Professional Documents
Culture Documents
PARTE I
DRAFT
O PNQ tem uma área total de 750,639 ha, dos quais 598,402 ha são habitats terrestres e
152,237 ha são habitats marinhos e ilhéus (http://www.wwf.org.mz/) e abarca 7 distritos,
nomeadamente Macomia, Meluco, Quissanga, Montepuéz, Ancuabe, Metuge e a ilha do Ibo.
Entretanto apenas os distritos de Quissanga e Ibo encontra-se complementamente dentro do
parque enquanto que os restantes distritos contribuem com certos postos administrativos.
1.2. População
Os distritos abrangidos pelo PNQ contam actualmente (2015) com uma população estimada
em 593201 habitantes, sendo o distrito de Montepuéz o mais habitado. O distrito de Metuge é
mais povoado com uma densidade de 75,1 habitantes por km2. Contudo a sua participação na
área do parque é inferior a 20% da sua superfície. Meluco é o distrito menos povoado com
4,5 habitantes por Km2 e é distrito com maior proporção de área dentro do parque, seguido
pelo distrito de Quissanga. Por outro lado é de destacar o facto de este distrito, o único que se
encontra localizada completamente dentro do parque, possui a terceira maior densidade
populacional dentre os seis distritos, o que pode significar uma certa pressão das
comunidades sobre os recursos naturais.
Como sucede com outros parques em Moçambique, dentro do PNQ existem assentamentos
humanos, ainda que com densidade populacional relativamente reduzida. A maior densidade
populacional observa-se ao longo das principais estradas, enquanto que a menor densidade
observa-se nos postos administrativos no interior do parque.
1.2.2. Historial e projecções de estatísticas da população (1997-2040)
350000
300000
250000 Ancuabe
Macomia
200000
Meluco
150000 Montepuéz
100000 Metuge
Quissanga
50000
0
1990 2000 2010 2020 2030 2040
Tabela 1.2. Historial e projecção de estatísticas da população nos distritos do PNQ (1997-
2040)
A agricultura é a principal actividade económica dos distritos abrangidos pelo PNQ, sendo
praticada tanto agricultura para o consumo familiar como para fins comerciais. Para além de
culturas agrícolas alguns distritos praticam a pesca, exploração de recursos florestais,
minerais e comércio.
2.1.3. Clima
O distrito de Metuge é caracterizado por um clima tropical húmido, com uma alta
precipitação concentrada em 5 – 6 meses que permite definir duas estações: Uma húmida e
quente, influenciada pelos ventos alísios, estendendo-se de Novembro a Abril. A outra
estação é seca mais fresca que vai de Maio a Outubro. Atendendo a classificação climática de
Köppen, o distrito pertence a um clima tropical chuvoso de Savana.
A humidade relativa anual é maior no distrito de Metuge, se comparado com outros distritos
do interior pelo facto de estar próximo da costa que é influenciado pelas correntes dos ventos
procedentes do Índico, com valores de 80 – 83 %, e menor no interior que varia de 68 – 69%
(DPCAA, 2007). A precipitação média anual varia entre 800 e 1000 mm e a temperatura
média durante o período de crescimento das culturas excede os 25º C (24 a 26º C). A
evapotranspiração potencial é da ordem dos 1400 a 1600 mm (MAE, 2005)
2.1.4. Solos
O distrito de Metuge apresenta-se com solos muito pesados de cor cinzenta e negra, mal
drenados e de difícil lavoura no interior e na costa apresentando-se com argila e mal drenados
(Ottesen at all, 1995 citado por GD-Metuge, sd). Segundo a mesma fonte, os tipos de solos
predominantes são os Arenosol Gleyco e Regossol êutrico, junto à costa. Os Arenosol Gleyco
e Ferralsol ródico, ocupam a maior extensão na Zona Sul do Distrito enquanto que a Zona
Norte é dominada pelo Regossol êutrico e Leptosol éutrico.
O distrito de Metuge tem solos bastante férteis devido às suas características físico
morfológicas o que os torna passível à prática da actividade agrícola; encontram-se os solos
férteis na região interior nas margens dos rios Impire na Localidade de Nacuta, na região
interior da Localidade Mieze, Rio Muaguide em Nrite propicia a produção de cereais e
hortícolas (GD-Metuge, sd).
2.1.5. Hidrografia
2.1.6. Vegetação
O distinto de Metuge apresenta seis tipos florestais incluindo outras formações de vegetação
não florestais nomeadamente áreas agrícolas e zonas de habitação (povoações). A
classificação dos tipos florestais varia de florestas baixas densas, medianamente densas e
abertas, assim como matagais, pradarias, arbustos e mangal. A vegetação característica é
savana de árvores de pequeno e médio porte com a predominância das espécies típicas da
floresta de miombo. Na avaliação das espécies florestais no distrito, é visível a
predominância de espécies como Brachystegia sp (miroto), Julbernardia globiflora (pacala) e
Pteleopsis myrtifolia (murrepa), assim como a abundância de Dalbergia mellanoxilon (pau-
preto) e Millett istuhmanii (jambirre) (GD-Metuge, sd).
Em 2012 o distrito de Metuge contava com uma área florestal de cerca de 113 328 há
composta por quatro tipos de florestas, nomeadamente miombo, florestas decíduas
indiferenciadas, florestas sempre verdes de montanha e mosaico de vegetação costeira.
Figura 2.1. Formações florestais do distrito de Metuge
A fauna bravia no distrito de Metuge é muito variada. Existem habitats virgens e uma rica
diversidade de espécies de grandes mamíferos, aves e répteis no distrito de Metuge devido a
influência do Parque Nacional das Quirimbas principalmente a Norte do distrito. Das
entrevistas realizadas e com a ajuda de guias de campo para mamíferos de África, a
comunidade confirma a existência de espécies como: Cudos, Porco-espinho, Urso-
formigueiro, Mabeco (cães do mato), pouca presença de Hiena malhada, Leões, Leopardos,
Búfalos, pequenos carnívoros e roedores (GD-Metuge, sd). De acordo com a mesma fonte, há
abundância de pequenos ruminantes principalmente na zona costeira da localidade Messanja
e nota-se igualmente a presença de Pala Palas no extremo Oeste do distrito principalmente ao
longo do rio Upulo para o Noroeste até a região da Mareja. O Quadro 2.3. apresenta alguns
mamíferos e aves existentes no distrito de Metuge.
Quadro 2.3. Alguns mamíferos e aves do distrito de Metuge
2.1.8. População
Devido a sua proximidade à cidade de Pemba, este distrito encontra-se em restruturação territorial
administrativo de tal modo que a Localidade de Mieze sede poderá ser transferida para Pemba cidade,
sendo o limite a ponte sobre o rio Mieze ao longo da estrada nacional.
Em 2013, quando se designava Pemba-Metuge, a população era estimada em 20.837 habitantes,
distribuídos em 23 aldeias, enquanto que o Posto Administrativo de Mieze contava com uma
população de 14.489 habitantes distribuídas em 12 aldeias (GD-Metuge, sd). A tabela abaixo mostra o
historial da população do distrito assim como as projecções para os próximos anos.
2.1.9. Educação
A tabela abaixo apresenta a evolução da rede escolar no distrito de Metuge de 2009 a 2013.
Tabela 2.2. Estabelecimentos escolares por nível de ensino no distrito de Quissanga
Em 2013 a rede escolar era composta por 35 escolas de EPI, 7 escolas de EPII, 3 escolas de
ESGI e 1 escola de ESGII. A relação aluno/professor no ensino primário reduziu de 69,9 em
2003 para 45 em 2011.
Figura 2.3. Rede escolar
De acordo com GD-Metuge (sd) em 2014 foram matriculados 15.282 alunos em todos os
níveis de ensino, um crescimento de 9,3% face aos 14.354 alunos inscritos no ano anterior.
Infra-estruturas Ano
2008 2009 2010 2011
Centros de saúde 3 4 5 5
Equipamento
Total de camas gerais 7 35 44 40
Camas da maternidade 7 19 19 24
Camas por 1000 habitantes 0,1 0,5 0,6 0,5
Fonte: INE (2013)
A expansão da rede sanitária e o reforço do pessoal clínico, nos últimos 5 anos, contribuíram
para a melhoria do estado geral de saúde da população especialmente, em indicadores como a
taxa de mau crescimento (4,7% para 1,3%), a taxa de mortalidade intra-hospitalar (1% para
0,4%), partos institucionais (1,217 para 16,500), consultas externas (66,694 para 68,933) e
taxa de mortalidade (3,2% para 1,6%), seguindo a tendência das médias da Província. (GD-
Metuge, sd).
O distrito de Metuge tem uma densidade populacional elevada, especialmente originada por
movimentos migratórios sazonais (relacionado com a prática de pesca e agricultura) e
permanente relacionado com a sua localização próxima da cidade capital, serviços e
empregos. De referir que no distrito ha uma grande procura de espaços para a construção de
residências assim como de residências para o arrendamento.
Material de construção Nr %
Tipo de Paredes das Casas 16 306 100,0
Bloco de cimento 132 0,8
Bloco de tijolo 33 0,2
Madeira/zinco 22 0,1
Bloco de adobe 513 3,1
Caniço/paus/bambú/palmeira 2 654 16,3
Paus maticados 12 885 79,0
Lata/cartão/papel/saco/casca 6 0,0
Outros 61 0,4
Tipo de Cobertura das Casas 16 306 100,0
Laje de betão 17 0,1
Telha 5 0,0
Chapa de lusalite 20 0,1
Chapa de zinco 531 3,3
Capim/colmo/palmeira 15 569 95,5
Outros 164 1,0
Tipo de Pavimento das Casas 16 306 100,0
Madeira/parquet 18 0,1
Mármore/granulito 16 0,1
Cimento 579 3,6
Mosaico/tijoleira 26 0,2
Adobe 10 950 67,2
Sem nada 4 658 28,6
Outros 59 0,4
Fonte: INE (2013)
A maioria (94%) das cerca de 19 mil habitações1 existentes no distrito são de propriedade
própria. O tipo de habitação dominante é a palhota (96%). Assim o principal material de
construção de habitações é o caniço e paus para as paredes, capim para a cobertura e adobe
para o pavimento. De 1997 a 2007 houve ligeira melhoria na cobertura das casas ao passar de
1
Estimativa a partir das projecçoes da populaçao do Censo de 2007.
de 0% para 3,3% as casas cobertas de chapas de zinco e não houve praticamente melhoria em
relação ao material usado para as paredes.
Em termos de transportes, o distrito é acessível por estrada e por via marítima. A rede viária
do distrito comporta 2 tipos de estradas: As picadas que ligam as várias aldeias, a maior parte
das quais fica intransitável na época das chuvas. O segundo tipo é constituído pela EN 106,
asfaltada que atravessa o distrito ligando a cidade de Pemba ao Sul da Província e à Província
de Nampula, e a ER 247, em terra batida, que liga Metuge ao distrito de Quissanga e à zona
Norte da província (MAE, 2012).
A maior parte das aldeias do distrito de Pemba tem já acesso a fontes melhoradas de água, e
em Metuge existe água canalizada. Toda a rede de abastecimento foi construída recentemente
e está operacional durante todo o ano. Contudo, ainda existem aldeias com alguma
dificuldade de abastecimento, tendo a fonte de água mais próxima de um a três quilómetros
de distância.
Segundo o relatório de balanço de 2014 (GD – Metuge, 2014), Metuge está ligado a rede
nacional de energia eléctrica e contava em 2013 com 4330 consumidores. A tabela abaixo
apresenta algumas estatísticas sobre fontes de água e de energia
Em 2005, quase todos terrenos usados para os vários fins não eram oficialmente titulados, de acordo
com MAE (2005). Em 2014 foram demarcados 205 terrenos, um crescimento de 17,1% face os
195 talhões demarcados em igual período de 2013. Os terrenos foram distribuídos para
funcionários (55), jovens (50), comunidade em geral (55) e reservados para famílias a ser
transferidas de áreas propensas as chuvas (45). (GD - Metuge, 2014).
2.2.1. Agricultura
Houve um aumento da área de cultivo na ordem dos 160,9 %, entre 2008 e 2012, ao passar de
18.296,6ha para 47.726,7ha. Entretanto, o incremento das áreas de produção se baseiam na
intensificação do uso de energia humana e instrumentos rudimentares de cultivo (enxada de
cabo curto) em regime de sequeiro, já que não se tem generalizado a introdução de inovações
tecnológicas.
2.2.2. Pecuária
A criação de gado bovino, caprino e aves de capoeira dominam a produção pecuária que é
realizada maioritariamente pelo sector familiar. O sector empresarial está a investir quase que
exclusivamente na criação de gado bovino. Entretanto, prevalecem situações de conflito de
terras, mosca de tsé-tsé, queimadas descontroladas e falta de infra-estruturas como tanques
carracicidas, corredores de tratamento, etc., mas também sistemas de frio para conservação e
comercialização. Entre 2008 e 2012, os efectivos pecuários evoluíram 44% tendo passado de
41 472 para 59 822 contribuíram para este nível de crescimento a produção de gado bovino
249% e de galinhas 68% (GD – Metuge, sd).
Tabela 2.9. Efectivo Pecuário
PECUÁRIA:
N.º EFECTIVOS SECTOR FAMILIAR
TIPO DE ESPECIES
2008 2009 2010 2011 2012
Bovinos 2 643 2 725 2 784 2 784 9 236
Caprinos 2 895 2 613 2 540 2 548 3 330
Ovinos 2 530 1 231 1 532 1 573 956
Suínos 45 45 47 49 52
AVES
Galinhas 20 430 20 505 24461 10 624 34 228
Patos 10 350 12 217 13835 9 130 10 639
Aves de estima (galinhas do
2 347 521 2347 920 844
mato)
Pombos 232 328 389 391 537
TOTAL 41 472 40 185 47 935 30 407 59 822
Fonte: GD - Metuge (sd)
2.2.3. Pesca
No ano 2008 existiam no distrito 5 centros de pescas tendo o numero crescido para 7 centros
de pesca nomeadamente: Namau, Mueve, Bandar, Mauane, Namaluca, Forjane e Nangua
representando uma taxa de crescimento na ordem de 40%. A produção média anual de
pescado nos últimos anos foi de 55,59 toneladas ao ano, com taxas de crescimento de 37,2%.
As medidas tomadas para fazer face ao desmatamento devido à produção de carvão vegetal incluem a
promoção da produção de mel, reforço dos comités de gestão dos recursos naturais para maior
controlo das exploração de estacas e bambú e o não financiamento de projectos de produção de carvão
vegetal pelo Fundo de Desenvolvimento Local.
De acordo com DPCAA – Cabo Delgado (2007), as únicas actividades de exploração dos
recursos minerais, estão ligadas a pedra e areia, que se localizam junto a Estrada Nacional
106 e na área do Ponto “A”, respectivamente. A exploração deste recurso tem ajudado no
sustento e no progresso do desenvolvimento sócio-económico das comunidades locais e da
Província no geral, uma vez tratar-se de uma actividade de rendimento sem muitas
implicações no que diz respeito aos custos de transporte, porque, a actividade é feita a beira
da estrada em 90% dos casos e comercializada no mesmo local, sendo o seu destino a Cidade
de Pemba e arredores.
2.2.6. Turismo
A área de Mareja, localiza-se no interior do Distrito, na zona norte - ocidental, onde opera um
projecto de ecoturismo, gerido por uma sociedade de camponeses locais e investidores
estrangeiro. O estabelecimento, construído essencialmente por material local, oferece
hospedagem e refeições, assim como visitas guiadas a áreas de fauna bravia e flora.
A área de Messanja, na região litoral, pertencente ao Posto Administrativo Sede, na zona
norte do Distrito, dentro do Parque Nacional das Quirimbas, na zona tampão, tem acessos por
estradas de terra batida, que ficam inacessíveis durante o período chuvoso.
2.2.7. Comércio
Entre 2008 e 2012, houve um crescimento médio global de 93,5% ao evoluir de 371 para 718
estabelecimentos. Essa evolução é acompanhada pelo melhoramento das condições das infra-
estruturas comerciais com utilização de material duradoiro. De todo modo, a rede de
comércio rural encontra-se fragmentada e a presença de estabelecimentos comerciais,
especialmente, junto das zonas de produção e ligados a comercialização agrícola e unidades
de industriais de agro processamento, são insuficientes. Apesar de terem sido estabelecidas
ligações na cadeia de valor, particularmente, entre os centros de produção e os principais
centros comerciais, ainda prevalecem limitações no que respeita as vias de acesso,
informações sobre mercados de preços, controlo de instrumentos de medidas (como balanças
e pesos), etc. (GD – Metuge, sd).
O sector associativo está a ganhar espaço. Existem 44 Associações de camponeses com 680
membros, que se dedicam a actividades agro-pecuárias. Pela importância do sector e, por
forma a acompanhar e apoiar a realização das suas actividades, foi criada uma União de
Camponeses com a função específica de coordenar as actividades (MAE, 2012).
De acordo com GD – Metuge (sd), foi melhorado o acesso ao crédito rural, através do fundo
de investimento de iniciativa local, que beneficiou 8 560 pessoas e 165 associações no valor
global de 973.909,157 Mt entre 2008 e 2012, legalizadas 14 associações agro-pecuárias,
abertas 2 lojas de insumos agrícolas e pecuários, distribuídas sementes melhoradas aos
pequenos produtores, alocadas 5 juntas para tracção animal que estão a ser operadas por
produtores locais, constituída uma rede de extensão agrária para assistência aos produtores,
realizadas capacitações técnicas para os membros das associações e financiados 45 projectos
para comercialização agrícola e promoção da agro industria.
2.3.2. Actividades de parceiros
De acordo com (GD – Metuge, 2013), entre os parceiros que desenvolvem actividades no
terreno com base pessoal e programas próprios destacam-se a HELPO, ligada ao sector de
educação e que ate 2012, envolveu-se na construção de salas de aula, cisternas, casas de
banhos e bibliotecas. A GAPI, está a disponibilizar créditos directos, promover praticas de
poupança e formação de empreendedores. A Ariel Glasser, está a financiar a prestação de
cuidados de saúde, especialmente, no tratamento e assistência aos doentes de HIV/SIDA. O
Millennium Challege Account, financiou a abertura de 25 novas fontes de água. A
FAWEMO, tem uma intervenção voltada para o Empoderamento da rapariga e mulher,
actuando directamente no sector de educação. A ITC, Iniciativa para Terras Comunitárias,
tem estabelecido uma parceria prolongada com o Governo em matérias de gestão de terras
que consiste na delimitação de terras comunitárias, treino e legalização das associações
envolvidas em actividades económicas ecologicamente sustentáveis. A Fundação AGHA
Khan tem um enfoque de intervenção multissectorial que inclui programas de saúde (como
nutrição e prevenção doenças endémicas como a malária e diarreias) agricultura (serviços de
extensão e disseminação de novas tecnologias) e educação (capacitação de docentes e
construção de infra-estruturas escolares e escolinhas comunitárias). A KULIMA, está a
desenvolver acções de sensibilização na área do HIV/SIDA enquanto a ADPP está a realizar
uma intervenção centrada na assistência de extensão aos pequenos produtores agrícolas.
2.4. PLANO DE DESENVOLVIMENTO
O Plano de Uso de Terra do distrito de Metuge (DPCAA – Cabo delgado, 2007) define duas
zonas de desenvolvimento comunitário, sendo uma dentro da zona tampão e outra fora. Nas
duas zonas, a população do distrito de Metuge irá desenvolver actividades de agricultura,
pecuária, desenvolvimento habitacional e económico, em estrita obediência a normas
jurídicas e costumeiras de uso sustentável dos recursos naturais. De acordo ainda com
DPCAA Cabo Delgado (2007), as principais razões que levaram a indicação desta zona são
as seguintes:
DPCAA - Cabo Delgado (2007). Plano de Uso da Terra – Documento de Análise. Distrito de Pemba-
Metuge. Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental de Cabo Delgado. Pemba.
182p.
MAE Metuge (2005). Perfil do distrito de Pemba – Província de cabo Delgado. Moinistério
da Administração Estatal. Maputo. 44p.
GD – Metuge (2014). Balanço do Plano Economico e Social do ano de 2014. Governo do Distrito de
Metuge. 88p.
SECÇÃO 3. DISTRITO DE ANCUABE
O distrito de Ancuabe situa-se na parte Sul da província de Cabo delgado a cerca de 100 Km
de Pemba, limitando-se a Norte com o distrito de Meluco, a Sul com o distrito de Chúre, a
Este com os distritos de Metuge e Quissanga e Mecufi a Oeste com o distrito de Montepuéz
(INE, 2013). A divisão administrativa do distrito compreende três postos administrativos e 5
localidades, conforme o quadro abaixo.
3.1.3. Clima
O clima do distrito é do tipo semi-árido e sub-húmido seco. A precipitação média anual varia
de 800 a 1200mm, podendo por vezes exceder 1500 mm perto do litoral, e a temperatura
média anual varia de 20 a 25º C (MAE, 2005).
Nos vales dos rios predominam solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de textura
pesada a média, moderadamente mal drenados e sujeitos a inundação regular. De acordo com
MAE, 2005, nos dambos1 encontram-se solos hidromórficos de textura variada, desde
arenosos de cores cinzentas, arenosos sobre argila a solos argilosos estratificados, de cor
escura (Mollic, Gleyic e Dystric Gleysols, e Haplic e Luvic Phaeozems).
Os topos e encostas superiores dos interflúvios são dominados por complexos de solos
vermelhos e alaranjados, (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisdols), e amarelos (Hiplic Lixisols
e Hiplic Ferralsols). A maioria dos solos apresentam textura média a pesada, sendo
profundos, bem a moderadamente drenados. Nas encostas intermédias dos interflúvios os
solos variam de cor, desde solos com cores pardo-acastanhada a castanho-amareladas,
moderadamente bem drenados, com textura argilosa (MAE, 2005).
O distrito de Ancuabe é atravessado por vários cursos de água, quase todos de regime
periódico. Os principais rios são Muaguide, Montepuéz e Megaruma.
3.1.5. Vegetação
Em 2012 o distrito de Ancuabe contava com uma área florestal de 261 622,4782 ha. O
miombo é o tipo de formação florestal predominante no distrito.
A fauna bravia no distrito de Ancuabe é muito variada e inclui animais de pequeno e grande
porte com destaque para macacos, porcos do mato, gazelas, impalas, cudos, pala pala,
búfalos, leões, elefantes, cobras, sanguins, esquilos e aves diversas (MAE, 2005). Nalgumas
aldeias tem-se verificado o conflito homem-animal onde os elefantes têm destruído
machambas e celeiros e matam pessoas.
3.1.7. População
O distrito de Ancuabe conta com uma população estimada de 121 320 habitantes, sendo a
maioria é jovem.
3.1.8. Educação
De acordo com INE Ancuabe (2013), o distrito de Ancuabe, possuía em 2012 uma rede
escolar composta por 56 estabelecimentos públicos de ensino do EPI e 25 escolas públicas do
EPII. (Quadro XXX). O distrito contava igualmente em 2012 com 23 283 alunos
matriculados no EPI e EPII e 1646 matriculados no ESGI e ESGII. O sector de educação
mostrou um crescimento nos últimos 6 anos com a relação aluno/professor no ensino
primário a reduzir de 72,8 em 2003 para 55 em 2011.
3.1.9. Saúde
O distrito de Ancuabe contava em 2011 com rede sanitária composta por 6 unidades
hospitalares. Não se registou aumento do número de unidades hospitalares quando
comparado com 2003, mas o número de camas aumentou de 43 (0,4 camas por mil
habitantes) para um total de 118 camas (0,7 camas por mil habitantes) (Tabela 3.4.)
Infraestruturas Ano
2008 2009 2010 2011
Centros de saúde 7 6 6 6
Equipamento
Total de camas gerais 61 83 79 79
Camas da maternidade 29 40 40 39
Camas por 1000 habitantes 0,6 0,7 0,7 0,7
Fonte: INE Ancuabe (2013)
3.1.10. Habitação
Igual que noutros distritos abrangidos pelo PNQ, o tipo de habitação predominante no distrito
de Macomia é a palhota com pavimento de terra batida, tecto de capim e paredes de paus e
caniço. A tabela abaixo apresenta estatísticas sobre o material de construção de habitação em
Macomia
Tabela 3.5. Estatísticas sobre material de construção no distrito de Ancuabe - 2007
Material de construção Nr %
Tipo de Paredes das Casas 27 593 100,0
Bloco de cimento 139 0,5
Bloco de tijolo 74 0,3
Madeira/zinco 4 0,0
Bloco de adobe 2 367 8,6
Caniço/paus/bambú/palmeira 4 083 14,8
Paus maticados 20 891 75,7
Lata/cartão/papel/saco/casca 3 0,0
Outros 32 0,1
Tipo de Cobertura das Casas 27 593 100,0
Laje de betão 18 0,1
Telha 7 0,0
Chapa de lusalite 94 0,3
Chapa de zinco 363 1,3
Capim/colmo/palmeira 26 934 97,6
Outros 177 0,6
Tipo de Pavimento das Casas 27 593 100,0
Madeira/parquet 10 0,0
Mármore/granulito 26 0,1
Cimento 601 2,2
Mosaico/tijoleira 28 0,1
Adobe 18 381 66,6
Sem nada 8 493 30,8
Outros 54 0,2
Fonte: INE (2013)
A maior parte das habitações em Ancuabe são de tipo palhota, construídas principalmente de
paredes de paus maticados ou caniço/paus/bambú/palmeira, Cobertura de
capim/colmo/palmeira e pavimento de adobe ou sem nada (INE, Ancuabe, 2013). De 1997 a
2007 houve ligeira melhoria na cobertura das casas ao passar de cerca de 0% para 1,3% as
casas cobertas de chapas de zinco e não houve melhoria em relação ao material usado para as
paredes.
3.1.12. Outras infra-estruturas
A semelhança de quase todos distritos abrangidos pelo PNQ, em Ancuabe a maior parte dos
ocupantes e usuários de terra não tem DUAT ou qualquer outro documento legal. O direito
de uso e aproveitamento da terra é reconhecido nos termos costumeiros, sendo maior parte da
terra comunitária, cujos direitos de uso são passados de uma geração através de herança
dentro dos arranjos familiares (MAE 2005).
3.2. ACTIVIDADES ECONÓMICAS
3.2.1. Agricultura
A actividade agrícola é mais notória nas aldeias de Muaja, Minheuene, Nanjua e Nanune no
posto administrativo de Mesa; em todas as localidades do PA de Metoro e nas localidade de
Nacuale e Jiote no PA de Ancuabe-sede. De acordo com dados do TIA, a área total cultivada
mostrou uma redução nos anos de 2008 e 2012, enquanto que o tamanho médio das
machambas mostrou um ligeiro aumento.
Parâmetro Anos
2005 2006 2007 2008 2012
Área cultivada total 82 466 71 775 71 586 62 847 38 506
Tamanho médio das machambas 1,01 1,03 0,97 1,01 1,17
Área cultivada - culturas de rendimento 9 795 6 984 4 437 6 438 -
Fonte: TIA
De acordo com INE (2012), em 2010 o distrito de Ancuabe não contava com grandes
explorações agro-pecuárias (Tabela 3.8)
O fomento pecuário, apesar de ainda ser fraco verificou-se algum crescimento de efectivo
pecuário. Dada a existência de condições de pastagem a actividade pecuária pode
desenvolver-se, sendo entretanto as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão os
principais obstáculos ao seu desenvolvimento (MAE, 2005). Dentre os animais domésticos
abundantes destacam-se galinhas, patos, cabritos para o consumo próprio e bois, cabritos,
porcos e ovelhas para a comercialização.
O distrito conta com dois viveiros com vocação para a produção de mudas florestais,
localizados na localidade de Jiote, PA de Ancuabe-sede e na Escola Profissional de Marire no
PA de Mesa. Entretanto as actividades de reflorestamento são escassas tendo sido reportadas
apenas algumas iniciativas restritas nas aldeias de Namapa, Ntchecua e Mesa-sede no PA de
Mesa em 2010 com chanfuta e no PA de Metoro com chanfuta e jambire. Para além da
exploração de espécies de alto valor comercial, a exploração de material para a construção
com destaque para estacas e a produção de combustíveis lenhosos figuram nas actividades
económicas florestais. O distrito caracteriza-se por uma intensa actividade de produção de
carvão vegetal em todos os postos administrativos, sendo o principal fornecedor deste
combustível lenhoso à cidade de Pemba.
O distrito tem promovido algumas medidas para fazer face o desmatamento e degradação
florestal, nomeadamente, contando actualmente com uma associação de produção de mel e
produção sustentável de carvão vegetal e mel. Ao nível da agricultura, têm sido divulgadas
técnicas de agricultura de conservação com os serviços de extensão, assim como o uso de
sementes melhoradas, insumos, através dos serviços de extensão pública do SDAE em
coordenação com parceiros do sector agrário.
Para além de florestas, Ancuabe conta com importantes reservas de grafite e mármore (INE
2013). A actividade mineira é informal (garimpo) sendo notória nas localidades de Mesa-
sede, Campine e Minheuene no PA de Mesa e em Nicololo e Mahera no PA de Metoro na
exploração da pedra granada.
3.2.5. Comércio
Na actividade comercial observa-se o predomínio do comércio informal. Em 2005 a rede
formal de comércio contava com 42 estabelecimentos comerciais 23 dos quais operacionais
(MAE, 2005).
Actividades de parceiros
INE (2013). Estatísticas do distrito de Ancuabe. Instituto Nacional de Estatística. Maputo. 32p.
O distrito de Quissanga está localizado na região centro da Província de Cabo Delgado, a 120
Km da cidade de Pemba, confinando a Norte como o distrito de Macomia, a Sul com os
distritos de Metuge e Ancuabe, a Este com o Oceano Índico que o separa do distrito do Ibo e
a Oeste com o distrito de Meluco (MAE, 2005). Conta com dois postos administrativos e
cinco localidades, segundo se detalha na tabela abaixo.
Quissanga Quissanga-sede
Bilibiza-sede
Bilibiza Ntapuate
Totoro
Mahate-sede
Mahate Cagembe
Namaluco
Fonte: MAE (2005)
4.1.2. Clima
A pluviosidade varia do litoral para a região do interior do distrito, verificando-se uma ligeira
subida à medida que se caminha naquela direcção. Ao longo da faixa costeira a média anual
varia entre os 900 a 1000 mm, na região central, particularmente no PA de Quissanga e no
extremo Sudoeste do PA de Mahate a média anual é de 1000 a 1100 mm, e finalmente numa
faixa mais a setentrional - noroeste do PA de Quissanga sede a média oscila entre 1100 a
1200 mm (GD Quissanga, 2012).
4.1.3. Solos
4.1.4. Hidrografia
Os principais rios que atravessam o distrito são: Montepuéz, que desagua na Baía de
Quissanga, Muaguide, Chibassi, Mirovoto, Mezingue, Quilite, Sivuco e Muembira, todos de
regime periódico. Existem ainda, duas lagoas com água permanente, nomeadamente, Bilibiza
e Cacavero. As planícies costeiras na região são dissecadas por alguns rios que sobem da
costa para o interior, que gradualmente passa para o relevo mais dissecado com encostas mais
declivosas intermédias, da zona subplanáltica de transição para a zona litoral (MAE, 2005)
4.1.5. Vegetação
Agricultura. Representam áreas submetidas a uma forte exploração agrícola que tem
modificado drasticamente as características do habitat original. Localmente podem manter
formações de matagal ou bosques que representam etapas de sucessão ecológica, terras em
abandono, associado às próprias práticas agrícolas. Os tipos de cultivo incluem a mandioca,
milho e mapira e hortícolas.
A maior parte do distrito de Quissanga é composta por formações florestais, sendo o Mosaico
de savanas climacicas e formações arbustivas 94.145,54 ha (31,2%), Mosaico de miombo
caducifólio típico e savanas 55.901,92 ha (18,5%), Mosaico de diversas fácies da série dos
miombos de tipo caducifólio tardio 11.869.77 (3,9%) e Mangal 7.864,67 (2,6 %) os que
cobrem a maior parte do distrito.
Dada a sua localização inteiramente dentro do PNQ, o distrito de Quissanga é rico em fauna
bravia, constituindo deste modo um grande potencial para o turismo. Dentre os animais
abundantes destacam-se elefantes, búfalos, leões, leopardos, macacos, porcos, javalis,
crocodilos e antílopes. Os recursos marinhos incluem a abundância de espécies de peixe de
elevado valor comercial, destacando-se o camarão, polvo, lula, caranguejo e inúmeros
mariscos. A grande heterogeneidade de ecossistemas no PNQ resulta numa grande variedade
de espécies de aves, desde típicas de espaços intertidais, mangal, pradarias, corpos de água
interiores/terras húmidas, ilhas, matas de regeneração, matas de miombo, florestas cultivados
e ambientes aquáticos (GD Quissanga, 2012). A maior concentração de aves regista-se nos
lagos e rios com água permanente, nas florestas e outras matas associadas a rios.
4.1.7. Sensibilidade ambiental
Áreas ambientalmente sensíveis são espaços territoriais onde existe grande diversidade
biológica, espécies em extinção, que expostos à acção humana facilmente podem se degradar.
A delimitação destas áreas é importante para o processo de tomada de decisão e na alocação
de projectos de desenvolvimento, tomando em conta a sustentabilidade ambiental. De acordo
com GD Quissanga (2012), as áreas de sensibilidade ambiental no distrito de Quissanga
incluem as seguintes zonas:
Mangais – inclui toda a faixa costeira do distrito, caracterizada pela presença de manchas
deste tipo de vegetação hidrófila, pouco alterada e extremamente importante como habitat de
algumas espécies marítimas na sua fase juvenil.
Margens dos rios e lagoas e zonas húmidas – ocorrem sobretudo ao longo dos rios
Montepuez e Muaguide e do lago Bilibiza e Cacaveiro áreas baixas que formam terras
húmidas. São essenciais para a promoção de agricultura dada a falta de meios de rega bem
assim para a manutenção da biodiversidade.
Em 2007, aquando do último censo populacional, o distrito de Quissanga contava com 37 771
habitantes. Actualmente, estima-se que residam 40486 habitantes, o que corresponde a uma
taxa anual de crescimento de 0.66%, no intervalo de 8 anos, conforme se pode observar na
tabela abaixo.
Tabela 4.3. Evolução da população de Quissanga
4.1.9. Educação
De acordo com INE Quissanga (2012), o distrito de Quissanga, possuía em 2011 uma rede
escolar composta por 37 estabelecimentos públicos de ensino do EPI e 11 escolas públicas do
EPII. (Tabela 4.4.) e 4 ministrando o ensino técnico profissional e secundário, nomeadamente
Escola Secundária funcionando na vila sede que lecciona da 8ª a 10ª classe, o Instituto
Agrário de Bilibiza, o Instituto de Formação de Professores (ADPP) e a Escola de Formação
de Professores do Futuro. A relação aluno/professor no ensino primário reduziu de 70,7 em
2003 para 40 em 2011.
Tabela 4.4. Estabelecimentos escolares por nível de ensino no distrito de Quissanga
O Distrito conta ainda com 46 centros de Alfabetização e Educação de Adultos, assistidos por
75 alfabetizadores. Os dados mostram uma melhoria significativa da situação em relação a
1997 onde a taxa de alfabetização no distrito era em média de 84%.
O nível de acessibilidade da rede escolar no distrito pode ser considerada de boa, uma vez
que o grau de acessibilidade varia de favorável - 0 a 2km a moderadamente favorável - 2 a
4km Um número significativo de aldeias é coberta por pelo menos uma escola do nível
primário (GD Quissanga, 2012).
4.1.10. Saúde
O distrito de Quissanga contava em 2010 com rede sanitária composta por 7 unidades
hospitalares, das quais 2 Centros de Saúde do Tipo I, que funcionam uma na sede e a outra
em Bilibiza, 3 Centros de Saúde do Tipo II, em Nacoba, Mahate e Cajembe e 2 Postos de
Saúde, em Tororo e Namaluco, com um total de 76 camas correspondentes a 1,2 camas por
mil habitantes. (Tabela 4.6. e Figura 4.3.). Estes dados revelam uma melhoria nas condições
do sector quando comparado com dados de 2003 onde o distrito contava com apenas 5
centros de saúde e um total de 20 camas, ou seja 0,4 camas por mil habitantes.
Infra-estruturas Ano
2008 2009 2010
Centros de saúde 6 6 4
Postos de saúde - - 3
Equipamento
Total de camas gerais 37 39 49
Camas da maternidade 15 17 27
Camas por 1000 habitantes 1,0 1,0 1,2
Fonte: INE Quissanga (2012)
Fonte: GD Quissanga (2012).
O tipo de habitação predominante é a palhota com pavimento de terra batida, tecto de capim e
paredes de paus e caniço. A tabela abaixo apresenta estatísticas sobre o material de
construção de habitação em Quissanga
Material de construção Nr %
Tipo de Paredes das Casas 9,624 100.0
Bloco de cimento 91 0.9
Bloco de tijolo 12 0.1
Madeira/zinco 10 0.1
Bloco de adobe 125 1.3
Caniço/paus/bambú/palmeira 1,996 20.7
Paus maticados 7,365 76.5
Lata/cartão/papel/saco/casca - -
Outros 25 0.3
Tipo de Cobertura das Casas 9,624 100.0
Laje de betão 12 0.1
Telha - -
Chapa de lusalite 49 0.5
Chapa de zinco 205 2.1
Capim/colmo/palmeira 9,292 96.6
Outros 66 0.7
Tipo de Pavimento das Casas 9,624 100.0
Madeira/parquet 5 0.1
Mármore/granulito 21 0.2
Cimento 475 4.9
Mosaico/tijoleira 14 0.1
Adobe 7,023 73.0
Sem nada 1,978 20.6
Outros 108 1.1
Fonte: INE (2012)
A maior parte das habitações em Quissanga são de tipo palhota, construídas principalmente
de paredes de paus maticados ou caniço/paus/bambú/palmeira, Cobertura de capim e
pavimento de adobe ou sem nada (INE, Quissanga, 2012). De 1997 a 2007 houve ligeira
melhoria na cobertura das casas ao passar de cerca de 0% para 2,1% as casas cobertas de
chapas de zinco e não houve melhoria em relação ao material usado para as paredes.
4.1.12. Estradas
Devido a sua localização costeira, Quissanga pode ser acedido via marítima, mas também por
terra através de duas vias principais, uma a norte (via Cagembe) e outra a sul (via Bilibiza).
Existe uma outra via que liga Pemba a Quissanga, passando pelo distrito de Pemba-Metuge.
As restantes estradas são terciárias e de difícil transitabilidade, especialmente no período
chuvoso.
Em 2005, quase todos ocupantes e usuários de terra não tinham DUAT ou qualquer outro
documento legal, sendo predominante o modelo costumeiro de acesso e uso de terra (MAE
2005). Contudo, nos últimos anos, começaram a surgir em numero não especificado algumas
parcelas de terra concessionadas a particulares destinadas para os diferentes fins, sendo de
destacar a agricultura, agro-pecuária, construção de estação de rádio e pecuária (GD
Quissanga, 2012).
4.2. ACTIVIDADES ECONÓMICAS
4.2.1. Agricultura
De acordo com INE (2012), em 2010 o distrito de Quissanga não contava com grandes
explorações agro-pecuárias e a área média cultivada com culturas alimentares básicas em
2010 era de 1,06 ha (Tabela 4.9)
De acordo com dados do TIA, a área total cultivada mostrou uma redução significativa nos
anos de 2008 e 2012, enquanto que o tamanho médio das machambas mostrou um ligeiro
aumento.
Tabela 4.10. Área cultivada e tamanho médio das machambas (ha)
Parâmetro Anos
2008 2012
Área cultivada total 15 779 7 792
Tamanho médio das machambas 0,90 0,96
Área cultivada - culturas de rendimento 2 263 -
Fonte: TIA
4.2.2. Pecuária
Segundo o SDAE (2011) citado por GD Quissanga (2012), o distrito conta no sector familiar
com um total de 55.451 de efectivo pecuário de diversa espécie, sendo 1.088 no sector
privado.
4.2.3. Pesca
A pesca constitui uma das principais actividades económicas no distrito de Quissanga dada a
sua localização numa zona privilegiada para o desenvolvimento da actividade pesca, pois
possui uma orla marítima extensa, uma rede hidrográfica, lacustre e marinha bastante
significativas, se comparado com outros distritos da província, sobretudo os situados no
interior. De acordo com o Governo do distrito de Quissanga (2012), em todo distrito existem
um total de 1 064 pescadores distribuídos em 9 centros de pesca, designadamente o CCP de
Mahate, Nanhoma e Arimba que se dedicam a pratica da actividade piscatória, recorrendo-se
para o efeito as variadissimas artes de pesca, sendo o arrasto, a linha de mão, a gaiola e
emalhar as mais praticadas. A actividade piscícola ainda que sem grande significância no
distrito é praticada em algumas aldeias. Existem seis tanques devidamente povoadas, 4 na
aldeia Namaluco, 1 Nancaramo e 1 no Instituto Agrário de Bilibiza (Governo do Distrito de
Quissanga, 2012).
O distrito não conta com um viveiro para a produção de mudas florestais. As entidades
interessadas têm adquirido igualmente mudas em Mecufi. As principais espécies plantadas
incluem chanfuta e jambire assim como fruteiras obtidas do viveiro de Macomia.
4.2.6. Turismo
4.2.7. Comércio
As acções de desenvolvimento do distrito de Quissanga têm sido levadas a cabo não só pelo
governo como também com a colaboração de vários parceiros nomeadamente, na educação e
saúde, na agricultura e saneamento do meio. Dentre as organizações que realizam as acções
de promoção do desenvolvimento socio-económico destacam-se a Agha Khan, que apoia o
sector da agro-pecuário (GD Quissanga, 2012). As suas acções são extensivas a
abastecimento de água, saneamento e melhoramento de saúde
GD Quissanga (2012) aponta para os seguintes desafios do distrito para os próximos anos:
O Governo distrital, planeou a implementação das seguintes acções para os próximos anos,
de acordo com GD Quissanga (2012):
De acordo com o MAE (2005), o distrito de Meluco situa-se na região central da província de
Cabo-Delgado, sendo delimitado a norte pelos distritos de Muidumbe e Mueda, a sul pelos
distritos de Montepuez e Ancuabe, a leste pelo distrito de Quissanga e a nordeste pelo distrito
de Macomia. O distro de Meluco tem dois postos administrativos, nomeadamente Meluco-
sede e Muagide. O posto administrativo de Meluco-sede encontra-se subdividido em duas
localidades (Minhama e Mitepo), enquanto que Muaguide tem três localidades (Iba, Mitembo
e Sitate).
De acordo com o MAE (2005), aquando da criação do PNQ em 2002, a maior parte do
território do distrito de Meluco foi abrangido, exceptuando a região norte.
Fonte: GD – Meluco (2012)
Segundo o MAE (2005), os solos de Meluco estão associados ao relevo, sendo na maioria
complexos de solos avermelhados, alaranjados e amarelos. No geral, todos solos apresentam
uma textura média a pesada, profundos, bem a moderamente bem drenados. Nas encostas
intermédias dos interflúvios, os solos variam de cor (pardo-castanho a castanha-amarelado),
com textura argilosa e moderamente bem drenados.
Os principais rios que atravessam o distrito de Meluco são o rio Messalo e o rio Montepuez,
ambos de regime periódico. Ocorrem depressões hidromórficas suaves ou vales extensos, não
profundos, sem escoamento de água na forma de uma linha de drenagem ou mesmo leito do
rio (MAE, 2005).
5.1.4. Vegetação
Segundo o PEGD Meluco (2012), a flora deste distrito apresenta vários tipos florestais,
incluindo outras formações não florestais, tais como explorações agrícolas. Os tipos florestais
variam de florestas baixas densas, medianamente densas e abertas, assim como matagais,
pradarias e arbustos. A vegetação típica é savana de árvores de pequeno e médio porte com a
predominância das espécies peculiares de miombo, para além da savana de grandes palmeiras
alternando com bambus e formações densas de gramíneas.
Figura 5.2. Formações florestais do distrito de Meluco
O património faunístico de Meluco tem um potencial turístico e para caça comercial, assim
como providenciar suplemento alimentar para as famílias. A fauna é caracterizada pela
predominância das seguintes espécies: elefantes, macacos, cudos, leões, impalas, javalis,
hienas e outras espécies selvagens uma área de 579 900 hectares (MAE, 2005; PEGD
Meluco, 2012).
Contudo, segundo PEGD Meluco (2012), este potencial faunístico é perigado pela ocorrência
de más práticas ambientais que nela ocorrem como são os casos das queimadas
descontroladas, a exploração insustentável dos recursos florestais para variados fins, bem
como a caça furtiva.
5.1.6. População
Assim como a maioria das regiões do país, Meluco apresenta uma população que tende a
crescer numa taxa anual ajustada de 0.53% com referência do censo populacional de 1997,
tal como se pode observar na tabela seguinte.
Tabela 5.1. Evolução da população do distrito de Meluco
Distrito Ano
Meluco 1997 2005 2007 2015 2035 2040
5.1.7. Educação
Em 2013 a rede escolar do distrito de Meluco era composta por 32 escolas de EPI e 2 escolas
de ESGI e não tinha nenhuma escola do EPII nem do ESGII (tabela 5.2.). A relação
aluno/professor no ensino primário reduziu de 68,2 em 2003 para 28 em 2011.
De acordo com GD – Meluco (2012), o nível de acessibilidade à rede escolar no distrito pode
ser considerada de boa, variando de favorável (0 a 2km) a moderadamente favorável (2 a
4km) (Figura 5.3.). De acordo com a mesma fonte, um número significativo de aldeias é
coberta por pelo menos uma escola do nível primário.
5.1.8. Saúde
O distrito de Meluco contava em 2011 com rede sanitária composta por 5 unidades
hospitalares e um total de 63 camas (40 camas gerais e 23 camas de maternidade), o que
corresponde a 1,6 camas por mil habitantes. Estes dados revelam uma melhoria nas condições
do sector quando comparado com dados de 2003 onde o distrito contava com apenas 4
centros de saúde e um total de 22 camas, ou seja 0,7 camas por mil habitantes.
Infraestruturas Ano
2008 2009 2010 2011
Centros de saúde 4 4 5 5
Equipamento
Total de camas gerais 37 37 39 40
Camas da maternidade 19 19 23 23
Camas por 1000 habitantes 1,5 1,5 1,5 1,6
Fonte: INE Meluco (2013)
5.1.9. Habitação
Segundo o INE (2013), num universo de 6130 habitações arroladas, apenas 51 casas (0.8%)
tinha paredes feitas na base de blocos de cimento. A maioria das casas (84.3%) foi construída
a partir de paus maticados, cenário que reflecte uma população de matriz rural bastante
acentuada (tabela 5.5.). De 1997 a 2007 houve ligeira melhoria na cobertura das casas ao
passar de 0% para 1,4% as casas cobertas de chapas de zinco e não houve melhoria em
relação ao material usado para as paredes.
Tabela 5.5. Estatísticas sobre material de construção de habitação no distrito de Meluco
Material de construção Nr %
Tipo de Paredes das Casas 6 130 100,0
Bloco de cimento 51 0,8
Bloco de tijolo 5 0,1
Madeira/zinco 3 0,0
Bloco de adobe 170 2,8
Caniço/paus/bambú/palmeira 724 11,8
Paus maticados 5 165 84,3
Lata/cartão/papel/saco/casca 1 0,0
Outros 11 0,2
Tipo de Cobertura das Casas 6 130 100,0
Laje de betão 6 0,1
Telha 2 0,0
Chapa de lusalite 12 0,2
Chapa de zinco 86 1,4
Capim/colmo/palmeira 5 994 97,8
Outros 30 0,5
Tipo de Pavimento das Casas 6 130 100,0
Madeira/parquet 1 0,0
Mármore/granulito 12 0,2
Cimento 148 2,4
Mosaico/tijoleira 4 0,1
Adobe 4 956 80,8
Sem nada 996 16,2
Outros 13 0,2
Fonte: INE (2013)
Em Meluco, o sistema de acesso e posse de terra é baseado nos hábitos e costumes locais,
sendo a terra maioritariamente comunitária, pertencente as familias inseridas num contexto
comunitário, sendo transmitida de geração a geração via herança. Em 2005, quase todas terras
comunitárias não eram tituladas, mas em 2015 o cenário mudou conforme retrata a tabela
abaixo.
5.2.1. Agricultura
De acordo com dados do TIA, a área total cultivada e o tamanho médio das machambas
mostraram um aumento significativo de 2008 a 2012.
Parâmetro Anos
2008 2012
Área cultivada total 3 280 6 388
Tamanho médio das machambas 0,94 1,87
Fonte: INE (2013)
Dados colhidos de informantes chave do SDAE em 2015 indicam que o milho, mapira, arroz,
mexoeira, fejões, amendoim, mandioca são as principais culturas de subsistência e que o
gergelim e a principal cultura de rendimento. A actividade agrícola é mais notória nas
localidades Sede e Minhama no PA Sede, na localidade de Citate, PA de Muaguide e um
pouco em todo o distrito em volta das aldeias.
5.2.2.Pecuária e pesca
Segundo o MAE (2005), a actividade pecuária pode ser considerada muito fraca embora
existam algumas infra-estruturas. Existem nalguns povoados pequenos e exporádicos
criadores de gado.
A pesca surge como alternativa a agricultura. Devido a sua localização interior, a maior parte
do peixe fresco consumido é proveniente de rios e lagos. Invariavelmente, a população
consome peixe seco de água salgada (MAE 2005).
Em 2012 o distrito de Meluco contava com uma área florestal de 519 521,261ha , equivalente
a cerca de XX% da superfície total do distrito. O miombo é o tipo de formação florestal
predominante no distrito.
Para além da exploração de espécies de alto valor comercial, a exploração de material para a
construção com destaque para bambú é outra actividade económica relevante no distrito. Em
relação aos combustíveis lenhosos a produção comercial de carvão é restrita, realizada pelas
comunidades locais, apenas para abastecer a sede do distrito e o PA de Muaguide, em virtude
da longa distância que o separa da cidade de Pemba.
De acordo com MAE (2005), elefantes, impalas, leões, cudos, javalis entre outros são as
principais espécies faunísticas.
As acções promovidas pelo distrito para fazer face o desmatamento e degradação florestal,
estão direccionadas para a agricultura nomeadamente, a disseminação de tecnologias
agrícolas para que o camponês possa permanecer vários anos no mesmo local.
5.2.4. Actividade mineira
5.2.5. Turismo
Segundo o relatório de balanço anual (GD – Meluco, 2014), os principais centros de interesse
turístico de Meluco são: Monte Kwei, Monte Kwero, Tipamoko e Unlukuni. O número de
visitantes tem crescido nos últimos anos conforme se pode observar na tabela abaixo. Dados
da mesma fonte revelam que entre 2013 e 2014, foram registados 1.015 hóspedes, dos quais
637 nacionais e 378 estrangeiros contra 897 planificados, o que corresponde a uma realização
superior a 100% e um crescimento de 24%, face ao ano de 2013.
Tabela 5.10. Oferta e procura de serviços turísticos em Meluco entre 2013 e 2014
5.2.6. Comércio
A actividade comercial em Meluco é dominada por produtos agrícolas com destaque para
cereais, legumes e a mandioca. Segundo o balanço anual de 2014, os níveis de
comercialização mantiveram-se quase constante com uma taxa global de crescimento de
0.5% decorrente do aumento na oferta de gergelim, conforme se pode constatar na tabela
abaixo. Existe ainda uma rede de comercialização de produtos diversos feito no sector
informal constituído por cerca de 295 estabelecimentos informais tipo mercearias ou bancas
que vendem baixos volumes de mercadoria (PEDD Meluco, 2012).
Tabela 5.11. Principais produtos agrícolas comercializados em Meluco (2013-2014)
% Comerciali-
PRODUTOS Quantidades em Toneladas Ind. Real. T. Cresc
zação global
Actividades de parceiros
Segundo o MAE (2005), existem em Meluco algumas ONGs que colaboram com as
autoridades governamentais e locais incluindo a participação das comunidades na concepção
e implementação de programas locais de desenvolvimento, ambiente, saúde, entre outros
domínios sócio-económicos, sendo de destaque as seguintes: Acção Agrária Alemã e
Medicus Mundi. De acordo com PEGD Meluco (2012), operam actualmente nas áreas de
saúde, financiamento rural, educação e agricultura outras organizações tais como a KULIMA,
ITCe FDC, AGA KHANI e ADPP.
5.4. PLANO DE DESENVOLVIMENTO
O Governo distrital, planeou a implementação das seguintes acções para os próximos anos,
de acordo com Plano Distrital de Uso da Terra (GD Meluco, 2012):
GD – Meluco (2012). Plano Distrital de Uso da Terra – Documento de análise da situação actual.
Governo do Distrito de Meluco. Cabo Delgado. 66p.
INE (2013). Estatísticas do distrito de Meluco. Instituto Nacional de Estatística. Maputo. 32p.
GD – Meluco (2014). Relatório de Balanço do ano de 2014. Governo do Distrito de Meluco. 33p.
SECÇÃO 6. DISTRITO DE MACOMIA
O distrito de Macomia, com uma superfície de 4 967 Km2, está localizado na zona central da
província de Cabo Delgado, aproximadamente a 200 Km da capital provincial, Pemba,
limitando-se a Norte com os distritos de Muidumbe e Mocímboa da Praia, a Sul com os
distritos de Meluco e Quissanga, a Este como o distrito do Ibo e a Oeste como distrito de
Meluco. O distrito está dividido em quatro postos administrativos e 11 localidades, segundo
se detalha no Quadro 6.1.
6.1.3. Clima
6.1.5. Hidrografia
O distrito de Macomia é atravessado por 14 rios, dois dos quais permanentes (Messalo e
Muagamula) e os restantes sazonais (Tabela 6.1.)
6.1.6. Vegetação
GD Macomia (2010) refere que, no âmbito da realização do inventário dos animais de grande
porte, foi feita uma contagem de mamíferos no PNQ. De acordo com a contagem, no bloco C
do Parque Nacional das Quirimbas (localizado no distrito de Maconia), foram identificados
um total de 174 mamíferos pertencentes a várias espécies, estando estimado em 11.235 o
número total de animais no bloco C.
As espécies mais representativas são Papio cynocephalus (macaco cão), Phacochoerus
aethiopicus (facocero), Potamochoerus porcus (porco do mato), Aepyceros melampus
(impala), Cephalophus natalensis (cabrito vermelho),cSylvicapra grimmia (cabrito cinzeto) e
Loxodonta african (elefante).
6.1.8. População
Assim como todos distritos do país, Macomia conta com uma população largamente jovem,
estimada em 91 033 habitantes. O perfil demográfico projectado pelo INE, encontra-se
compilado na tabela que se segue e mostra a evolução do número de habitantes desde 1997
até o ano 2040.
6.1.9. Educação
A tabela abaixo apresenta a evolução da rede escolar no distrito de Macomia de 2007 a 2011.
A relação aluno/professor no ensino primário decresceu de 70,3 em 2003 para 52 em 2011.
Infra-estruturas Ano
2008 2009 2010
Centros de saúde 7 7 7
Equipamento
Total de camas gerais 64 64 73
Camas da maternidade 28 28 37
Camas por 1000 habitantes 0.8 0.8 0.9
Fonte: INE Macomia (2012)
Igual que noutros distritos abrangidos pelo PNQ, o tipo de habitação predominante no distrito
de Macomia é a palhota com pavimento de terra batida, tecto de capim e paredes de paus e
caniço. A tabela abaixo apresenta estatísticas sobre o material de construção de habitação em
Macomia
Material de construção Nr %
Tipo de Paredes das Casas 20 047 100,0
Bloco de cimento 260 1,3
Bloco de tijolo 32 0,2
Madeira/zinco 73 0,4
Bloco de adobe 146 0,7
Caniço/paus/bambú/palmeira 2 634 13,1
Paus maticados 16 872 84,2
Lata/cartão/papel/saco/casca 4 0,0
Outros 26 0,1
Tipo de Cobertura das Casas 20 047 100,0
Laje de betão 15 0,1
Telha 3 0,0
Chapa de lusalite 43 0,2
Chapa de zinco 1 085 5,4
Capim/colmo/palmeira 18 652 93,0
Outros 249 1,2
Tipo de Pavimento das Casas 20 047 100,0
Madeira/parquet 22 0,1
Mármore/granulito 8 0,0
Cimento 1 310 6,5
Mosaico/tijoleira 25 0,1
Adobe 10 866 54,2
Sem nada 7 775 38,8
Outros 41 0,2
Fonte: INE Macomia (2012)
A maior parte das habitações em Macomia são de tipo palhota, construídas principalmente de
paredes de paus maticados ou caniço/paus/bambú/palmeira, Cobertura de capim e pavimento
de adobe ou sem nada (INE, Macomia, 2012). De 1997 a 2007 houve ligeira melhoria na
cobertura das casas ao passar de cerca de 0% para 5,4% as casas cobertas de chapas de zinco
e não houve melhoria significativa em relação ao material usado para as paredes.
6.1.12. Estradas
Segundo o MAE (2005), a maior parte da terra não esta titulada. Porém, neste ano (2015)
foram realizadas 3 consultas comunitárias destinadas para actividade de exploração e
extracção de calcário (1), com uma área de 1.693 hectares, implantação da fábrica de
processamento de calcário (01) com uma área de 164,3 hectares e produção agro-pecuária
(01) com 1,5 hectares. A tabela sumariza a situação de legalização de acesso e uso de terra
no distrito de Macomia entre oa anos 2005 e 2015.
6.2.1. Agricultura
Pela sua localização, a população do distrito de Macomia pratica na sua maioria a agricultura
(interior) e pesca (zona costeira). Nas duas zonas, a agricultura (17 mil explorações
familiares) é praticada no regime de sequeiro, sendo o milho a cultura mais importante, por
vezes consociado com leguminosas, mapira, mandioca e feijão nhemba e amendoim. É
comum o cultivo de arroz nas planícies aluvionares. O cajueiro (castanha de cajú) constitui a
principal fonte de rendimento. Na zona costeira, o coqueiro é também uma importante fonte
de renda. Foram registados cerca de 5000 criadores de pecuária no regime familiar.
Os dados do TIA revelam que tanto a área total cultivada por ano como o tamanho médio da
machamba tiveram uma tendência decrescente nos anos 2008 e 2012
Tabela 6.8. Área cultivada e tamanho médio das machambas (ha)
Parâmetro Anos
2002 2005 2006 2007 2008 2012
Área cultivada total 83 589 55 451 37 043 47 684 15 779 7 792
Tamanho médio das
machambas 0,78 0,85 0,81 0,82 0,70 0,65
Área cultivada -
culturas de rendimento 1 046 598 1 210 1 482 232 -
Fonte: TIA
De acordo com GD Macomia (2010), a maior parte das machambas localizam-se num raio
de 5 Km das aldeias (Figura XX).
De acordo com INE (2012), em 2010 o distrito de Macomia não contava com grandes
explorações agro-pecuárias e a área cultivada com culturas alimentares básicas em 2010 foi
de 19 273 ha (Tabela 6.9.).
Tabela 6.9. Estatísticas de explorações agro-pecuárias em 2010
6.2.2. Pecuária
Segundo Governo do Distrito de Macomia (2015), o Distrito conta com um efectivo pecuário
de 9.480 animais de diversas espécies o que representa um crescimento de 3%, quando
comparado com o de 9.230 de 2014. As espécies com maior destaque foram, galinha Landim
e caprinos com 4.450 e 2.980, respectivamente.
6.2.3. Pesca
A pesca no distrito é praticada de forma artesanal, caracterizada pelo uso de artes e técnicas
rudimentares para a captura do pescado e representa a segunda maior actividade económica
do Distrito, com uma pescaria maioritariamente virada para as águas marítimas e uma outra
dirigida para as águas interiores (com maior destaque para a lagoa Chai e rios Messalo e
Muagamula) (GD Macomia (2010). Grande parte dos pescadores do distrito é sazonal,
intercalando a actividade pesqueira com agrícola. Segundo o Relatório do Censo Nacional
O distrito de Macomia contava com uma área florestal de 261 622,4782 ha em 2012. O
miombo é o tipo de floresta predominante seguido pelas florestas secas decíduas
indiferenciadas.
Figura 6.4. Formações florestais do distrito de Macomia
Para além da exploração de espécies de alto valor comercial, a exploração de material para a
construção com destaque para estacas e a produção de combustíveis lenhosos figuram nas
actividades económicas florestais. Entretanto a produção de carvão vegetal não tem muita
expressão dada a limitada procura no distrito e a falta de tradição na actividade que leva aos
consumidores a adquirir o carvão vegetal no vizinho distrito de Ancuabe.
6.2.5. Turismo
6.2.6. Comércio
Até ao primeiro semestre de 2009, o sector informal contava com 275 operadores. Existe
ainda no distrito um total de 14 mercados que abastecem às populações em produtos da
primeira necessidade. De acordo com Governo do Distrito de Macomia (2010), em 2015 o
Distrito possuía 358 barracas, 9 lojas rurais, três (3) armazéns e dois (2) mercados sendo 1
para produto pesqueiros e outro para a comercialização de diversos produtos agro-pecuários.
O aumento da rede comercial se deve ao financiamento dos intervenientes informais na
comercialização de diversos produtos através do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo
7 milhões. Os armazéns têm a capacidade total de 440 Ton, localizado nas aldeias Nanga (1),
Xinavane (1) e Sede do Distrito (1), necessitando de mais três (3) para nas sedes dos Postos
Administrativos de Chai, Mucojo e Quiterajo.
6.4.1. Infra-estruturas
O Governo distrital, planeou a implementação, entre outras, das seguintes acções para os
próximos anos, de acordo com GD Macomia (2012):
INE Macomia (2012). Estatísticas do distrito de Macomia. Instituto Nacional de Estatística. Maputo.
29p.
Com base no mapa do PNQ, o distrito de Montepué representa apenas uma zona tampão na
fronteira com o distrito de Meluco através do rio Montepuéz.
Á semelhança dos distritos vizinhos, Montepuez conta com um clima semi-árido e sub-
húmido seco, com uma precipitação média anual entre 800-1200mm, podendo na zona
costeira exceder os 1500 mm anuais (clima sub-húmido chuvoso). A temperatura média
anual varia de 20-25oC, excedendo ocasionalmente os 25oC (MAE 2005).
De acordo com o MAE (2005), os solos de Montepuéz são condicionados por depressões
hidromórficas suaves ou vales extensos de textura variada desde os solos aluvionares,
arenosos-argilosos, arenosos estratificados ou grosseiro, cores cinzentas, escuros, profundos,
de textura média a pesada, bem a moderadamente bem drenados, sujeitos a inundações
regulares. Nos topos e encostas entre rios predominam complexos de solos vermelhos,
amarelos e alaranjados.
De acordo com o MAE (2005), Montepuéz apresenta um grande potencial faunístico para a
prática de turismo, caça comercial e suplemento de proteína animal para as populações locais.
As principais espécies de fauna existentes no distrito de Montepuéz são: elefantes, búfalos,
hipopótamos, cudos, crocodilos, porco-de mato, elandes, impalas, gazelas, javalis, galinhas
de mato, leões, leopardos e uma diversidade de antílopes.
7.1.5. População
Pela sua extensão (17721 km2), Montepuéz é relativamente menos povoado, com uma
densidade populacional estimada de cerca de 13 habitantes/km2 . As projecções mostram que
a população cresce a uma taxa anual média de 3% (MAE 2005; INE 2013).
7.1.6. Educação
De acordo com o MAE (2005), o distrito de Montepuéz tinha uma população analfabeta de
cerca de 79%. Actualmente, segundo o INE (2013), já operam no distrito pelo menos 79
escolas do ensino primário e 7 escolas do ensino secundário distribuídos de acordo com a
tabela abaixo. Assim, presume-se que o acesso a escolas tenha aumentado consideravelmente
com efeito positivo na taxa de alfabetização, sobretudo na população jovem entre os 10-14
anos de idade.
7.1.8. Habitação
Segundo o INE (2013), o parque habitacional de Montepuéz é caracterizado por casas do tipo
paus maticados. Das 51799 casas inventariadas, apenas 828 tem paredes feitas na base de
bloco de cimento, enquanto que as de pau maticado atingem 23787, i.e 45.9% do universo
total das casas de Montepuéz. As casas feitas na base de bloco de adobe são também um tipo
importante, perfazendo 39.9% do total das casas.
O distrito de Montepuéz liga-se por rodovia a cidade de Pemba, numa estrada asfaltada (210
km). Em 2005, muitas estradas terciárias eram praticamente intransitáveis, sobretudo na
época chuvosa. A tabela abaixo destaca as dados sobre as fontes de água e de energia no
distrito em 2007.
Em 2005, quase todos terrenos usados para os vários fins não eram oficialmente titulados.
(MAE 2005). Porém, dez anos depois em 2015, alguns usuários e ocupantes de terra
beneficiaram do processo de legalização tal como reflecte o cenário compilado nas tabelas
abaixo:
7.2.1. Agricultura
Parâmetro Anos
2002 2003 2005 2006 2007 2008 2012
Área cultivada total 57 108 115 908 81 851 82 186 79 227 113 866 48 499
Tamanho médio das
machambas 0,34 0,97 0,87 1,01 1,14 1,20 1,08
Área cultivada -
culturas de rendimento 8 884 24 990 14 942 8 204 24 215 -
Fonte: TIA
De acordo com GD Montepuéz (2014), prevê-se um aumento nas áreas de cultivo na ordem
de 4,6% para 2016 em relação a previsão de 2015, devido a mobilização dos produtores para
a produção de mais comida, através do estabelecimento de um (1) parque de máquinas
agrícolas/centro de prestação de serviços o que vai incrementar o acesso de serviços de
preparação da terra, financeiros, formação, venda de sementes e agro-químicos aos
produtores.
7.2.2. Pecuária e pesca
Nr de Produção
Espécies Produto
efectivos (ton)
Bovinos 2612 Carne Bovina 21,62
Suínos 5950 Carne Suína
Carne
Caprinos 8495 Pequenos
Ruminantes
Ovinos 1900 3,25
Carne de
Aves 63428 20,1
Frango
Coelhos 890
Caninos 810
Gatos 853
Total 84938 44,97
Fonte: Adaptado de GD Montepuéz (2014)
Segundo o MAE (2005), o peixe do mar e do rio é parte integrante da dieta alimentar de
quase todas populações do distrito.
De acordo com SDAE local os operadores florestais devem plantar pelo menos 2000 plantas
por ano sob pena de serem autorizados a renovação de licença de exploração florestal. O
distrito conta com um viveiro para a produção de mudas de plantas nativas na cidade de
Montepuéz. Entretanto as empresas florestais têm adquirido igualmente mudas em Mecufi.
Dada a grande procura de carvão na cidade de Montepuéz, o distrito caracteriza-se por uma
considerável produção de carvão vegetal principalmente no PA de Mirate, e em pequena
escala em Mpupene e localidade sede no PA de Nhamanhumbir. Normalmente as
comunidade locais produzem o carvão e florestas junto as comunidades, sem licença e
vendem-no a terceiros os quais comercializam o produto na cidade de Montepuéz.
As medidas adoptadas pelo SDAE para fazer face o desmatamento e degradação florestal
incluem o fortalecimento dos comités de gestão dos recursos florestais. Não foram registadas
associações de produção de carvão.
14 16
Lojas Urbanas 20
Grossistas 6 8 10
Act.Comercio
32 36 40
Rural.
TOTAL 60 70 84
Fonte: Adaptado de GD Montepuéz (2014)
OUTROS ASPECTOS RELEVANTES
Actividades de parceiros
Segundo o MAE (2005), existem em Montepuéz algumas ONGs que ajudam a promover
programas locais de desenvolvimento, ambiente, saúde, entre outros domínios sócio-
económicos, sendo destaque as seguintes: NORAD, Helvetas, CVM, ACNUR, Medicus
Mundi. De acordo com o sitio oficial da liga de ONGs de Moçambique, operam ainda outras
organizações tais como a ITC, FDC, AMEC e FAWEMO.
7.5. BIBLIOGRAFIA DA SECÇÃO VII