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28/09/2015 14:01 por Advillage

Adolescente brasileira constrói sua identidade na proteção do


quarto conectado, aponta pesquisa
Segundo levantamento da revista Capricho, 100% das entrevistadas têm conexão no quarto e a grande
maioria, 83%, possui um smartphone

Hoje, é na comodidade de seus quartos, e não em ambientes externos, que as adolescentes desenvolvem
a sociabilidade e constroem uma identidade. A conclusão, da pesquisa “101 Quartos”, realizada pela
revista Capricho, relaciona-se à difusão das plataformas mobile e das redes sociais no Brasil. As principais
atividades ligadas à afirmação da personalidade — como escolher os melhores looks, experimentar
produtos de beleza, assistir às suas séries favoritas e interagir com amigos e colegas — se passa
principalmente no quarto da menina.

A pesquisa é composta de dois levantamentos — o primeiro, quantitativo, entrevistou 4.747 adolescentes


entre 14 e 17 anos das classes A (22%), B (60%) e C (18%); o segundo, qualitativo, consistiu em visitas
aos quartos de 101 adolescentes, presencialmente e por skype.

Segundo a pesquisa, 100% das entrevistadas têm conexão no quarto e a grande maioria, 83%, tem um
smartphone, enquanto 48% têm um computador só delas.

Conectadas a maior parte do tempo e trocando dicas e informações por mídias sociais, elas são
consumidoras ativas e bem informadas, diz a pesquisa. A maioria (61%) afirma ter um conjunto de
make-up “só delas”. Alguns produtos são regra entre as adolescentes: 90% usam máscara para os cílios,
70% usam batom e 64% aplicam pó. O financiamento desse consumo, em grande parte, provém da
renda dos pais. Metade das entrevistadas não tem mesada e 54% não têm cartão de crédito — apenas
10% delas trabalham.

Quarto = segurança - A revista da Abril aponta que a conectividade “arejou” o quarto, que assim deixou
de ser um espaço confinado e atrelado à família. As adolescentes podem interagir com outras pessoas e
construir suas personalidades onde se sentem protegidas: o quarto atenua os riscos existentes no
ambiente externo, como a violência, crime, a exposição física e o custo do deslocamento. Há de se
considerar também o momento que elas atravessam: na passagem para o ensino médio, são transferidas
de escolas de bairro para colégios em uma região afastada e não familiar, obrigando-as a encontrar
novos espaços de convivência e interesse.

O resultado dessa nova configuração, entretanto, é um alto grau de sedentarismo: 70% das
entrevistadas confessam que não praticam atividades extras. As principais atividades que se passam no
quarto, segundo elas, são estudar, assistir a séries, ler e acessar a internet.

Todos os insights da pesquisa 101 Quartos serão apresentados ao mercado em outubro, quando a
Capricho pretende iniciar um roadshow envolvendo as principais agências publicitárias do país.

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