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Processo de Produção de

Açúcar e Álcool

Profa. Rosineide Gomes da Silva Cruz


Profa. Patrícia Moreira Lima
Um pouco de história
Histórico: Cana de Açúcar
- Origem provável a 6 mil anos A.C em regiões
próximas a Índia.

- No século XII chegou a Europa.

- Importantes regiões produtoras surgiram nos


séculos seguintes, especialmente no Extremo
Oriente.

- Credita-se aos egípcios o desenvolvimento


do processo de clarificação do caldo da cana
e um açúcar de alta qualidade para a época.

- Em 1493, Cristóvão Colombo iniciou o cultivo


da cana-de-açúcar nas Antilhas. A partir daí, a
história do açúcar no mundo ganhou novas
dimensões.
Histórico: Cana de Açúcar

- Em 1532 Martin Afonso de Souza funda o


primeiro engenho de açúcar brasileiro, em
São Vicente, Litoral de São Paulo – Início do
Ciclo da cana-de-açúcar no Brasil.

- Em 1535 Jerônimo de Albuquerque funda o


primeiro engenho de açúcar no Nordeste, em
Pernambuco, chamado de engenho da Nossa
Senhora da Ajuda, nas proximidades de
Olinda.

- A principal força de trabalho empregada foi a


da mão-de-obra escravizada, primeiramente
indígena e em seguida majoritariamente de
origem africana.
Histórico: Cana de Açúcar

- Depois de várias dificuldades, após 50 anos, o


Brasil passou a monopolizar a produção mundial
açúcar.

- A Europa enriquecida pelo ouro e prata do


Novo Mundo passou a ser grande consumidora
de açúcar.

- A descoberta do ouro no final do século XVII


nas Minas Gerais retirou do açúcar o primeiro
lugar na geração de riquezas, cuja produção se
retraiu até o final do século XIX.

- A partir do início do século XVIII a produção


nas ilhas do Caribe e nas Antilhas cresceu e o
Brasil perdeu posições na produção mundial de
açúcar.
Histórico: Cana de Açúcar
Dados do setor
sucroalcooleiro
Fonte: UNICA
Dados: Açúcar
- No Brasil, o açúcar é produzido a partir da cana, enquanto
na Europa é quase totalmente fabricado a partir da
beterraba.
Brasil: Cana de Açúcar
Dados de Produção - Brasil: Cana-de-açúcar
Fonte: Única - União da Indústria de cana-de-açúcar
Fonte: CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento

Produção da cana-de-açúcar
Safra 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
São Paulo 264.339 296.243 346.293 361.261 359.503 304.230 329.923 367.450
Centro-Sul 372.754 431.114 505.116 541.962 556.945 493.159 532.758 597.061
Norte-
54.904 64.610 64.100 60.231 63.464 66.056 55.720 56.458
Nordeste
BRASIL 427.658 495.723 569.216 602.193 620.409 559.215 588.478 651.294
Unidade: Mil toneladas (milhões de toneladas) *2014/2015: 633.927
*2015/2016: 666.824
*CONAB

Caso seja atingida a meta de processamento de 610 milhões toneladas de cana na safra 2012/13,
além da oferta de 36,5 milhões de toneladas de açúcar e 27,4 bilhões de litros de álcool, haverá
uma disponibilidade de mais de 160 milhões de toneladas de bagaço.
Dados de Produção - Brasil: Açúcar
Fonte: Única - União da Indústria de cana-de-açúcar

Produção de açúcar

Safra 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014


São Paulo 19.510 19.105 19.662 20.729 23.446 21.068 23.289 23.963
Centro-
25.796 26.169 26.750 28.645 33.501 31.304 34.097 34.295
Sul
Norte-
4.192 4.551 4.299 4.312 4.505 4.621 4.149 3.419
Nordeste
BRASIL 29.988 30.719 31.049 32.956 38.006 35.925 38.246 37.594
2014/2015: 35.571
Unidade: Mil toneladas (milhões de toneladas) *2015/2016: 33.837
*CONAB
Dados de Produção - Brasil: Etanol
Fonte: Única - União da Indústria de cana-de-açúcar

Produção de álcool
Safra 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

São
10.966 13.325Produção
16.722 de14.912
etanol 15.354 11.598 11.830 13.944
Paulo
Centro-
16.066 20.326 25.115 23.689 25.385 20.542 21.362 25.575
Sul
Norte-
1.779 2.096 2.411 2.005 1.992 2.139 1.864 1.968
Nordeste
BRASIL 17.844 22.422 27.526 25.694 27.376 22.682 23.226 27.476

Unidade: Mil m3 (bilhões de litros) 2014/2015: 28.480


*2015/2016: 30.232
*CONAB
Fonte: Jornal Cana
Dados do Setor Sucroenergético 2009/2010
http://www.jornalcana.com.br/

DADOS
Movimenta R$ 56 bilhões (Produção de Cana, Açúcar, Etanol e
Bioeletricidade)
Representa 2 % do PIB
Gera 4,5 milhões de empregos diretos e indiretos
Envolve 72.000 agricultores (produtores independentes de cana-
de-açúcar)
Moe 610 milhões de toneladas de cana
Produz 33 milhões de toneladas de Açúcar
Produz 29 bilhões de litros de Etanol
Exporta 20 milhões de toneladas de açúcar / US$ 9 bilhões
Exporta 2 bilhões de litros de Etanol / US$ 1 bilhão
Recolhe R$ 14 bilhões em impostos e taxas
Compõem-se 420 Usinas e Destilarias (+ cerca de 40 projetos em
andamento)
Área plantada 7,8 milhões de hectares - 3,5% área agricultável
História do Etanol
no Brasil
Fonte: UNICA
Carro Flex Original
Ford T

• Em 1908 Henry Ford lança o Ford T.


• Foi o primeiro modelo da história a ser produzido em série.
• Movido a gasolina, querosene ou etanol.
• Na época a oferta de combustível variava conforme a região.
• Henry ford era grande defensor do etanol
• Etanol foi vetado nos EUA pela lei seca: proibição oficial de
fabricação, varejo, transporte, importação ou exportação de
bebidas alcoólicas – gasolina era mais barata.
Etanol como aditivo

• A utilização do etanol como


aditivo à gasolina ocorreu em
fevereiro de 1931.

• A lei estabelecia a obrigatoriedade da compra de etanol pelos


importadores de gasolina.

• O objetivo era usar 5% do etanol anidro nacional adicionado à


gasolina.
Preço do Petróleo

• Em 1973 o mundo vivia a primeira grande crise do PETRÓLEO.

• Países membros da OPEP supervalorizaram o preço do petróleo


em protesto ao apoio dos EUA à Israel durante a guerra do Yom
Kippur.

• Em 5 meses o preço do petróleo aumentou 300% (de US$ 3,00


para US$ 12,00).

• Fim do milagre econômico brasileiro.


Crise no Brasil

• O gasto com importação do petróleo quadruplicou.

• O gasto com importação passou de US$600 milhões em 1973


para US$ 2,5 bilhões em 1974.

• Em 1975 é criado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) –


representando um novo horizonte para a matriz energética
brasileira.
PROÁLCOOL

• Criado em 1975
• Investimentos do Banco Mundial
• Diversificar a atuação da indústria açucareira
• Novas regiões produtoras: Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul
• Maior programa de energia renovável já estabelecido em termos
mundiais
• Alternativa para diminuir a vulnerabilidade energética do País,
devido à crise mundial do petróleo.
MOTORES

• 1979: desenvolvimento da engenharia nacional, após o segundo


choque do petróleo surgimento de motores especialmente
desenvolvidos para funcionar com álcool hidratado.

• 1984: os carros a álcool passaram a responder por 94,4% da


produção das montadoras instaladas no Brasil.

• participação anual dos veículos a álcool caiu para 1,2% na frota


nacional em 2001.
FLEX - FUEL

• 2003: lançamento do carro Flex-Fuel movido a álcool, gasolina ou


com qualquer mistura entre os dois.

• Aumento da preocupação com a disponibilidade e preço dos


combustíveis fósseis e as preocupações com o meio-ambiente e o
aquecimento global têm tornado o etanol uma alternativa renovável
de combustível no Brasil e no mundo.
Ano Gasolina Álcool Flex-Fuel Total
1979 905.706 3.114 - 908.820 Licenciamento anual
1980 626.467 240.643 - 867.110 - Brasil: Veículos
1984 33.482 565.536 - 599.018
Fonte: Única - União
1987 31.190 458.683 - 489.873 da Indústria de cana-
1991 546.258 150.982 - 697.240 de-açúcar
1995 1.557.674 40.706 - 1.598.380
1997 1.801.688 1.120 - 1.802.808
2001 1.412.420 18.335 1.430.755
2002 1.283.963 55.961 - 1.339.924
2004 1.077.945 50.949 328.379 1.457.273
2006 316.561 1.863 1.430.334 1.748.758
2008 217.021 84 2.329.247 2.546.352
2009 221.709 70 2.652.298 2.874.077
2011 376.998 51 2.848.071 3.225.120

2012 273.913 52 3.162.874 3.436.956 Elétrico 2012: 117


Elétrico 2013: 491
2013 189.112 0 3.169.111 3.358.714 Elétrico 2014: 855
2014 184.840 0 2.940.508 3.126.203 Elétrico 2015: 845
Eletrico 2016: 637
2015 136.059 0 2.194.283 2.330.924
2016 60.302 0 1.286.155 1.347.094
*2016: até 09/2016
Processo de
produção
Cana de Açúcar: Açúcar e Etanol
- Basicamente, a sacarose é o principal componente da cana-de-açúcar
(sólido).

-No Brasil há uma ampla variedade de cana-de-açúcar:

SP89-1115 (CP73-1547) - alta produtividade, alto teor de sacarose, recomendada do


início para o meio da safra;

SP90-3414 (SP80-1079 x SP82-3544) - porte ereto, por não florescer, isoporizar pouco
e pela sua alta produção, recomendada para colheita do meio para o final da safra;

Composição média da cana-de-açúcar


Composição Teor
Água 65 - 75
Açúcares 11 - 18
Fibras 8 - 14
Sólidos solúveis 12 - 23
Cana de Açúcar: Açúcar e Etanol

Principais constituintes da cana


Constituintes Sólidos solúveis (%)
Açúcares 75 a 93
Sacarose 70 a 91
Glicose 2a4
Frutose 2a4
Sais 3,0 a 5,0
De ácidos inorgânicos 1,5 a 4,5
De ácidos orgânicos 1,0 a 3,0
Proteínas 0,5 a 0,6
Amido 0,001 a 0,05
Gomas 0,3 a 0,6
Ceras e graxas 0,05 a 0,15
Corantes 3a5
Processo de Produção de Açúcar e Álcool: Etapas
1) Plantio da cana
Existem duas épocas de plantio para a região
Centro-Sul: setembro-outubro e janeiro a
março. Setembro-outubro não é a época
mais recomendada, sendo indicada em
casos de necessidade urgente de matéria
prima, quer por recente instalação ou
ampliação do setor industrial, quer por
comprometimento de safra devido à
ocorrência de adversidades climáticas.

Para início de safra: SP80-3250, SP80-1842,


RB76-5418, RB83-5486, RB85-5453 e RB83-
5054.
Para meio de safra: SP79-1011, SP80-1816,
RB85-5113 e RB85-5536.
Para fim de safra: SP79-1011, SP79-2313,
SP79-6192, RB72-454, RB78-5148, RB80-6043
e RB84-5257.
2) Colheita da cana
- Manual – queimada:

A colheita inicia-se em maio e em algumas unidades sucroalcooleiras em abril,


prolongando-se até novembro, período em que a planta atinge o ponto de
maturação, devendo, sempre que possível, antecipar o fim da safra. Período
chuvoso faz cair o rendimento industrial.
- Mecanizada:
3) Transporte da cana, pesagem e
descarregamento e estocagem
- Predominantemente rodoviário.

- Transportada em caminhões (16 ton.)


podendo este caminhão carregar até três ou
quatro carrocerias.

- Podem transportar cana inteira (colheita


manual) ou picada (colheita mecânica).

- São pesados antes e após o


descarregamento: pagamento do
transporte, controle da moagem, cálculo do
rendimento industrial e do teor de
sacarose da cana.

- Algumas são aleatoriamente


selecionadas ou amostradas.
3) Transporte da cana, pesagem e descarregamento e
estocagem

- Esta cana é transportada do


depósito, para as mesas
alimentadoras, através de pontes
rolantes, equipadas com garras
hidráulicas - cana que será
processada no período da noite.

- A cana estocada deve ser renovada


em curtos intervalos de tempo, visando
a redução de perdas de açúcar por
decomposição bacteriológica.

- A cana picada não deve ser


estocada mas descarregada
diretamente nas esteiras.
4) Extração do caldo
- A matéria prima é descarregada na mesa
- Alimentação e lavagem alimentadora, através de descarregadores
laterais, chamados Hillo.

- A lavagem visa a retirada de matérias


primas estranhas, como areia, etc.

- Objetivo: caldo de melhor qualidade e


aumento da vida útil dos equipamentos.

- Não é feita para a cana picada: arraste de


sacarose pela água.
- Preparo da cana

- O preparo significa a picagem e o


desfibramento, o que facilita o processo de
esmagamento e a extração do caldo.

- O sistema de preparo é constituído por um


ou dois jogos de facas que cortam a cana
em pedaços menores, preparando-as para o
desfibrador.

- O desfibrador contém um conjunto de martelos oscilantes


que gira em sentido contrário à esteira, forçando a
passagem da cana por uma pequena abertura ao longo da
placa desfibradora.

Cana desfibrada
- Alimentação da moenda

- A altura do colchão de cana é


uniformizada por um espalhador.

- Objetivo: reduzir a espessura da camada


de cana e facilitar o trabalho do eletroímã.

- Eletroímã – remoção de materiais ferrosos


para proteção das moendas.
- Extração do Caldo: Moagem ou Difusão

- Moagem é a extração do caldo da cana de


açúcar.

- O processo de extração do caldo é feito por


esmagamento, através de um conjunto de rolos
esmagadores, os quais extraem 98% do caldo
contido nas fibras da cana-de-açúcar. Esta
eficiência é possível, desde que os
equipamentos estejam muito bem regulado.

- Embebição – adição de água ao bagaço.


- Moagem: Objetivo

- A cana é constituída de caldo e fibra.

- O açúcar está contido no caldo, portanto o objetivo é extrair a


maior parte possível.
- Produzir bagaço final em condições de propiciar uma queima
rápida nas caldeiras.

BAGAÇO

• Geração de
energia;
• Venda

CALDO

• Tratamento
= Álcool e
açucar
5) Geração de energia

- Bagaço: Fibras: 46%


Água: 50%
Sólidos dissolvidos: 50%

- Quantidade: de 240 a 280 kg por tonelada de cana.

- Geração de Vapor: Parte do bagaço é queimado nas caldeiras que


aquece a água gerando vapor (utilizado durante o processo e na
geração de energia elétrica);
5) Geração de energia

Bagaço conduzido até a


caldeira Bagaço queimando na
caldeira p/ aquecer a
água e gerar vapor

O vapor movimenta o
gerador que produz
energia elétrica
5) Geração de energia

- O excedente de energia é vendida as operadores de energia elétrica.


- O excedente do bagaço é vendido a outras indústrias.
6) Tratamento primário do caldo

- O caldo de cana proveniente da extração apresenta quantidade e


qualidade variável de impurezas: areia, argila, bagacilho.

- Todo caldo de cana, após o esmagamento, passa por um conjunto


de peneiras, os quais extraem palhas, bagacilhos e parte das
impurezas grossas.

- O caldo utilizado para a fabricação do açúcar é obtido do primeiro


terno, o qual equivale em princípio, a 70% de todo o caldo contido na
cana. Esta matéria prima não passa pelo processo de embebição
composto.
6) Tratamento primário do caldo

As peneiras podem ser do tipo:

- Cush-cush: Peneiras fixas que ficam próximo da moenda –


eliminam o material mais grosseiro em suspensão (bagacilho)

- Peneiras: O peneiramento do caldo pode ser realizado por


diferentes tipos de peneiras (rotativa, vibratória, etc).

- Separadores de areia: Formado por um tanque que utiliza o


princípio de sedimentação para eliminação das partículas mais
pesadas.

- Hidrociclones: Baseia-se na diferença de densidade entre o


sólido e o líquido - apresenta alta eficiência.
7) Tratamento químico do caldo
Objetivo é a retirada de impurezas menores. Visa principalmente
a coagulação, à floculação e a precipitação de impurezas que são
eliminadas por sedimentação.

- Sulfitação: Consiste na absorção de SO2 pelo caldo baixando


o pH a 3,8 - 4,0.

Coluna de absorção

Objetivos:
- Inibe reações que causam
formação de cor;

- Coagulação de colóides;

- Formação do precipitado CaSO3;

- Diminuir a viscosidade do caldo;


- Calagem: Adição de leite de cal para ajuste de pH final.

. O caldo da primeira moagem é enviado para o tratamento de caldo,


onde recebe o leite de cal para correção de pH, próximo de 6,5 a 7,0
e também ajuda na decantação de matérias orgânicas e inorgânicas,
deixando o caldo límpido.

. Este é controlado automaticamente por um medidor de pH, que


dosa o volume necessário deste leite de cal, atendendo ao controle
de normalização.

- Aquecimento: Após este processo, o caldo é enviado para um


conjunto de aquecedores (trocadores de calor), e aquecido a 105
Graus Celsius.

- Sedimentação: Etapa de purificação do caldo


. O caldo aquecido é enviado aos clarificadores ou decantadores, onde
permanece por 2 a 3 horas em baixa velocidade (descanso), onde neste
processo, ele decanta as impurezas (lodo). O caldo sai limpo e claro, com
tonalidade levemente amarelada e totalmente transparente a luz (sem
turbidez).
- Filtração: Recuperar açúcar contido no lodo

Filtração

. O material retirado do filtro é chamado de torta e é enviado a


lavoura para ser utilizado como adubo.
8) Evaporação
. Processo de concentração a partir da eliminação da água presente.

. Equipamento: evaporador

. Evaporadores ligados em série:


evaporadores múltiplos efeitos

. Injeta-se vapor no primeiro


evaporador pois a água evaporada
irá aquecer os próximos efeitos.

. Concentração a ponto de xarope é conseguida por evaporação da


água no caldo.

. Um conjunto de trocadores de calor, denominados de evaporadores


de múltiplos efeitos executam a tarefa de concentração de caldo que
no início da moagem estava com 17 de Brix, elevando este ponto
entre 60 a 65 de Grau Brix.
9) Cristalização do açúcar

. Após a evaporação o xarope é enviado a outra etapa de


concentração onde ocorrerá a formação de cristais de açúcar em
virtude da precipitação da sacarose dissolvida na água.
. A evaporação da água da origem a uma mistura de cristais
envolvidos em mel que recebe o nome de massa cozida.

. A concentração dessa massa cozida é de aproximadamente 93-95º


BRIX e a temperatura ao ser descarregada é de 65-75oC.
10) Centrifugação do açúcar

. Dos cristalizadores, a massa cozida


resfriada segue para a centrifugação.

. A ação da força centrífuga faz o mel


atravessar as perfurações da tela do
cesto, ficando retido em seu interior
apenas os cristais de açúcar.

. O processo se completa pela


lavagem do açúcar com água e
vapor, ainda no interior do cesto.

. O mel removido retorna aos cozedores para recuperação do açúcar


dissolvido ainda presente.

. A partir desse ponto, o mel é chamado de mel final ou melaço que


é enviado para a fabricação de álcool.
11) Secagem e ensaque do açúcar

. O açúcar descarregado nas centrífugas


apresentam alto teor de umidade
passando para a etapa de secagem.

. O resfriamento e a secagem do
açúcar são realizados em um secador.

. Ao deixar o secador, com


temperatura entre 35o C e 40º C e
umidade na faixa de 0,03 a 0,04% o
açúcar está pronto para ser enviado
ao ensaque.

. Ao deixar o secador, com temperatura entre


35o C e 40º C e umidade na faixa de 0,03 a
0,04% o açúcar está pronto para ser enviado ao
ensaque.
12) Fluxograma das etapas finais: açúcar
Fabricação do Processo
13) Fabricação do Álcool: ETANOL

Etanol da cana (Brasil) Etanol do milho (EUA)

Processo Bioquímico

. O álcool é obtido após a fermentação do caldo ou de uma


mistura de melaço e caldo.

Processo Fermentativo
Biomassa açucarada Biomassa amilácea Biomassa celulósica
(cana, beterraba) (milho, trigo, mandioca) (em desenvolvimento)

Trituração Trituração

Extração por
pressão ou difusão
Hidrólise Hidrólise ácida ou
enzimática enzimática

Solução açucarada fermentável

Fermentação

Destilação

Bioetanol
- CANA CANA X MILHO
Custo - O custo estimado para os produtores brasileiros é de R$ 0,90 o litro.
Rendimento - A cana tem 54% menos açúcar do que o milho, ou seja, 1 tonelada dela
faz só 89,5 litros de etanol.
Safras e estocagem - Pode ser colhida o ano todo sem precisar ser replantada durante 5
anos. Lado ruim: quando cortada, tem que ser moída em menos de 36 horas.
Fermentação - Leva de 7 a 11 horas. Já que as moléculas de açúcar são menores e
mais fáceis de ser quebradas, o tempo de fermentação diminui muito.
Produtividade - Aqui mora a vantagem. Já que a planta ocupa menos espaço plantado,
um hectare rende 90 toneladas de cana e produz entre 7 mil e 8 mil litros de etanol.

- MILHO
Custo - O custo estimado para os produtores brasileiros é de R$ 1,10 o litro.
Rendimento - Apesar de ser mais difícil transformar em açúcar as moléculas de amido,
o milho produz mais sacarose – e álcool. Uma tonelada rende 407 litros de etanol.
Safras e estocagem - Precisa ser colhido 4 meses após o plantio, caso contrário, ele
estraga. Mas pode ficar estocado durante o ano inteiro.
Fermentação - O processo leva entre 40 e 70 horas. A demora é culpa da molécula
gigante de amido que tem que ser quebrada pelas enzimas para produzir o álcool.
Produtividade - Um hectare produz entre 15 e 20 toneladas de milho. Isso dá, no final
das contas, 3 500 litros de etanol.
14) Fermentação

-Tratamento do caldo para destilaria:

. Após tratamento primário, o caldo deverá sofrer pasteurização:


aquecimento e resfriamento imediato.
. Pode passar por um tratamento mais completo – adição de cal,
aquecimento e posterior decantação.

. Resfriamento é realizado em duas etapas:


a) Trocador de calor: caldo quente em contracorrente com o caldo misto
frio – o caldo misto é aquecido e o caldo para destilaria é resfriado (~60º C).

b) Trocador de placas: resfriamento final até ~30º C, utilizando água em


contracorrente.

Livre de impurezas e devidamente esterilizado, o caldo é


encaminhado à DESTILARIA.
14) Fermentação

-Preparação do mosto

. Solução de açúcar cuja concentração foi ajustada de forma a


facilitar a fermentação.
. É constituído de uma mistura de méis e caldo, com uma
concentração de sólidos de aproximadamente 19º BRIX.

-Preparação do fermento

. Processo Melle Boinot – recuperação da levedura através da


centrifugação do vinho.
. Levedura recebe tratamento severo que consiste em diluição em
água e adição de ácido sulfúrico ~ pH=2 (Pé-de-cuba).
. Tempo: 1 a 3 horas, antes de retornar a dorna de fermentação.
14) Fermentação

-Tratamento do caldo para fermentação


14) Fermentação
- Fermentação propriamente dita

. Açúcares são transformados e etanol


segundo a reação:

C12H22O11 + H2O C6H12O6 + C6H12O6

C6H12O6 2CH3CH2OH + 2CO2

Durante a reação ocorre intensa liberação de CO2.


- Fermentação propriamente dita

. Subprodutos: álcoois superiores, glicerol, aldeídos e etc.


. Tempo de fermentação: 4 a 12 horas – processo pode ser
batelada ou contínuo.
. Teor de álcool médio: 7 – 10 % - vinho fermentado.
. Devido a quantidade de calor liberado é necessário realizar o
resfriamento da dorna para manter ~32º C
15) Destilação
. O vinho é centrifugado e passa a ser chamado de vinho delevedurado,
que é enviado para a destilação.

. O vinho além do álcool apresenta água (~90%), glicerina, furfural,


alcoois superiores, acidos acético, succínico, etc.
15) Destilação

. Processo de separação por


diferentes pontos de ebulição das
diversas substâncias voláteis
presentes.

. Produção de álcool hidratado


e/ou anidro.
16) Visita à Usina Ipiranga - Descalvado

. Vestimenta:

- Poucos acessórios
- Calça comprida
- Sapato fechado e baixo, sem salto de preferência.

- Sem brincadeiras, usina é lugar perigoso.


- Local de saída, data e horário a serem definidos.

Visita Técnica – Usina Ipiranga

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