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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: JOGOS COMO

FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS

Jessica Barcellos1 e Karen Campos2


1
Colégio Pedro II/ 1ºSegmento, jessybarcellos@gmail.com
2
Colégio Pedro II/ 1ºSegmento, karenccfurtado@hotmail.com

Resumo

O minicurso objetiva abordar a importância do trabalho com jogos no ensino da


matemática nas séries iniciais. Serão apresentados subsídios teóricos para a realização
desse tipo de prática pedagógica e um repertório de oito jogos que podem ser utilizados
no trabalho com diferentes conteúdos da Educação matemática. Além disso, pretende-se
exemplificar formas de registro e avaliação que podem ser utilizadas pelos professores
como instrumentos pedagógicos acerca das estratégias usadas pelos alunos no momento
do “brincar”.

Palavras-chave: jogos matemáticos, ludicidade, educação matemática, prática


pedagógica.

APRESENTAÇÃO E EMBASAMENTO TEÓRICO

O jogo é uma atividade lúdica que viabiliza, além do raciocínio lógico, o


desenvolvimento de processos psicológicos. Sua utilidade no ensino vai muito além da
apreensão de conteúdos, e proporciona também momentos de interação e de vivência de
regras. Trabalhar com jogos é propiciar momentos de reflexões comportamentais e
atitudinais.
No âmbito dos conteúdos curriculares, os jogos possibilitam a repetição de
algoritmos e de procedimentos, de maneira lúdica, e propiciam o pensamento analógico.
Tais habilidades são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades e
competências básicas no âmbito da cognição matemática.

Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se
repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia (jogos
simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por elas. Ao
criarem essas analogias, tornam-se produtoras de linguagens, criadoras de
convenções, capacitando-se para se submeterem a regras e dar explicações .
(PCN, p. 36)

A literatura acerca do uso de jogos é vasta e contempla diferentes campos da


teoria educacional. Desde Piaget e Vygotsky, esse assunto já era posto como
fundamental para processo de ensino aprendizagem. No entanto, a consolidação dessa
prática na realidade das salas de aulas brasileiras parece não ter acontecido. Muitas
vezes, a matemática é trabalhada de forma descontextualizada e os alunos postos em
situações de ouvintes e repetidores. A utilização de jogos pode ser entendida como uma,
dentre várias outras abordagens metodológicas, que contribuem para a construção do
conhecimento matemático. É uma das formas de se abordar as situações-problemas
onde os alunos serão os protagonistas na aprendizagem, deixando de lado a posição
passiva que muitas vezes assumem.
Os professores em geral mostram a matemática como um corpo de
conhecimentos acabado e polido. Ao aluno não é dado em nenhum momento
a oportunidade ou gerada a necessidade de criar nada, nem mesmo uma
solução mais interessante. O aluno assim, passa a acreditar que na aula de
matemática o seu papel é passivo e desinteressante. (D’AMBRÓSIO, 1989,
p. 2)

Através da utilização de jogos em sala de aula, é possível buscar novas maneiras


e tendências de se ensinar matemática, de forma que facilite o entendimento do aluno e
incentive a interação entre ele e o professor e entre a turma.

Como um incentivador da aprendizagem, o professor estimula a cooperação


entre os alunos, tão importante quanto a própria interação adulto/criança. A
confrontação daquilo que cada criança pensa com o que pensam seus colegas,
seu professor e demais pessoas com quem convive é uma forma de
aprendizagem significativa, principalmente por pressupor a necessidade de
formulação de argumentos (dizendo, descrevendo, expressando) e a de
comprová-los (convencendo, questionando). (PCN, p.31)

O momento do brincar funciona como uma espécie de janela da mente, que nos
permite perceber as hipóteses que estão sendo formuladas e o modo como instruções e
procedimentos estão sendo processados. É, sem dúvida, um momento rico para os
alunos, que constroem seu aprendizado, e pode ser também um momento valioso para
os professores. O momento do jogo nos permite perceber questões sociais e pedagógicas
e pensar em desdobramentos que possam a ajudar as especificidades dos alunos.
Instrumentos de registro de algumas competências e anotações das observações
contribuem para que o jogo seja uma possibilidade significativa de avaliação.
O minicurso “O lúdico na Educação matemática: jogos como ferramentas
pedagógicas” pretende instrumentalizar seus participantes com referenciais teóricos e
práticos acerca dos diferentes momentos que o trabalho com jogos exige: preparação,
realização, avaliação, sistematização e registro.

OBJETIVOS

 Proporcionar uma reflexão sobre a importância de utilizar jogos como


ferramentas pedagógicas para o ensino da matemática nos anos iniciais do
Ensino Fundamental
 Aumentar o repertório de jogos matemáticos dos participantes do minicurso
 Criar subsídios para práticas pedagógicas fundamentadas em jogos
 Instrumentalizar o público-alvo com teorias e pesquisas acerca do uso de jogos
matemáticos na sala de aula
 Apresentar formas de registro e avaliação que podem ser utilizadas pelos
professores nos momento de jogo

NÍVEL EDUCACIONAL AO QUAL O MINICURSO É DIRECIONADO

O minicurso versa sobre o trabalho nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Podem
participar estudantes de Pedagogia e/ou Licenciatura em Matemática; e professores do
Ensino Fundamental.
METODOLOGIA

A metodologia utilizada consistirá em uma breve apresentação da literatura


sobre o uso de jogos nas séries iniciais e na exposição de 8 jogos matemáticos,
juntamente com o compartilhamento das experiências das professoras que utilizam esses
jogos como ferramentas pedagógicas. Pretende-se fazer rodízios dos jogos para que
todos os participantes possam “brincar” com todos os recursos. Além da apresentação
dos jogos, pretende-se também apresentar sugestões de formas para o registro do
professor no momento do brincar, visando que os participantes tenham subsídios
teóricos, empíricos e procedimentais para fazer uso desses recursos como ferramentas
pedagógicas.

Jogos a serem apresentados no minicurso:

 Batalha de números
 Jogo do calendário
 Bingo e suas variações
 Sempre 10
 Jogo quem tem põe
 Jogo de Valor-lugar
 Jogo do Stop matemático
 Dominó dos Sistemas de Numeração

É importante destacar que todas as atividades propostas neste material foram


desenvolvidas para que sejam trabalhadas com conteúdos de 1º ao 5º Ano do Ensino
Fundamental, mas podem ser modificadas para apresentar vários níveis de
complexidade e, assim, possam ser utilizadas em outras séries.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


matemática /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.p.142.

BORDEAUX, A. L.; RUBINSTEIN, C; FRANÇA, E.; OGLIARI, E. e MIGUEL, V.


Novo Bem-me-quer / 3º ano. 2ª edição. São Paulo: Editora do Brasil, 2011.

GUELI, N. e TORRES, A. P. (org). Livro Matemática 3. Projeto Presente! Ed.


Moderna.

D’AMBROSIO, B. S. Como ensinar matemática hoje? Temas e Debates. SBEM. Ano


II. N2. Brasilia. 1989. P. 15-19.

Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão


Educacional Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Jogos na Alfabetização
Matemática – Manual. Brasília, 2013, 69-70.

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