You are on page 1of 9

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
LABORATÓRIO DE ECOLOGIA VEGETAL
DISCIPLINA: SILVICULTURA

Atividade 04
(Relatório do plantio de Aroeira-do-Sertão)

Estudante: Weslley Anderson Cabral Martins


Professor: Leonaldo Alves de Andrade

AREIA – PB
SETEMBRO, 2018
INTRODUÇÃO

A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) é espécie arbórea


pertencente à família Anacardiaceae que apresenta distribuição natural limitada a
América do Sul, ocorrendo naturalmente desde o Ceará até a Argentina e Paraguai,
sendo encontrada em formações vegetais de caatinga, cerrado e floresta pluvial (Lorenzi
& Matos, 2002). Essa espécie vem sendo muito explorada em função das propriedades
químicas, biológicas e medicinais. Em virtude da presença, na casca, de grandes
quantidades de taninos, tem sido muito utilizada na indústria de curtimento de couros e
medicina popular nordestina no tratamento de doenças dermatológicas, ginecológicas e
como cicatrizante natural (Souza et al., 2007).

As sementeiras são os locais onde as sementes são postas para germinar e


posteriormente serem transplantadas para as embalagens (sacos para mudas). Por uma
razão lógica, de procurar ter uma uniformidade entre as mudas, fazem com que essas
sementes sejam, muitas vezes, postas para germinar nas sementeiras ao invés de serem
semeadas diretamente nas embalagens. Portanto, este relatório tem como objetivo
apresentar a importância de alguns fatores de manejo na produção de mudas,
especificamente relacionado ao manejo das sementeiras.

NOMENCLATURA

Nome científico: Myracrodruon urundeuva Allemão


Família: Anacardiaceae
Sinônimos: Astronium urundeuva Engl. e Astronium juglandifolium Griseb.

Nomes vernaculares: almecega; arendeúva; arendiuva; arindeúva; aroeira-d'água;


aroeira-da-serra; aroeira-de-mato-grosso; aroeira-do-campo; aroeira-do-ceará; aroeira-
do-cerrado; aroeira-do-sertão; aroeira-legítima; aroeira-preta; aroeira-vermelha; aruíva;
árvore-da-arara; chibatan; gibão; gibatão; itapicurus; orindeúva; orindiuva; pandeiro;
ubatan; ubatani; urindeúva; urindiúba; uriunduba; urunday e urundeúva. Na Argentina,
urundel, na Bolívia cuchi e no Paraguai, urunde´y mi.

Origem/significado do nome: o nome da aroeira é uma simplificação do vocábulo


araroeira, derivada de arara, com acréscimo da terminação eira (lugar), isto é, árvore da
arara, por ser planta em que de preferência essa ave pousa e vive.
 Descrição e uso da Aroeira-do-Sertão

Embora os dados sejam insuficientes, a urundeúva é super explorada devido a sua


madeira resistente e agrupamentos dessa árvore, que antigamente era dominante na
caatinga, estão desaparecendo.

É uma das principais plantas da medicina nordestina, conhecida pelo seu uso na
forma de semicúpio (banho-de-assento) após o parto, em que emprega o cozimento da
entrecasca.

Esta mesma preparação é indicada também para o tratamento caseiro de afecções


cutâneas e problemas do aparelho urinário e das vias respiratórias.

Estudos e observações clínicas permitem recomendar seu uso oral como anti-
inflamatório, cicatrizante, indicado no tratamento de ferimentos infeccionados ou não,
na pele, nas gastrites, úlcera gástrica, cervicite, vaginites e hemorroidas.

 Reprodução

Em condições naturais, as sementes desta espécie perdem o poder germinativo em


pouco tempo.
A colheita de sementes é dificultada pelo reduzido tamanho, pois
a semente assemelha-se a uma pimenta-do-reino; as sementes são aladas e de maturação
rápida.
Os frutos só devem ser coletados plenamente maduros, quando apresentam-se
firmes, com aspecto ruguso, coloração marrom-escura e com início de dispersão, pois
imaturos não germinam.
Outro problema é que o ponto ótimo de maturação ocorre na primavera, quando
chuvas e vendavais podem inutilizar as sementes.
As sementes (frutos) devem ser postas para germinação, logo que colhidas e sem
nenhum tratamento, em canteiros com substrato arenoso enriquecido de matéria
orgânica. A germinação é superior a 80%.

 Utilização

É utilizada para cercas, seja como mourão, esticador, batente, estaca, palanque ou
balancim. É ainda usada em construções externas como vigamentos de pontes, caibros,
pinguelas, postes, esteios, moendas de engenho. Para obras internas, como tacos para
assoalhos, objetos de adorno, tabuados, móveis e peças torneadas. Os dormentes
comuns de aroeira apresentam uma duração média de 25 anos. É uma boa madeira para
carvão e lenha.

 Forrageiro

As folhas são usadas como forragem na Região Nordeste, principalmente na


época da seca.

 Medicinal

As cascas são empregadas contra bronquite, tuberculose, doenças do aparelho


urinário, inflamações, ferimentos, cicatrizes pós-parto, diabetes e gastrite. Casca, folha e
raiz são usadas como balsâmicas e hemostáticas.

Como é rica em tanino (cerca de 15%), a aroeira tem propriedade adstringente, daí
seu efeito de contrair, fechar, cicatrizar.

 Ornamental

A árvore, pela beleza de sua copa aproximadamente cônica e, por outras


qualidades ornamentais, é indicada para a arborização em geral. Seu inconveniente é a
perda das folhas durante o inverno.

 Ocorrência

Ocorre desde o Ceará até o estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. É mais
frequente no nordeste do país, oeste dos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e
sul dos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

 Madeira

Madeira muito pesada (densidade 1,19 g/cm3), de grande resistência mecânica e


praticamente imputrescível; alburno diferenciado do cerne e facilmente decomposto.

 Origem

É nativa da caatinga e do cerrado, desde o estado do Ceará até o estado do


Paraná, no Brasil. Encontrada também na Argentina, Paraguai e Bolívia.
No estado de São Paulo, ocorre em ecótonos com vegetação de cerrado
na floresta estacional semidecidual do noroeste e na decidual de transição, estando na
lista oficial das espécies ameaçadas, na categoria VU (vulnerável).

 Descrição da sementeira
Devido ao baixo percentual de germinação das espécies florestais, convém
utilizar sementeiras para realizar o semeio das sementes e posterior repicagem para
recipientes maiores, que devem ter proteção com malha que permita a passagem de 50%
da irradiação solar, e por fim o plantio no local definitivo. Estas sementeiras podem ser
fixas ou móveis.
A utilização de sementeiras vem com o objetivo de promover melhores
condições de germinação para as sementes, utilizar maior quantidade de sementes do
que se fossem semeadas nos recipientes (saquinhos), obtendo assim, um número maior
de plantas germinadas possibilitando ao agricultor escolher as plantas mais vigorosas e
uniformes para a repicagem e posterior plantio no local definitivo.
Outro aspecto importante é a realização da irrigação dos canteiros de semeadura e
das mudas em estágio inicial de desenvolvimento. Essas irrigações devem ser realizadas
no início da manhã e/ou no fim da tarde. O substrato deve permanecer úmido e não
encharcado, pois o excesso de água, que é mais prejudicial do que a falta, diminui a
quantidade de O2 no solo, impedindo o crescimento das raízes, aumenta a lixiviação dos
nutrientes e ocasiona a formação de um microclima que propicia o surgimento de
doenças.

 Objetivo
A aula pratica realizada no dia 28 de agosto do corrente ano, teve por objetivo,
ensinar aos alunos do curso de Agronomia os procedimentos corretos para realizar o
transplante de mudas de aroeira-do-sertão para os saquinhos.

DESENVOLVIMENTO
A aula prática do dia 28 de agosto de 2018, foi realizada no departamento de
Fitotecnia e Ciências Ambientais do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal da Paraíba. O professor da disciplina nos conduziu até a área do viveiro de
mudas, e nos mostrou a forma correta de se realizar uma sementeira de aroeira-do-
sertão.
O leirão ou canteiro para o semeio das sementes já estava preparado, as
sementes foram distribuídas sobre este leirao de forma igual e homogenia sobre toda a
sua extensão, após isso, cobriu as sementes com uma leve camada de solo para melhorar
o contato da semente com o solo, aumentando a absorção de umidade e proporcionando
melhor germinação e por fim, cobriu as sementes com capim seco para diminuir a
incidência de raios solares sobre as mesmas, e proporcionar a formação de um
microclima que auxilia no processo de germinação.

Foram transplantadas 804 mudas de aroeira-do-sertão para os saquinhos, sendo


que 288 mudas chegaram a morrer e 516 tiveram êxito em seu desenvolvimento,
resultado em 64,2% de sucesso.

CONCLUSÃO

Ao término da aula e através das explicações do professor Leonaldo, ficou claro


a sequência correta dos procedimentos que se deve adotar para efetuar corretamente o
transplantio de Aroeira-do-sertão, ou qualquer outra cultura, em sementeira.
REFERENCIAS

LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e


exóticas cultivadas. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 512p.

SOUZA, S.M.C. et al. Antiinflammatory and antiulcer properties of tannins


from Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) in Rodents. Phytotherapy
Research, v.21, p.220-5, 2007.
ANEXOS

Figura-1. Sementeira de Aroeira do sertão. (Fonte. Weslley Anderson Cabral Martins)

Figura-2. Seleção de mudas para o transplantio (Fonte. Weslley Anderson Cabral Martins)
Figura-3. Perfuração do substrato para recebimento das mudas (Fonte. Weslley Anderson Cabral Martins)

Figura-4. Transplantio das mudas de Aroeira do sertão (Fonte. Leonaldo Alves de Andrade)

You might also like