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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA


LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA 3

BRUNA CASSIA DA SILVA


DÉBORA NATHÁLIA FERNANDES FLORINDO
DEBORAH CRISTINA CROMINSKI DA SILVA
ERITON CÁCIO RUFINO SEÁRA
JULYA STEIN SIENA
LARISSA CHMILOUSKI TARACIUK
TATIANE BARBOSA BRETAS

OBTENÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO E DA CONSTANTE DE


VELOCIDADE EM RELAÇÃO AO ACETATO DE ETILA

RELATÓRIO

PONTA GROSSA
2016
BRUNA CASSIA DA SILVA
DÉBORA NATHÁLIA FERNANDES FLORINDO
DEBORAH CRISTINA CROMINSKI DA SILVA
ERITON CÁCIO RUFINO SEÁRA
JULYA STEIN SIENA
LARISSA CHMILOUSKI TARACIUK
TATIANE BARBOSA BRETAS

OBTENÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO E DA CONSTANTE DE


VELOCIDADE EM RELAÇÃO AO ACETATO DE ETILA

Trabalho requisitado na disciplina


de Laboratório de Engenharia Química
3 como avaliação parcial do 8º período
do curso de Engenharia Química da
UTFPR – Campus Ponta Grossa.

Prof.ª Dr.ª Juliana de Abreu


Pietrobelli.

PONTA GROSSA
2016

1
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O procedimento experimental foi realizado para a determinação da ordem de


reação e a constante da velocidade entre o acetato de etila e o hidróxido de sódio,
que reagem de acordo com a seguinte equação química:

Essa reação é chamada de saponificação, onde ocorre a formação do acetato


de sódio e do etanol. De acordo com o roteiro prático, a ordem da reação com relação
ao acetato de etila deve ser de primeira ordem.
No procedimento experimental, o hidróxido de sódio era o reagente limitante
por permanecer em volume e concentração constante ao longo da reação. Enquanto
que o acetato de etila foi adicionado ao longo do tempo no reator em batelada.
Para a determinação dos dados experimentais, a condutividade da mistura
acetato de etila e hidróxido de sódio foi monitorada no reator e anotada ao longo do
tempo. O procedimento foi realizado três vezes para as concentrações de 0,1; 0,06 e
0,02 M de acetato de etila como reagente. O hidróxido de sódio é um eletrólito mais
forte que o acetato de etila, por este motivo a condutividade da reação deveria diminuir
ao longo do tempo devido a adição do éster.
A partir da condutividade das soluções é possível determinar a concentração
de acetato de etila ao longo da reação e com isso realizar os cálculos da ordem e
constante da velocidade da reação. A concentração pode ser determinada a partir da
Equação 1.

(𝜅𝑡=𝑡 − 𝜅𝑡=0 ).103


𝐶𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑡𝑖𝑙𝑎 = 𝑚𝑜𝑙. 𝐿−1 (1)
𝜆𝑂𝐻− −𝜆𝑅−

Onde,
𝜅𝑡=0 = Condutividade inicial da solução de acetato de etila;
𝜅𝑡=𝑡 = Condutividade da mistura acetato de etila e hidróxido de sódio ao longo
da reação;

2
𝜆𝑂𝐻 − − 𝜆𝑅− = Diferença de condutividade iônicas obtida no procedimento
experimental realizado anteriormente (Prática II) para a temperatura utilizada na
reação.
Para o presente experimento, optou-se por utilizar a temperatura de 37°C que
foi monitorada por meio de um termômetro digital no banho do reator. Como na Prática
II foi determinada uma curva de calibração da condutividade em função da
temperatura, é possível determinar a diferença de condutividade para a temperatura
de reação de 37°C. O Gráfico 1 apresenta a curva de calibração obtida no experimento
anterior.

Diferença de Condutividades Iônicas


3,50E+05
𝜆𝑂𝐻 − − 𝜆𝐸𝑡𝑂− (mS.cm2/mol)

3,00E+05

2,50E+05

2,00E+05

1,50E+05 y = 3602,4x + 107154


R² = 0,9983
1,00E+05

5,00E+04

0,00E+00
0 10 20 30 40 50 60
T (°C)

Gráfico 1 - Curva de calibração das diferenças de condutividade iônica em função da


temperatura

Logo, a diferença de condutividade iônica para 37°C pode ser obtida da


seguinte forma:

𝑦 = 3602,4𝑥 + 107154

𝑥 = 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑚𝑆. 𝑐𝑚2 /𝑚𝑜𝑙)


𝑦 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (°𝐶)

𝑦 = 3602,4. (37°𝐶) + 107154

3
𝑦 = 2,40. 105 𝑚𝑆. 𝑐𝑚2 /𝑚𝑜𝑙
𝜆𝑂𝐻 − − 𝜆𝑅− = 2,40. 105 𝑚𝑆. 𝑐𝑚2 /𝑚𝑜𝑙

E a condutividade inicial da solução de acetato de etila (𝜅𝑡=0 ) foi medida


separadamente, a 37°C com o auxílio de um condutivímetro. A Tabela 1 apresenta os
valores de condutividade para cada concentração de reagente utilizada no
experimento.

Tabela 1 - Condutividades iniciais dos reagentes a 37°C

𝜅 NaOH 0,05M 𝜅 EtONa 0,1 M 𝜅 EtONa 0,06 M 𝜅 EtONa 0,02 M


(mS/cm) (mS/cm) (mS/cm) (mS/cm)
12,89 0,0625 0,0532 0,0026

Com isso, as condutividades obtidas ao longo do experimento podem ser


observadas nas Tabelas 2, 3 e 4. A concentração do acetato de etila, obtida a partir
da Equação (1), pode ser verificada nos Gráficos 2, 3 e 4.

Tabela 2 - Condutividades ao longo da reação com acetato de etila 0,1 M

Acetato de etila 0,1 M


T
Tempo 𝐶
Condutividade Condutividade reator 𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑡𝑖𝑙𝑎
(min) (mol/L)
(µS/cm) (mS/cm) (°C)
1 186 0,186 36 0,000513636
2 186 0,186 37 0,000513636
3 184,2 0,1842 37 0,000506149
4 185,2 0,1852 38 0,000510308
5 186,0 0,186 38 0,000513636
6 186,2 0,1862 38 0,000514467
7 186,4 0,1864 38 0,000515299
8 186,5 0,1865 38 0,000515715
9 186,5 0,1865 38 0,000515715
10 186,6 0,1866 38 0,000516131
11 186,8 0,1868 38 0,000516963
12 186,8 0,1868 38 0,000516963
13 186,9 0,1869 38 0,000517379
14 187,1 0,1871 38 0,000518211
15 187,1 0,1871 38 0,000518211
16 187,3 0,1873 38 0,000519042
17 187,3 0,1873 38 0,000519042
4
18 187,5 0,1875 38 0,000519874
19 187,5 0,1875 38 0,000519874
20 187,5 0,1875 38 0,000519874
21 187,6 0,1876 38 0,00052029
22 187,8 0,1878 38 0,000521122
23 187,8 0,1878 38 0,000521122
24 187,9 0,1879 38 0,000521538
25 187,9 0,1879 38 0,000521538
26 187,9 0,1879 38 0,000521538
27 187,9 0,1879 38 0,000521538
28 187,9 0,1879 38 0,000521538

Cacetato de etila 0,1 M


0,000524
0,000522
0,00052
0,000518
Cacetato de etila

0,000516
0,000514
0,000512
0,00051
0,000508
0,000506
0,000504
0 5 10 15 20 25 30
t (min)

Gráfico 2 - Concentração de acetato de etila ao longo da reação, a partir do


acetato de etila 0,1 M

Tabela 3 - Condutividades ao longo da reação com acetato de etila 0,06 M

Acetato de etila 0,06 M


Tempo Condutividade Condutividade T reator 𝐶𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑡𝑖𝑙𝑎
(min) (µS/cm) (mS/cm) (°C) (mol/L)
1 193 0,193 35 0,000581427
2 191,2 0,1912 36 0,000573941
3 190,8 0,1908 36 0,000572277
4 190,2 0,1902 36 0,000569782
5 189,8 0,1898 37 0,000568118
6 189,2 0,1892 37 0,000565623
7 189,2 0,1892 37 0,000565623
8 189 0,189 37 0,000564791
9 188,8 0,1888 37 0,000563959
10 188,6 0,1886 37 0,000563128
11 188,8 0,1888 38 0,000563959
12 188,8 0,1888 38 0,000563959
5
13 188,8 0,1888 38 0,000563959
14 188,8 0,1888 38 0,000563959
15 188,8 0,1888 38 0,000563959

Cacetato de etila 0,06 M


0,000585

0,00058
Cacetato de etila

0,000575

0,00057

0,000565

0,00056
0 5 10 15 20
t (min)

Gráfico 3 - Concentração de acetato de etila ao longo da reação, a partir do


acetato de etila 0,06 M

Tabela 4 - Condutividades ao longo da reação com acetato de etila 0,02 M

Acetato de etila 0,02 M


Tempo Condutividade Condutividade T reator 𝐶𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑡𝑖𝑙𝑎
(min) (µS/cm) (mS/cm) (°C) (mol/L)
1 193 0,193 35 0,000791872
2 192 0,192 37 0,000787713
3 190,5 0,1905 37 0,000781475
4 190,1 0,1901 37 0,000779811
5 189,0 0,189 37 0,000775236
6 188,6 0,1886 37 0,000773573
7 188,3 0,1883 38 0,000772325
8 188,3 0,1883 38 0,000772325
9 188,1 0,1881 38 0,000771493
10 188,1 0,1881 38 0,000771493
11 188 0,188 38 0,000771077
12 188 0,188 38 0,000771077
13 188 0,188 38 0,000771077
14 188 0,188 38 0,000771077
15 188 0,188 38 0,000771077

6
Cacetato de etila 0,02 M
0,000795

0,00079

Cacetato de etila 0,000785

0,00078

0,000775

0,00077
0 2 4 6 8 10 12 14 16
t (min)

Gráfico 4 - Concentração de acetato de etila ao longo da reação, a partir do


acetato de etila 0,02 M

Identificado o equilíbrio da reação, onde a condutividade não se alterou mais


com a mudança do tempo, foi possível calcular a velocidade de reação, a partir do
cálculo da tangente, através da seguinte fórmula:
𝐶𝑓 − 𝐶𝑖
−𝑟𝐴 = (2)
𝑡𝑓 −𝑡𝑖

Onde,
rA = velocidade da reação;
Cf = concentração final de acetato de etila;
Ci = concentração inicial de acetato de etila;
tf = tempo final da reação;
ti = tempo inicial da reação.
As velocidades de reação calculadas para cada concentração de acetato de
etila podem ser verificadas na Tabela 5, a seguir.

Tabela 5: Velocidades de Reação

Concentração rA
do Acetato (mol/L.min)
0,1 M 2,9267x10-7
0,06 M -1,2477x10-6
0,02 M -1,4854x10-6

7
A lei de velocidade trata-se de uma equação algébrica que relaciona –rA com
as concentrações envolvidas na reação, onde as unidades de - rA sempre se dão em
termos de concentração por unidade de tempo. A velocidade de consumo de de A, -
rA, depende da temperatura e composição da solução.
A ordem da reação e a sua constante de velocidade específica podem ser
obtidas pela linearização da equação da velocidade de reação, mostrada a seguir.

−𝑟𝐴 = 𝑘𝐶𝐴𝛼
𝑙𝑛(−𝑟𝐴 ) = 𝑙𝑛(𝑘) + 𝛼𝑙𝑛(𝐶𝐴 ) (3)

Os dados da tabela 5 linearizados são mostrados na tabela 6:

Tabela 6: Velocidades de Reação

Logaritmo da
Concentração ln (rA)
do Acetato
-2,30 -5,64
-2,81 -5,53
-3,91 -6,66

O comportamento da curva linearizada, dados da tabela 6, é mostrado no Gráfico


5:
-4,00
-4,50 -4,00 -3,50 -3,00 -2,50 -2,00
-4,50

-5,00
ln (𝑟𝐴)

-5,50

-6,00

y = 0,696x - 3,8488
-6,50
R² = 0,8458
-7,00
ln 𝐶 (𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑡𝑖𝑙𝑎 )

Gráfico 5 – Linearização da equação da velocidade de reação.

8
A ordem da reação é determinada a partir da equação de reta obtida do gráfico
5, assim como a constante de velocidade específica, obtidas a partir da linearização
da equação da velocidade de reação. Obteve-se um valor de 𝑘 = 0,021. Para uma
ordem teórica da reação de saponificação do Acetato de Etila teria-se um ∝= 1, porém
a ordem encontrada experimentalmente foi de ∝= 0,696, isto pode ser explicado
devido aos erros experimentais cumulativos durante a execusão da prática e falha nos
equipamentos utilizados.

2. CONCLUSÃO

A prática possibilitou o uso de um método de determinação da ordem e da


constante de velocidade para uma reação química, no caso, Acetato de Etila e
hidróxido de sódio. Alguns pontos do experimento podem ser ressaltados como
motivos de erros nos resultados finais, como quando se verifica, pela condutividade,
que a concentração inicial é muito abaixo da concentração inicial real provinda do
frasco do reagente de Acetato de Etila. Verifica-se também, que a primeira
concentração de 0,1M apresentou uma curva com comportamento anômalo, gráfico
2, aumentando a concentração do reagente ao passar do tempo, o que é considerado
inconsistente, pois o reagente é consumido e sua concentração deve
consequentemente diminuir.
Os possíveis erros podem residir principalmente no condutivímetro. Este pode
não estar realizando a leitura correta ou não ter sido manipulado corretamente,
especialmente para o experimento com a concentração de 0,1M. Outra hipótese
apontada pode residir no não fechamento imediato das válvulas após a solução estar
no reator, o que provocaria um refluxo. A agitação pode também ter influenciado na
formação de regiões de heterogeneidade, assim como ilhas de calor devido a geração
de aquecimento.
Posto isso tem-se então determinado as variáveis indicadas no decorrer do
relatório, assim como as possíveis variáveis de interferência na obtenção dos
resultados.

9
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOGLER, H. Scott. Elementos de engenharia das reações químicas. Rio de


Janeiro: LTC, 2013.

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