Professional Documents
Culture Documents
1 (Abada, 2007)
54 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTIC A DE LA EDUCACIÓN Y DE LA C U LTUR A
■
; Sí, eso es lo q u e h a n e x p e r im e n ta d o , eso y n a d a m ás: la fa lta de
se n tid o de la vid a . L a b ru ta lid a d . ¿ N o s h a n a n im a d o a lg u n a vez a lo
gran d e, a lo n u e v o , a lo fu tu r o ? P o r su p u esto q u e n o , p u es eso n o se
pued e e x p erim e n ta r. E l sen tid o , lo ve rd a d ero , lo b u e n o , lo b e llo , está
fu n d a m e n ta d o e n sí m is m o ; ¿ d e q u é n o s sirve a h í la e x p e r ie n c ia ? Y
aqu í está el m iste rio : c o m o el f ilis t e o 1,1 n u n c a alza su m ira d a h a cia lo
grand e, h a cia lo q u e tie n e sen tid o , la ex p erie n cia se h a vu e lto su evan
g elio . L a e x p e rie n c ia se c o n v ie rte p ara él e n la fie l n o tic ia de lo h a b i
tual de la vid a . P ero el filiste o n o c o m p r e n d e q u e existe algo m ás q u e
la e x p e r ie n c ia , q u e h a y v a lo r e s ( in e x p e r im e n ta b le s ) a cu yo s e r v ic io
n osotros estam os.
A sí, ¿ p o r q u é la vid a carece p a ra el filiste o de c o n su e lo y se n tid o ?
P o rq u e e l filis te o c o n o c e só lo la e x p e rie n c ia , n a d a m ás. P o r q u e está
aban d on ad o p o r el co n su elo y carece de esp íritu . Y p o rq u e n o gu ard a
con n ad a u n a r e la c ió n tan in te r io r c o m o c o n lo g ro se ro y lo c o m ú n .
P e ro n o s o tr o s c o n o c e m o s o tr a cosa q u e la e x p e r ie n c ia n i n o s
o to rg a n i n o s q u ita: q u e existe la ve rd a d , a u n q u e to d o lo q u e se haya
pensado hasta ah ora resultara u n e r r o r . O q u e hay q u e ser leal, a u n q u e
n adie lo haya sido a ú n hasta ah ora. L a ex p erie n cia n o p u e d e arreb atar
n os esa vo lu n ta d . S in em b a rg o , lo s m ayores, c o n sus gestos cansados y
su desesperanza a rro ga n te, ¿ te n d rá n quizás ra z ó n en una cosa? ¿ L o que
n o so tro s experimentamos h a d e ser tristeza , y s ó lo p o d r e m o s b a sa r el
c o ra je y el s e n tid o e n lo in e x p e r im e n ta b le ? E n to n c e s , el e s p ír itu sí
sería lib re , p e ro lo reb ajaría la vid a u n a y o tra vez; p u es la vida, la sum a
de n uestras exp erien cias, n o te n d ría co n su elo .
Estas p r e g u n ta s ya n o las c o m p r e n d e m o s . ¿ V iv ir e m o s acaso a la
m an era d e q u ie n e s n o c o n o c e n el esp íritu , de a q u e llo s cu yo yo in d o
len te es lan za d o p o r la vid a co m o p o r las olas al a ca n tila d o ? N o . C a d a
una de nuestras experiencias tien e sin d u d a alguna c o n te n id o . N o so tro s
m ism os le d arem o s c o n te n id o desde n u e stro es p íritu . E l h o m b re q u e
carece de p e n sa m ien to s se tra n q u iliza ju sta m e n te e n el e r r o r . « N u n c a
en con trarás la v e rd a d » , le dice al investigad o r, « y o h e h e c h o esa exp e
r ie n c ia » . P e ro p a r a e l in v e s tig a d o r el e r r o r es ta n s ó lo u n a n u e v a
ayuda h a cia la verd ad (S p in o z a ). L a ex p e rie n c ia só lo carece d e sen tid o
y sólo está a b a n d o n a d a p o r el esp íritu p a ra el q u e d e h e c h o carece de
2 Sobre la palabra « f i li s t e o >>, c f r . sufra, p . I ? , n o t a 3 del Diálogo sobre la religiosidad del presente.
[N. d e l T -3
56 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN V DE LA CULTURA
S a g e n S ie
I h m , d afi e r fü r d ie T r ä u m e s e in e r J u g e n d
S o ll A c h t u n g tr a g e n , w e n n e r M a n n s e in w i r d .
N ad a o d ia m ás el filisteo q u e los « s u e ñ o s de su ju v e n tu d » . ( Y la se n -
tim en ta lid a d suele ser el cam u flaje q u e ad opta d ich o o d io .) Pues lo que
se le a p arecía e n esos su e ñ o s era la voz d el e sp íritu , q u e u n a vez ta m
b ié n le lla m ó a él, c o m o a tod as las d em ás p e rs o n a s . L a ju v e n tu d es
p ara él el re c u e rd o e te rn a m e n te m o n ito r io ju s ta m e n te d e esto. Y p o r
eso m ism o la c o m b a te . E l filis te o le h a b la de esa e x p e rie n c ia g ris,
p o d ero sísim a, y le en señ a al jo v e n a reírse cu an to antes de sí m ism o . Y
esto sob re to d o p o r q u e ex p e rim e n ta r sin e sp íritu es c ó m o d o , a u n q u e
in ú til.
U n a ve z m ás d ire m o s: c o n o c e m o s sin d u d a o tra e x p e r ie n c ia .
P u ed e ser h o stil fre n te al e sp íritu y d estru ir m u ch o s su eños, p e ro es lo
m ás b e llo , y lo m ás in ta n g ib le e in m e d ia to , d a d o q u e n u n c a carecerá
de esp íritu si es q u e nosotros p e rm a n e ce m o s jó v e n e s. U n o so la m en te se
e x p e rim e n ta a sí m ism o , d ic e al f in a l d e su c a m in o Z a r a tu s tr a 11'1. E l
filisteo h ace su « e x p e r ie n c ia » , la e x p erie n cia e te rn a d e la c aren cia de
esp íritu . E l jo v e n q u ie re e n ca m b io ex p erim e n ta r el esp íritu ; y cu an to
m ás le cueste alcanzar lo gra n d e, tan to m ás e n c o n tra rá en su cam in o y
e n lo s seres h u m a n o s al esp íritu . E l jo v e n será u n h o m b re b o n d a d o so .
Q u é in to le ra n te es el filis te o .
EXPERIENCIA Y POBREZA11'
m ás b ie n , se le v in o e n c im a ) c o n la c o n s ig u ie n te r e a n im a c ió n d e la
astro logia y el yoga, de la christian science y la q u iro m a n c ia , d el vegetaria
n ism o y de la gn osis, de la escolástica y el esp iritism o . P u es, e n efe cto ,
aqu í n o ha te n id o lu gar u n a verd ad era rea n im a c ió n , sin o u n a fo rm a de
g a lv a n iz a c ió n . P e n se m o s al re sp e cto e n a q u e lla s g ra n d e s p in tu r a s de
E n s o r e n las q u e las calles d e las g ra n d e s ciu d a d es a p a re c e n lle n a s de
m o n stru o s: b u rg u eses c o n disfraces d e carnaval, m áscaras desfigu rad as
p o r la h a rin a , c o ro n a s d e o r o p e l so b re la fr e n te . E stos cu ad ro s tal vez
n o sean o tra cosa q u e u n r e fle jo d e l te rrib le y c aó tico re n a c im ie n to en
q u e tan tos h a n p u e sto sus esperan zas. P ero a q u í se m u estra c o n c la r i
dad q u e n u estra p o b reza en ex p erien cia es tan só lo u n a parte de la gran
p o b r e z a , q u e a h o ra h a v u e lto a r e c ib ir u n r o s tr o , ta n a g u d o y exacto
co m o el de lo s m en d ig o s m ed ievales. P o rq u e , ¿ q u é v a lo r tie n e to d a la
c u ltu ra c u a n d o la ex p e rie n c ia n o n o s co n e cta c o n e lla ? A d o n d e c o n
d u ce sim u la r e x p erie n cia n o s lo h a d eja d o d em asiad o c la ro esa h o r r i
b le m ezcla de varios estilos y cosm ovision es d el pasado siglo, co m o para
q u e n o c o n s id e r e m o s h o n o r a b le a d m itir n u e s tr a p o b r e z a . P u es sí,
a d m itá m o s lo ; esta p o b r e z a d e e x p e rie n c ia es p o b r e z a , p e r o lo es n o
só lo de e x p e rie n c ia s privad as, sin o de e x p e rie n c ia s d e la h u m a n id a d .
Es, p o r ta n to , u n a esp ecie de n ueva b arb a rie.
¿ B a r b a r ie ? E n e fe c to . P e ro lo d e c im o s p a ra in t r o d u c ir u n c o n
ce p to n u e v o de b a r b a r ie , p o s itiv o . ¿ A d o n d e lleva al b á r b a r o esa su
p o b re za d e e x p e rie n c ia ? A c o m e n z a r d e n u evo y desde el p r in c ip io , a
te n e r q u e a rreg lá rselas c o n p o c o , a c o n s tr u ir c o n p o c o y m ir a n d o
siem p re h a cia d ela n te. E n tre lo s gran d es cread ores siem p re h a h a b id o
los im placables q u e h a n h ech o tabla rasa. Q u e r ía n u n a tabla d e d ib u jo ,
p u e s e r a n c o n s tru c to re s . U n c o n s tr u c to r d e este tip o fu e D esca rte s,
q u e p ara co m en zar su filo s o fía n o q u e ría o tra cosa q u e te n e r u n a sola
c ertid u m b re: « P ie n s o , lu e g o e x is to » . E in s te in fu e ta m b ié n u n c o n s
tr u c t o r de este tip o , al q u e , d e r e p e n te , n o le in te r e s ó ya de to d a la
física m ás q u e u n a p e q u e ñ a d iscrep an cia en tre las ecu acion es estableci
das p o r N ew to n y las ex p erie n cias d e la a stro n o m ía . E n esta a c c ió n de
co m en zar desde el p r in c ip io p en sab an los artistas cu an d o se in s p ira ro n
en la m atem ática y c o n stru y e ro n el m u n d o a p a r tir de fo rm as estereo
m étricas, tal c o m o lo h ic ie r o n lo s cubistas, o al basarse en lo s in g e n ie
ro s, c o m o e n el caso d e K le e . P u es las figu ras de K le e a p a re ce n co m o
d iseñ ad as so b re u n a tabla de d ib u jo , y la ex p re sió n d e sus gestos o b e
d ece en to d o al in te r io r , co m o la carro cería de u n b u e n au to m ó v il a las
EXPERIENCIA V POBREZA 219
n ecesid a d e s d e l m o to r . A I in t e r io r m ás q u e a la in te r io r id a d : esto es
sin d u d a lo q u e las h ace b árbaras.
T a n to a q u í co m o allá, las m ejo res cabezas ya lleva n m u c h o tie m p o
sacando c o n c lu sio n e s de estas cosas. Y su rasgo m ás característico es la
to ta l fa lta de ilu s io n e s so b re n u e str a é p o c a y, j u n t o a e llo , su e n te r a
a ce p ta ció n , sin a b rig a r reservas fr e n te a ella. T a n to si el p o e ta B e r to lt
B re c h t a firm a q u e el c o m u n ism o n o es el ju s to re p a rto d e la riq u eza ,
s in o d e la p o b r e z a , c o m o si A d o l f L o o s (el p r e c u r s o r d e la m o d e r n a
a rq u itec tu ra ) d eclara p o r su p a rte: « E s c r ib o so la m en te p ara a q u e llo s
cap aces de s e n tir a la m a n e r a m o d e r n a ... N o p a r a p e rso n a s q u e se
c o n s u m e n e n el a n h e lo d e l R e n a c im ie n to o el r o c o c ó » [iI. U n artista
tan c o m p le jo c o m o el p in to r P aul K le e , y u n o ta n p ro g ra m á tico co m o
L o o s, se apartan de la im a g e n p r o p ia d e l h o m b re tra d ic io n a l, siem p re
so le m n e y n o b le , a d o rn a d o c o n tod as las diversas o fren d as d el pasado,
p ara d irig irs e p o r su p a rte al c o n te m p o rá n e o d e s n u d o q u e, g r ita n d o
c o m o u n r e c ié n n a c id o , se e n c u e n tr a e n lo s su c io s p a ñ a le s de esta
ép o ca. N a d ie lo h a saludado c o n m ayo r alegría q u e P au l S c h e e r b a r t151.
A lg u n a s d e sus n o v e la s, vistas d esd e le jo s , se p a r e c e n a las d e J u le s
V e r n e , p e ro , a d iferen cia de las d e éste (e n las cuales siem p re p e q u e ñ o s
rentistas in gleses o fran ceses via ja n p o r el esp acio e n sus extravagantes
ve h ícu lo s), S c h e e rb a rt se in teresa p o r la c u e s tió n de e n q u é cria tu ra s
c o m p le ta m e n te n uevas, dign as sin d u d a alg u n a d e e s tu d io y d e a m o r,
h a n co n v ertid o n u estros telescop ios, n u estros avion es y n u estro s c o h e
tes a lo s seres h u m a n o s a n te rio re s. P o r lo dem ás, ya estas criatu ras tie
n e n len g u a je co m p leta m e n te n u evo : lo d ecisivo e n él es la te n d e n c ia a
lo v o lu n ta r ia m e n te c o n s tru c tiv o , e n c o n t r a p o s ic ió n a lo o r g á n ic o .
T e n d e n c ia in c o n fu n d ib le en el len g u a je d e lo s seres h u m a n o s id ead os
p o r S ch eerb a rt (es d ecir, d e sus p erso n a jes, ya q u e éstos rech azan to d a
sem ejan za c o n lo s h o m b re s, el p r in c ip io m ism o de to d o h u m a n ism o ).
In c lu so e n sus n o m b res: S o fa n ti, Peka, L a b u ..., así se lla m a n lo s p e r
son ajes e n el lib r o q u e lleva p o r títu lo el n o m b r e de su p ro ta g o n ista :
Lesabéndio. T a m b ié n lo s ru sos d a n h o y a sus h ijo s u n o s n o m b re s « d e s
h u m a n iz a d o s » : O c tu b r e , p o r el m es d e la r e v o lu c ió n ; P ia tiletk a , en
referen cia al p la n q u in q u e n a l; A v iajim , p o r u n a co m p a ñ ía d e aviación .
N o se tra ta a q u í d e u n a r e n o v a c ió n té c n ic a d e l le n g u a je , s in o de su
4. A d o lf Loos, Keramika, 190 4, en: SamtHcheSchrifien, vo l. I, V iena/M únich, 1962, pp . 253 ss.
5 P au l S ch eerbart (1 8 6 3 -19 15 ), escrito r alem án de relatos fantásticos. [N. d el T,]
220 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FIL 0 5 0 FÍA DE LA HISTORIA
I B en jam in n u n ca p u b licó este artículo» que escrib ió en francés en tre fin ales de 1934
y p rin cip io s de 1935 » co n la esperanza de p u b lica rlo e n la Nouvelle Revue Française que
d irig ía J ea n PauUian.