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Constituição Estadual e Lei Orgânica Municipal Fase subseqüente à desativação do barramento, na qual,
tendo sido cumpridas e aceitas as exigências legais, o
Código de Mineração, Regulamento e Normas minerador se exime de qualquer compromisso sobre a
Regulamentares de Mineração manutenção ou monitoramento do sistema.
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3.9 Efluente do sistema de disposição de rejeitos d) áreas a montante de captação de água para abas-
tecimento público e atividades agrícolas, caso o
Fração líquida que retorna ao meio ambiente por via su- rejeito seja quimicamente ativo;
perficial e/ou subterrânea, após passar pelo sistema.
e) áreas a montante, com captação de água para
3.10 Ganga abastecimento público.
Minerais sem valor ou com pequeno valor econômico
4.1.3 O barramento deve ser preferencialmente implanta-
que ocorrem agregados ao mineral-minério.
do em:
3.11 Mineral-minério
a) locais com fundação firme e de baixa permeabi-
Espécie de mineral do qual podem-se extrair economi- lidade;
camente metais ou substâncias minerais.
b) locais que evitem interceptar cursos d’água pe-
3.12 Minério renes;
Agregado de mineral-minério e ganga que, no estado atu- c) locais em que uma eventual ruptura não cause sé-
al da técnica, pode ser normalmente utilizado para extra- rios transtornos e prejuízos à população e pro-
ção econômica de um ou mais metais. priedades vizinhas;
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c) de modo a permitir, no caso de rejeitos tóxicos, a básicas publicadas pelo ICOLD (Internation Committee
liberação do efluente final dentro dos padrões pre- on Large Dams), as quais devem ser complementadas por
vistos pela legislação ambiental. bibliografia nacional e internacional sobre o assunto, quan-
do e onde for julgado necessário.
4.3 Projeto do barramento
Nota: Para elaboração e apresentação de projeto de disposi-
ção de rejeitos de beneficiamento em barramento, em
O projeto e monitoramento das obras componentes do mineração, devem ser abordados seqüencialmente os
barramento devem seguir, onde for aplicável, as diretrizes itens constantes do Anexo.
/ANEXO
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SUMÁRIO
Neste item deve ser feita breve apresentação do conteú- - identificação do processo junto aos órgãos com-
do do documento: nome da barragem, tipo de rejeito a ser petentes;
armazenado, localização e proprietário, data para início de
operação e vida útil prevista. - identificação do proprietário do solo;
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a) localização geográfica da bacia hidrográfica; Neste item são descritos os dados utilizados, tanto os dis-
poníveis anteriormente, como os obtidos especialmente
b) características físicas da bacia hidrográfica: para o projeto. Devem ser relacionados os seguintes da-
dos:
- clima e condições meteorológicas com ênfase
nas variações de precipitação, umidade relativa
a) plantas topográficas da bacia hidrográfica e do lo-
do ar, temperatura e direção e velocidade dos
cal do barramento, explicitando-se as caracterís-
ventos;
ticas do levantamento topográfico;
- geologia regional e local;
b) fotointerpretação e reconhecimento geológico de
- geomorfologia e topografia; campo nas áreas do barramento, do reservatório, e
fontes de materiais de construção;
- solos;
c) investigações geológico-geotécnicas indiretas e
- hidrologia superficial: podem ser apresentadas diretas de campo executadas na fundação e fon-
observações fluviométricas e sedimentométri- tes de materiais naturais de construção. Devem
cas relativas a um período mínimo de um ciclo hi- ser apresentados os boletins das sondagens con-
drológico completo; descrição da rede hidromé- tendo amarração planialtimétrica dos furos ou li-
trica e caracterização da qualidade das águas; nhas de investigação indireta, a identificação da
empresa executora dos serviços, e os métodos
- hidrogeologia: podem ser apresentados o inven- utilizados;
tário dos pontos d’água, a potenciometria e di-
reção dos fluxos das águas subterrâneas, a pro- d) ensaios geotécnicos de campo e laboratório exe-
fundidade da água subterrânea nos aqüíferos li- cutados para caracterização da fundação e dos
vres, a caracterização das áreas e dos proces- materiais naturais de construção. Devem ser apre-
sos de recarga, circulação e descarga do(s) sentados os boletins individuais dos ensaios, a
aqüífero(s) e a caracterização físico-química e identificação da empresa executora dos serviços e
biológica das águas subterrâneas; os métodos utilizados nos ensaios;
c) características bióticas e dos ecossistemas na- e) ensaios de caracterização do rejeito, caso na eta-
turais: descrição de fauna e flora, destacando as pa de projeto já esteja disponível material para es-
espécies indicadoras de qualidade ambiental, de tas análises. À semelhança da alínea anterior, de-
valor científico e econômico, raras e ameaçadas vem ser apresentados os resultados das análises
de extinção e as áreas de preservação permanen- estatísticas ou boletins individuais de ensaios, a
te. Enfatizar as áreas de comprometimento da co- identificação das empresas executoras dos servi-
bertura vegetal e alternativas de refúgio faunístico; ços e os métodos utilizados;
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f) registros de estações fluviométricas localizadas f) cálculo dos hidrogramas das cheias de projeto,
nas proximidades da área de implantação do bar- empregando o método mais adequado, de acordo
ramento, em bacias hidrográficas com caracterís- com a disponibilidade de dados;
ticas físicas semelhantes àquelas drenadas pelo
curso d’água de interesse; g) determinação da cheia de projeto, levando-se em
consideração os aspectos do volume de reserva-
g) registros de estações fluviométricas localizadas tório, altura de barragem e riscos a jusante;
na bacia hidrográfica de interesse ou nas proximi-
dades da área, observando-se a homogeneidade h) estudo de laminação e amortecimento da cheia
hidrológica regional; de projeto no reservatório, fixando as dimensões
básicas dos órgãos extravasores;
h) estudos de precipitação máxima provável (PMP)
já realizados para a região de implantação do em- i) cálculo da borda livre e fixação das cotas de coroa-
preendimento; mento das etapas de construção do maciço;
i) análises para caracterização da qualidade das j) estudos sedimentológicos do rejeito e dos sólidos
águas subterrâneas e superficiais na área de influ- provenientes de erosão a serem retidos, visando à
ência do barramento; estimativa do volume de assoreamento, adensa-
mento, classificação e qualidade efluente e previ-
j) dados de engenharia de processo referente à pro- são de vida útil do reservatório;
dução de rejeito (volume de material por unidade
de tempo, concentração de sólidos em peso e den- k) estudo de regularização de vazões, balanço hídri-
sidade da polpa, caracterização físico-química e co e sedimentológico do reservatório, no caso de
mineralógica da fração sólida e líquida). aproveitamento com múltiplas finalidades (reten-
ção de sedimentos exógenos e rejeitos, controle de
A-3.4 Estudo de alternativas cheias, regularização fluvial para abastecimento
ou recirculação de água industrial).
Neste item deve ser apresentado um resumo dos estu-
dos das alternativas consideradas para disposição dos A-3.6 Estudos hidrogeológicos
rejeitos. Devem ser estudadas alternativas de utilização
Os estudos hidrogeológicos objetivam o conhecimento
múltipla do reservatório, local do barramento, tipo de bar-
do aqüífero local e as interferências a serem introduzidas
ragem, etapas de construção e sistemas de lançamento
pela obra projetada. Neste item são descritos os estudos
do rejeito. Devem ser apresentadas as vantagens, des-
efetuados, caso necessário, e que devem conter as seguin-
vantagens e impactos de cada alternativa e a justificativa
tes informações:
da opção pela solução selecionada. Devem ser referen-
ciados, para eventual consulta, os documentos elabora-
a) localização, natureza, geometria e estrutura geo-
dos para estes estudos.
lógica dos aqüíferos locais e regionais;
A-3.5 Estudos hidrológicos, hidráulicos e sedimento-
b) recarga, armazenamento, fluxo e descarga (natu-
lógicos
ral e artificial);
Neste item são apresentados os estudos hidrológicos c) relações com águas superficiais e com outros
efetuados, que devem constar basicamente de: aqüíferos;
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cas geológico-geotécnicas relativamente à permeabili- A-3.7.2.3 Em agregado graúdo para filtro, transição e ro-
dade, resistência e deformabilidade dos materiais de fun- cha para enrocamento, deve ser apresentado o cadastro
dação para as análises de percolação e estabilidade. dos locais de obtenção e descrição geológico-geotécni-
ca dos materiais, incluindo avaliação do potencial e desa-
A-3.7.1.3 Eventualmente, em locais com condições de gregação do material; caso este potencial seja considera-
fundação francamente favoráveis, e em barramentos de do de importância, devem ser apresentados ensaios de
pequena altura (por exemplo: rocha sã pouco fraturada, ciclagem do material.
solo argiloso muito rijo), e obras de pequeno porte, que
possam ser avaliadas após uma inspeção de campo e A-3.7.3 Rejeito
execução de furos a trado, podem ser dispensadas as
investigações por sondagens mecânicas, sendo, no A-3.7.3.1 Devem ser apresentados ensaios de laborató-
entanto, necessária a avaliação criteriosa das caracte- rios para caracterização e determinação dos parâme-
rísticas dos materiais de fundação. tros geotécnicos da fração sólida do rejeito:
A-3.7.1.4 Deve ser feita também avaliação das condições a) granulometria com sedimentação;
de estanqueidade e estabilidade das encostas do re-
servatório, para a implantação da obra. b) densidade real dos grãos;
A-3.7.1.5 No caso de rejeito tóxico e de condições hidro-
c) limites de Atterberg;
geológicas desfavoráveis, podem ser necessários en-
saios especiais de percolação do fluido por amostras de
d) permeabilidade.
fundação para avaliação do potencial de reação e neutra-
lização do solo com o fluido.
A-3.7.3.2 Em função do tipo e porte do barramento e de
A-3.7.2 Materiais de construção
não se dispor, na bibliografia, de parâmetros de resistên-
cia de materiais semelhantes devem ser executados en-
A-3.7.2.1 Em solo para maciço saios para obtenção destes.
a) devem ser apresentados os resultados das inves- A-3.7.3.3 No caso do local do barramento estar sujeito a
tigações executadas para caracterização tec- abalos sísmicos, de natureza tectônica ou escavações a
nológica dos materiais, assim como a delimitação fogo próximas, e o maciço poder ser executado com ou
e cubagem das áreas de empréstimo; sobre o rejeito, devem ser feitos ensaios para verificar o
potencial de liquefação no material.
b) os ensaios de campo devem consistir em den-
sidade e umidade “in situ” para avaliação do em- A-3.7.3.4 Caso os rejeitos possuam fração argilosa sig-
polamento e em possíveis problemas construti- nificativa, devem ser apresentados ensaios de aden-
vos na compactação do material; samento, se necessário com consolidômetros de lama.
Em função do porte e do tipo do barramento, recomenda-
c) os ensaios de laboratórios podem ser subdividi- se a execução de ensaios em escala piloto e/ou em
dos em dois tipos: reservatórios com materiais semelhantes, para avaliação
mais precisa das características do rejeito.
- de caracterização do material: de granulometria
com sedimentação, limites de Atterberg e com- A-3.8 Descrição do barramento
pactação Proctor Normal;
A-3.8.1 Neste item devem ser apresentadas as caracte-
- especiais, de definição dos parâmetros geotéc- rísticas do reservatório e das obras constantes do barra-
nicos: permeabilidade, adensamento, cisalha- mento, incluindo:
mento direto e ensaio triaxial;
a) elevação, comprimento e largura da crista;
d) a necessidade da execução de ensaios especiais
deve ser avaliada após os resultados dos ensaios
b) altura máxima da barragem e seus alteamentos;
de caracterização; caso a obra seja de pequeno
porte e risco, ou se for possível correlacionar os
c) tipo do maciço da barragem e/ou diques;
resultados de caracterização com dados obtidos
na bibliografia publicada, os ensaios podem ser
d) drenagem interna e superficial;
dispensados;
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A-3.8.2 No caso de rejeito tóxico, devem ser descritos como deve ser contemplada a possibilidade de não im-
também os seguintes itens: plantação e desativação do empreendimento.
a) sistema de recirculação de água em circuito fe- A-6.2 Deve ser feita uma avaliação abrangente dos impac-
chado; tos sobre os meios físicos, biótico e sócio-econômico, na
área de influência do empreendimento.
b) sistemas de tratamento do efluente;
A-6.3 Os impactos ambientais devem ser detalhadamen-
c) dispositivos de emergência na falha eventual dos te descritos, identificados e classificados conforme se-
dois sistemas acima; jam: diretos e indiretos, benéficos e adversos, temporá-
rios, cíclicos e permanentes, imediatos, de médio ou lon-
d) sistemas de impermeabilização; go prazo, reversíveis e irreversíveis, locais e regionais.
e) sistemas de proteção da área (cercas, placas de A-6.4 Deve ser apresentada síntese conclusiva dos im-
aviso, etc.). pactos em cada fase prevista para o empreendimento,
abordando a magnitude e suas interações, os métodos
A-3.8.3 Deve ser apresentada uma justificativa sucinta da de identificação destes e os critérios adotados para a in-
adoção das características descritas em A-3.8.1 e A-3.8.2. terpretação e análises das respectivas interações.
A-4 Descrição do sistema de transporte e A-6.5 Devem ser apresentadas as medidas mitigadoras
lançamento de rejeito e/ou minimizadoras dos impactos previstos.
Neste item deve ser apresentada a descrição do sistema A-6.6 Devem ser apresentados os planos de manejo flo-
de transporte e lançamento de rejeito, tanto na sua parte restal para introdução ou reforço da faixa de entorno do
inicial como na evolução do sistema durante a vida útil do lago, que passará a constituir a faixa de preservação per-
barramento. As informações devem conter as caracte- manente na última etapa de alteamento do projeto do bar-
rísticas básicas deste sistema que possam influir no pro- ramento.
jeto e construção do barramento e operação do reserva-
tório. A-7 Monitoramento
A-5 Análise e dimensionamento das obras A-7.1 Neste item devem ser apresentados o sistema de
componentes do barramento instrumentação previsto e o programa de monitoramento
a ser implementado durante a vida útil do barramento,
Neste item devem ser apresentados, de forma sucinta, assim como uma breve descrição das ações a serem
as análises e dimensionamento das obras componentes tomadas no caso de surgimento eventual de situações
do barramento, compreendendo: que possam pôr em risco a segurança ou operacionalida-
de do barramento.
a) projeto hidráulico do extravasor de cheias e da dre-
nagem superficial; A-7.2 O monitoramento a ser apresentado deve visar, prin-
cipalmente, aos seguintes itens:
b) projeto hidráulico dos dispositivos de desvio de
cursos d’água durante ou após a implantação das a) segurança estrutural do corpo do barramento;
obras;
b) qualidade estrutural do corpo do barramento;
c) análise de percolação pela fundação e maciço; no
caso de rejeito tóxico e em função do tipo de fun- c) erosão e assoreamento;
dação, deve ser verificada a eficiência de disposi-
tivos adicionais de impermeabilização na bacia; d) tempo de vida útil do reservatório;
A-6 Impacto ambiental A-7.4 No caso dos instrumentos a serem instalados (pie-
zômetros, marcos superficiais, etc.) devem ser forneci-
A-6.1 Devem ser apresentados os impactos ambientais dos: objetivo, informações e justificativa de escolha de ca-
nas fases de planejamento, implantação e operação, bem da instrumento.
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A-7.5 No caso de ações de emergência, devem ser apre- b) no caso de rejeito contendo resíduos perigosos,
sentados os seguintes dados: a neutralização do fluido e recobrimento da praia
com solo argiloso, colocação de cercas e avisos
a) métodos emergenciais de rebaixamento do nível preventivos ao longo do reservatório para se evita-
d’água do reservatório; rem acidentes com pessoas e animais de porte,
conforme previsto na NBR 10157;
b) mapas de inundação para condições catastrófi-
cas, no caso de ruptura da barragem; c) construção de extravasor de superfície livre, para
vazão correspondente à EMP (Enchente Máxima
c) métodos emergenciais para evitar ou minimizar a Provável);
contaminação, por fluido tóxico, dos cursos
d’água a jusante, devido a eventual falha dos dis- d) programa de cobertura vegetal sobre a praia de
positivos de neutralização e ou extravasamento de rejeitos, para minimizar a erosão pluvial e eólica.
cheias extraordinárias.
A-9 Cronograma de empreendimento
A-7.6 Deve ser elaborado, periodicamente, laudo de ins-
peção de barramento, contendo os dados básicos, ob-
Neste item deve ser apresentado o cronograma físico do
servações, gráficos de acompanhamento das leituras
empreendimento, constando as fases de implantação,
dos instrumentos, diagnóstico do comportamento e re-
operação e desativação do sistema. Para a fase de opera-
comendação.
ção deve ser apresentada a previsão da produção mensal
A-8 Medidas para desativação e acumulada de rejeito. No caso do barramento ser altera-
do por etapas, estas devem ser apresentadas.
Neste item devem ser apresentadas as medidas a serem
implementadas para a desativação do barramento. As A-10 Documentos de referência
medidas devem ter como objetivo permitir a existência
segura e não poluente do barramento, sem necessidade Neste item devem ser listados todos os desenhos, rela-
de manutenção, após a cessação da atividade de mineração tórios, memórias de cálculo e demais documentos ne-
na área. Estas medidas devem ser, entre outras: cessários à elaboração do projeto.