AO JUÍZO DA VARA DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO FUNDIÁRIO DO
DISTRITO FEDERAL
CAROLINA MOURÃO ALBUQUERQUE, já devidamente qualificada nestes
vem requerer
TUTELA DE URGÊNCIA INCIDENTAL
o que faz com supedâneo nos art. 294 e 311 do Código de Processo Civil pelas razões de fato e de direito a seguir delineadas
DOS FATOS
1. - Em 25 de setembro de 2018, a Autora desta Ação Cidadã
recebeu denúncia de de que o Centro de Controle de Zoonoses está sem medicamento para eutanásia. A denunciante telefonou ao Centro de Controle de Zoonoses solicitando informações de como proceder com seu cachorro, contaminado com Leishmaniose, para eutanásia.
2. - Contudo, a servidora pública do órgão distrital, por
meio de contato telefônico, respondeu que o órgão sem o medicamento há 06 (seis) meses conforme áudio (docs.1/2).
3. - Em sua peça contestatória, o Requerido afirma que o CCZ
não serve como depósito de animais por longo tempo (pg.07 id 22389356). Questiona-se:
Se há falta de medicamentos para eutanásia, estes animais estão sendo
sacrificados de que forma?
Quantos animais estão atualmente com leishmaniose ao lado do ICIPE
aguardando medicamento?
É o que se tem a relatar.
DO DIREITO
4. - A gravação é cristalina e demonstra, por si só, que o
Requerido não vem, nem mesmo, exercendo o seu papel conforme bradou em audiência. Sobre este particular, colaciono a Portaria nº 1.138/2014 dispõe:
V-recomendação e adoção de medidas de
biossegurança que impeçam ou minimizem o risco de transmissão de zoonoses e da ocorrência de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos relacionados à execução das atividades de vigilância de zoonoses dispostas neste artigo.
IX-eutanásia, quando indicado, de animais
de relevância para a saúde pública; (segundo Manual de zoonoses do Ministério da Saúde e Guia de boas práticas do CFMV);
DO VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM
5. - O Requerido, em sua peça contestatória, afirma que os
documentos trazidos pela Autora pertencem ao passado. Assim, traz- se o presente, vez que devido a falta de lealdade e cooperação do Requerido no processo a verdade não veio à baila.
6. - Diante disto, restou incontroverso que o Requerido não
respeita o dispositivo por ele invocado por várias razões. A uma, quando mantém plantel de animais doentes sem o medicamento de eutanásia não minimiza, de forma alguma, o risco de transmissão de doenças, ao contrário o exponencializa. A duas, porque mantêm sob sua tutela animais que têm que ser eutanasiados, ou seja, mesmo quando indicado, o Requerido não pode fazê-lo sob pena de incorrer em maus-tratos.
7. - Por esta vereda, a Autora, mais uma vez, traz o presente
e demonstra que o Requerido aumenta exponencialmente o risco de transmissão de zoonoses a despeito de sua missão. Em suma, o caso o Requerido proceda a eutanásia sem o medicamento nos animais que lá estão comete maus-tratos. Doutra banda, caso os mantenha vivos pela falta de medicamento com leishmanioses aumenta o risco de transmissão e desrespeita sua própria portaria. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
8. - O Código de Processo Civil prevê que o requerimento da
tutela de urgência cautelar incidental dispondo:
Art. 294 A tutela provisória pode
fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela de provisória de
urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
9. - Nelson Nery Júnior diferencia a tutela cautelar do novo
Código da medida cautelar do antigo, assim lecionando:
“Tutela Cautelar. Não se confunde com a
medida cautelar do CPC/1973. Aqui, tutela cautelar é apenas aquela que visa a assegurar o resultado do processo, como, por exemplo, no caso em que a medida visa à realização de obras de conservação em coisa litigiosa ou judicialmente apreendida “
DOS REQUERIMENTOS
a) Que seja deferida a tutela provisória de urgência,
determinando a interdição do Centro de Controle de Zoonose; b) Caso não seja o entendimento deste Juízo, que seja determinado cautelarmente a remoção dos animais com Leishmaniose às expensas do Requerido para o Hospital Veterinário com a finalidade de se minimizar os riscos do aglutinamento de animais doentes ao lado do ICIPE;
c) Caso a medida liminar ou cautelar seja concedida, que
seja arbitrada multa diária em caso de descumprimento para efetivação da medida na forma do art. 297 do CPC
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