Ao
Conselho de Administragao da
SPORTING CLUBE DE PORTUGAL ~ FUTEBOL, SAD
Estadio José Alvalade
Rua Prof. Fernando da Fonseca
Apartado 42099
1601-801 Lisboa
Lisboa, 34. de Maio de 2018
Assunto: Rescisio com justa causa do contrato de trabalho desportivo.
Exmos. Senbores,
Considero que uma sucesso de factos imputiveis & Sporting Clube de Portugal, Futebol
SAD sio violadores das obsigagdes legais e contratuais que impendem sobre esta SAD, na
quilidade de minba entidade empregadora, sendo os mesmos atentatérios da minha dignidade
profissional e pessoal, tendo, além disso, colocado em causa a minha seguranga ¢ integridade fisica,
fazendo-me temer pela vida ¢, sobretudo, inviabilizado as condigdes minimas para exercer a minha
atividade de jogador profissional de futebol 20 servigo da Sporting Clube de Portugal, Futebol
SAD.
A) ENQUADRAMENTO LEGAL:
Importa, desde jf, reter o seguinte quadro legal e convencional, no que a0 caso interessa:
1. Nos termos da Lei n.2 54/2017 de 14 de julho, que disciplina o regime juridico do
contrato de trabalho desportivo (RJCTD), constituem, nos termos do disposto no artigo 11.°,
deveres da entidade empregadora desportiva:
“ Pana além dos prevstos om insirumento de egulamentaga caletiva, so deveres da entidade enppregadora
desportiva, ema especial
1) Praporionar aes pratzantes desprtioos as condies neesinias & partcipayao desportiva, ber como a
partsiparioefetiva mos treinas¢oulrasalividadespreparatiias on instruments daconppetigao desprtoa;
D Promovero respite pelas rgras da ica desportiva mo desenvolvimento da atoidade desportva,”Qo
Actesce que, no artigo 12° do mesmo diploma legal, a propésito da defesa dos diccitos de
personalidade, se estataf 0 seguinte:
“tA. entdade erpregadora deve respeitar os dvetos de personalidad do praicante desprtvo, sem
pryinizo das linitasies justficadas pela expecifcidade da atividade desportva
2. B proibido o assédio no dmbito da relagae laboral desportiva, nos termos presistos na lei geral do
trabalbo.”
2, Por outro lado, o CCT entre a Liga Portuguesa de Futebol Profissional e 0 Sindicato dos
logadotes Profissionais de Futebol, (se)publicado no BTE n.° 8, 1. Série, de 28.02.2017, estatul,
‘no seu artigo 12°, como deveres dos clubes ¢ sociedades desportivas:
“a) Tratar¢ respitaro jogador como sex colaborader;
) Proporcionartie boas candies de trabalho, assegurando os meios tnios e Humanos necesirios ao
‘bra desempenbo das suas funyies;
f) Gunprie todas as demais dbrigayesdecorentes do contrato de trabalho desportiva ¢ das normas que @
regen, been creo das regras de disipina ica desportiva.”
3. Por seu turno, 0 Cédigo do Trabalho, no seu attigo 29.°, profbe o assédio, definindo o
mesmo nos seguintes termos:
“= Bntende-se por assédio 0 comportanento indesejado, nomeadamente 0 bastado em factor de
diserininasao, pratcado aquando do acesso ao enprege ou no priprio emprego, trabalho on formasao profisional,
cam 0 objetivo on 0 feito de perturbar ow constranger a pessoa, fetara sua dignidade, ow de le criar ume anubiente
intimidativo, botl, degradante, bunilbante on desestabilizadar.”
‘Além disso, consagram-se no artigo 126.° os seguintes deveres gerais das partes:
“1 -O empregador ¢9 trabalbador devem proceder de boa fé no exertio das seus direitos ¢ no cumprimento
das resptioasobrigases.
2 - Na execuso do conirate de trabalho, as partes desem colaborar na obtengao da maior produtividade,
‘bem como na promogao buomana, prfissional e social do trabalbador,”
Constituindo, nos termos do disposto no artigo artigo 127° do mesmo diploma leg,
deveres do empregador, nomeadamente:
4) Respeitar ¢ tratar 0 trabalbader com urbanidade ¢ probidade;
) Proporcionar boas condigées de trabalho, do ponto de vita fisco ¢ moralsQe
4) Contribnir para a elenagae da produtvidade e enpregabilidade do trabalhador, vomeadamente
propondionand-lbeformagio profisional adeguada a derenalver a sna gualifcato;
g) Provenr rscos doenzas profissionais, tendo enr conta a protegao da seguranya e saide do trabalbador,
dlevendo indemnizc-l dos proadzos resiltantes de acidentes de trabalho.”
Em consequéncia, nos termos do disposto no n° 3 do artigo 23:° do RJCTD constitu justa
causa da resolugio do contrato de trabalho desportivo pelo praticante o incumprimento contratual
grave e culposo.
B, nos termos do estatuido no artigo 394.° do Cédigo do ‘Trabalho, constituem justa causa
de resolugio do contrato pelo trabalhador, nomeadamente, os seguintes comportamentos do
empregador:
“b) Violagao enipasa de garantias leas ou convencionais do trabalbador;
) Aplicasio de sangio abusiva;
) Falta culposa de condigies de seguranga e sade no trabalho;
4) Lesa eulpose de interesses patrinoniais sérias do trabalbadors
D) Ofensa d integridade fisia ou moral, liberdade, honra on dignidade do trabalbader, puniel por lei,
praticada pelo empregador ou seu rapresentante.”
Ora, feito o enquadramento legal, importa atentar nos factos que imputo & Sporting Clube
de Portugal, Futebol SAD, para se verificar que, de forma grave, culposa ¢ sciterada foram violados
‘0s meus direitos e posta em causa a minha dignidade, pessoal ¢ profissional, quer de forma direta
quer indizeta, através do condicionamento do grupo de trabalho, tornando-se inexigivel
manutengio do vinculo contratual.
Se nfo vejamos,
B) OsFacros:
1. A pattir de Janeiro do cosrente ano o Presidente da Sporting Clube de Portugal - Futebol
SAD comesow a colocar uma pressfio inaceitével em todos os jogadores ¢ na equips, insinuando
que os maus resultados seriam responsabilidade de falta de profissionalismo dos jogadores,
Assim, e por exemplo, na sequéncia do empate da equipa com a equipa do Vitéria de
Setibal enviou a0 Capitéo de Equipa, Rui Patricio, a seguinte mensagem: