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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO DF

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PROCESSO : 0005658-24.2018.6.07.8100
INTERESSADO : COFPE - REGINALDO VERAS
ASSUNTO : PROPAGANDA ANTECIPADA - CAMISETAS - SHOWMÍCIO

Decisão nº 2671 / 2018 - TRE-DF/PR/COFPE

A Coordenação de Organização e Fiscalização de Propaganda Eleitoral


(COFPE) tomou conhecimento, por intermédio do link eletrônico
https://www.facebook.com/professorveras/videos/669242026770990/UzpfSTEwMDAwMjQxMzE2NzIxMjoxODM3MzgxMzU5Njg1NjE4/
encaminhado pelo denunciante, de página na internet veiculando o nome e a imagem da
pessoa de Reginaldo Veras, candidato ao cargo de Deputado Distrital pelo Partido
Democrático Trabalhista – PDT, nas eleições gerais de 2018.

Pelo mencionado link verifica-se a realização de evento denominado


“Aniversário Extemporâneo”, que teria ocorrido na primeira quinzena do mês de agosto,
com distribuição de comida, bebida e apresentações musicais, além de uso indevido de
faixas e camisetas de cunho eleitoral, vinculadas ao então pré-candidato Prof. Reginaldo
Veras.

A divulgação do nome do pré-candidato, a menção à pretensa candidatura,


a exaltação de suas qualidades pessoais, por si só, não configuram propaganda eleitoral
antecipada, na forma do art. 3º, da Res. TSE 23.551/2017, em especial diante da expressa
autorização do inciso V, do mesmo artigo, no tocante à divulgação de posicionamento
pessoal sobre questões políticas, inclusive em redes sociais, blogues, sítios eletrônicos
pessoais e aplicativos (apps). Assim, não configuraria propaganda antecipada o fato de o
candidato Reginaldo Veras manter página no Facebook.

Entretanto, por intermédio do link eletrônico


https://www.facebook.com/professorveras/videos/669242026770990/UzpfSTEwMDAwMjQxMzE2NzIxMjoxODM3MzgxMzU5Njg1NjE4/
encaminhado pelo denunciante, possível verificar a realização de evento, com finalidade
eleitoral, veiculando o nome e a imagem da pessoa de Reginaldo Veras em camisetas
utilizadas por apoiadores durante o denominado “Aniversário Extemporâneo”, além de
faixas instaladas no local, com manifesto propósito eleitoral, o que demanda algumas
considerações.

De fato, conforme disposto no art. 2º da Res. 23.551/2017, a propaganda


eleitoral é permitida apenas a partir do dia 16 de agosto (Lei nº 9.504/1997, art. 36) e, como é
cediço, a violação do disposto no caput do mencionado artigo sujeitará o responsável pela
divulgação da propaganda e o beneficiário, quando comprovado o seu prévio
conhecimento, à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco
mil reais) ou o equivalente ao custo da propaganda, se este for maior (Lei nº 9.504/1997, art.
36, § 3º e Res. TSE 23.551, art. 2º, § 4º).
Ademais, na forma do art. 12 da Res. TSE 23.551/2017 “são proibidas a
realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos e a
apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião
eleitoral, respondendo o infrator pelo emprego de processo de propaganda vedada e, se for
o caso, pelo abuso do poder (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 7º; Código Eleitoral, arts. 222 e 237; e
Lei Complementar nº 64/1990, art. 22)”.

Tudo isso sem mencionar que, por força do art. 13 da Res. TSE 23.551/2017
“são vedadas na campanha eleitoral confecção, utilização, distribuição por comitê,
candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes,
cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem
ao eleitor, respondendo o infrator, conforme o caso, pela prática de captação ilícita de
sufrágio, emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso do poder
(Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 6º; Código Eleitoral, arts. 222 e 237; e Lei Complementar nº
64/1990, art. 22)”, restando evidente que consubstancia, em tese, vantagem ilícita, no
período eleitoral e pré-eleitoral, o oferecimento de festa franqueada a eleitores, com shows
musicais e outros benefícios (comida e bebida, por exemplo) aptos a configurar prática de
captação ilícita de sufrágio e abuso de pode econômico.

Por óbvio, o que é proibido para o período de campanha eleitoral (a partir


de 16 de agosto de 2018), também o era, com mais razão ainda, para o período de pré-
campanha.

A publicação no Facebook anexada aos autos data do dia 14 de agosto,


restando evidente o propósito eleitoral da referida propaganda, ora tida por irregular.

Assim, a veiculação de propaganda mediante inscrição do nome do pré-


candidato em camisetas e faixas durante evento festivo proporcionando aos eleitores
manifesta vantagem indevida, mediante fornecimento de show musical, comida e bebida,
com o claro escopo de captar votos, viola o disposto no art. e 13 da Res.-TSE 23.551/2017.

Decisão 2671 (0436179) SEI 0005658-24.2018.6.07.8100 / pg. 1


Inobstante a irregularidade apontada, não se trata de hipótese que
demande a imediata atuação do Poder de Polícia porque o evento verificado ocorreu no
início do mês de agosto. Todavia, para evitar que irregularidade da mesma natureza volte a
ocorrer, esta Coordenação determina a intimação do candidato Reginaldo Veras e do
Partido Político ao qual está vinculado (PDT), por meio eletrônico, para que se abstenham
de confeccionar, utilizar, distribuir camisetas, por si ou interposta pessoa, bem como de
instalar faixas de natureza eleitoral e, ainda, de realizar eventos (com comida e bebida
gratuitas) que proporcionem vantagens aos eleitores, sob pena de prática de novo ato de
captação ilícita de sufrágio, emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso,
pelo abuso do poder, bem como eventual prática de crime eleitoral.

Para a finalidade retro, atribuímos à presente decisão FORÇA DE


MANDADO DE INTIMAÇÃO do candidato Reginaldo Veras e do Partido Político PDT, a ser
cumprido por via eletrônica (e-mail e/ou WhatsApp cadastrados junto à Justiça Eleitoral).

Após, arquivem-se os autos, promovendo-se, antes, a remessa de cópia


integral do procedimento ao Ministério Público Eleitoral para as demais providências
pertinentes considerando a prática adotada.

Brasília, 22 de agosto de 2018

Juíza Marilza Neves Gebrim

Juiz Eduardo Henrique Rosas

Juiz Pedro de Araújo Yung-Tay Neto

MEMBROS DA COORDENAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO


DE PROPAGANDA ELEITORAL NO DISTRITO FEDERAL

Documento assinado eletronicamente por Marilza Neves Gebrim, Juíza Eleitoral, em 22/08/2018,
às 10:40, conforme art. 1º, § 2º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

Documento assinado eletronicamente por EDUARDO HENRIQUE ROSAS, Juiz Eleitoral, em


22/08/2018, às 11:35, conforme art. 1º, § 2º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

Documento assinado eletronicamente por Pedro de Araujo Yung-Tay Neto, Juiz Eleitoral, em
22/08/2018, às 11:38, conforme art. 1º, § 2º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site https://sei.tre-


df.jus.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
informando o código verificador 0436179 e o código CRC 8722854F.

0005658-24.2018.6.07.8100 0436179v3

Decisão 2671 (0436179) SEI 0005658-24.2018.6.07.8100 / pg. 2

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