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“A TRANSPARÊNCIA NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”

Apresentação: Walmir Francelino Motta

Maringá, 26 de março de 2004


1
Objetivos do Trabalho

• Conceituar transparência e destacar a


sua importância como instrumento de
controle social;

• Destacar a legislação pertinente e os


instrumentos de transparência;

• Fornecer elementos de reflexão sobre o


papel do cidadão em relação a
transparência. 2
Premissas do Trabalho

-O Poder não gosta de ser transparente;

-A transparência é função de Estado e


não de Governo;

-Atransparência na administração
pública é imperativo constitucional;

- Este trabalho não é conclusivo.


3
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO
HOMEM E DO CIDADÃ0 - 1789

Art. 15

“A Sociedade tem o direito de pedir


conta a todo agente público de sua
administração”

4
Transparência na Administração
Pública

Considera-se transparência a
democratização do acesso às
informações, em contraposição ao
sigilo das mesmas.
(Gilberto Tristão, 2.000, p.01)

5
MARCUS TULLIUS CÍCERO
Roma 55 aC.
“O orçamento nacional deve ser equilibrado.
As dívidas públicas devem ser reduzidas, a
arrogância das autoridades deve ser
moderada e controlada. Os pagamentos a
governos estrangeiros devem ser reduzidos,
se a Nação não quiser ir a falência.
As pessoas devem novamente aprender a
trabalhar, em vez de viver por conta pública.”
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PRINCÍPIOS DA ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 37 da Constituição Federal
A Administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
seguintes princípios:
Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência
7
PRINCÍPIO
“Violar um princípio é muito mais grave que
transgredir uma norma qualquer. A desatenção
ao princípio implica ofensa não apenas a um
específico mandamento obrigatório, mas a todo
um sistema de comando. É a mais grave forma de
ilegalidade ou de inconstitucionalidade, conforme
o escalão do princípio atingido, porque
representam insurgência contra todo o sistema,
subversão de seus valores fundamentais,
contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e
corrosão de sua estrutura mestra. Isso porque,
com ofendê-lo, abatem-se as vigas que sustêm e
alui-se toda a estrutura nelas esforçada”. 8
CELSO A. BANDEIRA DE MELLO
Modelos de Administração Pública

Administração Pública Patrimonialista - O Estado é uma


extensão do Poder do Soberano - Corrupção e Nepotismo.

Administração Pública Burocrática - Surge como forma de


combater a corrupção e o nepotismo. Foco interno:
Carreira, hierarquias funcionais, formalismos.

Administração Pública Gerencial - Apoia-se na Adm.


Burocrática. Foco no usuário-cidadão. Eficiência. Controle
de Resultados.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GERENCIAL
CARACTERÍSTICAS
• Eficiência da administração pública:
– Necessidade de redução de custos;
– Aumento da qualidade dos serviços;
• O Cidadão como beneficiário.
• Controle baseado nos RESULTADOS.
• Maior participação da sociedade;
• Deslocamento da ênfase aos procedimentos internos
(meios) para os resultados (fins).
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A CONSTITUIÇÃO
FEDERAL E O CONTROLE
INTERNO

• “Art. 31. A fiscalização do Município


será exercida pelo Poder Legislativo
Municipal, mediante controle externo, e
pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da
lei.” (grifos nosso)
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SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
• “Significa todas as políticas e procedimentos
(controles internos) adotados pela administração de
uma entidade para ajudá-la a atingir o objetivo de
assegurar, tanto quanto for praticável, um modo
ordenado e eficiente de conduzir seus negócios,
incluindo o cumprimento de políticas administrativas, a
salvaguarda de ativo, a prevenção e detecção de
fraude ou erro, a precisão e integridade dos registros
contábeis, e a preparação oportuna de informações
financeiras confiáveis. O sistema de controle interno
vai além das questões diretamente relacionadas com
as funções do sistema contábil ...”
• Normas Internacionais de Auditoria (NIA 400) da International Federations
12 of
Accountants
ART. 31 e 74 DA C0NSTITUIÇÃO FEDERAL
Cumprimento das Metas Previstas no PPA

1 - Avaliar
Programas de Governo
Execução
Dos Orçamentos

2 - Comprovar a Legalidade
Orçamentária Órgãos e
Entidades da
SISTEMA Eficiência Financeira Adm. Direta
DE Gestão
3 - Avaliar
CONTROLE Resultados Patrimonial
Eficácia Adm. Indireta
INTERNO
Rec.Humanos

Operações de Crédito

Avais
4 - Controlar
Garantias

Direitos e Haveres do Estado

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5 - Apoiar o Controle Externo no exercício de sua missão institucional
O SISTEMA DE CONTROLE

Controle e Execução
Orçamentária
Controle Financeiro,
Sistema Contábil e
Programação Financeira
de Custo
e Cronograma de
Desembolso

Auditoria Interna Inspeção e Controle de


SCI Bens Patrimoniais

Controle de Controle de Pessoal


Arrecadação

Relatórios operacionais,
análises, estudos de 14
Fonte: Manual de Auditoria
tempos, etc – Instituto Rui Barbosa
Audiências Plano Plurianual

Anexo Metas Lei de Diretrizes Anexo de Riscos


Fiscais Orçamentárias Fiscais
P
l
Lei Orçamentária
a Anual Portarias
n
e ATUAÇÃO DO SISTEMA
Programação Metas Bimestrais
j DEMensal
Financeira CONTROLE da Receita
a
m
INTERNO
Limite Limite
e Avaliação Limites Despesas Operações Limites
n Metas Fiscais Pessoal Correntes de Crédito Endividamento
t
o Relatórios Relatórios
Bimestrais de Quadrimestrais
Exec. Orçamentária de Gestão Fiscal

Prestação
de Contas Anual Avaliação
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SISTEMA ORÇAMENTÁRIO BRASILEIRO

PLANO DE AÇÃO

Instrumentos de Planejamento

PPA LDO LOA

Planejar Orientar Executar

Políticas Publicas e
Programas de Governo

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Fonte: Planejamento Estratégico, Décio Vicente Galdino Cardin.
“POR CONTER AS PROVAS DE UM
JOGO INJUSTO É QUE O
ORÇAMENTO É TÃO
COMPLICADO, TÉCNICO, OCULTO,
DISFARÇADO, ARREDIO”.
HERBERT DE SOUZA, O BETINHO,
SOCIÓLOGO MINEIRO

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RESPONSABILIDADE
PROFISSIONAL

“Os responsáveis pelo controle interno,


ao tomarem conhecimento de
qualquer irregularidade ou ilegalidade,
dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.” (CF, art.. 74,
parágrafo primeiro)

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ACCOUNTABILITY
• Entendida como a obrigação de se prestar
contas dos resultados obtidos, em função
das responsabilidades que decorrem de
uma delegação de poder. (Nakagawa)

• Responsability = responsabilidade primária.


• Accountability = responsabilidade final.
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PILARES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Controle e
Restrição ao
Endividamento
Responsabilidade e Sistema de
sanções de caráter Planejamento e
pessoal (Lei 1028) execução
orçamentária

Equilíbrio de
LRF
contas, controle de Transparência
arrecadação
(renúncia)

Controle dos três


grandes agregados
de despesa:
pessoal, seguridade 20

e juros
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E
FISCALIZAÇÃO
Da Transparência da Gestão Fiscal - Art. 48
São instrumentos de transparência da Gestão
Fiscal:
Os planos-PPA; Orçamentos e Lei de
Diretrizes Orçamentárias;
As Prestações de Contas e o respectivo
Parecer Prévio;
O Relatório Resumido da Execução
Orçamentária
O Relatório de Gestão Fiscal
As versões simplificadas desses
documentos 21
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE
E FISCALIZAÇÃO
Do Relatório Resumido
da Execução Orçamentária - Art. 52/53

O Relatório Resumido da Execução


Orçamentária
Emitido em até 30 dias após o encerramento
de cada bimestre - (CF, art. 165, § 3º) - acrescido
dos demonstrativo
 da RCL,
dos resultados nominal e primário,
dos demonstrativos de restos a pagar
(inscrição, pagamentos e saldo); 22
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE
E FISCALIZAÇÃO
Do Relatório de Gestão Fiscal - Art. 54/55

 RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL:


Será assinado pelo Chefe do Executivo,
Secretário da Fazenda e responsável pelo
Controle Interno (art. 54, § único);
No Poder Legislativo será assinado pelo
Presidente da Câmara e pelo responsável
pelo Controle Interno (no Executivo) (art. 54,
§ único);

23
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E
FISCALIZAÇÃO
Do Relatório de Gestão Fiscal - Art. 54/55

O RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL


CONTERÁ:
a demonstração do atendimento dos limites
impostos pela LRF e a indicação das medidas
corretivas se for ocaso;
no último quadrimestre - demonstrativos da
disponibilidade de caixa em 31/12 e dos restos
a pagar
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DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E
FISCALIZAÇÃO
Do Relatório de Gestão Fiscal - Art. 54/55

 Publicidade do RGF: amplo acesso público


em até 30dd do encerramento do período,
inclusive pela INTERNET (Lei nº 9.755/98);
 Os dois Relatórios serão padronizados
pelo CONSELHO DE GESTÃO FISCAL art.. 67

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DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E
FISCALIZAÇÃO
Do Relatório de Gestão Fiscal - Art. 54/55

O descumprimento dos prazos sujeita o


Município ao impedimento de receber
transferências voluntárias e de realizar
operações de crédito (art. 55, § 3º);
Lei 10.028/00 - Art. 5º - I - deixar de
divulgar ou enviar ao Poder Legislativo
e ao Tribunal de Contas - Pena = § 1º -
multa de 30% dos vencimentos anuais.
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A TRANSPARÊNCIA
Instituições da LC 101/00
Institucionalização da DEMOCRACIA
PARTICIPATIVA nos processos de
Elaboração (Executivo) e Discussão
(Legislativo) das leis orçamentárias (art.
48, § único);

CONTAS A DISPOSIÇÃO DOS


CIDADÃOS durante todo o ano: no
legislativo e no órgão técnico
responsável pela sua elaboração (art.
49) 27
TRANSPARÊNCIA
DIVULGAÇÃO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
-
• Prazo p/ Audiência
Pública no Legislativo
onde o Executivo
demonstrará o
cumprimento das metas
(Munic c/ mais de 50 mil
habitantes)- (art. 9º, § 4º) .
• Final dos meses de maio,
setembro e fevereiro. 28
REDE GOVERNO
www.redegoverno.gov.br

 Acesso a mais de 4.000 sites governamentais;


 Oferecem cerca de 800 diferentes tipos de
serviços;
 Prestam um volume considerável de
informações ao cidadão;
 É a entrada virtual para todas as páginas
oficiais brasileiras disponibilizadas na internet.
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OBSTÁCULOS À TRANSPARÊNCIA

1. FALTA DE CONSCIÊNCIA E
EDUCAÇÃO POR PARTE DOS
CIDADÃOS;
2. A CULTURA DO SIGILO NO ÂMBITO
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;
3. FALTA DE RECURSOS;
4. AUSÊNCIA DE HABILIDADES
ESPECÍFICAS NO SETOR PÚBLICO;
5. BARREIRAS TECNOLÓGICAS,
CULTURAIS E DE CONHECIMENTO;
6. RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS.
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RESISTÊNCIA A MUDANÇAS
“A televisão não dará certo. As pessoas terão de ficar
olhando sua tela, e a família americana média não tem
tempo para isso.” NYT, 18/04/1939
O avião é um invento interessante, mas sem qualquer
utilidade militar (Mar. Foch, França, 1911)
•Até julho sai de moda (Rev. Variety, sobre o rock’n roll,
1956)
•Cinema é uma curiosidade… mas sem futuro
comercial (Lumière, 1895)
•cinema sonoro é uma novidade que durará uma
temporada (Rev. American Cinematographer, 1900)

•Quando a Expo de Paris encerrar, ninguém mais 32


O QUE PODEMOS FAZER:
1. COBRAR DISPOSITIVOS LEGAIS QUE POSSIBILITE O
ACESSO À INFORMAÇÃO E GARANTIAS PARA A
PARTICIPAÇÃO PÚBLICA;
2. PROMOVER UMA CULTURA PRÓ-ATIVA NO SERVIÇO
PÚBLICO (capacidade e consciência);
3. DESENVOLVER INDICADORES DE DESEMPENHO;
4. INSTITUIR E FORTALECER A CAPACIDADE DAS
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL (organização social);
5. DESENVOLVER POLÍTICAS DE TREINAMENTO, COLETA E
ANÁLISE DE INFORMAÇÕES;
6. DESENVOLVER A CONSCIÊNCIA DE QUE É PRECISO
MUDAR.

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“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver
a vida passar. É melhor tentar ainda que em vão,
que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro
na chuva caminhar, que em dias tristes em casa
me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que
em conformidade viver”
Martin Luther King

MUITO OBRIGADO!
WALMIR FRANCELINO MOTTA
wfmotta@uem.br

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