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aoe ery NOME: CURSO: TELEFONE: E-MAIL: OBSERVAGOES: TURMA: Vv ‘ator: André Olvera de Guadalupe, Eas Avancini de Brito, Esther Pereira Sivelra Rosado, Gilberto Elis Selamo, Guilherme Aul cio Bastos org, Marcelo M guel Martins Paliston, Marco Alberto de Faia Pres, Murio Medici Navarre Cruz, Nicolau arbex Sars, Renato Alberto Rcriguss (Tio), Renato Gomes de Carvalho, Roctigo Fulanclo Mauro, Umberto César Chacon Malana Diego geral: Nicolau Rrbex Sark. Geréncia editorial Jodo Carlos Pugh ‘oordenagto de edi téeniea: Wari L. dos Santos. fiber, lilo técnica: Equipe de edtores vécnicos da Editors Pliedro, ‘wordenagto de produgso edtoral: Lua Scherrer dos Santos. Analsta de produdo editorial: Caudia Moreno Femandes. igo: Equ pes de edie30a Eatora Polesro. ‘oordenacio de revisio: Marana Castelo Queites Revisdo: Equipe de revise da EditoraPoliedro. ‘oordenagio de ate: Kleber S.Pertela = Wlington Paul. Dlagramagdo: Equipe de arte da Eltora Poiedro lustragbes:Equpes de ustragBo ede arte d3 Ettore Pole. Projeto grifcoe capa: Aexanire Moreira Lams e Patricia Anarecda Monteiro, ‘ordenador de PCP: Anderson Foo Core Impressio e acabamento: Nywarat A Eultera Paliecto pesquisau junto as fontes aprepriacas & existéncia de eventual detentores dos detos de todos os textos «de todas a bras de ates pléscas presents nesta bra, sondo que sobre alguns nerhurra referéncia fol encentada. Em caso de miso, ivoluntiria, de quasquer crédito faantes, estes ser90 incldos nas Fras sigs, ettando ands, reservados os deitosreferdos noe arts, 2879 dal 610/98, POLIEDRO SISTEWADEERSRIO So lout dos Campos ~sP IBaN: 97885-7901-075-0 Teletae (12) 3924-1616 estora@stzmapaiedra come ‘wn sisterapcliedracom.b¢ Copyright © 2017 Todos os direitos de edo reservados &Editora PoBedro CARTA AO ESTUDANTE Prezado estudante! Assistr as aulas com atengao uma das estratégias importantes para se adquirirconhecimento, Ao ler, escutar o professor e observar os recursos que ele usa em sala, voc@ absorve uma grande parte do contetido oferecido. E, além disso, para que um conceito ou uma teoria sejam apreendidos de maneira efetiva, vale 2 pena estudar com determinacio, resolver exercicios e simuladas, bem como discutir 05. ‘onceitos com seus colegas e demonstrar em grupo o que aprendeu ou mesmo tentar ensinar alguém, pols, compartilhando, aprende-se ainda mals, Para manter.se atualizado ‘Uma das principais caracteristcas de muitas provas e, também, do Enem & a contextualiza¢do, ou seja, ‘muitas vezes, os conteidos teGricos exigidos expdem fatos docatidiane e assuntos atuals. Por isso, € impor- tante estar sempre atualizado com o que acontece no pais e no mundo! Outta pattcularidade de muitas avaliagbes & a grande quantidade de textos a serem lidos nas questdes; portanto, quanto mals habstuado \vocs estiver a lere interpretar, maior seré a sua faiidade em resolver os itens dos exames ‘Acorreria do diaa dia e até mesmo o uso das redes socials nas hora livres podem ser conciliados com leituras e pesquisas que visam apenas 20 lazer e aquelas cue contém datos relevantes sobre politica, eco» nomia, saciedade e informacées atuais 4 revista mensal Lela Agora, dsponivel no Portal Edros~ um site ex: dlusivo para voe® , traz uma diversidade de canted e reflexbes sobre os principals assuntos em discussio na sociedade contemporsnea, noticias selecionadas e artigos interessantes que contvibuem para ampliar sua \isio de mundo e seu olhar erica. Dicas culturis e entrevistas cam profisionsis de vitias éreas tambam fa- zem parte da publicacSo e so um convite 3 mals para vocé expandir seus confiecimentos, enquanto desfruta de uma leitura descontrafda © agradivel LEIAYAGORA | LEIAYAGORA | LEIAYAGORA | _LEIAYAGORA ar: Para garantir uma boa redac3o ‘A prova de Reda¢do €, inciscutivelmente, uma das mais importantes dos vestibulares, Por essa razio, além de aulas regulares dessa eisciplina ~ nas quals os professores clscutem sobre estrutura disertativa, gneros textual © possiveis temas, fundamental escrever as redacbes semanals, que sfo devolvidas com corres e comentirios, Aprovelte os Balcdes de Redagdo, também disponfvels no Portal Edros para essa finaidade! Siga essas dicas, mas lembre-se: cada aluno é tiie. Portanto, vac® & quem deve optar petas melhores cstratégias! Sistema de Ensino Poliedro » > ROTEIRO DO ALUNO Vv TETRAEDRO ® > °» | yar Linguagens, Cédigos e suas Tecnologias Eons Miminaneer car) ra fae si ta va hau ‘Aus 37 38 a ‘Aadas 37238 Fs S Ab. s So uaweo. a S usaee a 2 uae gitue pare an B iisaeu Bass Eien tse rr Eis Atsiell Asset 8 hh | gar Matematica e suas Tecnologias of f ret) 2 se pase 8 ow Aisiieco 10 im Adsiiet0 6 0 @ tdvced.... a0 Bicnw 8 Bocca dice aD 2 © edue a edusels a % adnces uD aba BS hie a Ciéncias Humanas e suas Tecnologias anan ed ab Edo | hb Eta hat yo) Pa tudo sae. 180 bs37e38. 180 Abs 37238. 18 37 8 Ms... 188 ey Ms eM... 1 ce Mbste. ey ba mu i MesteR.. i Mba 7 : bs eR... 18 : bse M0... 25 Abs elt.... 188 aba. 9 Abs Bel... 192 Asta... 219 SS sabsises we bse 1 © abeses. 6 SS sabsacess 20k re a bse 86 167 Abs te. sta 28 Abas 6 As tes8... IM a wae Giéncias da Natureza e suas Tecnologias + a ito 26. isto ek too Ais a DA Abe at Abe psn 3 aiueo. ae % aiszsu..27 2 rasa 2 suo me 2 xmaeo. om tases 80 E vbsceu m3 EB abso... a dee 8 Mbp e6.a Absit Abs eam 2 to 2a ba te ba Ads 723 8D Abs et an Abs 2803 Ty tas 8 GMs seu, ML wis tien. cl Boise. fice BM E sdusex am E soe an EB ausuew as Ase Abs 5a Absew 8s oh tts 7 Ab i ve wb tt As 3D be Abe a Fo tdsxe a abe as % vbxen a9 § tiscea. a f Meare. f wun... B dase a EB seoeu a 2 essa os bse Abs etal Adee 3 Absoew 5 > , e TABELA DE HORARIOS > ° ® HORARIO {sec J rer { qua | qui [sex J sds | pom | INTERVALO INTERVALO Pane Z Z Z Z zZ Zz Z Z Zz zZ Zz Frente 1 Aulas CO estudo das regras de pontuagao pressupte 0 conheci- mento da sintaxe. Para isso, 0 aluno deverd rever os perio- dos simples © composta, Os exames modernos tém tra- balhado com questies que envolvem a interpretagao © 0 conhecimento das regras. = Tipos de pontuacao 16 trés tipos de pontuagso: a}. Sinais que indicam que a frase nao foi canclutda: + Viegula(,) + Travessio(~ + Parénteses (( )) + Ponto virgula | :) * Dois-pontos (:} b) Sinais que indicam 0 término do discurso ou parte ele + Ponto simples (.) + Ponto parégrafo |.) + Ponto-final(.) ¢}__Sinais que indicam intengao ou estado emacional + Ponto de interrogagio ( 7) + Ponto de exclamagaio (!) + Reticéncias (..) Exemplo do emprego estilistico da pontuaczo: “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste 0 senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-ias, muita vez desperto Eabro as janelas, pélido de espanta Clavosilac. “Via Lites" * Virgula Regra geral | A associacao ligica entre as palavras pode ser conce- bida como um critério (regra) geral: se entre duas palavras vizinhas no houver virgula, ¢ porque esto em relagdo, em associagao logica (AB); todavia, se entre elas houver uma virgule, € porque no esto em associagao. Em suma 8 PORTUGUES | TETRA III PONTUACGAO + AB =hdassodaciolbgica ~Assisti a uma pega linda, ® ©) (linda ¢ a pec, Ae B esto em associacao} io hd associacéo logica ~Assisti a uma pega, linda wa) (linda é 0 interlocutor, A € 8 no esto em associagao} ‘A regra geral descrita explica a auséncia da virgula en- tre certos termos da oragao, por exemplo: a) Nao ha virgula entre sujeito.e predicado, pois estiio.em associagao logica bb) Nao ha virgula entre verbo e objeto, pois estdo em as- sociagio logica, ©) Nao ha virgula entre © adjunto adnominal eo nicleo, pois esto em associacio logica, d) Nao ha virgula entre onome (substantive abstrato, adje- tivo ou advérbio) e 0 seu complemento, pois esta em associagtio légica Por ser uma regra geral, convém observar asdemais regras, Regra geral II A intercalacao também seré tratada como regra geral, Por isso convém abservar algumas excecbes ~ as oragbes subordinades adjetivas restritives intercaladas, por exem- plo, no recebem virgula (vide item das subordinadas no Caderno 2}. 4 intercalagdo pode ser traduzida como uma interrupsdo sintatica; a ordem natural [sujeito + verbo + objeto (+ adjunto adverbial] tem sus sequéncia interrom- pida por uma palavra, expresso, oragao etc Se retirarmos o termo intercalado, a sequéncia natural serd recuperada 0 termo intercalado recebera duas virgulas (uma antes e utra depois). Veja 0s principals casos: 1 conjuncao intercalada Nao trabalham; querem, todavia, ganhar muito, 2. adjunto adverbial intercalado: Vi, na semane passada, o fogo amigo. 3. oragdo intercalada = José, disse 0 artesio, vocé ja morreu para 0 povo! 4. aposto explicativo intercalade: Alo Rebelo, « deputado camunista,folpresidente da UNE. 5. predicativo do sujeito: Oambiente, tenso e tétrico, expulsava os convidados, 6. expressties de cardter explicativo: As palavras, por exemplo, sso eternas, = Emprego das reticéncias As reticéncias so utilizadas para indicar pensamento incompleto, omissdo de partes de um texto, interrupgdo da fala ou do pensamento, hesitacéo da personagem, interrup- co da narrativa a fim de que. leitor dé asas a imaginacéo. = Emprego dos parénteses Os parénteses so empregados para indicar, princi- palmente, um comentario, ura reflexéio, uma informacio acesséria, uma explicagao, uma observacio, uma nota emotional. Observa-se, ainda, 0 seu emprego em referén- clas a datas, indicagées biblingréticas e indicagbes cBnicas, = Emprego do travessao Otravessio ¢ indicado para introducir o discurso direto, para isolar palavras ou frases, para realgar uma concly- so, para substituir as virgulas em frases e expresses de cardter explicativo, sobretudo se o periodo jé contiver um bom numero de virgulas. ot i po he EXERCICIOS DE SALA 1 Uema 2015 Leis com atengio o pardgrafo que segue. Nele a linguagem empregada pela autora foge dos padres dda norma culta (0s sinais de pontuagio praticamente esto ausentes, assim como alguns acentos grificos). Verfique: “Quando eu era menina o meu sonho era ser homem para defender o Brasil porque eu lia a Historia do Brasil e ficava sebendo que existia guerra, So lia nomes masculinos como defensor da patria, Entdo eu dizla para a minha mies” Reescreva o referido pardgrafo, pontuando-o adequada- mente, mantendo as relagées légicas existentes entre os periodos. Fasa as adaptacées necessdrias, prescritas pela norma-padro. Emprego das aspas No inicio no fim de uma citagao; Para indicar um estrangeirismo; Para indicar um neologismo; Para enfatizar © valor significativo de uma palavra; Para indicar uma ironia da enunciagao = Emprego dos dois-pontos 0s dois-pontos podlem intraduzr 0 discurso direto, um comentario, um esclarecimento, uma enumeraggo. Em re- querimentes, colocam-se os dois-pontos (ou a virgula] apés o vocative. = Emprego do ponto e virgula © ponta e virgula, segundo Celso Cunha, 6 um sinalin- termediéria entre a virgula © 0 ponto; equivale a um ponta reduzido ou a uma virgula mais alongada. Veja alguns em- pregos: 1. Separar oragées de mesma natureza, que possuem certa extensio; 2. Separar partes do periado, que se apresentam subdivi- didos por virgula; 3. Separar uma enumeragao de itens (istas, leis, decretos, portarias etc), PORTUGUES | TETRAII 9 a ¢ ©} 2 Unifesp 2015 \Vocé conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Uma organizacéio néo governamental holandesa est propondo um desafio que muitos poderdo considerar impessivel ficar 99 dias sem dar nem uma *olhadinha” 10 Facebook. 0 objetivo é medir 0 grow de felcidade dos usuarios longe da rede social 0 projeto também é uma resposta aos experimentos psicoldgicos realzados pelo préprio Facebook. A diferenca neste caso é que o teste é completamente voluntaro. rronicamente, para poder particiar 0 usuério deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar um contador a rede social 05 pesquisedores iro avaliar 0 grau de satsfacio & flicidade dos participantes no 33° dia, no 66% © no dha da abstinéncia, 0s responséveis apantam que os usuarios do Facebook gostom em medio 17 minutos por dio na rede social. Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equivatente a mais de 28 horas, que poderiom ser utiizados em “atividades emocionaimente mais realieadoras’ timo Disponivel em: . (Adopt Considere o enuncisdo a seguir: “1 ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook" (1. pardgrafo) “{..1 que paderiam ser utilizadas em ‘atividades emacional mente mais realizadoras” (&® pardgrafo) Nos dois trechos, utilizam-se asasnas, respectivamente, para A indicar 0 sentido metaférico @ marcer a. fala coloquial B_ enfatizar o discurso direto e marcar uma dtagao. © marcar © sentido pejorativo enfatizar 0 sentido metatérico. assinalar 2 ironia e indicar @ fala de uma pessoa E realcar © sentido do substantivo © indicar uma transcriglo 10 PORTUGUES | TETRA III Utilize © antincio publicitério a seguir para responder & questo 3. cow PNY Seay NAO ESPERE. NAO ESPERE. PetdeoMau ats 1h 7: eras ACEITO. ‘OBRIG Peso} i 3 insper A alternative que apresenta uma afirmacdo des cabida é A Apenasnoprimeiroparde frases. virgula fol empregs da para ndiear pausanaletura 8 Nosegundo par de frases, a palavra“s6" um advérbio nas duas ocorréncias € No terceiro par de frases, ainclusto de virgula implica a aceitagao espontanea de algo. D No quarto par de frases, a palavra “juiz” isolada por virglas exerce a fungio sinttica de vocative & Nowkimo par de frases, oadvérbio “nc” refere-se 20 4 EMG 2015 “Crudis convencées nos convocam: estar em forma, ser competente, ser produtivo, mostrar servico, prover, pagar, € ainda ter tempo para ternura, culdados, amar O curso da existéncia cameca a ser para muitos uma ameaga real. A sociedade & uma mée terrivel, 9 vida um corredor estreito, 0 tempo um perseguidor implacdvel: belos e competentes, ou belos ou competentes, atordoodos entre deveres e frestas estreitas demais de liberdade ou sono. és construimos isso. 56 no previamos as corredeiras, os gargantas, os redemoinhos, a noite Id no fundo dessas éguas. £ quando toda a competéncio, a eficiéncia, 0 poder, se encolhem & fieamosnus, es6s, na nossa rdgil moturidade, soba império dos perdas que comesam a se apresentar sem ceriménia.” LUET, 2014, p79 Em gramaticas e em manuais de lingua portuguesa, cos- tuma-se recomendar o uso da virgula para indicar @ elipse (omisso} de um verbo, como neste exemplo: “Ele prefere filmes de suspense; a namorada, filmes de aventura’ Com base nessa regra, seria necessério alterar a pontuacao, da seguinte passagem: A. *Cruéis convengies nos convocam: ester em forma, ser competente, ser produtivo, mostrar servigo, prover, pagar € ainda ter tempo para temnura, cuidados, amor” B “Rsociedade 6 uma mie terrivel, a vida um corredor es- treito, o tempo um perseguidor implacével |)" C “56 nfo previamos as corredeiras, as gargantas, os re- demeinhos, a noite 14 no fundo dessas aguas.” D_ “€ quando toda a competéncia, a eficiéncia, 0 poder, se encolhem e ficamos nus, e sés, na nossa fragil ma- turidade [J Aulas 37 e 38 5 IME 2016 Marque a op ao em que o uso de virgulas se- ‘Bue uma regra diversa da que foi aplicada aos demais casos. A. ‘Ragua, substancia com a férmula molecular H;0, foi a substéncia quimica responsdvel por muitas mortes nas nnossas praias”(..) (texto 1, 62 pardgrafo) "Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do Ii- \vro O marketing depois de omanhé (Universo dos Li- vos, 2007), afirma’ (.) {texto 2, 3° pardgrafo) C "Hd 0 habito de utilizar a expresso “substdncia quimi- ca” para designer substancias sintetizadas, imprimindo- -lhes um ar perverso, de substancia maldita” (texto 1, 52 pardgrafo) D_ “Eu, filho do carbono € do emoniaco, (..] (texto 4, verso 1) E _ “Silvania Sousa do Nascimento, doutoraem didatica da ciéncia ¢ tecnologia pela Universidade Paris Vie pro- fessora da Faculdade de Educagio da Universidade Fe- deral de Minas Gerais (UFMG), enxerga” (..) (texto 2, 22 pardigrafo) 6 Ibmec Compare estes periodos: L_Osinvestidores que temiam ser vitimas da crise global financeira abandonaram © mercado de ages. IL Osinvestidores, que temiam ser vitimas da crise global financeire, abandonaram 0 mercado de ages. Arespeito do emprego de virgulas, é CORRETO afirmar: A Em, aauséncia de virgulas cria o pressuposta de que ainda hd pessoas investindo na Bolsa de Valores 8 Emll,apresenga de virgulas indica que somente alguns Investidores temiam ser vitimas da crise financeira CA anélise dos periodos permite afirmar que as virgulas 1tém apenas a fungo de demarcar pausas na leitura D__ Em, subentende-se que todos os investidores deixa~ ram de aplicar seu dinheiro no mercado de ages. Em Il, as virgulas foram usadas para destacar a ideia de restriggo, presente na oragao subordinads adjetiva, es a GUIA DE ESTUDO. Portugués | Livro3 | Frente 1 | Capitulo 13 L Leia aspaginas de 7 912 I Facaoseverciciosde 1.25 da seco “Revisando". IL Faca os enercicios propostos 3,5, 10, 13, 1724, PORTUGUES | TETRA IL Frente 2 [estas aulas, serd estudada a colacagao dos pronomes. bliquos atonos. A dificuldade do brasileiro ocorre, sobre- tudo, no emprego da meséclise (rara na linguagem oral) no uso da énclise (em fungao de os critérios fonéticos festarem mais ligados 20 portugués de Portugal). Quanto 8 prédise, mesmo em situago informal, o brasileiro erra muito pouca Observe 05 exemplos a seguir: —Me passa o cinzeira, (coloquial) —Passarme o cinzeira, (culto) 0s pronomes obliquos atonos s30 0s seguintes: me, te, se, 0, a, he, nos, vos, 05, as, thes. As trés posigdes de colocacdo dos abliquos so: a) prédiise: antes do verbo. Nao me avisaram do ocorrido. b) meso Dor-te-ei pérolas de geleia ©}. @nclise: depois do verbo, Diz-mequem és, criatural jeio do verbo. = Emprego da préclise A gramiti normativa toma coma sits a ceomn- Gia de determinades elementos gramatiais pera que hea a préclise. Seguem os elementos gramaticais que atraem 0 bronome para antes do verbo: a) particula negativa e pronome indefinido; b) pronome relativo e conjungao subordinativa; ¢] pronomes demonstrativos e advérbios; Obs: Se © advérbio for seguido de pausa, teremos a enchse d) oracGes interrogativas e exclamativas (optativas); 2) genindio e infinitivo flexionado precedidos de preposicao. = Emprego da meséclise A mesédlise 56 & possvel com o futuro do presente e com 0 futur do pretérto; 0 feto de ser futuro, contudo, no garante a mesddise, E preciso observar alguns fatores: 12 PORTUGUES | TETRAIII COLOCAGAO PRONOMINAL 2) com o futuro do presente N30 precedido de palavraatrativa _(negacao, advérbio etc ), no inicio do periode ow da oreo, 0 fu- turo do presente exigira meséclise — Entregar-te-ei os meus pulmdes para que grites. b) com o futuro do pretérito No precedide de palavra (negacio, advérbio etc), no inicio do periado ou da oracao, 0 fu- turo do pretérito exigiré meséclise — Oferecer-me-ia se me conhecesse. atrativa Atente, todavia, para duas situagées: precedido de palavra atrativa: prodise; 2. no meio do periodo, sem palayra atrativa: prédise ou meséclise. = Emprego da énclise a) Quando 0 verbo € precedido de pausa finicio de perio do, virgule, ponto, ponto e virgula). b) Com infinitiva impessoal: precedido de preposicio ou negasdo, pode haver prédlise ou énclise; a éndlise &, todavia, obrigatéria, se o pronome for o[s) cu a(s),e 0 infinitivo vier regido da preposigio “a” =Comecei a amé-la <)__ Com imperativo 1) Com genindio, desde que nao precedido de preposigao. ® Colocacgado pronominal nas locucées verbais Nao hd Endise ao participio; havendo palavre atrativa, do ¢ possivel a colocacio do pronome no meio da locugo (qualquer que seja a locusao: com infinitivo, gerindio ou participio) + Tenho-o traride sempre + Que se teria passado? Aulas 39 e 40 ye EXERCECIOS BE SALA I$ 1 Lela otexoa seguir Enjim, chegou @ hora da encomendagio e da partida, ‘Sancha quis despedir-se do marido, eo desespero daquele lan- ce consternou 9 todos. Multos homens choravarn também, as mufheres todas. $6 Capitv, amparando a vidva, parecia ven- cer-se a si mesma Consolava a outra, queria arrancé+la dali A confusdo era geral. No meio dela, Capitu othou alguns ins- tantes pare o cadéver to fia, tio opaixonadamente fixa, que no admira Ihe saltassemalgumos légrimas. Machado de Assis. "Capitulo CX Olhes de essa bam Casmurra. 0 span vel em: ewwidom nleputhce goxr? downicad/texo (00180 pat Considere as seguintes afirmagbes: LA ccolocacao do se para antes de despedir (Sancha quis se despedit) no feria a norma para colocagio pronominal ‘em vigor, bem come no alterariao sentido. ILA colocagio da éncise ao longo do excerto ests em con- sonancia com o estilo da époce, jé que atualmente, em linguagem escrita cults, a recomendaggo € a préckse, indlusive quando ocorre o infinitive. IIL Em “que ndo admira ihe saltassem olgumas lagrimas. © pronome Ihe esta nessa posiclo, pois faz a préclise com um conectivo que softeu elipse, oque. Estilo corretas: A apenas| «© apenastelll E todas. B apenasik apenas let 2 verj 2015, Medo e vergonha 1 Omedo & um evento poderoso que toma o nosso corpo, nos pée em xeque, paralisa alguns e atiga a cria- lividade de outros. Uma pessoa em estado de pavor & dona de uma eneraia extra copaz de feitos incriveis. 5 Um amigo nase, quanda era adolescente, apravel- tou a viagem dos pais da namorada para ficar na casa dela. Os pais voltaram mais cedo e, pega em flagrante, nossa Romeu reve a brilhante idea de pular, pelado, do segundo andar. Estd vivo. Tem hoje essa incrivelhistéria 10 pra conta, mas deve se lembrar muito bem da vergonha. ‘Me lembrei dessa historia por conta de outra com- pletamente diferente, mas na qual também vi meu ‘medo me deixar em maus lencois, stave caminhando pelo bairro quando resolvi 415 explorar umas rugs mais desertas. De repente, veio um menina encostado num mura. Parecia um menina de rua, tinha seus 15, 16 anos e, quando me viu, fixou 0 othar e opertou 0 passo no minha diregdo. Nao pestane- Jet Sai correndo, Correndo mesmo, na mais alta perfor- 20 mance de minhas pernos. ‘No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria mesmo me ossaltar. Uma onda de vergonho foi me in- vodindo. Orapaz estava me vendo correr.E se eu tivesse me enganado? E se ele nao fosse fazer nada? Mesmo 25 que fosse. Ter sido flograda na meu medo e preconceita daquela forma jd me detwava numa desvantagem ful- minante. No sou uma pessoa medrasa par exceléncia, mas, naquele dia, 0 olhar, 0 gesto, alguma coisa no ropa 30 acionow imediatamente 0 motor de minhas pernas e, quando me dei conto, jd estava em disparada, Fui chegando ofegante 0 uma esquina, os motoris- tas de um ponto de téxi me perguntaram 0 que tinha acontecido & eu, um tanto constrangida, disse que tinha 35 ficade com med. Me contaram que ele vivia por ali, to- mando conta dos carres. Fervi de vergonha. (Omenino passou do outro lado da rua e, perceben- do que eu olheva, imitou minha corridinha, fozendo um gesto de desprezo. Tive vantade de sentar na ‘quia e 40 chorar Ele sé tinha me olhado, e resto tinha side pro- duta legitima do meu preconceite Ful atras dele. No cansegui carregar tamanha “bi- gorna pra cosa. "Ei! Ele demorou a virar. Se eu pensava que ele assaltova, ele também ndo podia imaginar que 45 eu pedisse desculpas. tnsisti: “Desculpa!” Ele virou. Seu othar agora nio era mais de ladrao, e sim de professor. Me perdoou com um sinal de positive ainda cheio de desprezo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida. Denise Fraga: Disponivel en: . Bjan. 2013, Jauia: meioriodacakade; *bigoma: boo de ferro para confecrso de instrumentos A crénica é um género textual que frequentemente usa uma linguagem mais informal e préxima da oralidade, pou- co preocupada com a rigidez da chamada norma culta Um exemplo claro dessa linguagem informal, presente no texto, est em A “0 medo é um evento paderoso que toma 0 nosso cor- 0," 1-2) B "Me lembrei dessa histéria por conta de outre comple- tamente diferente,’ (I 11-12) PORTUGUES | TETRAI 13 ulas 39 e 40 C “De repente, velo um menino encostado num mura” (115-16) D_ “ele também no podia imaginar que eu pedisse des- culpas” (1 44-45) 3 Fuvest 2015, © operdrio no mar ‘No rua passa um aperério. Como voi firme! Nao tem blu- .23.No conte, no drama, ne discurso palitico, 0 der do operério ssté na sua blusa azul, de paro erosso, nas mé0s grossas, nos és enarmes, nos desconfortos enormes. Esse é um homem comum, apenas mais escure que os autas, cam uma sign- {feacto estranke no corpo, que carrega designios e seqredos Para ande vei ele, panda assim ta firme? No sei. A fébrica {cou lé ards. Adiante & 6 0 campo, cam algumas érvares, 0 randle andincio de gasofina americana e osfos, osfios os_fios O.operdrio ndo Ihe sobra tempo de perceber que eles levame trazem mensagens, que contam da Rissa, do Araguaio, dos Estodos Unidos. Nao ouve, na Camara dos Depustados,o lider aposiconista vaciferando, Caminha no campo e apenas repa- raque ali corre égua, que mais adiante foe calor Para onde vai 0 operério? Teria vergonha de chamdé1o meu irméo, Ele sobe ue nao é, nunca foi meu irméo, que ndo nos entenderemos runca. E me despreza...Ou talvez seja eu préprio que me des- preze a seus clhos. Terke vergonha vontade ée encaré-lo: uma fascinacdio quase me abriga a pular a jarela, 9 cair em {frente dele, sustar-he 9 marcha, pelo menos implorarine que “uste @ marcha. Agora esté caminkande na mar Eu pensava ae isso fossepriilégio de alguns santos e de navios Mas nfo fhd nenhuma santidade no operério, endo vejorodas nem hé- {ces no seu compo, aparentemente banal. Sinto que 0 mar se acovarou e dewowo passar. Onde esto nossos exércitas que no impediromo milagre? Mos agora veo que 0 operério esta cansado e que-se molhou, ndo muito, mas se molhou, epeixes sscorrem de suas maos. Vejo-o que se volta e me dirige um sonrso timid. A palidez e confusto do seu rosto sGo a pré- pia tarde que se decompée. Daqui a um minuto serd noite e estaremos irremediavelmente separados pelas crcunstincias atmosféricas, eu em terra firme, ele no meio do mar Unica & precérioagente de igacée entre nés, seu sorriso cada vez mais {fio arravessa as grandes massas liquidas, choca-se canta as formasdes salinas, as fortalezas da cost, as medusas, atra- vessa tuto e vem beijar-me o rosto,trozer-me uma esperanca dle compreenséio. Sim, quem sabe se urn dha ocompreenderei? Carlos Drummond de Aneads.Sentimento do mundo Dentre estas propostas de substituiggo para diferentes tre- chos do texto, @ Unica que NAO esta correta de ponto de vista da norma-padrio &: 14 PORTUGUES | TETRAIII A. “Para onde vai ele, [..]?” = Aonde vai ele, [..]? B “0 operéria nfo Ihe sobra tempo de perceber” operdrio no Ihe sobra tempo de perceber. © “Teria vergonha de chamd-lo meu irméo" = Teria ver- genha de chamavto de meu irméio. D_ “Tenho verganha e vontade de encarso" = Tenho ver- gonha e vontade de 0 encarat E “quem sabe se um dia o compreenderei” ‘um dia compreenderet-o. Juem sabe Ver} 2014 Observe que, nos fregmentos abaixo, 0s pro- omes 0 € elas desempenham a mesma fungao sintética objeto direto. a) Soprou-o de lave, ele encalheu-se e vergoun corpo para lade do sopro, coma faz uma pessoa na ventania, b). Ser que quem manda elas olha para nés coma Deril estava olhando para 0 lowa-deus? Explique a diferenga de formas entre os pronomes, com tuase na diversidade de usos da lingua. Reescreva integralmente cada construggo sublinhada, de modo que o item a passe a ter a forma caracteristica de b, © b passe a ter a forms caracteristica de a. 5 Mackenzie A colocacao pronominal esta corretamente empregada 1. Um vento pesado e vagaroso soprava, me arrebentan- do os timpanos. IL Nada se conhece sobre a situagao econémica do pais. IIL Uma tosse rouce quebravs o silencio; se erguia, em se~ guida, um risco curt, IW. Ele ndo conseguiu saber o que o despertara daquele sono profunda, A. nasoraches le D nas oracdes le I. nas oragbes Ile IV E nas oragdes |e Ill Cem todas as oragtes. \4> GUIADE EsTUDO Portugués | Livro 3 | Frente 1 | Capitulo 14 1 Leia as paginas de 26 a 28, IL Faca osexercicios de 1a 3, 9 10da seco “Revisando” IL Faca os exerciios propostos 2, 14, 19,20, 22,23.¢ 25. ORTOGRAFIA Na maioria das vezes, oerro de ortografia nao interfere na mensagem, porém prejudica a imagem do enunciador, pois € bastante perceptivel. A melhor forma de estudar & por meio de exercicios de fixagia. O aluno pode, inclusive, refezer os que foram resolvidos em sala de aula, visto que a memorizacdo € necesséria Quando possivel, deve-se utili- zar 0 raciocinia: se “andlise” & com “s", “analisar” também ser (o radical da palavra primitiva possui "s") = Nomenclatura Sindnimos: palavras que se assemelham no sentido. Ant6nimos: palavras que se opdem quanto ao sentido, Homdnimos: palavras que possuem 0 mesmo nome; denominam-se hamdnimos perfeitos 05 vocsbulos {que so iguais no som (homéfonos) e iguals na escrita (homégrafos) Heterénimos nomes diferentes atribuides @ uma mesma pessoa. Parénimos: palavras semelhantes no som e/ou na escrita (caca/cassa), = A Reforma Ortografica Resumo basico: regras do hifen + Com prefixos, use-se sempre o hifen diante de palavra iniciada por A: anti-heroico, proto-histéria, super-ho- mem, ultra-humano. Excegio: indbil (a palavra hdbi perde 0 h) + Nao se usa o hifen quando o prefixo termina em vo- gol diferente de voga! que inicia © segundo elemento; aeroespacil, agroindustrial, antiaéreo, antieducativo, coautor, infraestrutura, Exceo: o prefix co- aglutina-se, em geral, como se- gundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coabrigacto, coordeno. + Nao ha hifen quando 0 prefixo termina em vagal e 0 segundo elemento comeca por consoante diferente de rou s: antipedagégico, autopeca, coprodugio, geopo- tics Excegao: Com © prefix vice-, usase sempre 0 Wien: vice-rei,vice-almirante ete Frente 1 Aulas Nao hd hifen se o prefixo terminar em vagal e 0 se- gundo elemento comegar por r ou s. Nesse caso, dupli- cam-se essas consoantes: antirracismo, antireligioso, antissociel, minissaia, Quando o prefixe termina por voga!, emprega-se o| se 0 segundo elemento comeca pela mesma vagal: an- thimperialista, auto-observaco, contra-almirante. Quando © prefixo termina por consoante, emprega-se o hifen se o segundo elemento comega pela mesma consoante:inter-racial, sub-bibliotecério, super-racista, super-resistente, Excegies: Nos demais casos, ndo se usa o hifen: hiper- ‘mercado, intermunicipal, superinteressante, superpro- tecdo. Com o prefixo sub-, usa-se o hifen também diante de palavra iniciada por r: sub-regido, sub-roga. Com os prefias circum- © pan-, usa-se o hifen dian- te de palavra iniciada por m,n @ vogal circum- navegaga pan-americang, circumemurados Quando 0 prefixo termina par consoante, no se em- prega 0 hifen se o segundo elemento comeca par vo- gal: hiperacidez, interescolar, superamigo, superinte- ressante, Com os prelixos aléi, aguéim, ex, sem, recém, pos, pré: pré-, empregase sempre o hifen: além-timulo, aquém-mar, exaluno, pés-graduagao, préhistéria, pro- -europey, recém-nascido, sem-terra. Com os prefixes pre-e re- nfio se emprega hifen (mes mo se a palavra seguinte comecar por e): preexistente, No emprego dos prefixos ob, ob, ad-, haverd hifen se a palavra seguinte comegar por 6, de r:ad-re- nial, ob-rogar, ad-cigtal Nao se emprega ohifen em palavras formadas por quo- =O que se viu foi um quase delit. = Houve um pacto de nao agressée. PORTUGUES | TETRAI 15 ulas 41 e 42 Com 0 prefixo mal, emprega-se hifen se a palavra se- uinte comecar por vagal, h ou f: makentendido, mal- -humorado, mablimpo, Excego: 0 prefixo bem deve ser separado por hifen sem- [pre que seligar a um elemento que possui existéncia au- tonoma na lingua: bem-aventurado, bem-casado, bem: ducado, bem-vindo, bem-humorado. Mas hé casos mais delicadas, como as gratias bem-feito, benjeito e bem feito. Recomende-se usar benfeito como substantivo, bem-feito como adjetivo, e bem feito como interjeicao, (ex: Bem feito para o José!) Deve-se usar o hifen com os sufixos de origem tu -guarani: acu, guacu © mirim: amoré-guacu, anajé-mi- rim, capim-agu. Emprega-se o hifen para ligar duas ou mais palavras ue formam encadeamentos vocabulares: ponte Rio- -Niterdi,eiko Rio-S30 Paulo. 0 prefixo co- junta-se com o segunda elemento, mes- ‘mo quando este iniciar por ou h (neste caso, corta-se © h) Sea palavra seguinte comecar por rous, dobram- “se essas letras: cosseno, coediter, cofundador, coer ceiro, coobrigacao. 16 PORTUGUES | TETRAIII Uso do hifen nos compostos + Usa-se hifen nas palavros compostas que no empre- gam elementos de ligaglo: guardarchl, arco tofira, porta joins, pio-duro Excego: Nao se usa o hifen em palavras que por- deram a nogdo de composicao, como mandachu- a, Grosso), poraquedsto, poraquedismo © ponte- pé. Entretanto, para-brisa, pora-choque e para-lamo recebem hifen + Use-seifen em compostos de palvrasiguais ov quase is, quar- Jiguais: zum-zum, reco-reco, corre-corre, pingue-pon- gue, tigue-zague, + Usa-se hifen nos compostos em que hé 0 emprego da apéstrofe: pé-d'igua, gota-d'égua + Usa-se hifen nos compostes indicadores de especies animais ou botinicas, com ou sem elementos de liga- do: peroba-do-campo, bem-te-vi, erva-dace, cravo- -da-india, Excegio: Nao se emprega hifen quando esse tipo de composto assume outro sentido, que nao o de origem: olho-de-boi (peixe), olho de boi (selo postal) + Nao se usa hifen em compostos que empregam ele- mentos de ligacdo © que possuem base oracional ponto e virgula, camisa de forsa, cara de pau, pé de moleque, maria vai com as outras, diz que diz, Deus me livre. ExcegBes: 4gua-de-colénia, cor-de-rosa, mais-que-per- feito, & queime-roupa. Observagio: Se no final da linha @ particao de uma pa- lavra ou combinagao de palavras caincidir com o hifen, este deve ser repetido na linha seguinte: Hoje, em todo 0 territorio nacional, conta se com uma grande ajuda dos intelectuais. Aulas 41 e 42 ye EXERCICIOS DE SALA. [$A A i Giéncia explica Testes mastrom que Vinci esta sumindo. Disponel em: 2.0 excerto a seguir fol etrado do poema “A flor do maracujé", de Catulo da Pahdo Cearense lela. Ah, pols entBo eu thi conto, Aeestéria que ouvi conta, A azto pro que nasci branca i roxa, Afr do maracujé L_ Onivel de linguagem empregado eponta para uma ca~ mada social e pera uma determinada regido do pais, Il. Os erros de ortografia devern ser entendidos como uma tradugdo da expressio oral, o que melhor carac- teriza o universo retratada. IIL A transfarmacia do “e” em “i", assim camo a traca do 1" pelo “r", seja em linguagem oral, seja em linguagem escrita, sto marcas de um falante de pouca instrucSo. Esto corretas A apenas | B apenas I apenas! I D apenas I E todas, 3 Fuvest 2015 lela 0 sepuinte test jrnalisico Para para Numa de suas recentes criticas internas, 9 ombudsman desta Folha propds uma campanha para devolver o acento que g reforma ortogréfica roubou de verbo “parar’: Faz todo sentido. (0 que no for nenhum sentido é ler “Séio Paulo para para vero Corinthians jogar” Por ainda que leré terde escrever sca Kfour. Fah oe Soul, 22 set 2014 (adap) a) No primeiro periodo do texto, existe alguma palavra cujo lemprego conata a opinio do articulista sobre a reforma ortogratica? Jusiique sua resposta, b) Para evitar o “para para” que desagradou ao jornalista, pode-se reescrever a frase “Sao Paulo para pare ver 0 Corinthians jogar”, substituindo a preposicio que nela focorre por autra de igual valor sintatico-semantica ou alteranda a ardem dos termos que a compSem, Voc& concorda com essa afirmacio? Justifique sua resposta PORTUGUES | TETRA III 7 ulas 41 e 42 Mie galinha Tente unifarmizar 9 design dos avides sem ouvir os comandantes, 05 controladares de voo, os engenheiras, 0 pessoal de terra, os meteoralogistas e as aeramocas. As turbinas acabartio no lugar das rodas e as asas sairtio do nariz do avido, como bigades. Foi 0 que aconteceu @ Ii gua portuguesa com 0 "Acordo" Ontagréfica imposto pelo Brasil e, até hoje, ndo aceito nem assimilado por Portugat. Hi dias, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, admmitiu que “tolvez tenhamos errado no pracesso de normatizacéo, que teve um cardter tecnicisto e néo envolveu os criadores de todos 0s paises". Exatomente: esqueceram-se de combinar conosco, que lidamas com a lingua nas escolas, nas livros, nos jornais @ na publicidade. Sem necessidade, boniram grofias seculares de Portugal, assim cama a hifen, 0 trema © 0s acentas aiferencials. (..) De que adianta o Yacordo" crior uma escrita comum se os prontincias continuam dife- rentes, otém do particularidade de mithares de conteddos? ‘No Brasil, uma mde quese orgulha dos filhos eos protege & uma mae corvja. Em Portugal, é uma mie galinho. Vé dizer 0s portugueses que eles deveriam mudar isso. (...) Amagia da ingua portuguesa & a de gue, née importa a veriedade de grafias ou pronuncias, ela é sempre compreensivel para 0s que @ falam e leer, sejam portugueses, brasileiros ou ofricanas. "A lingua é viva, e temos a vida inteire pare aper- felcoar 9 Acardo Ortagrafico", disse 0 ministro. Eu néo te- nha. Por isso, nfo aderi.a ele. Continuo escrevendo lingilica €, se quiserem, me corrijam. Disponvel em: (eu) sonhe queele no sonhe gesonhe —(vocé)€——_sonhe > (wore) és sonhemos que nds __no sonhemos sonhamos (nds) sonhemos-> (nds) 6s sonha que vés no sonheis fy SOMA! (VES) sonheis > (vss) lessonmam sone que eles no sonhem (voces) € _sonhem > (voces) Tabela do imperative. ri i ee ae EXERCICIOS DE SALA 1 uEG 2015 Disponivel em: or blegsetrases com b> ‘Acesso em: 24 set, 2014 (apt) Na tirinha, 2 locutora utiliza © imperative verbal para desafiar seu interlocutor a he apresentar uma prova de amor Essas for- mas imperativasapresentam um caso de-variagona pessoa do verbo, tendo a seguinte configuracao: A mate e pega sdo formas de 2 pessoa que derivam do presente do modo indicativo e se correlacionam ao ronome de 28 pessoa tu 8 prova & coloca so formas de 3® pessoa que derivam do presente do modo subjuntivo e se correlacionam ao, pronome de 3* pessoa voce. CC prova e coloca sao formas de 2 pessoa correlaciona- das ao pronome tu; mate e pega séo formas de 3° pes- soa correlacionadas a0 pronome vocé. D mote e pega sio formas de 2* pessoa correlacionadas 40 pronome ty; prova e coloca s0 formas de 3° pessoa cortelacionadas ao pronome voce. 2 UFU 2015 Assinale a alternativa cujo termo em negrito exprime um fato que nffo pertence a um tempo determi- nado. A Em 2014, uma tendéncia se consolidou: pradutas di- gitais esto cada vez mais senda vendidos do mesmo jelto que a maioria das churrascarias serve carne: ern sistemas de rodizio. Mas isso nao quer dizer que 0 mo- delo esteja decidido. (Superinteressante, ed. 34, few 2015, p. 20) B As inovagées dio (lego a civiizacdo: quando um novo asso da ciéncia origina um produto disruptor, surgem mercados que alimentam a economia, (Veja, 3 dez. 2014) PORTUGUES | TETRAI 21 ulas 43 e 44 CC Especialistas tam desenvolvide treinos que ajudam a restaurar 0 equilibrio. A reabilitagzo vestibular, por exemplo, envalve atividades para os alhos e a cabeca que buscam estimular 0 cérebroa lidar com sinais di torcidos que vém da orelha interna. (Mente e cérebro, Ano XXI,n. 265, p. 31) DA busca por inovar, uma capacidade (até onde se sabe) exclusiva do Homo Sopiens, 6 0 motor das engrenagens a civilizaggio. Inovagiies, sempre nascidas para solu- ionar necessidades pulsantes da humanidade, atual- mente levam a transformagies definitivas no modo como produzimes e dio inicio a mudancas profundas nas relacies humanas. (Veja, 3 dez 2014) 3 Fuvest 2016 Leia este texto. tempo personalizou minha farma de falar com Deus, mas sempre termino 9 conversa com um pai-nosso e uma ave-morio bo) Metade da ave-maria é uma saudagdo floreada para, 56 no final, pedir que ela rogue por nds. No pai-nosso, sem- pre seré um mistérie pura mim o “mos” do “no nos deixeis «air em tentagdo, mas livrat-nos do mal’: Me parece que, @ principio, se o Pai néo nos deixa cair em tentagéo, jé estara nos livrande do mal. Denise Fraga Olsponivele: Texto2 Tado dia ela faz tudo sempre igual Me sacade as seis horas da manh ‘Me sorri um sorriso pontual E me beifa com a boca de horteld [..} Chico Suave "Catia! Texto3 Presidente visita omanhi a Estagdo Antartica prensa Nacional. isponive em: “Acess0 om: 15 feu 2008, a) Nos trés textos ocorrem verbos no tempo presente, Entretanto, seu uso descreve as agdes de formas dife- rentes. Compare 0 uso do presente nos textos 1¢ 2, € mostre a diferenca, Faca.o mesmo com os textos 2 € 3 Explique. se BWGE Eek s Com base na parte escrita do antincio, responda a) Qual é a relacSo temporal que se estabelece entre os verbos “conhecer", “oferecer", “proporcionar” e "al- cangar"? Explique. b) O encadeamento narrativo do texto 1 ¢ construido pela alternancia entre verbos no presente € no pas- sado. Justifique a presenca exclusiva do passado no timo pardgrafo, consideranda que se trata de uma transmissiio de jago de futebol. b) Complete a frase impressa na pagina de resposta, fle- xionando de forma adequada os verbos “oferecer”, “proporcionar” e “alcancar”. 6 Fuvest 2016 Examine este antincio de uma instituicio financeira, cujo nome foi substituido por X, para responder a questao 6. Voor Seton into de 2018, Adaptado. > GUIADE EsTUDO Portugués | Livro 3 | Frente 1 | Capitulo 16 Leia as paginas de 59 a 61 ¢ as tabelas de canjugasio.a partirda pagina 66. IL Fagaos everciios de 1 a4 da seco “"Revisando". IL Faas enercicos propostos 2, 3,6, 12, 21.€50. PORTUGUES | TETRAI 23 Frente 1 NNestas aulas, ser8o estudados 0 pretérito per- feito e derivados. © pretérito perfeito, tempo primitivo, & responsavel por Us outros tempos: 0 pretérito mais-que-perfeito do indicative, o pretérito imperfeite do subjuntivo € 0 futuro do subjuntivo. E preciso ficar atento 2 funcionalidade do pretérito perfeito do indicativo (por oposi- lo 20 pretérita imperfeito do indicativo) e & conjugacio do futuro do subjuntiva. O destaque também fica par conta do paralelismo entre os tempos verbs, = Terminacao do pretérito perfeito i | se |u| mos | stes ram bs.: Cuidado com a primeira © a terceira pessoa em| verbos irregulares. = Diferenga entre o perfeito eo imperfeito Joo frequentava a aula, v imperfeito: passado durativo Jodo frequentou a aula v perfeito: passado pontual 24 © PORTUGUES | TETRAIII VERBO II = Derivados do pretérito perfeito Para 0 aluno obter os tr8s tempos derivados do pre- térito perteito, tra-se 0 “ste” da forma verbal da segunda pessoa do singular do pretérito perfeito e agregam-se as desinéncias de cada tempo. Veja os trés tempos @ as res- pectivas desinéncias. 1. Pretérito mais.que-perfeita do indicative: 1ra-ramos-reis-ram (pasado anterior a outro passa- do} Joo jé sentara quando Leo chegou, v (forma simples) Jodo jé tinha sentado quando Leo chegou. v (forma composta) 2. Pretérito imperfeito do subjuntivo: ssensses-sse~ ssemos-sseis-ssem (uma probabilidade no presente, no passado ou no futuro}. Observe a combinacio des- se tempo como futuro do pretérito: Se ele viesse, eu faria a sua vontade. v v (imp. do subj) (fut. do pret.) 3. Futuro do subjuntivo: mres-r-rmos-rdes-rem (uma possibilidade no futuro). Observe a combinagao desse tempo com 0 futuro do presente: Se ele vier, eu foreisua vontade. vou (fut. do subj.) (fut. do pres.) ra: i pe sg EXERCICIOS DE SALA 1. FGVA tinica frase em que o verbo sublinhado esté corre- tamente flexionado é: A Se nosso time reouvesse a autoconfianca, obteriamos melhores resultados, BOs Snimos s6 se acalmaram, quando eu intervi na iscussao. C Dou-me por satisfeito, se corer quinhentos metros & transpor cinco obstaculos D Todas as tardes, ela entretia-se a espiar a rua pela janela E _Qgoverna tem intervide demais na economia, 2. enem 2015 £m junho de 1913, embarqueiparaa Europa a fim de me ratar num sanatério sua. Escalhi de Clava- del, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara {bdo Luso, que ali passara um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sanatd- ro, 1d estivera por algum tempo Antnio Nobre. “40 cair dos folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez 0 meu predileto, esti datodo de “Clavadel, outubro, 1895" Fquei na Suiga até outubro de 1914, Ware Baer. Rei compes poss fe ov Suto 3968 No eeato de memeérae do autor, entre os recursos usados para organiza asequénca das eventosnarrados, destaca-sea ‘A. construgdo de frases cutas a fim de conferir dinamil- dade a0 testa. B_ presenca de advérbios de lugar para indicar a progres- 80 dos fatos © alterndncia de tempos do pretérto para ordenar os acontecimentos. D__indusdo de enunciados com comentarios e avaliagies pessoas. E alusdo a pessoas marcantes na trajetéria de vida do escritor ss \ Er ve 3 Uer} 2015 No hd castelo mais vasto do que a vivendo destes bons amigos, nem tratamento mals obsequioso do que o que eles saber dor ds suas héspedes. Coda vee que D. Camila queria i-se embora, eles pediom-the muito que ficasse, e elo ficava. Vinhom entdo novos folguedos, cavalhadas, musico, dang, uma sucessdio de cousas belas, inventadas com o unico fim de impedir que esta senhora sequitse 0 seu cominta, Icha de ass. Cbra comets Ro de nec ine Agu, 1962 Observe as formas verbal flexionadas do trecho acima: as duas primeiras, hd © sabem, estiio no tempo presente, 20 paso que as restantes esto no tempo pretérito Apresente uma justficativa para o emprego de cada um esses diferentes tempos verbais e reescreva 0 trecho integralmente, passando todas as formas verbais pretéritas para o tempo presente, sem alterar os respectivos modos, pessoas e numeros PORTUGUES | TETRAI 25 ulas 45 e 46 4 vece 2015 ‘Agaragem de casa Com 0 portio enguigado, ¢ num convite a ladrées de livros, 0 goragem de casa fembra uma biblioteca pablica permanentemente aberta para a rua. Mas néo sao adeptos de fiteratura os individuos que all se abrigam da chuva ou do sof a pino de veri Esses desocupados matam 0 tempo Jogando porrinha, ou lendo os jornais velhos que mamde amentoa num canto, sentados nos degraus do escadete com que ela olcanca as prateleiras altos. J6 quando fazem 0 obséquio de me liberar 0 espaco, de tempos em tempos entra para olhar as estantes onde hé de tudo um pouco, em boa parte remessas de editores estrangeiros que tém apre- 0 pelo meu pai. Num reduto de literatura tia sortida, coma bem sabem os habitués de sebos, fascina a perspectiva de ppor puro caso dar com um fivro bom. Ou by serendipity como dizer os ingleses quando na caga a um tesouro se temo felcidade de deparar com outro bem, mais precioso ainda. Hoje revejo na mesma prateleira velhos conhecidos, olgumas dezenas de livros turcos, ov bilgoras ou hungaros, que popai ¢ capoz de um dia querer destrinchar Também continua em evidéncia o livro do poeta romeno Eminescu, que popai ao menos "tentou les, como & fil inferir das fo- thas cortedas 9 espétula. Hé uma edigbo em aifobeto drobe das Mil e Uma Neites que ele nao “teu, mas cujas iustra- Bes Fecimirou longamente, como denunciam os filetes de cinzas na juncéo dos suas paginas coleridas. Hoje tenho experiéncia pora saber quantas vezes meu pai‘leu um mes- ma ivro, posso quase medir quantos minutos ele se *deteve em cada pagina. E no castumo perder tempo com livros aque ele nem sequer abr, entre os quois uns poucos eleitos que mamie “teve 0 capricho de empithar numa ponta de prateleira, confiande numa futura redengdo. Muitas veces 9 vi de manhdzinha compadecida dos livros estatelados no escritério, com especial corinho pelos que trazem a foto do autor na cape e que popai despreza: parece disco de cantor de radio Chico Buarque. Oinmae slemBo Sie Paula: Companhia daslevas, 2014 ‘Led, 60:1. (Testo adaptado com o acréscimo do tule) 26 PORTUGUES | TETRAIII A obra O irmao alemdo, ultimo livro de Chico Buarque de Holanda, tem como mavel da narrativa a existéncia de um desconhecido irmao alemfo, fruto de uma aventura amo- rosa que o pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, tivera com uma alemd, Id pelo final da década de 30 do século passa- do, Exatamente quando Hitler ascende ao poder na Alema- nha. Esse fato € real: 0 joralista, historiador e socislogo Sérgio Buarque de Holanda, na época, solteiro, deikou esse filho na Alemanha. Na familia, no entanto, no se falava no ‘assunto, Chico teve, por acaso, conhecimento dessa aven- ‘tura do pai em uma reunigo na casa de Manuel Bandeira, or comentério feito pelo préprio Bandeira, Foi em torno da pretensa busca desse pretenso irmao que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcional, o seu Sobre a obra, diz Femando de Barros e Silva: “o que. leitor ‘tem em mais [..] nEo é um relatobistérica. Realidade e fic~ io esto aqui entranhadas numa narrativa que embaralha ssem cessar meméria biografica e fiogio" Apesar de em niimeromuito menor, o pretérito perfeito do indicativo, tempo da narrativa tradicional, est presente no texto: "tentou ler” (ref. 1), “leu” (ref 2), "edmirou" (ret 3), “leu” (ret 4), “deteve” (ref 5), abriu (ret 6), “teve" (ref 7). Assinale 0 que estiver correto sobre as formas verbais des- ‘tacadas. A. So formas verbais do passado que indicam estar 0 enunciador na velhice, recordando fatos da juventude. B So formas verbais que, estando no passado, fazer contraponto is outras formas verbais do texto, as quai indicam outro tempo e revelam certa confusio mental do enunciador Si formas verbais no pasado, que mostram 0 enun- ciador, que enuncia do presente, de vez em quando recordando fatos de um passado préximo. D__ Sao formas verbais no passado, que indicam estar 0 enundador falando em um tempo posterior & morte do pai 5 unifesp 2011 [Sem-Pernas) queria alegria, uma mao que a acarinhasse, alguém que cam muito amor o fizesse esquecer 0 defelto fisica e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses au semanas, mas para cle seriam sempre longos anos) que vivera sazinho nas ruas da cidade, hostiizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrade pelos moteques motores. Nunca tivera fomilia. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho” @ que o surrava. Fugiv logo que péde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um corinho, wa mao que passe sobre os seus olhos e faca com que ele possa se esquecer doquela noite na cadeia, quando es soldados bébados 0 {fzeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleto. Em cada canta estava um com ume barracha comprida, As marcos que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta coma um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava 0 ajudé-lo. a borracha zunia nas suas costas quando 0 cansaco o fazia parar A principio chorou muito, depots, ndo sabe como, as lagrimas secaram. Certa hora ndo resistiu mais, abateu-se no cho, Sangrave, Ainda hoje uve como os soldades rim e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto. Jorge Amado. Cops da area. © rigue-zague temporal ligado & vida de Sem-Pernas, em- pregado no fragmento paraa composico da personagem, 6 construido de maneira muito precisa, por meio da utli- zagdo alternada de diversos tempos verbais. Indique a al- ternativa em que hi, respectivamente, um tempo verbat que expressa fatos ocorridos num tempo anterior a outros, fatos do pasado & um tempo verbal usado para marcar 0 cardter hipotético de certas ages ou © desejo de que se realizassem, ‘A Vivera na casa de um padeiro (..) ~ uma mio que 0 acarinhasse (..] BEm cada canto estava um com uma borracha compri- da. — Sofreu fome. C_ Nunca tivera familia ~ & perna coxa se recusava a aju- délo DA principio chorou muito (..) = Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. E Fle quer um carinho |.) Um dia Levaram-no preso. Aulas 45 e 46 -&> GUIADE ESTUDO Portugués | Livo 3 | Frente 2 | Capitulo 16 1 Lela as paginas de 62 a 64 e as tabelas de conjugagiio a partirda pagina 66. Fagaos exercicios de 5 a8 da seclo “Revisando". Faca os exercicios propostos 22, 29, 30, 32, 36,39, 48.e 58 PORTUGUES | TETRAI 27 Frente 1 Nesta semana, ser estudado 0 emprego metaférico dos tempos (ou embreagens verbais); trata-se da substitui- G0 de um tempo por outro e seus efeitos de sentido. Esse procedimento nao se restringe a textos literarios; no coti- diano € comum a troca de tempos, por exemplo: Em 2017, Poliedro bate recorde de aprovacao no ITA. fev ino tonto a | Vestibular ITA 2017 Kentca (1) move O Pale conten 242% an | AU Tovagescoestbvr2017. No tat tan arracn Com ese fesinssa, 0 Poke Ccragacome ale uemae Seer 55.5%| Na manchete acima, © verbo no presente ("bate") substitui o verbo no passado ("bateu"). Veja a diferenga en- tre 0 emprego literal e 0 emprego metaférico no periodo a seguir a pe ze EXERCICIOS DE SALA 1 Fuvest 2014 CAPITULO LXXI 0 sendodolivro Comeco a arrepender-me deste livra. Néo que ele me canse; eundo tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capitulas para esse mundo sempre é tarefa que dis- tratum pouco da eternidade. Mas olivro é enfadonho, chei- roa sepulero, traz certa cantracto cadavérica; vicio grave, e afiés infimo, porque o motor defeito deste livro és tu, lei- tor Tu tens pressa de envelhecer, e0 livro anda devagar; tu amasanarragao direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este lira e 0 meu estilo sto como os ébrios, guinam @ direita 2 & esquerda, andom e param, resmungam, urram, gurgulham, ameagam o céu, escorregam e coem. 28 © PORTUGUES | TETRAIII VERBO III Em 2006, 0 Brasil perdeu a copa e o status de melhor equipe do mundo. - pretérito perfeito (emprego literal) Em 2006, 0 Brasil perde 2 copa e o status de melhor equipe do mundo. ~ presente do indicativo no lugar do pre- ‘érito perfeito (emprego metaférica) No segundo periodo, 0 presente destaca o pasado, 8 que este possui ressonancia até os dias de hoje. Veja ou- ‘10s exemplos 1.0 imperfeito no lugar do presente do indicativo: (efei- to: polidez, educagao) 0 senhor podia tira 0 seu revélver de meu pescogo? (podiaem vez de pode) 2. Ciimpereito no lugar do futuro do pretérito (efeito: certeza) — Este jantar até meu marido Faia Yazia no lugar de faria) 3. O perfeito no lugar do futuro do presente: (efeito: certeza} = USP? © ano que vem? J4 passeil (passe! no lugar de passarei) E caem! — Fothas misérrimas do meu cfpreste, heis de air como quaisquer outras belas e vistosas; , se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma Idgrima de saudade. Esto a grande vantagem da morte, que, se nde deixa boca para rif, tam- bei ndo deina olhos para chorar...Heis de coir Machadode Assis Meméris péstumas a BrésCubos. No contexte, a locucio “Hels de cair’, na dltima linha do texto, exprime! A resignaso ante um fato presente, suposigao de que um fato pode vir a ocorrer. certeza de que uma dada agai ira se realizar agio intermitente e duradoura desejo de que algo venha a acontecer moo 2 Considere 0 dialogo a seguir: Copa de Mundo na Russia? Brasil jé ganhou!! = Depois do seve a 1, jé ganhou é desconfiancal Por vezes, empregamos um tempo verbal no luger de outro com 0 abjetivo de criar um efeito de sentido; no didlogo acima, isso ocorre com a forma verbal "ganhou", que subs- titul a forma verbal: A. ganhara. B ganhasse. Cc panhava D> ganharia. E ganhard. 3 Emumatransmissio esportiva de futebol, ocomentaris- 11 Silvio Luiz falou de um gol perdido pelo atacante: = Esse gol, até minha v6 fazia! A substituicio de um tempo pelo outro é largamente em- pregada na oralidade e também esta presente na escita, No comentario de Silvio Luiz, isso ocorre com a forma ver- bal “fazie", que substitui a forma verbal pera criar um efeito de, A. fard; incerteza faria; certeza fard; certeza faria; incerteza fard; certeza moos ah Eee ve 4 Fov2014 Capitulo XxI ‘No estas de Vassouras, entraram no trem Sofia e 0 ‘morido, Cristiano de Almeida e Palha, Este era un ropagdo de trinta e dois anos; "ela ia entre vinte e sete e vintee oito Vierom sentar-se ns do's bancos fronteiros oo do Ru- bi60 (J. [Rubio] — 0 senior é lavrador? PPotha] — Néo, senhor [Rubio] — Mora no cidade? [Palha] — De Vassouras? Néo; vieros equi pessar uma semana. Moro mesma na Corte. Nao teria jeito para lavra- dor, canquanto ache que é uma posicéo boa e hanrada, Da favoura passaram ao gado, @ escravatura @ 8 po- ltica. Caistiano Patha matdisse 0 governa, que introduzira 1 fala do trono uma palavra relative @ propriedade servi; ‘mas, com grande espanto sev, Rubio ndo acudtu a indig- ‘nagio. Era plano deste vender os escravos que o testador Ine deixara, exceto um pajem; se alguma coisa perdesse, © resto da heranca cobriria 0 desfalque. Demais, a ola do trono, que ele também tera, mandova respeitar a proprie- dade atual. Que the importavam escravos futuras, se 0s ndo compraria? O pajem ia ser forro, logo que ele entrosse na posse dos bens. Palhe descanversou, e passou & politica, as eéimaras, 6 querro da Paraguai, tude assuntos gerais, 00 gue Rutbifioatendia, mais au menos. Sofia escutava apenas; rmovia t80 somente as alhos, que sabia bonitos, fitande-os «ra no marido, ora na interlocutor — Vai ficar na Corte7ou volta para Barbacena? pergun- tow 0 Patha no fim de vinte minutos de conversacao. — ‘Meu desejo é ficar e fico mesmo, acudiv Rubido; estou cansado do provincia; *quero gozor a vida. Pode ser até que vé 6 Europa, mas nao sei ainda, 0s olhos do Palho brilharam instantaneamente Machado de sss. Quineos Borba Empregou-se © presente com ideia de futuro no seguinte excerto do texto: A “elaia entre vinte e sete. vinte e oito” (ref. 1) B “conquanto ache” (ref 2). © ouvolta para Barbacena"” (ref 3). D_ "Meu desejo éficar” (ret 4), E “quero gozar a vida” (ref 5). PORTUGUES | TETRAI 29 ulas 47 e 48 5 Leis um dos Dez Mandamentos: No tomards 9 name do Senhor teu Deus em vo: Porque 0 Senhor ndo teré por inacente 0 que tomar 0 Em “no tomarés", o futurodo presente substitui outro tem- po verbal {emprego metaférico dos tempos}. Trata-se do: A presente do indicativo, pretérito perfeito do indicative pretérite imperteito do indicative imperative negative noone presente do subjuntivo 30 PORTUGUES | TETRAIII 6 “Plinio Marcos foi um dos maiores dramaturgos da his- téria do teatro; teve origem humildée em Santos, fora delin- quente, mas o talento transformou-a em um dos icones do dramaturgia. Escreveu dezenas de pesos, entre elas “Nava- Jha na Cara ue fol adoptada aa cinema.” © emprego da forma verbal “fora* no lugar de “foi” visa a um efeito de: A atenuacao. certeza, incerteza aproximagao moos “> GUIA DE ESTUDO Portugués | Livro 3 | Frente 1 | Capitulo 16 1 Leiaas paginas 6te 65 as tabelas de conjugaio. partir a pagina 66. IL Fagaosevercciosde 9212 da seco “Revisando” I. Fara0s everckios propostos 48,51, 60,67 63. n * oO 2 kr oc oO Qa Frente 2 Aulas Foino Domingo de Pascoa que se soube em Leiria que 0 paroco da Sé, José Miguéis, tinho morrido de madrugada com uma SBBIBHB, O piraco era um homem songuineo & rutride, que possava entre o clero diacesono pelo comilio dos comilées. Contavam-se historias singulares do sua ¥BB FBRIEGBE. 0 Carlos da Botica que 0 detestova ~ costuma- va dizer, sempre que a via sair depois da 88H, com a face afoqueada de sangue, muito enfartado: ~ 1 vai a jbota BSRRBE. Um dia estoura! Com efeito estourou, depots de uma cela de petxe~ hora em que defronte, na casa do doutor Godinho que fazia nos, se BBIEGVE com BIBFA. Ninguém o lamentou e for pouca genteao seu enterro. Em geralndo era estimado. Era um GIBEBB. Tinka 0s modos e os pulsos de um cavador a 02 rouce, cabelos nos ouvidos, paloyras muito des. Nunca fora querido das devotas; arrotava no confessio- ndrio, e, tendo vivido sempre em freguesias da aldeia ou da serra, ndo compreendio certes sensiblidades requintadas do devoctio.{..] fade uetds Ocrime do Pour Amara 0 fragmenta que voc acabou de ler foi extraido do romance de Fea de Queirés, O crime do Padre Amaro, cuja publicagdo, em 1875, inaugurou o Realismo em Portugal. Compare oque acaboudelera qualquer textoromantica: no fragmento, a descrigdio assume tons de realidade, compoe um tipo humano: o paroco da Sé, que era um “comildo dos comilées”, errotava quando ig ouvir confissdes em nome de Deus, era grosseiro e mal-amado pelos paroauianos. O que ha de diferente do Romantismo? O detalhamento ‘meticuloso, o anticlericalismo, as impresses exatas das ersonagens que compoem a cena. Ha ainda ume postura critica e denunciadora que repudia o que é artificial, Alérs disso, hd também na estética realista o desejo de esmiugar os comportamentos e denunciar a sociedade, sobretudo ‘as camadas mais baixas e os vicios burgueses. Para conhecer bem o universo do Realismo, esteja atento aos seguintes aspects: ‘apoplexi:2fecyo corebral que se marifestaimprovitamente, comps ‘ada de pruarao dos ened e do movimento, deter nad’por lasso ‘aseular cerebral aguca (hemoragia, eibol trombose); veracdade: fore imcenss, glutorara, seta: fepcuso epds 6 almogo.esmowr: Uturat 32 PORTUGUES | TETRAIII REALISMO E NATURALISMO EM PORTUGAL +o Realismo foi mats que uma época literéria, foi a oca~ sii em que a literatura tomou para sio caréter denun- Gador ¢, paraisso, utilizou-se das correntes cientifico-i- loséficas da segunda metade do século Xb + para compreender o Realismo é preciso entender, an- tes de tudo, que o mundo mudava: crise definitiva nas Monarquias absolutistas que, em menos de um século, seriam substitufdas pelas Repiblicas; crise no dlero © mudanca na concepcio burguesa de estar no mundo; + 2ordem da escola realista-naturalista primava pelade- nincia social Em Portugal, © Realismo apareceu timidamente em 1865, com a Questdo Coimbrd; expanidiu-se em 1871, com {5 Conferéncias Democriticas do Casino Lisbonense; © ga- rnhou forga em definitive na prosa, quando E¢a de Queirés publicou Ocrime do Padre Amaro. ca de Quotes, © romance conto realiste-naturalista, em Portu- al, foram consagrados pele obra de Era de Queirés, o gran- de prosador portugués, desvendador das almas humanas, critica implacévell da pequena e média burguesias de Lisboa Sua obra, dividida em trés fases, tem, na segunda delas, 0 aspecto inconfundivel da dentinela social de seu tempo, recaindo a critica sobre o clero comprometide com uma bburguesia acomodada, que cultivava as aparéncias ea cari- catura de uma nobreza decadente e cheia de vicios. comm os dntes,masigar: plea: dancara pole, que anes da Eotmia Sno compares hiro e oandamemt seg, alae: aatrcy are: tani; ade: ristico, campant, sem @burlomenta socal Se Simhatitance das cases ie Antero de Quental, responsavel pela demeligao do Ro- rmantismo portugues, apareceu como um dos poetas mais preciosos no fazer pastica, Além disso, é 0 maior sonetista do século XIX Cesena Verde, re i a md EXERCICIOS DE SALA 1 Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. Tse e antitese ' 46 ndo sei o que vale a nove ideia, Quando a vejo nos ruas desgrenhada, TW 70 aspecto, @ luz da barricada, Coma bacante apés \brica cela Sanguinolento o alhar se tke incendeta; Respira fumo e foga embriagada: A deuso de alma vasta e sossegado Fila presa dos fiirias de Medefa! Un séevloiritodo e tuculento Gama éepiepsia pensamente, Verbo ao estompido de BBISUR « BBIE.. (Mos @ ideta € num mundo inalterdvel, ‘Num cristalina céu, que vive estavel. Tu, pensamenta, néio és fogo, é luz! ‘Ancoro de Quental a) Otexto que vocé acabou deler é de Antero de Quental,, poeta portugués participante da Questéo Coimbra, fe que deu ensejo a0 aparecimento das _primeiras reagdes realistas em Portugal. Trata-se de um soneto, forma pela qual o autor se notabilizau; & predso que se diga que possui algumas vertentes que o ligam a um comportamento de epoca (e vertente metafisica ‘aba cestode vime que se leva 3s costas; tora: cue spresentasspecto -sombrio; de ar pesado e tritonher peloure: tala de ferro ou de peda, ' Aulas 37 2 39 e Apareceu também a obra extraordinéria de um) fotdgrafo incansével de Lisboa: Cesérlo Verde, “o poeta do cotidiano”, que reproduziu em seus versos as paisagens © fs seres humanos das ruas da capital lusitana. Fle soube colocar em evidéncia 0s tipos comuns, a gente simples © {5 ruas apinhadas de pessoas jguais a mim e a voce. E fez, sem divida, uma poesia extraordinariamente voltada para co desyendamento de seu ternpo. Boiam aromas, fumos de cozina; Com 0 BGBGE 4s costas, e vergando, Sobem padeires, claros de farinha; £ 4s portas, uma ou outra campainha Taca, frenética, de vez em quando. 6 um exemplo disso], enquadrando-se notadamente como realista. Com base em seu contetido, aponte dois aspectos que indiquem tal defini¢io. b) Trace uma comparagiio opositiva entre 2s palavras “ideia” e “pensamento” com base nos versos do soneto “Tese © antitese”, de Antero de Quental. ‘sférca, empregada antgamente em pecas de tthara; ebus: pequeno ‘objeto de arainaria uso para longa. PORTUGUES | TETRAII] 33 las 37 a 39 2 Leis o fragmento a seguir e fagao que se pede. © sentimento dum ocidental Guerra Junqueiro \ Ave-Marias, Nos nossas ruas, 0 anoiteces 9 tal Sotumnidads, hd 101 meiancota, Que as sombros, 0 BUIB, 0 Teo, 0 maresio Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. O céu porece baixo ede neblina, Og4s extravasade enjoa-me, perturba; Eos edifcias, cam as chains, e 0 HEB Toldam-se duma cor manérana e londrina. fatem os carr de BURR, 09 funda, Levondo @ via férrea os que se vio. Felizes! Ocorrem-me em revista exposices, paises; Modi, Paris, Berlin, S. Petersburgo, o mundo! I cesério Verde, a) Gesario Verde usa como instrumento, pera conceber 0 poema, uma caracteristica especialmente muito comum| fem todo o Realismo, sobretudo na prosa. Explique do que setrata eo que se consegue cam esse recurso. 3 Fuvest 2012 Leia o excerto de A cidade ¢ as serras, de Ea de Queirds, © responda ao que se pede. (No sala, a tia Vicéncia ainda nos esperava desconso- lod, entre todas 95 luzes, que ardiam no siléncio e paz do 58706 debandado: = Ora uma coisa assim! Nem querem ficar para tomar ‘um copinho de geteia, um célice de vinho do Porto! = Esteve tudo muito desanimado, tia Vicéncia! ~ excla- ‘mei desafogando 0 meu tédio, ~ Todo esse mulherio emu- deceu, os amigos com um ar desconfiade... Jacinto protestou, muito divertido, muito sincere. = Nao! Pelo contririo, Gostei imenso. Excelente gente! € tdo simples... Tadas estas raparigas me pareceram dtimas. € téo frescas, tio alegres! Vou ter aqui bans ami- 05, quando verificarem que eu néio sou miqueista Entio contamas 6 tia Vieéncia a prodigiosa histéria de D.. Miguel escondido em Tormes... la ria! Que coisas! E ‘mau seria... Mas 0 sc Jacinto, nao é? = Eu, minka senhoro, sou socialist 2) Defing sucintamente o miguelismo a que se refere 0 texto € indique a relagao que ha entre essa corrente politica © a histéria do Brasil b) Justifigue, tomando os enfogues do poema como ‘exemplo, 0 porgué de Cesério Verde ser definido como, “um fotdgrafo de isbo: b)_ Tendo em vista 0 contexto da obra, explique o que sig- nifica, para Jacinto, ser “socialista” 34 © PORTUGUES | TETRAIII 4 Unicamp 2012 Os trechos 2 seguir foram extraidos de A cidade e as serras, de Eca de Queirés ' ‘Mas dentro, no perisilo, logo me surpreendeu um ele- vuador instalado por Jacinto — apesar do 202 ter somente dois andares, e ligados por uma escadaria tio doce que nunca ofendera a asma da senhora Dona Angelina! Espacoso, ta- petado, ele oferecia, para aquela jomado de sete segundos, confortos numerosos, um diva, uma pele de urso, um rotei- ro dos ruas de Paris, prateleiras gradeadas com chorutos & livras. Na antecémero, onde desembarcomos, encontrei a temperatura macia e tépida duma tarde de Maio, em Gui- Ges. Um criado, mais otente ao termémetro que um pilota @ aguiho, requiave destramente a boca dourada do calorifera E perfumadores entre palmeiras, como num terrasa santo de Benares, esparsiam um vapor, aromatizanda e solutar- mente umedecenda aquele ar delicado e superfino. u murmurei, nas profundidades do meu assombrodo ser: = Fis a Civilizagiio! bod u = Meus amigos, hé uma desgraca. Dornan pulou no cadeira: Fogo? = Nd, nio era foge. Fore 0 elevador dos pratos que inesperadomente, ao subir o pevve des. Alteza, se desarran- Jara, e nfo se mavia, encalhado! Ld 0 -Gr0-Duque 1d estova, debrugado sobre © poco es- ura do elevador, onde mergulhara uma vela que Ihe aver- methava mais a foce esbraseada. Espreitel, por sobre 0 seu ombro real. Em boixo, na treva, sobre uma farga prancho, 0 peixe precioso alvejava, deitado na travesso, ainda fu- megando, entre rodelas de limo, Jacinto, branco como a gravata, torturava desesperadamente a mola complicada do oscensor. Depois foi o Grio-Dugue que, com os pulsos cobeludos, atirou um empuxdo tremenda.aos cabos em que ele rolava, Debaldel O apurelho enrijara numa inércia de bronze eterno, ea de Quetrés A cidode as servos. S30 Paulo: Compania Ero Nacional, 2006, pp. 28 € 63 a) Levando em consideraciia os dois trechos, explique ‘ual 6 0 significado do enguigo do elevadar cs : Aulas 37 2 39 ve b) Como o desfecho do romance se relaciona com esse episédio? 5 Fuvest 2026 Leia este texto: Mas © meu novissimo amigo, debrucade do janela, ba~ ti0 as palmas como Cate para chamaros serves, na Roma simples. E gritova: Ana Vaqueira! Um copa de dquo, bem lavado, do fon- re velha! Pulei, Imensamente divertido: = Oh Jacinto! as déguas carbonatadas? E os fosfoto- das? E 9s esterlizadas? E as sédicas?. 0 meu Principe atirou os ombros com um desdém so- berbo. E aclamou a aparicdo de um grande copo, tado em- baciado peta frescura nevada da dgua refulgente, que uma bela moga trazia num prate. Eu admirei sobretudo.a moca. Que olhias, de um negra to liquide e série! No andar, no quebrar da cinta, que harmonia @ que groca de ninfa latina! Eopenas pela porta desaporecera a espléndida oparicéo: = Oh Jacinto, eu daqui a um instante também quera gual E se compete a esta rapariga trazer as coisas, eu, de cinco em cinco minutos, quero uma coisal... Que olhos, que corpo... Caramba, menina! Eis. poesia, todo viva, da serra. 0 meu Principe sorria, com sinceridade: = Nao! Nao nos iludamos, 28 Fernandes, nem faco- mos Arcadia. & uma bela mogo, mas uma bruta.. Nd ho ali mais poesia, nem mais sensibilidade, nem mesmo mais beleza do gue numa linda vaca turing, Merece o seu nome de Ana Vaqueira. Trabolha bem, digere bem, concebe bem. Pora isso a fez a Naturezo, assim sie rij [..} ea de Quevés. A cidade eas seas a) No periodo em que Jacinto passa a viver na serra, tar- ‘nam-se relativamente frequentes, no romance, as refe- réncias @ cultura da Antiguidade Classica. Consideradas ‘no contexto da obra, o que conotam as referéncias que (© narrador, no excerto, faz a aspectos dessa cultura? PORTUGUES | TETRAI 35 ulas 37 a 39 b) Considerande-a no contexto em que aparece, exalique aa expresso “nem facamos Arcidia”, empregada por Jacinta. D> Leia o texto para responder & questéo 6. Entéio 0 meu principe, sucumbido, arrastou os pasos até 00 seu gabinete, comecou a percorrer todos os opare- (hos complementadares e faciitadores da Vida 0 seu telé- grafo, 0 seu telefene, 0 seu fonégrafo, 0 seu radiémetro, 0 seu grafofone, o seu microfone, a.sua maquina de escrever, a sua maquina de contar, a sua imprensa elétrica, a outra magnética, todos os seus utensilios, todos os seus tubos, tados os seus fios... Assim um suplicante percorre oltares donde espera sovorro, E tada 0 sua suntuoso mecénica se eonservou rigida, reluzindo frigidamente, sem que uma rode girasse, nem uma Idmina vibrasse, para entreter 0 seu senhor 6 Albert Einstein 2016 0 trecho acima é da obra Acidade e as serras, de Esa de Queirds, escrita em 1901 ¢ que integra a fase pés-realista da produco do autor Deste romance é correto afirmar que A compe um conjunto de obras batizado pelo autor de “Cenas da vida portuguesa’, caracterizando um vasto painel da sociedade lisboeta, retratada em seus multi- plos aspectos. B _analisa acorrupgéo e 2 depravacdo dos costumes numa cidade provinciana fortemente influenciada pelo Clero, assim como critica a pequena e média burguesia locas, CC retrata a sociedade de Lisboa, ou seja, a alta burgue- sia, 2 aristocracia, a diplomacia, artistas e jornalistas, criando um quadro da vida romantica como sinbnimo de comportamento burgués D_ engendra uma opasigio entre a industrializada Paris fe uma pequena aldeia portuguesa, concluindo que a verdadeira felicidade s6 pode ser encontrada na vida pura do campo. 36 © PORTUGUES | TETRAIII \4, GUIADE ESTUDO Portugués | Livto 3 | Frente 2 | Capitulo 8 Leia as paginas de 104 a 110 | Faga os exercicios 3 e 4 da seco “Revisando”. I. Faga os exercicios propostos 1, 10, 11 e de 16 a 18 REALISMO NO BRASIL Nos dois textos a seguir, pode-se observar as diferengas en- tre a concep¢o de mundo e o estilo ltersrio de dois bra- sileiros ue marcaram seu tempo como os iniciadores do Realismo e Naturalismo no Brasil Texto Bra isto Vrglia, @ era clara, muito clora, face, igno- rante, pueril,cheia de uns impetos misteriosos; muita pre- guiga e alguma devorio, ~ devocéo, ou talver meda; crefo que medo. Ai tem 0 leitor, em poucas linhas, 0 retrato fisico e mo- ral do pessoa que devia influir mais tarde na minha vido: era aquilo com dezesseis anos. Tu que me lés, se ainda fores viva, quando estas paginas vierem d luz, = tu que me (és, Virgilio omado, nao reparas na diferenga entrea finguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Cré que era to sincero entdo como agora; a morte ndo me tornou rabugento, nem injusto. = Mos, dirés tu, se vocé no quardou na retina da meméria imagem do que ful comaé que podes assimdiscernir a verda- de daquele tempo, e exprimi-la depos de tantos anas? ‘Ah! indiscreta! ah! ignorantana! Mas é isso mesmo que ros faz senhares da terra, é esse poder de restaurar a passa~ do, para tocar a instabiidade das nossas impressdes e a vai- dade dos nassos afetos. Dexa Ks dizer 0 Pascal que 0 hamem um canigo pensante. Nao; 6 uma errata pensante, isso sim. Cada estagdo da vida é uma edigdo, que corrige a anterior, e que seré corrigida também, até a edigéo definitiva, que 0 editor dé de graca aos vermes. Machadode Assis "Cap. X¥Il—Vigila?® Meméris péstuas de Bris Cubas Texto 2 Dai a pouca, em valta das bicas era um zunzum cres- cente; uma aglomeracéio tumultuasa de machas e fémeas. ns, apés outros, lavavam a cara, incomadamente, debaixo do fio de égua que escorria da altura de uns cinco palmos. O cho inundava-se. As mulheres precisavam jé prender as saias entre as coros para ndo as mothar; via-se-thes @ tos- ‘ada nudez dos bracos e do pescoro, que elas despiam, sus- pendendo 0 cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses ndio se preacupavam em no mothar o pelo, ao con- trdrio metiam 0 cabeca bem debaixo da égua.e esfregavam com forga as ventas e os borbas, fossando e fungando con- tra as palmas da mao. As portas das latrinas néo descan- savam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar € soir sem tréguas. Nao se demorovam Id dentro e vinham sinda amarando as calgas au as saias; as crioncas néo se davam ao trabalho de Ié i, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrds da estalagem au no recanto dos hortas. © rumor erescio, condensando-se; 0 zunzum de todos 1s dias acentuava-se; jé se ndo destacavam vozes disper- sas, mas um s6 ruldo compacto que enchia todo o cortico. Comecavam a fazer compras na vendo; ensarithavam-se discussdes ¢ FESIAGGS; ovviam-se gargathados e pragas; jé se ndo folava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentaso sanguinea, naquela gula vigosa de plantas rusteiras que ‘mergulham 0s pés vigorosos na lama preta e nutriente da vido, © prazer animal de exist, a triunfante satisfagdo de respirar sobre a terra, ‘Aluisio owed, “Cap. Ocortip, Compare os dois textos lidos: cada um deles guarda caracteristicas especiais de duas vertentes do Realismo no Brasil: o primetro poe em relevo a analise psicolégica: a per- sonagem Virgtlia é captada em analise feita pelo narrador Bras Cubas (0 “defunto-autor*): faceira, ignorante, pueril, cheia de impetos, preguicosa, devota e medrosa, Era essa 2 vertente realista, cuja primeira intengo era analisar os seres humanos, mergulhiar em sua alma © psicologis e ali buscar fragmentos de personalidade. No texto 2, apresenta-se a segunda vertente, que é a naturalista; nela podemos abservar que 0 prosador Alul- Slo Azevedo nos mostra, especificamente neste trecho, uma anélise de comportamentos sociais. Ainda no texto 2, pode-se observar um outro fato: a preferéncia do Naturalis- ‘mo pelas camadas sociats mais babas. Nesse caso, observe nda descrigao do cortigo ao amanhecer com seus homens fe mulheres mal-educados, tipos comuns, sem focalizago de herdis, tal como no Romantismo: “Sentio-se naquela fermentagdo songuineo, naquela gule vigosa de plantas resingas:resmungos PORTUGUES | TETRAI 37 ulas 40 a 43 rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, 0 prazer animal de existir a tiunfante satisfactio de respirar sobre a terra’ Embora as duas vertentes fossem realistas © propu- nham a deniincia social, a de Machado de Assis estava preocupada em observar a alma humana, suas ambigbes, vaidades, indiferenga, desafios, orgulhos; a de Alutsio Aze- vedo se comprometeu a colocar em evidéncia os compor- tamentos socials e, para tanto, se valeu do determinismo de Taine: o ser humano estava submetido a trés circuns- tancias que he moldavam o caréter: 0 momento historico, o meio social e a heranca genética. © Realismo © o Naturalismo apareceram entre nds, brasileiros, em 1881: Machado publicou o seu impagavel Memérias pdstumas de Brés Cubase Aluisio Azevedo trou- xe a publica O mulato. Wi Machado de Assis & considerado, até hoje, 0 escritar mais importante do Realism brasileiro: contista exemplar e romancista que pds @ nua alma humana, em uma analise rmuitas vezes cruel, rigorasamente pessimista ¢ exemplar- mente voltada algumas vezes, para o humor negro no julga~ mento irdnico das personagens. Ainda ha nele uma funca0 que se ressalta nos textos: a metalinguistica (0 nartador tre~ quentemente “conversa” com o leitor no percurso narrativo sobre o texto que esté escrevendo}. Dom Casmurro (1899) ¢ 0 ponte mais alto da obra ma- chadiana: escrito em primeira pessoa, o romance traz as reminiscéncias de Bento de Albuquerque Santiago, o Ben- tinho, um narrador que, por desconfianga, pée a perder todas 05 sonhas, Machado de Assis, muito antes de escrever seu pri- meiro romance realista, em 1881, passou por uma fase romantica na qual apareceram obras como Ressurreigo (1872), A mao e a luva (1874), Helena (1876) e /aid Gar- cio (1878), além de contos e cronicas. Sua trilogia mais importante foi concebida integralmente de acordo com ie Ase 38 © PORTUGUES | TETRAIII 2 estétice realists: Memdrios péstumas de Brés Cubas (1881), Quincas Borba (1891) © Dom Casmurro (1899), completando um delicioso ciclo de apreciagées intensas da alma humana em que o humor corrosivo, a ironia © © pessimismo serviram de instrumento desvendador do lado de dentro do ser humana. Memérias péstumas de Brés Cubas © narrador de Memérias pdstumas inicia 0 roman- ce com uma distingo muito conhecida dos apreciadores de Machado de Assis: anuncia que é um defunto-autor e no um autor-defunto, ou seja, escreveu 2s suas memeérias ands a morte e, portanto, no pode ser julgado. Comega a sua narrativa pelo seu préprio enterro, mas an- ‘tes faz observacio, no prélogo “Ao leitor”, que escreveu suas rmemériascam “a pena da §@IKBIG a tinta da melancolia® Ao féretro comparecem apenas onze amigos (entre eles estavam a irr, a sobrinha, o cunhado e Virglia, a mu- Iher que ele alega ter amado muito), Um deles faz um discurso, porque tinha a certeza de que receberia apdiices de seguro) que o narrador Ihe detxara = “Vés, que o conhecestes, meus senores, vos podels dizer comigo que a natureza parece estar chorando © perda irreparavel de um dos mais belos caracteres que tém honrado a humonidade. Este ar sambrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cabrem 0 azul camoum crepe funéreo, tudo isso & a dor crua ema que lhe réi d Na- tureza as mais fntimas entranhas; tudo isso é um sublime leuvar 2a nesso ilustre finado.” Blom e fiel amiga! No, no me arrependo das vinte opdtices que the deivel. E foi assim que cheguel d cldusula dos meus dias; forassim que me en- caminkei para 0 undiscovered country de Hamlet, sem as Gnsias nem as diividas do moco principe, mas pausado e trépego como quem se retira tarde do espetdculo. Tarde e oborrecido. No trecho, a ironia: ndo se arrepender das vinte apelices, pois elas no existissem, no haveria discurso, ‘As ideas sobre um emplasto mataram Brés Cubas, que, por nfo ter sido nada na vida nem ganhado seu pio com 0 suor do seu rosto, pBs-se a pesquisar uma maneira de ficar famosa. O emplasto, que curaria dores fisicas © mo- rai, caso fosse criado, daria a ele o privilégio da natorieda- de, Entregou-se, entéo, de tal modo a essa finalidade que, 0 abrir uma janela, certa noite de trabalho, tomou uma lufada de vento e apanhou uma pneumonia. galhofa: so, pada, zombara, A narrativa é alinear e alterna a infancia, a juventude, tempo do amar por virias mulheres, a agonia e a morte, além de comecar exatamente pelo enterra. Bras Cubas pare- ce interessado sempre em fazer o leitor costurar e descostu- rar a narrativa em virtude de tals acontecimentes, tentando ‘todo momento conduzir 0 ponte de vista do leitor Em 160 capitulos, Bras Cubas narra a vida que viveu, dedarando que o“meninaéo pai do homem’, que cresceu livre como as magniilias e 05 gatos; que néo teve nenhum freio moral ao perder @ mulher que amave, tornando-se seu amante, traindo, assim, a confianca do marido dela, a fim de satisfazer os desejos de vinganca peor ter sido troca- do pelo outro. Depois, vai estudar na Europa e, ao voltar, morre-the a mae. Na volta ao Brasil, envalve-se com varias mulheres, mas nos conta que, aos dezessete, enamorara-se por uma prostituta de nome Marcela Sobre ela, anuncia-nos iro- niicamente: “Marcela amou-me por quinze meses e onze contos de reis" Bras Cubas 6 ambicioso, frivolo e frio em seus julgamen- tos sobre 0s seres humanos. Ele conta também que reen- contra 0 amigo de infancia Quincas Borba, agora mendigo, morando nas escadarias de uma igreja. Ao se abracarem, Quincas Borba the furta um relogio ©, muito mais tarde, ja rico, por estar em posse de uma heranga de um tio, da-the outro relégio em troca daquele que furtara e apresenta a Brés Cubas a teoria filos6fica do Humanitisma Bras encontra Virglia as escondidas, em uma casa que alugaram para esse fim na praia da Gamboa, até que tudo acabe entre eles; ja nos fins de seus dias, ela volta para Ihe fazer companhia. 0 “Capitulo VII - 0 delirio’ é uma obra- -prima e conta-nos 0 encontro do narradar com a Nature- za (ou Pandora], que diz “sou tua mde e tua inimiga’, no oferecendo outra chance a Bras Cubas sendo a de voltar © morret & ¢ ai que se inicia essa nerrativa, Blasio Areved RETOOL! e Aluisio Azevedo foi naturalista por exceléncia: suas personagens so, a rigor, tipos © nfo complexas. Usou do determinismo para justificar as ages de cada uma delas Consagrou-se cam o ramance O cartico, em 1890, quando se pds a narrar, por meto da ética determinista, a historia de um universo social composto por seres marginaliza- dos: lavadeiras, homossexuais, pessoas cheias de vicios etc. O adultério é um de seus temas favoritos, e 0 escri- tor maranhense foi fot6grafo fiel de seu tempo: no Ihe escepavam as patologias sociais © os impulsos sexuais irreprimiveis. ‘Adolfo Caminha permaneceu esquecide por déce- das, lido apenas por um grupo seleto de leitores © es- tudiosos. Caminha despontou hé pouco tempo para 0 grande pubblico. Ressaltam-se nele as mindcias do des- aritivismo, a exatidao dos pormenores c 0 gosto pelo escabroso das relagées humanas Bom-Crioulo (1895) 6 um exemplo. Sobre Raul Pompeia, 6 comum imaginar-se que seja autor de uma sé obra: O Ateneu. O livro &, sem duvi- da, 0 carro-chefe de sua produgda literdria e retrata, em primeira pessoa, @ histéria terrivel de uma crianga 20 encontrar o mundo em um interneto, espécie de ‘cosmo metonimico, representago do munde do final do século XIX. O autor foi meticuloso 20 construir suas personages, desenhando-lhes comportamentos inte nos, psicolégicos, c externos, na maneira de estar em sociedade. O romance tem como subs "0 que levou muitas pessoas a julgé-lo como autobiografico. lo “Crénica de saudade: aul Pompeo E preciso lembrar que ndo houve uma poesia propria- mente realista no Brasil. Diferentemente do que todos pensam, 0 Parnasianismo no foi uma vertente da poesia realista; esse estilo teve seu tempo e lugar na literatura bra- sileira PORTUGUES | TETRAI 39 ulas 40 a 43 a> ExeRCiclos DE SALA |p AAA vocabulério seleto, rimas raras, aliteracdes vocabulério an rico, redondilhas, assonéncias. assonfincias, versas decassilabos, versos sem rimas. ‘verso livres, rimas intercaladas, irversdessintticas mone S4 © PORTUGUES | TETRAIII Toma um fésfore. Acende teu cigarra! Obeija, amigo, 60 véspera do escarro, A méo que afaga é.a mesma que apedreja. Sea alguém causa inda pena a tua chago, Apedreja essa mio vil que te afaga, Escorra nesso boca que te beljat ‘Rugusto dos Anjos 2 unifesp 2013 No soneto de Augusto dos Anjos, é eul- dente A avisdo pessimista de um “eu” cindido, que desiste de conhecer-se, pelo medo de constatar o jé sabido de sua condigo humana transitéria. B otranscendentalismo, umavez que o “eu” desintegrado objetiva algar voos e romper com um projeto de vida rmarcado pelo pessimismo e pela tortura exstendal €_arecorrénciaaidetas deterministas que impulsionam o “eu” a superar seus conftes, rompendo um ciclo que naturalmente the é impost. D_ avontade de se conhecere mudar o mundo em que se vive, aque sé pode seraleangade quando se abandona a desintegracSo psiquca e se parte para o equilibria £0 us0 de concetos advindos do centfismo do sécu- lo XIX, por meio dos quais 0 poeta mergulha no “eu”, buscando assim explorar seu ser biolégico e metafisico, 3 Enem 2014 Psicologia de um veneido Eu, flho da carbona e da amoniaca, ‘Monstro de escuridéo e rutilincia, Sofro, desde a epigénesis da inféncia, A influéncia mé dos signos do zodtaco. Profundissimamente hipocondriaco, Este ambiente me causa repugndincia. Sobe-me @ boca uma dnsia anéloga & dnsia (Que se escapa do boca de um cardiaco. U6 0 verme este operdria das ruinas ~ Que 0 sangue padre das carnificinas Come, e vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roé-os, E hd de deixar-me apenas os cabelos, ‘No frialdade inorgdnica da terra! ‘Augusto dos Anjos. bra completa. Rio de laneir: Nova Aguilar, 1994 A poesia de Augusto dos Anjos revela espectos de uma lite- ralura de transigo designada como pré-modernista Com rela¢o a postica e a abordagem ternatica presentes, no sonete, identificam-se marcas dessa literatura de tran- sig, como Aa forma do soneto, os versos metrificadas, a presen- (a de rimas e 0 vocabulério requintado, além do cati- cismo, que antecipam conceitos estéticas vigentes no Modernismo, B_ oempenho do eu lirica pelo resgate da poesia simbo- Fista, manifestada ern metaforas como “Monstro de escurido e rutilancia” e “Influéncia ma dos signos do zadiaco" C__aselegao lexical emprestada ao cientificismo, como se 6 em “carbono amonieco”, “epigénesis da infancia” © “frialdade inorganica", que restitui a visdo naturalist do homem. D__amanutenciode elementos formais vinculados a esté- tica do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovacio na expressividade postica, eo descon- certo existencial E a énfase no processo de construggo de uma poesia descritiva @ a0 mesmo tempo filosdfica, que incorpora valores morals e cientificos mais tarde renovados pelos madernistas af Ee i 4 Mackenzie 2015 0 planaito central do Brasil desce, nos inorats do Sul, em escarpas inteirigas, altas e abruptas. Assaberba os mares; e desata-se em chapadées nivelados pelos visas das cordilheiras maritimas, distendidas do Rio Grande aMinas. Mas aa derivar para as terras etentrionais diminui graduolmente de altitude, 09 mesmo tempo que descamba para a costa oriental em andares, ou repetidos socaicos, que o despem da primitiva grandeza ofastando-o consideravelmente para 0 interior De sorte que quem o contorna, seguindo pora o Norte, observa notaveis mudancas de relevos: a principio o traco continuo e dominante dos montanhas, precintando-o, com destaque soliente, sobre a linha projetante dos projas, de- pols, no segmento de arla maritima entre © Rio de Jarel- 0 0 Espirito Santo, um aparelha litaral revolto, felta do envergadura desarticulada das serras, ricada de cumea- das e carroida de angras, e escancelanda-se em baias, € repartindo-se em ithas, e desagregando-se em recifes des- nudos, & maneira de escombres do confit secular que afi se travo entre os mares e 0 terro; em seguida, transposto 0 15% paralelo, a atenuardo de todos os acidentes — serra- ‘fas que se arredondam e suavizam as linhas dos taludes, Jracionadas em morros de encostas indistintas no horizonte que se amplig; até que em plena faba costeira da Bahia, 0 thar, livre dos anteparos de serras que até fé 0 repulsam e abreviam, se dilata em cheio parao ccidente, mergulhando no émaga da terra amplissima lentamente emerginda num ondear longinque de chapadas Este fscies geagréfico resume a morfogenia do grande macica continental Euclides da Cunhs Os Sertbes A partir do fragmento selecionado, considere as seguintes afirmagies sobre as caracteristicas da prosa de Euclides da Cunha | Tendéncia & intensificaco dos tragmentos descritivos, IL Presenga de vocabuldrio farto e rare. IIL Uso de tom subjetive e linguagem simbélica. Assinale a alternativa correta, A Estiio corretas apenas as alternativas | etl Esto corretas apenas as alternativas |e ill Esto corretas apenas as alternativas Ile Ill Todas as alternativas estJo corretas Nenhuma das alternativas esta correta, mone PORTUGUES | TETRAI| 55 ulas 47 e 48 5 Unicamp 2016 Quanto 20 conto “Negrinha’, de Montei- ro Lobato, 6 correto afirmar que: A Onarrador adere & perspectiva de Dona Indcia, fazen- do com que o leitor enxergue a histéria guiado pela dti- ca dessa personagem e se tarne cimplice das valores 6ticos apresentadas no conto. BO modo como o narrador caracteriza o contexto hist6- rico no conto permite concluir que Negrinha ¢ escrava de Dona Indcia e, portanto, esta fadada a uma vida de humithagies © Amaneira como o narrador comenta as caracteristicas atribuidas as personagens contrasta com 2s falas © as aces realizadas por elas, 0 que caracteriza um modo IrBnica de apresentacéo. DO narrador apresenta as falas e pensamentos das per- sonagens de moda abjetivo; assim, oleitar fica dispen- sado de elaborar um julzo eritica sobre as relagées de poder entre as personagens. 6 PUC-RS 2014 Leia o trecho de uma crénica de Lima Bar- reto e responda 8 questao, iy tombémsou candidato a deputado. Nada maisjusto, Primeiro: eu ndo pretendo fazer coisa alguma pela pétria, pela familio, pelo humanidede, Um deputado que quises- se fozer qualquer coisa dessas, ver-se-ia bambo, pois teria, certamente, os duzentos e tantos espritas dos seus colegas contra ele. Cantra as suas ideias levantar-se-iam duos cen- tenas de pessoas do mats profunda bom senso. Assim, para poder fazer alguma coisa ttl, nfo farei coisa alguma, a nfo ser receber 0 subsidio. Eis af em que vat consistir 0 maximo da minha agdo partamentar, caso 0 prectaro eleitorado su- frague 0 meu nome nas urnos. Recebendo os trés contos mensais, darei mats conforto & muther e aos filhos, ficando mais generoso nas facadas aos amigos. Desde que minha mulher e os meus filhos pussem melhor de cama, mesa roupus, a humanidade ganha. Ganha, porque, sendo eles parcelos da humanidade, a sua situagéo melhorando, essa metharia reflete sobre o todo de que fozem parte. (..) Ra~ 266s tio ponderosase justas, creio, até agora, nenhum can- didato opresentou, e espero da clarividéncia dos homens livres e orientados 0 sufrégia da meu humilde nome, para ‘ocupar uma cadeira de deputada, por qualquer Estado, pro- vincia ou emirado, porque, nesse ponto, ndo faco questo alguma, As unas. “Onovomarifeso” Vis urbona, Ro, 16 jan 2915 56 PORTUGUES | TETRAIII Responda a questo, associando a crénica “O novo mani- festa” a outras obras de Lima Barreto, |. Acritica 8 classe politica, presente no texto em desta- que, igualmente é apresentada em Triste fim de Poli- carpo Quaresma, ILA deniincia socal, caracteristica comum da obra de Lima Barreto, também é evidente em Recordagdes do escrivio Isalas Caminha, texto no qual o autor mostra a corrupgao de um jornalista mulato para ascender na profissio. IIL O efeito do humor, que nesta crénica se constréi a par- tirda figura da ironia, também pode ser observado no conto Ohomem que sabia javanés. (3) afirmativa(s) correta(s) 6/580 A apenas 8 l,apenas © Ielll, apenas D_ Hell, apenas. E Lilet \4, GUIADE ESTUDO Portuguas | Livto 3 | Frente 2 | Capitulo 11 1 Lela as paginas de 187 2199, N._Faca.s exercicios 1, 2,5,8e 9 da segSo “Revisando”. IL Faga os exercicios propostas2,3, 7, 10,1516. FRENTE U INTERPRETACAO me DE TEXTO br bgp Frente Unica Aula = Argumentacao Para defender ideias, empregamos provas; esses pro- vas séo chamadas de argumentos, Nesta aula, estudaremos, 0 principais tipos de argumento Argumento do anterior sobre o posterior + oqueé anterior, mats velho, chegou primeira e é me~ thos tem tradicso Paliedro, eadigda em aprovastio. Argumento do posterior sobre o anterior +o que é posterior, mais novo, esta em sintonia com a modernidade: Gregou a nova Ferrari Tecnologia de ponta & eufemismo. Argumento do duravel sobre o efémero +o que dura é melhor do que 0 que € passageiro: Duralmort, as pilhas que duram para a eternidade. Argumento do efémero sobre o duravel + oque passageiro é melhor do que o que & durdvel: No use sacola de plastico, 0 plastica & de dif! de- composed Argumento de qualidade + aguilo que ¢ raro, + oque € consideredo melhor, o primeiro, superior Sebastian Vettel é realmente fantastico, € de longe 0 maior corredor de todes os tempos; 0 alemao tem quebra~ do todas os recordes. Quantidade * aquantidade é qualidade. + uso de dados estatisticas, cifras. ‘A quantidade passa a ser sindnimo de qualidade: Bombril, mile wna utilidades. Argumento de direcdo ‘+ para atingir C, ¢ preciso passar por B: Para obter uma matricula na universidade, & necessé- rio passar no vestibular 58 _INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA II) TIPOS DE ARGUMENTO Argumento baseado na compet€ncia linguistica * na construgéo do discurso, utilize-se da criatividade e da intelizéncia, adequadas 20 piiblico © 20 contesto. ‘A maneira de falar da confiabilidade/destaque a0 que esta sendo dito Veja urn exemplo de competéncia linguistica 0 lactio que furta para comer nda vat nem leva c0 inferno: as que no s6 fo, mas levam, de que eu trato, seo autras ladraes de maior calibre © de mais alta esfera; as quais debotxo do mesmo nome e do mesmo predicamen- to distingue muito bem So Bastio Magno, No 56 sto lo- aebes, di 0 santo, os que cortom bolsas, ou espreitam os que se wo banhar paro thes colher 0 roupa; os adrBes que ‘mois proprio e dignamente merecem este titulo so aque- les © quem os reis encomendam os exércitas e legides ov 0 governo des provincias, ou © administrosdo dos cidades, os quais jd com mancha, ja com forgas roubam cidades reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem te- ‘mar nem periqa: os outras se furtam, fo enforcados, estes farcam e enforcam” Disponivel em: . Argumento prova-concreta Quando empregamos: + dados estatisticos. + documentos + fatos do cotidiano, + fatos historicos, Veja um exemplo de prova-concreta: Janeiro de 2014 fol o més mais quente na cidade de Séo Poul nes tiltimes 71 anos, apantam dados do Institute Na- ional de Metecrolagia (Inmet). Desde que a série histérico comecou a ser felta, em 1943, nunca 0 més registrou tem- peraturas to elevadas, cam média mensal das méximas de 31,7 graus Celsius (°C). O dia mais quente fot registrado em 3 de janeiro, com méxima de 35,4°C. Apenas cinco dias do més tiveramn maxima abaixo de 30°C. Cemila Maciel Dav Olivia (Ea) "Capital paulsta tem o ansiro mais ‘quonte dos timo: 71 anos’. Agénea Bras! 3 jan. 2014, Disponfel em: cwwemebe. com. br/ooticiasforas/2014/04/ capital pauista temo Jarero-mais-quente-cosltimes-71-an0s>. Acesso em: 10 few 2014 (cape Argumento de autoridade Ocorre 6 argumento de autoridade quanda hi + itagdo direta (com asp} + tage indireta (sem aspas) Cita-se uma autoridade sobre o assunta do qual se fala Veja um exemplo: “Paro Ferdinand de Saussure, 0 signo possui uma dupla Jace: um signficante e um significado" Argumento de consenso Seré consenso: + oqueadénciajé provou + oque dispenss outras proves. Exemplo: “nvestir em educagho e satide 6 colher conhecimento, cidedanie vida” Argumento baseado no raciocinio légico Fis algumas relagdes seménticas empregadas nesse tipo de argumentagio: + oposigdes. + analogias + relagGes de causa e consequéncia, + probabilidades. + hipéteses. + explicacées ete. fxemplo: “0 foto de dar certa em outro pais néo significa que doré no nosso; sfio culturas diferentes, éticas distintas. Todovia, alguns modelos podem servir de referéncia, com comportamentos; habitos que precisam ser imitados, como oe #4, yar EXERCICIOS DE SALA 1 verj2016 ‘Aarte de enganar {om seu livro Pernas pro ar, Eduardo Galeano recorda que, na era vitoriana, era proibido mencionar “caleas” na presenca de uma joven. Haje em dia, diz ele, néia cai bem utilizar certas expressées perante a opinido pulblica: “O capi- tallsmoexibe o nome artistca de ecanamia de mercado; im- perialismo se chama globatizagdo; suas vitimas se chamam poises em via de desenvolvimento; oportunismo se chama pragmatismo; despedir sem indentzagdo nem expficagdo se chama flexibilizacdo laborat” etc. A lista & longo. Acrescento os inumeros preconceitos que carregamos: ladrdo # sonegador; lobista € consultor; frocosso € crise; especulacao € derivative; latifiindio & agro negdcio; desmatemento € investimento sural; lavanderia = © educactione trénsite, visto em paises de primeiro mundo, Argumento de reciprocidade + quando ha uma relagio de troca Olho por olho, dente por dente. Argumento de ressalva + quando se reconhece um argumento oposto, porém. de menor importancia, + emprego das conjungées cancessivas (embora, ainda que etc), Exemplo de aplicacio: “‘Ainda que o pals tenha se deservalvida econamica- mente, tecralogicamente, ainda falta muita para atingir- ‘mos um patamar razodvel de sauide, educagtio e habitasto ora o malaria da populact Argumento de presenca + aprova é mostrada pelo acusador (arma do crime). + presenca do palestrante, politico etc Exemplo: = Eis a arma, exceléncia, intacta, com as digitais do criminose. Portanto, a dejesa ndo pode negar que seu clien- te é culpado. Argumento baseado no sacrificio + alguém se sacrificou pelo outro Exemple 1 passa 0 ala todo trabahando para vocé me fozer isso? Tenho 6! de dinheiro escuso € poreiso fiscal; ocumulagdo privada de ‘iqueza é democracia; socializagdo de bens ¢ ditadura; go- vernar a favor da moioria ¢ populismo; tortura & constran- cimento ilegot; invaséo ¢ intervencéo; peste é pandemic; magricelo 4 anaréxica Euferismo é 9 arte de dizer uma coisa e acreditar que © puiblico escuta ou (6 autra. E um jeitinho de escamatear significados. De tentar encobrir verdades e reolidades. Posso admitir que pertengo a terceira idade, embora esteja ng cara: sou velho. Ora, poderta dizer que sou se- minova! Como corros em revendedoras de veiculos. Todos velhos! Mas o adjetivo seminovo os torna mais vendavets, Coitadas dos palavras! Elas sto distorcidas para que a realidade, escamoteada, permaneca como esté. Néo con- seguem, contudo, escapar da luta de classes: pobre ¢ lo- dro, rico é corrupto. INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRAI 59) Pobre é viciade, rico é dependente quimice. Em suma, eufemismo é um truque semédntica para ten- tar amenizar os fatos. Frei Bette. Dia, 21 mar 2035, (Adape. Frei Betto inicia seu texto com uma ctagao do escritor uru- _guaio Eduardo Galeano, recorrendo a recurso comum de argumentacdo. Esse recurso constitul um argumento de. A comparagao. C contestagio. 8 causalidade, D autoridade, 2 Enem 2015 Hepatite ¢ assim. Fade aparecer onde menos se espera em cinco formas diferentes £ porisso que 0 Dia Mundial Contra a Hepatiteesté af pare olertar vac Zs hepattes A 8, C0 e€ tém diversas cousas © muites Jormas dechegar etd vocd Mos, evtar iso & ber simples. Voek, 58 precisa fear atenta aos cuidados necescias para culdar do maiar bem aque vocd tem: ‘ASUA SAUDE! Algumas moneiras dese preven: ~ vacine-se contra as hepatites Ace, = Use dua trotade ¢siga sem tite de banks em locas pibtcas 29 uso de desinfetontes em piscinas A \ = Lave SEMPRE bem os alimen- tos camo frutas, verduras e legume. 2, Lave SEMPRE bem as méos aps usa o toate ean- tes de se ofentae ~ Aa usar agulhas © seringas,certifique-se da higiene do local ede todos os ocess6ros. ~ Certifique-se de que seu médlco ou profissiono! da saiide este usando 0 protestio necessrie, como luvos @ mascares, quando houver © possibiidade de contato de sangue ou secregdes contaminadas com o virus. Disponivel er: » Para responder 8 questo 4, leia 0 texto a seguit E possivel fazer educagdo de qualidade sem escola E possivel fazer educactio emboixo de um pe de man- 90? Nao s6 €, coma jé acontece em 20 cidades brasileiras em Angole, Guiné-Bissau e Mocambique. Decepcianado com a pracessa de “ensinagem’, pilogo Tid Rocha pediu demisstia do cargo de professor da FOP (Universidade Federal de Qura Preto) ecriou em 1984 0. CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento). Gurveto, no Serttio mineiro, foi o laboratério do “esco- fo" que abandonou mesa, cadeira, fousa e ge, fez das ruas 0 sala de aula e envolveu criangas e familiares na pedagogia do roda. “A roda é urn lugar da aciio e do reflexdio, do ouvir e do oprender com o outro, Todos séo educadores, porque esto preocupados com a uprendizagem. E uma construgio cletiva’, expla, educador diz que a roda constrdi consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusdo, ¢ tudo que exclui nfo é educativa. Uma escola que seleciona néo educa, porque exclulu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva tados os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, 56 que cada um no seu ritmo, nao podemos uni- formiear” ‘Nesses 30 anos, 0 educador foi engrossando seu dicio- nirio de terminologias educacionais, todas cafcadas no sa- ber popular: surgiu o pedagogia do abrozo, a pedagogia do antra- =a mom bringuedo, « pedagogia do sabio até oficinas de cofuné Esta tltima foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tio, como foga para conquistar uma moleca?” Fol a debra para ele colocar questées de sexualidade na rado. Para resolver a faléncia do educacéo, Tie inventav uma UTI educacional, em que “maes cuidadoras” fozem “biscotto escrevido” e “folia do livro” (biblioteca em forma de festa) paro ajudor no alfabetizacto. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, pds varias vezes ser questionodo pelas comunidades: “Pode [fozer tol coisa), Tio?” Sequide da resposta certeira: "Pode, pode tudo” os 66 anes, Tido diz estar convicto de que a escola do {futuro ndo exist e que ela serd substituida por espacos de ‘oprendizagem com todas as ferramentas possivels e neces- sirias para os estudantes aprenderem. “Educactio se faz com bons educadores, ea modelo es- colar arcaica aprisiona e hd décadas dé sinais de faléncia, ‘Nao precisamos de solo, precisamos de gente. Ndo precisa- ‘mos de prédio, precisamos de espacos de aprendizado. Noo precisomos de livros, precisamas ter todos 0s instrumentos possiveis que levem 0 menino a oprender.” Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Arian Suassuna para dizer que “terceira idade € pora fruto: verde, madura e podre’,TiGo diz se sentir “privlegiado” de viver 0 que ja viveu e acreditar ng utopia dendo haver mais nenhu- ma crianca analfabeta no Brasil. “Isso néo é uma politica de governo, nem de terceiro setor, € uma questo ética”, pontua, Geoco 2 dex, 2014. Disponivel ems Unicamp 2016 A partir da identificagao de varias expres- ses nominais ao longo do texta, & correto afirmar que: Aas expressbes “pedagogia do abraco”, “pedagogia da roda’, “pedagogia do sabéo", “pedagogia do brinque- do’, “oficinas de cafuné” so referéncias a terminolo- ias educecionais de cardter técnica Bas expressies “biscoito escrevido", “processo de ensi- ager’ @ “flia do liv” séo neologismos criados por meio da manipulagéo de processas de formagio de palavras © acxpressio “escola” esta entre aspas porque se refere aos espagos de aprendizagem diferentes da escola tradi- ional de hoje e que nao serio encontrados no futuro D__a expresso “processo eletivo”, compreendida no tex- to como exclusdo social, pressupdie a existéncia de um projeto educacional que tem por objetivo a uniformiza~ 0 da aprendizagem, INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRAI BL. A.questio numero 5 focaliza uma passagem de um livro do astrénomo, escritor e divulgador cientifico Carl Sagan (1934- 1996) € uma tira de Ado Iturrusgerai publicada no jornal Fatha de S Paulo No existem perguntas imbecis A excectia das criansas (que nfo sabem o suficiente para deixar de fazer os perguntas importantes), pouces de nds possam muito tempo pensando por que a Natureza é como é; de onde veio 0 Cosmos, ou se ele sempre existiu; se o tempo vai um dia voltar atrés, e os efeitos vio preceder as causas; ou se hd limites elementares para 0 que os humanos podem conhecer. Hé até criancas, e eu conheci algumas delas, que desejam saber como é um buraco negro; qual é o menor pedaco de matério; por que nas lembramos do passado, mas ndo de futuro; e por que hd um Universo. De vez em quando, tenho a sorte de lecionar num jardim de inféncia ou numa classe do primeiro ano primdrio. Muitas dessas criancas sdo cientistas natos — embore tenham mais desenvalvido o lade da admiracéo que o do ceticismo. Séo curiosas, intelectuclmente vigorosas. Perguntas provocadoras e perspicazes soem deias aos borbatdes. Demonstram enorme entusiasmo, Sempre recebo uma série de perguntas encadeadas. Elas nunca ouviram falar do necdio de “perguntos imbecis” ‘Mos, quando falo a estudantes do tiltima ane da secundério, encantro.alga diferente. les memarizam os “fotos” Porém, de mada geral, 0 alegria da descoberta, a vida por tras desses fatos, se extinguiu em suas mentes. Perderam grande parte do admirago e ganharam muita pouco ceticismo. Ficam preacupados com a possibilidade de fazer perguntas “imbecis”; esto dispastos a aceitar respostas inadequadas; nda fazem perguntas encadeados; a sala fica inundado de olhares de esguelha para verificar 0 cada segundo, se eles tém a oprovagio de seus pares. Vém pora 0 aula com as perguntos escritas em pedasos de papel que sub-repticiamente examinam, esperando a sua vez, esem prestar atencio discussdo em que seus colegas estio envoividos naquele momento. ‘Algo aconteceu entre o primeiro ono primério e o diltimo ano secundirio, e ndo foi apenas @ puberdade. Eu diria que 6, em parte, a pressiio dos pares para ndo se sobressair (exceto nos esportes); em parte, 0 fato de a sociedade ensinar gratificogdes @ curto prazo; em parte, a impressdo de que a ciéncia e a matemética ndo vio dar @ ninguém um carro esporte; em parte, que tGe pouco seje esperado des estudantes; e, em parte, que haje poucas recompensas ou modelos de papéis para uma discussdo inteligente sobre ciéncia e tecnologia — ou até para 0 oprendizado em si mesmo. Os poucos que continuam interessados sao difomados como nerds, geeks ou grinds.* *Girias norte-americanas para desgnar pesscas chats, desincaressantes, esqulstase,nesse cas, estudantes multe aplicados Cal Sagan. 0 mundo assombrad pelos dembnios, 1997 ‘Mundo monstro WR, OOUE VOCE Sik po cae saER? Tsou re (aa Rurrusgara www ola. comb) 5 unesp 2014 i até crianas, eeu conhec! algumas delas, que desejam saber como é um buraco negro; qual éo menor pedaco ce matéris par que nas lembramos da posta, mas no do futur; e porque ham Universo Explique com que finalidade, no plano seméntico, 0 autor intercalou a oracdo destacada a sequéncia do periodo transcrito. _&> GUIADE ESTUDO "int de texto | Lio Unico | Frente Unica | Capitulo 7 Leia a paginas de 137 a 140, I Fagacs everckios 7 @ 8 da seco “Revisando". IL Faca os enercicios propostos 8, 11 12. 62 _INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA II Fentetnes Aula NiVEL DA EXPRESSAO | = Osigno + Signo: pade ser entendido como uma representag3o do real; a palavra, por exemplo, é um signa. + Composigao do signo: ele possui uma dupla face, um significante e um significado. ‘+ Significante: ¢ 2 parte presente, material do signo, a parte sensivel (vocé cepta o significante por meio das sensacSes); na inguagem escrita, aletra é um signifi cante; na linguagem oral, 0 fonema No nivel da ingua- gem visual, as cores e os teagos fazem parte do signi- cante do desenho ou do quadro; ne nivel da sintaxe, as estruturas sintaticas funcionam como significante. + Significado: ¢ a parte ausente, o que algo significa, + Signo verbal: & arbitrario, muda de acordo com a civi- Fizacio (para o signa casa, temos, no inglés, house; no francés, maison, por exemplo). + Signo visual: ¢ universal, imagem ds casa [signo visual) serd entendida em todas as civlizagies. + Aproximacdo entre significante e significado: « forma (sons, letras, cores, tracos) remete ac contetido (signi- ficado) Por exemplo: Aauséneia de letras sgnfieante) nas palavas devastacdo e nturez0 referee & propia devastagso. ae EXERCICIOS DE SALA AAR A > Texto paraa questao 1. 1 Enem 2015 Tabalhando com recursos formais inspira~ dos no Concretismo, 0 poema atinge uma expressividade da sua meméria que se caracteriza pela il ‘A. interrupgdo da fluéncia verbal, para testar os limites da e logica racional. mui B_reestruturasio formal ds palavra, pars provocar 0 es- tos tranhamento no leitor out CC disperséo das unidades verbsis, para questonar 0 sen- fos tido das lembrangas. e D__fragmentaco da palavra, para representar o estreita- fel mento das lembrangas tos E renova das formas tradicionais, para propor uma pou nove vanguarda poética. coa pou coa pag amo [A Antunes 2ou'+ corpas no mesmo espace. S80 Paul: Perspectha, 1998, INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA III 6. 2 Unicamp 2015 0 cartaz a seguir foi usado em uma cam- panha piiblica para doacio de sangue reo ar \ ce AMETA: 1.000 DOAGGES EM 1 DIA Ea he Beaty) ANONYMOUS RIOT Digponivel em: , Aceso em: # ago. 2014 Rolezinhodirinusvo de relé ou rlé: em nguagem informa, signifies *pequeno passeo% Recentemente, tem designaco encontos smut nos de centenae de pessoas em locals como prasas, parquas pleas = “hopping centers oganiades via nernet Anonymous rot belo noma. Considerando como os sentidos so produzidos no cartaz © seu cardter persuasive, pode-se afirmar que: Aas figuras humanas estilizadas, semelhantes umas as cutras, remetem ao grupo homogéneo das pessoas que podem ajudar e ser ajudadas B_aexpressdo folezinho remete 8 meta de se reunir mul tas pessoas, em um s6 dia, para doar sangue. Otero até indica olimite minimo de pessoas a serem beneficiadas a partir da ago de um sé individuo. Do destaque visual dado & exoressdo *ROLEZINHO NO HEMORIO” tem a fungio de enfatizar a particivagae in- ividual na campanha. » Texto para a questo 3. 64 _INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA II 3 Enem 20130 cartum faz uma critica social. A figura des- fem oposigao as outras ¢ representa a tacada est A aopres: B _caréncia de recursos tecnolégicas falta de liberdade de expresso, D_defesa da qualificagdo profissional E _ reagdo a0 controle do pensamento coletivo. > Leia com atengao o texto a seguir Nunca conheci quem tivesse sido tio feliz como nas redes sociais [..] Ey tenho inveja de mim no Instogram. [L.-J Eu queria ser feliz coma eu sou no Instagram. Eu queria ter certeza, camo eu tenha no Facebook, so bre as minhas posicées politicos. Eno Twitter, bem, no Twitter eu no sou td feliz nem certa e é por isso que de longe essa ganha como rede social de mi corazén. Equanto mais eu me sinto ongustiada (quem nunca?) ‘mais eu entro no Instagram e vejo a foto das pessoas super: {felizes. E mois angustiada eu fico. Por mars que eu saiba que ‘aquela felicidade é de mentiro. Outro dia uma editora de moda que foz muito suces- So no Instagram escrevey em uma legenda: “até que es- tou bem depois de tomar um stillnex © urn rivotril” Gentel) Mos ufa, ela assur rolver pudessem achar que ela era uma super-heroina que ‘nunca tinha levade porrada (nem conhecido quem tivesse tomado}. Ela viaja de um lado para o outro, acorda cedo, mas tem uma decoragio linda na meso, viaja de pais em pals. Trabatha foucamente. Mas ela sempre est disposta e apabronada pelo que faz. Escuta! Quanta mentira! Nenhuma de nds esté apaixo: ada 0 tempo todo pelo que faz. Eu, hoje, escrevi esse texto com muito esforga. Eu, hoje, estou achando que eu escrevo male que perdi o jeito para a coisa, Quem nunca? Quem nunca muitas veces? Quem estamos querendo enganar? A gente. Mas tem vezes, coma agora, em que néo dé. Eu qi ‘no tempo quando as redes sociais néio existiam sé para lem brar como era... As vezes eu acho que, com todas as vanta gens da vida em rede.., talver a gente se sentisse melhar Sérfo, “Estou forto de semideuses. Onde é que hd gente nes se mundo?" rita o Fernando Pessoa Ki do tumult. Nina Lemes.Disponive em: chtp:/freistazpn.ve.com.brfloas/ ber mmandiavear/2015/07/13/ounes-co nec quam tivesce de ta. fele-comonas-reces-sciis. Mtb (Asap) lu. Ate er lidaores leria muito valtar 4 Unicamp 2016 Considerando os recursos linguisticos © discursivos presentes na configuracio do texto, é correto afirmar que: A. “Nunca conheci quem tivesse sido to feliz como nas redes sociais / Eu tenho inveja de mim no Instagram” 6 um enunciado que se espelha nos versos “Nunca co- ‘nheci quem tivesse levado porrada / Todos 05 meus conhecidos tém sido campedes em tudo’, do Poema em Linha Reta, de Fernando Pessoa, por meio do recur- s0 a0 paralelismo de estruturas sintaticas, B_ Notexto de Nina Lemos, alguns recursos linguisticos iscursivos so mobilizedos de modo a promover um tipo particular de interacéo entre o produtor do texto seus leitores por meio de didlogos entre personagens, pontuagao com fungdes estlisticamente diversas, um léxico de natureza coloquial e perguntas retéricas CC Baseadono Poema em Linha Reta de Fernando Pessoa, texto de Nina Lemos apresenta argumentos para con- vencer seus leitores de que ela tem uma vida dificil em relago a de outras pessoas felizes que conhece pelo Instagram, e de que é posstvel mostrar a essas pessoas ue a vida nao é tao boa quanto parece. D _OtextodeNina Lemos epresentauma organizagao textual esintitica tipica da esfera jornalistca, que se caracteriza pelo uso de marcas de oralidade como o recurso das sequéncias de didlogos "Quem estamos querende enga- rar? A gente”), 0 uso de marcadores discursivas (“bem “sério"|e de enunciados inseridos (“quem nunca?”) 5 Enem 2013 Textol Andaram na proia, quando saimes, olto ou der deles; & dof a pouco comecarama vir mais. E parece-me que viriam, este dia, & praia, quatracentas au quatracentos e cinquen- to, Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos troca- rom por corapucas ou por qualquer coisa que thes davar. [J Andavam todas to bem-dispostes, to bem feitos e go- Jantes com suas tinturas que muito agradavar. § Castro Acartade Pero Vaz de Caminha Porta Alegre: LEPM, 1996 fragmento} Texto Il (Grisido Porn. 0 cescabriment do erat 1956. ‘le sobre tea 1991 169 em Dispel em ‘wuportinaroxbr.Acwsso em: 12 jun. 2013, Pertencentes ao patriménio cultural brasileiro, a carta de Pero \Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil Da leitura dos textos, constata-se que Aa carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestagGes artistices dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literavia, Ba tela de Portinari retrata indigenas nus com corpos pintados, cuja grande significasdo ¢ a afirmacio da arte académica brasileira e a contestaso de uma linguagem moderna © a carta, como testemunho histérice-palitico, mostra 0 colhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietacao dos nativos, D as duas produgées, embora usem linguagens diferen- tes ~ verbal e no verbal =, cumprem a mesma funcao social e artistica E a pintura e a carta de Caminha so manifestagies de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo ‘momento histérico, retratando 2 colonizagao. INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRAII 65, Aula 20 6 Enem 2013 DOE SANGUE. Dispenivel em: . Acess0 em: 29 few 2012, ‘As propagandas fazem uso de diferentes recursos para ga- rantir 0 efeito apelativo, isto 6, © convencimento do piibli- co em relagdo ao que apresentam. O cartaz da campanha promovida pelo Ministério da Satie utiliza vérios recursos, verbais © ndo verbats, como estratégia persuasiva, dentre 05 quais se destaca A. aligagao estabelecida entre as palavras hdbito € hemo- centro, explorando 2 ideia de frequéncia, B arelacdo entre a palavra corrente, 2 imagem das pes soas de maos dadas e a mio estendida 2o leitor Ccemprego da expresstio “Um grande ata’, despertan- do a conscléncia das pessoas para 0 sentimenta de so- lidariedade. D aapresentacio da imagem de pessoas saudévels, es- tratégia adequada ao puiblico-alvo da campanha, E a assoclagio entre o grande numero de pessoas no artaz & 0 nlimero de pessoas que precisam receber sangue em nosso pats 65 —_INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA II) 4; GUIADE EsTUDO Int de texto | Livro Unico | Frente Unica | Capitulo 8 1 Leia as paginas 158. 155. I Fagao exerccio 1 da seco “Revisando” IL Faca os exerckcios propostos 1,216. NiVEL DA EXPRESSAO II = Recursos visuais Determinatlos recursos no nivel da forma criam efeitos, de sentida. Veja a seguir alguns detes. Aperspectiva + alge infinito, protongact,ilimitado. + algo 2 ser conguistado ou percorrid. O primeiro plano + efeita de aproximacta + objeto ou ser como foro principal O close Efeito de aproximagio: + cetalhe, particularidades. + parte pelo todo. O dinamico e 0 estatico + dinamico: ideia de aventura, paixdo, jovislidade, emo- Ho, progressao temporal, aco em proceso. ‘+ estdtico: auséncia de progressio temporal, retrato, de- talhe, velhice, morte, manetonia, A superatividade, a inferatividade, a lateralidade, o centro + superatividade: poder, espiritualidade, superioridade em algum nivel a> EXERCICIOS DE SALA. | ae 1 VEG 2013 Observe as imagens. andro Tea Vidos seas Enso fotogifio, 2008. ee fh gieacomltbraquinadeescreer C05) 1/5228: Toca. Aceaa em 17 age 201. Frente Unica f Aula + inferatividade: cosas terrenas, aspecto carnal, material (ou aquilo que indica inferioridade em algum nivel + Iateralidade: & margem do processo, secundério, de ‘menor importanda, + centro: protagonismo, foco, poder O dsperoe oliso + dspero: rudimentar, primitivo relativo & masculinidade + so: escorregadio, movimento, leveza, elativa & femi- rilidade, modernidade Formas moles e formas duras + moles: feminilidade, subjetividade, adaptabilidade. + duras: solidez, racionalidade, materialidade, masculini- dade. Oretoe ocurvo + reto: modemidade, rigidez,virlidade, masculinidade, + curvo: entiguidade (arquitetura batroca, Rococs), suavida- de, feminildade, relgiosidade, pomoosidade O aberto e o fechado + aberto: liberdade, jovialidade, grandiosidade. + fechado: espago descontinuo, intimidade, secreto, opressio. Em 2008, foi realizada uma homenagem @ Graciliano Ra- mos pelos setenta anos de criacao de Vidas secas. 0 foté- ‘erafo Evandro Teixeira realizou um ensaio com locagio nos lugares de origem dos personagens criados pelo escritor alagoano. A produstio incluiu atores com caracteristicas fisieas seme- nantes 8s dos personagens do romance, olhiar poético do fotdgrafo ainda registrou imagens que nos comunicarn {as condicBes dos migrantes, como A aalegria pelo abandono da terra e de suas tradigdes. B a lfelicidade alcangada pelo sucesso da mudanga C aaridez da pele das mos semelhante & dureza do sola Do vigor da vide florescendo nas terras do agreste nor- destino, INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRAI 67. 2 Enem 2015 Rend Magrite. 4 reprodigdo prob. leo Sobre tela, 1,3 x65 em. Museum Bojynans ‘Yan Buningen, Holanda, 1937 © Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artisticas europeias do inicio do século XX. René Megritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas produgies. Um trago do Surrealismo presente nessa pintura € ofa) A justaposicéo de elementos dispares, observadana ima- gem do homem no espelho. B critica 20 passadismo, exposta na dupla imagem do ho- mem olhando sempre para frente. CC construsio de perspectiva, apresentada na sobreposi- Bo de planos visuats. D_ proceso de automatismo, indicado na repetigao da imagem do homem, E _procedimento de colagem, identificado no reflexo do livro no espelho, 68 —_INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA II 3 Enem 2015 -2* aplicacéo en Cobia. Dspenvel am: . ‘Ness om: 30 jul 2012 A palavra inglesa involution traduz-se coma involucso ou regressfo. Aconstrucio daimagem com base na combinacio do verbal com a no verbal revela a intengao de A denundiar o retrocesso da humanidade. B criticar © consumo de bebida alcadlica pelos humanos, C _satirizara caracterizaco dos humanos como primatas, D_elogiar a teoria da evolucdo humana pela seleg30 na- tural E fazer um trocadilho com 2s palavras inovacio e invo- lugao. 4 UFRN 2013 Observe a fotografia de Natal das primeiras décadas do século XX e leia o fragmento da crénica “O novo plano da cidade”, de Camara Cascudo, datada de 30 de outu- bra de 1929, ‘Autor deseonhecdo, Dsponiel em: GUIADE ESTUDO Int. de texto | Livro Unico | Frente Unica | Capitulo 8 L Leia as paginas de 155 a 158, IL Fagao exercicio2 da seo “Revisando’, IL Faca os enercicios propostos 5, 10¢ 14. INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRAI 69) Frente Unies Aula = Arte e linguagem As linguagens se relacionam e se complementam Nesta aula, estudaremos as principais caracteristicas de algumas escolas de pintura a partir do Barroco, para que possames relacionar a linguagem ao periodo de cadauma OBarroco ‘+ Temética realista, abrangende todas as camadas so- + Tentativa do pintor de captar cenas de maior intensi- dade dramatic, + Emogio, em oposigdo ao racionalismo da arte renas- centista + Estilo grandioso, acentuado contraste de claro-escuro (expressao dos sentimentos). + Tematica realista, + Composiggo assimeétrica em diagonal + Luz como guia do olhar do observador para o aconteci- mento principal da obra. tensidade dramatica. O Romantismo ‘+ Escapismo ocorre no espaco. + Nacionalisma, ‘+ Emocio (implica movimento}. + Subjetividade. + Tema da liberdade. + Libertago das convengées académicas em favor da li- vre expresso da personalidade do artista + Valorizacdo dos sentimentos e da imaginagao + Paisagem nao € mero cendrio, possui relagao estreita com as personagens, + Profusdo de cores reflete 0 estado do pintor + Dinamismo nas telas. ORealismo + Positivisma de Auguste Comte: exaltava religiosamente acéncia + Objetividade e praticidade cientitica eram o ideal a ser seguido. + Observacao da realidade, énfase na razdo.e na ciéncia, ‘+ Temas voltados para a ordem social a politica + Trebalhadores @ cenas do dia a dia sao pintados, 70 _INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA II) NIVEL DA EXPRESSAO III + Perspectiva para criar a ilusio de espago, como tam- bem a perspectiva aérea, dando uma nova vis8o da paisagem ou da cena (vista superior aérea). + Volumes sao muito bem representados, devido & gre- dagao de cor, luz e sombra + Aparéncia real do objeto (a textura da pele, dos teci- dos, da parede etc.) O Modernismo + Cores do Brasil + Resgate da cultura nacional + Influéncia das vanguardas, estilo cubista, surrealista etc. + Retrato do povo nas telas + Imagens da favele, + Imagens do Carnaval + Imagens de trabalhadores, retirantes. Vanguardas europeias ‘A seguir, voc® conhecerd as principals caracteristicas de cada uma das vanguardas europelas. Impressionisme + Enfase nas cores + Ocontorno é uma abstragio humana. + As cores no se misturam na paleta + Ago da luz do sol influi na pintura + As sombras so mais elaras + Pintores: Renoir, Manet, Monet, Degas etc. Expressionismo © Corrente a manha entre 1905 ¢ 1930. + Predominancia dos valores emocionais sobre os inte- istica concentrada especialmente na Ale- Tectuais. + Cores irreais, da forma plistica a0 amor, ao cme, 20 medo, & solidao, 8 miséria humana, & prostituigo. + Deforma-se a figura para ressaltar o sentimento. + Arte do instinto, trata-se de uma pintura dramética, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. + Principal pintor: Munch. =a surrealsmo + Combinacio de duas realidades que nto so compa + finfase ao futuro @ ao progresso. tiveis + Negacio do passada + Enfase para sonho, a imaginacso + canes do progresso: locomotives, cares, préios ete + Usodo paradox, +A guerra como higiene do mundo. + Associagio 20 subconsciente + Pintores: Russolo, Bccioni, Carré + Princpais pintores: Salvador Dai, Magritte Dadaismo Cubismo + Negagao da arte, * Fragmentagdo da imagem. + Negagdo do passado e do futuro, + Geometrizacéo. + Critica a burgvesia, + Abra de arte néo deve seruma representagéo cbjeti- + Critica a todos os “ismos” va da natureza, mas uma transformacio dela, aomes- + Artistas: Marcel Duchamp, Tristan Teara ‘mo tempo abjetiva e subjetiva, ‘+ Principal pintor: Picasso a i a Lee EXERCICIOS DE SALA 1 Enem 2014 D_reflexo sobre a captagio artistica de imagens com meios éticos, revelando 0 desenvolimento de uma linguagem propria E entendimento sobre 0 uso de métodos de produgio em série pera a confecgdo da obra de arte, o que atua~ liza as linguagens artisticas, Ly Clark cna de bole, Placse ce metal, 1966, 0 objeto escultérica produzido por Lygia Clark, represen- tante do Neoconcretismo, exemplifica 0 inicio de uma sertente importante na arte contemporinea, que amplia as fungBes da arte. Tendo como referéncia a obra Bicha de bolso, identifica-se essa vertente pelo(a) A participagao efetiva do espectador na obra, 0 que de- termina a proximidade entre arte e vida B _ percepgao do uso de objetos cotidianos para a confec- Go da obra de arte, aproximando arte « realidade. CC reconhecimento do uso de técnicas artesanais na arte, oaue determing 3 consolidagao de valores culturais. INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRAM 71. } ‘ r 2 Enem 2011 P Pcassa. Guernica. leo sobre tela. 349X777 em. Museu Rene Soi, Espana, 1937, Disponivel em: GUIADE EsTUDO Int. de texto | Livro Unico | Frente Unica | Capitulo 8 1 tetas gins de 158.0177 IL Fagac exercieio3 da seco “Revisando’. IL Faca 0s evercicos propostos 6, 8,9. 15. INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA 73) Frente Unies = Os implicitos a varias formas de implicito; nesta aula, estudaremos 0 pressuposto (marcado na frase) € 0 subentendido (nao marcado ne frase) Pressuposto Define-se como o ato de pressuper um conteuido; atri- bui-se 0 contetido pressupasto afatos conhecidas de todos e pelos quais ninguém responde. Veja os recursos linguisti- cos em que se apoiam os pressupostas: + Verbos factivos (oressupdem a verdade) ou contrafac- tivos (oressupdem a mentira}: Opovo sabe que Jair Nonato é honesto. Opresidente acredita que o opasi¢do votaré a seu favor ‘+ Verbos subjetivos jimplicam um julgamento de valor), Odelegado confessou que participou da operogéo, + Verbos ou mareadores aspectuals (pressupiem que bravia um processo anteriormente} Arnaldo, voce parou de fofocar? + Nominalizagbes (expresses sem verbo que pressu- poem um fato): Aloueura da filha levou-os 6 falencia. + Epitetos nao restritives (pressupdem que 2 qualidade era conhecida): O professor fez referéncia aquela estranha funciandria, 74 _ INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA II) IMPLicITos + Interrogativas parciais (nressupdem um fat}: Quem assaltou a geladeira? + Subentendido ‘Trata-se de forma implicita de dizer Faz a responsabi- lidade recair sobre o receptor, podendo 0 enunciador afir- mar, em qualquer tempo, que nao foi ele quem disse algo, ‘mas o outro quem assim interpretou. Para se criar o suben- tendido, so frequentes 0 uso da parte no lugar do todo & 2 transgressdo a lei da conversacdo (toda pergunta pede uma resposta e, se essa no ocorre, pode haver o suben- tendido}. Observe: + Parte pelotodo = Oque voce achou da provaz = A primeira questio estava féci! Pode estar subentendido que o restante da prova es- ‘ava dificl, o que pode ser negada pelo falante que criau 9 subentendido: ~ Vocé estddizendo que o restante estava dificil? = Nao, éque a primeira foi de graco, 0 prova estova facil + Leida conversagio = Eat, sabelta, vamos ao cinema? = Voce sabiaque a professora de inglés sau da escola? = Ah, sabia! = Tehau, vou estudar Isabella transgride uma lei da conversagio no momen- ‘to em que no responde & pergunta, o que gera o suben- ‘tendido de que ela nfo deseja irao cinema yee EXERCECIOS BE SALA I$ 1 Fuvest 2013 Aesséncia da tearia demacrdtica é a supres- sto de qualquer imposi¢do de classe, fundada no postula- {do ou na crenca de que 0s confitos e problemas humanos = econémicos, politicos, ow sociais ~ so soluciondveis peta educagio, isto & pela cooperagio voluntiria, mobitizada pela opinido publica esclarecida, Esté claro que esso opiniio publica terd de ser formada a luz dos melhores conhecimen- tos existentes e, assim, o pesquisa cientifica nes campos das ciéncias neturais e das chamodos ciéncias sociais deverd se {fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, ea difusdo desses conhecimentas, a mais completa, @ mais imparcial € em termas que os tarnem acessiveis a todos. Anido Tebeira, 6ucaeto ¢ um dete, (Adapt) No trecho “chamadas ciéncias social mo chamadas indica que o autor Ave, nas “ciéncias sociais®, uma panaceia, no uma and- lise critica da sociedade. B considera utdpicos os objetivos dessas ciéncias CC. prefere a denominagio “teoria social” 3 denominacao discord dos pressupostos teGricas dessas ciéncias, E utiliza com reserva a denominacdo “ciéncias socials’ ‘@ emprego do ter- =a mom 2. Fuvest 2011.16 na sequranca dacalzoda, e passando por tm trecho em obras que atravanca nossos passos, lango 8 queimo-oupa — Vocé conhece alguma cidade mais feia do que Séo Paulo? = Agora voc? me pegou, retruco,rindo. HB, deixa ev ver. Lembro-me de La Pas, a capital da Bova, ue me po~ receu bem feia. Dizem que Bogota é muito feiosa também, mas néo a conheco. Bem, Séo Paulo, no gerol, é feia, mas cs pessoos tém uma dispasgéo para trabalho aqui, uma vibragio empreendedora, que dé uma feigio muta part- cular & cidade. Acardarcedo em Sao Paulo e ver as pessoas saindo pora trabothar é algo que me toco. Acho ematio- ante vera garra desso gente A, Meraese R. Linsker Estrongeiras em casa: uma crrinhada pela selva Urbano de So Paulo National Geograph Brash (Asp) 0s interlocutores do didloga contido no texto comparti- ham o pressuposto de que A cidades sdo geralmente feias, mas interessantes Bo empreendedorismo faz de So Paulo uma bonita ci- dade. C La Paz ¢ tao feta quanto Séo Paulo, Sfo Paulo é uma cidade feia Sto Paulo e Bogota sto as cidades mais felasdo mundo, INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRAI 75) 3 verj 2015 Oarrastio Estarrecedor, nefando, inomindvel, infame. Gasto logo 0s adjetivos porque eles fracassam em dizer 0 sentimenta que 0s fatos impdem, Uma trabalhadora brasileira, descen- dente de escravas, como tantos, que cuida de quatro fithos e quatro sobrinhos, que parte para o trabalho ds quatro e meia das mands de tadas as semanas, que administra com 0 marido um ganho de mil e seiscentos reais, que paga pontualmente seus carnés, como milhes de trabolhadores brasileiros, é baleada em circunsténcias no esclarecidas no Morro da Conganha e, levada como carga no porte-ma- fas de um carro policial a pretexto de ser atendida, é arras- tada & morte, a céu aberto, pelo asfatto do Rio ‘Ni vou me deter nas versies apresentadas pelos ad- vogados dos policias. Tadas as vozes tera que ser ouvidas, e com muita atencao & voz daqueles que nunca so ouvi- dos. Mas, antes das versbes, 0 fato & que esse porto-molas, 0 se abrir fora do script, escancarou um real que estd acos- tumado a existir na sombra. Omarido de Cidudia Siva Ferreira disse que, se 0 por- tarmatas néo se abrisse como abriv (por obra do acuso, dos deuses, do diabo), esse seria apenas “mais um caso" Ele std dieendo: seria uma morte andnima, aolainada pela surder do Bre, pelo invisibilidade, uma morte no ques- tionada, como tantas outras. £ uma imagem verdadeiramente surreal, nfo por- que esteja fora da realidade, mas porque destampa, por um “acaso objetivo” (a expresstio era usada pelos Sufréd (sta), uma cena Petaléadalda consciéncia nacional, com tudo 0 que tem de violéncia naturalizada e corriqueira, tra- tamento degradante dado aos pobres, estupidee elevada 19 ctimuto, ignoréncia bruta transformada em trapalhada transcendental, além de um indice grotesco de métodos de camuflagem e desaparictio de pessoas, Pois assim como Amarildelé aquete que desaporeceu das vistas, e ndo faz muito tempo, Cléudia & aquela que subitamente salto 6 vista, € ambos soam, queira-se ou no, como 0 verso € 0 reverso do mesmo, © ecaso da queda de Cléudia dé a ver algo do que ‘née pudemos ver no caso do desoparecimenio de Amo- rilde. A sua passagem metedrica pelo tela é um destile do comavol de horror que escondemos. Aquele carro & 0 carro alegérico de um Brasil, de um certo Brosil que temas que lutar para que ndo se transforme no carro alegérico do Brasil José Miguel Wisk. Dispenvel em:

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