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Milagres.

Mistérios e a Oração – Parte 5

Ondas e Partículas – Parte 1


Muito à parte da importância científica da teoria quântica para uma compreensão
da trama da vida, existem ligações pessoais diretas entre algumas das
características principais na história quântica da dualidade partícula-onda.
As equações básicas da teoria quântica conduzem à situação de incerteza.
Entretanto, quando se começa com incerteza, não há meio de resolver as equações
quânticas básicas.
Logo, estamos em um beco sem saída; a nova teoria quântica nega a idéia de
causalidade. Essa incapacidade de chegar a uma determinação definitiva foi o
primeiro exemplo do caráter estranho do quantum.
Implicava a existência de acontecimentos físicos que permaneciam eternamente
incognoscíveis e imprevisíveis.
Outro exemplo da confusão quântica foi que a matemática da teoria quântica
permitia a representação do elétron tanto em forma de partícula quanto em forma
de onda.
O elétron é uma onda ou uma partícula?
Se isso tudo lhe parece complicado, você está em boa companhia.
Neils Bohr, Werner Heisenberg e Wolfgang Pauli, todos laureados com o Prêmio
Nobel, debateram essas questões em Copenhague por mais de um ano.
Em fevereiro de 1927, finalmente tomados pela frustração, estavam todos
exaustos.
Precisavam de uma pausa e saíram de férias.

Meu propósito ao discutir ondas e partículas e a teoria quântica é voltar nossa


atenção para o fato de que os físicos estão tão confusos quanto nós.
Também quero dirigir nossa atenção para o fato de que os cabalistas nos fornecem
uma descrição do universo e de tudo que ele contém.
Nos ensinamentos da Cabala não há efeitos sem causa.
A dualidade onda/partícula não é incompreensível.
Explicada de maneira simples, como descrita pelo Rabino Isaac Luria, a dualidade
da natureza existia no momento da Criação.
Existe uma urgente necessidade de se entender o conceito cabalístico da causa e
efeito.
O Zohar reconheceu a inutilidade do processo de investigação que confia na
observação para associar causa e efeito.
O Zohar afirma que o simples fato de não sermos capazes de observar, traçar e
encontrar visualmente a causa de um efeito, não implica que não haja uma causa.
A causa primordial de toda a atividade terrestre e celeste tem origem nas ações do
homem.
As ações do homem, ainda que estejam separadas de seus efeitos pelo tempo, pelo
espaço e pelo movimento, não são perdidas nem esquecidas.
O problema está na incapacidade do homem de ver a totalidade do cenário, do
princípio ao fim.
Entretanto, essa falta de controle ou incompetência não deve nos conduzir à
desesperança ou ao sentimento de impotência que levou os já mencionados
ganhadores do Prêmio Nobel à sua decisão de aceitar o Princípio da Incerteza.
Não devemos abrogar (anular. abolir) nem desistir de nosso inalienável direito de
saber.
Einstein nunca aceitou o elemento de acaso no qual a teoria quântica se baseia.
A indeterminação da teoria quântica deixava-o insatisfeito.
Porém, esta objeção não foi a maior barreira a dificultar sua aceitação do quadro da
realidade proposto pela teoria.
A íntima relação de diferentes sistemas que não estão em contato espacial era uma
característica fundamentalmente diferente e nova.
Um princípio da física que ele prezava ainda mais que o determinismo era o
princípio da causalidade local — de que acontecimentos remotos e distantes não
podem influenciar instantaneamente objetos locais sem alguma mediação.
A descoberta de que há íntimas relações até mesmo em sistemas que não estão em
contato espacial atemorizou a maioria dos físicos, pois eles também consideravam
que o princípio da causalidade local era sagrado.
Qual é a teoria fundamental da causalidade local?
Essencialmente, ela afirma que acontecimentos em lugares distantes não podem
influenciar diretamente, e, principalmente, instantaneamente objetos que se
encontram aqui.
Um exemplo de causalidade local pode ser dado: se um incêndio irrompe a mil
milhas daqui, não há maneira de nos afetar diretamente.
O que pode acontecer é um amigo lhe telefonar imediatamente e contar sobre o
incêndio, mas isso é uma causalidade simples.
A informação sobre o incêndio foi transmitida por um sinal eletromagnético
observável. A causalidade local é, assim, um termo usado para descrever uma
relação física, observável, entre dois pontos ou entre uma causa e seu efeito.
Esse foi o princípio que ocupou o centro de todo o pensamento da física acerca de
nosso meio ambiente e dos assuntos relativos às nossas experiências cotidianas.
Aceitar uma relação entre objetos físicos sem uma conexão física observável era
inconcebível.
A teoria quântica, no entanto, transgride esse princípio de causalidade local.
Enquanto pensávamos em termos de fisicalidade para o mundo objetivo, esse
arranjo era suficiente como ponto de partida para a resolução de uma grande
quantidade de problemas, cuja consideração havia ocupado a humanidade nos dois
séculos anteriores.
Mas a teoria quântica alterou o equilíbrio.
A mudança de tom foi decisiva.
No começo do princípio do quantum ou, como alguns colocam, "o início da crise do
colapso atômico" (ilusório, de uma perspectiva cabalística), concebia-se o elétron
como indo em um rumo determístico em direção a um ponto central de atração.
Após o advento da mecânica quântica, aprendemos a abandonar a esperança de
explicar todos os fenômenos como relações entre objetos existentes no espaço e no
tempo.
O motivo fundamental para o fracasso do princípio da causalidade na física
subatômica é a impossibilidade de descrever os processos subatômicos em termos
espaço-temporais, que são adequados unicamente para objetos microscópicos.
Werner Eisenberg se expressou da seguinte forma acerca desse assunto:
Existe um conjunto de leis matemáticas exatas, mas não se pode interpretá-las
como a expressão de relações simples entre objetos que existem no espaço e no
tempo. As predições observáveis dessa teoria podem ser aproximadamente
descritas em tais termos, mas não de forma única.

Conseqüentemente, recentes avanços na física tornaram evidentes as limitações


das teorias da física clássica como sistemas de explicação universalmente
adequados. Esses mesmos avanços levaram também a um escrutínio crítico da
validade de muitos princípios tradicionais da pesquisa científica.
Obviamente, o mais importante deles é a visão clássica de que o propósito da
ciência é descobrir a ordem causal em que ocorrem os acontecimentos da natureza.
Considerando as limitações da física clássica, a busca de ordem causal
provavelmente não terá êxito.
O objetivo de uma ciência universal da física, cujas leis e teorias possuem uma
forma rigorosamente determinista, deve ser considerado como algo inerentemente
não cumprido.
Antes de proceder para a visão cabalística do nosso universo, creio ser necessário
chamar a atenção do leitor para as idéias e palavras de Max Planck, o descobridor
da teoria do quantum.
Se deve ser dado a algum homem o crédito de ser o pai da física moderna esse
homem é Max Planck, vencedor do Prêmio Nobel de 1918.
Planck assegurou seu direito a isto de forma incontestável em 14 de dezembro de
1900, quando anunciou sua formulação do conceito que eventualmente se tornou
conhecido como a teoria quântica.
A abordagem de Planck à física era de uma ordem elevada, devido às suas posturas
filosóficas e éticas. Ele afirmou que: "a consciência e a verdade são os ideais que
conduzirão os cientistas pelo caminho verdadeiro, tanto na vida quanto na ciência.
Irão lhes garantir não necessariamente resultados brilhantes, porém o maior bem
da humanidade, a saber, a paz interior e a verdadeira liberdade".
Se eu não soubesse quem foi Max Planck, o teria confundido com um cabalista.
Infelizmente, suas crenças e ideais não necessariamente ressoam no meio
científico.
Ele era honesto com seus semelhantes, mas, o que é mais importante, era honesto
consigo mesmo. Acredito e, pelo pouco que li, sei, que ele praticava o que pregava
e que descobriu o que somente verdadeiros cabalistas encontram em suas vidas, a
paz interior e a verdadeira liberdade.
A consciência e a verdade são tão necessárias na investigação científica quanto na
vida prática pessoal. Planck repetidamente pedia aos pesquisadores que não se
deixassem cegar por nenhuma nova descoberta intelectual e que nem fechassem os
olhos a resultados obtidos a partir de outro ponto de vista, que não se ajustasse
necessariamente às suas próprias idéias.
Ademais, Planck sustentava que a causalidade é completamente eclipsada pela
probabilidade indeterminada, e o microcosmo pelo macrocosmo.
Embora acreditasse na existência de uma unidade e harmonia fundamental na
natureza, não acreditava que a busca dessa característica básica da natureza
necessariamente conduzisse ao misticismo.
Considerava provável que novos padrões de unidade na natureza viessem a se
revelar no futuro.
Conseqüentemente, não é uma surpresa que com o atual aumento e com a ampla
propagação do interesse e da aceitação dos ensinamentos cabalísticos novos
padrões relativos à realidade e à unidade da natureza estejam emergindo.
O desdobramento e a revelação de novas idéias relativas ao nosso universo
remontam diretamente às novas, imprevistas e inesperadas descobertas
apresentadas pelo Rabino Ashlag em seu Estudo das Dez Emanações Luminosas.
Estão impregnadas com o espírito da metafísica e do misticismo que seguem os
princípios definidos pelo Rabino Isaac Luria, que compilou e organizou numerosas
observações pessoais e detalhes que se tornam parte de um quadro abrangente.

O objetivo deste texto é alcançar uma total compreensão da unidade na natureza,


como é apresentada pelo cabalista.
Os dilemas enfrentados pelos cientistas conscientes são múltiplos. Incluem a idéia
do suposto colapso do átomo, e um princípio indeterminado em nosso universo.
Max Planck certa vez escreveu:
Houve tempos em que a ciência e a filosofia eram de natureza diferente, se não
propriamente antagônicas entre si. Estes tempos se foram. Os filósofos perceberam
que não têm direito de ditar aos cientistas seus objetivos e os métodos para
alcançá-los; e os cientistas aprenderam que o ponto de partida de suas
investigações não se encontra somente na percepção dos sentidos, e que a ciência
não pode existir sem uma pequena porção da metafísica.
A física moderna nos impressiona particularmente com a verdade da antiga
doutrina que ensina que há realidades que existem à parte de nossas percepções
sensoriais, e que há problemas e conflitos onde essas realidades são mais valiosas
para nós do que os mais preciosos tesouros do mundo da experiência.
Houve uma época em que a física se preocupava unicamente com os objetos e
acontecimentos de natureza inanimada. A física do século vinte trouxe uma nova
era, a percepção de que a água, o fogo, o ar, as pedras e a areia eram compostos
de átomos e moléculas ativos e vibrantes.
O Rabino Ashlag estendeu essa nova e revolucionária perspectiva do nosso universo
ao incluir o elemento da consciência àqueles que foram certa vez considerados
pelos físicos como simples objetos inanimados.
Essa surpreendente revelação explicará muitas das anomalias que ainda afligem os
cientistas do século XX, a saber, a teoria quântica e seu acompanhante, o Princípio
da Incerteza.
Esses princípios da Nova Era levaram Einstein a escrever a um amigo: "Não consigo
suportar a idéia de que um elétron exposto a um raio, por sua própria e livre
decisão escolha o momento e a direção na qual quer saltar. Se for assim, prefiro
ser um sapateiro ou mesmo um empregado de uma casa de jogos do que ser
físico."
Incomodava-o a alegação de que o mundo físico objetivo consiste de blocos
componentes básicos, tais como os elétrons e os prótons, cujas ações individuais
desafiam a lei da causa e efeito.

Vamos agora dar início à nossa jornada rumo ao novo e significativo universo da
Cabala.
O primeiro passo indicado no mapa de nosso itinerário é o Gênesis, onde tudo
começou.
Sem dúvida, muitos dos meus leitores discordariam firmemente da minha
abordagem de que tudo começou com o Gênesis.
Não preciso me referir aqui ao número considerável de dogmas religiosos nos quais
a ciência física aplicou um golpe fatal.
O Gênesis, e a Bíblia em geral, nunca foram destinados a simbolizar uma forma de
religião.
Antes, a Bíblia inteira apresenta um projeto quântico do nosso universo.
A Bíblia, com suas narrações, contos e mandamentos, de acordo com as
interpretações zoháricas, é um código cósmico esperando ser decifrado.
É a esta tarefa que a Cabala se dedica.
Existem muitas questões que a ciência não é capaz de responder com segurança
com base na teoria e na experiência. O cientista pode apenas especular — assim
como todos nós. Se não é pela ciência, por onde então começamos nossa
investigação acerca de por que e como se originaram a vida e o universo?
Comumente, no mundo ocidental, nossa exposição inicial dessa questão é através
do relato bíblico do Gênesis.
Uma interpretação literal do Gênesis bíblico é vaga no que diz respeito ao que
exatamente se passou.
O Zohar, para o leitor não iniciado, é decididamente abstruso.
Felizmente, o Rabino Ashlag teve a percepção crucial para decifrar certas porções
do Zohar que revelavam a ordem precisa na criação e nos céus.
Conseqüentemente, de relatos bíblicos aparentemente insignificantes emerge a
interpretação zohárica, e portanto cabalística, do Big Bang.
O problema da origem última do universo físico e de por que ele surgiu deveria
estar dentro das fronteiras da ciência.
Os cientistas recentemente chegaram ao ponto de fazer sérias tentativas no sentido
de entender como pode o universo ter surgido do nada sem ter violar nenhuma lei
física.
A pergunta que devemos formular é: como pode algo vir à existência sem uma
causa?
A física quântica parecia realizar esse incrível fenômeno, visto que a mecânica
quântica é intrinsecamente indeterminista e imprevisível. A existência sem causa, o
efeito sem causa, se opõe à visão cabalística do nosso universo.
Essa doutrina não surgiu por motivos religiosos ou dogmáticos.
Conforme anteriormente mencionado, essa idéia incomodava Einstein e o induziu a
proferir suas famosas palavras: "D-us não joga dados com o universo."
Para o cabalista, a resposta de Einstein não tinha lugar dentro do léxico da Cabala.
Quando as experiências científicas validaram a conclusão de que é impossível
predizer de um momento para o outro como um sistema quântico se comportará,
as objeções de Einstein foram ridicularizadas.
A intuição e as emoções não podem determinar, nem determinam, as leis e os
princípios do nosso universo.
Einstein fez várias tentativas de reestabelecer a lei de causa e efeito, que tem
bases tão sólidas em nossa experiência diária. No mundo do quantum a mudança
espontânea não apenas é permitida, ela é inevitável.
Os princípios determinados e de incerteza foram as únicas conclusões que restaram
aos físicos quando foram confrontados com os fenômenos quânticos.
Isso conduziu à idéia de que já não era absurdo considerar que o universo veio a
existir espontaneamente do nada, sem uma causa.
Para o cabalista, essa noção é absurda.
Acreditar que um jornal diário veio a existir espontaneamente, sem causa, é tão
absurdo quanto considerar que todo um complexo universo surgiu sem uma causa.
O fato de os cientistas estarem dispostos a aceitar essas idéias, embora não
tivessem outras opções disponíveis, somente levou a outros problemas.
Do ponto de vista cabalístico, se fenômenos inexplicáveis persistem não se deve
fugir pelo caminho fácil e pedir ao Senhor que o problema desapareça.
Nossas egocentricidades devem ser colocadas de lado, evitando buscar refúgio em
noções inconclusivas.
Os cientistas ainda enfrentam a tarefa de explicar os processos físicos através dos
quais se formaram os sistemas organizados e a atividade complexa que impregnam
o universo, a partir do Big Bang.
O fato de que o mundo físico ao nosso redor tem a capacidade de se auto-criar e
organizar é uma propriedade profundamente misteriosa do universo. O fato de que
nós rotulamos essa força criativa como um aspecto chamado natureza ainda não
nos proporciona um entendimento da natureza dessa força auto-criadora.
Até mesmo a teoria do Big Bang, que atribui a uma explosão repentina o início do
processo de um universo em constante expansão, é incapaz de explicar
adequadamente como ele se expandiu justamente na velocidade certa e com uma
tão surpreendente uniformidade que possibilitou a criação das galáxias, das
estrelas, do espaço vazio, dos planetas e de outros fenômenos.
Alguns atribuem esse fenômeno à bizarra idéia de que tudo isso ocorreu ao acaso,
uma idéia que vai contra a natureza do ensinamento zohárico.
Outros explicam esse absurdo início e sua subseqüente evolução como uma
intervenção divina.
Seja qual for a explicação, não convence e nem deve convencer nenhum indivíduo
pensante.
Essas idéias contradizem os familiares meios físicos que observamos, que sugerem
que as coisas não funcionam aleatoriamente.
Por que então devemos entender e aceitar idéias bizarras tais como a de todo o
universo ter surgido sem uma causa.
A harmonia atômica e a unidade cósmica, que se mostram de maneira tão
elegante, indicam um universo pensante.
Quando foi a última vez que lemos o The New York Times enquanto todos os seus
empregados estavam em greve?
Será que o fazendeiro que plantou uma semente de maçã testemunhou a expansão
auto criativa de seu trabalho inicial — o surgimento de sua árvore?
A maioria de nós se impressiona com a beleza e com o requinte da natureza.
Contudo, enquanto alguns estão dispostos a crer que deve haver um propósito por
trás da existência, outros consideram o universo absolutamente sem sentido.
Esses cientistas atuais exercem uma forte influência sobre o pensamento
predominante.
Não deve, portanto, surpreender que a vida humana tenha se tornado tão
desprezível.
Face à postura da ausência de sentido, então qual é o sentido da existência do
homem?

Continua

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