição de
um estím ulo.
INDEX
você agora. Ela m ancou (ruídos, por 6 segundos)... falou com você agora.
Pesquisadora - 'fente me falar um pouquinho mais disso.
Participante - em ite urna série de ruídos por 9 segundos. Daí diz à
pesquisadora: Fala!
Pesquisadora —O que o senhor quer que eu fale?
Participante - Emite uma série de ruídos, por 6 segundos. D epois
fica em silên cio por 14 segundos.
BOOKS
Exemplo 2:
Interno faz birra para C uidadores dão-lhe o L dessa forma aum entam
que os cuidadores o que deseja. as chances (probabilidade)
atendam, de que. da próxima vez que
o intem o desejar algo, se
com porte da m esm a forma.
GROUPS
Portanto, neste exem plo, receber o que estava pedindo, foi um reforço para o com
portam ento de fazer birras.
Lembrete Reforçam ento Positivo: de acordo com Catânia (1998/1999). esse tipo de
reforço ocorre quando, após ação de um pessoa, verifica-se a adição. a produção ou o
aparecimento de algum evento novo, que não estava lá antes de essa açào ter ocorrido.
rizam esp ecificam en te esse tipo de reforçador: (a) fuga e (b) esquiva. A
operação (a) tem a propriedade de estabelecer o fim do contato com o esti
m ulo aversivo. E a operação (b) estab elece a evitação do contato com esse
estím ulo.
Exemplo de reforço negativo:
• O interno que está sozinho e vai ao encontro de um cuidador em
busca de cigarro.
• D ep ois de muito insistir com esse cuidador, ainda que não seja o
m om ento de receber o cigarro, o cuidador libera o cigarro para
ele.
INDEX
• O cuidador lhe instrui que “vá tomar banho”, por ser esse o
m om ento para a higiene pessoal dele (e.g., “agora é a hora do
seu banho”; “vo cê está todo m olhado de x ix i’'; “vá tomar banho,
agora” ; “não é a hora de cigarros”)
• A cada instrução do cuidador, ele em itia uma série de ruídos.
• A pós as em issões incom preensíveis do interno, o cuidador acaba
por disponibilizar-lhe o cigarro.
• Resultado: a em issão das F1 do interno possibilitou a retirada da
BOOKS
ordem para que ele fo sse tomar banho (reforço negativo) e ainda
a conquista do cigarro (reforço positivo).
Reflexão sobre o fim do contato com o estímulo aversivo
> Qual será a probabilidade de que esse interno venha a se com
portar dessa maneira no futuro?
• Para responder a essa pergunta, considere que a instituição havia
definido horário de higienizaçao pessoal e horário para liberação
GROUPS
de cigarro aos internos;
• A nalise que o cuidador estava sob pressão pela série de ativida
des que tinha para realizar;
• A nalise que o cuidador buscou aplicar as regras da instituição;
• A nalise os efeitos do com portam ento do interno sobre o cuida
dor e do cuidador sobre o interno.
Lembrete - R eforçam ento N egativo: “(...) um a ação subtrai, rem ove ou elim ina
algo, fazendo com que algum a condição ou coisa que estava lá anles do alo desapa
recesse" (C atânia, 1998/1999, p. 55).
INDEX
1961/1973, p. 246). Banaco (2004) esclarece a punição “(...) com o um con
junto de m eios que se com binam para a obtenção de um certo resultado ou
com o com ponente de uma técnica (entendida, por sua vez, com o um con
junto de processos com um objetivo esp ecífico )” (p. 62). Positiva quando
ocorre a adição de evento avcrsivo ao com portam ento e n e g a tiv a quando há
a rem oção de evento reforçador, por consequência do comportamento.
Sidman (1 9 8 9 /1 9 9 5 ) conclui que:
BOOKS
Sempre que tivermos que fazer alguma coisa sobre nossa esquiva in
duzida pela coerção, ou a de qualquer outra pessoa - começar tera
pia, defender-nos ou aprender a nos adaptar - nada conseguiremos
fazer a menos que dois passos preparatórios sejam dados: primeiro,
reconhecer o comportamento-problema como esquiva: segundo, ana
lisar ambas as contingências passadas e atuais que podem estar
mantendo o comportamento. (...) Buscar as causas da ação no passa
do e presente, em vez de no futuro, ê um avanço na análise comporta
mental. (p. 139)
GROUPS
P rossegue Sidman (1 9 8 9 /1 9 9 5 ) nessa advertência, quando aponta
que só será p o ssív e l fazer algo a respeito do com portam ento de esquiva, se
for dado um curso efetiv o para a identificação das contingências controla
doras dele: “A q uelas relações entre sinais, com portam ento e choques gera
ram as ações de m edo ou ansiedade e agora m antêm am bos. Alterar as
contingências mudará o ato de esquiva e seus acom panham entos e m o cio
nais. Tentar lidar com os sentim entos sem alterar as contingências será
infrutífero" (p. 142).
INDEX
d eclín io da taxa de frequência de ocorrência de uma dada resposta.
C om o propósito de reforçar a aprendizagem do cuidador, a p es
quisadora ap resen tou -lhe um fragm ento de uma sessã o do d elin eam en to
de m últiplas co n d iç õ e s, aplicado por esta p esq u isa, na qual o participante
recebeu baixa atenção social da pesquisadora:
Efeito da baixa atenção social ao comportamento
Exemplo:
BOOKS
Pesquisadora - C ham ei o senhor aqui um pouquinho e vou p e
dir pro senhor ficar aqui um pouquin ho c o m ig o . Mas eu tenho que ler um
pedacinho de um livro. V ou ler baixinho, tá? M as vou pedir pro senhor
ficar aqui um tem p in h o, pode ser?
Participante - Pode ser (d esv ia n d o o olhar da pesquisadora e
sorrindo). D ep o is de 1 m inuto em silê n c io , o participante passa a em itir
ora ruídos ora falas inapropriadas (e .g ., “ Eu sou um avião dc jacarandá1').
Pesquisadora - C ontinua a ler o seu livro.
GROUPS
Resultado - Pesquisadora dá extin ção aos relatos verbais do
participante.
Lembrete - Extinção: ocorre quando o reforço deixa de ser liberado e, por conse
quência, a resposta toma menos e menos frequente (Skinner, 1953/2000). Portanto,
como propõe esse autor, é um modo efetivo de modificar o repertório de um orga
nismo.
xim ações su cessivas, o com portam ento desejado. Durante sua aplicação,
“(...) o reforço não apenas fortalece uma resposta particular que é reforçada,
com o também aumenta a probabilidade de ocorrência de aproxim ações m ais
próximas; é por essa razão que a m odelagem funciona” (R eese, 1966/1973,
p. 38). A o m esm o tem po que novas aproxim ações ao com portam ento-alvo
são alcançadas pela pessoa, e esta recebe o reforço de seu ambiente social,
responsável p elo desenvolvim ento dessa classe de com portam ento, respostas
anteriores são extintas.
Lem brete - A m odelagem : desenvolvim ento de um novo com portam ento por meio
do reforçam ento sucessivo de respostas sem pre mais próxim as do com portam ento
final desejado, com a concom itante extinçào de respostas anteriorm ente em itidas.
INDEX
(M artin & Pear, 2007/2009)
BOOKS
soas serem reforçados quando assim se comportam, seja pelo reforçamento
positivo, seja pelo reforçamento negativo.
Lem brete - M odelação é a técnica de aprendizagem m ais sim ples: % ..) o m odêlo
exibe respostas que o observador ainda não aprendera a executar e êle deve repro
duzi-las dc form a substancialm ente idêntica" (R andura. 1965/1972. p. 407).
ficasse as FI. Um exem plo, dentre os que lhe foram disponibilizados, é apre
sentado a seguir:
Interno - Sou dono de dois hotéis em Goiânia: o Rodoviária e o
Central. Ah! Também fui muito bonito com o artista de cinem a, com o o Giu-
liano Gemma: as mulheres não m e davam sossego.
Visitante da instituição - O que na realidade o senhor fazia?
Interno - Eu dava conta de todas elas (com uma resposta de e x
citação v isív e l em seu rosto). A té m e juntei com a Darcy, dos 26 aos 31
anos, em Jataí, onde era m otorista. Mas ela m e traiu. N o sso relacion a
m ento ocorreu nas G uianas Francesas. M as no fundo eu queria ter sido
m éd ico ou advogado. E não fui nem uma coisa nem outra (lam entou-se).
INDEX
Mas virei m otorista. E quem cuida de m im é um Juiz Criminal do Estado
de G oiás, que é m eu irmão. Foi ele quem me trouxe para cá, quando esta
va sofrendo de depressão. V ou fazer 61 anos no dia 26 de novem bro, mas
não sou tão v e lh o nâo.
Instruções para a identificação de FA e FI
1. Com o texto im presso, desejo que você, usando o m arca-texto
de cor verde, encontre as FA em itidas p elo intem o em todo ele.
BOOKS
2. D epois de concluída a elapa descrita no item “ 1”, agora, com o
marca-texto de cor amarela, identifique as FI que esse intem o
em itiu, neste m esm o texto.
3. Análise dos resultados - A pesquisadora fe z a correção de cada
uma das respostas (sobre as FA e as FI) apresentadas pelo cui
dador, com o propósito de favorecer-lhe a aprendizagem correta
quanto a análise e a identificação tanto das FA quanto das FI.
N e sse encontro, pesquisadora e cuidador dirigiram -se à sala de TO,
GROUPS
onde um número significativo de internos, in clusive aqueles com diagnóstico
de esquizofrenia, estavam . D e p osse de um Iphone, gravaram falas apresen
tadas por um dos participantes da pesquisa. Então, retomaram para a sala
experimental, onde ouviram várias vezes a gravação, quando foi requerido
do cuidador que identificasse as FA e FI apresentadas pelo interno. A instru
ção feita pela pesquisadora foi:
1. Agora vam os continuar a identificar FA e FI de relatos dos in
ternos, porém, nosso foco será, especialm ente, quanto ao reper
tório verbal dos participantes desta pesquisa.
2. V am os coletar, na sala de TO, de posse de um Iphone, falas na
turais apresentadas pelos participantes da pesquisa.
INDEX
cançado 100% de acerto na identificação das FA e das FI.
O Programa de Treinam ento para Cuidadores da Instituição foi en
cerrado com o cumprimento de oito encontros entre a pesquisadora e o cui
dador (EN F).
BOOKS
GROUPS
INDEX
BOOKS
GROUPS
ANEXOS
(A N E X O 1) - E N T R E V IS T A P A R A A V A L IA Ç Ã O F U N C IO N A L D E
COM PORTAM ENTOS
a)
INDEX
Data da a v a lia ç ã o :____ /____ /________
1) Identificação dos com portam entos verbais inapropriados dos internos
BOOKS
b)
c)
d)
e)
0
GROUPS
g)
INDEX
3) O com portam ento verbal da pessoa diagnosticada com o esquizofrênica é
afetado se:
a) V ocê lhe pede uma tarefa difícil _______ ___________________________
BOOKS
c) Se você lhe dá uma ordem:
7.1)
INDEX
Houve tentativas de dim inuí-los? Descreva-as, em caso positivo.
BOOKS
7.2) Por quanto tem po esses com portam entos indesejáveis têm sido um pro
blema?
GROUPS
Obrigada por sua colaboração!
(A N E X O 2) - F O R M U L Á R IO D E O B S E R V A Ç Ã O D IR E T A D E C O M P O R T A M E N T O S D E
P A R T IC IP A N T E
LO C A L
PATIO
INDEX
COM PORTAM ENTOS
O BTER
?3
~o
~o
•C3
T3
FUNÇÕ ES
E V IT A R
c<U
O QUE A C O N T E C E U :
A NTES? E D EPO IS?
BREVES C O M E N T Á R IO S
BOOKS
-3 3 -o
7Í O
QUARTO
REFEITO-RIO
BANHEIRO
SALA DE'":
( )T O
ou
( ) ENF
GROUPS
OUTROS
TO e Participante: Mx”
INDEX
BOOKS
GROUPS
C uidador e Participante:
DRA
INDEX
Sessão Dia H orário DRA? V erbal A propriado
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
BOOKS
( ) Sim ( ) N ão
EXT
Sessão Dia H orário EXT? Verbal inapropriado
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
GROUPS { ) Sim (
( ) Sim (
( ) Sim (
) Não
) N ão
)N ã o
Identificação do Participante: ( ) P1 ou ( ) P2
M ês/A no
Dia M edicação D osagem M anhã T arde N oite
INDEX
BOOKS
GROUPS
INDEX
BOOKS
GROUPS
EPÍLOGO
INDEX
com ausência de m ovim entos. A pesquisadora perguntou a um cuidador o
que ocorria, e esse respondeu: “E o quadro de catatonia. Quando ele fica
assim, só muita medicação e eletrochoque. Já estamos providenciando ”.
N esse m om ento, a pesquisadora sinalizou ao cuidador que iria ao encontro
do interno, quando este a advertiu: “Não vá. Não se aproxime dele. Quando
estão em catatonia, eles se tornam ameaçadores, pois podem sair dela e
agredir quem por perto estiver”, A pesquisadora agradeceu a advertência e
dirigiu-se até o interno. Este estava com os cabelos cortados bem junto ao
couro cabeludo. A pesquisadora passou a dialogar com o interno, explican
BOOKS
do* lhe que ali estava para conversar, interagir e confraternizar-se com ele.
Explicava-lhe, à medida em que passava suas mãos na cabeça do interno, de
forma contrária à posição dos fios curtos de seus cabelos: “Você não está
mais só neste momento. Estou aqui com você'1. Durante 5 m inutos e 35 se
gundos a pesquisadora tocou o couro cabeludo do interno, com ele dialogan
do, sem obter resposta alguma, Quando, de repente, o interno, passando suas
duas m ãos sobre o couro cabeludo, expressando-se sorrindo, disse à pesqui
sadora: “ Você tá bagunçando meus cabelos , você tá bagunçando meus ca
GROUPS
b e l o s A esses relatos, a pesquisadora pediu desculpas ao interno, disse-lhe
que organizaria seus fios de cabelos (e assim o fez), quando observou um
sinal de aprovação, seguido de sorrisos do interno. Então, convidou-o a se
dirigir ao refeitório da instituição onde o lanche era servido. E este pronta
mente a atendeu. Encerrado esse encontro com o interno, o cuidador dirigiu-se
à pesquisadora e sentenciou: “ Você os faz parecerem normais".
INDEX
BOOKS
GROUPS
ÍN D IC E ALFABÉTICO
INDEX
• A lucinação. U m a abordagem funcional para os com portam entos de delirar e
alu cin ar........................................................................................................................................... 63
• Ambiente e materiais..........................................................................................................79
• A nálise funcional. M etodologia de análise fu n c io n a l......................................................39
■ Análise funcional (experimental).....................................................................................83
• Anexo l . Entrevista para Avaliação funcional de Comportamentos.................... 169
• A nexo 2. Form ulário de O bservação D ireta de C om portam entos de Partici
BOOKS
p a n te ............................................................................................................................................172
• Anexo 3. Folha de Registro de Frequência de Comportamentos Verbais Apro
priados e Inapropriados. Linha de B a se..................................................................... 173
• A nexo 4. I olha de Registro de Frequência de Com portam entos Verbais A pro
priados e Inapropriados. Pós-treinaniento C uidador cm D RA e EXT................... 174
• A nexo 5. Folha dc Registro de M edicação/D osagem M inistrada ao Partici
p a n te ............................................................................................................................................175
• A n e x o s .......................................................................................................................................169
• Antcccdcntcs. Importância dos eventos antecedentes em contextos aplicados......51
GROUPS
• Apêndice.......................................................................................................................... 155
• Aplicação. Delineamento de reversão-rcplicação. seguido porfollow-iip................ 85
• A valiação funcional indireta por m eio de en trev ista........................................................ 81
• Avaliação funcional por observação direta dos comportainentos-problema............82
• Avaliação por observação direta dos relatos de um profissional da equipe.
Fssa ocorreu quando um m édico psiquiatra se dispôs a fornecer dados sobre
os com portam entos-problcm a dos pacientes da in stituição ........................................... 82
c
• Coinportamento-p roble ma. Avaliação funcional por observação direta dos
comportamentos-problema................................................................................................82
INDEX
• Delineamento de múltiplos elem entos............................................................................ 83
• Delineamento de reversão-replicação, seguido porfollow-up.....................................85
• Delírio. IJma abordagem funcional para os comportamentos de delirar e alucinar.... 63
• Discussão......................................................................................................................... 133
BOOKS
• Entrevista. Avaliação funcional indireta por meio de entrevista................................ 8 1
• Epílogo..............................................................................................................................177
• Esquizofrenia. Estudos da análise do comportamento sobre a esquizofrenia...........19
• Estudo. Objetivos do presente estudo.............................................................................. 75
• Estudos da análise do comportamento sobre a esquizofrenia......................................19
• Experimental. Análise funcional (experimental)......................................................... .83
GROUPS
• Folha de Registro de Frequência de Comportamentos Verbais Apropriados e
Inapropriados. Linha de Base. Anexo 3 ......................................................................173
• Folha de Registro de Frequcncia de Comportamentos Verbais Apropriados e
Inapropriados. Pós-lreinamento Cuidador em DRA e EXT. Anexo 4 ................... 174
• Folha de Registro de Medicação/Dosagem Ministrada ao Participante. Anexo 5... 175
• Follow-up. Delineamento de reversão-replicação, seguido porfollow-up ............... 85
• Formulário de Observação Direta de Comportamentos de Participante. Anexo 2 ... 172
■ Materiais e ambiente.......................................................................................................... 79
• M élodo.................................................................................................................................. 77
• Metodologia de análise funcional.....................................................................................39
• Múltiplos elementos. Delineamento de múltiplos elementos...................................... 83
•
•
•
• INDEX
Participantes.........................................................................................................................77
Prática. Treinamento teórico c prático.......................................................................... 155
Procedimento...................................................................................................................... 80
Profissão. Avaliação por observação direta dos relatos de uni profissional da
equipe. Essa ocorreu quando um médico psiquiatra se dispôs a fornecer dados
sobre os comportamcntos-problema dos pacientes da instituição..............................82
• Programa de Treinamento para Cuidadores da Instituição.........................................155
BOOKS
• Psiquiatria. Avaliação por observação direta dos relatos de uin profissional da
equipe. Essa ocorreu quando um médico psiquiatra se dispôs a fornecer dados
sobre os comportamentos-problema dos pacientes da instituição..............................82
• Referências......................................................................................................................... 147
• Resultados............................................................................................................................ 91
• Reversão. Delineamento de reversão-replieaçào. seguido por follow-up..................85
GROUPS T
u
• IJma abordagem funcional para os comportamentos de delirar e alucinar............... 63
f lU R U
EDITORA
fí
INDEX
E ditoração:
Elisabeth Padilha
Elizete Sizanoski
ín d ices:
Emilio Sabatovski
A cabam ento:
Afonso P. T. Neto
Anderson A. Marques
Bibiane A. Rodrigues
Carlos A. P. Teixeira
Lucia H. Rodrigues
BOOKS
Iara P. Fontoura Luciana de Melo
Tania Saiki Maria José V. Rocha
Marilene de O. Guimarães
Im pressão: Nádia Sabatovski
Lucas Fontoura Rosinilda G. Machado
Marcelo Schwb Terezinha F. Oliveira
Willian A. Rodrigues
GROUPS
“A alma não tem segredo que o comportamento não revele/’
Lao-Tsé
I f f J u n ta E d ito ra
INDEX
BOOKS
O Hlha per AsfoiSo
Fwfpwto:15*2km
U w a d * is rn u r a - 3? ad.
.. .(teAdatfto
PfH * J=8h<i* pqr M o f *0 «»
Boat•Cit&MsstKm,
ixpe-rXBBv&eSentimenies
P *t«(uk»«ku
twtrvmeiitazpartCeiehc
A n H a e d e S n tim i
Qu«Wwi*M:|
t n te K n io t a n i l a r
M a n ue l p a ts A p tso do re s ;
GROUPS
Udia W e b e f '2 1 8 p L td is W e b d - 2 5 4j> Or^:liifeW(;twfe lidi»Weter, An*PaulsS*ivs
tSSty B33i5M3?-8 ;: tSB«.- «573MS12-4. M3M3A.O«se(t-282p *OIMj(trai>r)*ii>ti!g-KKtji’J
WKMMSsWÊ-
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INDEX
A E j t r e l i n l u D is tra íd a
M oçSo a s n çTi»nps
Pintando e p e rcifb e n th sua
/» s t ix f â d e
Hália « ftew ta Pauliv
de Souia - 21 p
farmatD: 15K2krm
ISBN;R536203919
A H a b ttiia ç ia d e M u ito s
Neí«3 Feria; de MeUc
ia u iiM H fe p
ISetH- 8 5 3 6 2 0 0 *3 X
Arte e Educação
Di ítM io hKtrtimeMitf J
Knatmjliditteím<jfT.:i(wfôri>
Cândida Alayde C
BrttçncWft • *5Sp
IS6M: &53620S91-1
A t iv id a d e s l ú d k a s
Sua í.nportènas
álfybeteêçác
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A d r ia n a P. R o s a e Jo s ia n e
di Ni m - 128p
ft&N: 8S7B4191 X
Oeiannptitafiiio a Esaita
8 « í f t â ■ Consider^ôes z
te p í-K u eh O eÍK Ípnas V iiu ol
Rosane C. tójcfísdo ■■Coautíir:
Eugênio A. 0Í3! Merino ■Wp
lie « ; S 7 S S S 3 fe 2 W 4 -í
BOOKS
D ific u ld a d e s d e
V ed.
A p r e n d iz a d o -
M w iiÀi/joaiuPiu e
Divã para
VWlibulandos ■V ed.
C o fK ilijrd u emoção e ru ã o
Ê d u c a ç à o e A p r e n d i; a g e m
C o fitfib u i^ ò ci du P sicologii
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H tK ica çS o S ilt n g u t j w a iu n í o s
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Im plkJi Õe$ y ijtk u i
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í a L M ír s ü íã c (to
fro/e vioí r !'.* t i f 'lim o
GROUPS
P rviesioras p a n u íp c w ilef j t h s is c n : -s im u n ím A Vilms G ílortiiki ■1 JAp R il J O ^ ít
INDEX
1’ t í í i i i * s S i > I Æ S
!H M f ’S R \
BOOKS
A d o le s c e n t e s M ã e t * n i
C o n te x t o d e A b r íg a m e n M
iigmilamtio äûm«in/
e s M a tw n is fà d f?
Escoia « Piùs 5ej>»ri«ioj
i«nê P u /r í/ií füssivet
Ancfeéu ft. O itá o x i ■ U 2 f i
!rmàoî. Mew-imtïose
C o ir m ã o ï - /- Otftâinfcj
cÎ3i R e f it fe i tra in ! nas <»
R e a ià n te rtft?
Nefn tdipo, N sn Sarbarie
Genealogia d m Laças entw
A iijrtçj e 3 Sexoatidade
b iu a r d o P. S f s n d it a • 24 Ä {i
P at R e a l, P a i td e a f
O i’tpp) Paterr.o no
ÎA-'V>^>-o.<V:.'7. infantil
GROUPS
IS flN - .9 ) 8 S S 3 6 2 2 1 9 1 - 5 E v s r ie y f l G o f t ï c
f t d r ía n a L rie O i i w i r n «
î i ü j i t j M . L (te C i ,f ia fcffity - 16 4p IS B N : 9 7 R S S 3 5 2 2 8 0 2 - 0 MauroLVieira- ICW
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IS B N : 5 7 3 3 S Ï Î 2 2 9 5 0 S
IS8N.97mmi?îli
CARACTERÍSTICAS C o o p e r a i jv t s i n o
“'ASitDIO,... ■'% r X u h j e l i v i i ií u l r
INDEX
MORAL 5
r„ J í # „
C ara rterfsttò » do C OfcSgo PÍNS5AA8R Comunicação t Saude do C ooperativim a e Subjetividade G e s t i c d e P & is o a s e D is c u rs o
Au4dk> Moral Tfcjbalhador I í t ! F t ; , » * : < í í i Qjn>,>’)iúéS ■■).! O f g a n iia c k x ô i - 2 * e d ,
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latsaTromben»e SVv^nvt?* • »AnaVtnj^fioms^iY:; A d ria ftff K. S s M o í • 1.1õf> Jo, rio Tffnpr), i? cfii M arcuíVinidtisS.
J o w C j r i n ; Z a iv t li IS Z p * 4 Bcvi* dt ft&N:97ÍÂ5iW23S6-« Ç uilur# iv i ’d jrm Siqu«fs ■Í46 p
IS B N 9 7 8 8 S 3 6 2 2 7 2 8 - 3 texW í5/’wsíCííá' M jiii a n e L. lo m e n ç o ■9 5 p ISBK: 97SÈS3622261-5
Prof. Paulo S. B uiirsf lO óp ISBN: 97S8S3622034-S
ÍSBN. 9'Í8S53S2Í?SM
BOOKS
HoiT»55«*uaí«iade «
Preconceito - O qi/r jtwnw » cs
tv tiiro s gestores de p*»(s>Mí
M e t o A m b ie n t e d o T ü b a l h o
PteteçSa A uhfka
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M o tV v a tS o :
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P s ic o im im k a e CSínica t io
TfKim, j i H f t t v m ■-
T r a b a lh o -
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OMttWSÉMÍlUSniS
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A n a 8 . H, T o tre s ■ lS 6 p [$BN:9788S5Õ7J9SS4 isBN: ’$ m riiüzno~ Mel». ta iU f. Mofroa* * Emito P. Mkhete Tiieiweiler e Nafbai
S 8 N '9 7 * * 5 3 6 7 2 Í 5 5 - 1
faas - SMn Sihra ■ J3 S (t
tS B N '9 7 8 8 S â 6 í3 0 M -I ISBN: 978Í5362303&-8
A n o re x ia e V t o iè n d s P s f q u k a C o r p o (d e a l, P « v o N o r m a l O ip s iK f ê f ic ia Q u t m ic a e D e p m s l o ■2 ? « d . £ m W e n t) Corça <J « id .
I G a s p a r- 1 9 7 p Tnnsiarmaçdec ia R e p re s e n ta ç õ e s S o c ia is ijm titu é ú c1*' !.vrr.o a Medians tr in c h e sern M a
K B N 9 7 S 8 5 3 S 2 2 7 7 2 - Í. .‘■i/Cif’ir i •í ^,í . / í ' Pijt-jdo Crime 01/ A w /ir a ? Ocitfen»!e 3Medicine Movimento s S<i<kk
Viviane A. Pçteiií - 518» L e o n ard o W o ta l iW p T/sdk-icnul C)iirw>a ie O r g O é b o fS U r e t r a
ISSfi 978SS3&2JÍÍ33-) I5 S N : 9 7 ® 8 !> 3 6 2 2 i$ S -2 CaiiiyivmzHlii/n B o ls a n d o • 3 4 4 p
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IS B N : 9 J S 8 S .1 6 2 2 3 6 2 -9
INDEX
E m .ig r p r jm e n t o
S u s t e n t iv e !
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C ta u d ia A. C -ís rrâ - 1 6 * p
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A d o « im e < t t o e M i j r t e
J Pi^yQUUA
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Joar\n*-iH’ » 4 * I. F r « f a i - ;2 0 p
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Gestift- Teripto 110 E r u t l
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Adri3no N o knd a ^?ip
ISSN: 57885Í622627-9
A Ir o n ia
C m v r t e r s c d w f t ‘o s õ fi( . 3 í
* PíicuiÒgU~m
A d n < m o {■.V :a '' ■1 f ó p
IS 8 M 3 7 S 8 S 3 6 2 2 9 8 3 - 6
A M iS s ia e » C iê n c ia s í
e n c o n tr a m -
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W le m « /C o r p o
BOOKS
0 Pro&lwM <Sa R e l*ifc
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C a r t s jia n a
K e t w iç a
iS k o g e r o n t o t o g t a
h in à im M tn s c P ritK M
O í g v (it'lij'in a C i i t i - .
P iic o t c ç la e C i é n c ia i
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Gilb<f!tyij3ííití;t?r i'.'-','
R e f o r m a P s iq u iá tr ic a ,
u m a R e a lid a d e P t n i w e i
- R epiesêfltw dçs &Ku>ts
s a WisicWí ó e
ScmiaSdad«*Cánc*f
W t à i c g d e C í m ís n o
Isüglo Avançado da
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A d r r t n n lr w f e - Cootri&iyiçâo
i (sitica dQúxfcrmiano
GROUPS
Antonio Carto; (to ÇSvs ■% p O e 1 : » L G o k ifia rb i R u th m n - w m .-s y -ie tn -') d s im a tr » O c w if á P «< iro ( « m a n d o d s S ilva.
ISOM: 9?S g 5 3 G 2 29 9J 5 c iw 'r.^ (Ja C o s ta lo p s ;; umà txpçri&nríd Rose^rlcfa M . ria S üva e 2 9 6 p.
196p í u f e r t j t í . P a c h e t a ■H í p M a r ia A . f l i b e w - 1 4 S p IS B N : 3 7 8 8 .1 ? S 2 3 0 2 5 " 2
IS B N : í 7 S 8 S 3 6 2 / t ó 7 - 2 ís rn v m m im -i IS flN ^ S ^ K ^ -O
ISBI**.- S 7 8 8 S 3 S 2 2 9 9 S - 9 lS 8 N : 9 7 S & S ) 6 2 2 f t 1 2 - 6
INDEX
JD 60S DE AZAR
BOOKS
Psicologia Social
Sobrt Oesiguikiidei e
ti f t e p r t s e n t r ç f e } S o c ia is d a
f t e i b t l i t a ç i ü P s iç o s s o c ia l
R e Ü g iä o e G o io
Clnti? M a r c a i B a r r a s - 112})
REsBlinda
U m íífw fe s o È w f a i t i t a ccm
l a T u t e la S te p a ta d o r a d e los
Rteígos P O w ô í ía í m
tto » i CufcJi, !* itf fenáNte CfWate
GROUPS
In fr tm u m e r to s Unt Estudo sohre o f CAPS K ß N : 9 7 8 Í 5 3 6 2 2 3 1 7 -9 P o i t j d o t e s d e P & â p le g L i
Mujfo Jmí Gasta« t i U l t ^ Waru ifc
O ig v • C b j ít u M a f c r p , t i w s c r f . M a n a I C. S id rim 152p Arv» Cr imina G. Ü. V ascarxíllasa
hn **vr' V . EtsntPíflj Roi*rtrt ►'*~'VV*V:
Rsvír», Manstvia S. P»ri(«a ■3i0p IS BN : 9 7 8 8 W M 2 3 2 0 - 9 M a fiíi A ftibeinj . iXJp
f líÇ íl -2SSp
),8N. m m b u rn 4 ISBN 9 7 8 8 S 3 « I3 8 ô - 5 lS B !J :3 ? S a S Í5 J 3 0 I«
Adoltscènoa
«■■m H A D r o g a Ö € v id a 0 R e la to d o A t o f^ ita n á liie : [ « o l a d a t o i « fre u d ia n a
O O e s e jo
R i y i t o <i» À s s o c u fà o fo v .y fí (ü Ä.>n.7<; l i z H ^ o c í ifí a a
Com? co/ilar üimca ? 1‘
fr ite itig 3 ( 3 0 taítefflosfVííí-wop
d * r í i iit it ii) P s ir ji/ijt it it j d ? C a ritib i P t i c i f i a l it ic á d e Ü.7HIÖJ RsvsWd*xsiotóííe / i i'i y ü <b A S íO í^f.ía ISRN i57gat,J(i22S 45 4
V IO L Ê N C IA C O N T R A A CRIAüHpA E O A D O L E S C E N T E
ADOlEjfêfNlES
PRiVAÍÍOS
DE USE«DftG£
Q r ç i.: r ía b f jf i
INDEX
Fühos e V itim a s 4 a T e m p o d »
V ra té n c ia - 2 “ e d . -
Cíiffíca e ■) Atloínceriie
i. C.
ISBíi:37335J62229S-8
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In fâ n c ia f e r i d a
CÍSWDtijfc.i ií.?CfUiTíiJ
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OifererHeí f s p a f í» ,5í7í'H 'S
Oifisuw M ífe L-—5 ■3 54o
ÍS0N:37S.SS3622359-3
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J o v t n s M u R ie r e s V it im a d a s
AbiiM SfiHis!. üofyitwmiti
c RfuMíviaj
K r o in iü it'* í ‘í' ■ M í f h n s • / í 3 ;'
IS IÍN : 9 'S f S ? i '? ; « f c - í
la D e t w ió n d tl
A b u s a S e x u a l in f a n t il
rri&rios, Dífcüítecfcíy Retos
F.w Ç O it v g j- 212p
fáKtP w n (spínhol
ÍS 8 N : « ; 8 í i 5 3 « 2 J 0 2 'i - 5
M e n o r In fr a to r - 2 * ed .
A OjinmtKi de cfn
WcJrt? lèmpc
P jt it a G o m td p - l ô í t y
ISBN 8S739rtO^
BOOKS
P re v e n ç ã o d o A b u s o
S e X iM f fn fe n tH
t>rn ti^íXiueIníefdisciçiiiiàr
P ro s tííu iç S o J u v e r d F e m in in a
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íícoiha. a< (xpenéRCias a
Amüigoxiãiíei <íti ’f.i/vr
V t a l í í i d a O o m é i t k a C o n tr a »
C r ia n ç a 8 o A d o t e s í í f t t *
A resíxlaíe veiiôà ? iteSMflidi
Um fsiudo iobre
A tfk ç ã o
P â « iv /iíid f f l
A u t is m o e P w a n á f a e
f> 0 Lugar P oifiw l do Ar,.ib;>.i nj
nireçSo (to 7 * » t e m « 7 íe
GROUPS
Osgs.:■úcis C.;fvA..VíííSkto,* PrvWZfnts p .' çjcola/ V»nu7.» M C. PcíAigo ■13?t> f U i í i í C h w F ^ tta d e
tliífií AjijrKiifaCAntffs-2Mp í a f w la f t . de iíK íje - l7 S p MariíS M.Ribeir«, RtiííUa ÍS8N:978853637793.1 hnvstio ■ICíp
136«: 97S2S3622249-3 M H .w m m m i- i tia ro r i M A f f it ií - 1 4 4 p
59N. 978«SJÔI2iS7■
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IS S N - S 53 62 Ú S Í3 Ü -7
INDEX
Guia Pratico Grani atirai
p a ra o t t e a iü a
Pt> .4cwfc> í'OTP í Aiwa
Mormtúnogrifiii
Sidney M a rtte • UOp
! S B N : S 7 8 8 S 3 to 2 3 S O - 3
H ife n
D m C o ifip tx u H
Kcumat C W in iíf • 142p
ISBüJ:978«SJ52303S-1
M a n u a l d c A p re s e n ta ç ã o
d e T r a íM lh o s T é c n ic o s ,
A c a d ê m i t o s e C ie n tífic o s
K o fiõ lily S t M jw tíe A i a ú |0
C o é liio ■ 3 ? ô p
!S6í*97R853êI1581-5
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M f f l o d o lo g ia C ie n tific a
Rüiwlijyiefgiorií>
taujc Csèlho■ |9/fi
IS&N9788S3f2i?08-S
BOOKS
N o r m a s d s A 8 N T ■4 * e t )
tortientáisstaía
f/» í» /h o í tK n ftflftts
l h k a n d a f - lÜ O p
P c s q u ls i C ie n tific a
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GESTÃO DE ENSINO
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Doutora em Psicologia
pela PUC Goiás. Mestre
e graduada em Psico
logia pela PUC Goiás.
Professora, supervisora,
NDEX
pesquisadora e profes-
sora-orientadora tanto na
graduação em Psicologia,
como na Pós-Graduação
Lato Sensu em Psicopato-
logia ministrados pela PUC
Goiás. Membro da Equipe
BOOK
de Avaliações dos Proces
sos Seletivos Discentes
da PUC Goiás. Membro
do Núcleo de Pesquisas
Aplicadas a Intervenções
Comunitárias e Clínicas -
NUPAICC, da Associação
Brasileira de Psicotera-
GROUPS
pia e Medicina Compor-
tamental - ABPMC e da
Associação Brasileira de
Análise do Comportamen
to - ACBr. Psicóloga Clíni
ca com vasta experiência.
NDEX
Aprendizagem e do De
senvolvimento pela UnB.
Professora titular, pesqui
sadora e professora orien
tadora dos Programas
de Pós-Graduação Lato
Sensu e Stricto Sensu da
BOOK
Pontifícia Universidade
Católica de Goiás. Coor
denadora do curso de
Especialização em Psico-
patologia da PUC Goiás.
Membro do Núcleo de
Pesquisa Aplicada a In
GROUPS
tervenções Comunitárias
e Clínicas e da ABPMC.
Sócia plena da ACBr.
INDEX
elementos.
Um segundo objetivo foi o de intervir nas classes de respostas
verbais: nas inapropriadas, visando a redução de suas frequên
cias; e nas apropriadas, com a finalidade de aumento de suas
ocorrências. Para essa finalidade, um delineamento de rever-
são-replicação, seguido por follow-up foi usado.
Objetívou-se, ainda, treinar, dentro dos princípios básicos da
BOOKS
Análise do Comportamento, necessários à aplicação do estudo,
um profissional da instituição para conduzir parte das sessões
de intervenção: junto com a pesquisadora e sozinho com os
participantes.
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