You are on page 1of 17

FERRAMENTAS DE

TEXTO PARA ALTE


FORMATAÇÃO DA
UNIJALES TEXTO DA CITAÇÃ

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES


CURSO DE PEDAGOGIA
(Letra Times New Roman, tamanho 12, negrito)

EMERSON LUIZ RIBEIRO BAIAO COSTA


(Letra Times New Roman, tamanho 12, negrito)

O ENSINO DA GEOGRAFIA NAS SÉRIES INICIAIS: A UTILIZACÃO DE


CROQUIS, MAPAS E MAQUETES COMO MÉTODO DE ENSINO
Letra Times New Roman, tamanho 14, negrito

;~~JALES-SP
2018
(Letra Times New Roman, tamanho 12, negrito)

EMERSON LUIZ RIBEIRO BAIAO COSTA


(Letra Times New Roman, tamanho 12, negrito)
O ENSINO DA GEOGRAFIA NAS SÉRIES INICIAIS: A UTILIZACÃO DE
CROQUIS DE LOCALIZACÃO COMO MÉTODO DE ENSINO
Letra Times New Roman, tamanho 14, negrito

Relatório apresentado a Disciplina de Estágio


Supervisionado, do Curso de xxxxxxxxxxxxx da
UNIJALES - Centro Universitário de Jales, como
requisito parcial e obrigatório para aprovação
nesta disciplina, ministrada pela Professora Nome
(xxxxxxx).
(Letra Times New-Roman Tamanha 12, recuo de 8 cm a esquerda e
espaçamento simples)

JALES-SP
2016

(Letra Times New Roman, tamanho 12, negrito)


O ENSINO DA GEOGRAFIA NAS SÉRIES INICIAIS: A UTILIZACÃO DE
CROQUIS DE LOCALIZACÃO COMO MÉTODO DE ENSINO

Emerson Luiz Ribeiro Baião Costa


Discente no curso de Geografia-Licenciatura pela UNIESP –Birigui - SP
Emersonluiz333@hotmail.com

RESUMO O objetivo principal do artigo proposto se consiste em estabeler a necessidade de se


utilizar os croquis como métodos de ensino dentro da Geografia. O artigo ainda avisa estabelecer
alternativas aos docentes sobre suas possíveis formas de utilização, através de experiencias
proveitosas realizadas em outras cidades.

Palavras-chave:
Define brevemente os objetivos do trabalho, as razões de sua elaboração e a relação com
outros trabalhos. Não deve repetir o resumo, nem dar detalhes sobre procedimentos, resultados
e conclusões. Em geral, é a última parte a ser produzida, pois traz a indicação das partes contidas
no trabalh
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente para tentarmos compreender a ciência Geografia e consequentemente sua área de
atuação, devemos antes de tudo buscar a compreensão do espaço geográfico que nos rodeia.
No entanto, isso se torna cada vez menos frequente nas salas de aula, sendo esta pratica deixada
de lado muitas vezes, passando-se a visar primordialmente a descrição de elementos e a
memorização de conteúdo, e não a análise e compreensão dos fenômenos como um todo.
A geografia em si, ainda carece de uma devida valorização em todos os âmbitos e na educação
não é diferente. O preconceito enfrentado e sua associação frequente com a História, não permite
muitos professores ainda nos dias de hoje, de aplicarem a ciência Geográfica como realmente
deveriam, o que se torna ainda mais agravante devido a carência de muitas escolas em relação ao
material didático e metodologia adequados para tal. Perante isso, o artigo proposto, visa nortear
alguns destes docentes sobre possíveis metodologias de ensino que poderiam contribuir para o
desenvolvimento crítico do aluno, principalmente no contexto geográfico, utilizando os croquis
como uma ferramenta de transformação.
Utilizaremos croquis aqui com as seguintes concepções (SIMIELI APUD NOBREGA)
 Croqui e uma representação esquemática dos fatos geográficos.
 Os croquis simplificam, mantem a localização da ocorrência dos fatos e evidencim os
detalhes significativos.
 Os croquis podem assim ser classificados : croquis de analise-localizacao (permitem a
localização e analise de determinado fenômeno) ; Croqui de correlação (correlaciona duas,
três ou mais ocorrências) ; Croqui de sintese (permite analise, correlação e síntese do
espaço).
Como podemos observar em LIBERATTE muitos autores defendem a importância de iniciar a
Alfabetização Cartográfica já nas séries iniciais do Ensino Fundamental, pois, dessa forma, o
aluno estará construindo as noções fundamentais e necessárias para ser um leitor eficiente do
espaço em suas diferentes escalas“.
Os Parametros Curriculares Nacionais (1998) estabelecem que a Geografia tem por objetivo
estudar as relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o
funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem.
Isso apenas seria possível, se primeiramente houvesse o conhecimento prévio do aluno em relação
a sua realidade local , e o espaço geográfico que o rodeia, tais como escola, casa, bairro, etc. Os
croquis devem ser utilizados como ferramenta de introdução dessa ideia ao aluno, onde este
passaria a representar através de desenhos simples, a quantidade de processos e transformações
que ocorrem ao seu redor. Partindo primeiramente desse conhecimento local inicial, para
posteriormente poder assimilar e compreender o processo como um todo em um âmbito global.
De acordo com PEREIRA, ROCHA, SOUZA
O croqui interpretado como um desenho da representação, por meio de um conjunto
de signos, permite a percepção e interação imediata sobre o espaço representado, já
que o desenho é uma das principais atividades na educação infantil, contribuindo em
vários aspectos da alfabetização e letramento, como: coordenação motora, visão,
movimentos das mãos, organização do pensamento, construção das noções espaciais
e outros aspectos cognitivos de grande importância para a formação do
conhecimento.

3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboração do presente artigo, se consisitiu principamentente em
levantamento e analise bibliográfica, além de depoimentos de professores da rede publica das
escolas municipais do município de Buritama- SP , quanto a sua utilização ou não dos croquis nas
series iniciais.
Os depoimentos foram realizados através de entrevista nas escolas municipais de Ensino
Fundamental possuindo como intuito principal estabelecer se existe ou não uma preocupação dos
professores da rede publica municipal com o ensino da disciplina de geografia e a utilização de
croquis como método de ensino.
A questão bibliográfica se resumiu em analisar experiencia proveitosas ocorridas em outros
municípios na expectativa de tentar proporcionar uma alternativa a respeito dos métodos de ensino
utilizados para a inserção do aluno no contexto da cartografia.

4. DESENVOLVIMENTO

Grande parte dos docentes entrevistados nas escolas municipais de Buritama acabam não
utilizando os croquis inicialmente na introdução dos alunos a cartografia nas series iniciais.
Segundo estes isso ocorre na maioria dos casos devido a estes seguirem a risca os materiais
didáticos fornecidos pelo município, e o ensino dos croquis não pertencer a grade curricular.
Isso acaba acarretando prejuízos aos alunos e ate mesmo aos próprios professores pois atraves de
um simples croqui de localização espacial, um professor pode trabalhar temas dos mais diversos
como a influencia das acoes do homem e sua relação com elementos da natureza, tais como
vegetação, relevo, rios, tempo, entre outros.
De acordo com Paz a inserção dos croquis dentro de uma sala de aula pode ocorrer de varias
formas .Para a realização de uma atividade inicial de croqui em uma sala de aula, será necessário
a explicação sobre a confecção de um croqui, além da apresentação de um que já esteja concluído,
de forma que os estudantes tenham conhecimento de alguns elementos cartográficos essenciais.
Inicialmente, pode-se solicitar aos alunos que representem o espaço da sala de aula através de um
croqui, inserindo a representação espacial dentro do papel. Os alunos devem ter autonomia para
representar por conta própria as dimensões das figuras presentes em sua sala.

Figura 1: Desenhando a sala de aula

Fonte :

A imagem acima (Figura 1) representa um croqui de localização realizado por um aluno da


educação infantil. Como podemos observar, o aluno consegue representar sua noção de espaço,
mesmo que de certa forma com traços grosseiros. Notamos aqui que este possui a percepção da
localização de portas , janelas, lousa e as carteiras dos outros alunos. A figura central do professor
permanece onipresente o que de certa forma estabelece sua importância perante a sala.
Observamos então, como um simples esboço como este, já contribui imensuravelmente para sua
interpretação espacial, e contribui futuramente para sua analise e interpretação cartográfica sendo
sua introdução na educação infantil necessariapara uma maior familiaridade e desenvolvimento
cartográfico futuro.
Com base na experiencia destacada acima, podemos criar inúmeras atividades cartográficas
utilizando a escola, o bairro ou ate mesmo a comunidade dos alunos. A próxima atividade se
consiste na elaboração de um croqui do pátio da escola. FRANCISCO propõe que essa atividade
deve ser realizada de forma que o aluno relacione e interprete os elementos representados no
croqui, não apenas realizando um amontoado de ilustrações. Esse exercício irá despertar a
imaginação dos estudantes, auxiliando-os na leitura e interpretação espacial, percepção sobre um
determinado fenômeno, além de promover a atividade cartográfica
.

A ilustração acima (Figura 2) foi realizada por alunos de uma pre -escola com relação ao circuito
de brincadeiras presente no pátio da escola. Nota-se como alunos com esta faixa etária possuem
uma ampla capacidade de representação espacial. Aqui então utilizamos os croquis como
instrumento para leitura do espaço, inserindo conceitos básicos de cartografia desde os anos
iniciais do aluno na sala de aula. Basicamente percebemos que o espaço físico esta amplamente
ligado ao caminho percorrido pela criança, onde esta vive, brinca e pratica novas experiencias.

A figura 3 representada acima, já permite uma elaboração mais detalhada e reflexiva. Esta
representa os estabelecimentos e locais mais marcantes para o aluno entre a escola e seu exterior
.Interessante notar como a escola não e tratada como figura centralizadora nesse processo , mas
que esta ligada diretamente a todos os outros estabelecimentos. Além disso, notamos a utilização
de diferentes dimensões nas figuras na expectativa de demonstrar através da representação gráfica
a noção espacial real de proporção.

A figura 4 destacada acima representa o bairro de um aluno, sendo o objetivo principal da


atividade proposta a busca de desenvolver neste a percepção de que os espaços estão inter-ligados
emtre si. Notamos que a figura possui um grau de complexidade mais alto, devido a ter sido
realizado por uma criança do sexto ano do ensino fundamental já com o auxilio próximo do
professor nas representações gráficas e na contrucao da escala. Uma assimilação e facilidade de
trabalhar com tantos processos se faz possível devido a introdução precoce dos croquis na vida da
criança, permiindo a esta desenvolver processos cada vez mais elaborados ao longo de sua vida
acadêmica. O estabelecimento da escala representa o ápice do desenvolvimento cartográfico do
aluno, pois se trata de um instrumento e uma habilidade indespenssavel e que muitos adultos
ainda hoje não dominam.
No entanto, na atividade proposta realizada, LIBERATTI nos avisa a respeito de que
alguns alunos tiveram dificuldade em relacionar os símbolos criados pelos colegas
com os elementos do espaço real. Percebeu-se, então, que alguns daqueles que
produziram estes mapas possuem dificuldade na construção da função simbólica, ou
seja, na substituição do objeto real por um símbolo, constatando novamente
dificuldade em relação a descentração corporal.
5. Conclusões e/ou Recomendações

O disciplina geográfica se caracteriza por se tratar de uma ciência extremamente abrangente e


complexa. Perante isso, seu ensino desde as series iniciais do ensino fundamental ate o termino
do Ensino Medio esta longe de se tornar algo simples. Nos professores ailidadeinda carecemos
muitas vezes de uma metodologia adequada e que busque o desenvolvimento do senso critico de
nossos alunos.
Ao analisarmos tal dificuldade, qualquer ferramenta que proporcione uma maior facilidade de
assimilação do aluno com o conteúdo proposto, pode e deve ser aproveitada. Vendo isso,
propusemos identificar de uma maneira suscinta como os croquis podem se tornar uma ferramenta
útil nesse processo. Trazer uma aula dinâmica, principalmente na disciplina gteografica que exige
uma compreensão tanto gráfica quanto espacial e essencial, e os croquis podem se tornar uma
ferramenta importante.
Os croquis estão longe de serem uma inovação como método de ensino, pois existem relatos de
sua utilização desde o surgimento das primeiras civilizações. No entanto, esse sempre foi um
método comprovadamente eficiente de ensino da cartografia e devemos voltar a utilizar métodos
tradicionais de ensino conciliados com novos recursos multimídia possibilitados pelo avanço na
tecnologia.
Nelas devem figurar as deduções obtidas nos resultados ou levantadas ao longo da
discussão do assunto. Como se trata de seção final, não cabem mais dados quantitativos e
resultados que ainda demandem discussões. As recomendações são declarações resumidas a
serem usadas no futuro, postas como necessárias a partir das conclusões obtidas.
0

Desenvolver a habilidade de observação dos arranjos espaciais e da dinâmica que se processa no cotidiano.
Perceber que esse espaço construído pela sociedade inclui elementos da natureza: o relevo, rios, animais,
vegetação, dia e noite, sol, chuva, vento, frio, calor, temperatura cuja interferência é ou não percebida pelas
pessoas no seu dia a dia.
1

Nas séries iniciais é importante trabalhar a questão da construção do espaço geográfico. Segundo Mastrangelo
2001, construir o espaço significa sistematizar as impressões e experiências que a criança tem, de maneira que
ela perceba os signos e informações e se aproprie desse ambiente onde vive. Portanto, é fundamental partir do
local, do cotidiano, do dia a dia da criança, pois tendo por base o espaço de convívio, pode-se posteriormente
vislumbrar horizontes de relações espaciais mais amplos.
O desenvolvimento dessa noção de espaço passa por níveis próprios na evolução geral da criança, passando
do:
a) vivido;
b) percebido e
c) concebido
O que é a Vivência do Espaço?
O espaço físico é vivenciado através do movimento e do deslocamento da criança, onde ela vive, experimenta e
conhece. As idas ao mercado, trajeto casa-escola ou as brincadeiras no pátio, quintal e vizinhanças. A criança
percorre, delimita e o organiza segundo seus interesses e experiências.
A Percepção do Espaço
O espaço passa a ser percebido quando não precisa mais ser experimentado fisicamente, quando, por exemplo,
a criança lembrar do trajeto Escola-Casa ou quando ao observar uma foto, for capaz de distinguir as distâncias e
localizar os objetos. É o momento em que a análise do espaço passa a ser feita pela observação.
A Concepção do Espaço
É a etapa em que a criança começa a estabelecer relações espaciais entre elementos apenas através de sua
representação, por exemplo, quando adquire a capacidade de raciocinar sobre uma área retratada em um mapa.

ssim, pode-se compreende r por que o espaço, a paisagem, o território e o lugar


estão associados à força da imagem, tão explorada pela mídia. Pela imagem,
muitas vezes a mídia utiliza-se da paisagem para inculcar um modelo de mundo.
Sendo a Geografia uma ciência que procura explicar e compreender o mundo por
meio de uma leitura crítica a partir da paisagem, ela poderá oferecer grande
contribuição para decodificar as imagens manipuladoras que a mídia constrói na
consciência das pessoas, seja em relação aos valores socioculturais ou a padrões de
comportamentos políticos nacionais.

A análise do espaço geográfico consiste no principal objeto de estudo da


geografia. No entanto, esse aspecto primordial está sendo deixado de lado,
priorizando-se a descrição dos elementos, sendo a análise e interpretação
dos fenômenos prejudicada.

Uma atividade importante para despertar a atenção dos estudantes a


respeito do espaço geográfico é a realização de um croqui do pátio da
escola. Porém, essa atividade deve ser proposta de forma que o aluno
relacione e interprete os elementos representados no croqui, não apenas
realizando um amontoado de ilustrações. Esse exercício irá despertar a
imaginação dos estudantes, auxiliando-os na leitura e interpretação espacial,
percepção sobre um determinado fenômeno, além de promover a atividade
cartográfica.
2

Os croquis são representações esquemáticas bidimensionais que abordam os


fatos espaciais de maior relevância. Para a realização dessa atividade será
necessário a explicação sobre a confecção de um croqui, além da apresentação
de um que já esteja concluído, de forma que os estudantes tenham
conhecimento de alguns elementos cartográficos essenciais.

OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Os Parâmetros Curriculares Nacionais


indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de: •
compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos
e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade,
cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; •
posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais,
utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; • conhecer
características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio
para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de
pertinência ao país; • conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro,
bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer
discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia
ou outras características individuais e sociais; • perceber-se integrante, dependente e agente
transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,
contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; • desenvolver o conhecimento
ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física,
cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com
perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; • conhecer o próprio
corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos
da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde
coletiva; • utilizar as diferentes linguagens verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e
corporal como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir
das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e
situações de comunicação; • saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos
tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; • questionar a realidade formulando-se
problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade,
a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua
adequação.
3

Conhecimento geográfico e sua importância social A Geografia tem por objetivo estudar as
relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o funcionamento
da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem. Na busca
dessa abordagem relacional, trabalha com diferentes noções espaciais e temporais, bem como
com os fenômenos sociais, culturais e naturais característicos de cada paisagem, para permitir
uma compreensão processual e dinâmica de sua constituição, para identificar e relacionar
aquilo que na paisagem representa as heranças das sucessivas relações no tempo entre a
sociedade e a natureza em sua interação. Nesse sentido, a análise da paisagem deve focar as
dinâmicas de suas transformações e não simplesmente a descrição e o estudo de um mundo
aparentemente estático. Isso requer a compreensão da dinâmica entre os processos sociais,
físicos e biológicos inseridos em contextos particulares ou gerais. A preocupação básica é
abranger os mod 27 de existir e de perceber os diferentes lugares e territórios como os
fenômenos que constituem essas paisagens e interagem com a vida que os anima. Para tanto é
preciso observar, buscar explicações para aquilo que, em determinado momento, permaneceu
ou foi transformado, isto é, os elementos do passado e do presente que neles convivem. O
espaço considerado como território e lugar é historicamente produzido pelo homem à medida
que organiza econômica e socialmente sua sociedade. A percepção espacial de cada indivíduo
ou sociedade é também marcada por laços afetivos e referências socioculturais. Nessa
perspectiva, a historicidade enfoca o homem como sujeito produtor desse espaço, um homem
social e cultural, situado além e mediante a perspectiva econômica e política, que imprime
seus valores no processo de produção de seu espaço. Assim, o espaço na Geografia deve ser
considerado uma totalidade dinâmica em que interagem fatores naturais, sociais, econômicos
e políticos. Por ser dinâmica, ela se transforma ao longo dos tempos históricos e as pessoas
redefinem suas formas de viver e de percebêla. Pensar sobre essas noções de espaço
pressupõe considerar a compreensão subjetiva da paisagem como lugar, o que significa dizer:
a paisagem ganhando significados para aqueles que a constroem e nela vivem; as percepções
que os indivíduos, grupos ou sociedades têm da paisagem em que se encontram e as relações
singulares que com ela estabelecem. As percepções, as vivências e a memória dos indivíduos
e dos grupos sociais são, portanto, elementos importantes na constituição do saber geográfico.
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais são as categorias da
Geografia mais adequadas para os alunos em relação a essa etapa da escolaridade e às
capacidades que se espera que eles desenvolvam. Assim, espaço deve ser o objeto central de
estudo, e as categorias território, região, paisagem e lugar devem ser abordadas como seu
desdobramento. A categoria território foi originalmente formulada nos estudos biológicos do
final do século XVIII. Nessa definição inicial, o território é a área de vida em que a espécie
desempenha todas as suas funções vitais ao longo do seu desenvolvimento. Portanto, o
território é o domínio que os animais e as plantas têm sobre porções da superfície terrestre.
Mediante estudos comportamentais, Augusto Comte incorporou o categoria de território aos
estudos da sociedade como categoria fundamental, o que foi absorvido pelas explicações
geográficas. Na concepção ratzeliana de Geografia, esse conceito define-se pela apropriação
do espaço, ou seja, o território, para as sociedades humanas, representa uma parcela do espaço
identificada pela posse. É dominado por uma comunidade ou por um Estado. Na geopolítica,
o território é o espaço nacional ou a área controlada por um Estado-nacional: é um conceito
político que serve como ponto de partida para explicar muitos fenômenos geográficos
4

relacionados à organização da sociedade e suas interações com as paisagens. O território é


uma categoria fundamental quando se estuda a sua conceitualização ligada à formação 28
econômica e social de uma nação. Nesse sentido, é o trabalho que qualifica o território como
produto do trabalho social. Além disso, compreender o que é território implica também
compreender a complexidade da convivência, nem sempre harmônica, em um mesmo espaço,
da diversidade de tendências, idéias, crenças, sistemas de pensamento e tradições de
diferentes povos e etnias. É reconhecer que, apesar de uma convivência comum, múltiplas
identidades coexistem e por vezes se influenciam reciprocamente. No caso específico do
Brasil, o sentimento de pertinência ao território nacional envolve a compreensão da
diversidade das culturas que aqui convivem e que, mais do que nunca, buscam o
reconhecimento de suas especificidades, daquilo que lhes é próprio. Para professores de
geografia é fundamental reconhecer a diferenciação entre a categoria território e o conceito de
territorialidade. Num primeiro momento essas duas palavras podem parecer dizer a mesma
coisa. Porém, o território refere-se a um campo específico do estudo da Geografia. Ele é
representado por um sistema de objetos fixos e móveis, como, por exemplo, o sistema viário
urbano representando o fixo e o conjunto dos transportes como os móveis. Ambos constituem
uma unidade indissolúvel, mas que não se confundem. Outro exemplo pode ser a unidade
formada pela moradia com a população. No limite mais abstrato, o da indústria e do fluxo de
trabalhadores. Enquanto a categoria território representa para a Geografia um sistema de
objetos, sendo básica para a análise geográfica, o conceito de territorialidade representa a
condição necessária para a própria existência da sociedade como um todo. Se o território pode
ser considerado campo específico dos estudos e pesquisas geográficas, a territorialidade
poderá também estar presente em quaisquer outros estudos das demais ciências. Dificilmente
poderemos pensar num antropólogo, sociólogo, biológo ou engenheiro civil, entre outros, que,
no seu campo de estudos, não esteja trabalhando com o conceito de territorialidade. A
categoria território possui relação bastante estreita com a categoria paisagem. Pode até mesmo
ser considerada como o conjunto de paisagens. É algo criado pelos homens, é uma forma de
apropriação da natureza. A categoria paisagem, porém, tem um caráter específico para a
Geografia, distinto daquele utilizado pelo senso comum ou por outros campos do
conhecimento. É definida como sendo uma unidade visível do território, que possui
identidade visual, caracterizada por fatores de ordem social, cultural e natural, contendo
espaços e tempos distintos; o passado e o presente. A paisagem é o velho no novo e o novo no
velho! Por exemplo, quando se fala da paisagem de uma cidade, dela fazem parte seu relevo, a
orientação dos rios e córregos da região, sobre os quais se implantaram suas vias expressas, o
conjunto de construções humanas, a distribuição de sua população, o registro das tensões,
sucessos e fracassos da história dos indivíduos e grupos que nela se encontram. É nela que
estão expressas as marcas da história de uma sociedade, fazendo assim da paisagem um
acúmulo de tempos desiguais. 29 A categoria paisagem, por sua vez, também está relacionada
à categoria lugar, tanto na visão da Geografia Tradicional quanto nas novas abordagens. O
sentimento de pertencer a um território e a sua paisagem significa fazer deles o seu lugar de
vida e estabelecer uma identidade com eles. Nesse contexto, a categoria lugar traduz os
espaços com os quais as pessoas têm vínculos afetivos: uma praça onde se brinca desde
criança, a janela de onde se vê a rua, o alto de uma colina de onde se avista a cidade. O lugar é
onde estão as referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as diferentes formas
5

de perceber e constituir a paisagem e o espaço geográfico. É por intermédio dos lugares que
se dá a comunicação entre homem e mundo.

INTRODUÇÃO

You might also like