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O Absurdo teórico-prático
Trabalho de filosofia
10º ano
Artur Filipe
Nº 16
Turma: 10º CT3
Índice
Introdução ...................................................................................................... 4
Desenvolvimento ........................................................................................... 4
O problema sentido da vida com conexão ao suicídio............................... 4
Absurdo e Revolta ...................................................................................... 5
A aceitação do Absurdo e suas consequências .......................................... 6
Absurdo no seu sentido prático: exemplos e analogias ............................. 8
Conclusão .................................................................................................... 11
Bibliografia.................................................................................................. 12
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Introdução
Nota biográfica: o autor que mais influenciou estre trabalho foi Albert Camus
através do seu ensaio filosófico “O Mito de Sísifo” onde também ele explora este tema
ambíguo. Nasceu na Argélia onde se licenciou em filosofia, depois trabalhou como
jornalista político, produtor teatral, dramaturgo e escritor. As suas obras mais conhecidas
são os seus romances: “A Peste” e o “O Estrangeiro” e devido à genialidade dos seus
trabalhos ele recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1957, um reconhecimento do seu
contributo em questão do problema da consciência humana e da sua filosofia do absurdo.
Desenvolvimento
O problema sentido da vida com conexão ao suicídio
Se a resposta for não, se confessarmos que a vida nos ultrapassa e que não vale a
pena vivê-la porque não a compreendemos, ela é absurda!…neste caso, ponderamos o
suicídio. Este pode ser visto de duas maneiras: um fenómeno social marcado por fatores
sociais como as drogas, o crime ou por exemplo o divórcio e um fenómeno individual
que parte de pensamentos individuais, originando uma crise incontrolável. Esta segunda
maneira de ver o suicídio é assustadora porque no primeiro caso nós estamos dependentes
de algo e podemos não ter uma razão para o cometer, porém, no segundo estamos sós,
apenas com os nossos pensamentos. Assim, o suicídio passa a um novo patamar: o de
morrer voluntariamente seguindo uma lógica ou um raciocínio que formulamos. Agora,
este realmente existe?
O ser humano para cometer um tal ato precisa de estar a sofrer profundamente. Se
houvesse outro caminho talvez ele ponderasse não se suicidar, mas está no seu limite.
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Absurdo e Revolta
“A vida não é mais do que uma sombra passageira, um pobre ator que se agita e
pavoneia sobre o palco chegado o seu momento e depois deixa para sempre de ser ouvido.
É uma história de som e fúria contada por um idiota, que significa…nada.”
Suponhamos que ele exista. Tudo depende Dele, todas as decisões sobre todos os
assuntos da Humanidade supostamente necessitam da Sua aprovação para serem postas
em prática através das nossas ações já que cada um de nós seria guiado por Ele. Mas, se
isso for verdade, Deus é injusto. Porque que é que ele criaria um mundo onde a pobreza,
a fome e o mal antropogénico é existente? Muitos poderiam dizer que Ele nos criou com
livre-arbítrio e que isso compatibiliza a sua mútua existência com estes fatores. É um
argumento bastante válido, mas só há um problema. Dizer que Deus criou-nos com livre-
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Este facto permite-me assumir que os tipos de liberdade que tenho são o de ação
e de pensamento, o que são por vezes mal interpretados por nós no nosso quotidiano.
Todas as nossas ações assentam na ideia que somos livres de escolher uma finalidade a
partir das nossas possibilidades de escolha devidamente avaliadas. Até o Homem se
encontrar com o absurdo e com a verdade que no fim só existe morte. Ele apercebe-se
que ao conformar-se com essas exigências ele põe fim à sua liberdade, ou melhor, torna-
se seu escravo. Essa confiança no futuro e planeamento sofisticado da maneira de viver é
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que o afasta da verdadeira vida que tem no presente. Voltamos ao aspeto desenvolvido
em “O Absurdo e a Revolta”, o do homem viver em constante preocupação com o futuro.
Em suma, a razão profunda da minha liberdade poderá ser apenas a minha aceitação do
presente, ou por outras palavras, só o presente existe e, por conseguinte, a única liberdade
que eu sei é a liberdade que experiencio, ou seja, a maneira como penso e ajo. Esta é a
segunda consequência do absurdo.
O facto de não existir sentido na vida influência diretamente aquilo que fazemos,
mais concretamente, os nossos atos, ou seja, aquilo que fazemos fica sem sentido.
Consequentemente, a escala de valores que devia regular as experiências que vivemos
destrói-se, a sua hierarquização quebra-se, assim, quanto mais experiências o ser humano
tiver melhor. Como se pode verificar ao aceitar o absurdo, a qualidade do conhecimento
obtido pelos sentidos é desprezada, sendo a sua quantidade aquilo que mais importa. Esta
atitude é caracterizada pela paixão humana que os Homens têm pela vida no presente a
todos os instantes, mas também pelo esgotar de todas as experiências que o mundo nos
oferece.
Atenção que viver mais é diferente de ter mais experiências pois não depende das
circunstâncias da vida pessoal de cada um, mas apenas dessas mesmas pessoas. E, se
pensarmos bem é uma questão de sorte as ter por causa da imprevisibilidade da nossa
morte, portanto, o homem absurdo irá aproveitá-las e viver a paixão intensa que tem pela
vida, consciente da sua liberdade e do seu estado de revolta. Esta é a terceira e última
consequência do absurdo.
Até agora falei do absurdo em termos teóricos e se parasse por aqui todo o sentido
deste texto teria estado incompleto. Assim, quero dar a conhecer cinco exemplos de
personagens que retratam o absurdo num contexto prático.
de alguma transcendência? O que faz dele o meu primeiro exemplo? Bem…todos veem-
no como egoísta, querem-no castigar pelas suas atitudes, porém ele é apenas um homem
que vive e esgota a paixão que tem pelo momento presente ao máximo e por isso está
mais interessado na quantidade das suas experiências. Por outras palavras, ele quer
continuar a sentir repetidamente o sabor glorioso das suas conquistas. É viver desta
maneira, de forma consciente da liberdade das suas ações que o faz uma personagem
absurda.
Os seres humanos desde a Antiguidade Clássica têm um fascínio pelo teatro. Isso
advém das variadas personagens que ele retrata impressionando os espectadores por
serem tão diferentes da sua pessoa e por existirem tantos variados destinos possíveis e
possibilidades diferentes da vida daquelas personagens. O que faz então este caso
absurdo? Nada…apenas quem representa essas figuras, os atores, são personagens
absurdas. O simples facto de terem a capacidade de imitar o que é mortal faz deles
absurdos. A sua profissão obriga a que entrem de corpo e alma nessa representação, não
só experimentá-la, mas também senti-la, têm que a dominar. Três horas basta para fazê-
la nascer e morrer. E obviamente a quantidade de experiências retiradas deste fenómeno
é enorme. Porém, eles têm consciência que tudo o que fazem é pretender ser alguém. É
por estes motivos que o ator é o segundo exemplo das personagens absurdas.
Foi destinado a Prometeu criar, em conjunto com o seu irmão Epimeteu, a raça
humana e os animais. Ele ao tentar favorecer os seres humanos roubando o fogo divino,
símbolo da criação, traí-o Zeus. Este não teve outra solução senão castigá-lo. Com este
propósito, o Titã foi acorrentado no alto do monte Cáucaso onde uma ave viria durante o
dia bicar-lhe a barriga, destruindo-a. Prometeu era imortal e por essa razão a sua barriga
regenerava-se durante a noite para que de dia a ave estivesse lá outra vez para cumprir a
mesma tarefa.
Sísifo, rei de Coríntia, era dotado de uma inteligência e astúcia rara para um
homem. Ele morreu duas vezes às quais conseguiu escapar enganando o próprio deus do
submundo, Hades. Por estas causas e devido ao seu desrespeito para com os deuses foi
castigado com uma tortura horrenda: o trabalho inútil e sem esperança. Foi condenado a
carregar uma pedra enorme até ao cimo de uma montanha. Quando chegava lá, ela
soltava-se das suas mãos para rolar pela encosta abaixo. Todo o processo assim se repetia
por toda a eternidade.
Ele é uma metáfora para a condição humana e o absurdo das suas experiências.
No quotidiano, procuramos fazer mais e realizarmo-nos com a tal busca de sentido ou
alguma lógica. Mas, depois de tudo, parece-nos que aquilo que fazemos é inútil e sem
sentido e damo-nos conta do absurdo presente nas nossas vidas. Sísifo representa essa
luta do homem absurdo onde temos duas opções de escolha: podemos fugir à verdade e
por conseguinte cometer suicídio filosófico (causado pela tentativa de transcendência na
lógica que o absurdo nos impõe) ou aceitamo-la, só assim conseguiremos encontrar
felicidade nessa luta.
Sísifo abandonou toda a esperança, detestou a morte e com ela desafiou os deuses.
E, por mais árdua e extrema tarefa que eles lhe deram aceitou o seu destino com
consciência. Ele derrotou os deuses e assim concluo-o que ele é o herói absurdo.
dar. A meu ver, o ser humano por natureza deveria renunciar a algo que regride o
florescimento das suas faculdades quer seja coletivamente através do desenvolvimento
da comunicação e consequente capacidade de raciocínio quer seja individualmente.
Parece que não só nos anulamos a nós próprios ao permitirmos que a tecnologia que
utilizamos represente a nossa pessoa, mas também (se permitirmos) quando
desenvolvemos dependência dessa tecnologia podemo-nos tornar pessoas mais fechadas
ao meio exterior onde ocorre a verdadeira vivência. Ora, isto é anular os dois termos da
equação da existência do absurdo ao mesmo tempo e já vimos que essa é uma má resposta
ao seu problema.
Enfim, também não dá para voltar ao passado e eliminar agora toda a tecnologia
e não é isso que defendo. Apenas o seu uso moderado é que nos ajuda a sermos
produtivos, a relembrar de certas informações que nos escapam no dia-a-dia ou até
comunicar mais facilmente. Ou seja, que a sua ajuda não interfira com a nossa verdadeira
vida pessoal e social dentro da sociedade. Certamente seremos indivíduos mais saudáveis
(e lutaremos furtivamente contra o absurdo).
Conclusão
O tema que escolhi foi “O Absurdo” ligado ao problema do sentido de vida porque
é uma questão a priori, ou seja, antes de praticarmos as nossas ações já teríamos uma
resposta a esse problema a qual nos vai guiar e ser um dos motores da ação, o que penso
que seja muito importante.
Bibliografia
Camus, Albert. (2016) O Mito de Sísifo. Porto: Livros do Brasil/Porto Editora (1ª
edição)
Rodrigues, Luís. (2017) Filosofia – 10º ano. Lisboa: Plátano Editora (5ª edição)
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http://vermontrepublic.org/albert-camus-life-is-absurd-rebel-live-and-try-to-die-
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http://ateus.net/artigos/critica/doze-provas-da-inexistencia-de-deus/ (consultado
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http://whoistheabsurdman.blogspot.pt/2009/08/living-absurd-life.html
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