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CIENCIA&VIDA JOss(e [Ble OT Ce fo epsiquicas sob een cer Geen a1 eee ee eg) entre anatomia Riese ee P i ee STA: UMA CONVERSA SOBRE ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA COI ‘HSE MAL: plencincmtr ‘wenger cmt UciEd ccna vion DReTORA, Eh sey; REDAGA heen Orle sceeooe aton Sit" Meese rao: fuse Fama Ch Sr mova Mare sae ate Deg Nr Reeke Dee Shao Cou Clr ate ls ‘era ey Cue Maga, a Ct tra ote mare ‘fe i Fe a ens Do eel Pak nto ea bg ei Palla Ocoee es 95 hp eweniitom pw is + oh ‘Satna oct © ua es a ‘mae WARETNG. Conant. Ae cece cn fer ee eS COMERGAL mace: ele aa: (1) 3802178 Go ‘Ser Sm ate ei Le Fr Ee Sompdon arh ‘Spenser see, A i a ans no Steaua Te oo 31-29. P98 ceP ‘Sa Soran, tot YOOASDEREWSTASELARCS (S50 sexe vacantr sxcab0- peas eos “aa 0 soe comaoeaTooMevTo Sek 1 ROH a 8 1 OD S'Sia aa pss 21 O06 75 Names won poer se sot a re Swot rend nt 099 ir sc cae DN sk ars Sc mys tte Fmis Onnadetdraes ado iimematn ation Esotenganc nee ‘ode momesio Facananenro aati Oa Q re a DE MAE PARA FILHA Qual foi a mulher que em sua tenra inféncia nao brincou de "mamae e filhinha” com sua boneca de estimagao? E mais adiante, na adolescéncia, nao implicou com a mae e vice-versa a ponto de sairem farpas, ameagas, discuss6es infundades ¢ infindaveis? Afinal, o que ha de tao particular e peculiar na interagao feminina, entre maes e filhas, em que, a certa altura, a admiracao arrebatadora da Infancia dé espago as alfinetadas e troca de maleizeres entre as duas? 0 que nao percebemos € que reeditamos aspectos conscientes ¢ inconscientes do que nossa mae viveu com a mae dela, E ai mora o porigo: 0 que nossa mae néo queria ver, o que havia jogado em seus pordes escuros, deixando mal-resolvido, acaba sendo resgatado pela filha, Isso é mais marcante e caracteristico nas familias em que nao hé 0 reconhecimento do outro como individuo, ha auséncla de fronteira psiquica e os pais tém dificuldades emocionais sérias, dispondo dos filhos como extenstes deles mesmos, ‘Ocorre que os {ilhos tém a incrivel percepgao e sensibilidade para notar um porao entulhado de coisas ~ e eles acabam assumindo para si a tarefa de cuidar do que esta al abandonado, ocupendo espago na mente da mée, impedindo-a de ser uma mae mais inteira, mais live e disponivel psiquicamente, Para a filha, a mae estd desperdigando tempo com um pordo repleto de coisas, sobre as quais ea nao quer saber, em vez de estar com ela. Mas as fronteiras psiquicas podem se estabelecer, definir-se com mais clareza, maes ¢ filhas amadurecem, auto-avaliam-se, autocriticam-se. A dificil © conturbada relagao pode se tornar um grande aprendizado, um excelente caminho de autoconhecimento ¢ plenitude. Faxinas no pordo sao sempre bem-vindas! Boa leitura, Aredagao + atga i 48 Kvn « 20 Mom He um Sepeno de Niliiag | ara Arle» 03-8 Moonta = Joc ayo t-Trgnma fest ine «B= Doe Ease Wh ‘ssc Je Rouoragées do Eserivio Isis Canina raGarek# Uy ‘Guarantors ft Laila irs rere -AMGO 8 twa toric de fsa» Ie Die seste clara © 1-Lim do Vi Fos ese sone 2- Sona Js eat 1 Enearagao ‘hd Abs 1 OAllensia- Mss cess + 15-Cineo Minatos AMivima ce ene» 19. Guorados Maseats oo nia yeas Veiner 230518 Clarades Pas -ns250 49- taiedacd torts ec see Pens sio aco 21 Exgumas Fatuanes = 5194 “rt Fn de Palearpo unoema- Lie «22 Ubkajara se lo» 2-0 Mulla ‘isc aste# 20 Aloe a Pern #23 Wemoral de Ares tacos si « 2) Esra saa - Sark Snes # 23 Inoeanla crv oe aun 22 Lami-omam = Cts pc © 30TH sic «37» O Sarangi Iss sear» 2-Dona Guicnha to Pog Pel cB ge Pass « 1¢-R Womalsta 0 Carita «$4-Bom-Crbule erie Apartir de i Amb de Prdigan Cri {0-0 PrimoBasli = dhs ‘-AxPuniles do Sonor alti °= Pi O emo Pat Aare = 1 10 ei (sal focus "Maria dieu“ ini an ( Dstasiafae ie vee (8 DgMaas: Voteme | [e308 (@ OsMales- Volume I- = Gus ve 1-O mandarin F0: Suas 1 AlusteCasa te Rares =: Ques 1A coneso de dei te eS ator, ar Adquira os seus! NAS BANCAS, WWW.ESCALA.COM.BR OU (11) 3855-1000 ETE) PSIQUE CIENCIA & VIDA Fen: Shute Stor Capa: Maelo Mizuno ENTREVISTA 06 Marilda Lipp ‘moderna: 0 estresse @SIMBOLOGIA 2: Mundo encantado Como os contes de fadas influenciem na consrucin da personaldade, segundo isto junguiana M@REFLEXAO 5 Felicidade Loa. Berr-estar material versts bern esta’ subjpvo:enterda oestada oes de espirin de quem ¢ fell: 2007 - Ano It - Ntimero 22 Especialisa fala sobre 0 mal que atinge cada ver mais a sociedade WINTERFACE 6 Particularidades da dor Camo Medicina Psicaneise aborcam ossntonas ea intraceo psquica provocac oes sansaghes desagiadvas @ SOCIEDADE if Transtomo de identidade Ascfculdates e angistas chs transexuals na busca ola harmon etre 0 sorpo 0 peiquoo x MSECOES Profissao 14 Notas 16 Agenda 19 Livros 20 Consultorio 32 Cotidiano 42 Cinema 44 Literatura no diva 48 Trabalho 60 Relacionamento 68 sigue 2nisiva S Sempre Psicdloga dedica carreira ao estudo da qualidade de vida e controle do estresse e apresenta ponto de vista sobre este problema que atinge uma parcela cada vez maior da sociedade contemporanea Por Rost Campos Foros Pavro Brasi dra. Marilda Emmanuel Novees Lipp, Ae D, em Psicologia pela George Washing- :on University (BUA), é uma das pioneleas no Pais no estudo do estresee¢ em 1985 fundou 0 Centro Psicolégico de Controle do Stress, a primei 1 instituigio na América Latina volada & profil: xin ¢ ao tratamento do estresse excessivo. O Centro ‘ofereoe trés tipas de servigos: tratamento © pesquisas sobre 0 estesse emocional, psicorerapia c cursos de aperfeicoamento ¢ extensio universtiria em Tesapia Cognitivo-Comportamental. Os ratamentas ofere- ccidos podem ser feos de forma individual ou em grupo na clinica que jd atcndew, até hoje, mais de 15 mil pessoas, Tem sido vocagio do Centro Psicolégi- co de Controle do Stres: a produgio de pesquisas ¢ publicist de artiges, apostilas testes nesa dca, Marilda Lipp também esta a frente da organi- ragio do IIT Congreso Brasileiro de Stress, com ‘tema Stress ¢ Estilo de Vide, a realizar-se em Sio Paulo 10s dias 26 e 27 de ousubro, A expectativa € reunir pesquisadores, clinicos, estudantes ¢ re- presencantes do setor empresarial de varias partes do Brasil interessados em conhecer © mecanismo neuropsicofisiolégico do estes e sua incerferén- cia na satide, produtividade e qualidade de vida. Em entrevisa & Psique, Marikda Lipp esclarece Pontos importantes sobre como se dé esse mecanis- -mo, quais as possibilidades de traramento apresen- tadas pela insticuigdo que dirige ea importincia do fator estilo de vida na incidéncia do estresc, que € cada vez mais cresceate na pepulasio brasileira Psique - Hi alge tempo o conceito de estresie se popularizon no Pais. As pessoas falam muito «a rspeito eem geral o asociam & idéta de algo muito ruim, Porém, o estresse tem um papel. Voce pode nos dar sua definisao? ? Marilda Lipp - O estresse no é uma doenga, E uma reagéo € eu a definiria como muito com- plexa, com componentes fisicos, psicolbgicos, mentais € hormonais. £ essa reagao tao com- plexa ocorre frente a qualquer desafio — posi tivo ou negativo — que o ser humano tenha de enfrentar, Por exemplo, ganhar na loteria tam- bém produz estresse, pois a partir dat haverdé uma série de problemas a serem resolvidos, inclusive saher coma investir 0 dinheiro. Tudo isso pode ser muito estressante, Acontece que cada desafio tem um valor diferente para cada pessoa. E 0 tipo de valor atribuido vai depen- der da histéria de vida de cada um, podendo adquirir peso maior para determinadas peso: as. Ha quem sempre veja 0 lado ruim das c sas; essas vio demonstrar um tipo de reaglo, Diante da postibilidade de uma viagem para 2 Europa, por exemplo, podem pensar: seré que 0 aviio cai? A viagem se torna um desafio snuito pesado, Mas, a0 contrério, se © persa- mento é “que maravilha! Vou para a Europa, delicia..”, 0 desafio tende a diminuit. Essa iagio decorre da percepeao de cada um, Pique - Quais as consegtiéncias do eitresie na ssossa bioguimica? O feta de ecca rearao poder ce repetir com muita fregiiéncia ¢ intensidade — algo cada ves mais comum no ambiente urba- seo — desencadeia efeitas negatives no organismo? Macilda Lipp - Num prim Scio basica pata a ocorréncia do estresse é a pexcepedo do evento, Se 0 evento nio é perce- Sido, nao importa se ele é muito negative. Por cxemplo, se hé um homem com um revélver 2 mio ali na porta ¢ et nao vejo esse homem, simples presenga dele nfo vai causar nenhum, cswresse. Ente, cm primeiro lugar, hd que cssvir a percepgao do evento estressante por sigum érgio dos sentidos que desperte 0 sen- momento a con- “A reacao de estresse requer interpretacio logica ¢ emocional de um evento. Quando essas duas interpretagGes dio 20 sujeito a imagem de um petigo ou de um desafio, af ocorre o estresse” timento de alerta, Apés essa percepgio, uma mensagem é enviada para o efrebro, aringe a parte cortical, onde ocorrem as interpretacoes logicas do evento, ¢ se dirige também para 0 sistema limbico, responsivel pelas emogbes. Essay duas percepgdes, légica ¢ emocional, se somam para decerminar as reagées de estresse. Se, voltando ao exemplo, eu noco a presenga do homem, mas logo 4 seguir vejo que hi uma camera ¢ que se tara de um filme, eu mudo: a minha percepcio © a mensagem que meu cérebro vai receber é, poranto, diferente, As reagdes vio sendo atualizadas de acordo com novas informagoes que chegim ao cérebro. Entio, pode-se dizer que a reacao de estres- se requer interprecagao légica ¢ emocional de tum evento, Quando essas duas incerpretagdes dio ao sujeito a imagem de um perigo ou de um desafio, af ocorre o esteesse. A partir disso, quando essa mensagem é recebida pelo cére- bro, parte do sistema limbico, 0 hipotdlamo, ativa o funcionamento de varias glindulas que de imediato preparam 0 corpo para a reagio de lura ou fuga. Os olhos percebem uma situ- agio estressante e enviam a informagio para © cérebro, que & captada pelo sistema limbi- co, 0 hipotdlamo; este, por sua vez, manda a mensagem pars as glindulss supricrenais, que produzem adrenalina, ¢ a pessoa entra em prontidio, no processo de luta ou fuga. Aadrenalina no corpo resulta em energia, em um vigor muito grande. Mas ninguém agilen- ta ficar com esse jato de energia por muito tempo, passando a adoecer aos poucos. Pique - O gue ocome a partir dat, depois de deflagiado esse mecanismo? Rose Campos jomatse eecrom sobre Paola sigue citi 7 Marilda Lipp - Inicialmente o estresse determi- na que as glandulas supra-renais, duas glan- ddulas localizadas acima dos rins, produzam adrenalina. A medula ou micleo da glindula produz essa subatincia, Porém, se 0 estado de estresse petdura muito tempo, a medula da a acaba ficando yulneravel a varios SA pi tipos de doenga, Por isso se torna mais cil pegar doengas oportunistas, como gripe” supra-renal para de produzir adrenal cértex dessa glindula ~ a parce que circunda 4 sua medula ~ produz cortisol. Eo cortisol, quando em excesso, baixa o sistema imuno- ldgico. A pessoa acaba ficando vulnerivel a tipos de doenga. Por isso se torna mais pegar doengas oporcunistas, como gripe. Ou entio sio doengas que ja estavam gene- ticamente programadas ¢ permancciam até entéa lacentes; de repente aparecem pelo Faro dea pessoa escar submetida ao estresse Pique -Na vida moderna estamos expetos a wna série de tituacbes potencialmenteestresantes. Quats as possves efeitos dessa sobrecarg no onganismo ¢ coma isso se reflete na vida psiquica das pessons? Marilda Lipp - Temos percebido um aumento nos niveis de estresse nos iltimos anos, Em. 1996, fizemos uma grande pesquisa abran- gendo o Estado de Sao Paulo ¢ varias outras regides do Brasil, como Rio de Janciro, Pa ratba, Rio Grande do Sul, sobre os niveis de estresse da populagio. Essa pesquisa foi con- duzida pelo Centro Psicoldgico de Controle do Stress. Aplicamos determinados testes © verificamos que a incidéncia de estresse em Sao Paulo era de 32%. A pesquisa na cidade de Sao Paulo coletou dados em trés ponto Acroporto de Guarulhos, Conjunto Nacional, ¢ dentro di. IBM. Naquela ocasiéo, 32% das pessoas sofriam com estresse. Fizemos nova- mente a mesma pesquisa em 2005. Desco- brimos ter subido para 37% das pessoas. Foi um aumento de 5% em relagio 3 primeira pesquisa, Cinco por cento néo é um niime- to desprezivel, Se aplicarmos esse quociente somente a populagio de Sio Paulo, veremos que é um contingente muito grande, O que causa esse aumento de estresse certamente sio os farores da vida moderna. Até a des- crenga no governo pode ser eausadora de um estiesse muito grande. ‘Tanto que depois de cada momento dificil, ou de grandes escin- dalos do goveno divulgados pela imprensa, se medirmos imediatamente, yeremos que 0 nivel de estresse na populasao teré aumenta- do, As pessoas se sentem mais inseguras. Psique - Bise mesmo tipo de situacéo produz reflexos na populagaa infarnse Marilda Lipp - Sim. Também tem aumenta- do a incidéncia dos problemas do estresse na infincia. Nao na mesma proporgio que 10 aululto, claro, mas o nivel de estresse infantil € alto, em torno de 25%, O que aumenta o, estresse nas criangas? ‘Ter uma agenda de mi- niexecutivo, por exemplo. Hoje ¢ comum elas 8 paique cdr Marilda Lipp serem sobrecarregadas por multiples atividades. Os pais querem que as criangas aprendam tudo ao mesmo tempo. Nio podem deixi-la apren- der inglés depois, tem que ser agore, com cinco anos, Eu vejo a agenda de criangas pequenas, de seis, sete, ito anos, que ocupam a semana inteira, Nao sobra tempo para brin- car. E um absurdo! Crianga tem que brincar, O que a gente deduz é que a vida moderna esta causando um impacto grande na vida das pessoas, E um dos aspectos que esti eausan- do muito impacto é a globalizac: Porque de repente vernos, dentro de casa, tudo 0 que se passa no mun- do. Se hd uma matanga num lugar distante, ‘as pessoas ficam ‘sabendo de imediato, Entramos em contato com tudo de ruim que acontece no saunde todo. Outro aspecto da glo- balizagio que causa bastante estresse £2 mudanca de valores. AAcabamos sendo contato com valores muito Sversos dos nossos. Aquele mundi sho no qual se vivia protegido, que <2 conhecido, agora esté ulerapas- sedo. Fica uma situagio complica = pois nos perguntamos quais sio 4 fato nossos valores: © que é certo eo que é etrado, Psique - Aone wai dexague a proble- wesciue cazesada pelo etrese e pare quis sefssionaic iio evcaminhadasas quetias? Lipp - Nos iltimos cinco sees, principalmente, muitas em- pesas comegaram a encaminhar s fianciondrios para traramento pecoligico, Algo antes visto como sess fora do comum. Por outro tado, as pessoas também adoecem x decorrincia do estreste. E vio s= médico ¢ se queixam de uma sé- Este tema é abordado em um dos _ varias livios publicados por Mariléa _ Upp. Um liveo sobre estresse voltaco justifica quando se sabe ester na “populagda feminina 0 maior nimero de vitimas do estresse. Olivia O stess & 2 teleze da mulher -comega sedimentando uma infarmacio ‘que est no seriso comumt, mas que fa prdtica nem sempre é lembrada: a idéa ‘Ge que beleza nao se restinge 8 apa- ‘Ancie fisiea, A beleza também esta na _capacidade emociona, na qualidade es- sociale se personitea numa certs bele- 2 globo! quo ie vzos soquer sabomes eft: muta bem, nas ue vansite ts __outras pessoas sensagao de bem-estar. 0 estresse ataca ‘odas esas esferas ‘da beleza, E ¢ fundamental contect. ‘ara saber lidar com ele, Estesse afeta “éade-no vabalho, ohumar ea funciona “lidade do carpe, Mes também possul um piritual de saber se doar, na hablidade Jado postiv cuando, em sua fase inical, serve de alerta, fomece anima e vigarao ‘rganismo e nos deixa mals cratwos, Naa se sebe sinda, com certeza, 0 que torna as mulheres mais vulneréveis a0 estresse cue 0s homens, mas a hi- pétese levantada por Marida Lipp em — sey imo 6 de queo grande causadordo esteesse feminina seja 0 desatio de as- sum eam perfeigio osmiliplos papéis exigidos da mulher atualmente: mulher, dana-de.case, mae, proissonal etc. A autora no aperas fonese uma espécie de mans aue toma possivel ‘dentiicer as situagdes em que 0 2- tresse esta presente na vida da muiner apontanco seus efeitos danosos, como propde também algunas formas de ‘combaté-o, Uma delas é 0 relexaman- 10, Clive O stress a veleza da muiner ‘acompanha um CD orientador com téo- nicas de relaxamento. 0 bom é que 180 “apenas mulheres podem ss beneficar. Hd também fabias dedicacas especiti- “camente ao homem ¢ até as crlangas, prique sont 9 7 Io “Se hi uma matanga num lugar distante, as pessoas ficam sabendo de imediato. Entramos em contato com tudo de ruim que acontece no mundo todo” tie de doengas, pois 0 estresse pode desenca~ dear de hipertenséo, diabetes, colesterol ele- vado, depressio até pinico. Quando 0 corpo adoece as pessoas acabam procurando alguma coisa para reduzir o efeito do estresse no cor- po. E muitas vezes nfo entendem 0 encami nhamento ao psicéloge. “O que ea tenho é hipertensio, Por que © médico me mandou para cé?”, algumas se perguntam. Psique - Uma das primeivas providéncias que ‘ume pesioa pensa em tomar ao se perceber estressada é adotar recursos de relaxamento: uma massagem, uma viagem de fim de sema- nna para um lugar trangitila ete. Bsse tipo de solusao é suficiente para lidar com o estresse? Mariida Lipp - O sratamento de estresse,utilizado por mim ha mais de 20 anos, é baseado em qua- tro pilares. Trés deles sio coadjuvantes, porque ajudam a lidar com o problema, mas nao o resol- vem sozinhos. Esses exemplos que voc’ cicou sio de tratamentos codjuvantes: massigem, viagens, relaxamento, até mesmo uma ida ao cabeleieito. Sao coisas que reduzem a censio do momento, porém nao resolvem o problema. Vamos supor que o foco do estrese sja uma briga com 0 che- fe. Entio, os trés pilares coadjuvantes apenas aju- dam, E sio os seguintes: relaxamento, que inclui todos os recursos utilizados com esse fim; exerci~ cio fisico, que ajuda a dar mais energia; ¢ nutri- ‘¢ao antiestresse. Reduzem sintomas come tensio muscular, fraqueza ¢ falta de energia, O quarto pilar é0 principal; a reestruturagio emocional da pessoa, E 0 que de faro resolve. Pique - Quando voct fala em reestruturagdo emocio- nalestd filando om Péicotenapia? Marilda Lipp - A que eu aplico é uma psicote- rapia focal. Além de Focal é de curta duragio de base Cognitivo Comportamental, Esse trata- mento ¢ feito aqui em 15 sessGes. Nesse tipo de Psicoterapia trabalham-se os limites da pessoa, os quis, muitas vezes, a pessoa nem conhece, Muita gente néo sabe qu seus préprios limites. Ainda assim, procura transcendé-los, Depois de fazer a pessoa encontear seus limites, procuramos levi-la a respeité-los. E comum isso no acontecer, As pessoas dizem “Vai dar. Ama- nha eu descanso.” Mas as vezes nao da. Pique - Voce se refere nao sé a limites fisicos, mas a emocionais também... Mariida Lipp - Claro, emocionais também, Que envolvem irritabilidade, nerrosismo, 0 desconforto de estar em alguns lugares. Por- que ds vezes a pessoa pode estar em uma festa, mas nao estd se sentindo bem. Entao, para que forgar? Também ¢ importante saber dizer io. E procurar ter relagies agradiveis. Ou- to aspecto superimportante no controle do estresse é aprender a controlar a pressa. Psique - Isso tem a ver com a ansiedade? Marilda Lipp - Nem sempre. Pode acontecer por- que a pessoa aceita muita responsabilidade, nao sabe dizer nao. Existe gente apressada que nao € ansiosa, Embora « ansiedade seja outra fonte de estresse. O treino de controle do estresse co- bre esses aspectos e, se a pessoa tiver ansiedade, 10 priquesiiroitvita Marilda Lipp £0 hipotdlama é um sistema autdno- to responsdve! pela estimulagao, tam © agente estrossor ava a amigdala bm, dos nerves sensoriais. Ao receber no mesaeneéfalo que envia uma respasta a ensacin ia wilco biota upotdlamo ‘mo, por sua vez, envia um resposta hor- monal~ secrecho da fatorlibertador de enitigatropina (CRF) - para a hipdise {A hipéfise reage & monsagem & também produ uma resposta hormo- pal tiberando cortcotropina (ACTH). Este hormdnioestimuta a glandutas su- Mecanismo eile rans saa ics Ge adrensling, noradrenalina, cortisol do estresse Oe aa as sensagdes do estresse. alhé-la, Ou seja, vai focar naquilo queaF Quais sao os alimentos que ajudam a » maior dificuldade, além de ab ter mais vigor ¢ a enfientar o estrene que sio padronizados, Outta proposta Alguns alimentos sio anties: 1 pelo Centro Psicolégico de Controle tresse por natureza. Sao os legumes, as verdu- s élevar a pessoa a descobrir quais sio ras e as frutas. A gente nao diz para ninguém ridades. As-vezes, as pessoas trabalham deixar de comer alguma coisa. Senao a restr oF coisas que nid sia ti uma fonte de estresse. Mas io se torna s deixam passar. Uma aconselhamos as pessoas a comer trés porgées Sea seria principal a que ditia que a prio- de legumes e uma salada a cada refeigio. 2 vida dela era seu filo. Mas, a0 me pessoa seguir essa orientacdo, nao teré tanto apetive para comer alimentos como macar- juanto tempo ela passava com o me- io, lasanha ¢ outras coisas muito caldricas, es uma hora”, ela tespondeu. Ela Vai acabar se restringindo a alimentos mais 2 se dado conta de que nao Ihe dava saudéveis. Pedimos também para a pessoa Entio a gente também crabalha aju- tomar, ém toda refeisio, um copo de suco atando a pesson a fizer, entra outras E uma maneira indirera de ajudé-ta a mudar Jimentagio antiestresse seu habito alimentar sem estres pique lémiido 11 Psique - Qual o papel da nutrigdo no controle do esrresie? Marilda Lipp - Cada um desses pilares tem uma hase cientifica, Ao attavessar petfodos de grande estresse, sio utilizadas as vitami- nas do organismo, Isso ocorre para que 6 o1- ganismo possa agiientar a carga de estresse € para lutar contra ele, Depois disso, as vezes, acontece de a pessoa perceber o cantinho do olho ‘pulando”, ou €a mao que flea “pulan- do”, Esses sao sinais de falta de vicamina B6 no organismo apés um cpisddio de grande es- tresse. Na hora o organismo apenas usa a vi- tamina B6 e depois, como fica sem, ¢ preciso repor. © estresse também pode consumir do oiganismo viramina B12, edlcio, magnésio, manganés, entre outros nutrientes. Também existe base cientifica para a defesa da pratica de exercicio fisico, que produz betaendorfi- na, horménio responsdvel por proporcionar sensagio de bem-estar, Com meia hora de exereicios ja & possivel comecar a produzir betaendorfina. O relaxamento também ajuda porque, diante de uma situagdo estressante, © primeiro sintoma €a tensio muscular. Ao se retesar a musculacura, a mente cambém se retesa. Eneéo passa a existir a tensio do fisico e da mente, no mesmo instante. Portanto, relaxar ajuda a aliviar essa tensio. Psique - O programa de controle do estresse aferecido pela sua clinica propée apenas 15 sesdes. E posstvel solucionar o problema de estresce to rapidamente? Marilda Lipp - Quando analiso os resultados, realmente fico impressionada com meus acertos. Quando eriet 0 programa nao sabia que iria funcionar téo bem. Em 15 sessées possivel resolver o problema a que se propoe este treino, porque ele é muieo direto. Nao se trata de Psicoterapia voltada & resolugao de ionamento familias, afeti as de rela 1 forma de aprender a lidar com © estresse no dia-s ‘able pr 12 pique céreadvoe Marilda Lipp Psique - Vo entanto, muitas vezes sao justamen- se 0; relacionamentos familiares, afétivos, de erabalho— que séo nossas fortes de estresse, ¢ as sezes estz0 no discurso das pesioas quando elas dizem “essa pessoa me estressa!". Como 0 progra- waz que voc’ criow contempla esa questéo? Meariida Lipp - Quando a relagao interpessoal é uma conte de etree nds tabalhamos sw denteodas 15 sessées, ensinando as pessoas 2 lidar melhor umas com as outras, tendo cognig6es mais sadias. Porque ex genal os oonfltos que surgem com outras pesso- a sio produtos de cognigSes erréneas. Mas 0 que gente no trabalha dentro dessas 15 sessbes sio ss craumas de infincia, sentimento de rejeigio da jcorténcia de abuso sexual na infincia. Ques- Ses como essas sio para trapia. No entanto, 0 ese aparecer for um problema de relacio incerpes- sal entre funciondrio e chefe, ou enere marido € eater, pac filho, a gente trabalha Psique - Aparece um padvto nessa formas de selecionamento? ‘Merkda Lipp - Eu acabei de trabalhar com essa tese, samo de “tema de vide”, Eco padrio adquicl- > por algumas pessoas no modo de conviver com. sas, Algumas pessoas, por exemplo, sio c1o- mente vitimas de infidelidide, Outras pessoas s@e witimas de assédie moral constanremente. Ou seins de injustiga. Por qué? Porque elas proprias sem iso na relagao. E delxam isso acontecer, Sesto. ese padrio & esressante, Ea gente tabalha made vida" da pessoa, sa nkentificacao do Pete - Qual sua principal expectativa com a wxizapto do III Congreso Brasileira de Stres? Warts Lipp - Ha niicleos pesquisando o es- x< 20 Brasil todo, O objetivo do congres- ve = seunir essas pessoas que rém interesse no discutir pesquisas na drea, incidén- se nas cidades, métodos de trata- «, sobrerudo, métados de prevencio. de vida € um grande causador de ems ¢ mudou muito. Nao hi tempo para Gli com as pessoas, Nosso foco € produzit e “Bstresse afeta 0 sono, a qualidade do sexo, a produtividade no trabalho, 0 humor ea funcionalidade do corpo” trabalhar excessivamente, quando na realida- de tem um outro aspecto importante na vida, que é ser feliz. Para isso, trabalhamos com prevengao ao estresse em empresas. A preieci- tura de Sao Paulo decretou recentemente uma lei municipal que estabelece 0 Dia de Com- bate ao Estresse, 0 dia 23 de setembro. E nds propusemos, para cssc dia, uma sétic de ativi- dades comunitirias em parques, shoppings ¢ numa série de lugares onde avaliamos o nivel de estresse das pessoas, ensinamos técnicas de rclexamento etc. Nossa proposta estabele~ cer o dia nacional de combate ao estresse & preparar pessoas que n4o cém dinheiro para ir a uma clinica. Porque a melhor coisa para prevenir o cstresse é saber 0 que cle é, Nao sc previne aquilo que nao se conhece . Servico: a pique sires 13 Psicanalise, uma obra em construcao 45° Congresso Internacional retine cerca de trés mil participantes em Berlim para refletir sobre “Repetir, recordar e elaborar na Psicandlise e na cultura hoje” A Associagio PsicanaliticaIn- ternacional (IPA) tealizou seu 45° Congresio Internacional em Berlim, de 25 a 28 de julho, com a presenga de quase 3.000 participantes. Este congresso revestiu-se de virios sig- nifleados especiais. Seu cema oficial "Repetir, recordar e elaborar na Psi- candlise e na cultura hoje", baseado num dos trabalhos clinicos de Freud, permitiu examinar os significados atuais da repeticio, da recordacao da elaboragao na teoria ¢ na clinica -analiticas, Além disso, abriu es Pago para pesquisas recentes sobre as distintas formas de meméria ¢ a rel gio entre situagées craumaticas pes soais c coletivas ¢ eventos posteriores na vida individual e so © Congresso proporcionon ainda uma ampla reflexdo conjunta sobre © impacto do nazismo, do stalinismo, do holocausta ¢ de outras situagbes tra maticas na mente dos que as viveram «nas geragbes seguintes, tema que tem recebido crescente atengio por inter- médio da analise de filhos ¢ necos tanto de vitimas quanto de perpetradorcs A abertura do Congreso conto ‘com uma conferéncia da conhecida everitora alema Christa Wolff, que abordou 0 holocausto mesclando Por Crupio Evzinix suas proprias lembrancas e contri- buigées da lireraeura ¢ da poesia, Em meu discurso de abertura descaquei © fato de que era 0 primeiro Con- gresso em Berlim em 85 anos, pois 0 anterior naquela cidade ovorsera em 1922, sendo aqueleo iiltimo a contar com a presenca de Freud. Naquela ocasifo, alguns dos pioneiros da Psi canilisee de areas vizinhas, como Fe renczi, Alexander, Ernest Jones, Jean Piaget e Melanie Klein apresentaram trabalhos que tiveram ampla inéluén- cia nas décadas seguintes, Escabelect uma relagio entre os erabalhos entio apresentados ¢ os enormes desenvol- vimentos.posteriores da Psicandli- se, destacando a0 mesmo tempo as draméticas mudangas sofridas pelo mundo a0 longo desse periodo. Num mundo em transformagio, procurei ilustrar com fatos ¢ evidéncias con- temporineas que a Psicanilise res- ponde & mudanga com mudangas reformulacdes em sua teoria ¢ prixis, © lima que marcou esse primei- 10 dia foi de muita emogio, pois se trarava de tum reenconteo formal da Psicandlise intemacional com a cida- de que fora um de seus bersos, atra- vés de seus grandes pioneiros Karl Abraham e Max Eitingon 14 psique seis Em seguida, ocorreu a inaugu- jo de uma réplica da estétua da Gradiva, personagem de uma novela eeriria que foi analisada por Freud, nente defronce ao local em que sa realizado 0 Congresso de 1922, « que depois serviu de escritorio para Eichman desenvolver sua infamante solucdo final", que seria 0 extermt- sso dos judeus da Europa. As duas sociedades alemis filiadas 4 IPA de- realizar essa homenagem ara expressar seul reptidio a0 nazis- mo ¢ 2 vitalidade da Psicanilise da Wemanha de hoje, Ao som de pegas é Bach, ao cello, esse entardecer foi xz momento de grande emogio e sgragamento entre psicanalistas de seios paises do mundo, em especial ss que viveram as consequencias Ae terrivel periodo hist6rico. © programa cientifico do Con- permitiu um amplo estudo s dimensoes citadas ~ recordar, re elaborar ~ por meio de dis- s tedricas, clinicas, de pesquisa relagio com a cultura, Trés tra- sues pré-publicados, de autoria de Necberto Marucco (Argentina), Wer- jeber (Alemanha) e Jonathan EUA) serviram como estimulo bate, abordando as extensoes scecmporineas da metapsicologia ¢ ificados da meméria ¢ as rela~ com a cultura, Grandes nomes cienufica, esracégis de in ial, textos sobre transtamos transtomos_alimentares, «o da dor e psicoterap suntos. Dicas de livros, relacionados | entre nda psique I, entre outros itens, tor uma opgio completa para projissionaisou leigos) em undamento nasreas pi “ requer muitos estudas para que ele #0 gande sonho dos seres hursa- com 0 poder es especiais com sen gem os impulsos do cére- bro ¢ os transmitem ao computador. A empresa planeja langar 0 » produto EPIDEMIA Mundo virtual em exploragao @ Um dos maiores ¢ mais famosos 3 virtual ajuda um gru- po de cientistas a entender melhor jogos de RP como reagiriam pessoas diante de _ emia generalizada. Como resultado de uma falha tée- nica, um dos personagens do jogo. World of Warcraft pasiou a tat’ outros com o "virus do sangue "infec corrompido", matando milhares de jogadores online, Segundos os au- rors da pesquisa, Erie Lofgren, da Rutgers University, de Nova Jersey, € Nina Fefferman, da Tufts University, éem Boston, a0 usar estes jogos como um parimetro experimental ado, obtém-se um conhecimento mais profundo da incrivel comple- xidade da epidemiologia de doengas infecciosas nos grupos sociais, além, xplo- também, de stas interasdes paiquico- comportamentais, Os programadores do jogo tencaram criar um perfodo de quirencena para conter a epidemia, mas alguns jogadores foram alerut Pere Oe aca eee plo, para mexer uma personagem na ‘clang novessirio queo jogadoraponte som 0 mouse o local orenar men- talmente para que ele ande, Além dis- 40, a empresa jé estuda a possbilida- ‘de de usar a tecnologia para fabsicas outros aparelhos. Um exemplo seria um dispositivo que permitisse que trabalhadores do secor da construgso ‘neerrompessem o funcionamento de - tama miquina quando. percebesiem ‘que estio em perigo. tas, corrende paca ajudar os outros jngadores mesmo quando isto repre sentava um isco de infeceao pars si Outros fugiram das cidades infecta das tentando se salvar. E alguns, ja infecrados, decidiram contagiar tan: tas pessoas quantas fosse possivel. O fato & cem uma plaiaforma excelente para o que os mundos virtuais ofere- extudo do comportamento humano, nique itis 17 ooo I MIGRAGAO Mao-de-obra qualificada na fila # Um cstudo realizado nos EUA revela que niimero de igeitos cualificados, profisionalmente e com diploma, sm no pats que espera de um visto de resideme perma- nente é muito superior a0 ndimero de vistos desce tipo emi- fido anualmente. Este fato pede acarretar a decisio destes ‘strangeitos em voltar para sua terra natal, abandonando 0 pais. De acondo com a pesquisa, 31% das novas empresas no setor das novas tecnologias foram fandadas por uma pessoa de otigem estrangeira; este mimero chega a 52,4% na regiio do Silicon Valley (Califémnia). O estudo frisa também que os ‘strangeltos que moram nos Estados Unidos sio os invento- res de 25,606 das patentes intemacionais entregues em 2006 nos Estados Unidos. De acordo com este estudo, mais de tum milhio de imigrantes, entre eles cientistas, engenheinos, meédicos ¢ pesquisidotes, estio em concorréncia para obter ‘65 120,000 vistos de residentes permanentes emit ano. O maior medo dos EUA ¢ perder mao-de-obra qualif- cada e de summa importancia para 0 desenvolvimento do pa losa cada 18psique svaztvia Cafeina benigna @ Uma equipe de cientistas franceses ¢ portugueses realizou uma pesquisa que constatou que o café malhora a meméria de mulheres com mais de 65 anos. Segundo o estudo, trés xicaras de café, ou de ché, por dia apresenta uma quancidade capar de diminuir a perda de meméria no oétebro. Enquanco nas mulheres a cafeina &eficaz, em homens jd iio produz.o5 mes- mos beneficios, talvez pelo fito de a assimilagéo ser diferente. Foram analisadas 4.197 mulheres ¢ 2.820 homens, em ts cidades da Franca, durante quatro anos, No entanto, 0 excesso de café pode clevar a pressio do sangue, ttar 0 sono e fazer pessoas encolerizarem-se com mais fadlidade, Aparentemente © café retarda a detesioragio dos ncurdnios que eventualmente leva ao mal de Alzheimer, redurz 0 risco de sofrer de mal de Parkinson, de cilculos biiars, pedras renais, depressio e até mesmo inibe o risco de suicidio. A pesquisa também aponta «que mulheres acim de 80 anos so ainda mais beneficiadas. (fone: Revie Naolog) Centro de Estidos Psicanative de Sao Pio reaza odie 10 de Novembro o evento Ligénalas e Prolab na “Intervenzéo Clinica partir da metifora propasta por Lacan: ‘A Pelcandlse é uma parandla drigda, uma espécie de delro de ‘eferéncia incuiida, mas acaha quando épossivelreconhecer ‘Seorerte com os pabtantes, ere ours ag, Na grade ‘eric esto: EMDR em dhenges pseossomticas,cicas © ‘emames/tor cbr, volénda urbana, pemetradores/volenda ‘eee, aura inet, tatarento de meds ¢fobas! sempubSestdopendéncia quimioa ete Vso te com male. ntrmacies. it /coraressoemd2007.com br sm Sate. Secdo Brasil realuard 0 V Conoresso Latino. met ob Patologia da Sade ALAPSA 2007) © MIENPAY "Nacional de Psicdlogos da Area Hsia, 8c novembro, 0 everto contaré com pal Be < com guns nomes intemachnais Além disso, ues prt event, como A Qualdade de Vda Como ‘ee se Pca oe Salers Primos Anos: O Pape a ‘Weim & Saude. Para se inscrever nos cursos 6 necessario “fio sm catesrono sie da pripria ALAPSA Detalhes 8 cutas Psicologia do Pauls Urry), am So José do Ro Preto, como tera -amirho ~ Pscooga é ocamnto. 0 canine é a Rscobaia. ‘vento peomniert lscusstes em todas as areas € verentes da psique, em forma .workshons, vivéncias, -ooiodramas puilioas e egpeticulos cb dang e teatro com tase no tema de Psicologia 0 objethe'd enoorio é propaar ~~ ‘conhecimento aoerca do tema ea atvalizagado de novos: paradigms em Psicolagia. Para mais informagdes, aoesse wowunoraby, 08 pel email markedng@unar br pique denis 19 Cura pela palavra Muito mais que uma reflexao sobre os estudos de um ramo especifico da Psicolo- gia ou ume biografia dos maiores nomes de uma vercente das citncias humanas, O Livio de Ouro da Psicandlise aborda, de- talhadamente, 2 vida pessoal ¢ profissio- nal dos principais intelecruais do tema. Com cronologias, curiosidades, seus pen- samentos € estudos, os conceitos, enlim, todos os desdobramentos da histéria da Psicandlise, desde Freud, Lacan, Jung, até Winnicott, além de um panorama sobre Psicoterapia, a obra propée aos pensan- tes aventurarem-se nos mistérivs da men- te por meio de seus textos. Enriquecido com yerbetes, foros e ilustracées, 0 livro estimula a Ieitura com uma natrativa nao academica especialmente _desenvolvida para uma Ficil compreensio, mesmo dos termos mais técnicos. Indispensivel na ca- beceita de estudiosos ¢ interessados. MMB DESCONEXAO Disturbios mentais Na Psicanilise, pricose causon dificuldades to seas para Freud que se mostrou hesitate cm exp Ja. O livro O Inconciente a Céu Aberto da Pei- «ose, de Colette Soler, psicanalistaformada no diva -gue o conselho do profissional em ume de suas terapass do cecuar diane da psi- cific de Jacques Lacan, ccoce, Comoa professora epsicanalsta Sonia Alberti desereve na orelha da obra, Soler compartilha suas: experiéncias ¢ questionamentos de uma maneira genuina. Segundo Tacan, a estabilidade © a boa com a reilidade tito ondem da rdacio percept si tio nacurais quanto se poderia imaginare, sim, tuma fungi dos fendmenos significantes, Além de Jevancar seus pensamentose estucios mais relevanies: sobre 0 tema, a autora fiz reflexes e contrapontos constanteao pai eaos apectos ima gindtios da psicose que Freud sugere, Estudos de casos também sio © ponto forte do trabalho, coma referén« 20 paque vniitia spmiorrreourtas Por Marual da Costa Piro (or) (Ecitora Ediouro, 540 pdignas, AS $9,90) O Inconsciente ‘a.Céu Aborto da Psicose Par Colette Solr (Ealitora Zana, 364 paginas, RS48,00) =m TESE Historia sem fim # Una grande questio que incentiven Theodor ion, professor associado da Faculdade de im edo Programa de Pés-CGraduagio em Psi 2, Psicandlise ¢ Satide Mental da UFRI, foi a refere a0 processo de uma Psicanilie, suas se existe um rompimento na ligagioanalis- 01 seja, PicandliveInterminivel ou com vel? Por meio de uma expeciéncia realizada © tratamento psicanalitico de um pacien- 6 autor do livro usa o referencia cebrico fundamentalmente, em Freud © em sua dacio da atengio lumante, Além diso, n adlota ideologias de autores que melhor 1em no atendimento da respectva situagio como Winnicott, © leitor deste livio eam idadoa valer-sedo uso ca idéia da teoria ¢ acrescenta, se oportuno, outros apories > exercicio cxiatlvo de sua leltura MM DEFICIENCIA Possibilidades validas rcepcio de um individuo surdo é a » livro Surdex ¢ Linguagem, de Ana 2 Santana, A complexidade de cal ca- pode ser percebida em diversos estudo, entre eles, a Neurolin- g@ieeca. Com este embasamento, a au- ex faz a reflexio das escolhas fraternas Semx do diagnéstico, 0 desenvolvimento co destas pessoas, seja por forma sa! ou oral, o bilingtlismo, 0 desen- sateimento da escrita etc. Aborda sua rela~ sie social, 08 preconceitos em roeno deste wmaseo, bascado, fundamentalmente, em. seagessas € entrevistas com sujeitos surdos familiares ¢ educadores, As relagdes cxilinar os contos podemos falar de algo qpecmsemente inexistente, migico, que para mni- exe puro faz-de-conta, apenas histérias para faxer , comenta que é exatamente igual a nos- # omic. Levamos um yerdadeiro susto! Existem s idencificagées entre uma mae ¢ uma filha soe passum despercebidas para ambas. « relatar uma stuagio que presenciei no seriodo de Srias que também. exemplifica so diferenciagao entre mae e filha, mas com istica de Fuso: estava uma avd passean. Jhecom seus netos, quando solictada socialmente nome dos netos; diz e insiste no nome pcos filhos até que uma amiga estranha © comenta: estes si0 os nomes dos 5 Jie © nao dos seus netos! A avd fica surpress, Sime depois se dé conta de que aqueda situagéo re [Hlmess= embrava seus prépriosfilhos, pois era 0 Jira lugar a que ela os levava nas féias, ¢ que uma menina ¢ um menino, tinham a diferenga de idade de seus filhos ¢ a mes- q | | ma personalidade, Uma geracio transcorreu, mas a impressao afetiva dessa avé & de que o tempo parou, que of netos 240 06 filhos. Demecessirio dizer que essa avé tinha diiculdades consideriveis no relacionamento com a sua filha! Essa colagem de geracées, essa diferenciago precirla encre uma m vocar intimeras situagdes conflitivas ou, de uma maneira ainda mais nefasta, gerar uma situagéo na qual a me ea filha no conseguem se separa, uunidas até que a motte as separe. Sao filhus que apés a morte da mae chegam ao consultétio ex- stemamente deprimidas, tido de sua vida; morreram junto coma mie. Essas so situagdes extremas nas quis fica evi- dente 0 que em sinuagées no «fo intensas pode passa despercebido: a dificuldade na separagio psl- ‘encontrando o sen- oo EERE Toda menina precisa, sr arrancada dos lacos estabelecidos ‘com sua mle; a ‘ungio paterna 6 separar a menina 4o corporpsiquismo cedrico da mio palque cits 39 a thas que anés a morte da méeche- gam a consutoio ‘xtromamen ‘primis; sem ‘char sotido| fa.pronria ve quica entre uma miee uma filha, 2 constituigéo da individualidade de cada uma, Essa individualidade condigio de ralizagio de uma mulher que também pode ser mae e profisional As cinen ‘mame, usar sua maguiagem, seus perfumes, suas roupas. Na adolescéncia achamos nossa mae cafon, Ultrapassada. Asamigas sto muito mais interessantes ceasmies dasamigas também podem serboas conf dentes, As criticas’ mie, nunca € total, mas os queremos calcar os sapitos da muitas veres ferozes, modificam-se apenas quando a fila se torna ela mesma mie; a partir desse mo- mento o relacionamento entre mie ¢ filha pode se transformar em uma parceria mais plena, © reladonamento com uma filha pode ser muito gratiicante, se a mie conseguir ser préxima ¢ discante ao mesmo tempo. Accitar que sua me- nina ou sua adolescente precisa dispucar acributos femininos com a mie em um misto de admiragao e reprovagio. Os contos de fadas séo bens exemplos satatsaeaydo que pode acontecer na intimidade do relacio- se refer rvaldade As produgoes culturas fazem |; iamento entre mae e filha, principalmente no que frparte da formacio simbélica de muitas geracies, F por isso, sio terrenos fetes para demandas incons- jentes que enconeram ai um representa. ERA UMA VEZ. ‘Toda boa histéria instiga a pensar sobre vé- rias vertentes, talver até infinitas pessbilidades de articulagoes, mas vamos nos ater a uma faceta | do conto Branca de Neve: a beleza feminina na sua doguua, fascinagio ¢ tormenco e que muitas vexes éobjero de dispura entre mies ¢ filhas. ‘A madrasta nos contos de fadas é uma represen tagio dos sentimentos hestis entre mae ¢ filha que precisam ser distanciados, néo é a mie e sim uma © substieuta, para serem expressos, No conto de fadas uum riqueza de opastos, de cisdes extiemadas que comporam intensos sentiments de amor ¢ édio: @ imie ideaizada da primeira infinciae a madrasta ma ‘que revela sem puclor su rivalidade feminina - ele é md. invejosa, dizer 0 © conto oferece um continente psiquico para 0 intenso trabalho de dlaboragio que é de- ‘mandado na trajetéria feminina para aproximar € integrar esses sentimentos - nossa amada mie € também nossa maior rival, Como compartilhar do amor de um mesmo homem — pai e maridol Desafio travado com culpas inevitives e no qual a beleza pode ser um trunfo morifer. Branca de Neve & desejada hela pela mic: 4 pele branca como « neve ¢ 03 obbos negres come ébano, No adolescer de sua beleza transformase em uma linda moga que sonha com seu principe ‘goes serancard da tirania de sua madrasta/mac, car, violar, raptar sao simmagées que te do imagindrio feminino. Toda a precisa ser arrancada dos lacos mbsocicos estabelecidos com sua mac, essa 2 :mportincia da fungao paterna, separar 4 e interessante & que Oe sar que pode ser sar que pod Jida deste submundo mé: onto de vista do especta mn surge uma ambigitidade aco, jd que pode existr, natural sobrevivente O FAUNO E O LABIRINTO Asegunda realidade de Ofelia é hubitada por um fauno, Na mitologia romana, os faunnos sio espititos terrestres florestas e bosques. Para os romanos, os bode, Estas crianuras sio conhecidas por seduzir as jovens mortais com sua ‘iisica hipnética tirada de um tipo de flaura, que ficou conhecida come flauxa de Pan, No filme, o fauno é0 guardio de um labitinco magico, de sua bizarra colegio dectiaturase de seu poderose talisma, escondidos num velho jardin ch propricdade. Na mitologia grega clabirinco era uma forma complexa com virias passagens entre arbustos 1 paredes, eralmente no fermaco de confinamento para 0 Minotauro, ‘uma criacura metade homem ¢ metade boi, Como passar do tempo, labirintos quebra-cabeca: descobrir o caminho até centro evoltar dele. Labitintos sio r prcsentagées simbélicas de peregrinacio, ‘A fungao do fauno na historia é im- pulsonar Ofelia a revelar espltico, sua verdadeireesséncia —prin- sa do mundo subterrineo — hi muito pperdida por conviver com os humanos; forné protetor ora ¢ autoritiri e asst: wu verdadiro door, repesentando ao mesmo tempo, 0 Bem ¢ 0 Mal das forcas da natureza. Ele inapbe ts perigosas tarefasa Ofelia que © devern ser cumpridas num prazo de trés dias que se entrdlagam com os acon. ‘ecimentos do mundo real, dali para fem, Geralmente esas provas que apa recem om vitias endase contos repre | sentam o processo de « superacéo de conflites ou, no caso da ‘merina, simbolizam 0 enfrentameno Aopressio que vé a sua vol, © rorciro {nos mostra o mundo real eo imaginario sob a perspectva de Ofelia e da empre Beads Mercedes numa cumplicidade:as duns ém seus segredos ¢ sio solitirias ¢ 4s provas impostas & menina se ceferem ppraticamente aos mesmos aconiecimen- 40s pelos quals Mercedes se vé ebrigada a £7) pass. As visitas sigilosas de Mercedes a0 dcampamento do grupo de resiséncia 06 fascisias cnincidem com as escapadas de Ofelia ac talvez como uma forma romantica do diretor de valorizar a nobreza € resilién- ‘Gia da guerra espanhoh eu mundo de imaginasio, AA primeira prova gira em torno | de una chave, No mundo migico de ‘Ofelia ela € guardada por um sapo ggante que impede o florescimento E deum velho carvalho, No mundo de *Metwedes, a chave abre a despensa do ipivdo, Simbolicament thave representa o espi pilosa das duas personagers, ert mas algo qu cada qual em seu contexte, ‘ A segunda prova tem relacio oth ‘um punbal ou faca, Na lirerarura dt fiogio, muitas vezes encontiamos o punbal como um objeto imporaiited trama por estar relacionade a Sacriffciot ae ou rituais. Ofelia precisa enfrenvar 0 Hoivem Pico, uma exiacura esiranha que tem os olhos nas maos e que cos- ‘tuma devorar os invasores. Mercedes enfrenta « desconfianga do Capito que de certa forma, é um “idevorador” cruel « sanguinirio e como nesta passagern as nersonagens néo seguem felmen: te as determinagées, hé conseqiéncias fara para ambos os mundos. de um inocente, Ofelia demonstra uma grandeza de espirito, recusan- do-se a/cumprit a tarefa, 0 que a coloca no lugar da sacrificads, A morte é0 caminho para a transeen déncia’e, tanto para Mercedes como para Ofelia, os sacrificios anunciam um mundo melhor — vitéria consra tirania, ainda que temporétia. Contos de fada podem ser desig- nados tanto para consolar como para awersorizas. O que faz O Labia dv Fanno se diferenciae & que hd um edi: brio entre o pensimento migico €0 conhecimento racional sendo que neh todo mundo vive “feliz para sempre’ Ahiseéria tem dois provaveis finals espectador pode escolher 0 seu: nti deles, a princesa perdida finalmenee retornaria ao seu reino, iluminada Iz dourada do mundo subterrinepe © id: moran, Ofelia descobre unt labiriato cue tudo fica em paz. £ no ourro, havetiel uma mulher amadurecida, comars Ficha Técnica Titulo original: £1 Laberinto dei Fauno: ‘Género; Suspense ‘Ano de Laneaments (México / Espa- nia / EU): 2006 Estilo: Wamet Bros. Picures Distribuigéo: Wamer Bros, Pcures Direcdo e rotelro: Guillermo cel oro Sinepse't) all Espana, 1944, Oticiaienie @ Guer- ta Civil ja terminou, mas um grupo de rebeldes ainda jute nas montannas ao: ‘forte de Navarra. Ofelis (Ivana Baque- (0), de 10 ands, muda-se para a regido: com sua mae, Carmen {Ariadna Gil). La. g fascista que uta para exterminat os uerriheires: de tex#é0, Solitérta, a me- ‘nina logo descabre-a binicade de Merce des (Maribel Verdu), jovem cozinbeira da 088a, que serve de contato secreto dos. ‘enelaes. Além dissa, em seus passeos ‘pelo jarcim da imensa mansao em cue faz com que todo um mundo de fanta- Siis Sabra, traxends. conseqasncias ne ise ee a ° i be fare todos a sua wiles fale dee ih Baa oo saudavel, questo de atitude! EE ties quilfbrio traz dicas e sugesties de atitudes lite mes sauddveis e naturais, porém sem perder 0 que @ vida tem cle melhor GRUPO DESENVLVER ‘Grupo Desenvolver oferece cursos, treinamentos portamentais e motivacionais, atendimento eoldgico (Hipnose), coaching, consultoria e pervisao em RH, visando o desenvolvimento de © Selecao por Competéncias * Avaliagao de Desempenho Jogos para T&D * Curso de Treinamento Cargos e Salarios © Curso de Grafologia essoas no contexto das organizagées. w.grupodesenvolver.cor Ute] PARA ay Autobiografia de Emilio Rodrigué é para bate-papo entre psicanali Cea ACUI) MIB ese) ralsre leer ve ote) eee em aque haveria na dialética construgao e reconstrugio do proceso de escrever se nio a possibilidade de contar uma histria numa interface de elementos transmissores de um restemunho, que contémn em seus vestigios algo proprio da condigio humana, da inguager: fragilidade. Tal testemunbo se artioulaia de forma a promover certa abertuna para aakeridade, Todo ato de eserever com portatia em si um esforco para recordar uma lembranga da qual o esctitor nfo pode se separar, Serd que realmente as separ Quem nos aproxima de certo es sio sempre necessirias? cequacionamento desta penguntaé 0 sgentino Emilio Reds gue, analisando ce Panla Heimann, supervisionando de Melanie Klein ‘que, inclusive, he encaminhou a yonto de partida tas que div San rsos da alma propria neta para seu diva Em sua autobiografa, intielada Separapies Necesirias. Rodrigué nos transmite, por meio do relato de sues experiéncias, a diferenga que fez para ele suas apostas, Desde o enfientamento da prim da impoténcia mediante a perda do ‘outro — que assumiu muitos sentidos, cira morte ~ que éa vivéncia passando por caminhos brssolados pela virtude, até aqueles momentos que bordam os limites enigmsticose, algu- mas vez, no atravestvels, prbprios da condigio humana, na qual wdoo conhecimento que poderia salvar sé nos traza confirmagio da nosa. impossbi lidade, retratados por Rodkigué como *cem pasos’ de desoomumal vertigem. impenetrivel, mas que suscita aquestées, das quais, um instanc possfvel: acreditar quea tomada @ mundo nunca mais serd a. mesm apés genial leitura capital ¢ autob grifica, Reminisedncies incrapsiqns cas que trazem a nds diividas di cstranhos acordos que fazemos. ‘Ao procurarmos um lugar poss memrias, lagares nunca deslumbrados emergem para diz sobre nés. E como o sonho em si rememorigio, a sensagio do mi do nada 20 mesmo tempo: 0 es «6 inapropriado com seus outros a8 s0s, a nostalgia, a mesmice. O live Emilio Rodrigué suporea um pocss uma leicura em sonho, em um ki nada distance, em que os inconscim tes de eitor eescrtor se aprox convocando seu dispar a fancas Ja Mantovani: Em que mo- mento de sua vida se deu o encon- tro com Erik Erikson? lio Rodrigué: Hi muitos anos eu ‘me apaixonet por uma fildsofa, cha- mavavse Susunne Langer, que escreveu um livto fantéstico me apaixonei. Entio, eu quis ser seu discipalo. Mandei uma carta dizendo “vocé me fer sentir ineeligente. Quero ser seu. discipulo”. Ela nao me respendeu; mandi uma outra carta e nio obtive resposta, Mandei uma terceira carta © afinal ela respondeu e disse: cscute, se vood quer ser meu diseipulo, vocé pode vir a Massachusetts, hd uma clinica lf, Austen Riggs, ¢ woce pode ttabalhar ki e me ver todas as quin- cas-feinas”. Uma coisa meio louca, eu sinha tés hos, o cagula cinha meses. ‘Acabei embarcando com minha mu- ‘bom, Ther ¢ meus filhes. A clinica localizava- se em Srockbridge, aldeta do primeira mundo, ¢ er dirigida por Robert Kni- ght, David Rappaport e Erik Erikson, “Trabalhei quatro anos com eles, Erik Erikson era um cara encantador, uma espécie de Papai Noel. Meio gorda- cho, bonito e meigo. Tanto ele como Rappaport foram figuras importantes nessa época em minha vida, Austen Riggs era uma Comunidade ‘Terapéutica, uma coisa de vanguarda 1a época. Brikson sabia que eu tinha cxpctidncia cm grupos. Foi entio que passei a dirigir a comunidade coma supervisio de Rappaporce Erikson, Esse foi meu encontro com Erikson. PM: Fale-me mais sobre a Comu- nidade Terapéutica. .é: Participar de uma comu- Ce nidade crapéuriea € uma grande experiencia que tira qualquer um do ral convencional do psiquia- tra, A relago médico-paciente se rorna mais simécrica, Escrevi um livro abordando essa experiencia Biografia de uma comunidade terapéutica, M: Na Franga houve 0 langamen- to de um livro intitulado O Livro Negro da Psicandlise; qual a sua Jeitura de tal obra? Rodrig: Eu escrevi um artigo chama do O livio Rosa da Psicandlise. © Livro Negro pareceu-me um livro teaimente “negro”, um livro truculento. Mands- rameme o livio © nio segui sua leicara PM: Certo rechago? Rodrigué: Total. Esta é totalmente pessoal. Gostaria que vocé comentasse uma das méximas lacanianas “o amor é dar aquilo que no se tem para aquele que Desta segunda parte no ime lembrava, Eu tive uma relagio melo dibia com Lacan, ma nao me envolve, * fo sexual nao existe, a mulher nao existe”... Hoje em dia esté na moda dizer que as coisas nao existem: a mulher nao existe, a histéria nio existe eaté a morte alguém disse que nao existe (© que foi possivel viver na Bah Qual a conexdo com seu livro A ligt de Ondina? Na verdade eu fiz.conexio com essa parte da Bahia que é Ondina, Escrevi esse livro quando guci aqui na Bahia, Par am livro muito importante, pren: di muito aqui. Eu adoro a Bahia Aprendi muita coisa, 0 écio, a coisa do amor, me casei com uma baiana mae de santo, Sou melo baiano, ta ver mais baiano do que argentino, que foi possivel aprender sobre 0 amor aqui na Bahia? A fazé-lo bem, um tiltimo lise? Boa idéia. Gostaria de me Voc se conside sumurai vivo da P: Pensar como um samurai, Sio muitos anos de envolvimento com a Prican- lise, Comecei a analisar aos 22 anos. Fui analisado quatro anos na Argenti nia € quatto anos em Londres Qual 0 sentido da expresso “eu sou um cagador de labirintos” relatada no preficio do livro Casa dor de Labirintos organizado por Urania Tourinho Peres? ‘Quando esiava com Urania e pensivamos um sieulo, ea se lembrou que eu disse que Freud era um eagador de labitincos, Eu disse a yooe que fui repen- sando as perguntas durante meu vo para c4. Fiquei imaginando como seria meu encontro com Rodrigné. Fiquei emocionada, Quem ena eu para vo Ocorreu-me muito 0 guerrero por meio das lituras que pude realizar ¢ pels oportunidade de antirios sobre suas obra percurso, Acabei sentindo em Rodi agué um excitor Esso, para mim, voce um escrito que nos convida para possibilidades de abertura na vida. um momento muito precioso estar aqui, este encontro s6 comprova que 0s maiores presentes de nossa vida esto junto as miudezas daqailo que fazem parte do nosso cotidiano, A lite- ratura ja faz. parte de mim, assim como a propria Psicandlise... Em minhas di ~agagées, pereebo que simbolicamente «em meus arcaboucos psiquicas, tenho Freud como representante da comgem, Lacan, da ousadia, em reconhecimento cu resgate a Freud, ¢ Rodrigué, do ato intermediado pela palavta, descr tor. Considero um escritor aquele que consegue exalar por meio das vivencias sentidos psiquicos algo de alma, Uma possibilidade de acontecer.. Para vocé quem representa hoje a Psicandise no Brasil com compromisso e tansmissi Hid um cariaca, Orévio Souza, de cujo trabalho eu gosto muito, Também gosto de Carmem Lent, Urania Peres, Aurélio Souza que € daqui da Bahia Assim como somes escolhidos pela Psicanilise, tal atravessamento 120s permite localizar a diferenga que Sxum processo de andlise, Em ter- mos de experiéncia, de aposta, refago meus votos no meu trabalho e na vida constantemente... Hoje Rubem Alves, Mia Couto, E. Pessoa, Mario Quintana, Borges, Rodrigué.... pos- sibilitam novas apostas no mundo, De que lugar foi possivel refazer seus votos? O que inspira Rodrigué? Rodrigué: Hum... Preciso pensat Hoje em dia sou mais escrtor do que analista. As palavras vocais nio sic met forte, escrevo melhor. E 0 que me inspira... Bem, estou muio envolvido com o tema do fisico. Cuidar do cor- po, dar a0 corpo 0 que merece. Acho que estou realmente na vanguarda da velhice, com idéias novas, como 0 que é ser um velho, a5 magoas e beneficios da tetera idade. Isso me empolea, «estou escrevendo atualmente um livro titulado Meu Prontudrio. Deve ser langado em margo, na Argentina, PM: O queé “um dia de shampoo com Rodrigué”? Rodrigaé: Quem the disse? PM: Ouvi rumores, Rodrigué: E um workshop com uma. 96 pesoae dura ués horas. Um encon- t10 teraptutico de um fim de semana Com vitiastécnicasaplicadas. Hit comepo, meio fim. Uso para pessoas que sem um problema focal; esse vempo Ededicado para que caminhos possam serachados. Esse é um shampoo, PM:E 0 que € possivel absorver por meio dessa experiéncia? Rodrigué: E um encontro muco grati- ficante. O paciente eu saimos exaus- 10s, Uma experigncia muito force. Mas rende frutos, frutos que &s vezes tornam meses em uma andlise tradicional, PM: Quais suas expectativas para esse novo milénio? Rodeigué: Que dure para mim, PM: Qual sua maior perda/ganho sobre seu processo analitico em suas descobertas? Rodrigue: A andlise me transformou totalmente. Comecei minha anilise aos 18, 19 anos. Era um cara meio imido, hhavia uma série de sombeas em minha vida. Foi uma experiéncia muito rics, Uma diferente forma de vero mundo. PM: A andlise, quando é bem con- durida, éuma presenca na auséncia ‘constante. A analise ngo acontece 1 onde esta o diva, da acontece fora. Rodrigué: Claro. PM: Qual a misica que melhor repre- senta sua vor, seus sons inaudiveis? Rodrigué: Or Beatle. Sou fi total os Beatles. Meu ouvide foi formado totalmente pelas suas miisicas PM: Hid uma cangao em particular? Rodrigué: A mais partiular é Hey Jude PM: Qual a melhor parte de seu cotidiano? Rodrigué: A praiae a academia, PM: Aos 84 anos, qual a sua maior questao? Rodrigue: Puxar para 08 ccm, PM: O que pide tirar da experitneia analista-analisando com Che Guevara? Qual a revolugio que fez na sua vide? Rodrigué Sabe de uma coisa, tive - Estou na vanguarda da velhice, com idéias Novas, como o que é ser um velho, as magoas e beneficios da terceira idade luma sesso, tuma consulta com Che Guevara, Ele era muito amigo de um paciente meu. Veio me procurst por tum problema de suiide, Ele “ainda” nnio era Che Guevara. De certa forma foi uma honra conhecé-o. DM: Se pudesse revisitar algo, qualquer coisa, o que habitaria Rodrigué novamente? Rodigué: Ondina apart-hotel, onde moro. PM: Qual a melhor literatura dos Ultimos tempos? Vou indicé-la... Rodrigue: Sou fa de Cortézar. do livro O Jogo da Amarelinha. PM: Ji que estamos na Bahia e vemos o privilégio de seus coqueiras, lendas e axés, Bahia de todos os santos, multifa- cetada... A mixima de todos os dias Rodeigué: Que lindo diat PM: Que lindo estar aqui com voce... mais felizes que outras? Qual a ere eee anny ? Por que algumas pessoas sao relagao entre a riqueza CE VCUC Ima MccLCo(ef-]el van elUCc isMeccLecLeCUSIeL a Sam CLO GLUT Mem TUS CHT SUC cle eS core que faz um homem ou uma mu- Ihet Feliz em sido objeto de aten- ao desde os tempos mais antigos © as respostas tém vatiado desde © materialismo, que busca a Felicidade nas condigées externas, até 0 espirirualismo, que afirma que a felicidade € 0 resultado de uma atieude mental. Se Aristételes, em seu tempo, j@havia notado que os seres humanos valo- rizavam_um grande niimero de coisas como saiide, fama ¢ aquisicio de bens materiais, porgue acteditavam que estas os tornariam: felizes, nds, na contemporaneidade, tambéi valorizamos a Felicidade pelo bem-estar que ela nos proporciona, Assim, a felicidade é 0 tinico objetive intrinsseo que as pessoas pro euram para 0 seu préprie bem, ou seja, & a linha de base para todos os desejos. ANTECEDENTES FILOSOFICOS Niv foi somente Aristételes quem abordou a felicidade. Outros filésofos, como John Lo- eke & Jeremy Bentham, por exemplo, tambént 6 fizeram ¢ entendiam que uma boa sociedade Eaquela que permite uma maior quota de feli- cedade para um maior ntimero de pessoa: “Bm particular, Locke estava consdente da ee eg ee eee bustle © inspirou no fiésofo. qui 300 anos enfatizou cla pata gozat ta via feliz, devernos ksenvolver « autodisciplina, Q materilismo de Epicuro era solidamente hascado na habilidade de procrastinar a gratifcagio de modo que, pars pslque silts $3 Beato Una pessoa que responde apenas ‘8 recompersas rmateriais torna-so aga para qualquer ‘uta tp @ perde ‘a habilfade para orivarfolicidade de utras fortes cle, a felicidad poder, algumas vezes, ser adiada caso a convivéncia momentinea com a dor servi se, de algum modo, para evitar uma dor maicr, ‘Todavia, esta nao & 2 imagem que muitas pes- soas tém aualmente do Epicurismo. A visio po- pular & que © prazee e 6 conforto material devem set sempre alcangados, quaisquer quesejam, eque des, sozinbos, melhorario a qualidade de vida das pessoas. Com 0 avango tecnolégico promovendo a longevidede, parece plenamente justificada a es peranca de que as recompensas materiais possam trazer uma melhor qualidade de vida, Eniretanto, o século XXI esté deixando claro que solusao nao € tio simples assim. Ainda que os habitantes das nnagbes industralizadas mais ricasestgiam vivendo petiodos de riqueza sem precedentes, os mesmos nao dio indicio de estarem mais satisfeitos com. sua vida do queestayam antes. Ou seja, a melhoria de vida nao equivalent a uma maior felicidade. APSICOLOGIA POSITIVA Apesar do reconhecimento de que a felicida- de um objetivo fundamental da vida, tem havi do um progresio muita lento no entendimento do que comsistea felicidade e quais os fatores que a caracterizam, A Psicologia, por exemplo, tendo redescoberto este tépico recemtemente, tem pro- curado traté-lo nos dominios da Psicologia Posi- tiva ou Psicologia do Funcionamento Gtimo. De fro, desde a criagio do primeiro hboratério de Psicologia Experimensal, por Wands, em 1879, a Psicologia, como Citncia, tem focalizado mais adoenca do que a satide, mais 0 medo do que a ‘coragem, mais a agressio do que o amor. Embora sea. plenamente compreensivel que muito da atengio dos psicblogos se dirja com maior énfase para a compreensio do softimento humano, Yislumbra-se, no inicio deste milénio, uma Psicolo- a mais preoaupada com a investigagio cientifica co bem-estar aubjetivo. E, para isto, duas questocs tém sido formuladas: quao felines so as pesscas? F quais sio as pessoas felizes © que caracteristica, 12- ‘908 e circunstAncias marcam a vida dessas pessoas? DINHEIRO VERSUS FELICIDADE Dados epidemioligicos e levantamentos esta- tistices sobre patologias sociais, obtidos nos Esta dos Unidos, servem de evidéncias indiretas para ‘mostrar que, atualmente, as pesioas nao sio mais felizes do que os seus antepassidos. De fato, of dhdos mostram que duplicaram ou mesmo cpl: caram 0s crimes violenios, 0s colapsos familiares ¢ 65 sintomas/sinals psicossomaticos desde a dlkima metade do século passado, Seo bem-estar material cond fli lade, por que nem a solucio capita lista nem a socialisa parecem funcionar? Por que ‘uma grande muktidao, vivendo sob a abundincia copitalista, esté se tornando crescentemente vicia- cla em drogas para dormis, para se animar, para se rmanter em formalelegincia e para escapar do té dio ¢ da depressio? Por que 0s suicidios ea solitio sio problemas crdnicos na Suécia, que tem aplica- do os melhores prinespios socialistas para fornecet seguranca material aos seus habitants? Byidéncias diretas sobre a relacto ambigua entre bem-estar material ¢ bem-estar subjetivo se originam dos escudas sobre felicidade que os psicdlogos, finalmente, empreenderam, apés um, longo perfodo de atraso em que a pesquisa sobre felicidad era considerada muito clementaresem rigor para ser empreendida experimentalmente. SA psique ciroasisls Cestamente € verdade que estes estudos so ba- seados somente em levantamentos envolvendo registros verbais ¢ em escalas que podem ter di- ferentes significados dependendo da cultura e da linguagem nas quais sio escritas. Nio obseante, atéo presente momento, estes trabalhos represen tam estado de ums arte que, inevitavelmente, se tomari mais precisa com o decorter do tempo, Estes escudos mostraram que comparagées entre nagoes indicam uma correlagio razodvel centre a iqueza de um Pais, como mensurada pelo seu Produto Interno Bruto (PIB), ea Felicidade avaliada pelos registros vert tes. Os habitanres da Alemanha e do Japao, por exemplo, nagies com um PIB duas vezes maior que o PIB da Irlanda, registraram, codavia, ni- veis menores de Felicidade, Comparayées elentto dos paises mostraram relagées muito mais fracas entre o bem-estar material eo bem-estar subje- tivo, Por exemplo, em um estudo no qual foram analisados alguns dos individuos mais ricos dos de seus babitan- Estados Unidos constatou-se que os niveis de fe licidade deles se sicuavam ligeiramente acima dos individuos com um rendimento median, Emoutio estudo foi analisidoum grupo dega- nhadores na loteria ¢ dele se concluiu que, apesar deste aumento repentino na riqueza, 0 nivel de fe- licidade nao fot diferente daquele das pessoas inju- riadas por traumas, tais como cegucira ou paraple- gia, Outro etude envolvendo um cscalonamento nacional, realizado nos Estados Unidos, também mestrou que o fato de se ter mais dinheiro para gasar no necessariamente conduz a um nivel maior de bem-cstar subjetivo, Os dados mosira- ram que embora os valores dos rendimentos pes- soais, ajustados depois dos descontos do imposto de renda, tenham praticamente dobrado entre os anos de 1960 - 1990, a porcentagem de pessoas se auto-relatando muito felizes permaneceu pratica- Feli lade nao é alguma coisa que acontece para as pessoas, mas sim alguma coisa que elas fazem acontecer Face a estes faros, parece-nos que uma das mais imporantes tarefas dos psicélogos serd entender melhor a dinamica da felicidade ¢ imediacamente ccomunicarestes resultados um grande prblico, Se ‘uma das principaisjustifiativas para aexiténcia da Paicologia é ajudar a reduzir o estresse e suportar 0 bem-cstar psiquico, entio os psicdlogos deveriam tentar prevenir a desilusio que se origina quando as peswoas sentem que gastaram uma grande parte de sua vida se esforcando para alcangar objetivos que nio podiam saisfaué-las compleamente, Os psicdlogos deveriam, entio, xr hibeisem fornecer alternativas que, em longo prazo, condurissem a uma vida mais recompensadora. RAZOES SOCIOCULTURAIS E PSICOLOGICAS THis, entre outras, quo principais ragdes que cesplicam a falta de uma relagio direta entre o bem cesar matetial ¢ a Felicidade. As dias primeiras $0 socioculturais eas duas iltimas sie de natureza mais psivoligica A primeira nzio é 0 nivel de ap u 0 escalonamento das expectatvas. Se uma pes soa se empenha em alcangar certo nivel de viquy pensando que ito a tornaré mais fli, logo ficari que, 20 alcangar este nivel, da se tornars rapidamente habituada ¢ que neste pont lv ulmejari o nivel eguinte de rendimento, propriedade ou boa saice ‘Assim, nao ¢ 0 tamanho objetivo da re- compensa, mas sim sua diferenca em rel 620 20 nivel de adapragio de uma dada pesoa que fornece o valor subjetvo A segunda razio «std relacions daa primeira. Quando os recursos io desigualmente distribuidos, a pessoas avaliam suas posses nio pelo que elas de Fito necessitam para viver em confor, las tivessem unica BeRutcom sim, em comparagia com aquelas pessoas que tém mais, Deste modo, as pessoas relativamen- te abastadas sentem-se pobres em comparagio Aquelis muito ricas € sto, por consequéncia, infelizes. Este fenémeno, denominado priva Gio relativa, parece ser relativamente universal ¢ bem robusto, Por sua vex, a terceina razio é que ariqucza material, soladamente, nao € bastante para fazer uma pessoa feliz, Outras condigSes, As pessoas sao felizes ndo por causa do “qué” elas fazem, mas por causa do “como” elas fazem Quando os rndi- ‘mentos aumentam, tema-se cata ver ‘menos “racional" gastar dinhelro en algo além de obter ‘mais énheio como, por exemplo, ter uma vida Familiar sa tisfaréria, ter amigos intimos ¢ er tempo para refletir e buscar diversos interesses tém sido re: lacionadas com a felicidade, Nao hi certamen: re qualquer 1: conjuntos de recompensas ca para que estes dois emocional — sejam mutuamente exclusives. Na pritica, todavia, & muito dificil reconciliar suas demandas conflitantes. Logo, as vantagens ma tetiais nem sempre sio prontamente traduzidas «em beneficios sociais e emocionais A quarta mzio é corroborada pelo fato de que, & medida que muito de nossa cnergia psi- quica torna-seinvestida em objetivos materiais recompensas se atro ra, beleza natural, religiéo ¢ filosofia torna cada ver menos interessantes. O economista que, quando os rendimentos aumentam ¢, por conseqiiéncia, 0 valor do tempo de uma pessoa aumenta, toma-se cada vez menos “racional gasté-lo em algo além de obter dinheito ou gas ti-lo com conspicuidade, © custo da resposta de brincar com uma erianca, ler uma poesia ou atender a uma reunifo familiar corna-se bas- ante alto c, assim, a pessoa paiva de Fiver tai coisas, achando-as ircacionais, Exentualmente uma pessoa que responde apenas is recompen- sais materiais torna-se cega para qualquer outro tipo e perde a habilidade para derivar felicklade de outras Fontes. Como quaisquer vicios, em geral as recompensas matcriais, num primeiro momento, enriquecem a qualidade de vida 6, talver, devido a isso, rendamos a concluir que, quanto mais, melhor. Porém, avi é linear; em muitos casos, 0 que é bom, em pequenas quantidades, torna-se corriqueiro «, entao, perigoso em doses maiores. A depen- déncia dos objetivos materias é bastante dificil de evitar, em parte porque nossa cultura tem, progressivamente, climinado altemativas que no passado foram usadas para dar significado @ propésito a nossa vida. ‘Muitos hiscoriadorestém afirmado que as cul- uray passadas forneccram uma grande variedade de ‘modelos atratives para viver com suceso. Uma pes- 01 poderia ser valorizadae admiraa pelo fato de ser tum santo, um sibio, um bom escultor, um pariota ‘ou umeidadso honesto, Nos dias de hoje, alga de reduzit cada cosa a uma medida mensurivel, tem fei- todo dinhiro uma mécrica comum pela qual seavat- lia cada aspecto das ages humanas. Com isso, uma pessoa e suas relizagies sto, arualmente, valorizadas ‘mais pelo prego que alcangam no merado, “Assim, nao é suzpreendente que um grande mimero de pesous sinta ques tinica manera dealcangar uma vida fiz € acumulando todos os bens materials que peclent caber em suas mios, Aliés, muitos gostariam deters mio em sea compo. Importante novamente mencionarque ndo escamos sugerindo queas recom ppensas materiais de riqueza, suid, conform e fama scam deprecatvas dk felicidad Esamas apenas afirmando qui com a distbuigio dos recursos numa dada soceda- de estas recompensas parccem ser irrdevantes, Ss um limiar minimo - variével A PSICOLOGIA DA FELICIDADE Sendo assim, uma alternativa ao enfoque ma- terialista é a solagio denominada psicoldgica, Este cenfoque é baserdo na premissa de que, se a felici- dade um estado mental, as pesioas poderiam ser hidbeis em controli-la por meios cognitivos. Na- turalmente, € possfrel sambém eontrolara mente farmacologicamente, Cada cultura tem desenvol- vido drogas que variam desde a heroina até o él cool num esforco para methorar a qualidade da experitnc, por meias quimicos diretos. Todavia, ao bem-estar quimicamente induzido, falta um. ingrediente vital para a fel rode que alguém érespansivel por t-lawalizado, Felicidade nao ¢ alguma coisa que acontece para as pesvoas, mas sim alguma coisa que els fizem acontecer, Esta ¢ a diferenga fundamental, idade: 0 conhecimen- O enfoque psicologico da felicidade, portan- to, considera, exclusivamente, 0s processos. em ‘que a consciéncia humana usa a sua habilidade de ‘auto-organizagio, para realizar um estado intemno ppositivo por meio de seus préprios esforcos, sem depender de qualquer manipulagao extema do sis tema nervoso, H varias maneinas de programar a ‘mente para aumentar a felicidade ou pelo menos para eviear ser inféliz. Algumas religides tm feito {sso prometendo uma vida eterna de felicidades pds a nossa existéncia terrena, Outras religibes tém desenvolvido técnicas completas para con- trolar 0 Alixo de pensimentos ¢ de sentiments € portanio, fornecendo meios para expubar 0 contetido negative da consciéncia. Algimas das dlisciplinas mais radicais esofisticades para 0 auco- controle da mente foram desenvolvidas na India, calminando com os ensinamentos buidistas de 25 séculos acrds, Independentemente da verdade de seu contetido, a fé numa ordem sobrenatural pa- rece entiquecet 0 bem- © acabou m nunca teve sabotagem, E. maior ou menor intensidade € com praticamente todas as pessoas, Quando muito intensa pode bloque- ara vida de uma ssoa; quando de pouca intensidade causa algum grau de culpa ou frus tragio, Os medos sao percebidos no crs y consciente, porém, sto gerados Partimos do pressuposto de gue qualquer situagio gerada no rosso inconsciente tem uma “in- isto é, foi criada n. [860 pode pa dloxal: como € que algo tengio positiv para 0 nosso b recer pa que faz mal quer 0 nosso bem? Uma coisa é0 comportamento, a intengio. Os nossos m intengdes positivas medos Fica ficil entender que © medo de alvura quer nos proteger de quedas, © medo de assaltos quer 1 perdas ou até a morte, Conheci um sujeito que fieqtientemence se saborava nos negdcios. Sempre que estava acu= mulando ganhos/patrimonio num certo nivel ele acabaya perdendo tudo, Depois de sucessivas quedas © reerguidas (sim, ele tinha & pacidade de se recuperar) desco- bri que ele tinha uma mot inconsciente de nunca superar © que seu pai havia conquisindo ao “paca nao humilhar 0 velho” Quero exemplo; uma executiva em progressio na carreira exibia varios comportamentos sabotado- res. Apés algumas sessoes descobri que se ela conseguisse 0 sucesso almejado seu casamento correria perigo. Seu marido nao toleraria que ela tivesse uma posigo mais alta que a dele — eles trabalhavam hha mesma empresa. Outro exem: plo: um sujeito fazia tudo para ser infeliz — ¢ sempre se queixava disso — descobri que isso era um padedo familiar (scu pai ¢ sua mae sempre foram muito infeli- zes) € se ele fosse diferente “nao poderia pertencer a esta familia’ ‘Uma senhors idosa, vitiva, nunca conseguia impor sua vontade aos filhos — nao conseguia dizer nao ~ porque tinha medo de ser aban- donada, flear so, Um empresério romava dec aes erradas © foi des- cobrir que tinha medo de “perder a alma’ se ficasse rico... Mais uma ver, precisamos entender como funciona o cére bro. O nosso cérebro é na verdade trés em um: existem trés cérebros empilhados, formados na nossa crolugao ¢ funcionando perfei- tamente, O mais antigo, junto & medula, & 0 cérebro reptiliano. Fate cérebro é extremamente simples, primitivo, encarrega- do das ag a sobrevivéncia, A resposta dele é faga ou luta. O segundo nivel cerebral ¢ 0 do sistema limbico. se reagdes volradas on Uma coisa é o comportamento, outra é a intengao. Os nossos medos tém intengées positivas Neste nivel sio geradas as emogaes © duas agées: a procura pelo prazer € o evitar da dor. O tiltimo nivel & 0 chamado “novo eérebro”, ou neacértex, onde o raciocinio ¢ a légica encram em cena, Onde 0 medo do sucesso entra isso? Primeiro pelo cércbro rep tiliano. Existem casos de pessoas que exibem auro-sabotagem de grande magnitude canto em in- teasidade como impecuosidade, Eo caso do desportista que igno- raavisos do seu proprio corpo, ulteapassa limites ou se dopa sabendo dos tisces. O sistema limbico produz sabotagens na busca do prazer/ afastar a dor. O exemplo mais comum € 0 do estudante que sempre que tenta sentar ¢ estudar se distrai, sente sono, vontade de comer. Se ele desistir de estudar e for ao encontro dos amigos, af sim veremos um jovem muito mot vado, alegre, desperto e prd-ative, O sistema limbico dele interpreta 6 sucesso no estudo como perda afctiva (afastamento dos amigos) < af nfo permite que este “sucesso” acontega. Outro exemplo: uma jovem advogada fazendo um con- curso tem um “branco” na hora da prova da Ordem dos Advogados. O sistema limbico dela decidiu que se ela passasse neste exame e avancasse na carreira ceria que se mudar da cidadezinha inceriorana onde vivia com sua Familia e dei- xar para trds seus pais e irmaos. O que fazer? O primeira paso ¢ dar-se conta do problema ¢ querer mudé-lo. E fundamental decidir (© que realmente se quer. A seguir, seja especifico no seu objetivo, Diga quando, onde, com quem, quanto, quais contextos yore quer € 0 que quer. Figa uma pré-visio — uma percepgio prévia do resul- tado desejado como se vot ja 0 tivesse conquistado (0 cérebro va ajudar a conquistar aquilo que en- tender ¢ cle entende methor o que vé, ouve e sente). Certifique-se de que 0 objetivo & ecolégico, ou seja faré mais bem do que mal canto voce como acs seus entes queri- dos. Certifique-se da imporeancia que aleangar seu objetivo ters para vot, Por fim, certifique-se de que 4s resultados desejados dependem, pelo menos na maior parte; da sua prépria acao. Se voce seguir estes passos, as chances de sucesso aumentam € qualquer eventual inccrferéneia poder ser superada com mais facilidade . Cre oe oe Por Rose Campos dor é um sintoma & medida que trata de A: fendmeno que possui dimensio subje- iva da ordem do desconforto, do mal-es ito expresso por meio de uma queixa. E ido tanto para a Psicandlise quanto para 1, avalia. 0 mélico psiquiatra e psicote- rapeuta Ricardo Almeida Prado, "Porm, © modo de compreender essa queixa tem diferengas, jd que io campos epistemolégicos distincos.O fendmeno doloraso possui virias dimensoes: bioldgica, psiqui- a, cultural ¢ spiritual. Paraa Medicina, a dor ex- pressa um desarranjo que sugere uma pacologia a ser investigada, diagnosticada e tratada, geralmente a partir de alguma intervengio somitica, ito é, de incidéncia diret no corpo. Para a PSicanilise, por sua vei, a dor éuma forma de expressio de descon- forto, mas também de arranjo defensivo do psiqu mo diante da angiista, A dor, a0 mesmo tempo em que incomoda, apazigua; nao 6 sinaliza desarranjo, mas também o encobre’, firma o medic, NaPsicanalise, portanto,ador éramada como expresio subjetiva de um confito inconsciente. B preciso levar em conta, além disso, a perspec tiva psicanalitica da intersubjetividade, De onde se infere que 0 sujeito queizoso de sua dor pode se dirigir a outro desta forma em busca de ajuda para seu padecimento. No campo «pistemol6gi- coda Psicanalise, atenta-se a modalidade transfe- reacial, isto é, 0 sujeito esté em relagéo com um outro e pode demandar deste diferentes papéis, dentre eles, por exemplo, 0 de cuidador, de tes- temunha, de agente do ressarcimento por ver-se lesado poroutrem em momente anterior O tipo de demanda solicitada tem estreita relagso com facores constitucionais do sujeitn, com a histéria de vida do individuo (dos caminhes ¢ descami- nos nas relagbes intersubjesivas com sus figuras parentais, familiares, cuidadores), bem como com acontecimentos marcantes 20 longo da vida. Implicagoes dessas duas abontagens, Medicina € Paicandlise, em relagao ao aspecto subjetivo da dor foram apresentadas durante o Simpésio In- tenadonal de Educagio Médica e [II Simpésio de Educagio Médica, Psicandlise ¢ Psicologia da Satide, com o tema ‘Tecnologia e Humanidades, A dor possui sempre um aspecto subjetivo, um modo singular de ser experienciada e expressada; na dor crénica ha sempre relacao com conflito ou dificuldade emocional realizdos em julho no Hospital Sirio Libanes, em Sio Paulo, O assunto em referencia esteve em paurca na mess redonda A experiéncia subjenine dt dor na contemportneidade, com os. palestrantes Ceme Jordy, professor livre-docente de Neurolo- gia da Unifesp e titular emérito da Sociedade de Neurofisiologia Clinica, ¢ Ricardo Almeida Pra- do, médico psiquiatra ¢ psicoterapeuta. O evento crganizado pela Sociedade Brasileim de Psicand- lise de S40 Paulo em parcesia com o Instituto de Ensino¢ Pesquisa do Hospital Sirio Libanes atraiu um ptiblico de profissionais e estudantes princi palmente das éreas de Medicina e de Psicandlise. Para o Dr, Ricardo Almeida Prado, palestran- te no evento, a Psicandlise nao tem por finalicacle principal eliminar o sintoma, embora os processos analiticos sejam motivados por ee. ‘O softimento psiquico impulsiona uma investigacéo que langars Iuz.a lados obscuros do sujeito sofrente, inconscien- tes, que por su vee influenciam suas atitudes, esco- Ihas, visio de mundo, Por meio desse proceso, 0 indivduo poderd apropriar-se de seu desejo e desta forma encontrar mais sentido no modo de encami- har sua vida. A conseqiigncia direta desse processo ese conhecer via mlagéo com o analsta &o rearran- joda economia libidinal e nessa estera pote se dar a remissio de sintomas, quando nao, o surgimento de formas mais criativas, mais integradas € menos: ‘onerexas 20 sujeito em lidar com seu sintama’, Osintoma doloraso é definido, sob o referen- cial da Psicanilise, como uma formagio defensi- ya do psiquismo, que coniribui para a preserva ho do individuo. F necessario muito critério na maneira como se lida com o sintoma doloroso no seiting psicanalitico, “A sua dissolucio prema- tura pode ser desastrosa. Dentro de alguns limi- pique incinvon 63 ‘No Brasil esima-so ‘que 30% da popu: Jaga sofram com ores ericas, Entre cients de ence, rojete-so 70% dees saerio deste mal (4 pique os! tes, a partir do momento em que 0 sujeito toma consciéncia de qual & 0 sentido do sintoma para sua vida, os fatores envolvidos em sua formacao, cabe wo individuo abrir ou no mie do gozo en volvido no sincoma’, afirma o psicanalista A dot seja ela aguda ou crénica, posst sempre um aspecto subjetivo, um modo singular de ser experienciada ¢ expressida, Segundo o médico, na ireeihics bilcempie elacso cam eoiflte ow dl ficuldade emocional estes aspectos podem estar Tigades ao surgimento, manutengéo, ao agrava: ‘mento ou ao abrandamento da dor ¢ recaperagio do individuo. Por outro lado, a dor também pode trazer como conseqtiéncia problemas psiquices. Tudo isso depende dos recursos psiquicos pre sentes e disponibilizados pelo sujeito’, lembr Almeida Prado. Pertanto, independentemence de haver fatores orginicos claros que justifiquem or, os aspectos psiquicos sempre esto em jogo, ggau a evolucdo do sintoma doloroso, © neurologista Manoel J acobsen Teixeira explica que a dor aguda é causida por um est! mulo no tecido que alcanga a medula espinal ¢ océrebro, Os neurotransmissores liberam agus mas substincias em abundancia no organismo, ‘ocorrendo uma sensibilizagio neuronal, A dor crénica mantém essas modificagdes nas cdlulas por meio do mecanismo de recepiores ¢ de ca intervengdes diferenciadas. Na dor aguda a acdo ¢ para climinar a causa. sso pode ser feito com 0 uso de antiinfamatérins ou até de blo desses medicamentos nao adianta porque hou ye alteragdes na estrurura do sistema de dor. A noticia otimista sobre 0 assunto € que 0 ¢s: tudo da dor em evol ido. Além da tomogr tum dos exames feitos para se tentar identificar possiveis causas da dor, hoje, escio disponiveis re cursos ainda mais avangados, como a ressondncia magnética, 0 Spect (Tomografia por Emissio de Féton Unico), a magnotoencefalografia. (envol- ve a medicio dos campos magnéticos associades atividade elétrica cerebral que se trata de uma técnica nao invasiva que permnive seg Ihanca da electroencefalografia (REG), a evolugao dos processos eletrofisiol6gicos na excals do mil segundo). Também se passou a estudar no ind duo sadio a atividade do cérebro por meio desses A dor vem sendo mais bem estudada principal mente nos titimos 12 ou 13 anos. Entio, pode mos dizer que melhorou © conhecimento sobre 0 nara o tratamento”, diz o neurocirurgiao. Para ele nio é possivel afirmar com seguran- ¢a que os diagnésticos de dor venham aumen tando na populigio, “As pessoas se queixam mais porque foram alertadas sobre 0 assunto. Houve um alerta sobre quadros como a fibro mialgia ¢ as dores de cabesa, ¢ isto motivou a i procura das pessoas nos consultérios médicos e Indopendentomente de haver fatores aumentou o niimero de diagnésticos’. ae pias Também é preciso considerar, observa 0 neu: organicos claros que justifiquem a dor, os rologista, que 0 prolongamento da vida ¢ 0 au- aspectos psiquicos sempre estdo em jogo mento de ocorténcias de cancer na populagio, de nneuropatias (muitas vezes causadas pela diabetes) € 0 surgimento da Aids propicia que muitas pes sous pussem a conviver com a don “Habitos de Existem virios motivos para a dificuldade de se vida mbém mudaram provocande alterarées fazer 0 diagnéstico adequado de uma dor que se marcantes no metabolismo ésseo e nos masculos, toma crénica. Um dos principais, como lembra 0 Doengas como a osteoporose, por exemplo, tor: _médico Manoel Jacobsen Teixeira, é que a dor iio E cud iso coneribui para tem cuusi tinica. & comum, inclusive © pacieme co nargimento da dor”, alega Jacobsen, fazer uma verdadeica peregeinasgo aos consuls naram-se mais comuns. No 1ento da c Um estudo inedito que utiliza a zado na regiao da paseogo e queco- Nao e agressiva, tem bawssima tara de estimulagdo magnética transorania- nectam 0 eérebro com os membros — efeitos colaterais e dindoior. ‘na (ENT) para omapeamentode foco superiores, responsaveis por movi- Para que a EMT (atualmente epro- de dor no cérebro foi premiado coma mentagao e sensibilidade), vyada para uso clinizo pelo IPq), che- ‘o melher trabalho clinico aprasenta- A lesAo, incapacitante, € mais co- gue a popilagao, foi solicitedo junto dono 2° Congresso Intemacional de mum em pessoas que sofreram aciden’ a0 Conselno Federal de Medicina 3 Dor Neuropética de Berlim, em junho tes de motocicletas, O paciente perde —aprovacdo do procedimento no pais deste ano. A pesquisa foi realizada 0 movimento de todo 0 braga lesiona- —_e sua conseqiente incorporagao aos no Insttuto de Psiquiatia do Hos- do. mas 0 cérebro continua mandando —_piocedimentos do SUS. pitel des Clinicas da Faculdade de — impulses de comand para que ele ‘un- Medicina (IPq/HC/FM) da USP con- —cione. £ a intensa atividade neuronal Fonte: Acsessoriadie imorensa Ie HC/PMUSP duaida pelo nevrocrurgao Manoel que pode acabar gerando dor. Jacobsen Teixeira e pelo psiquiatra Pot meio do uso da ENT fol possivel Marco Antonio Marcalin. mapear com maior precisdo a regiao do. A EMT é uma técnica que, por cérebra (cériex sensitivo) onde ocoma a meio de um campo magnéteo po- dor, pemitinds demarar a érea especit- tente — similar a0 de ressondnsia capareo tratamento ese via cu nao in- magnética ~ promove ativag3o de — dicacdoparaa imolantagao de eetrodos. hourdnioe ou sistemss neuronals do ‘Sogundo Marcalin, responefvel polo sativados em fungao de diferentes Grupo de Estimulagao Cerebral do IPq, patologias, como a depressdo, por 0 campo magneético transmitido em for- exemple. ma de pulses rapidas, atravessa 0 cou- Participaram da pesquisa 35 pa- ro cabeludo e © erAnio, precisomento clientes com idades variando entre — na regiao em que se objetiva ativar. A 18 e 79 anos, a maloria vitma de técnica é objeto de pesquisa no IPq hd dor causada poruma lesda no plexo 8 anos. E uma des mais promissoras te- braquial (conjunto de nerves locali- — rapéuticas ern psquiatria da atualidade. sigue icision 65, Adficukiage em etiir un dagnésti- ‘co aumenta quando no ha coroiago en ‘re adore una reatio ‘do corpo;0 paciento ‘apenas dz tr certo ‘mal-etar interno (6 psique stciica médioos antes de obter diagndstico © taramento adequados. Além disso, a medicina acual estd mui to bascada em exames complementares ¢a causa dh dor nem sempre se torna visvel nesses exames. Centros de Dor como os existentes no Hos pital das Clincias da Faculdade de Medicina da USP ou do Hospital Sirio Libanés tém-se ror nado muito eficazes no combate & dor na medi da que olham este fendmeno sob o referencial multidisciplinar, Virios especialistas, inclusive os de satide mena, unem-se para o tratamen to, No entanto, ainda sio poucos os Centtos de Dor no pais. A Sociedade Brasileira para Eseudo da Dor contabiliza pouco mais de 50 espalhados por 15 estados brasileizos, a maioria deles no sul e sudeste do pais. Na opiniio do neurologists Ceme Jondy, so ico. “Ados frer de dor crdnica nao é diag um sintoma provocado por uma variedade de meca- nismos que acabam atingindo a conexio entre 0 diencéfalo © a cérrex cerebral, A dor no sistema cas do cértex cerebral onde sucedem 0s eventos cognitive ¢ emocionais. rervaso ocorre em 4 Quanto & origem, a dor pode ser externa ou inter ta. A dor intema é a dor psiquica. J& a dor exter 1a pode ter qualquer causa exterior, como bater 0 cotovelo, machucar 0 olho, sofrer uma cirurgia no estémago. A dor interna é psicogénica, provocada por mecanismos psiquicos. Envolve cincaitos neu- ronais muito amplos, com participagio de uma grande quantidade de neurdnies”, explica A dificuldade em definir um diagndstico au- menta quando a dor nao tem uma correlagio e- tabelecida com nenhuma regiéo do corpo, quando dda é apenas descrita pelo paciente como certo mal- tar intemo. Se 0 médico examina o pacientee no ‘encontra nada que justifique a queixa, muitas vezes tende a concluir ¢ a comunicar 20 paciente que nio hd nada, “Nao hi rem ao pacien ada, Vai passat” € comum dize- Quem sabe o tamanho da dor é ha nada ¢, lém disso, aconslhar a pesson a fzeratividades soci quem a sente, Dizer que na ssir para se divertir com a fumtia, jantar fora, por cexemplo, s6 vai aumentar o softimento da pessoa. f provivel que seja um mecanismo de negagio, por que se a dor ocorre com um ente queride, a outra pesca também sofre”, diz dr. Ceme. £,um mecanis- ‘mo natural que se passa com pessoas de tagées in- timas, como pais ¢filhos, marido ¢ mulher, imnos © softimento psiquico ¢ considerado uma dor interna ¢ quando, apés um diagndstico, che. ga-se a esta conclusio, quem deve cuidar dela éo psicélogo ou psicanalisa. Para o familiar, ficar a0 lado ¢ talvez apenas segurar a mao da ps momentos mais delicados jé pode ser de grande 0a nos ajuda, Kise admite hoje que a dor psiquica pode ser 0 pior sofrimento pelo qual uma pessoa pode passat, Essa dor, no entanto, assume varios ni- rcis. O estado de desespero tem sido interpretado como sindrome do pinico, Isso ocorre em geral com pessoas que ja tinham um mundo interno muito ruim. E pode ser um proceso que vem de muito longe, da infincia ou da adolescéncia, “O mundo modemo se rornou muito host ’s pessoas, © que hoje se denomina sindrome do pi- nico algumas décadas arris era considerada crise de ansiedade, A ansiedade é uma fungio natural, tanto que parrogeranass primeira e grande crise dean- siedade. 56 que hoje ela € tamanba que muitas pes ‘sous tém se sentido sem saida”, destaca dr. Ceme, ALEM DA DOR psiquiaca Ricardo Almeida Prado julga que a dor pode ao mesmo tempo mascarar ¢ set indicadora de sentimentos, os quais, por raxdes especificas de cada individuo, néo puderam se fa- zet notar de outro jeito. “Uma dor pode falar de sentimentos diversos de abandono, de perda, de frustragio, de culpa que, porém, acabam por con vyergir no sentimento originirio de desamparo”, condlui. Diz-se que o sentimento é oxiginirio por surgir na origem da vida do sujeito sendo camo prottipo 2 angustia do nascimento, bem como por serelemento fundante do psiquismo. ‘Quadros psiquiitricos podem propiciar qua- dros dolorosos, porém, 0 aparecimento da dor no se restinge a essas condigées. Entre as ca- racteristicas que propiciam o surgimento de quadros dolorosos ¢ possivel citar a fragilidade egoica, dificuldades de simbolizacio, isto é, com ‘empobrecimento psiquico ¢ rendéncia a expres- sar no corpo os conflitos emocionais, tendéncia a vincular preponderantemente com o caréter nar- clsico tomando a si préprio como parimetro de escolha ¢ sustentagio de vinculo em devimento da possibilidade de lidar com as diferencas inter- subjetivas presentes em qualquer relagio huma- nna, quadros melancélicos ou 0 desenvolvimento de lutos pacolégicos, que direcionam um ataque a proprio ego ou processosidentficatérios com ° a perdido, enumera dr. Ricardo. preciso estar atento a qualquer tipo de dor, uma vez que as dores crénicas no watadas ade- quidamente podem propiciar o surgimento ou agravamento da dor em si, assim como provocar uma repercussio negativa em outras esieras da E preciso estar atento a qualquer tipo de dor, uma vez que as dores crénicas nao tratadas adequadamente podem propiciar o surgimento ou agravamento da dor em si vida do individuo. Isso pode significa, portanto, ‘comprometimento na qualidade dos relaciona- -mentos interpessoais, da vida profissional ¢ soci: bem como o surgimento ou agravamento prin- ipalmente de quadros depressvos, ansiosos, de dependéncia quimica a dlcool e drogas ilicitas ou amedicamentos analgésicos ou psicotrépicos. ‘Mais uma vez Dr. Ceme Jordy recomenda cau- tela no uso da expressio dor crbnica definida como aquels que persiste por um periodo superior a 30 dias. Forém, no senso comum, ¢ ida como algo que vai durar indefinidamente, 0 que nie comesponde necessriamente 3 realidade. E importante tentar ‘dentiicar sua causa. Sindrome dolorosa pés-her- pética, dor lombar, dor provocada por arrose, en ‘ue outras, cém uma causa claramente identificada ‘¢,20 mesmo tempo, podem se tornar crdnicas. Até ‘mesmo uma luxasao no tornozelo néo tratadaade- quadamente pode se tomar crénica. Dor erinica 6 definida como aquola que per- siste por um period ‘superior a 20 dias psique sia 67 *Ador cronica adquirin imporcincia por ser di ficil de erat, Hé/um paradigma na medicina que dz; setum médico ter um diagnéstico na mao tem, também, 50% da cura, Se este paradigma fosseesca belecido hoje, raver se pudesse dizer que um dia niéstico representa até nas, calvez 80% da possbi- lidade de cura’, afirma dr. Ceme. No entanto, ess relagio dirt cai por terra num quadro em que 2 dificuldade em obter um diagnésticné tio grande. “Pode set que haja um médico especializado em dor cron sgumenta o neurologista. Por isso é co relevan a. Mas a dor nao surge da nada’ te insistir no diagnéstico, Ao mesmo tempo ck diz. que € preciso lembrar que nfo hé nada em nds que no carregue um componente psiquico. A ndo sero sistema autonome, sobre o qual nao temos controle, mas sofremos com as aleeragbes que nele se passa em determinadas situagées. dor pode ser considera como un sitoms ou manfestarao de uma deena a afecgao orgarica, nas também pode a sonsttuir um quad cinco mais complo x, Extem mules maneiras dese classi cara doy. Cansierendo a duranao da sua ‘manifesta, ele pods serde tts ios DOR AUDA - Aauela quo se mani ‘esta tenstriaente durante um periada reéativamente curto, de minutos. algimas semanas, assocada 4 lesbes em teidos 04 6rgH0s, acasionades. por inlamecdo, ifecgio, taumatism ou outras ceusas. Nomamente desaparece quando a causa Sconetamente degnosticada e quando 9 68 psique tratamento fecomendado pelo especalsta 6 seguido corretemente peo paciente ‘A dor constitul'se em importante sintoma qua primariemente alerta o indi. viduo para a necessidade de assisténcia médica. Veja aqu alguns exemplos: a dor pés-oneratéria (que ocor- ta apée uma cirurgia) ‘a dar que ocorre ands um trau: matism0; ‘a dor durante 0 trabaiho de parto; a dor de dente a odlices em geral, como nas stuapdes normals (fisiol6gicas) do organismo que podem provecar dores, ‘agiides como 0 processo da ovulagao eda menstruagao na mulher. DOR CRONICA -Tom euraydo prolor- {Bida, que pode se estender de varies me- 599 a vios anos e esté quase sempre as- snciaca a um processo de dona cinice ‘Ador erica pode também ser conseqtir- 6a deuma lesiojé previamente tatada. Eempios: Dor ocasionada pela artis reumetide (inflamacao das ariculendes) cor do paclente com cancer, dor relaiane- a a eeforgas repetiivos durante 0 traba- Iho, dor nas cosias e outs, DOR RECORRENTE- Aprasenta pe Flodos de curta duragao que, no ertanto, ee ropetem com freqdéncia, podendo ‘ocorrer durante toda a vida do individu, mesmo sem estar assoriada a um pro- esse especitico, Um exempio classion deste tipo de dar € a emaquecs. Enquanto a dor aguca 6 interpetaca ‘comoum sinal de alert, dor exOnica aca- a perdlenda esta fungdo, Unra dor pode tornatse erbnica pelos mais variados mo- tivos 2, embora se tome mals complexa a Idencticagao de sue causa, ¢ importarte buseé-la, pois sua persisténea prejudiea 4 qualidade de vida, pode limitar a mobil dade e o bem-estar das pesscas, ‘we Sob Bras par Ec di for ‘Mesmo o sistema aurénomo que, por exemplo, controla o nivel de eetritos no organismo, a velo-

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