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336 Revista Brasileira de Literatura Compara, m9, 2006 HistOria. Ficgdo. Literatura. Luiz Costa Lima do Paulo: Companhia das Letras, 2006, Sérgio Alcides (UFOP} Histéria, Ficgio. Literatura, como outros livros de Luiz Costa Lima, parte de uma questo aparentemente simples, por tras da qual 0 te6rico surpreende todo um labirinto de conexdes ¢ impasses da maior relevancia para diferentes setores das chama- das “humanidades”. Foi assim com seus primeiros estudos sobre a mimesis dos gregos: seria ela o mesmo que a sua contrapartida no mundo romano, a imitatio, subordinada ao primado do real? E assim foi com a trilogia do Controle do imagindrio: que estatuto é reservado ao ficcional na modernidade, em face do tipo de raziio triunfante no Ocidente? Desta vez a questio de partida esté ligada a uma constatagdo: tem sido superficial demais, desde a Antigiiidade, a reflexdo com- parativo-contrastiva entre a historia e a poesia. A caréncia de um aporte teérico mais consegiiente a esse respeito adquiriu aspectos de emergéncia desde os anos 1970, quando veio A tona com toda a forga a polémica sobre a dependéncia da escrita da hist6ria fren- te a procedimentos ¢ recursos ficcionais (tais como a narrativa € as figuras de linguagem). Costa Lima tem participado do debate hé mais de uma década ~ mas s6 agora apresenta uma versio cabal e mais desenvolvida de seus argumentos. O titulo do livro j4 d& boas indicagdes do posicionamento do autor: como termos separados por pontos, histéria, ficgdo literatura no se confundem, nem so intercambiaveis. As trés partes da obra teorizam sobre os termos separadamente, tratando das especificidades de cada um, mas sem deixar de investigar suas relagdes com os outros dois. O longo prefécio procura expor a questo e apresentar uma 337 espécie de roteiro seguido pelo tedrico na sua abordagem. E pro- vvel que esta venha a ser a parte do livro mais consultada nos cursos universitérios, sobretudo na area de hist6ria (pelo menos ‘num prognéstico talvez otimista demais), No contexto de um de- bate que jé dura inais de trinta anos, escassamente conhecido no Brasil, esse texto apresenta uma das criticas mais conseqilentes € originais ja feitas & obra de Hayden White, o autor de Metahistory (1973). Pormeio da andlise literdria de textos historiograficos clé sicos, o tedrico americano procurou demonstrar que a escrita da historia se constitui mais propriamente numa série de ficg6es ver- bais, cujo contetido é to inventado quanto achado, e que tém mais em comum com a literatura do que com as ciéncias E importante frisar que a critica de Costa Lima nada tem de reacionéria — como tem sido, em geral, a pequena recepcio da obra de White no Brasil. Longe de fazer tabula rasa do chamado linguistic turn que inspirou o trabalho de White nos anos 1970, Costa Lima ressalta vérios aspectos favordveis trazidos por essa virada de perspectiva epistemol6gica, Ao invés de negar in limine toda e qualquer contribuigdo que venha dessa corrente, como tem feito, por exemplo, Carlo Ginzburg, Costa Lima dialoga com clac assim encontra seus reais limites. Para além destes se encontra 0 campo te6rico novo, no qual ele procura fundar sua reflexdo. Para retomar a distingdo entre hist6ria e ficgo, o autor cha- ‘maa atengo para as “metas discursivas” de cada género, e ainda acompanha a concep¢ao de Reinhart Koselleck de uma camada pré-verbal a ser considerada na escrita da hist6ria, Em outros momentos deste livro, ficard clara a maior proximidade de Costa Lima com autores alemies do que com os americanos também na rea da teoria da histéria — assim como, na teoria litersria, ele nitidamente se identifica, desde finais dos anos 1970, com a cons- telagdo de autores formados sob o impacto da “estética da recep- go”, de Hans Robert Jauss ~ sobretudo Karlheinz Stierle Wolfgang Iser; a este tiltimo, presta um importante tributo na se- gunda parte do livro. E também marcante nesse prefécio o trio de apoio tedrico que Costa Lima montou — totalmente inesperado e original — para enfocar toda obra: um artigo esquecido de William James (“The Perception of Reality”, de 1889), outro de Alfred Schiitz (“On Multiple Realities”, de 1954) e a obra capital de Erving Goffman 338 ‘Revista Brasileira de Literatura Comparada m9,2006, sobre a “anélise por molduras” (de 1974). Partindo de trés auto- res “fora de moda’ ele traga uma maneira propria de considerar a “construgdo social da realidade” (livrando-nos da rotina de Berger eLuckmann a esse respeito). O leitor que conhecer bem a obra de Koselleck (ou a de Jauss, neste caso), ndo terd dificuldades em notar como Costa Lima Ié aqueles trés autores de um Angulo “ale- mio”, fortemente marcado pela nova hermenéutica — sendo 0 melhor sinal disso 0 uso recorrente da dupla de categorias experi- éncia/expectativa, a qual se recorre para explicar, por exemplo, 0 conceito de frame (“moldura”) do canadense Goffman, Em James, Costa Lima busca uma interessante definigao de “crenga” como estado emocional de conhecimento da realidade que estabelece as condigdes para o consentimento e assim provo- ca.a “cessagdo da agitagio teérica”. Para se acrescentar aos mui- tos sinais de ceticismo espalhados pela obra de Costa Lima, ele conclui: “o oposto da crenca nao é a descrenga, mas sim a divi- da”, Esse indicio, aparentemente banal, ganhara maior importan- cia 4 medida que o leitor vai se dando conta do cere do livro, que diz respeito ao contraste entre o ficcional e o historiogréfico. Seja como for, o artigo de James afasta desde o principio a reflexdo do te6rico brasileiro de qualquer ranco positivista: “a fons et origo de toda a realidade”, afirma o americano, “é subjetiva, somos nés mesmos”. Para quem ainda supée ser possivel trabalhar em cién- cias sociais dentro de parametros te6ricos mais simplérios, sera inquietante acompanhar a conclusao desse pensamento, segundo aqual “a propria palavra ‘real’ 6, em suma, uma fimbria”. Ao que Costa Lima acrescenta: “Ser, do ponto de vista humano, a realida- de uma fimbria significa que no a vivenciamos como um territ6- rio continuo, apenas reconhecido a partir de seu registro pelos Srgios dos sentidos”. E continua: “Quando, portanto, nos dize- mos que realidade é 0 que se pe diante de nés e provoca reagées, empregamos uma tosca l6gica a posteriori, pois convertemos em experiéncia passiva o que, na verdade, depende da participagao ativada subjetividade” A contribuigdo encontrada em Schiitz serviu para dar mais ncia, como objeto te6rico, a essa fimbria heterogénea sub- jetivamente construfda. Para tanto, recorreu-se a concepgio des- se socidlogo acerca das “provincias finitas de significagio” que cada um estabelece, na vida pritica, diante das proprias experién- con: 339 cias, gerando um “estilo cognitivo” especifico. A realidade, assim, torna-se ainda mais fragmentéria— desde a “fimbria” subjetiva até as “provincias” intersubjetivas. Goffman ajuda Costa Lima a aprofundar ainda mais o problema, através das “molduras” delineadas por cada interagdo discursiva na vida cotidiana, que trazem implicitos um conjunto de expectativas ¢ um padrao sele- tivo de percepcdo do mundo e dos outros. Isso desvia Costa Lima da hipervalorizagio da retérica que vem ganhando espago em di- ferentes dominios, como a economia, a hist6ria e os estudos lite- rérios. “Indiretamente”, argumenta ele, “Goffman nos ensina que aret6rica nos acompanha em cada situago do cotidiano, Portan- to, que no sera por ela que poderemos definir uma situagZo discursiva”, Toda essa problematica percorrerd o restante do livro sub- terraneamente; o autor nio precisa mencioné-la para nos relembrar de que as trés partes de Historia, Ficedo. Literatura nela se enra- fzam. A primeira destas 6 a que traz. mais novidades para o conjun- to da obra de Costa Lima, que aqui se consolida também como um tedrico da histéria. O objetivo, em linhas gerais, é cespecificidades da escrita da historia, sem deixar de insistir sobre 608 seus débitos literdrios. “Preocupar-se com a construgio do texto no supde considerar-se a verdade (alétheia) uma falécia conven- cional; a procura de dar conta do que houve e por que assim foi é o principio diferenciador de escrita da hist6ria, Ela é a sua aporia” Esse trecho introduz 0 conceito mais surpreendente de todo 0 livro: aporia, como concepcio de verdade uniforme e sem fissuras, tida por auto-evidentee sempre idéntica a si propria, puro objeto do reino dos fatos, independente de observacao ou participagao subjetiva, Superado o primado positivista do real, a linha de dis- tingdo entre a histéria e a ficgdo nao passa mais pela distingaio entre o documental e 0 imaginado, o factual ¢ o fingido, mas sim pela reivindicagdo de verdade que sustenta uma, aporética, a0 passo que a outra se isenta desse padrdo pré-lingtifstico e é, por isso, mais porosa. A surpresa aqui esté tanto na formulagio, por sua originali- dade, quanto na terminologia adotada, Estudioso de filosofia (que, alids, tende ao trabalho do filésofo cada vez mais, pelo menos desde Mimesis: desafio ao pensamento, do ano 2000), Coste Lima certamerte conhece a fortuna do termo aporia. Entre os didlogos ar as. 340 Revista Brasileira de Literatura Compara, 9, 2006 socriticos de Platdo, so chamados de aporéticos justamente os inconclusos, nos quais a discussio se encerra sem que os interlocutores cheguem a uma conclusio firme sobre o tema em pauta, Sem falar no famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, “Aporo”, em que um inseto cava a terra em busca de uma improvivel safda, Maior defensor do ficcional entre os te6ri- cos da literatura pés-estruturalistas, Costa Lima parece mais uma vez alinhar-se aos céticos ao escolher esse vocabulo para modelar um conceito: ele, por si s6, pe em questao os privilégios da ver- dade. Essa impressio € reforgada pela circunstancia de a aporia, conforme a argumentagao do autor, ser mais rigida sobretudo na renga (sendo 0 contrério desta, como vimos com a ajuda de William James, a davida). Dentro desses referenciais, a primeira parte se com uma cerrada revisio do debate acerca de autores que, na Grécia Antigiiidade, foram chamados de “historiadores”: Herédoto € ‘Tucfdides. Estrangeiro em campo minado, Costa Lima nao escon- de suas preferéncias por M. I. Finley e F, Hartog, justamente aqueles que, entre os especialistas em histéria antiga, tém sido os mais polémicos. Desde o inicio vem 4 tona uma preocupaco que atra~ vessard o livro inteiro, mesmo as duas partes seguintes, com 0 temperamento refratirio dos historiadores, em geral, frente a quais- quer discussdes tedricas, resultando numa espécie de positivismo naif que € freqiientemente “alfinetado” pelo autor: seus maiores inimigos so “o arraigado positivismo dos historiadores, que néo aceitam sequer discutir a aporia da verdade”, “a marca objetivista do padrio positivista”, “o infantilismo positivista dos historiado- res”, “a dificuldade dos historiadores de se libertarem da camisa de forga que se tornou a objetividade”. Se rejeita a redugaio da histéria A ficgo, devido ao apoio daquela na aporia veraz, 0 te6- rico ndo deixa de questionar a inscrigdo da verdade no dominio do factual, pura e simplesmente. Com isso, ele retoma um dos temas recorrentes de sua obra desde pelo menos O controle do imagind- rio (de 1984), que € a critica ao substancialismo inscrito na con- cepgao de fato. Por outro lado, em contraste com os pressupostos do linguistic turn, Costa Lima postula a existéncia de um nivel pré- verbal de experiéneia onde possa radicar a premissa de verdade dos historiadores. E que o autor chama de “hist6ria crua”, aque- 34 Ja onde esté imersa a vida. Ela é assim designada — quem sabe? ~ talvez por nao ter ainda sofrido a cocgao discursiva. Ou, por ou- tro lado, pela crueza dos afetos humanos, sobre os quais ela avan- ¢2; num livro que se inicia com as interrogacdes e as perplexida- des de Herédoto ¢ Tucidides sobre as guerras da Antigilidade, e num tempo em que as paixGes bélicas reaparecem em pri- meio plano, € compreensivel que Costa Lima reconhega uma ““marea amarga”: “a hist6ria crua caminha sobre a violéncia”. Deve estar ligada ao mesmo amargor a hipétese de a ojeriza historiogréfica relacionar-se com os seus compromissos frente a0 Estado-nago. E a conseqiiéncia pritica — ou ética ~ da teoria de Luiz Costa Lima se resume num trecho de sintese sobre toda a primeira parte do livro: “O que esta segdo tem afirmado, portan- to, € a necessidade de, reconhecendo-se a aporia especifica da histéria, dar-lhe um tratamento flexivel, submeté-la a um uso po- oso”. Antes, o autor jé tinha observado que € préprio da aporia o risco de se enrijecer contra o autoquestionamento, com a tendén- cia ao dogma. A tarefa por exceléncia do historiador, portanto, no seré a montagem dessa superficie sem poros e veraz, mas, a0 contrério, a “abertura de horizontes”. O que faz lembrar o conhe- cido ditado segundo 0 qual “o pasado é um pafs estrangeiro”, Mas, como nos ensina este Costa Lima teérico da hist6ria, para viajar nele € necessério bem mais do que um passaporte ou um diploma de bacharel. ‘A segunda parte trata da ficgo. Novamente, 0 autor come- a pelo comeco: na Grécia, primeiro com Homero, depois com a ‘ragédia. Um destaque do primeiro capitulo ¢ 0 tratamento dado a Arist6teles (alids j4 discutido em menor profundidade na seg30 anterior), como um pensador tdo seminal no campo das idéias estéticas quanto falhado, por ter sido, na visio de Costa Lima, ‘mal compreendido e banalizado por seus continuadores: sua for- tuna, afinal, teré sido um infortiinio, A discussio também é origi- ndtia do Controle do imagindrio, manancial de toda a obra madu- ra do autor, que tem se revelado praticamente inesgotavel ¢ ne- cessita de urgente reedigo (0 primeiro volume da trilogia teve ‘uma reedigdo revista, mas os outros dois nao). Se no livro anteri or 0 tema aristotélico revisto foi o conceito de verossimilhanga, além do de mimesis, agora interesse maior recai sobre a tragédia € oconceito de catarse. 342 Revista Brasileira de Literatura Comparada, m9, 2006 Nessa mesma parte o autor se aprofunda em distin- es finas, por exemplo entre o real e a realidade, a ficgo ¢ a mimesis, 0 ficticio e 0 ficcional. Reaparece aqui o problema da ret6rica; para Costa Lima, a redugdo das teses aristotélicas a um conjunto de preceitos retéricos foi “um desastre” ~ ¢, pode-se concluir, a reificagao desses preceitos pela critica literdria atual se arrisca a repetir os efeitos desse antigo mal-entendido. Buscando um roteiro préprio, Costa Lima prefere conduzir a discussio so- bre obras marcantes da Antigiiidade latina — tais como a Eneida, de Virgilio, ¢ as Metamorfoses, de Ovidio — a partir da relagao entre poesia, verdade e imaginagdo. Os especialistas em literatura antiga talvez se sintam enciumados. Costa Lima vers em Virgflio a tentativa de denegar a ficgo, marcada pelo vinculo do seu poema com a glorificagao do império romano, Ao passo que as Meta- ‘morfoses tomam explicitamente o partido da imaginagao: “O re- sultado é a ret6rica por-se a servigo do ficcional”. E, assim como a mimesis tem a propriedade de selecionar valores de uma deter- minada sociedade, inscritos no tempo, destinando-os & outra temporalidade da obra de arte, o ficcional “traz em si incrito 0 teal”: mais do que uma representago ou um reflexo dele, a ficgao € aquilo que o captura sob a forma de discurso, podendo assim agir sobre ele. Fica evidente o cardter disruptivo e potencialmente subversivo do ficcional. A segio termina, depois de uma discussdo sobre a obra de Wolfgang Iser, com um capitulo inteiramente dedicado & anélise critica — a partir dos pontos te6ricos até aqui levantados ~ de um longo diélogo entre Otaviano Augusto ¢ o personagem principal doromance A morte de Virgilio, de Hermann Broch. Esti em cau- saprecisamente o tema latente em todo o percurso de Costa Lima: a quem pertence a poesia? ao poeta? ao Estado? No trecho anali- sado, o imperador procura evitar que o vate moribundo destrua 0 seu poema épico que glorificava o Império. A terceira parte é a menos ambiciosa do livro, mas €ela que “amarra” todas as pontas deixadas pelas anteriores ~ 0 que talvez j4 sinalize algo de relevante acerca da sua palavra-chave, “litera- tura”. Esta, para Costa Lima, nfio se confunde com ficgao. A pré- pria dificuldade de definir 0 conceito, que o autor estuda na sua raiz,em F. Schlegel, Mme. de Staél e Chateaubriand, serve-Ihe de apoio para investir teoricamente sobre esse proprio vazio. A lite- 343 ratura passaré a ser 0 discurso aberto, que comporta o heterogé- neo, 0 hfbrido e o ainda no formulado, e cuja caracterfstica sen- sivel € 0 que o autor chama de “espessura da linguagem”. Esse ttago vago — mas por definigo infenso ao tipo de enrijecimento que se cristaliza em aporia — justificaria que obras inscritas origi- nalmente no campo das ciéncias sociais, como Os sertdese Casa grande & Senzala, uma vez perdida a sua vigéncia, sejam incor- poradas ao acervo da literatura. Assim como na seg3o anterior 0 te6rico se faz de critico e enfrenta A morte de Virgilio, aqui é a vez deo material te6rico formulado encontrar uma atuagao critica acer- ca das Memérias do cércere, de Graciliano Ramos, obra na qual Costa Lima encontraré uma “abstinéncia de ficcionalidade” que, no entanto, revela uma concep¢ao de literatura mais complexa do que mostra 0 mesmo escritor em sua obra de imaginagio, limitada, se- gundo o erftico, pela subordinagao da fiegdo & realidade. iiltimo capitulo, na verdade um apéndice, consta de um ensaio de Costa Lima sobre Os sertdes — tema de seu livro mais proximo deste, a meu ver, que é Terra ignota, sobre a obra de Euclides da Cunha, © autor adverte que, nesse ensaio, a meio caminho entre um livro € outro, as questes que gerariam Histé- ria. Ficgdo. Literatura j4 esto em preparo, embora nao inteira- mente formuladas. Em Terra ignota (de 1997), as relagdes entre hist6riae literatura so o tema de um dos dois apéndices (sendo o outro um dos textos mais importantes ¢ menos comentados de Costa Lima, “O pai e o trickster”, sobre o contraste das condigdes, sociais¢ intelectuais de produco dosaber e da literatura em mei- os “metropolitanos” ou “marginais”). Hist6ria. Ficgdo. Literatura ser visto como um marco im- portante de amadurecimento dentro da obra de Costa Lima. To- ‘mara que o traduzam logo para alguma lingua mais conhecida do que 0 portugués, para que as contribuigdes originais que ele con- tém possam fazer algum eco - inclusive no Brasil (pois faz parte das nossas sindromes esse efeito “bumerangue” da projeco inter- nacional). Entre nés, talvez desperte mais interesse nos departa- mentos de letras do que nos de histéria (sendo excegao entre estes, o da PUC-RJ, onde o autor leciona). E pena, porque os maiores beneficiérios deste livro serdo os historiadores menos “engessados” nos preconceitos do seu métier.

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