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degradação do judiciário
"É inaceitável que julgador coloque em 1º lugar preferências políticas.
Foi isso que o TRF4 fez"
Quanto a esta exigência, pode-se dizer que, na decisão do TRF-4, foi feita
uma distorção da teoria alemã geralmente identificada como de « domínio
do fato », que, numa aplicação errônea, dispensaria a exigência de provas
objetivas. Na realidade, essa teoria não serve de base para fundamentar a
responsabilidade penal simplesmente pela posição hierárquica de quem
poderia ter dado determinada ordem. Pela teoria do domínio do fato esse
pode ser um dos elementos a serem considerados, mas complementado
pela prova de que o superior hierárquico praticou, efetivamente, o ato que
está sendo questionado. O que se exige é a comprovação efetiva de fatos,
confirmada por elementos constantes do conjunto acusatório. Ora, a
denúncia de que haveria, por parte dos empresários, a oferta ou promessa
de vantagens indevidas a funcionários públicos para determiná-los a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício seguido da aceitação de promessa
ou do recebimento de vantagens indevidas pelos funcionários, abrangendo
diferentes Diretorias e órgãos públicos federais, teriam um comando
superior e comum, que seria precisamente o Presidente Lula, que além de
Chefe do Governo era também líder de uma das principais legendas
políticas envolvidas, não foi comprovada. A única base para essas
afirmações são os depoimentos de acusados, por meio de delações
premiadas, o que, obviamente, está longe de configurar a existência de
elementos concretos de prova.
* jurista