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A RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM

Elisabeth Brasil de Brasil*

RESUMO

O presente artigo analisa a relação professor aluno no processo ensino-aprendizagem na dimensão abstrato-
concreto, buscando fundamentalmente entender que ensinar é uma vocação de amizade, amor, dedicação e acima
de tudo, doação.

PALAVRAS-CHAVE: professor - aluno - ensino/aprendizagem - abstrato/concreto


*Socióloga, Mestre em Educação - UFRGRS, professora do Curso de Turismo ULBRA Torres.

Introdução

No processo ensino-aprendizagem alunos e professores deparam-se frente à frente e ambos participam da


mesma aventura que fará dos primeiros homens espiritualmente adultos. O professor dá a palavra ao aluno para
que este pronuncie o essencial, resulta daí que o principal não é o ensino, mas a aprendizagem. É acima de tudo,
uma relação de ordem pessoal e humana, cujo sentido varia de acordo com a idade e a personalidade dos que nela
estão envolvidos.

O presente artigo analisa como o abstrato-concreto se dá na relação professor-aluno, buscando


fundamentalmente entender que ensinar é uma vocação de amizade, amor, dedicação e acima de tudo, doação.

A Relação Professor-Aluno no Processo Ensino-Aprendizagem

Atualmente inúmeros estudos têm focalizado aspectos relacionados com o comportamento do professor na
formação do aluno, estabelecida através de uma ligação contínua, estreita e extensa em sala de aula, e que
considera que é a criança integral que vai para a escola e não uma parte de seu intelecto.

Morrison e McIntyre (1997), ao analisarem a personalidade do professor em termos de abstrato-concreto,


entendem o concreto como uma disposição para convicções gerais e categóricas para a autoridade e uma
tendência por ambientes de estrutura simples. Em sala de aula com tais características, inclina-se a impor objetivos,
proporcionar meios minuciosos de alcançá-los e a revelar menos tolerância com os desvios de alunos quanto a
objetivos e padrões. O abstrato caracteriza-se por convicções mais flexíveis e sofisticadas e preferência por
ambientes de estrutura complexa, relaciona-se com atitude de maior cordialidade para com os alunos, tendo
percepção de suas necessidades, flexibilidade quanto a tais necessidades, flexibilidade quanto a tais necessidades
e interesses, relacionamento tranqüilo na classe, envolvimento nas tarefas e capacidade de incentivar a participação
das crianças. As diferenças enumeradas refletem-se nas reações dos alunos.

Quatro áreas de competências podem ser consideradas às características de um bom professor:

1. a capacidade de criar um clima psicológico para aprendizagem;

2. aptidão para identificar, planejar e avaliar oportunidades de aprendizagem adequada;

3. aptidão e vontade de experimentar e descobrir abordagens mais convenientes para o ensino e a


aprendizagem;

4. A capacidade de entender e empregar de forma construtiva o seu próprio comportamento.

Maslow (1991) faz uma caracterização bipolar do professor:

- o professor como controlador, avaliador, encarregado de informar e conduzir seus alunos em direção a
objetivos externos à aquisição de conhecimentos; o que levaria os alunos a uma aprendizagem do tipo extrínseco,
isto é, voltada para objetivos externos de quem aprende, escolhidos pela escola ou pela sociedade em que vive e
não pelo autor do processo.

No outro extremo está:

- o professor interessado em conduzir o trabalho pedagógico, considerando as necessidades humanas


básicas, respeitando o estímulo do educando, sendo de preferência receptivo e compreensivo mais do que instrutivo
e condicionador, facilitando a descoberta da identidade e da vocação antes de tudo.

Assim, o interesse na auto-realização do aluno dá condições para uma aprendizagem do tipo intrínseco, isto
é, aquela que leva à satisfação de objetivos do aprendiz, estimulando criatividade, imaginação, consciência de si
como ser existindo no mundo e capaz de transformá-lo, capaz de realizar suas próprias escolhas e responsabilizar-
se por elas, tornando-se um bom escolhedor.

O professor tem necessidades e objetivos pessoais representados pela sua história pessoal, que por sua vez,
influi sobre a sua escolha de objetivos para o aluno. Seu quadro de referências representa padrões derivados da
educação pessoal e da experiência profissional com os quais ele avalia os seus atos e os atos dos alunos, bem
como os traços relevantes do ambiente.

Tais avaliações levam à escolha de novos atos. A realimentação constitui o traço essencial que permite ao
professor auto-avaliar-se e avaliar os atos do aluno, existindo assim, uma interdependência entre os atos do
professor e do aluno.

Na escola, o professor tem o poder de tomar decisões e influenciar os alunos direta e indiretamente. Como
indivíduo ele é o agente emissor da informação, organizador de atividades e realimentador por excelência do
sistema educacional. Como grupo, compõe a massa crítica da sociedade, sendo capaz de indicar direções, propor
mudanças e influir na tomada de decisões, de modo a ser ele, teoricamente, o estrategista da própria sociedade.

Na realidade, verifica-se em algumas situações que tanto a sociedade como o professor não tomaram
consciência, ainda, da função da renovação ou transformação da educação e, conseqüentemente, dos novos papéis
que deverão ser assumidos pelos docentes. Limitam-se estes à função de conservação e reprodução e, como tal,
abdicam do compromisso intelectual, moral e ético de pensar, agir e repensar a educação nas realidades em que
atuam.

Referências Bibliográficas

FOSNOT, Catherine. Construtivismo. Teoria, Perspectivas e Prática Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 1998.

GADOTTI, Moacir. Comunicação Docente. São Paulo: Loyola, 1992.

MASLOW, A. The Farter Reaches o Human Nature. New York: The Viking Press, 1991.

MORRISON, A.; McINTYRE, O. Os professores e o ensino. Rio de Janeiro: Imago, 1997.

McLAREN, Peter. A vida nas escolas. Porto Alegre: Artmed, 1997.

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