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CADERNO DE QUESTÕES
» CÓDIGO 47 «
HISTÓRIA
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Este caderno tem um total de 50 (cinquenta) questões, distribuídas da seguinte forma:
Questões de 01 a 20: Língua Portuguesa;
Questões de 21 a 50: Conhecimentos Específicos.
Verifique se este caderno está completo.
Para cada questão são apresentadas cinco alternativas de resposta (a, b, c, d, e), sendo que o
candidato deverá escolher apenas uma e, utilizando caneta esferográfica azul ou preta,
preencher o círculo (bolha) correspondente no cartão-resposta.
As respostas das questões deverão, obrigatoriamente, ser transcritas para o cartão-
resposta, que será o único documento válido utilizado na correção eletrônica.
Verifique se os dados constantes no cartão-resposta estão corretos e, se contiver algum
erro, comunique o fato imediatamente ao aplicador/fiscal.
O candidato terá o tempo máximo de 04 (quatro) horas para responder a todas as
questões deste caderno e preencher o cartão-resposta.
NÃO HAVERÁ SUBSTITUIÇÃO, sob qualquer hipótese, deste caderno, nem do cartão-
resposta.
Não serão dadas explicações durante a aplicação da prova.
BOA PROVA!
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o Texto I e responda às questões de 01 a 15.
TEXTO I
Sobre técnicas de torrar café e outras técnicas
Ronaldo Correia de Brito
Já não existe a profissão de torradeira de café. Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que
trabalhavam nas casas de família, em dias agendados com bastante antecedência. As profissionais famosas
pela qualidade do serviço nunca tinham hora livre. Cobravam caro e só atendiam freguesas antigas. Não era
qualquer uma que sabia dar o ponto certo da torrefação, reconhecer o instante exato em que os grãos
precisavam ser retirados do fogo. Um minuto a mais e o café ficava queimado e amargo. Um minuto a
menos e ficava cru, com sabor travoso. “Pra tudo na vida existe um ponto certo”, diziam orgulhosas do
ofício, mexendo as sementes no caco de barro escuro, a colher de pau dançando na mão bem treinada, o
fogo aceso na temperatura exata.
Muitos profissionais se especializavam na ciência de pôr um fim: os que mexiam a cocada no tacho
de cobre, os que fabricavam o sabão caseiro de gorduras e vísceras animais, os que escaldavam a coalhada
para o queijo prensado, os que assavam as castanhas. Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os
orixás e caboclos, os iniciados sentem o instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto de atuação,
o transe que faz o santo descer e encarnar no seu cavalo.
Nenhum movimento é mais complexo que o de finalizar. Nele, estão contidos o desapego e a
separação, o sentimento de perda e morte. Sherazade contou suas histórias durante mil e uma noites,
barganhando com o esposo e algoz Sheriar o direito de continuar vivendo e narrando. Mil noites é um
número finito. O acréscimo de uma unidade ao numeral “mil” tornou-o infinito. Mil e uma noites se
estendem pela eternidade. Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém sem o
ponto final, Sherazade adiou o término e a morte. De maneira análoga, Penélope tecia um manto sem
nunca acabá-lo, acrescentando pontos durante o dia e desfazendo-os à noite. Também postergava o
momento. [...]
Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça. Conta a história
que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura. O xilogravador Gilvan
Samico me apresenta os mais de cem estudos e as provas de autor até chegar à gravura definitiva. Olha
para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões. Confessa os dias de
horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova definitiva, quando o trabalho é
considerado concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não mais lhe pertence.
Que valor possui o esposo de Sherazade, comparado à narrativa que a liberta da morte? Talvez
apenas o de ser o pretexto para o mar de histórias que a jovem narra ao longo de mil e uma noites. E o que
se segue a esse imaginário fim? O que ocupa a milésima segunda noite, supostamente sem narrativas? Eis a
pergunta que todos os criadores se fazem. O que se seguirá ao grande vazio? Deus descansou no sétimo dia
após sua criação. O artista descansa, ou apenas se angustia pensando se a criatura que pôs no mundo está
verdadeiramente pronta, no ponto exato de um grão de café torrado por uma mestra exímia?
Afirmam que a flecha disparada pelo arqueiro zen busca sozinha o alvo. Num estado de absoluta
concentração, arqueiro, arco, flecha e alvo se desprendem da energia do movimento e partem em busca do
ponto exato. Anos de exercício levam ao disparo perfeito. O escritor trabalha com personagens que o
obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os santos do candomblé. Sonha os sonhos do outro, numa
entrega do próprio inconsciente à criação. Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-
se na superfície e salvar-se; com a mão esquerda anota frases sobre ruínas. Nunca possui a técnica exata de
um arqueiro zen, nem a perícia de uma torradeira de café. Dialoga com a morte como Sherazade, mantém
a respiração suspensa, negocia adiamentos e escreve.
Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta, um editor
arranca papéis inacabados de sua mão.
Disponível em:
http://www.opovo.com.br/app/colunas/ronaldocorreiadebrito/2012/03/03/noticiasronaldocorreiadebrito,2794944
/sobre-tecnicas-de-torrar-cafe-e-outras-tecnicas.shtml Acesso em 12 jun. 2013. (Texto adaptado).
Língua Portuguesa | 1
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
1. No TEXTO I, o autor
2. Ao afirmar que “Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém
sem o ponto final, Sherazade adiou o término e a morte.” (parágrafo 3), o autor do texto retrata
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça.”
(parágrafo 4)
b) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.”
(parágrafo 4)
c) “Confessa os dias de horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova
definitiva, quando o trabalho é considerado concluído e o criador experimenta a estranheza
diante do que não mais lhe pertence.” (parágrafo 4)
d) “Conta a história que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura."
(parágrafo 4)
e) “O escritor trabalha com personagens que o obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os
santos do candomblé.” (parágrafo 6)
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a) “Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que trabalhavam nas casas de família, *...+”
(parágrafo 1). O termo em destaque indica uma referência à expressão “freguesas antigas”
(parágrafo 1).
b) “Nele, estão contidos o desapego e a separação *...+” (parágrafo 3). O termo em destaque faz
referência a “nenhum movimento” (parágrafo 3).
c) “*...+ quando o trabalho é concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não
mais lhe pertence.” (parágrafo 4). O conectivo “e” indica uma progressão semântica que
acrescenta um dado novo.
d) “*...+ a jovem narra ao longo de mil e uma noites.” (parágrafo 5). O vocábulo em destaque
caracteriza uma referência mais específica em relação ao termo a que se refere: “Sherazade”.
e) “*...+ alguns chegando a cavalgá-lo *...+” (parágrafo 6). O termo destacado substitui a expressão
“santos do candomblé”.
Língua Portuguesa | 3
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
9. Em “Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os orixás e caboclos, os iniciados sentem o
instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto *...+” (parágrafo 2), as vírgulas utilizadas
11. O termo destacado em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na
superfície e salvar-se *...+” (parágrafo 6), pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:
a) Porque
b) Para que
c) Porquanto
d) Contanto que
e) Ao mesmo tempo que
12. Os conectivos ou partículas linguísticas de ligação, além de exercer funções coesivas, manifestam
ainda diferentes relações de sentido entre os enunciados. Aponte, dentre as alternativas a seguir,
aquela em que a relação estabelecida pelo conectivo em destaque está CORRETAMENTE indicada
entre parênteses.
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica”. –
(Proporção).
b) “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvar-se;” –
(Consequência).
c) “Dialoga com a morte como Sherazade, [...]” – (Comparação).
d) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.” –
(Finalidade).
e) “Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta [...]” –
(Adversidade).
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13. Por vezes, a omissão de palavras ou expressões não acarreta alteração no sentido de orações ou
períodos, já que tal omissão pode ser depreendida do contexto. Há, dentre as alternativas a seguir,
uma ocorrência assim caracterizada. Aponte-a.
14. Analise as proposições a seguir, acerca da pontuação, e assinale (V), para o que for verdadeiro, e (F),
para o que for falso.
( ) No trecho “De maneira análoga, Penélope tecia um manto *...+", a vírgula é utilizada para
separar uma expressão adverbial disposta no início do período.
( ) Em “Dialoga com a morte como Sherazade, mantém a respiração suspensa, negocia adiamentos
e escreve.”, as vírgulas são utilizadas para separar orações coordenadas.
( ) Em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvar-
se; *...+”, não há razão linguístico-gramatical que justifique a presença da vírgula na sentença.
Assim, seu uso é facultativo.
a) V V F
b) V F F
c) F V F
d) V V V
e) F F V
15. A regência verbal em destaque na frase “mulheres que trabalhavam nas casas de família” é a
mesma do verbo destacado em
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TEXTO II
Capítulo I
16. Pelo disposto acima, é CORRETO afirmar sobre o Mestre José Amaro:
17. “É, mestre José Amaro sabe trabalhar, não rouba a ninguém, não faz coisa de carregação. Eles não
querem mais os trabalhos dele. Que se danem. Aqui nesta tenda só faço o que quero”. A fala final
de Mestre José Amaro revela
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18. Atente para a seguinte passagem: “Eles não querem mais os trabalhos dele.”
III. Embora não se refira a nenhum elemento textual anterior, o contexto possibilita a recuperação
do termo referente.
Está(ão) CORRETA(S):
a) III apenas
b) I e II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
II. “É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instruções sobre a
organização e funcionamento de serviço e praticam outros atos de sua competência.”
III. “Modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma
forma de comunicação eminentemente interna.”
20. Pela própria natureza, a redação oficial deve apresentar uma linguagem que obedeça a critérios
específicos. Todas as características a seguir devem compor a redação oficial, EXCETO:
a) Impessoalidade e clareza.
b) Uso da linguagem padrão.
c) Tratamento linguístico formal.
d) Concisão e transparência de sentido.
e) Presença de conotação e da criatividade do emissor.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
» HISTÓRIA | CÓDIGO 47 «
21. Nos anos 1990, no quadro da reconfiguração do Estado brasileiro, foram criados os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN), com o propósito principal de construir um referencial curricular
nacional. Em 2000, o Ministério da Educação (MEC) criou os Parâmetros Curriculares Nacionais para
o Ensino Médio (PCNEM), inserindo o ensino de História na área das “Ciências Humanas e suas
Tecnologias”. A esse respeito, é CORRETO afirmar:
22. O ensino de História tem passado por importantes mudanças diretamente relacionadas às
transformações políticas e culturais das últimas décadas e ao movimento de renovação no campo
historiográfico. A proposta de se trabalhar o ensino de História a partir de eixos temáticos tem
fortes aproximações com as referidas mudanças e, ao mesmo tempo, tem assumido relevância nas
propostas curriculares nacionais. Sobre o ensino de História a partir de eixos temáticos,
especialmente na proposta das Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN+), é CORRETO afirmar:
a) A História ensinada a partir de eixos temáticos reforça a noção de tempo teleológico próprio do
movimento dos Annales.
b) A proposta temática dos PCN+ se aproxima do conceito de Dialética da Duração desenvolvido
por Karl Marx e Friedrich Engels.
c) Os quatro eixos temáticos propostos pelos PCN+ tratam das questões culturais, especialmente
do multiculturalismo, negligenciando temas relacionados ao trabalho e à cidadania.
d) Nos PCN+, os temas propostos não rompem com a noção de tempo linear e progressivo próprio
do modelo positivista.
e) Os PCN+ sugerem o eixo temático “Transporte e comunicação no caminho da globalização”
como forma de articular questões do presente com o passado.
23. É possível perceber, nas últimas décadas, os reflexos da introdução de novas concepções de História
na organização dos currículos e na atuação dos professores, promovendo inovações teórico-
metodológicas que modificam o ensino de História nas escolas da educação básica. Sobre o ensino
de História na atualidade, identifique a alternativa CORRETA:
a) Os lugares de memória podem ser documentos de grande potencial pedagógico, pois são
realizadores, entre os alunos, de sentimentos de identificação e de pertencimento quanto ao
passado.
b) Museus, arquivos e centros de documentação são repositórios de verdades históricas e podem
ser tratados pelo professor como espaços de atividades pedagógicas.
c) A educação patrimonial na escola faz parte do currículo apenas como tema transversal e se
integra ao conteúdo de História, devido à necessidade de preservação dos monumentos
históricos.
d) Documentos escritos vêm perdendo importância no processo educativo à medida que cresce a
necessidade dos professores de lidar com as novas tecnologias e com as linguagens rápidas e
imagéticas da televisão e da internet.
e) Na educação básica, a pesquisa deve ser vista como recurso pedagógico que possibilita o
contato dos educandos com conteúdos históricos escolares.
24. Em importante estudo sobre a escola dos Annales, o historiador Peter Burke a define como a
“Revolução Francesa da historiografia”, pois, em seu entendimento,
Além das mudanças apontadas no trecho acima, a escola dos Annales também contribuiu para a:
25. Observe a imagem abaixo com casarões situados na Rua João Suassuna, no centro histórico de João
Pessoa, apresentando riscos de desmoronamento.
26. A África e os africanos estão ligados à História do Brasil desde os primeiros episódios da expansão
ultramarina lusitana pelo Atlântico Sul, e os estudos na área vêm sendo crescentemente valorizados na
última década. Sobre a história da diáspora africana e da escravidão no Brasil, é INCORRETO afirmar que:
a) O sociólogo Gilberto Freyre, com sua ideia de democracia racial brasileira, foi pioneiro nos
estudos sobre a experiência africana no Brasil.
b) A diversidade étnico-cultural africana é constantemente relegada a segundo plano em estudos
de História do Brasil nas escolas, fortalecendo uma visão generalista sobre o continente africano
e seus povos.
c) A hegemonia das concepções freyreanas passou a ser questionada durante as décadas de 1950
e 1960, a partir dos trabalhos de cunho marxista produzidos por Florestan Fernandes, Octavio
Ianni, FHC, entre outros.
d) A identificação das rotas atlânticas e terrestres do tráfico negreiro, das origens e destinos de
escravos e seus diferentes grupos étnicos, ajudam-nos a entender melhor a experiência africana
no Brasil e a própria História da África.
e) Estudos recentes sobre a diáspora africana têm se preocupado em expor a diversidade das
experiências históricas da população escravizada.
27. O texto abaixo traz um fragmento do hino de exaltação a Aton, considerado Deus único na cultura
religiosa do Egito Antigo.
Hino a Aton
(Texto extraído de PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 1988, p.56).
Com base no texto acima, assinale a alternativa CORRETA sobre a experiência monoteísta no Egito
Antigo:
a) Insere-se nos quadros da reforma religiosa implantada por Amenófis IV, que teve por propósito
fortalecer a autoridade dos sacerdotes.
b) Baseou-se no culto a Aton, simbolizado pelo disco solar.
c) Apesar do apoio dos sacerdotes, declinou após a morte de Akenaton.
d) Permaneceu junto com a adoração ao faraó Amenófis IV (convertido em Akenaton), mesmo
após sua morte.
e) Fez desaparecer a crença na imortalidade da alma, pois apenas Akenaton teria vida eterna.
28. Tradicionalmente, a civilização egípcia foi situada por pesquisadores e historiadores no chamado
Oriente Próximo, em um esforço para identificá-la mais com povos levantinos e mesopotâmicos do
que com povos do continente africano. Com relação a tais povos da Antiguidade, assinale (V) para
Verdadeiro ou (F) para Falso:
( ) O Egito mantinha relações com povos da região da Núbia que viviam ao sul da primeira catarata
do Nilo, região que era conhecida como “o país do ouro”.
( ) O reino de Kush reforçou sua autonomia política frente ao Egito faraônico devido à invasão dos
hicsos, durante o final do Antigo Império.
( ) Os assírios invadiram o Egito durante o período de declínio do Novo Império, mas sua suserania
foi eliminada pelos próprios egípcios, que os venceram posteriormente.
( ) O reino de Kush enfraqueceu-se bastante por volta do século III, tornando-se alvo da conquista
de povos vizinhos.
A sequência CORRETA é:
a) V F V F
b) F F V V
c) V V F F
d) F V F V
e) V F V V
30. Uma parte importante do legado cultural clássico da Antiguidade são as ideias decorrentes das
experiências políticas na Grécia e em Roma. Sobre tal legado e sobre as transformações
políticas que o originaram, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O exercício da cidadania espartana consistia nos direitos e nos deveres de uma classe
fechada de soldados sustentados pelo trabalho forçado dos hilotas.
b) A cidadania ateniense, associada à participação política direta, ao estimulo à produção
cultural clássica e a conflitos armados, chegou a sua forma plena durante o século V a.C.
c) A política aristocrática espartana sofreu um duro golpe devido à perda da hegemonia
espartana sobre a Messénia, após a derrota em Leuctra contra os tebanos em 371 a.C.
d) A transição do período monárquico ao período republicano na Roma Antiga foi muito
influenciada pelo contato com os gregos e suas instituições políticas, especialmente as de
cunho democrático propostas por Clístenes.
e) O legado cultural Greco-romano influencia profundamente as instituições políticas e a
cultura ocidental, apesar de o escravismo ter marcado as sociedades clássicas e suas
instituições.
31. A prática da escravidão entre seres humanos é quase tão antiga quanto nossa vida em
sociedade, existindo há milhares de anos e se expressando de variadas formas em diferentes
sociedades, como podemos observar nas palavras do filósofo Aristóteles e do jurisconsulto
Gaio:
“[...] aquele que por natureza não pertence a si mesmo, senão a outro, sendo homem, esse é
naturalmente escravo.” (ARISTÓTELES).
“Os escravos devem estar submetidos ao poder de seus amos.” (GAIO).
(Textos extraídos de PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 1988, p. 12)
a) Na Grécia e em Roma, o escravo era parte integrante da terra, estando preso a ela e não ao
proprietário.
b) Em Atenas, os escravos eram, em sua maioria, prisioneiros de guerra e seus descendentes
eram considerados “instrumentos vivos”.
c) Em Esparta, a ausência de guerras e a fragilidade do comércio fizeram predominar a
escravidão por dívida.
d) Em Roma, o escravismo cresceu em função das conquistas do Estado e, a ssim, os escravos
raramente eram propriedades de particulares.
e) Na República romana, a Lei Agrária proposta por Tibério Graco pôs fim ao latifúndio e à
escravidão.
I. A escravidão, que constituía a base da produção agrícola no Império Romano, cessou de existir,
de modo que, entre o fim da Antiguidade e o fim da Alta Idade Média, ocorre o fim da
escravidão como base produtiva na Europa.
II. As corveias, trabalho devido e exercido nas terras do senhor e, por vezes, também atividade
doméstica no castelo e nas áreas de criação de animais, constituem elemento fundamental do
dominium feudal.
III. Uma vez que a vassalidade concerne apenas a uma ínfima proporção dos homens medievais, ela
não poderia constituir a principal relação social no seio do sistema feudal.
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
(Jost Amman, ilustrações xilográficas para Ständenbuch. In: MEGGS, Phillip. História do Design Gráfico.
São Paulo: Cosacnaify, 2009. p. 98).
a) Mesmo publicadas em 1568, as imagens acima são representativas do trabalho dos artífices
em suas oficinas medievais, associado ao trabalho de jornaleiros e aprendizes.
b) Produzidas em uma época em que a imprensa já havia se difundido pela Europa, as imagens
representam trabalhos de feições modernas, típicos do modo de produção capitalista em
sua fase mercantil.
c) O desenvolvimento do trabalho artesanal na Baixa Idade Média está associado ao
surgimento de uma economia urbana que sofreu forte impacto negativo com as Cruzadas.
d) O renascimento comercial e as corporações de ofício estão associados à reafirmação do
fenômeno urbano medieval, de maneira que é possível desconsiderar os aspectos de ordem
militar no chamado renascimento urbano.
e) As imagens representam etapas de produção de cadeiras, mostrando a realização, em
oficinas, de diversos ofícios projetuais e práticos envolvendo carpintaria, ser ralharia,
produção de estofados etc.
35. Nicolau Maquiavel, teórico italiano do contexto renascentista, propôs a superação do ciclo de
estabilidade e caos por meio da política, isto é, concebeu o estabelecimento da ordem como
resultado da política, nunca como a materialização da vontade extraterrena. Preocupado com o
exercício de governo e com a estabilidade política, o pensador florentino fez a seguinte afirmação:
“O Príncipe que tiver mais temor de seu povo do que dos estrangeiros, deve construir as fortalezas
[...]. Por isso, a melhor fortaleza que pode existir é não ser odiado pelo povo”.
(MAQUIAVEL. O príncipe. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br Acesso em: 21 nov. 2013).
O trecho acima traduz uma marcante preocupação da obra de Maquiavel, mais bem sintetizada nas
seguintes expressões:
a) Guerra e paz.
b) Bondade e maldade.
c) Virtude e vício.
d) Consentimento e coerção.
e) Fortuna e virtú.
36. Na mesma década em que Maquiavel escreveu O Príncipe (1513), Martinho Lutero divulgou as 95
teses (1517), documento responsável por uma série de questionamentos à Igreja Católica. No
contexto da Reforma Protestante na Alemanha, as afirmações “só a fé salva” e “cada príncipe, uma
religião” expressam elementos constitutivos da crítica de Lutero ao catolicismo. Assinale a
alternativa que melhor representa o teor da crítica presente nas expressões em negrito,
respectivamente:
37. A história e a cultura dos povos indígenas passam a ser conteúdo obrigatório no ensino básico de
História a partir da Lei nº 11.645/2008. Sobre a história cultural dos povos indígenas, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) A ocupação do litoral por povos tupi-guarani teria ocorrido a partir de ondas migratórias
oriundas da Amazônia, o que explicaria a proximidade linguística entre povos de diferentes
regiões litorâneas brasileiras.
b) A origem amazônica dos atuais povos de fala tupi-guarani é corroborada por aspectos de sua
cultura material, como a agricultura de coivara e a cerâmica policrômica.
c) O processo migratório que levou à ocupação indígena do litoral brasileiro pode ser justificado
pelo profetismo tupi-guarani e pela crença em uma Terra sem Mal.
d) O profetismo tupi-guarani e a crença em uma Terra sem Mal são expressões culturais do
misticismo e da religiosidade autóctones, que desaparecem durante o período da conquista
pelos europeus.
e) A crença em uma Terra sem Mal, o complexo da guerra e a prática da antropofagia ritual são
características documentadas de povos tupi-guarani em fontes históricas do século XVI.
A pintura, de autoria de Paul Delaroche, do século XVII, retrata a figura de Oliver Cromwell diante do
esquife do Rei Carlos I. A imagem nos remete à Inglaterra do século XVII, especialmente à
proclamação da República Puritana, em 1648. Sobre essa experiência republicana na Inglaterra, é
CORRETO afirmar:
a) A escravidão indígena foi hegemônica no Brasil colonial até meados do século XVI, quando foi
proibida pelo Regimento de Tomé de Sousa.
b) A política de monopólio de terras nos domínios portugueses, na América, criou as bases da
estrutura de poder colonial.
c) A grande exploração monocultora e escravista açucareira impediu o desenvolvimento de uma
camada de pequenos proprietários e de um mercado interno à colônia.
d) A descoberta do ouro no Sudeste brasileiro liquidou a economia açucareira do Nordeste,
levando o ouro a se tornar o principal produto de exportação colonial.
e) A herança colonial brasileira, fundada na grande propriedade monocultora e no trabalho
escravo, foi superada a partir do surto de industrialização brasileira no século XX.
TEXTO I
“A civilização do açúcar no Nordeste criou nesta região brasileira juntamente com o tipo de casa
nobre, característica dos engenhos, o seu tipo de aristocrata, o seu tipo de escravo, o seu sistema
regional de relações entre senhores e escravos. Estas tudo indica que foram mais doces nos
engenhos – sobretudo nos grandes, onde os escravos eram numerosos e passavam de pai a filhos –
do que nas Minas, do que no Pará, do que entre paulistas.”
(FREYRE, Gilberto. Nordeste. São Paulo: Global, 2004. p. 130-131).
TEXTO II
Coube à burguesia acabar com as monarquias por direito divino e selar de certa forma, e de vez, o
fim da antiguidade medieval. A classe média europeia é uma larga maioria que incorporou e alargou
os horizontes burgueses, em termos de cultura no sentido mais amplo. Nada disso se aplica ao
Brasil, onde a casa-grande e a senzala, ou se quiserem, os sobrados e os mocambos, continuam de
pé, ao sabor de uma aparente contemporaneidade que não lhes abranda os efeitos.
(CARTA, Mino. A herança da casa-grande. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-heranca-da-casa-
grande. Acesso em: 13 dez. 2013).
a) Ambos tratam das desigualdades sociais que marcam o povo brasileiro e reconhecem a candura
das relações entre as elites e o povo.
b) Ambos apontam razões históricas, no passado colonial e nas relações escravocratas, das
desigualdades sociais brasileiras contemporâneas de cada autor.
c) O primeiro texto reflete os ideais racistas de seu autor, expressos em obras como Nordeste e
Casa-Grande e Senzala, na medida em que escamoteia as violências sofridas por negras e negros
na sociedade açucareira.
d) O segundo texto é elitista, uma vez que exalta o papel da burguesia no alargamento dos
horizontes culturais europeus a partir do Iluminismo e das revoluções burguesas.
e) O segundo texto comete anacronismo ao relacionar a realidade da casa-grande e da senzala
coloniais às desigualdades sociais contemporâneas, fruto das políticas neoliberais.
41. As Revoluções Inglesas do século XVII foram fonte de inspiração para o movimento iluminista do século
XVIII. No texto abaixo, Montesquieu, importante representante do iluminismo, fala sobre a liberdade:
“É bem verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não
consiste em fazer o que se quer. Num Estado, isto é, numa sociedade em que existem leis a liberdade só
pode consistir em poder fazer o que se deve querer e a não ser coagido a fazer o que não se deve querer”.
(MONTESQUIEU. O espírito das leis. In: Os clássicos da política. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1989.).
Com base nas palavras de Montesquieu, é CORRETO afirmar que se trata de uma característica
predominante em sua obra e no movimento iluminista a defesa do(a):
“Em 1808, de um dia para o outro, o Rio de Janeiro transformou-se na capital portuguesa. Na
cabeça do Império. [...] Transplantou-se para o Brasil o Antigo Regime, no qual só aos poucos foi
abrindo brechas o pensamento antiaristocrático e liberal.”
(SILVA, Alberto da Costa e. História do Brasil Nação 1808-2010. Vol. 1. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. pp. 25-26).
43. Até a Lei __________, de 28 de setembro de 1871, não havia qualquer alternativa legal para que os
escravos conseguissem sua liberdade, contornando a determinação senhorial. Sua assinatura aliviou
pressões externas e internas pelo fim da escravidão, que foi abolida nas províncias __________, em
1884, antes da assinatura das leis __________ e Áurea.
44. Em relevante estudo sobre a questão racial no Brasil, Lilia Moritz Schwarcz faz a seguinte afirmação
sobre a eugenia:
“Esse saber sobre as raças implicou, por sua vez, um ‘ideal político’, um diagnóstico sobre a
submissão ou mesmo sobre a possível eliminação das raças inferiores, que se converteu em uma
espécie de prática avançada do darwinismo social – a eugenia –, cuja meta era intervir na
reprodução das populações. O termo ‘eugenia’ – eu: boa; genus: geração – foi criada em 1883 pelo
cientista britânico Francis Galton”.
(SCHWARCZ. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no
Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p.60)
45. A chamada República Velha (1889 - 1930) foi um período de predomínio das oligarquias na política
brasileira e paraibana. Com base nisso, analise as seguintes proposições:
I. A condução do sistema oligárquico se dava a partir da ação dos governos estaduais, que
garantiam o poder dos coronéis sobre seus dependentes e rivais, através de indicações para
cargos públicos, enquanto recebiam, em troca, apoio político na forma de votos.
II. O presidente da República recebia apoio dos governadores estaduais em troca do
reconhecimento de seu domínio sobre seu respectivo estado: era a chamada política dos
governadores, iniciada na presidência de Campos Sales.
III. A oligarquia epitacista na Paraíba, cujos principais expoentes foram os governadores Álvaro
Machado, João Pessoa e o próprio Epitácio Pessoa, governou a Paraíba por vinte anos, até 1930.
46. A Revolução Bolchevique de 1917 foi favorecida pelo crescente desgaste do regime czarista. Nesse
processo, os acontecimentos de 1905 e a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) foram minando o regime autocrático russo e criando condições favoráveis para a revolução
socialista de 1917. Assinale a alternativa que apresenta um acontecimento CORRETAMENTE associado
ao referido processo:
47. Subindo ao poder em outubro de 1930, Getúlio Vargas permaneceu na presidência, durante quinze
ininterruptos anos, como chefe de um governo provisório, como governante eleito de forma
indireta e como ditador. Esse período em que permaneceu na presidência do país, conhecido como
Era Vargas, constitui um momento divisor de águas na sociedade brasileira. Com base nisso, analise
as seguintes proposições:
I. Ao passo que o Estado Novo estipulava a fixação do salário mínimo e outros benefícios
trabalhistas, o Ministério do Trabalho criava um aparelho sindical passível de controle pelo
próprio governo.
II. A ausência de legislação específica voltada para o trabalhador do campo é explicada através da
lógica de desenvolvimento nacional vigente durante a Era Vargas, que buscava estimular a
modernização industrial em detrimento do antigo modelo agroexportador.
III. O crescimento da responsabilidade estatal na economia endossado por Vargas foi resultado de
uma política econômica imposta do alto, tendo, pois, afinidades com as doutrinas
corporativistas fascistas da Europa e com o modelo econômico burocrático da URSS.
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
48. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi resultado, em grande sentido, das tensões que
envolveram as grandes potências desde o final da Primeira Grande Guerra. O mundo, sacudido por
desejos revanchistas, interesses expansionistas estratégicos e resistências nacionalistas radicais,
caminhou de forma acelerada ao encontro de um novo conflito bélico de proporções globais. Nesse
sentido, assinale a alternativa que apresenta, CORRETAMENTE, acontecimentos que antecederam a
Segunda Guerra Mundial:
a) A invasão da Etiópia pela Alemanha, em 1935, e, no mesmo ano, a ocupação da Renânia pela
Itália.
b) O apoio de Hitler e Stalin ao general golpista Francisco Franco, na Guerra Civil Espanhola (1936-
1939).
c) A assinatura do Pacto Germano-Soviético (1939), favorecendo a invasão da Polônia pelas tropas
nazistas.
d) A realização da Conferência de Munique (1938), provocando a imediata reação militar de
Inglaterra e França diante da presença alemã na Tchecoslováquia.
e) A assinatura do Pacto Anti-Komintern (1936), sob a liderança dos Estados Unidos, para conter a
expansão socialista no leste europeu.
49. A imagem abaixo ilustra fatos importantes ocorridos no mês de abril de 1984, em pleno auge da
Campanha pelas Diretas Já:
a) A Campanha pelas Diretas Já, assim como as mobilizações pela anistia, foi uma bandeira de luta
importante da oposição ao Regime Militar, que acabou esvaziada pela publicação, pelo governo,
do chamado “Pacote de Abril”.
b) As Diretas Já se originaram no seio dos movimentos sociais, entre setores ligados ao novo
sindicalismo e às pastorais católicas, sendo posteriormente abraçadas por partidos como o
PMDB, PCB, PDT e PT.
c) A cobertura jornalística de grandes veículos de comunicação, como a Folha de São Paulo, o
Jornal do Brasil, a Rede Globo e a Rede Manchete, foi essencial para a massificação dos comícios
da referida campanha.
d) Lideranças do novo sindicalismo emergente durante o Governo Geisel e organizações da
sociedade civil, como a CNBB, a OAB e a UNE, participaram ativamente de comícios pelas Diretas
Já, a exemplo do realizado no Anhangabaú em 1984.
e) A manobra do presidente Figueiredo, apontando eleições diretas para presidente só em 1988,
impediu a votação da emenda Dante de Oliveira e frustrou a opinião pública.
50. A Revolução Cubana de 1959 despertou a utopia de libertação da América Latina e, sob essa
inspiração, embalou multidões de seguidores dos jovens revolucionários cubanos. Por outro
lado, os ventos que sopraram de Havana provocaram reações dos Estados Unidos da
América. Com o propósito de conter o avanço da influência socialista, o governo dos Estados
Unidos da América coordenou uma série de ações voltadas para a América Latina. Nessa
perspectiva, em 1961, foi realizada a Conferência Econômica e Social de Punta Del Leste, com a
intenção de fazer investimentos em países da referida região. A principal política resultante da
Conferência de Punta Del Leste foi: