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Professora Especialista em Educação Especial; Psicopedagogia; Mídias na Educação; Licenciada em
letras Vernáculas com dupla habilitação; Bacharel em Administração de Empresas; lotada no quadro
efetivo de Professores do Governo Estadual da Bahia; Mestranda em Ciências da Educação pela
Unigrendal. Jani_teacher_psicopedag@yahoo.com.br
Estes sistemas simbólicos seriam decorrentes de acordos sociais,
muitas vezes inconscientemente definidos, que se transformam em regra de
conduta condicionante à aceitação da pessoa ou das pessoas que a seguem,
apresentando o sujeito condicionado através de regras e símbolos nas relações
sociais promovendo aceitação ou, exclusão social. A autora classifica a
construção da identidade como condicionada tanto a estes símbolos, quando a
proveniência do convívio social, dizendo que: "Algumas diferenças são vistas
como mais importantes que outras, especialmente em lugares particulares e
em momentos particulares". O que se percebe como questão condicionante
social, vez que o ser humano depende das relações sociais desempenhadas
nas relações cotidianas, e para fazerem parte do relacionamento com diversos
tipos de pessoas e situações se sujeitam a códigos e signos que promoverão
sentimentos de pertença ou não ao grupo social ao qual está ou deseja estar
inserido. E, este processo acaba sendo contínuo, flexível, retroalimentado
continuamente.
Inclusive, a autora, a partir da narrativa de Ignatieff destaca o paradigma
da guerra da antiga Iugoslávia, em que a situação de desprestígios entre os
atores do evento, promovem sentimentos conflitantes e opostos. Se por um
lado negam a similaridade de forma contundente, por outro, contraditoriamente
destacam esta mesma similaridade ao negar a superioridade do outro: “o que
faz vocês pensarem que são diferentes”; “aqueles croatas pensam que são
melhores do que nós”; “somos todos lixos do Balcãs” (7-8).
Assim, a autora destaca a diferença como um instrumento que reforça e
marca uma identidade que para existir demanda de algo fora dela,
contraditório, mas que proporciona condições para que esta, ainda que em
situações de conflitos, combate e crise, sobreviva e exista: ‟A identidade é,
assim, marcada pela diferença” (p.9) sendo que “a identidade nacional é
inteiramente dependente da ideia que fazemos dela” (p. 24).
A autora também traz as questões acerca das transformações sociais,
políticas e econômicas do mundo contemporâneo como referência da crise de
identidade (p. 25), ao mesmo tempo em que dá voz a Robins (1997) que
aponta a globalização como uma das causas das transformações nas esferas
sociais, políticas e econômicas e suas consequências como fatores
responsáveis pela promoção do caos das velhas estruturas dos Estados e das
comunidades nacionais, cedendo lugar a uma crescente “transnacionalização
da vida econômica e cultural”.
Mais além, aos olhos de Woodward, no passado a identidade social dos
indivíduos era consequência da homogeneização dos diferentes grupos
étnicos, religiões, gênero e classes, o que desenha a crise de identidade como
apenas uma alteração no ‘status quo’, porém de forma flexível com a evolução
do contexto socioeconômico. Já, no caso da identidade nacional, a autora nos
conduz à percepção de uma identidade marcada pelo gênero e pela
hegemonia masculina, classe média alta, predominância da religião católica,
raça branca, dentre outros quesitos valorizados pela cultura ocidental.
A autora traz a responsabilidade da globalização como promotora da
interação da economia com a cultura que, culmina estabelecendo parâmetros
de produção e consumo que estabelecem novos padrões de identidade, só que
desta vez em escalas globais, ao mesmo tempo alterando os padrões de
produção, assim como nas formas de consumo além do novo interesse que
leva ao deslocamento da intenção das indústrias de manufatura para atender
as demandas do setor de serviços, o que causa impacto social no na
caracterização da mão-de-obra, levando ao abalo da estrutura da classe social
m decorrência destas mudanças que se voltam para demandas dispersas tanto
dentro do cenário local quanto no cenário mundial. Assim, leva à migração
global, motivada pela necessidade de garantir sobrevivência e bem estar
levando as pessoas a se dispersarem de seus lugares de origem ultrapassando
fronteiras.
Referências Bibliográficas: