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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Contribuição Social
Custas em Ação Penal Pública
Decisão Ultra Petita
Exercício Arbitrário das Próprias Razões
Habeas Corpus e Autoridade Coatora
Habeas Corpus: Competência
Intimação da Sentença de Pronúncia
Intimação de Defensor Público
Lex Mitior e Retroatividade
Ofensa Propter Officium
Peculato e Verba Repassada pela União
Protesto por Novo Júri: Admissibilidade
Receptação e Competência
Remoção de Preso
Revisão Geral de Remuneração (28,86%)
PLENÁRIO
Revisão Geral de Remuneração (28,86%)
Conhecido e provido recurso ordinário em mandado de
segurança impetrado perante o STJ por servidores públicos
federais, visando à obtenção de reajuste de remuneração
idêntico ao concedido pela Lei 8627/93 a servidores
militares e civis integrantes, estes, de diversas carreiras e
órgãos da Administração (ativos e inativos). O mesmo
reajuste fora estendido à época, por decisões administrativas,
aos servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário da União.
RMS 22.307-DF, rel. Min. Marco Aurélio, 19.2.97.
Contribuição Social - 1
Concluindo o julgamento de dois recursos
extraordinários em que se discutia sobre se o dispositivo
legal que elevou de 8% para 10% a alíquota da contribuição
social instituída pela Lei 7689/88 dispositivo, esse, que
resultara da conversão em lei da MP 86, de 25.09.89 poderia
ser aplicado no próprio exercício de 1989, alcançando o
lucro apurado em 31 de dezembro daquele ano, o Tribunal,
por maioria de votos, admitiu essa possibilidade, afirmando
ainda, também por maioria, a aptidão das medidas
provisórias para instituir e majorar tributos.
Contribuição Social - 2
Quanto ao termo inicial do prazo de noventa dias
previsto no art. 195, § 6º, da CF, o Tribunal entendeu que,
não tendo sofrido a MP 86/89 alteração significativa no
Congresso Nacional ao ser convertida na Lei 7856/89, deve
ele ser contado, na espécie, da data da publicação da medida
provisória, e não da lei de conversão, na linha da orientação
adotada no julgamento plenário do RE 169.740-PR (DJ de
17.11.95), RE 197.790-MG, rel. Min. Ilmar Galvão, e RE
181.664-RS, rel. orig. Min. Carlos Velloso; rel. p/ ac., Min.
Ilmar Galvão, 19.2.97.
PRIMEIRA TURMA
Intimação da Sentença de Pronúncia
A declaração do acusado de estar ciente da sentença de
pronúncia e a circunstância de o recurso interposto contra
essa decisão conter a sua assinatura ao lado da de seu
defensor não suprem a falta de intimação prevista no art. 414
do CPP (“A intimação da sentença de pronúncia, se o crime
for inafiançável, será sempre feita ao réu pessoalmente.”).
Com este entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus
impetrado contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo
que não conhecera de recurso em sentido estrito interposto
pela defesa do paciente por não haver sido este intimado na
forma do art. 414. HC 74.711-SP, rel. Min. Moreira Alves,
18.2.97.
Remoção de Preso
A possibilidade admitida pelo art. 86 da Lei de
Execuções Penais (“As penas privativas de liberdade
aplicadas pela Justiça de uma unidade federativa podem ser
executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou
da União”) não se constitui em direito subjetivo do
sentenciado, subordinando-se, antes, às conveniências da
administração da justiça. Precedentes citados: HC 69.978-SP
(DJ de 25.6.93); HC 71.076-GO (DJ de 6.5.94). HC 74.814-
RO, rel. Min. Ilmar Galvão, 18.2.97.
Decisão Ultra-Petita
Deferido habeas corpus impetrado contra acórdão do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que,
ultrapassando os limites do pedido formulado em recurso
interposto pelo Ministério Público aplicação a adolescente
infrator da medida prevista no inciso V do art. 112 do
Estatuto da Criança e do Adolescente (inserção em regime de
semiliberdade) , determinara, em prejuízo do paciente, a sua
internação em estabelecimento educacional. HC 74.804-SP,
rel. Min. Octavio Gallotti, 18.2.97.
SEGUNDA TURMA
Habeas Corpus: Competência
Julgando tratar-se de pedido substitutivo de recurso
ordinário constitucional (CF, art. 105, II, a: “Compete ao
Superior Tribunal de Justiça: II - julgar, em recurso
ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão for denegatória;”), a Turma não conheceu
de habeas corpus contra acórdão de tribunal regional federal
que confirmara, em agravo regimental, despacho denegatório
de medida liminar em habeas corpus. Em conseqüência,
determinou-se a devolução dos autos ao STJ, reformando
decisão ali proferida que tivera por aplicável à espécie o art.
102, I, i, da CF. HC 74.847-RS, rel. Min. Carlos Velloso,
18.2.97.
Receptação e Competência
Quando a autoria do furto ou do roubo de que proveio o
objeto do crime de receptação for ignorada ou não
comprovada, a competência para julgar este delito será do
juízo da comarca em que ele tiver sido consumado. Com
base nesse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus
em que se pretendia ver reconhecida a incompetência
absoluta do juízo da comarca de Campo Grande-MS local
em que se consumara a receptação imputada ao paciente ,
sob o argumento de que o veículo objeto desse crime havia
sido furtado no Rio de Janeiro. Precedente citado: CJ 2.925
(DJ de 3.12.64). HC 74.007-MS, rel. Min. Carlos Velloso,
18.2.97.
CLIPPING DO DJ
21 de fevereiro de 1996
RMS N. 21943-6
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: (...)
1. Os servidores públicos não podem receber remuneração maior
que a de seus paradigmas, no âmbito de cada Poder.
2. A Retribuição Adicional Variável - RAV, instituída pela Lei nº
7.711/88 deve ser incluída no respectivo teto, bem como a
Gratificação de Estímulo à Fiscalização e à Arrecadação - GEFA,
prevista no art. 13 da Lei Delegada nº 13, de 27.08.92, quando
recebida, por não constituírem vantagem pessoal percebida pelo
servidor.
3. Excluem-se do cálculo elaborado para a aplicação do teto, as
parcelas de caráter eminentemente pessoal representadas pelo
adicional por tempo de serviço, salário-família (art. 42, parágrafo
único da Lei nº 8.112/90 e art. 1º, III, “e” da Lei 8.852/94, e, ainda, o
adicional de 20% a que se refere o artigo 184, da Lei nº 1.711/52.
4. Recurso parcialmente provido.
T R A N S C R I Ç Õ E
S
IPTU e Progressividade
RE 153.771-MG *
“... forte na
Constituição, art. 145, § 1º, as alíquotas do
IPTU deverão ser progressivas, forma,
aliás, de se emprestar a esse imposto
caráter de pessoalidade, dado que a
progressividade, segundo M.DUVERGER,
lembra Hugo de Brito Machado, ‘constitui
um dos meios mais eficazes de
personalização do imposto’ (‘Hacienda
Pública’, trad. de José Luiz Ruiz Travessi,
Barcelona, 1958, p. 321). Essa
progressividade assentar-se-á,
especificamente, no disposto no art. 156, §
1º, da Constituição, certo que a ‘função
social’ ali inscrita não é a mesma ‘função
social’ do § 2º do art. 182 da Constituição:
a primeira, do art. 156, § 1º, independe do
plano diretor, porque localizada no campo
tributário e não está jungida ao
reordenamento de áreas urbanas. Ela se
assenta, a função social do art. 156, § 1º,
numa política redistributivista, ou a
progressividade assentada no art. 156, §
1º, visa a realizar uma política
redistributivista, na linha da lição de
WILLHERM GERLOFF ... porque se
reconhece estar a renda distribuída de
modo inconveniente à vista das aspirações
éticas da sociedade’,
conclui:
“No caso,
conforme está no acórdão recorrido ‘o
imposto variou de alíquota, levando-se em
consideração o valor venal, a zona de
situação, e o fato de existir ou não
edificação’.
Não praticou,
portanto, o Município de Belo Horizonte,
ao instituir a progressividade fiscal inscrita
na Lei municipal nº 5.641, de 1989,
inconstitucionalidade. Ao contrário, a lei
mencionada está na linha do que dispõem
os artigos 145, § 1º, e 156, § 1º, da
Constituição Federal”.