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3 De como A Reve SOcIAL AFETA A SAUDE DO INDIVIDUO_E A SAUDE DO INDIVIDUO AFETA A Reve Socia Existe fort evdéncia de que uma rede social pessoal estive, sensiel ative confidvel protege a pestoa contra dosngas, tun como agente de ajude c eneaminhament,afeta a porinenla ‘epider da ulizagio de servigos de sade, aceera os procesos de fur, e aumcnia a sobrevida, ou soja, € goradora do sie, tam bem existe evidéncin de que a resenga de doenga ma pesoa ‘ecialmente uma doenga de cuno prolongado como 0 cine, @ esquizofreni, mal do Ateheimer, doengasneurelgics, et. de- {eriora a qualidade do sua interacio socal ea long prez, reduz 0 tamanho (0 niimero de habitantes) ¢ a possibilidade de acesso a sua rede social, Esta dpa ago permite diner creulos virtuosos nos ahi presenga de uma rede social substance protege a saide do invo ea satide do individuo mantém a red soci assim como cireiosvieisos nos gus a presen de una doenga eénica~ on tna define ov uma diftudade erénica de qualquer tipo uma estou afetanegatvaments rede social dessa pessoa (reqlen- temente com maior intensidade a ode que ultapassa & familia nuclas,o qe, por sia ver, ter um impacto nepativ sobre aside dbo indviduo ou Go grupo intimo, coisa que, por ca vez, aumentard a retro da rede, © assim por dante, em espiral de deteroragio reciproca, ‘Reve Soc ms Pucca Serna Armen rane [A premissa de que ndependenemente de outa varies as pessand meno ines soament tm sor probed do Toro, paacolociloemermos menos drandtico, dequc existe tins comelagiodreta entre qualdade dared sociale guaidae da de, pode er eppaldada por amplaeidenca deriva de vrian Investigates clic eicemolisens rovavelment,aprincira evidenia contestivel sobre essa conlaglo fol fomecida por uma pesguls que aria as ports da Sovtloa empiric, qual ss 0 clssicoextdo de Dur (2807) sobeu sito, que detnonston gus existe una maior pro {ttitdadede suteido nos invduon nis olds socialment, em Compara com squces ue ossiem wma fe social als am pin accel ntgrada ‘put ds endo, diversas investiganesepidemio\gicscon- fimaram a conelagdo posiiva ene rede sociale sade. De at, {handy se compara stones slevas de populya0 caractrza” disporindviduossociamenteslados por exemplo, soteox(s) fst viios(as) com poueos amigos e pot partciagto em ave dhe soci informal (cabs) on formas (alos) = om amostas a> populagdo de individuos socialite mais ntgrada, pode-se ermonst ue primeira conn maior prevalences de bereloso Holmes, 1956), acidentes (Tilmam © dbs, 1949), rscos de Snares do miocdnio (Reed sca, 1983; Oth-Gomer eal, 1993), Shsim como mare iialdades na recuperago quando da ocr. ‘lncia do um ealarte (Mali etal, 1973), e mals satomas Discos ‘emocionas em pessos qe perdram acu tabalho (Gore, 1973). {Para uma stage mais exasiva, f Whitaker eGureran, 1983; Fils Hiller Pass, 1986) ‘Contd, pouces investigates forneciam dados ue penis sem gear uma inesprelagdo canal cals de rela socials {Sia a5 condos ue favorecem a docnga ov a morte? Ou ser fue as pessoas menos saudéveis endem a extabelcet menos r= ds socais? Ou ser que existe um flor independente que gera tubes? (Alguem propos uta hipottin “peronaidademisan- trépea” que predipde tanto a descvolver lage socials do poca ulidade como pars adoccer) B quis so os mcanisinos ou pro- CSoson mottos quai rede afi a sade oa Sade afta rede? Como e porque ma ede inuficieat fh com que aumente 2 probablidae de que uma pessoa adore, ¢ como e por a ocr te deteriora da ede quando se far presen ne dena oS Deen ARi Soak ne ACASESORERMIDEASAEEDDRENENOAEEAARESOON, 69 nica? Bsse capitolo destina-se a explorar possiveis respostas a es sas interrogagbes. AA dificuldade para responder essas perguntas relacionava-se com o fato de que a maioria dessas investigagses slo retrospectivas, isto 6, tomam como ponto de partida os individuos-problema (por ‘exemplo, uma amostra de doentes, ow acidentados, ou um registro de suicidas ou mortos) e reconstroem sua rede social para depois ccomparé-la com uma amostra conrole. Essa estratégin permite co- {ejartragos da rede social de ambos os grupos, mas nfo informa qual vvariavel precede outra, Hi, certamente, excess, tais como os cx tudos que mostram maior mortalidade em amostras de vitwos(es) recentes, mas o carhlerzesrilo da amostra s6 permite dar conta de ‘um segmento muito especifio da populagdo (contudo, essa investi- ‘gap permitiy gerat hipéteses causais interessante, ais como a de {que asiluagio de luto, por um lado, baixa as defesas do organisino e, Por outro lado, reduz 0s comportamentos de cuidados com a sade) A direcionalidade desses processos comecou a ser esclarecida ‘a partir dos resultados de uma segunda gerago de investigagies empiricas, cujo planejamento e resultado permitiu demonstrar de ‘maneira incontestivel que a pobreza rolativa de relapses sociais constitui um fator de risco para a saide comparive! ao furnas, 3 pressfo arterial clevada, & obesidade e & auséncia de aividade fisi- fa, Eases esbogos de direcionalidade da correlagio entre rede & saide possui importantes implicagdes elinicas assim como para o planejamento da saide plc, Esse novo conjunto de pesquisas empiricas sopuiu duas orien tngBes, ou seja, os estudos epidemiol6gicos prospectives, nos quais se estida uma amostra da populagio que depois & acompanhada a0 longo do tempo, ¢ 0s estuds experimentais ede Iaboratério, nos ‘uais se cria uma situago controlada e se observa os efeitos, Das investigagdes prospectivas, provavelmente a mais signifi- cativa, foi aguela realizada em Alameda County, California (Berkman ¢ Syne, 1979; Berkmann, 1984). Seu ponio de partida foi uma amostra de 770 adultos, estudada mediante qucstionérios cexaustivos que avaliam variéveis demogréficas socioecondmicas, caulturas, de saide, ¢ de habitos ¢ costumes, incluindo participagto em diversos tipos de relagbes socais; a saber: casamento ov vida ‘em casa, freqliéncia de contatos com familiares e amigos e parti- cipago ém organizagGes tanto informais — por exemple, clubes — ‘como formais ~ por exemplo, congregapbes religiosas. Nove anos 0 ‘Ate Soci Princ Sefgch Auman seus depois fi feito um acompashumento em que se pesquisou eToca- fizou 96% dos que tina participado da primeira pesquisa (0 que const uma verdadera proeza epidemitdgiea, ja que obrigou 8 entrevista vizinhos ou parentes nos casos de pessoas que haviam tthandonado 4 resto ~ para permit sua localizagdo © posterior entrevista pessoal ov por tlefone ~, bem como, percorerregistros hospitalaes © entrevistar pacientes hospitalizados, e também resists moruicios, para slabelecer quaisentevistados baviam abandonado este vale de lgrimas), Isso permit gerarduas subamostras: aqueles que continuavamn vivoseaocles quo tnham morido.Avaliando as mitipls vardveis Socioecontinicas, cultura, de side e de hibits e costumes entre fisas duss subamostms, obscrvou-se que apresentavam diferengas Smportantes num conjunto de varaveis,incluindo aque que me- diam reloes soci, Para estuar o peso ds varidveis de rede, 08 ‘cj, para avoline quo indicativs de sobrevida (ou de mortandade) 58003 dados sobre Fede social, a amosta original dos 7.000 fi dividida {e acordo com um fice gus combinaa todas as vaiéveis accra do relagSes socnis. Gearam-s assim duas subamostas, ou sea, uma ‘com individvos com indice derelages sociisalipe outra com ind- ‘Yidos cam Indie baxo. Certamente o coajunto daqules que mor- yerum tinha ia idade mia maior, uma sade ical pos, um nivel SocioosonGmico mais baxo, ¢ comportamentos de maior isco (al omo funat) do que a amextra dos sobrevivente. Passouse eto controlar, isto, @ noutalizar (através do procedimento de “matching” o feito desas ous vardveis nas dua subamostas (om sade de oags soca elevadoe baixo) e, ara surpresa dos pros invetigadores, vavivel rede socal mosrow uma podero- 5 capacidadepredtiva de sobrevida: a corrlago entre rede social «© probabilidade do sobrevida se manteve com o memo poder. AS- Sim, para noutalizar as vardveis (dade e sexo selecionou-se uma fubamostm dos sobreviventes que tina exatamente a mesma distri- bigo de dade e sexo do que a dos que tina morro, e, somente cil, corelaionou os indess de ede socal com sobrevida,eo- tcjando ene as das subamostas contoladas, ou sea, desta ver com ides ¢ distrbuedo por soxo idétics. Os efttas de rede sobre a sobrevivéncia se mantiveram. ‘© mcamo fo eto com as variveis Sade Inca! ~ isto &, ge rou-se uma subamosira slecionando ente os sobeviventessujeltes «qe representavam os mesmos indices iiciais de saide / doenga que Dect aRinSook. AEN AStEESONEMMNDTASIEEEDRERELONEENARISOoR. TI nna amostra leal, para depois comparar ambas as subamostras —, com nivel socioecondmice, e com todas a8 outs varidveis que se ‘mostrum associadas de manera independentes com mortalidade, tal como 0 uso de tabaco, atividade fisica, uso imoderado de bebi- das alcodlicas, dieta, uilizagio de servicos de sade, ete. Con- ‘rolando cada una e todas as varidvels, a associaglo rede-sobrovida se manteve: aqueles que apresentavam um indice social baixo ti= rmham mais do dobro (2,3 entre homens, 1,8 entre mulheres) de probabilidades de aparecerna lista dos mortos nove anos depois do ‘que aqueles que pertenciam & lista de individuos com indice social elevado. ‘Apesar do poder dessa evidéncia, esse estudo apresentava uuma limitagio: 08 pesquisadores usaram um questionério como fonte de dados sobre a saide inicial, sem corroborar essa infor magiio mediante exames clinicos, Na melhor das hip6teses, pen- sou-se que aqueles quo negam sintomas tém uma probabilidade maior de morrer do que os que os reconhecem e os informam. Para controlar essa varivel, novos estudos foram planejados, tas 01g 0s tealizados no Centro de Saiide Comunitirio de Tecumseh, Michigam (House e col., 1982) ¢ em Evan County, Georgia (choenbach ecol., 1986) Gom amostras, respectivamente, de 2750 © 2050 adultos de ambos os sexos, e um que se realizou na Suécia (Tibblin ¢ col., 1986) com uma amosira de 17.500 adultos. Em todos eles, além do questionério exaustivo, cada sujeito foi sub- ‘metido no comego a uum exame elinico completo. Em todos os casos, com acompanhamento entre 10 e 15 anos, os indicadores relacionados com rede social mostraram uma associago incon- testivel com sobrevida: quanto menor a rede social maior as pro- babilidades de morrer, Esse ofeito, & preciso nota, nfo é linear Ou seja, alo € que & medida que aumenta a qualidade © o tama- no do grupo social se reduz progressivamente a probabilidade de ‘morte, mas que, a mortalidade maior se acumula no subgrupo eom rede social minima, ao passo que nio existe diferenga estatistica- ‘mente significativa entro os subgrupos de redie social média © rede social ampla, Para complementar esta investigagto, centra dda em sujeitos entre 20 e 60 anos, vale a pena adiantar os resulta- téos de um estudo centrado auma populaglo de individuos de 65 fanos de idade ou mais que seguem 0 mesmo planejamento © de- ‘monstra resultados igualmente rolovantes. Essa investigagio serd discutida no capitulo 6

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