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. Consuado em 26 dejancro de 2012ser um direcionamento dos desejos ¢ expectativas dos esti dantes de comunicacao dessas escolas do Rio de Janeito. Isso também foi verificado em outro momento do questionstio, quando os 134 alunos de jornalismo entrevistados foram ins- tigados a escolher (marcando um X nas respostas predefinidas ‘ou escrevendo livremente) suas preferéncias e desejos em rela- sao ao préprio futuro profissional..A metade dos discentes (67 pessoas) indicou que queria conseguir um emprego em empresa jornalistica reconhecida. Comunicasio organizacio: naal/assessoria de imprensa (14 pessoas) e emprego piiblico na firea de comunicacdo (11 pessoas) também foram opgies bastante mencionadas. A tabela abaixo elenca as categorias consultadas na pesquisa e expde os resultados, apresentando ‘uma divisio entre ingressantes e concluintes. ‘Tabela ~ “Expectativas/desejos dos estudantes dejornalismo fm relagio a Futura carreira” ‘© que querem Ingrestantes|Condintes Emprege em empresa reconhecida (Outro tipo de wabaho-en jomalama «que nto sea: emprego pic em ‘omunicaga, assessor de imprens _emprego em grande empresa jrnalistica Teabalhar com comunicayao organizacional/aseessona de imprensa Emprego pico na area de Segui careira acadérica ‘Outro tipo de trabalho, fora do joralismo ‘Nao sabe / nie respandeu inespecico ‘Avie préprio negscio ‘Qualquer emprego publica, desde que pague bom TOTAL Como se pode observar, o valor do emprego na empresa jornalistica reconhecida é bastante expressivo entre os que acabaram de entrar na faculdade: 70,1% deles vislumbram a sua trajetéria nesse caminho. Para estes, nem sequer se cogita abrir © proprio negécio ou trabalhar com algo fora do jornalismo. Nota-se ainda que os recém-chegados ao curso superior tam- bém nao tém muita familiaridade com outras possibilidades da carreira que os concluintes demonstram apreciar, como a comunica¢io organizacional (1 ingressante interessado para 13 concluintes) ou 0 concurso piiblico na area de comunicagio (Lingressante para 10 coneluinces). Esses dados sio bastante significativos, pois mostram a forga que os meios de comunicagao social ligados a grandes nomes cempresariais exerce na construcio da identidade jornalistica do pais. Ainda que o contexto contemporaneo traga para o debate nas salas de aula dos cursos de jornalismo iniimeras questoes relacionadas as mudangas estimuladas pelas novas tecnologias de comunicacao e informagao, a internet, a convergéncia midié tica, nao ha como negar, mediante o resultado desse questio- nario, que muitas imagens que os fututos jornalistas fazem sobre sua profissio esto ancoradas num padrio de reconhe- cimento vinculado a estrucuras empresariais de grande porte. (Os questionarios também mostram que, além da empresa jornalistica, o ambiente universitario se apresenta como uma grande referéncia para os alunos em termos de definigao do ethos profissional. Nao me afetou muito [o fim da exigéncia do diploma]. Jéera uma prética comum nos veculos de comunicagdo e sé foi ofcializada, Creio que o diploma em si nao é cdo importante, masa formag30 Universitaria ainda faz muita diferenca. (Concluince da UFR)) Independentemente da opiniao acerca da objetividade do diploma, os universitatios entrevistados demonstraram estar imbuidos da crenga de que a passagem pelo curso superior 6 um facor diferencial para o exercicio profissional do jorna- starem ali) lismo (ora, se ndo estivessem, qual 0 propésito de Entretanto, é bom lembrar que esse tipo de erene: para os estudantes universitérios nao é necessariamente com: partilhado consensualmente. Serpornaliste no Brasil ®)‘Mesmo bastante difuundida e largamente aceita no espaco social, a distingao pela via do curso superior foi um ponto nevrlgico das discussdes sobre aexigéncia do diploma, tal como demonstra trecho do editorial do jornal Folha de Paulo que questionoue peso do mundo académico para a construgao do ethos do joralista: “Ei diance do pablico, e nao de um comité cartorial do Estado ou da academia, que o jornalista tem de legitimar-se” (editorial da Folhs de S.Paulo, de 28 de setembro de 2008). Em momentos como esses, o debate nao discorreu, como se pensava, sobre o ethos do jornalista exatamente, mas sim sobre oetbos da propria universidade, sobreeudo no que diz respeito a forga dessas instituigdes para conferir autoridade e legitimidade ao jornalista. Uma fala interessante para contra- por & posigio expressa no edicorial da Folha de S.Paulo foi a do jornalista Alberto Dines, publicada no Jornal da ABI, em 2009 © jornalista 6 deste quarto poder, ele tem que ser treinado para iss0, Ele nfo vai ser teinado na Redacio, no corre-corre; ele tem ‘que parar para pensar, ouvir outras pessoas para que ele possa se conscientzar da importincia do seu papel sv 96 pode acontecer numa universidade boa, porque numa universidade ruim, ele vai ganar o diploma e nunca mais vai parar para discutira qualidade do que aprendeu. [..] E curioso, mas nao fiz nenhuma faculdade ra vida. Poréem, ao longo de mais de cinquenta anos de carreira, comvenci-me de que 0 Unico lugar onde o jornalista pode refletir sobre a sua profisio e compreender as especifcidades dessa pro: fissdo € numa Escola de Jornalismo. (Depoimento de Alberto Dines ao Jornal da ABI, 342, junho de 2008, p, 20) (0 discurso de Dines admite a existéncia de faculdades que no serio capazes de formar um jornalista de qualidade, mas nem por isso minimiza a importancia do curso superior como espago de formacao de um profissional que deve ter atributos intelectuais,além das competéncias exigidas pelo trabalho cot iano, Mesmo tendo se rornado jornalista em vireude da pratica laboral, ele desautoriza, isso sim, 0 suposto valor pedagogico da empresa jornalistica, enfatizando que no ambiente de uma redacio agitada 0 sujeito nao tem tempo ou incentivo paca pensar sobre si mesmo e seu trabalho. No texto de auroria dos professores universitarios e ram bém jornalistas Anténio Fausto Neto e Gilson Piber (Favoraveis 4 exigeneia do diploma), os académicos procuram opor inte- esses empresariais a escolares, defendendo uma perspectiva hhumanista e um cardter ndo instrumental para o saber fomen- tado pelas instancias de formagao tniversitéria: Nao se trata apenas de um reconheciment®'tartorial, mas de um ‘reinamento que foi ministrado aqueles que se candidataram a0 jornalismo e que, neste caso, receberam da universidade o “passe” para fazerem novos rituas, tl A formas universitaria nunca vai repetir o que dela exge 0 mercado, ¢ 8 equivocam aqueles que julgam que @universidade deve serum apéndice dos mercados profsionas, eu status é 0 de perseguir outros tempos, producir reflexdes ¢ ensinamentos acerca dos ofiios para os quais pre param ética, intelectual e humanisticamente futures quadros a servgo dh sociedade, (Texto publicado no site da Fenaj em 18 de agosto de 2008, Grifos meus). A tensio em toro do ethos académico expressa esse con- flito é, em suma, uma luta para saber quem cem mais forca para definir os modelos de attuacio, de pensamento, de conhe cimento para 0s jornalistas que vo atuar no espaco social. Os dois textos apresentam suas coincidéncias, no entanto. A lei- tura mais direcionada de ambos da conta de que eles carregam uma imagem coincidente acerca da identidade do jornalista, justamente relacionada ao papel desse profissional ea sua res- ponsabilidade em face do piiblico, da sociedade. A figura do prestador de servicos emerge nas duas falas. Esse fazer jorna listico, entio, é reforgado, ainda que inconscientemente, por meio dos indicios que o atrelam a0 papel de servidor do pablico. © compartilhamento desse tipo de percepsio por grupos antagonicamente posicionados no debate nao deixa de resultar no reforgo, na perpetuacio, na reprodugao de caracteristicas do jornalista que indicam a esse profissional - com ou sem diploma - um lugar de destaque na ordem do discurso, lugar {que nio é um dado prévio ou automético, mas construido em ‘momentos como esse. SejonatinroBnct ®Ha ainda algumas nuances da identidade jornalistica no debate contemporanco sobre os jornalistas e seus fazeres, seus valores, seus saberes, seu poder, sua presenca nos lugares de visbitidads ede cieulao de nforma;ao, suas cre, sunt transformagdes. O capitulo a seguir, que toma como objevo de andlise as discussdes sobre novas diretrizes curriculares para o curso de jornalismo no Brasil, vai procurar abordar mais alguns desses aspectos. ts primeiras divetrizes curviculares pare o curso de jornalicmna no Brasil Ahistoria da elaboracao das primeiras dirtrizes curricula res para 0 curso de jornalismo no Brasil precisa ser contada paralelamente & do diploma, pois elas estdo politicamente conectadas. Isso porque a “decisio” do entéo ministro da Educagio, Fernando Haddad, de conclamar uma “comissio de especialistas” para elaborar o texto-base dessas diretrizes, rio pode ser encarada como um ato espontineo ¢ direta mente derivado do representante do Estado. Na verdade, ela esteve diretamente relacionada as pressoes feitas por alguns atores sociais empenhados na Campanha Nacional em Defesa do Diploma, encabecada pela Feng} Em audiéncia com representantes da FENAJ, do Forum Nacional de Pro- [essores de Jomalsmo (FNP) e da Sociedade Brasileira de Pesquisadores ‘em Jornalismo (SBPJor)realizada quinta-feira (23/10), o ministro da Educagio, Femando Haddad, admiiu que regulamentago e exer- cicio profissional nao competem 20 MEC. A preocupagio do rministério & com a formacio do jornalista, Por isso, propés a for mago de uma Comissdo para revisar as dretrzes curiculares dos cursos de Jornalismo, A audigncia foi solicitada pelas entidades apés circularem na imprensa informacdes atribuidas ao ministro {que interferiam na regulamentago da profissio e sobre o debate {que hoje se trava em forno da constitucionalidade da exigencia do diploma de curso superior de Jomalismo para o exerccio da profis: 80. (Noticia do ste da Fen, 28 de outubro de 2008. Grifos meus) Essa matéria da a entender que o ministro fez uma “pro- posta” de “revisio” das diretrizes; entretanto, conhecendo os anomalies noBrmet ®relacionados & proposta de criagio das primeitas diretrizes curriculares para o curso de jornalismo. As minticias do ensino e do curriculo ganharam destaque dai por diante, enquanto debate sobre o diploma caminhou paralelamente ao desento- lar desse proceso. De certo modo, as discusses da primeira década do século XXI sobre as normatizasées educacionais para formacio superior em jornalismo estiveram submetidas as do diploma, mas a comissio de especialistas convocada pelo MEC para ditigir os trabalhos se dedicou mais a dar con tomos préprios 3 discussio curricula. Colateralmente, isso resultou no esquecimento ou apaga mento ~ se proposital ou nao, nao se sabe ~ da dimensio de articulacdo politica concreta que associou, desde a proposta de criagdo das direttizes, os dois debates. As pressdes realizadas pela Fenaj, pelo FNPJ e pela SBPJor contra o MEC, as tentativas do ministro de sair das “saias justas” resuleantes de suas decla rages sobre o diploma publicadas na imprensa, além de outros pormenores que estiveram na génese da proposta de elabora ‘10 das ditetrizes, s4o aspectos que acabaram silenciados. ‘Ao acompanhar o desenrolar das discusses, nao foi dificil perceber a intengao do Ministério da Educagao de desarticular possiveis vinculagdes feitas entre a questio das direttizes curriculares e as discussdes do diploma. Tal posicio se fez bastante clara no dia 20 de margo de 2009, quando um fun ciondrio do MEC, Paulo Wollinger,ligado a Secretaria de Edu: cacio Superior, proferiu a fala de abercura da primeira de trés audiéncias puiblicas que foram organizadas para que a comis- sio consultasse setores da sociedade antes de comesat a tedi- sir o relatorio, O representante do ministério iniciou dizendo que, naquele momento de crise mundial o governo brasileiro 2. Haviam passado poucos meses depos da crise de 2008 no serorimobilsio amercano que afetou profundamene todo o sistema de eredito nos Estados Un trade po divesos pales, romando proporsdes mundias, aterando,sobretudo, as bolas de valores. Naquele momenta, 0 Bras, sob o govern de Luis Insc Lia da Siva, procurava demonstrar um oimisme em reagao ao fat, usando © dscurso de investimento na economia brasileira e de seguranca promovia pel soldez das opgaes econémicas da politica governamental irigia especial atengao a trés setores estratégicos: comunica- ao, satide ¢ engenharia. E continuou explicando que, levando isso em consideracéo, o MEC apreciava revises em diretrizes curriculares para os cursos de medicina e engenharia civil, além do jornalismo. De qualquer forma, a questao da obrigatoriedade do diploma no permaneceu silenciada ou esquecida. Ela teimou em apare- cernas falas dos participantes dessa primeira audiéicia pitblica, chegando a desviar, inicialmente, o propésito da reuniio. Mas, para evitar 0 fracasso do debate programado para se realizar naquela ocasio e naquele espago, 0 representante do MEC (que, segundo o protocolo, nao deveria intervir depois de sua ‘manifestasio inicial) recomou a palavra para, pragmaticamente, reiterar sua fala, enfatizando o distanciamento em telagao as discusses do diploma, e redirecionar o rumo da conversa e fazer cumprit a agenda da audiéncia publica Para que a continuacio do evento saisse como planejada, \Wollinger ainda reve que podar um segundo tipo de questio- namento feito pelos académicos contrarios a0 cardter impo- sitivo da iniciativa de criagio de diretrizes. Algumas vozes se levantaram contra a riagio de diretrizes especificas para o jor nalismo, discordando da separagao dele da area de comuni- cagao. Em resposta a essa opinio, o representante do MEC argumentou que os outros cursos para os quais também ela- boravam novas diretrizes naquele momento ~ no caso, medi: cina e engenharia civil - eram pertencentes a grandes areas, que agrupavam diferentes profissées, cada qual com suas res- pectivas ditettizes. De acordo com sua argumentagio, nio existia um curso chamado “satide” nem outro puramente de “engenharia”, Pela mesma ética, a comunicasio social nlo era uma profissio, mas sim uma érea, donde se fazia necessiria a criagio de direcrizes especificas a cada tipo de formacio pro- fissional. Apesar dos protestos, ao fim e ao cabo a audiéncia piiblica teve que continuar eos trabalhos da comissio de espe- cialistas também seguiram em frente. Ficou patente que nio houve, exatamente, a persuasio pela via argumentativa, mas a imposicaio de uma decisio politica pela forca do Estado, @ a© documento final produzido pela dita comissio também denota um silenciamento acerca dos fatores preliminares que serviram de gatilho imediato para o “surgimento” da proposta de criagao das diretrizes curriculares para 0 curso de jorna- lismo. No preambulo do texto, em que caberiam observagdes desse tipo, hd, na verdade, o teor oficial que procura demons- trar que a proposi¢io nasceu de politicas governamentais. Nio se advoga, aqui, que a redagao teria que considerar aqueles aspectos. Entende-se que 0 tom usado em documentos com direcionamento para. leitura e aplicagao por parte do Estado precisa estar conformado a ret6rica pertinente ao discurso dessa instituicdo. Entretanto, nunca é demais que os trabalhos criticos apontem o esquecido, jogando luz ao que frequente mente ¢ obscurecido pela naturalizagio de concepgdes e sentidos coperada por agentes imersos na ordem do discurso. Para isso, é interessante seguir um caminho metodolégico de investiga- «sao das origens, algo que ajuda a demonstrar a movimentacio, as posturas e 05 posicionamentos discursivos dos diferentes atores sociais que se envolveram na tematica. Assim, voltando a andlise do texto das propostas para diretrizes curriculares do curso de jornalismo, vale continuar analisando seus modos de dizer, de apresentar a questo, sempre tendo em mente os impulsos, interesses, jogos de forca, sistemas de saberes, valores que ajudam a encontrar os porqués de determinadas crengas, atitudes e decisdes, Segundo 0 documento produzido pelos especial nomeagao da comissio responsavel por redigi-lo é atribuida 4 um sujeito impessoal (uma portaria do ministério), de modo que se sugere que ela (comissio) nao agiu em beneficio préprio ou no interesse de grupos particulares, mas obedeceu a dindmi- «as estatais na promocao de politicas para a educagao superior. ‘Como se pode notar, atarefa é encarada como “missio” que vai atender a necessidades da sociedade democrética: ‘A Comissio de Especialistas nomeada pela Portaria MEC-SES 203/2009 recebeu do Ministro Fernando Haddad a missio de repensar 0 ensino de Jornalismo no contesto de uma sociedade em processo de transformacio. Trata-se de fendmeno decorrente do fortalecimento da democracia, no qual o Jomalismo, assim como utras areas do conhecimento, desempenha papel decsivo, infor mando os cidadios e formando as correntes de opiniao publica (Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Jornalismo, Relatério da Comissio de Especialstas, 18 de setembro de 2009) Até aqui foram clucidados alguns aspectos importantes sobre a génese da decisio que “props” a criacao dessas diretri 22s no Brasil, destacando-se personagens centrais, suas moti vacbes ideol6gicas, articulagdes politicas, interesses ¢ crencas relacionados nao apenas a questao das diretrizes, em particular, ‘mas aos modelos e politicas de formacio do jornalista no Brasil, ‘mais amplamente. Também se comentou sobre as estratégias de esfumacar, velar, tirar do debate os jogos de forca que foram 0s propulsores imedtiatos da constituigao da comissao de espe- cialistas responsavel pela produgao de relat6rio para tais dire trizes. Com essa reflexao inicial, assentou-se um terreno s6lido para acontinuacio das anélises sobre o material empirico rela- tivo a esse capitulo, que inclui 0 texto do relatério, além de outros discursos que se manifestaram em diferentes situa- es sobre a questo (audiéncias puiblicas, cartas escritas por entidades, sites institucionais etc). Dando continuidade, portanto, & analise do corpus relativo as direcrizes curriculares mantive a mesma inspiraao te6- rico-metodolégica adotada na investigacio do debate sobre © diploma, comando como base os estudos sobre retSrica. Nesse caminho, cheguei a resultados muito semelhantes nas duas anilises, sobretudo no que diz respeito a detecgaio de dois pon- trais:a presenca de uma forte disputa de teor mais acad ‘ico pelo reconhecimento do jomnalismo como campo de conhe: cimento especifico dentro da érea de comunicagao ea reiterada conexo do papel e da importancia do jornalismo e dos jorna- listas com os valores da liberdade, democracia e cidadania. Nos proximos pargrafos, fragmentos de discursos que corrobo- ram a percepgao desses dois aspectos serao reproduzidos. Nao pretendo me alongar no detalhamento analitico desses extra: tos em relagao as mobilizagdes ret6ricas nos ambitos do ethos, @ } 4 § &