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HISTÓRIAS
DE ANIMAIS
1 | HISTÓRIAS DE ANIMAIS
F ormar leitores significa preparar pessoas para que conheçam os mais variados gêneros e tipos de texto.
Ler é um ato repleto de possibilidades: quanto mais conhecemos os diversos textos que existem, mais
aptos a ler nos tornamos. Por isso, é uma conquista quando podemos oferecer uma diversidade de livros às
crianças. Poderíamos direcionar nossa atuação nas escolas, ampliando ao máximo a quantidade e a variedade de
textos a serem conhecidos.
Ver: Certamente, uma criança que conhece muitas histórias, aos poucos, deduz as semelhanças entre elas e assim
Caderno
de estudos aprende cada vez mais sobre esse tipo de texto. Ler uma diversidade de tipos de narrativa também favorece
que se reconheça a diferença e as características específicas de cada uma delas. Mas essa aprendizagem pode
ser ainda mais potencializada quando as crianças encontram na escola uma ajuda, como, por exemplo, nas
situações em que se deixam claras as características e as estruturas dos diferentes tipos de texto. Atenção:
fazer isso não significa “dar aula” sobre as características do livro ou do texto escolhido, que tornaria o ensino
do texto muito difícil para a criança, mas, sim, participar de atividades bem planejadas e bem orientadas que
colocam em jogo seus conhecimentos. Essa aprendizagem se dará de forma cumulativa à medida que todos
lerem, escutarem e trabalharem os textos.
Sem dúvida, nesse tipo de narrativa, especialmente no caso das fábulas, a presença da moral é uma dimensão
importante e, sempre que possível, vale a pena ser mencionada e esclarecida às crianças. Porém, o trabalho
não pode ser limitado à exploração da mensagem do texto, ainda mais se considerarmos que uma das fun-
ções da escola é formar bons leitores e favorecer o aprendizado da leitura e da escrita. Assim, é possível e
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necessário pensar outras formas de apresentar e apreciar esse tipo de texto na escola. Por exemplo, explicitar a
presença de personagens com características contrastantes, como A cigarra e a formiga, A lebre e a tartaruga
etc., e discutir o significado desse contrário na trama da história.
Se estes personagens pensassem e agissem da mesma forma, o que aconteceria com o enredo?
As histórias de animais facilitam a conversa com as crianças sobre dimensões aparentemente complexas dos
textos (como, por exemplo, sua estrutura), porque, em sua maioria, são textos curtos que perseguem uma
ideia central. Além disso, o enredo costuma ser convidativo às crianças, já que faz uso do recurso da personifi-
cação de animais que tanto as atrai.
Essas histórias podem ser exploradas pelas crianças para que elas pensem sobre “como” são narradas. Ao favo-
recer que elas desvendem essa escrita, contribui-se para que avancem para além do contato com as histórias.
Enfim, à medida que conhecem diversas histórias de animais, elas exploram e pensam sobre sua forma. Esse
aprendizado vai se somando ao conhecimento de textos com outras características, e assim as crianças ganham
desenvoltura no universo da escrita.
Neste Caderno de orientações, você vai encontrar propostas que podem ampliar a maneira como se costu-
mam trabalhar as histórias de animais com as crianças. Nele, propõe-se uma atenção especial à personificação
dos animais na história, à estrutura do texto, à sequência dos fatos ocorridos e aos diálogos dos animais.
Experimente desenvolver essas atividades com as crianças e surpreenda-se ao ver como elas são capazes de
observar e aprender!
3 | HISTÓRIAS DE ANIMAIS
Sobre os livros
O s três livros escolhidos para este Caderno de orientações contam histórias de animais. São narrativas do
saber popular que surgem da literatura oral ou anônima e são adaptadas ou recontadas. Duas delas, “O
bicho folharal” e “A flauta do tatu”, são parte do folclore brasileiro, recontadas e ilustradas por uma artista reno-
mada, Angela-Lago. A terceira história, “Cabritos, cabritões”, tem origem na tradição oral norueguesa e, por isso,
traz um personagem pouco comum nas narrativas brasileiras – o Ogro. Essas histórias têm importância não
apenas pelos preceitos morais transmitidos de forma alegórica, mas também por sua estrutura narrativa, cuja
principal característica é a repetição acumulativa: o mesmo acontecimento se repete várias vezes e vai se acu-
mulando até ser resolvido. Essa maneira de contar histórias favorece a que as crianças participem de forma
mais autônoma da leitura, porque elas são capazes de antecipar os acontecimentos narrados e memorizar
a história. Vamos conhecer algumas características dessas histórias.
Cabritos, cabritões
Adaptado por Olalla González, com ilustrações de Federico Fernández
São Paulo: Instituto Callis, 2008.
Nesta história, três cabritos que vivem nas montanhas – um pequeno, um médio e um grande – têm como
tarefa atravessar uma ponte para chegar a um campo de capim verde, onde podem se alimentar. Debaixo des-
sa ponte, no entanto, vive um terrível Ogro que não deixa ninguém passar. Os cabritos, então, elaboram um
plano para cruzar a ponte. O diálogo dos cabritos com o Ogro se repete três vezes, com pequenas alterações a
depender de qual dos cabritos está atravessando a ponte naquele momento. O plano dos cabritos dá certo e
eles conseguem não só passar pela ponte como também acabar com o Ogro, comer o capim e se transformar
em três enormes cabritões.
Além do diálogo, os trechos com as descrições dos cabritos também contêm repetições. A ordem das frases é
sempre a mesma e os adjetivos usados para caracterizá-los correspondem ao tamanho de cada um - pequeno, mé-
dio ou grande: “O Cabrito Cabritão Pequeno / Tinha uma barba pequenininha; “O Cabrito Cabritão Médio / Tinha
uma barba nem grande nem pequena; “O Cabrito Cabritão Grande / Tinha uma barba grandona”. Nos três casos, o
tamanho da letra corresponde ao tamanho do cabrito: o pequeno é descrito com uma letrinha e assim progressivamente.
Cada cabrito, ao atravessar a ponte, faz um barulho específico com as patas indicado no texto por meio das
onomatopeias: “patim”; “patam” e “patom”. Também nesse caso, as palavras são apresentadas em tamanhos
proporcionais aos dos cabritos e se espalham na página como que vibrando o ruído que provocam.
As belíssimas ilustrações enfatizam as características dos personagens descritas no texto: os cabritos vão ocupando
diferentes dimensões nas páginas, com suas barbas e chifres, assim como o Ogro, a ponte e as montanhas.
O bicho folharal
Contado e ilustrado por Angela-Lago
Rio de Janeiro: Rocco, 2005.
Este livro integra a coleção Virando Onça, que, como o próprio nome indica, tem a Onça como protagonista
em todos os títulos. Nesse caso, o Macaco é seu esperto oponente. Na trama, Dona Onça cisma de não deixá-
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lo beber água em sua fonte. O bicho arma um plano, lambuza o corpo de mel e rola nas folhas secas, disfarçan-
do-se de “bicho folharal”. Entra na fila dos animais que esperam a vez para beber água na fonte da Onça e logo
chama a atenção dela com seu aspecto exótico. Como não pode se molhar para não revelar sua identidade, o
macaco canta a mesma música toda vez que se aproxima da fonte: “Eu sou o bicho folharal/ que cheguei do
matagal. / E se beber passo bem./ Mas se molhar passo mal”. Apesar do canto, o Macaco acaba se molhando um
pouquinho mais a cada vez. A música só se altera quando ele perde quase todas as folhas do corpo: “Eu sou o
bicho folharinho,/ que cheguei do matozinho”. Antes que Dona Onça tenha certeza de quem ele é, o Macaco
consegue fugir, saciado em sua sede, revelando a todos os outros bichos a sua verdadeira identidade.
As três idas do Macaco à fonte, a consequente perda progressiva do disfarce e a fala reiterada da Onça desco-
brindo cada vez mais a identidade do “bicho folharal” configuram o aspecto acumulativo da história, narrada,
nesse caso, com muito humor. As ilustrações também são divertidas e coloridas. Os traços irregulares lembram
o desenho infantil e conservam certo ar matreiro, presente também na trama. As imagens ocupam duas pági-
nas, em sua maioria. O detalhe final do Macaco mostrando a língua num canto da página para a Onça deitada
no outro canto resume exemplarmente o brilhante diálogo entre texto e imagem.
A flauta do tatu
Contado e ilustrado por Angela-Lago
Rio de Janeiro: Rocco, 2005.
Este livro também integra a coleção Virando Onça, assim como o anterior. Nesse caso, quem faz esperta oposi-
ção à Onça é o Tatu. Para responder a uma provocação da Onça que vivia falando que seu prato predileto era
sopa de tatu, o bicho cria uma canção que se repete ao longo da história, alterando-se em alguns trechos: “Vou
fazer uma flauta com a canela de uma onça que ainda é banguela. / Quer sopinha porque não tem dente. / É
porque não tem dente / É porque não tem dente / É porque não tem dente / Ô gente!” Com essa canção, o Tatu
consegue chamar a atenção dos outros animais, atrair a Onça para sua toca e deixá-la ali, anos e anos, definhan-
do à sua espera, até morrer. Quando isso acontece, ele finalmente cumpre o anunciado em sua canção: com o
osso da canela da Onça faz uma flauta e sai cantando em companhia dos demais bichos.
O desfecho da história é um convite à repetição em voz alta da canção do Tatu: “Ô gente, como era mesmo?”
Além da repetição da canção e de alguns episódios, a informalidade e o ritmo da linguagem são marcas fortes
desse texto. As ilustrações, assim como no livro O bicho folharal, são coloridas, divertidas, com traços irregulares
que lembram o desenho infantil. A sombra aparece como recurso ainda mais explorado que no volume anterior,
afinal, o Tatu vive numa toca e para melhor enxergá-lo a luz não é suficiente.
1. São narrativas feitas em terceira pessoa, mas as histórias são construídas a partir do discurso direto, em que
ocorre repetição na fala das personagens: “Quem está fazendo patim, patim, patim na minha ponte?”
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2. No discurso direto, há diálogos que se repetem, e neles aparece a presença marcante de frases exclamativas:
“Eu vou te comer!” ou “Ô gente, ô gente!” Além da pontuação, devem-se considerar a sonoridade e as repetições
em forma de refrão, porque trazem ritmo às narrativas, provocando a sensação de musicalidade.
3. Ocorre personificação: os animais agem como se fossem pessoas, querem enganar ou tirar vantagem, arquite-
tam planos, cantam, dançam etc. Todas as ações, inclusive a conversa, são humanas.
4. A trama das histórias se desenvolve em torno da transmissão de algum ensinamento. Elas narram experiências
que servem de aviso, conselho ou exemplo e funcionam como orientação à conduta humana.
5. As narrações são lineares e no desfecho o problema inicial é resolvido, como no caso de Cabritos, cabritões: depois de
enganarem e afugentarem o Ogro, os cabritos atravessam a ponte e conseguem se alimentar como desejavam.
6. É forte a presença de onomatopeias ou expressões tipicamente orais: “patim, patam, patom”; “ô gente”; “você aí”.
Em relação à ilustração:
1. É possível antecipar a história que vai ser narrada por meio das imagens, pois as ilustrações se assemelham ao
texto que será contado: a Onça com as patas na cara nas cenas finais de O bicho folharal indica o vexame pelo
qual passara; da mesma forma, em Cabritos, cabritões, a ilustração dos crânios de animais pendurados à ponte
indica uma possível falta de habilidade dos que tentaram enganar o Ogro anteriormente.
2. As ilustrações reforçam a personificação dos animais: o Cabritinho usa uma escada para descer do alto da
montanha; o Tatu transforma osso em flauta; os animais dirigem-se à fonte da Onça carregando baldes para
estocar a água em falta.
3. As ilustrações complementam o texto: nos dois livros ilustrados por Angela-Lago essa complementaridade se
dá principalmente pela via do humor: os animais leem enquanto esperam na fila para beber água na fonte da
Onça e o Tatu mostra o rabo para a Onça, de dentro de sua toca, tentando convencê-la de que agarrou uma Co-
bra. No caso de Cabritos, cabritões o rascunho do plano elaborado pelos três para atravessar a ponte, que aparece
nas páginas iniciais, também antecipa ao leitor acontecimentos importantes da história.
As atividades desenvolvidas aqui são referências para a exploração de livros com histórias de animais. O texto
Cabritos, cabritões serviu de referência para a elaboração das propostas apresentadas a seguir. Contudo, você
pode experimentar o mesmo tipo de atividade com outros livros de estrutura semelhante. Este Caderno de ori-
entações é um convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos, ampliando-os com as sugestões apre-
sentadas. É por essa razão que já indicamos neste texto dois outros livros que compõem o acervo enviado junto
com este material. Bom trabalho!
Lembrete
Sabemos que, quando gostam de uma história, as crianças pedem para que ela seja lida e relida diversas
vezes. Por isso, não hesite em contar várias vezes a mesma história. A formação de futuros leitores se dará no
equilíbrio de experiências em que eles possam ler e escutar histórias por puro prazer – desfrutando de lite-
ratura de qualidade – com outros momentos em que possam aprofundar conhecimentos sobre o texto.
Portanto, o desafio está em não transformar a leitura de histórias numa atividade mecânica. Assim, procure
garantir a leitura por prazer, de maneira independente das atividades com foco no texto. Este Caderno de
orientações apresenta um roteiro de trabalho que não deve ser escolarizado, mas, ao contrário, servir de
instrumento para que as crianças façam uma viagem pelo mundo da literatura e do conhecimento.
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Sumário
Atividade 1
Conhecer a história
Roteiro de trabalho
Preparação
Ler o livro preparando sua leitura em voz alta.
O que as crianças
podem pensar, Orientações para o professor
dizer e fazer.
Pensar sobre
Apresentar o livro, mas, antes de ler o título, folheá-lo, mostrando as ilustrações às crianças até o fim.
o conteúdo da
história a partir
das ilustrações. Voltar à capa e questionar sobre o que elas acham que o livro trata. Você pode dizer: “Hoje vocês vão conhe-
cer uma nova história. Antes vou mostrar as ilustrações do livro para que depois me digam o que acham que
será contado”.
Ler o título e perguntar se elas conhecem alguma história parecida. Deixar que falem livremente.
Fazer relações
Apresentar um resumo da história e fazer uma pergunta sobre o desfecho: “Será que os cabritos vão conseguir
entre o que já atravessar a ponte e chegar até o campo com capim verde?”
conhecem da
história e o que
está por vir.
Ler a história e mostrar as ilustrações a cada página.
Fazer outra pergunta, após ler a parte em que o Ogro aparece, para orientar a escuta até o fim da leitura do
conto: “Será que o plano dos cabritos dará certo?” Ouvir as crianças e comentar que você continuará lendo para
que elas possam saber o que vai acontecer.
Perguntar às crianças quem são os personagens da história. Conversar com elas mostrando que são todos
Relacionar histórias
conhecidas em animais, mas agem como se fossem pessoas, e questionar se conhecem outras histórias em que isso acontece. Dei-
que os personagens
animais agem xar que as crianças falem, destacando as ações dos animais que são características humanas como, por exem-
como humanos.
plo, o plano desenhado no papel e a ação de descer a escada.
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Ao realizar perguntas antes e durante a leitura, as crianças podem aprender a conversar sobre os persona-
gens, suas ações e características, além de se manterem ativas na escuta da história.
Atividade 2
Ordenar as ilustrações
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar, para cada grupo, um conjunto de cartelas com ilustrações dos principais episódios da história.
Circular entre os grupos, intervindo e ajudando as crianças a retomarem a sequência da narrativa. Você pode
fazer perguntas: “Como começa essa história? E depois, o que acontece? Quem está presente nessa ilustração? E o
que está acontecendo nessa parte da história?”
Propor aos grupos, depois de terminarem de ordenar as cartelas, que recontem a história, verificando se a sequên-
Recontar a história
e verificar se cia das ilustrações está certa. Para isso, você pode pedir que um grupo comece contando a partir da primeira
ordenaram as
ilustrações na ilustração selecionada, e depois os outros grupos dão sequência à narração. Estimular, sempre que preciso, a
sequência certa.
retomada de memória da sequência da narrativa. Caso as crianças fiquem em dúvida, você pode pegar o livro
para que elas verifiquem se as cartelas estão na ordem correta.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode entregar
apenas as ilustrações dos encontros entre os cabritos e o Ogro, pedindo que elas ordenem apenas esses episódios.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que elas or-
denem as ilustrações e depois escolham uma para substituir por texto.
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Ao pedir que as crianças recontem a história verificando se está correta a sequência da narrativa, favorece-se
que recuperem o texto de memória com apoio da ilustração.
Atividade 3
Relacionar os animais e seus sons
Roteiro de trabalho
Preparação
Organizar, em quantidade suficiente para cada grupo, um conjunto de tiras com os sons de cada um dos cabri-
tos e um conjunto de cartelas com as ilustrações de cada um.
Mostrar as tiras e contar que nelas estão escritos os sons de cada um dos animais. Explicar a proposta:
“Nessas tiras, está escrito o som que os cabritos fazem ao atravessar a ponte. Vou ler para vocês e dizer de qual cabrito é,
e vocês me dizem se acertei, combinado?”
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Relacionar a
Mostrar a primeira tira para todas as crianças. Ler e dizer de qual cabrito é aquele som. As tiras não devem ser
ilustração e o lidas na mesma sequência em que os animais aparecem na história.
som de cada
bicho e colocar
em jogo as
estratégias de
Seguir essa mesma orientação para os outros dois cabritos. No decorrer da leitura, você pode trocar o som de
leitura. um cabrito para que as crianças reconheçam o que está errado e digam qual é o certo.
Organizar as crianças em grupos e entregar para cada uma as tiras e as cartelas. Explicar a proposta: “Agora
vocês vão juntar as ilustrações dos cabritos com o som de cada um”.
Estimular que as crianças usem a escrita de palavras conhecidas como fonte de informação: “Que nome de
criança conhecemos que começa com as mesmas letras que os passos do Cabrito Cabritão Grande?”
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M AA II SS
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode realizar apenas
a primeira parte da atividade.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que elas, além
de relacionar o som com a ilustração, relacionem também os nomes de cada cabrito. Para isso, entregue tiras
com os nomes de cada um deles.
Ao chamar a atenção das crianças sobre o recurso tipográfico utilizado para registrar o som dos animais,
possibilita-se que elas aprendam a observar e reconhecer tipografias.
Ao solicitar que as crianças relacionem a escrita dos sons com a ilustração de cada cabrito, favorece-se que
coloquem em jogo diferentes estratégias de leitura.
Atividade 4
Roteiro de trabalho
Preparação
Ensaiar a leitura em voz alta antes de ler para as crianças.
Dizer que, antes de iniciar a leitura do livro, as crianças lembrarão as partes que deverão ser lidas: “Mas, antes
de lermos juntos toda a história, vamos ler o primeiro diálogo do Cabrito Cabritão Pequeno com o Ogro para lem-
brar como está escrito no livro”.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Ler o texto de
Ler com as crianças o diálogo, deixando o livro virado para elas, de forma que consigam acompanhar o texto.
memória e Enquanto leem, você pode passar o dedo nas partes que estão sendo faladas para que as crianças acompanhem a
observar a
relação entre relação do que está sendo falado com o que está escrito.
oral e escrito.
Chamar a atenção para a repetição nas falas dos cabritos e do Ogro e o que muda em suas falas: “Ah, então, sem-
pre que o Ogro pergunta quem está fazendo aquele barulho sua fala muda conforme o cabrito que passa. E nas três
vezes que o Ogro se encontra com um cabrito ele diz: ‘Eu vou te comer!’?”
Ler partes da
Iniciar a leitura e parar de ler no momento de passar “a voz” às crianças. Quando parar, dizer por que parou e
história. informar o que elas precisam fazer. Você pode dizer: “Agora vou parar de ler e vocês vão continuar”.
Ajudar as crianças retomando a sequência da narrativa caso seja necessário. Você também pode auxiliar reto-
mando o que elas acabaram de falar e dando dicas sobre o próximo diálogo.
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Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode sugerir
que elas leiam apenas as falas dos cabritos nos diálogos.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que, ao
longo da semana, as crianças leiam a história em duplas, ficando cada membro da dupla responsável pela
leitura de uma parte da história.
Ao chamar a atenção para a repetição presente nos diálogos da história, favorece-se que as crianças
observem a estrutura do texto.
Dividir a turma de forma que cada criança leia uma parte da história.
Atividade 5
Ordenar o texto e relacionar com a ilustração
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar cartões com as ilustrações dos encontros entre o Ogro e os cabritos. Preparar tiras com os diálogos
entre a os cabritos e o Ogro. Usar sempre letra de imprensa maiúscula, como no exemplo a seguir:
Dividir as crianças em grupos e entregar as cartelas com as ilustrações dos encontros entre os personagens da história
e os cartões com os diálogos.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Relacionar informações
Circular entre as crianças, ajudando os grupos a realizar a atividade proposta.Você pode intervir, dizendo:
sobre a escrita do texto “Esta é a ilustração do Cabrito Cabritão Pequeno tentando atravessar a ponte. Que som ele faz? Vamos ler para
e ordenar os diálogos.
procurar no diálogo onde está escrito ‘PATIM, PATIM, PATIM’?”
Oferecer ajuda, incentivando as crianças a relacionar as palavras já conhecidas que, por exemplo, comecem ou
terminem com a mesma sílaba da palavra que estão procurando.
Socializar com toda a turma as estratégias utilizadas pelos grupos para encontrar o diálogo correto: “Lucas, conte
Compartilhar
estratégias para seus colegas como seu grupo achou que esse é o cartão do Cabrito Cabritão Pequeno”.“Então, pessoal, como o Lucas
de leitura.
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falou, eles acharam onde estava escrito PEQUENO, porque começa com as mesmas letras do nome do PEDRO.”
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode agrupá-
las, entregar os cartões e ler. Elas apenas precisam identificar onde está o que você leu. Em seguida, o grupo
relaciona os cartões com as ilustrações corretas.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode sugerir que elas
localizem e ordenem os diálogos sem as cartelas de ilustrações.
Entregar os textos dos diálogos da história misturados com textos de diálogos de outras histórias e pedir
que as crianças encontrem quais são os diálogos “intrusos”.
Organizar um jogo de memória com as cartelas de ilustração e as tiras com o texto dos diálogos para as
crianças jogarem em grupos. No jogo, o desafio é que as crianças consigam parear as ilustrações e os diálogos.
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Atividade 6
Ordenar as frases do diálogo
Roteiro de trabalho
Preparação
Preparar, para cada dupla, tiras com as frases do diálogo entre o Cabrito Cabritão Pequeno e o Ogro. Escrever
sempre em letra de imprensa maiúscula.
Circular entre os grupos, ajudando aqueles que precisam de auxílio para ler as tiras e pensar na ordem do texto.
Pedir aos grupos que já terminaram que leiam para você a sequência do diálogo, conferindo juntos se
Tentar ajustar
o que se fala com o colocaram na ordem correta do texto. Você pode pedir que as crianças leiam passando o dedo pelas palavras
que o está escrito.
e buscando adequar a fala ao que está escrito.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode entregar para as duplas o texto
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do diálogo inteiro em uma folha e pedir que elas identifiquem e circulem com lápis de cores diferentes as falas
do cabrito e do Ogro.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que elas
reescrevam o diálogo da seguinte forma: enquanto uma criança dita, a outra escreve.
Ao pedir que as crianças leiam o diálogo passando o dedo pelas palavras, favorece-se que elas ajustem o
que se fala ao que está escrito.
Entregar uma folha com um dos diálogos escrito e pedir que as crianças identifiquem e circulem algumas
palavras.
Entregar uma folha com um dos diálogos escrito e pedir que, em duplas, as crianças alternem as falas dos
personagens, lendo e acompanhando o texto com o dedo.
20 | TRILHAS
Atividade 7
Desenhar os encontros
Roteiro de trabalho
Preparação
Preparar papéis em branco (em formato aproximado de 20 x 15 cm) em quantidades suficientes para que cada
grupo de crianças possa desenhar os três encontros presentes na história. Separar materiais para que possam
desenhar.
Passar o livro para que as crianças possam observar de perto os detalhes. Enquanto observam, você ressalta
suas observações estimulando a troca entre elas.
Organizar as crianças nos grupos e contar que elas serão os novos ilustradores desse livro, mas que irão
ilustrar apenas os encontros entre o Ogro e os cabritos presentes na história.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Explicar como será feita a atividade: “Aqui comigo há papéis em branco para que vocês possam desenhar,
Escolher a
quantidade mas cada grupo vai conversar para lembrar quantos encontros há nesta história e vir aqui pegar a
de papel que
corresponda aos quantidade de papel que precisa para desenhá-los”. Caso algum grupo de criança solicite papéis a mais ou a
encontros entre
os personagens
menos que o necessário, você pode retomar a história com elas para ajudá-las.
da história.
Deixar o livro disponível para que as crianças possam consultá-lo caso tenham alguma dúvida.
Desenhar os
Entregar os materiais para que possam desenhar e propor que cada criança do grupo faça o desenho de
encontros entre um encontro.
os personagens.
Recuperar de
Propor que os grupos coloquem os desenhos na ordem da sequência da história.
memória a sequência
da história.
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Propor que façam uma exposição dos desenhos para que possam apreciar os trabalhos dos colegas.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode entregar os
papéis já com o desenho do Ogro para que eles façam apenas o desenho dos cabritos.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que elas
realizem a atividade individualmente.
Ao propor que solicitem a quantidade exata de papéis para os desenhos e depois os coloquem na ordem da
narrativa, favorece-se que retomem a história e a sequência da narrativa.
Atividade 8
Ditar os diálogos da história
Observar o uso
Escrever na frente das crianças os diálogos chamando a atenção para o uso do travessão e da mudança de linha.
de sinais de Por exemplo: “Vocês disseram que o primeiro personagem que fala é o Ogro. No livro, todas as vezes que aparecem
pontuação e
disposição as falas de personagens, elas vêm acompanhadas desse traço, vou fazer o mesmo aqui. Para a resposta do cabrito
das linhas.
também vou colocar o traço e escrevê-la abaixo da fala do Ogro”.
Verificar se há
Reler todo o diálogo ditado, após ter sido escrito, para que as crianças decidam se falta algo: “ Vou reler o que
modificações vocês me ditaram. Se acharem que é preciso mudar algo ou que falta alguma informação, para que fique bem parecido
para fazer
no texto. com o livro, vocês me digam para que eu faça a alteração”.
Explicar para as crianças, ao final da escrita que você irá copiar o que elas ditaram em folhas de papel para
montar um livro com os desenhos feitos na atividade anterior.
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M AA II SS
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode realizar essa
atividade em pequenos grupos, de forma que você possa dar maior apoio a cada grupo. Cuidar para que os
grupos de crianças sejam montados conforme os desenhos feitos na atividade anterior.
Se o desafio proposto parecer muito fácil para algumas crianças, você pode realizar a atividade em trios e sugerir
que as crianças se revezem no papel de escriba, ou seja, enquanto as outras duas ditam, uma delas escreve.
Ao reler o que foi ditado, solicitando que pensem sobre a necessidade de mudar algo no texto, favorece-se
que as crianças se apropriem da linguagem escrita nos textos.
Créditos institucionais
TRILHAS
Iniciativa:
Instituto Natura
Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica
Realização:
Programa Crer para Ver, Instituto Natura
Desenvolvimento:
Comunidade Educativa Cedac
Ficha Técnica
Programa Crer para Ver, Instituto Natura Equipe da Gerência de Educação e Sociedade, Instituto Natura:
Coordenação: Maria Lucia Guardia, Lilia Asuca Sumiya, Maria Eugênia Franco,
Maria Lucia Guardia Fabiana Shiroma, Eliane Santos, Isabel Ferreira, Luara Maranhão,
Marcio Picolo
Comunidade Educativa Cedac
Coordenação: Edição de texto:
Beatriz Cardoso e Tereza Perez Marco Antonio Araujo
ISBN 978-85-7783-072-5
“ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NÃO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OU
TOTALMENTE, SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DO INSTITUTO NATURA,
COMUNIDADE EDUCATIVA CEDAC E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.”
O QUE É O PROJETO TRILHAS
D esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir
para a melhoria da qualidade da educação pública do Brasil. No contexto desse programa,
o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os
professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento
de competências e habilidades de leitura e escrita.
O Ministério da Educação (MEC), desejando implementar uma política pública, concluiu que a
metodologia e a estratégia desenvolvidas pelo projeto TRILHAS, assim como os materiais e publicações
concebidos e produzidos por esse projeto, são particularmente especiais e compatíveis com as diretrizes
do MEC.
Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso à
leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como o principal tema do projeto justifica-se
por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria
do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante.
Com o objetivo de promover a qualidade da educação nas escolas públicas do país, o MEC apoia e
distribui o conjunto de materiais do TRILHAS, que visa contribuir para o desenvolvimento da leitura,
escrita e oralidade dos alunos de 6 anos de idade.
Esperamos que você possa utilizá-lo da melhor forma para que a melhoria da educação pública seja
concretizada em nosso país.