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Alguns tedricos (Huizinga, 19: chard e Cheska, 1986) antal na educagio, 9 grupo social. Cor 2, portanto, favorece os sentimentos dle com Tre identificacao do individuo © do grupo. ogar ni é cevclae nem {Cut mas, jogando, a crianga aprende a conhecer ea comprecmniee ‘mun- cial que a cerca” (Ortega, 1990). dessa forma, a crianca aprende valores hur Spantesral de sua personalidade e 20 desenvolvimento moror anes 34080, Portanto, é um eaminho para a solugao defence por Einstein A supervalorizagdo do intelectual em nossa eduicayso, diigida a efi- Praticidade, prejudicou os valores éticos” sino deve favorecer uma participacéo mais ati ‘cesso educativo, Deve-se estimular as atividade ‘co que, jun °38; Gruppe, 1976; Cagigal, 1979; Moor, 1981; ificam-no como elemer imanos e éticos destinados a s, ticas e musicais, aj dora, necesséria para enfrentar os a aprendizagem, to importante como ad :conhecimentos. “O verdadeiro valor de jogo res nidades)que oferece , 1976). A esse respeito, Giles Ferry (citado Jerescenta que, na escola do futuro, nio se a iri i "as de aprender a teansformarse, a mudan © St conhec em com que ele mesmo seja um vefeullo de al para o desenvolvimento da personalida, 'a crianga, Divertir-se enquanto aprende ¢ fazem com que a erianca cresca, mude ¢ educativo, A importancia e a necessidade além do reconhecimento e se convert 's:"A crianca desfrutara plenamente do at orientados para finalid 5é r, ide na quantidade de Para que a educagio possa ser levada a cabo” Por Bandet e Abba vel das crianga verses, que deverio est ‘cacao; a sociedade cumprimento desse art, 7°), S80 da crianca, a mais pura ¢ espontanea, logo, 2 @ essas duas fu i i ingdes que o jogo deve cumipri sua educagio (Imeroni, 1980) e jogar por jogar é a primeira disci - - ‘Aprendizagam otros do jogo U1 ( escolar ¢ depois em sua vida profissional, a erianca deve ser prot jee eum Tiatients nacsalaneediomiationde costumes socials, Pode sor um elemento essencial para preparar de maneira jovens para a vido Sera i cidade e, entéo, 0 jogo firs aby apona pe a busca do en social. Rojas (1998) vai ainda mais longe e faz {quanto bela: “A meta do homem na vida é ser fl SOBRE A ETIMOLOGIA DO TERMO JOGO (E OUTROS TERMOS TECNICOS UTILIZADOS PARA REFERIR-SE A ELE) é ignificado dos termos € referéncia & importdincia do verdadeito significa p cto {Teultura, encontramos um estudo de Dehoux (1965) que fe citacdo de Flaubert: “As causas principais dos nossos erros provém, lo mau uso das palavras’. ; a Buytendik (1925) ofereceos uma anise eximoldgca da palavra ogo" tentando deduzir os sinais caracteristicos dos processos a que se refere. Nos lidadie de um simples ato, como comer ou dormir. A complexida- determinada pela preocupagao de explicar melhor a natureza “humana, Assim, essa faz parte de nossa ma jumana. — te casera tacoma etlenhayls ten pitomecqnery 1m jogo em distintas sociedades. . car Riz do wocdbule jogo aparece em indoeuropeu como “aig, it rentes raizes para se referir ao conceito de jogo. © termo mais undo ¢ kid que desreve o jog das eriangas, dot adultos e dos animas, Sere também para se refrit a0 agitar do vento ¢ as ondas Dodendo se refers ineusve, a sales ow 3 dans em ger. Com significa parecido, hd a raiz nrt, que se refere a todo 0 campo da danga e a repre: a refere-se ao jogo de dardos, por um lado, e, por ou- 10 burlar, ao zombar, mesmo que seu mnando-se também com o termo irra- intam-se os significados de irradi dian Na raiz las, de que procede Vasa, 12. Lean Antonio Moreno Murti & cls aparecer repentinamente, soar de novo, vaivém, jogare estar ocupado ou fazer algo. A raiz lila aparece em lilayati, que significa oscilar, balango. Assim se expressou 0 aéreo, o ligeiro, o alegre, o live e o transcendental do jogo. Além la” também é o aparente, a imitacdo prépria do jogo. O ponto seman. tico comum em todas essas palavras que expressam 0 conceito jogo parece ser um movimento répido, Presente também aparece em sfnscrito como kliada, com o significado de jogo, alegria, Em hebraico, aparece, no Antigo Testamen Jogo, mesmo que seu significado primétio seja Jjogar. Em antigo indio, temos a forma éjati e tambi ‘que se move. Em chinés, sabemos de palavras mais importantes para se referir a fungéo \idica: wan, relativo ao jogo infantil; tscheng, para se referir a qualquer jogo ©, € sai, competicao em que se obtém prémio ou ento campeonato, a forma sahag. Refere-se a0 ’, brincar e também dancar e rgati, que significa algo Em japonés, utiliza-se o substantivo asobi para se referit a jogo e o verbo asobu, que significa jogar, diverséo, distragio, excursio, recreagao, jogar dar. dos. As coisas séo apresentadas como se as classes superiores sempre se ex. ressassem jogando, Nos idiomas semiticos, o jogo é marcado pela raiz la'ab, que significa Jogar; expressdo similar é la'at, que é brincar, zombar, rir. Em arabe, la'ba é jogar em geral, zombar. Também ¢ interessante com- rovar o significado de “jogar um instrumento musical”, que tem em comum 0 abe la'iba com alguns idiomas modernos, os germanicos e o francés em re. bresentagao dos roménicos. © francés é 0 tnico idioma romanico que {essa forma, o que poderia indicar alguma influéncia germanica, Em castelhano, com o sentido de tocar, conserva-se em algumas cancGes tradicionais, Em hebreu-aramaico, la’ab significa zombar e rir, No gético, laikan significa jogar e saltar. Em grego cl avra mais usada é "a qual se refere a jogo, especialmente ao infantil. E da mesma et , mas se diferencia no acen- to, da palavra “xai5ia/nadeia”, cujo significado 6 infancia e educacio das Griancas. Também se utiliza 0 termo “natyvia, que significa jogo, diversto e, fom a mesma etimologia, aparece “xatyvinéna”, néo apenas limitada ao jogo infantil, mas também ligada a bom humor e diversio, algo como “crianciees”. cS “reo”, jogar e “navyua e xatyiov", com referéncia a todas as formas de Jogo e de brinquedos. ‘Ovpw ¢ aBvpyia” referem-se & agao de jogar, de brincadeira e de diversio, tov" é 0 jogo de competigdo e luta, mas também se refere aos Jogos (é impossivel separar a competicéio no mundo grego do trindmi 0 sagrado). O grego possui uma expresso para o jogo infai ida”, que significa jogar. Por exemple, as eriangas gregas jogam com a ‘Aprondangem otrvés do jogo 13, pola “oxpeprvs a corda, “chucriva; jogo de langamento, “oxpeniv5a”; princam de ser rei ‘Pao C izava-se o substantivo leich, com referéncia a jogo, fc wrais. Game antgoangl-sxdo, ac eldco, jogo salar, moverse sat da, presente em geral, um favor e até generosidade. * Po velho nérdico, leikr, leika, jogo, danga e exercicios fisicos. formas de se ref 9, oferen- No velho frisdo: fyuchtleek. A partir do século XII, em antigo eslavo, russo igo e atual urpd (igra), : ans m antigo escandinavo, eiken (atrevido, selvagem). slavo, russo antigo e atual UGPA (igr4). 5 ede jogar. Também significa movimento répi egan do velho trumento. Este plegan corresponde exatamente ao pleg tito e a0 ploga do ali rsgo, de que procedem o alemdo pfegen o holandés legen (em latim vulgar, plegium), Em inglés, também se utiliza game (jogo, iversio, passatempo, desafio). ema Corominas (1984) que o voedbulo jogo procede etimotogicamente que significa jogo Jogos, dversdes, pasatempo, Segundo Huizinga (1 ferdadeiro sentido do jogo ou o jogo auténtico, Se ee vra era usada para se referir ao significado de burla, Tém relagéo direta com ioculacor, jongleur, juglar, significando bardo, cantor, misico € corresponde a spielman, homem que joge Virose ates i germanicas utilizam o verbo jogar para se referir também a tocar al- No castelhano medieval, aparece yogar com varios sentdos,ente 0s quai tocar insrumentos, Para o estudo etimoldgico, deve-se considerar ino que abarca o campo do jogo, diversiio. Ludo, tu 0 ao de jogat, 6 0 gosto pela dificuldade gi alegra, De onde derva-e usu -s, jog, diversao; e também provém ludicrus, de ludicer -cra, -crum, divertido, 14 von Antonio Moreno Murcia & cos lento, ou ludicrum ~i, jogo piiblico, espetéculo, dando lugar a hidicro e nao- ico, mesmo que aceitd em castelhano. Segundo Huizinga, ludus, ludere abarca o jogo infantil, 0 recteio, petigio, a representacao | € teatral e 0s jogos {udentes significa danear. A base etimolégica de ludere seguramente se encom {fa no que néo é sério, no simulacro e na trapaca, mais do que no campo do ‘mover répido”. O préprio autor destaca que o termo que abarca 0 conceito de Jogo e jogar desaparece, nao deixando marea nas linguas roménicas, ai do vocabulo s conheeidas para essa nocéo; o, sem diivida religiosa, que com. azar. A expresso lares pode se tratar de um termo eriado com a ins designava, possivelmente de origem etrusca. Seguir historicamente a evolugo fonética da palavra jogo & um trabalho dificil, mas que nao impede detectar que todas as linguas romanicas amplia. tam seus vocdbulos iocus, iocari, quando utilizados no campo do jogo © de Jogar, permanecendo em um nivel menos avancado os termos ludus, iudere. Em astelhano, juego e jugar; em cataldo, joc e jogar; em francés, eu e jouer, em mo, giuoco e giocare; em portugues, jogo e jogar; em romeno, joc ¢ juca. Segundo Huizinga, o desaparecimento do termo ludus pode ser devido tanto causas fonéticas quanto semanticas. Ao mesmo tempo, ao se referir aos termos J9g0 ¢ jogar, manifesta que a abstragio do fendmeno jogo teve lugar em algu ras de modo secundario, enquanto a prépria fungao de jogar teve imario. Em alguns idiomas, designa-se 0 jogo com apenas um vocébulo; em ou- fos, usa-se mais de um termo. Por exemplo, em inglés usa-se play pata se referir a0 jogo como atividade pouco codificada, espontanea e, por vezes, bulenta, e game quando se alude ao seguimento de uma pra i caracterlza por regras estritas. Corominas (1984) assegura que as primeiras documentacdes da palavra J0g0, com relagao as origens idiomaticas, aparecem no Mio Cid e em Gonzalo de Berceo. No Dicionétio da Real Academia Espanhola de 1837, aparece juego (ludus), entretenimento, diversio e jugar (ludere), entreter-se, algum jogo, brincar. No Diciondrio da Real Academia Espanh Juego (locus), agao e efeito de jogar, passatempo e diversao; exercicio recreati. vo submetido a regras, em que se ganha ou perde; ago deflagrada espontanea. mente pela mera satisfagéo que representa; jugar (jocari), fazer algo com 0 Ainico propésito de se entreter ou diverti, participar de um jogo. Os voeibulos juego e jugar tém muitas acepgdes e interpretagSes. A vra juego é empregada com o significado de entretenimento gue significa brincar, se diverts, eambém pode ser utilizada em sentido figura, do, como falta de responsabilidade, fazer algo de modo arriscado, como se depreende da expressao “brincar com fogo”; outras vezes, hd conota¢des ers €25, Como no alemao spielen, que significa brincar, formando com ela'a palavra spietkin, para se referir aos fillos ilegitimos frutos da brincadeira; como em ‘Aprendizagem otrovés do jogo 15 com a arte, tanto 10; também se pode suém, “brinear com ano, el juego del amor; em outras ocasides, ce team faces to play the plane, joer dp Cinpregar com o sentido de se aprovei ‘uma pessoa”, ou como obra de hon ‘jogar com a sorte”; drama novelas, “jogos de em a 0 de bola; juramento do ‘Jogo de bola”, analy anecces Go Tere Bsade (23-6789) a 10 jogo. Como vi Houve ma familiarizaco com o termo jogo. Co todo ato de falta de seriedade ou feito de forma leviana; a i bm ha conotagdes de tipo er Jaciona-se a0 meio ar ; SP cone pudemos comprovar, emprega-se o vocabulo tanto no sentido figu- rado como no direto ou fundamental, o que nos interessa, do orn Petrova (atado por Eoni),o signified de “ogo” apresen umes diferenges entre povos distinc. ara as gregos antigo, o jogo signif cava as ages préprias as e expressava principalmente o que ent riés, hoje, se denomina “criancices”. Entre os hebreus, a pa pregada com relagao a risadas e brincadeiras. Entre os roman va alegria. Em sanserito, Kiada, jogo, a sa pales plan dena tin movineeto ripe e suave como o do péndulo grande prazer. Posteriormente, a palavra juego (os 0, jlas, joka, etc.) comecou a si ‘em todas as linguas um grande grupo’ de agbes fru eproporcionam alegri,satsfago, diversi e que oxpam tanto a vida a erianga como o tempo de écio e reereio do do jogo mai ‘mais trigica das encenagdes no teatro ou & mi anga & mais séria apost coma finalidade de ganhar dinheiro. -_ Segundo diferentes estudiosos do tema, é dificil saber em que momento aparecem e qual o significado dessas locugdes e suas conotacoes, mas 0 certo é que elas existem e em diferentes idiomas. na bolsa de valores SOBRE 0 CONCEITO DE JOGO significa fazer algo com esp palavra jugar (do x ito de alesis oom Tao He Se Aer Ou de se enireter. A palavra jogo pro- 16 sen Anasio horns Hur eas Arresdaogem okovis do jogo V7 vém etimologicamente do vocdblo latino focus, 4 sraga, diversio, fr i considerar também 0. da dificuldade gratuita, ludus-ludere, lu signi 1a seu estudo, deve-se ato de jogar, o prazer se vocibulo latino dé mais um sentido ao jogo: a brincadeita, _jysiasmo, da seriedade e da alegria, Tudo isso pode ser proporcionado pelas jas do jogo: um enriquecimento integral, em suas distintas formas. (0 jogo transcorre no mundo da fantasia, uma realidade mais ou menos mdgica e, por conseguinte, mais ou menos relacionada com a vida cot us e ludicrus (ou cer ~cra, crum)”. © aspecto kidico do Brincar, divertir-se ¢ aprender sdo modos verbais inerentes ao ser huma- licrus) é essa atividade secundaria relativa ao jogo, que yo, indispensdveis na vida de qualquer grupo sociocultural. A simplicidade da icamente pelo prazer. ago de jogar ¢ absolutamente universal, plural, heterog@nea, flexivel € to ossivel compreender os tragos de uma pesquisa para o signifi. jmbivalente quanto necessdria. que aparece a transposigio de significados na historia da Contudo, sua gratuidade foi classificada como prova de que é pot >. Por outro lado, as criangas adquirem a palavra jogo dos adul- ante, compl ’io-séria, improdutiva, muitas vezes associada a perda de tos. Para Elkonin (1980), a brincadeira néo é um conceito cientifico no sentido gempo, em outras, a0 vicio ou ao pecado, e sempre visto como algo insignificant esttito. ar dessa observagai sta, brincar est presente na necessidade ser humano pratica atividades ao longo de sua vida, denominadas de motricidade que emt lugao do feto no ventre e vai acompanhar a icas, que lhe servem de distrac3o, recreagao, educacdo, entretenimento, vida de cada um de nés até a velhice. laxamento de outras atividades consideradas mais sérias, como, por exem- ‘Mesmo que nem sempre se queira reconhecer, é uma constante de nossas , 0 trabalho. Mas quando se estuda a brincadeira no mundo infantil, obser- _yidas, nao apet etapa infantil, mas na maioria das i mos tanta seriedade como no trabalho mais responsavel do adulto. Hé con- que tomamos diariamente. O jogo ¢ uma constante vit eriedade e aleg timento e responsabilidade acompanhada de imento e na aprendizagem do ser humano. Acompanha 0 crescimen- A esse respeito, Delgado e Del Campo (1993) | do homem. Cumpre a missdo de nu- necessidade na vida, recordando uma citacao crescimento integral da pessoa. de S6focles: “Quem se esquece de brincar que se afaste do meu caminho, por- jade, o verbo jogar, ao se modelar sob parametros vo- que, para o homem, € perigoso”. ios, a0 ser acompanhado de regras ou normas, torna-se ‘Tal necessidade psicobiolégica nasce com a crianga e acompanha o ser a, cendrio impulsionador de ordem, de tomada de respon- humano ao longo da \esmo que com diferentes objetivos, até a mais , de entretenimento e seriedade nos atos. 0 avangada icade, como 0 binémio scriedade-regozijo. A brincadeira envolve _ jogo nao carece de seriedade; além disso, com ele aprendemos a aproveitar, na toda a vida da ‘dade adulta, 0 écio, 0 entretenimento e a alegtia. O jogo entre criangas & Isto também pode seguir vivo muito sério. Tente mudar uma regra ou improvisar para ver o que acontece. . A brincadeira nasce esponté- Por acaso carece de seriedade e concentragao o ato de lutar, a luta para obter nea e cresce junto com a crianga durante os diferentes estados evolutivos até cchegar, como ela e com ela, ao estado adulto e a velhice, superando a idade biolégica mesmo que com contetido diferente e cumprindo distintos objetivos _ torna-se parte dessa realidade na vida. 0 jogo de codigo ambi vil no estado ak resiste a uma definigo categérica. Sua © sébio sabe que brinea e sabo , qualquer jogo. Assim, pode adds € sua brincar consigo mesmo, A brine ‘sora mura brotan com capa a.uma 4 compaixio do quebra-cabecasd igado e Del Campo, localizagio conceitual definitiva. Nesse sentido, qualq fa, por mais erudita que seja, somente seré capaz de captar uma parte da verdade do jogo, Assim, todos os jogos fazem jogo. Traduz-se como espitito, estado emocio- __niio global ou nal do ser humano e se mostra através do ato motor em movimento, em suia energi ndo-se em matéria. © jogo é parte do cardter do s. em sua formagéo, em sua personalidade, na configuragio da inteligénci . propria vida, O adulto também aprende, se realiza, se desafe ide & jogo desde os primeiros distracdo, precisa de humor, © nem por isso deixa de ser séria a realiza igo ou as emogdes observa- Pessoal do humano adulto. O ser humano necessita permanentemente de en- das, como medo ou raiva. Piaget (1946), contudo, nao situa a aparic¢ao ou a se articulando as estruturas psicol afetivas e emocionais) mediante as experiéncias s 18. tvan Antonio Moreno Murcia & cols. formagdo do jogo até o 2° estdigio do perfodo sensério-motor (respostas circu- lares primérias, até 0 segundo ou més). Nesse periodo, podemos ob- servar que a crianga reproduz determinadas condutas somente pelo prazer que isso Ihe da, como seus sons guturais, as brincadeiras com as mos em set , pegar e largar objetos. Assim, a brincadeira é a “assimilagdo do u seja, quando a erianca pratica repetindo um fato para encaixa- lo, fazendo dele uma conduta conhecida, ir de agées que a crianga néo domina com sufi ciente destreza, nao compreer 6rgios ou fungbes evolutivas, utilizard e praticard para incorpora las em seu eu de forma a continuar crescendo plena e harmo1 Por outro lado, Bajo e Betrén (1998) afirmam que o jogo infantil tende a reproduzir em pequena escala as predilegdes dos adultos. Acrescentam que, por meio da brincadeira, a crianga projeta um relativo distanciamento do mun. do dos adultos, atua como se 0 seu mundo fosse o deles, mas também como se esse mundo criado por ela fosse real. SOBRE A DEFINICAO DO JOGO ‘Real Academia da Lingua Espanhola diz do jogo: “ago de jogar, passa. tempo ou diversio”. ‘Vimos que, indepen uusama palavra jogo atril definem-na jogando. foi capaz. de defini-lo, porque essa palavia refere-se a realidade primordial da vida. O jogo é algo vital para o ser ludens” passa quase metade da vida em vigilia” (Cagigal, 1981). ‘Segundo Kollarits (citado por Elkonin, 1980), a defini ossivel, sequer uma delimitacdo exata na vasta esfera de at dos animais e antropélogo Bateson (1958) explica a confuséo diante da tentativa de definigio do jogo por seu cardter paradoxal. E sua complexidade responde sua especificidade e indefinigo. O jogo constitui um desafio, vivendo-se como real e com mais intensidade que o trabalho séro eresponsével, algo que é uma ego. Poderia se assegurar de que qualquer definigéo no é mais que uma apro- ximagio parcial do fenémeno liidico ¢, as vezes, resultado ou conclusio da teoria que a contempla. A seguir, algumas definigées: )) uma atividade que os seres vivos superiores realizam sem um fim entemente utilitério, como meio de IF Seu excesso de ener- (Spencer, 1855). Aprendizogem ofravés do jogo 19 4(..) 0 jogo é uma atividade estética, O excesso de energia € apenas uma condigo para a existéncia do prazer estético que o jogo proporcio- na’. “Fique claro que o homem somente joga quando é plenament fe somente é um homem completo quando joga. O jogo néo é uma fug: da vida; constitui parte integrante desta ¢ permite a todos entender thor € a compreender nossas vidas” (Schi }0 jogo é uma atividade geradora de prazer que néo se realiza com finalidade exterior a ela, mas por si mesma” (Russel, 1980). “ atividade lidica contribui para a paidéia ~ a educacéo ¢ propor- ciona as forcas e as virtudes que permitem fazer a si mesmo na socie~ dade (...) 0 jogo prepara para a entrada na vida ¢ 0 surgimento da personalidade” (Chateau, 1958). “Tanto 0 animal como o homem jogam com imagens: a expressao do cardter que o sujeito proj mente fico, combinag&o espont “A brineadeira ¢ filha do trabal nao tenha como modelo alguma ocupacdo séria que 1 to 0 jogados, sem que haja nela qualquer interesse material obrenha proveito algum; que se executa dentro de um determinado tempo e de um determinado espago; que se desenvolve em uma ordem submetida a regras e que dé origem a associagées propensas a cere se de mistério ou a se disfarcar para se destacar do mundo habitu (..) “o jogo é uma aco ou atividade voluntéia, realizada dentro de ites fixados no tempo ¢ no lugar, seguindo uma regra livre- mente consentida, mas completamente imperiosa, com um fim em si mesma, acompanhada de um sentido de tensio e de desfrute ¢ da ia de ser diferente da vida cotidiana” (Huizinga, 1938). © jogo é uma forma privilegiada de expresso infantil” (Gulton, “No jogo, pode entrar a exigencia e a mais consideraveis de energia do que as que exigiria uma tarefa obri- +O jogo é a manifestgio de uma livre espontaneldade ea expansio de uma atividade em expansao” (Karl Groos, 1901). 1ua-se na intersec¢do do mundo exterior com o mundo inte- rior” (Winnicott, 1979). “0 que define o jogo é que se joga sem razdo ¢ que no deve haver para jogar; fazé-lo jé é razao suficiente. Nele esté o prazer da leas, com a direcéio que o jogador quer Ihe dar, que impulso criador” (Lin Yutang, 1988), Prekces Juan Antonio Moreno Murcs& col = “Um passo do fantasma ao simbolo. Jogar é negar ma arcaico” (Freud, 1923). Sean émegae superar o fantas ~ ‘A brincadeira infantil é meio de expressto, instrumento de conheci mento, faror de socializagao, reguladora e compensadora da ividade, um instrumento efetivo de desenvolvim ras do movimento; em uma Ide organic, desenvolvimento ¢ afirmacéo da personalidade” (Zapata, 1988). ) a fungao propria do jogo é 0 jogo mesmo. Este exercita atitudes ie so as mesmas que Servem para o estudo e para as atividad sérias do ‘A atividade Iida caracteriza-se pela improdut- a i 8 se pela improduti- jogo € a arte ou a técnica que 0 homem possui pa © virmaimente sta escaviddo dentro da realidade, para fair evarse a. © mundo irreal.(..) é um esforgo que, nao sendo provocado pelo arismo que inspira o esforgo imposto por uma circunstancia do trabalho, repousa em si mesmo sem esse desassossego, que trabalho a necessidade de conseguir um fim a todo (Ortega e agradavel ¢ mais puramente jogo auséncia de esforco exagerado ¢ hal (Russel, 1967) “O jogo é um to maior é a lade com que jental com © meio ambiente” cdo (...) porque continuamente cria a sociedad rs 2" (Stone ¢ Onick, 1982) “— ~ “Brincar é o que se faz. quando se esté | er ” ne 69 livre para fazer o que se quer = “O mundo hidico origina-se nos e s primetros jogos de perda - gfo, enconto eseparagio” (Aberastury, 1988). pepe reerpess — “O jogo tem duplo significado. De um lado, refere-se a uma for se comporta ese e, de out, a uma see de avidades concrete fator de equil no sentido de equ quanto no nivel sox Pesiiva com os out nossa vida: ajuda-nos a dar uma via de realizagio & it gf ofereesnos um meio do elgao social, exercesobe nds unter ‘encanto e absorcio de que carecem outras atividades da vida cotidia- ina que € psicologicamente liberadore nos proporciona a oportunidad comparar nossa capacidade com a dos outros” (Castellote, 1996) ‘Apcendizagem otravés do jogo 21 jogo é intrinsecamente essencial para a criatividade (..) Uma pes sou que nao sabe brincar estd privada, a0 mesmo tempo, da alegria de fazer € criar e seguramente est mutilada em sua capacidade de se sentir viva” (Rosemary Gordon, citada por Trigo, 1994). _ *O jogo leva a experimentar uma sensagéo de fluir que nos transporta a.m entorno em que abstraimos a realidade ¢ outras situagdes cotidia~ has, para passar a expressar-se como somos, com toda a personalida- de, nossas caréncias ¢ virtudes” (Ciskszentmihalyi, 1997). — "0 jogo uma atividade multidime que se ajusta sempre as necessidades do ser humano com relacdo a incerteza, & diversto, 20 exercicio ou & atividade coletiva” (Lagardera, 1996). “Q jogo ¢ uma das manifestagées mais enriquecedoras do tempo livre, busca do desenvolvimento, da autonomia e do desfrute da pessoa” (Lavega, 1997). Do ponto de vista fisiol6gico, pode-se entender 0 jogo como atividade que 1s seres vivos superiores realizam sem um fim aparentemente utilitério e com 0 objetivo de eliminar 0 excedente de energia. Como comportamento vital, po- deriam existir atividades necessérias ¢ vitais c atividades desinteressadas, dentro das quais 0 jogo (definigao do poeta Schiller modificada pelo filésofo Spencer). ‘Um conceito de jogo que possa ser aplicado transculturalmente é essen- cial para a antropologia da motricidade humana eo esporte. Segundo Blanchard fe Cheska (1986), “0 jogo é um fendmeno no apenas universal dos seres hu- jimais. A maioria das espécies animais execu- ra, sobretudo durante a i fancia”. Numerosos e' fato, so poucas as definig6es satisfatdrias de tais atividades. Bekoff (citado por Blanchard ¢ Cheska) propde 0 seguinte conceito etoldgico: “O jogo é 0 comportamento que se ol 3 que comportam uma diminuigao da distancia social entre os auséncia de toda pesquisa social ou de comportamentos ago! vos/suubmissos por parte dos membros de uma diade (triade, tais ages possam ocorrer como atos derivados durante 0 jogo”. lwizinga (1938) afirma que o desenvolvimento da civilizagdo deve-se a ‘mos liidicos e também, sobretudo, ao trabalho, com um denominador ‘a qualidade de vida. Comeca sua obra dizendo de livre mantida conscientemente fora da vida wna, porque carece de seriedade, mas, a0 mesmo tempo, absorve, ‘damente, quem a exerce. Uma atividade desprovida de todo interesse que juer proveito e que se desenvolve ordenadamente dentro de seus préprios limites de tempo ¢ espaco, de acordo com regras pre- ticos ou passi- ), mesmo que que 0 jogo é como “ur 21. won Antonio Moreno Murcia & cols, estabelecidas ¢ que promove a criagdo de agrupamentos sociais que tendem a Sat secretamente © a se distinguir do resto da sociedade por seus disfarces « por outros Realmente, Huizinga considera o jogo uma forma de cultura mais do que uum componente formal da cultura. Deveria, portanto, ser auto-suficiente ¢ dis. por de seu prdprio significado e justficaiva. O jogo permite que se exteriorizem outras facetas da cultura (ritu , savide, politica, amor, ete.). ‘O jogo é crianga, adolescente, homem, velho, percorreas etapas evolutivas, nasce, viaja, acompanha o ser humano e morre com ele. Nasce, desenvolve-se fe morre com o sentimento ou o campo das emogées do ser humano. Ha uma necessidade escondida de crescer, amadurecer e ser junto ao jogo espontaneo, ‘como diferentes etapas evolutivas. O jogo nao morre com o final da infancia ou da adolescéncia, mas deve crescer e evoluir em suas formas junto ao homem para ajudé-lo em suas diferentes etapas. Faz-se necessdrio o jogo em seus diferentes contextos para a busca antro- polégica da verdadeira natureza do homem. 0 socidlogo Norbeck (1971) defi. he o jogo da seguinte maneira: “Seu comportamento fundamenta-se em wm estimulo ou em uma propensao biologicamente herdados, que se d por uma combinagao de tragos: é voluntario, até certo ponto descarté Fenciado temporalmente de outros comportamentos por sua qualidade transcendental ou ficticia”. Puigmire-Stoy (1966) define o jogo como a participagdo ativa em ativida- des fisieas ou mentais prazerosas para obter satisfacio emocional Segundo os antropélogos Blancjard e Cheska, “(..)0 jogo € anto dimensdes biolégicas como ci define niio por js comportamentos, mas por uma varieda- de de tragos. E agrada ingular em seus pardmetros temporais, qualitativamente ficticio e deve sua realizacdo a irrealidade”, ‘Comprovamos que, por meio do jogo, o ser humano se na cultu, rae, como veiculo de comunicacio, amplia sua capaciade de imaginacio e de ‘bdlica da realidade. Realmente, poderiamos dizer que, com 0 jogo, é fda cultural do homem, ela se entiquece. O jogo hasce espontineo, sem outro fim que a necessidade ¢ a alegria de jogar. Por vano quer modificar isso ao longo de suas diferentes etapas im elas, 0 jogo deve evoluir, crescer e acompanhar durante toda Pelo jogo se cot ples do comportamento humano mem como resultado das emogoes, dos sentidos e do pensam na obra da vida, na obra do jogo. Pensar, querer ¢ fazer: tudo pode ser faz cultura, a cultura faz vida: 0 jogo é vida ea vida, cultura. set a expresso mais pura e sim- dade do ho- B -Aprendizagem oavés do jogo (9 mundo magico do jogo toma possivel todo tipo de realizagdes, dia Martinez Criado (1998). As atvidades realizadas no contexto do jogo sao pro- Mara ilysio. No jogo, podemos conseguir tudo 0 que desejamos, G2 Fedor (1998) afirma que qualquer atividede acompanhada de alegria you rico consciente também é uma forma de jogo. Em seu desenvolvimen' e/on Team o homem um significado que cumpra necesidades bicl6pien, re busta sou espiituas,além de fazer parte de realizagdo da capacidade cognitiva Ge observacao, recordagées, simbolismo e acho. Mata-se de uma atividade praticada em todas as épocas ¢ culturas, sem- pre presente na vida do homem. Através dos jogos, experimentamos a realid9- Peds coises, nos aproximamos da comunicagéo com o mundo que nos Geis, eoneetamos nosso micrommundo ao macromundo onde vivemos 16 jogo nao é material, é espiritual e se materializa ao ser criado, a0 se fazer com sua alegria ou amor, ao se expressar através de emocées. Atrevo-me a afirmar jogo nos serve de cordéo umbilical ou unigo com a nossa ‘gnifica a raiz da vida do ser humano ¢ a prépria vida. la realidade do jogo para recuperar seu comporta- ORIGEM DO JOGO (0 jogo 6 parte fundamental do desenvolvimento harménico infantil importaneia tal que 0 conhecimento dos interesses lidicos, sua evolugao, set ‘amadurecimento ¢ sua observacao sistemitica sto imprest i ‘0 jogo em sua formacao nao necessita de aprendizagem, neamente, é algo instintivo que responde as necessidades da il, Por que as eriangas brincam ou que causas as levam a brincar? A propria responder simplesmente porque sim, porque gosto, para brincar. -me a dizer, como resposta possivelmente quais se joga: Forma de descanso para o organismo ¢ o espiito (Schiller, 1985). ia excedente por falta de outras a Ja (Spencer, 1897). = Forma de recapitulagio de filogénese; reproduc da evolucao de ati- vidades de geracies passadas (Hall, 1904). = Forma de se preparar para a vida adulta, Seria um exercicio prepara- des que sero enfrentadas no futuro (assim como os imais) (Gross, 1901). w2 Juan Antonio Moreno Murcia & cls breaeag Forma catdrtica para reduzir as tensbes, defender-se das frustragdes, fugit da tealidade ou reproduzir as situagBes de prazer (Freud, 1920; Klein, 1955; Erikson, 1959; Adeler, 1960). Forma de aprender, interceptar e conservar os novos habitos adquir. dos (Piaget, 1946; Secadas, 197) Forma de aprendizagem e crescim (Chateau, 1958; Froébel,citado por Mi 1986). Forma de fixacao de habitos adquiridos e de garantir as noves hi dades (Bhules, 1931; Case, 1989). Forma de passar do fantasma a0 fantasma atcaico (Freud, 1923 Forma de atividad em si mesma (Stern, 1977) giada de expressio inf harménico, Autoformagio , 1980; Deleroy e Monchamp, 1924), pia e liberdade de eriar (Winnicott, 1979; Berne, 1996). Forma motivante como principio motor do jogo (Chateau, 1958). Forma de elaboracao (Klei Forma de organizacio, desenvol de (Zapata, 1986; Aquino, 198 Forma de cenério pedagégico natural (Ortega e cols., 1988). Forma de intervengdo educativa baseada no conh volvimento da crianga e na busca de metodologia ad: mento das criancas e sua forma espontiinea de const tos (Cafal ¢ Porlén, 1987; Garcia e col Forma de construgao de conhecimentos a (Flavell ¢ Ross, 1981). Forma original da risada ¢ do prazer (Delgado, 1991; Cstkzentmil 1997). Forma de atividade voluntéria com fim em si mesma, acompanhada de uma sensacdo de tensio e de jubilo e da consciéncia de ser diferente da vida real (Huizinga, 1938), Forma de improdutividade (Caillois, 1958). Forma de evasio da realidade: nao se busca um resultado Jogo estd relacionado com a eapacidade criadora do homem e traduz a necessidade da crianca de atuar sobre o mundo (Rubinstein, 1946). Forma de transformacdo da realidade se; (Piaget, 1986). Forma de prolongamento de tragos da espécie posteriores ao amadu recimento humano (Bruner, 1972). rento € alirmagao da perso: dpreniagen cvs dogo 25 nismo imersonnela (Pi = Forma de assegurar tes culturas (Sutt — Forma ecolégica, 1979) - Forma de incorporagio da crianga a uma inst Fora de catviade (Marin er, 1986; Tig, 1989; Cafieque, 1991). Forma de resposta emocional e intelectual as experiéncias sensoriais (Brierley e Goleman, 1990). A medida que a crianga cresce, seu organismo responde de diferentes for: mas ¢ utiliza distintas atividades hidieas, ou seja, a brincadeita evolui com 0 desenvolvimento integral, intelectual, afetivo e fsico da crianga e se adapta aos periodos crtcos de seu desenvolvimento (aos seus conflitos pessoas e sora). 0 jogo cresce com a crianga até a idade adulta, permanecendo até a velhice. CARACTERISTICAS DO JOGO umbrar uma série de caracteristicas. De acordo Bander, Sarazanas, Russel, ‘Ao estudlé-lo, podemos ‘com autores como Hi Piaget, Brunner, Moyl gumas das mais represe zacio nem aprendizagem prévi a isso. 0 jogo é uma = 0 jogo é improvisado, deriva-se da palavy = O jogo ¢ separado. Sempre se localiza em esponténea, original, = 0 jogo € jon e cativa a todos. cujo resultado final fluctua constantementé 26 non Anon Morro arc, I ~ 0 jogo é gratuito ou improdutivo. £ uma manifestagéo que tem um fim em si mesma, é desinteressada. Nao cria bens nem riqueza ou qual, quer elemento novo de espécie alguma e, salvo deslocamento de pro. rieclade no seio do circulo de jogadores, acaba em situagio idéntica 4 do comeco, Tal caracteristica é muito importante na brincadeira infan- til, por néo possibilitar qualquer fracasso. ~ O jogo ¢ ficticio. E um mundo & parte, € como uma histéria conta com agdes, distante do cotidiano, é uma continua mensagem simb6li. ca. O jogo possui uma auréola magica. 0 jogo é um comportamento de cardter simbdli to social. 0 jogo é uma forma natural de troca de idéias e experiéncias © jogo é convencional e regulamentado. Todo jogo coletivo é um acor- do social, estabelecido pelos jogadores, que determinam suas regras, ordens ¢ limitagées. ~ © jogo deve ser prazeroso. Essa talvez seja uma de suas caracteristicas centrais, mesmo que isoladamente nao o defina, pois apresenta carac- teristicas. Prazer do tipo sensorial, fisico e prazer moral ou psiquico, superagio de algum tipo de obst ~ Q jogo permite & crianca relacionar-se com a realidade. ~ © jogo ¢ uma atitude, € parte da vida. A crianca brinea sempre, nfo importa onde e nem com quem, brinea de diferentes maneiras confor. me 0 meio em que se encontre. © que se entende como jogo ou brincadeira abarea uma infinidade de agdes ¢ atividades. Tudo o que vivemos pode tomar parte na brineadeira. © mundo magico do jogo torna possivel todo tipo de conexdes ou interagdes para atingir diversas realizacées. Os jogo séo produto da ilusio, da vontade, a alegria, do otimismo. No jogo, podemos conseguir tudo o que dlesejamos. 0 beneficio dessa prética preenche o desejo de realizacio e nos proporciona pra- zer ou satisfacao. 0 jogo € incompativel com circunstancias ica da satide. E real a. Somente quando a ¢ sente-se confortével, espontanea, de estimulante, relaxante, restaurador. Nt onde & necessidade de m: is da doenga. , portanto, iagdes de bem-estar e sem ima erianga se cansa de brincar, Res- idade, de estar ou ser ativo, se move Imitar ¢ & necessidade de entiquecimento por meio do movime! real e o mundo criado pelo jogo se movem em um mesmo plano, ja que cons. tantemente esto trocando informacées, esto intercalados, porque gem de um ao outro € constante e continua, Por Linico, parece-me, contudo, o ma evolutivo e a adaptagao ao m: ‘Aprendizogem através do jogo 27 ‘CONCLUSOES ‘Talvez este titulo no seja 0 adequado, por isso vou apenas mencionar idéias podem servir de proposta para encontrar uma definigéo do tema, J& que a orion i a porta aberta para continuar aprendendo yprendizagem ¢ it deixemos a p in Pen enee0 desejo de explorar esse maravilhoso ¢ magico mundo do jogo: 01 i tuma vela que slumina o comportamento do ser huma- OP eeittado ca busea das melhores coues escondides no mais intimo do ser. comportement ic € ues peace» me ay poson um simbolo de humanidade, sem preconceitos, bandeira da paz e lago io entre 0s povos. O jogo € respetus,soldério, Tiosomente procura a recompense de um gesto ou de um sorrso como conteide minimo de comunicag Nao necessita passaporte nem entende de idioma, bandeira ou moeda, orque néio tem fronteiras. Fee er geno conte ese proennp mente como o fogo, superando montanhas, desertos e bosques; viaja tho puro como a dgua através de rios e oceanos; voa como as nuvens pelo ar ese hospeda como a tera em todos os povos.e paises, © jogo € como uma bandeira com todas as cores, como uma moeda comum, como um idioma internacional. Faz com que se entendam criangas, adultos e velhos de maneira imediata, sem nenhum outro vinculo de comunicagao, porque nasce da bondade humana. © jogo reflete em cada momento a forma com que a crianga atua, compreende e se relaciona com o mundo. © comportamentohidico nase com acrangae cresce com 9 interese € a curiosidade por explorar o seu corpo e 0 mundo que a cerca. Essa curiosidade cresce saciando-se de conhecimentos e oportunidades de aprendizagem. Hé na crianca uma forte necessidade de se expressar € wunicar-s. cone jogo, exloca se eh conexto 0 nos0 ‘micromundo (pessoa) com ‘© macromundo (sociedade) em que vivemos; nesse sentido, nos prepa- ramos para a vida enslando papeis que deseavolveremos posterior mente na sociedade, quando adultos. Median o Jogo, a crianga aprende normas de comportmento para cxescer ¢ aprender avivet a sacedade de forma integral O jogo f menta a capacidade para a elaboracao de normas da infancia & vida adulta. A crianea cresce aprendendo hiébitos de convivéncia necessérios para viver em sociedade. O jogo proporciona a se pelo conhecimento, uma atitude ativa, positiva e tN mite se integrar de maneira gradual na familia, na escola e na vida. 4uon Antonio Morena Murcia & col. ~ Os jogos evoluem com a crianga ¢ ajudam a formar a estrutura de sug ersonalidade, desenvolvendo os aspectos mo ec emocional, social e cultural ~ O Jogo serve-nos de ligagio com a natureza. As criangas ¢ os adultos necessitam da realidade do jogo para conservar o| portamento natural: seu equilibrio vital. ~ © modo natural de aprender é através do jogo, porque as eriancas praticam continuamente e de forma simples os comportamentos ¢ ‘as tarefas necessdrias para se converterem em adultos. — Com o jogo, as criangas expressam-se de forma nat uma solugao adequada as suas necessidades e possi lugdo saudavel. Jd que o jogo promove habili maravilhosos), ajuda a canalizay, reduz sivas (base para a seguranga rocessar condutas agres- iduo e do ambiente), aumenta a auto-estima (vive-se em um ambiente harménico), fomenta as rela. Ges sociais frutiferas (aprender a es, relacionar-se bem com 8 outros ¢ fazer amigos), promove a participacao e a atividade (com a base da criatividade, colaborago e cooperacao: todas as criangas que- rem brincar), gera valores humanos positivos para a vida e, por fim melhora a satide fisica ¢ emocional. Alguns teéricos afirmam que a brincadeira é 0 trabalho da crian poderia afirmar que ¢ uma realidade, instrumento que entender a vida e @ sua propria porta (Por seu cardter multidisciplinar, pelos valores que origina ¢ pelos efei- {os que produz), podemos considerar a brincadeira como magico de entender o trabalho. ‘A magia da brincadeira se converteria, por um lado, em ut ideal para reconciliar, na escola, a mente e o coracao da er outro lado, em um modo de expressiio com que se atua, explora, Co. munica, pesquisa, vive-se em meio a um processo de aprendizagem global, participativo e significative: processo que se amplia ao longo a vid A brincadeira proporciona situagées que estimulam o senso de humor como estado de espirito, Uma atitude disria, que nos ajuda a encai ismo necessério para manter ‘al estdvel e que possa nos proporcionar uma sensa- Gas se ' Desenvolver a inteligéncia emocional, fomentar idade, estimu- laro senso de humor, bem como o estado de espirito, além de aleangar a felicidade sao objetivos prioritérios da educagio para evitar o fracasso fesse caso, a ferramenta-chave para a aprendizagem é 0 jogo. 2 Evolusdo do jogo ao longo do ciclo vital MARIA TERESA MARTINEZ FUENTES INTRODUCAO Iembrar, com mais ou menos nostalgia, ser humano € tao ‘Ao escutar a palavra jogo, & fa rf fs racncaoum ep, el nba oma ‘ habitual nas eriangas, que se aceta como parte da condigfo humana © nfo Gostuma ser questionada, apesar de ser um aspecto que preenche algumas Jacunas. Ua infnidade de perguntas nos vém & mente quando pensamo: decdamente nessa atvidade: que sentido tem o jogo no desenvolvimento do fer humano? Por que as criangas querem pasta tanto tempo nesse tipo de atvidade? © Jogo & um contexto no qual acianga aprene algunas das trefos ue terd de desempenhar quando chegar & idade adulta? Qual a raxéo pela no ogo através das sucessivas gerages? Quefatores condicionam idade que a crianga escolhe? ‘Tem jogo repercussoes sol nento psicologico da crianga? As respostas a todos estes ques- tionamentos, mesmo atualmente, nao so totalmente claras, mesmo que se vara responder acada uma dela, é io por diferentes pesquisadores ; 0 (Spencer 1888) Goss, 1698) e despenou mor nteresse ceo (Pellegrin e Smit, 1998) nos ttmes 30 aos. De todas as formas que se pode Aadotar,a de jogo simbélico é a que gerou maior miimero de pesquisas (McCune, 1995).

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