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Tarefa 4.

2 – Revisão da Literatura

Bruna Schleder da Silva

OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

A falta de conhecimento sobre a legislação e de planejamento urbano são os


principais motivos para o abandono, a poluição e ocupação ilegal de Áreas de
Preservação Permanente (APPs). A criação de leis e decretos tinha como objetivo
proteger os corpos d’agua, criando uma faixa de vegetação no seu entorno, porém,
com a intensa urbanização que vem acontecendo ao longo dos anos, as prefeituras
devem buscar no planejamento soluções sustentáveis para integrar as Áreas de
Preservação Permanente (APPs) na malha urbana. A intervenção de baixo impacto
é uma solução para essa integração, criando espaços públicos que melhoram a
qualidade de vida e protegem o meio ambiente.
A criação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) tem como função
proteger os corpos d’agua, evitar a poluição, possibilitar a permeabilidade do solo e
ajudar no desconforto térmico urbano. Contudo, nota-se que há um abandono das
áreas pela sociedade e poder público, sendo possível encontrar acumulo de lixos,
que pode causar alagamento com as cheias, construções ilegais e deterioração da
vegetação. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente a manutenção das Áreas
de Preservação Permanente (APPs):

“[…] possibilita a valorização da paisagem e do patrimônio natural e construído (de


valor ecológico, histórico, cultural, paisagístico e turístico). Esses espaços
exercem, do mesmo modo, funções sociais e educativas relacionadas com a
oferta de campos esportivos, áreas de lazer e recreação, oportunidades de
encontro, contato com os elementos da natureza e educação ambiental (voltada
para a sua conservação), proporcionando uma maior qualidade de vida às
populações urbanas, que representam 84,4% da população do país.”
O primeiro Código Florestal brasileiro foi implementado em 1965, ao londo
dos anos, leis e decretos foram instituídos para tratar sobre Áreas de Preservação
Permanente (APPs). O Código Florestal (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012), art.
4°, considera Área de Preservação Permanente (APP) “[…] as faixas marginais de
qualquer corpo d’água natural perene e intermitente [...]”. Para regulamentar a
intervenção em Áreas de Preservação Permanente (Apps) foi instituída em 2006 a
resolução do CONAMA n°306, possibilitando aos órgãos ambientais competentes
“[…] autorizar a intervenção ou supressão de vegetação [...] para a implantação de
obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social[…]”. A
legislação vem sendo alterada, permitindo aos municípios incluir as Áreas de
Preservação Permanente no planejamento urbano, como espaços de lazer
comunitário.

A intervenção urbana de baixo impacto oferece uma alternativa aos


municípios para conservar as faixas de preservação permanente e os cursos d’agua.
Gorski (2010) analisou diversos casos de intervenção e constatou que houve,
retirada de invasões, a criação de espaços públicos de qualidade para a população,
a recuperação de vegetação nativa, a melhora na qualidade da água, entre outras
mudanças positivas. Gorski (2010) ressalta que o planejamento de parques urbanos
em Áreas de Preservação Permanente (APPs), são incorporadas nas agendas de
municípios e podem ser realizadas com ajuda de programas governamentais e
parcerias com o setor privado, possibilitando sua implantação.

Analisando o que foi apontado, a proteção das Áreas de Preservação


Permanente (APPs) deve estar sempre em pauta nas discussões de planejamento
urbano. Um bom estudo da legislação e de casos bem-sucedidos são diretrizes para
a ocupação das áreas tendo como objetivo o equilíbrio entre qualidade de vida da
população e proteção do meio ambiente. Porém, mesmo estabelecendo diretrizes
baseadas em casos bem-sucedidos, o planejamento deve atender a singularidade
do ambiente porque as áreas estão inseridas na malha urbana, assim o espaço
criado vai possibilitar um ambiente sustentável.
REFERENCIAS

BRASIL. Lei n. 12.651, de 25 de mai de 2017. Dispõe sobre a proteção da


vegetação nativa.

BRASIL. Resolução n. 369 , de 29 da mar de 2006. Dispõe sobre os casos


excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que
possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação
Permanente-APP .

GORSKI, Maria C. B. Rios e cidades: Ruptura e Reconciliação. São Paulo: Senac


São Paulo, 2010.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Áreas De Preservação Permanente Urbanas.


Disponível em:<http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/areas-verdes-urbanas/
%C3%A1reas-de-prote%C3%A7%C3%A3o-permanente>.

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