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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE .......................................

...................................., brasileiro, convive em


união estável, profissao, portador do CPF 000.000.000-00, residente na Rua
Topázio, 9000, Centro, CEP 00.000-000, Cidade,UF, por intermédio de seu
procurador infra-assinado, mandato anexo, com endereço profissional consignado
no timbre desta, onde, em atendimento à diretriz do artigo 77, inciso V, do
Estatuto de Ritos, indica para as intimações necessárias, vêm, respeitosamente, à
Douta presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 2º, 3º e 14 da Lei nº
8.078, de 11 de setembro de 1990 e artigo 5º, incisos V e XXXII da CRFB/1988,
propor a presente

AÇÃO INDENIZÁTORIA DANOS MORAIS com PEDIDO DE TUTELA


ANTECIPADA

em face de ..........................., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


00.695.000/0000-00, com sede na Avenida Doutor M Pente, nº 8939,
complemento loja 1 e 2, andar térreo e 1 ao 7, Torre II, Bairro Centro, CEP
00.000-000 na cidade ......., Estado de São Paulo, com nome fantasia “ AAAAAAA
“, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir alinhavados:

I. PRELIMINARMENTE
I.I. Da concessão dos benefícios da justiça gratuita

Inicialmente, afirma o Requerente, sob as penas


da Lei, e nos exatos termos do disposto no artigo 4° e seu parágrafo 1° da Lei
1.060/50, com a redação introduzida pela Lei 7.510/86, que não possui condições
financeiras de arcar com o pagamento das custas processuais sem prejuízo do
próprio sustento e de sua família, sendo hipossuficiente economicamente, pelo
que faz jus à GRATUIDADE DE JUSTIÇA.

A Constituição da República de 1988, em seu


artigo 5º, inciso LXXIV, garante aos cidadãos a prestação de assistência jurídica
integral aqueles que comprovarem a insuficiência de recursos.

I.II. Da prioridade no trâmite processual.

Como se denota nos inclusos documentos de


identificação do Autor, o Autor na presente data de propositura da ação
indenizatória conta com 64 anos e seis meses de idade, desse modo, à luz do
artigo 71, da Lei 10.741/2003 Estatuto do Idoso, bem como, o artigo 1.048, inciso
I do CPC, requer a prioridade no trâmite processual com brevidade, haja vista ser,
o Autor amparado nos dispositivos legais supracitados da legislação vigente.

II. DOS FATOS

O Autor zelador do seu bom nome e cumpridor de


suas obrigações, e com o intuito de adquirir peças de vestuário para sua
companheira a Sra. .........................., ao qual, convive em união estável, dirigiu-se
a uma loja de departamentos.

Surpresa sua foi, que ao consultar o CPF do


Autor, a atendente da loja verificou que o nome daquele estava inserido nos
órgãos de proteção ao crédito.

O Autor, após ter sua compra negada, por motivo


de restrições de crédito, se deslocou ao SPC / CDL de ........................ e solicitou
uma consulta ao banco de dados dos órgãos de proteção ao crédito, onde consta
o Réu como titular, inclusa consulta.

Em contato com a ....................................., em


nada souberam informar com relação às inclusões, sua origem, informando
apenas constar pendências de ..................................

Excelência, e de se causar estranheza tendo em


vista, que o Autor ...................................................

Ademais, conforme a inclusa consulta realizada


dos cadastros restritivos de crédito, constam ......................................

Sem qualquer resposta do Réu, posicionamento


ou esclarecimento, o Autor por desnecessários momentos de constrangimento e
preocupação, não restando outra forma, senão bater as portas do Poder
Judiciário em socorro, para ver sanado a situação injusta.

III. DO DIREITO

III.I. Da declaração de inexigibilidade de obrigação contratual

Cumpre analisar, no caso em tela, o conceito de


consumidor por equiparação adotada no artigo 17 do Código de Defesa do
Consumidor, diante da afirmação da parte o Autor, não ter firmado qualquer
contrato entabulado, conforme anexo consulta SPC, com a “ Eletropaulo “, por
ora, Réu, razão não existir qualquer relação ou motivo para manter
negativado o bom nome do Autor junto aos cadastros restritivos de crédito (
SPC / Serasa ), in verbis:
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
consumidores todas as vítimas do evento.

Nos termos do artigo 186 do Código Civil de 2002,


em linhas de raciocínio, vejamos:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Verifica que, o legislador procurou dar uma
interpretação ampla, equiparando o consumidor todos aqueles que, de alguma
forma sofreram dano pelo fato do produto ou serviço. Assim, estende-se essa
proteção aos indivíduos que, malgrado terem sido vítimas, dos abusos nas
relações de consumo, face as gigantes empresas que operam no comércio.

A par de tais considerações, observa-se, tratar de


relação de consumo, portanto, de responsabilidade objetiva, conforme o disposto
no artigo 14 do CDC.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.

A corroborar o texto da Lei acima descrita, insta


transcrever as lições de Fábio Henrique Podestá:

Aos sujeitos que pertencerem à categoria de prestadores de


serviço, que não sejam pessoas físicas, imputa-se uma
responsabilidade objetiva por defeitos de segurança do
serviço prestado, sendo intuitivo que tal responsabilidade é
fundada no risco criado e no lucro que é extraído da
atividade.
MORAIS, Ezequiel; PODESTÁ, Fábio Henrique; CARAZAI,
Marcos Marins. Código de Defesa do Consumidor
Comentado. São Paulo: RT, 2010. Pág. 147.

Frisando-se, por oportuno, que na


responsabilidade objetiva, como regra geral, leva-se em conta o dano, em
detrimento do dolo ou da culpa. Dessa forma, para o dever de indenizar, bastam o
dano e o nexo causal, prescindindo-se da prova da culpa.

Desse modo, quanto às relações de consumo, e o


devido pacto contratual entre as partes, na brilhante jurisprudência do Egrégio
Tribunal de Justiça do Mato Grosso, in verbis:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS –
RELAÇÃO CONTRATURAL NÃO COMPROVADA -
INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO DEVEDOR EM
CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO – DANO
MORAL IN RE IPSA – REDUÇÃO DO VALOR
INDENIZATÓRIO – POSSIBILIDADE – PRIMEIRO
RECURSO DESPROVIDO E SEGUNDO RECURSO
PROVIDO EM PARTE.
1. Incumbe ao fornecedor/credor a comprovação da
existência e validade da relação jurídica contratual, sob
pena dela ser considerada inexistente e, por isso, ilícita a
negativação do consumidor/devedor nos bancos de
proteção ao crédito em decorrência de possível
inadimplemento. Inteligência do art. 333, I, do CPC, dos
arts. 14 e 43, § 1º, do CDC, do art. 927, p.ú., do CC, e de
precedentes do STJ.
2. A indenização por dano moral deve ser razoável,
norteada pelas circunstâncias da causa e dos litigantes,
ressarcindo os danos causados e punindo razoavelmente a
empresa, com intuito também preventivo, mas sem permitir
o enriquecimento sem causa, e considerando, ainda, a
concorrência, ou não, da “vítima”, e em que medida, para a
ocorrência do evento danoso. Inteligência dos arts. 186,
884, 944 e 945, todos do Código Civil, do art. 6º, VI e VII, do
CDC, e do art. 5º, V e X, da Constituição Federal.
(Ap 412/2016, DES. JOÃO FERREIRA FILHO, PRIMEIRA
CÂMARA CÍVEL, Julgado em 08/11/2016, Publicado no
DJE 14/11/2016) Grifo nosso.

E ainda, na pacificada jurisprudência do Egrégio


Tribunal de Justiça de Minas Gerais, com respeito ao devido pacto contratual não
firmado entre as partes, vejamos:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL E ADESIVA - AÇÃO


DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C
PEDIDO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS -
INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO
AO CRÉDITO - DECRETAÇÃO DA REVELIA - LIVRE
CONVENCIMENTO DO JUIZ - CONTRATAÇÃO DOS
SERVIÇOS - COMPROVAÇÃO - AUSÊNCIA - DANOS
MORAIS CONFIGURADOS - QUANTIFICAÇÃO.
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE - JUROS DE
MORA - INCIDÊNCIA - EVENTO DANOSO.
A princípio, cabe ressaltar que os efeitos da revelia não são
absolutos, cabendo ao julgador o exame das circunstâncias
em torno dos fatos alegados e tidos por provados que
possam embasar a pretensão autoral. O consumidor que
tem seu nome inscrito no cadastro de inadimplentes por
dívida referente a contratação de plano de telefonia, cuja
contratação não fora comprovada pela empresa ré, deve
ser indenizado pelos danos morais sofridos. Presume-se a
lesão a direito de personalidade e, portanto, existência de
danos morais, nos casos de inclusão indevida do nome do
consumidor no cadastro de inadimplentes. A fixação da
indenização por danos morais deve ser realizada com
razoabilidade e proporcionalidade, atentando-se para que a
medida não represente enriquecimento ilícito, bem como
para que seja capaz de coibir a prática reiterada da conduta
lesiva pelo seu causador. Os juros de mora, em sede de
responsabilidade extracontratual, são devidos a partir do
evento danoso.
(TJMG - Apelação Cível 1.0000.18.051639-5/001,
Relator(a): Des.(a) Alberto Henrique , 13ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 12/07/0018, publicação da súmula em
13/07/2018) Grifo nosso.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INEXISTÊNCIA
DE DÉBITO C/C REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS -
CONTRATAÇÃO NÃO COMPROVADA - INSCRIÇÃO
INDEVIDA DO NOME DO CONSUMIDOR NOS ÓRGÃOS
DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - EXCLUSÃO DEVIDA -
DANOS MORAIS PRESUMIDOS - INAPLICABILIDADE DA
SÚMULA 385 DO STJ - INDENIZA-ÇÃO DEVIDA -
'QUANTUM' INDENIZATÓRIO - CRITÉRIOS.
- Tendo o fato positivo da relação sido peremptoriamente
negado pela parte autora, e não havendo qualquer prova
em sentido contrário, sendo que não demonstrada a
efetiva pactuação do contrato que ensejou o débito
negativado pela parte autora, indevida a inscrição do seu
nome nos órgãos restritivos ao crédito.
- A inclusão indevida do nome nos cadastros negativadores
acarreta a responsabilidade do suposto credor de indenizar
pelo dano moral causado injustamente à vítima, porquanto,
presumíveis os prejuízos sofridos em decorrência de tal ato.
- Inexistindo prova de legítima inscrição preexistente em
nome da parte autora, inaplicável o disposto na Súmula 385
do STJ, não restando, desta forma, afastado o dever de
indenizar.
- O 'quantum' indenizatório por dano moral não deve ser
causa de enriquecimento ilícito nem ser tão diminuto em seu
valor que perca o sentido de punição. (TJMG - Apelação
Cível 1.0625.14.005683-3/001, Relator(a): Des.(a) Valdez
Leite Machado , 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
21/06/2018, publicação da súmula em 29/06/2018)

Desse modo, a clara responsabilidade do Réu, e


o encargo de zelar pela perfeição nas práticas comerciais posto aos
consumidores e do pacto que celebra, no caso concreto, o Autor não realizou
qualquer contratação com o Réu, conforme denotada consulta dos órgãos
de proteção ao crédito anexo.

III.II. Dos danos morais

A inclusão e a manutenção indevida do nome de


um consumidor nos órgãos de proteção ao crédito, intitulando-o como mau
pagador, é um atentado à sua dignidade, honra e privacidade, cabendo ao
Réu do ato ilícito o dever de indenizá-lo em razão de ofensa à honra, imagem e
à consideração social do consumidor.

O Autor experimentou desrespeito,


constrangimento indevido e lastimável angustia de impotência, INDO MUITO
ALEM DOS MEROS ABORRECIMENTOS COTIDIANOS. Dano este, resultante
da conduta irresponsável da parte adversa, que não tomou os devidos cuidados
indispensáveis para evitar a situação narrada anteriormente.

Vejamos o entendimento jurisprudencial do


Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO (ART. 544 DO CPC/73) - AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTE DE
INCLUSÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE
INADIMPLENTES - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU
PROVIMENTO AO AGRAVO REGIMENTAL A FIM DE
RECONSIDERAR A DECISÃO MONOCRÁTICA
ANTERIORMENTE PROFERIDA PARA, DE PLANO,
NEGAR PROVIMENTO AO RECLAMO POR
FUNDAMENTAÇÃO DIVERSA. INSURGÊNCIA
RECURSAL DA RÉ.
1. Para acolhimento do apelo extremo, seria imprescindível
derruir a afirmação contida no decisum atacado no sentido
de que houve a inscrição indevida, o que demandaria o
revolvimento das provas juntadas aos autos e forçosamente
ensejaria em rediscussão de matéria fática, incidindo, na
espécie, o óbice da Súmula 7 deste Superior Tribunal de
Justiça. Precedentes.
1.1 O STJ já firmou entendimento que "nos casos de
protesto indevido de título ou inscrição irregular em
cadastros de inadimplentes, o dano moral se configura
in re ipsa, isto é, prescinde de prova, ainda que a
prejudicada seja pessoa jurídica" (REsp 1059663/MS, Rel.
Min. NANCY ANDRIGHI, DJe 17/12/2008). Precedentes.
2. A indenização por danos morais, fixada em quantum em
conformidade com o princípio da razoabilidade, não enseja
a possibilidade de interposição do recurso especial, ante o
óbice da Súmula n. 7/STJ.
2.1 Este Tribunal Superior tem prelecionado ser razoável a
condenação no equivalente a até 50 (cinquenta) salários
mínimos por indenização decorrente de inscrição indevida
em órgãos de proteção ao crédito. Precedentes.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AgRg no AREsp 572.925/SP, Rel. Ministro
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 27/06/2017,
DJe 01/08/2017) Grifo nosso.

No tocante à conduta do Réu para com o Autor,


denota-se que agrediu os direitos subjetivos protegidos pela Carta Magna de
1988, no Inciso X do artigo 5º, em seus princípios de direitos e garantias
fundamentais, in verbis:

Artigo 5. ...

Inciso X. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação. Grifo nosso
O ato ilícito cometido pelo Réu e o seu decorrente
dever de indenizar materializam-se através da conduta em manter e insistir em
uma contratação indevida o que ocasionou diversas inclusões e
lançamentos indevidos nos órgãos de proteção ao crédito ( SPC / Serasa ),
incluso cópia da consulta ..............., constante das inclusões aos órgãos SPC /
Serasa.

Em relação ao dano moral, no dizer da professora


Maria Helena Diniz, "vem a ser a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa
física ou jurídica, provada por fato lesivo" (curso de direito civil brasileiro, 7º
volume, saraiva, 7ª edição, pg. 68).

É posição assente na doutrina que o dano moral,


para ser configurado, independe de demonstração de prova e de prejuízo.

O Ministro Sálvio de Figueiredo, no REsp. 53.729-


0, ao discorrer sobre dano moral, ensina: "infundada é a pretensão do recorrente
em afastar a indenização pela ausência de dano ou prejuízo. A questão da
reparabilidade de danos morais e a desnecessidade de comprovação de prejuízo
já é matéria sedimentada no meio forense”.

No mesmo sentido, o entendimento


jurisprudencial do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Minas Gerais, in verbis:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. CEMIG


DISTRIBUIDORA S/A. INCLUSÃO DA USUÁRIA NO
CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DÉBITO DE
FATURAS DE ENERGIA ELÉTRICA. NEGATIVAÇÃO
INDEVIDA. INEXISTÊNCIA DE CONTRATO ASSINADO.
DÍVIDA NÃO COMPROVADA. DANO MORAL
CARACTERIZADO. DEVER DE INDENIZAR. RECURSO
PROVIDO.
- Verificada a relação de consumo, eventuais dúvidas
devem ser interpretadas em favor do consumidor, por força
do artigo 6º, VIII, do CDC, que impõe a facilitação de sua
defesa, inclusive, com a inversão do ônus da prova.
- Negada a responsabilidade pelos débitos que ensejaram a
inclusão do nome da usuária nos cadastros restritivos de
crédito (SPC), impõe-se a sua exclusão, na medida em
que incumbia à Cemig demonstrar que a unidade foi
ligada a pedido e em benefício da autora, por se tratar de
fato impeditivo do seu direito (CPC/2015, art. 373, II).
- Age com negligência a concessionária ao permitir a troca
de titularidade da unidade consumidora sem exigir
assinatura de um contrato.
- Caracterizada a prática de ato ilícito, consubstanciada
em negativação irregular do nome da autora, impõe-se
ao ofensor a obrigação de indenizar.
- O valor do dano moral deve ser arbitrado com moderação,
norteando-se o julgador pelos critérios da gravidade e
repercussão da ofensa, da posição social do ofendido e da
situação econômica do ofensor.
- Recurso provido.
(TJMG - Apelação Cível 1.0024.14.043955-5/001,
Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 17/11/2016, publicação da súmula em
22/11/2016) Grifo nosso.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE


DÉBITO - SERVIÇO ESSENCIAL DE FORNECIMENTO DE
ENERGIA ELÉTRICA - CANCELAMENTO DO CONTRATO
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - DESAPROPRIAÇÃO
DO IMÓVEL - IRRESPONSABILIDADE O RECORRIDO -
INCLUSÃO NO SPC/SERASA - DANO MORAL
PRESUMIDO - RECURSO NÃO PROVIDO
1. Restando incontroverso nos autos que os débitos
referiam-se ao antigo imóvel do autor que foi desapropriado
pelo Município de Belo Horizonte, não mais residindo no
imóvel quando do consumo da energia elétrica relativa aos
débitos inscritos no SPC/SERASA, deve ser reconhecida
sua irresponsabilidade, concluindo-se pela ilegalidade da
cobrança.
2. Conforme entendimento sumulado pelo c. STJ, a
inclusão indevida nos Cadastros Restritivos de Crédito
gera dano moral presumido, a não ser que preexista
legítima inscrição, o que não é o caso.
3. Negar provimento ao recurso.
(TJMG - Apelação Cível 1.0024.13.052528-0/002,
Relator(a): Des.(a) Teresa Cristina da Cunha Peixoto , 8ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 21/08/2014, publicação da
súmula em 01/09/2014) Grifo nosso.
Entre os direitos básicos do consumidor, está “a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos” disposto no artigo 6º, VI, do Código de Defesa do
Consumidor.

A propósito do dano moral, o Código Civil


Brasileiro em seu artigo 186 estabelece, in verbis:

Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

E a consequência de cometer ato ilícito está


estipulada no artigo 927 do Código Civil Brasileiro:

Artigo 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a


outrem, fica obrigado a repará-lo.
Não resta dúvida, do Réu aos danos que causou
ao Autor, por manter e insistir de forma irregular as inclusões junto ao banco
de dados dos órgãos de proteção ao crédito, e sem ao menos, ter o devido
cuidado de analisar seus arquivos, registros e documentação.

Sabe-se que, as ......................., são submetidas


às disposições do Código de Defesa do Consumidor e, por isso, têm
responsabilidade objetiva, ou seja, independente da demonstração de culpa.

No caso em análise, fica claro que o Réu agiu de


forma negligente, pois deveriam ter verificado, os documentos, a devida
contratação e as assinaturas, as gravações do Autor na central de atendimento ao
consumidor, fato que não ocorreu, levando o Autor a ter a sua imagem denegrida,
maculada.

Sabemos que, para muitos, a honra e a boa fama


formam um verdadeiro tesouro, incapaz de ter valor economicamente apreciado,
muitas das vezes, a honra em ter o nome limpo propiciam, principalmente aos
mais humildes, a felicidade, a completa satisfação. Sendo uma única
maledicência, produzir ao homem honesto desconforto íntimo, desmoralização.

Resta dizer que o dano causado ao Autor é certo


e verdadeiro, uma vez que houve sofrimento humano, aborrecimentos que vão
muito alem dos meros cotidianos da vida comum, atentando a reputação do
Autor, sendo o Réu inteiramente responsável por tais fatos.

III.II.I. Da fixação do quantum da indenização

No tocante ao valor da indenização, deve-se


ressaltar que inexistem critérios rígidos e objetivos a determinar o quantum da
reparação do dano moral, razão pela qual, a sua fixação ao prudente arbítrio de
Vossa Excelência, respeitando os critérios da razoabilidade e proporcionalidade.

Nesse sentido, é o entendimento do Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS - INCLUSÃO INDEVIDA DO NOME
DO CONSUMIDOR EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO - FRAUDE - INEXIGIBILIDADE DO DÉBITO
RECONHECIDA - DANOS MORAIS DEVIDOS - REDUÇÃO
- RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
- A inscrição indevida do nome do consumidor junto
aos cadastros de restrição ao crédito, decorrente de
dívida inexistente, enseja, por si só, a indenização por
danos morais. - Comprovados os requisitos essenciais à
responsabilidade civil, deve o valor da indenização ser
fixado observando-se os dois principais objetivos do
instituto, quais sejam, punir didaticamente o ofensor,
trazendo-lhe efetivos reflexos patrimoniais, e compensar o
ofendido pelo sofrimento experimentado. - Em hipóteses
semelhantes a destes autos, em que a negativação se
mostrou indevida, face à ausência de contratação válida
pelo o réu, eis que foi vítima de estelionatário, entendo que
a quantia de R$ 15.000,00 quinze mil reais é razoável e
suficiente para compensar os danos sofridos pela
requerente, merecendo reforma parcial, pois, a sentença.
(TJMG - Apelação Cível 1.0111.08.014406-1/001,
Relator(a): Des.(a) Shirley Fenzi Bertão , 11ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 13/06/2018, publicação da súmula
em 20/06/2018) Grifo nosso.

No entendimento dos demais Tribunais, podemos


verificar no julgado materializado do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná quanto à fixação do valor da indenização:

Ementa:
DECISÃO: ACORDAM os magistrados integrantes da
Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal De Justiça Do
Paraná, por UNANIMIDADE de votos, em NEGAR
PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto do Relator.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANO MORAL -
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO - SERVIÇO DE TELEFONIA -
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - INEXISTÊNCIA
DE RELAÇÃO CONTRATUAL ENTRE AS PARTES
DEVIDAMENTE CARACTERIZADA - INSCRIÇÃO DO
APELADO INDEVIDAMENTE EM CADASTROS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO - COMPROVAÇÃO DO DANO -
DESNECESSIDADE POR SE TRATAR DE DANO MORAL
PURO, QUE É PRESUMÍVEL E INDEPENDE DE PROVA -
DEVER DE INDENIZAR RECONHECIDO - QUANTUM
FIXADO DE FORMA EQUILIBRADA E CONFORME OS
PARÂMETROS ACEITOS PELA JURISPRUDÊNCIA -
MANUTENÇÃO. SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DE
APELAÇÃO DESPROVIDO. É de se considerar que o dano
moral ocorrido em razão da inscrição indevida do nome da
apelada nos cadastros de proteção ao crédito, caracteriza o
que se denomina dano moral puro, que independe da prova
do prejuízo patrimonial, ainda que a vítima seja pessoa
jurídica, devendo ser mantida a fixação no importe de R$
8.000,00 (oito mil reais).

Nº do acórdão: 14936; Órgão julgador: 11ª Câmara Cível ;


Tipo de documento: acórdão ; Comarca: Colorado ;
Processo: 0623809-3; Recurso: apelação cível ; Relator:
Luiz Antônio Barry ; Revisor: Fernando Wolff Bodziak ;
Julgamento: 25/11/2009 15:19:00 ; Ramo de direito: cível ;
Decisão: unânime ; Dados da publicação: dj: 284
09/12/2009 ; Grifo nosso.

Em relação ao valor a ser fixado por Vossa


Excelência, com certeza, aplicará valor condizente à lesão sofrida pelo Autor,
injustamente achacada em sua honra, que vão muito além, do mero
aborrecimento cotidiano, fixação esta, de modo a também coibir a repetição da
conduta ilícita.

Todavia, ressalte-se que a respectiva reparação


moral deve ser arbitrada mediante estimativa prudente, que leve em conta a
razoabilidade e proporcionalidade de modo a satisfazer a dor da vítima, além de
impor ao ofensor uma sanção que lhe desestimule e iniba a prática de atos
lesivos à personalidade de outrem, notadamente no que tange à prática de
Abuso de Direito nas inclusões indevidas aos órgãos de proteção ao crédito
e a inexistência do devido pacto contratual.

Nessa ordem de ideais, o valor da indenização a


ser fixado deve mostra-se adequado a compensar o consumidor e ao mesmo
tempo incutir no fornecedor a percepção de maior responsabilidade empresarial.

Deste modo, impõe-se sejam o Réu condenado


a pagar ao Autor, a título de indenização por dano moral a importância de R$
9.540,00 (nove mil e quinhentos e quarenta reais), a fim de, que se compense
o dano sofrido pelo Autor e também se repudie novas práticas abusivas do Réu.

III.III. Da tutela antecipada

O Legislador ao entabular o Código de Processo


Civil sensível à morosidade do processo na obtenção do litígio em futura
decretada sentença e pensando à essa problemática, acolheu a tutela
antecipatória como forma de distribuição do ônus do processo, eliminando a
vantagem do Réu contra o Autor que não pode suportar, sem grave prejuízo, no
decorrer do tempo exigido pelo processo.
Dispõe, portanto o artigo 294 do Código de
Processo Civil, que:

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em


urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar
ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente
ou incidental.

Portanto, é possível a tutela antecipatória quando


há temor iminente de que o dano se produza.

Percebendo que o litígio é fator de perturbação da


paz social, e quanto mais rapidamente se decida a composição da Lide e se dê a
extinção dos conflitos, o legislador resolveu admitir a tutela antecipada de direitos.

Desta forma, para a devida proteção do Autor,


consumidor vulnerável, necessário que seja tomada a seguinte medida, de modo
a estancar a conduta ilícita do Réu, ou seja, desde já REQUER a Vossa
Excelência, determine, ao Réu a imediata retirada das restrições junto ao
banco de dados dos órgãos de proteção ao crédito ( SPC e Serasa ) do
nome do Autor, sob pena de aplicação de multa diária, sabiamente arbitrada por
V.Ex.ª, para o caso de descumprimento, nos termos do Código de Processo Civil,
ou, caso seja o entendimento de V.Exª de ofício, a notificação dos órgãos de
proteção ao crédito ( SPC / Serasa ) determinando a imediata retirada do
nome do Autor..

Face o disposto no artigo 300, § 2o do CPC,


impõe-se o deferimento da tutela de urgência, concedendo-se, a imediata retirada
do nome do Autor dos cadastros restritivos de crédito ( SPC / Serasa ), pelos
motivos já expostos e também pelos a seguir deduzidos, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito
e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente
ou após justificação prévia.

Sendo assim, o Autor não se encontra mais, em


conforto, nem mesmo, em sua residência se sente à vontade, ficando preocupado
e tenso em pensar que seu bom nome esta negativado e que não sabe nem a
procedência, uma vez que, não contratou, esta exposição é humilhante a sua
pessoa, pela impotência.

No entendimento jurisprudencial do Egrégio


TJMG, vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE RESCISÃO


CONTRATUAL- TUTELA ANTECIPADA -
QUESTIONAMENTO JUDICIAL DA DÍVIDA - NÃO
INCLUSÃO DO NOME DO DEVEDOR NOS ÓRGÃOS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO - CONCESSÃO DA MEDIDA -
IMPEDIMENTO DE PROTESTO DE TÍTULO E DE
EMISSÃO DE BOLETOS BANCÁRIOS -
IMPOSSIBILIDADE.
É indevida a inscrição do nome do devedor nos cadastros
dos Órgãos de Proteção ao Crédito enquanto o débito é
discutido em juízo, não importando tal medida qualquer
prejuízo ao credor. Descabe a tutela antecipatória para
impedir a emissão de boletos ou o protesto de títulos
decorrentes de contrato discutido judicialmente, porquanto a
antecipação de tutela não pode prestar-se a impedir o
credor de eventual cobrança judicial do quantum que
entende devido, sob pena de lhe ser tolhido o direito de
ação, constitucionalmente garantido. (TJMG - Agravo de
Instrumento 1.0024.06.006170-2/001, Relator(a): Des.(a)
Elias Camilo , 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
10/08/2006, publicação da súmula em 18/09/2006)

Assim, restam evidentes o “fumus boni iuris” e o


“periculum in mora”, que por si só, autorizam a antecipação de tutela pretendida.

III.III.I Da prática abusiva cometida pelo Réu

Esta caracterizado claramente, o abuso e as


irregularidades cometido pelo Réu com o Autor, já no primeiro momento, o Réu
deveria ter procedido com as cautelas necessários e os cuidados em verificar,
a documentação sem seus registros, MAS ISTO NÃO FOI FEITO, visto que,
não existe qualquer pacto de contratação. “o Autor não fez qualquer pacto de
contratação de serviço energético conforme consta nas inclusões aos
órgãos de proteção ao crédito e/ou autorizou qualquer contratação em
questão”, e ainda, esta prática abusiva não ocorreu um lançamento de
inclusão, mas sim várias inclusões indevidas, vez que cometeu o Réu, UM
VERDADEIRO ABUSO.

Assim dispõe o artigo 39 do Código de Defesa


do Consumidor, in verbis:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou


serviços, dentre outras práticas abusivas:

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do


consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços; Grifo nosso

No presente caso, foi justamente o que


aconteceu, o Réu promoveu a inclusão indevida de vários lançamentos aos
cadastros restritivos de crédito, de uma contratação INDEVIDA, consoante
descrito acima, culminando, consequentemente, em uma tipificada prática
extremamente abusiva, descrita claramente no Código de Defesa do Consumidor.

III.IV. Da inversão do ônus da prova

Vislumbra-se, ante o fato do Réu ter incorrido em


falha na sua prestação de serviço, ou seja, ter deixado de adotar as cautelas
cabíveis quando da contratação, bem como, qualquer acordo firmado, cuja
titularidade foi, de forma indevida, atribuindo ao Autor, e acabando por,
irregularmente, em sujeitar as injustificadas inclusões nos órgão de proteção
ao crédito ( SPC / Serasa ).

Aliado a todo o exposto, não fossem esses


argumentos bastantes para embasar a procedência destas alegações, em socorro
ao seu direito, ainda há, a regra do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do
Consumidor, que possibilita a inversão do ônus da prova no caso é perfeitamente
aplicável, posto que, se verifica a perfeita plausibilidade do alegado nessa
exordial.
Assim preleciona o Código de Defesa do
Consumidor, em seu artigo 6º, inciso VIII, in verbis:

Art. 6° são direitos básicos do consumidor:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com


a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação
ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;

Frisa-se a necessidade de inversão do ônus da


prova na hipótese da impugnação desta peça, impondo-se ao Réu, neste caso, a
obrigação de apresentar e juntar no original o devido objeto contratual pactuado
pelo Autor ou todos os protocolos de atendimento com a devida gravação
eletrônica onde, se possa verificar de forma clara e objetiva da licitude ou ilicitude,
acerca da procedência contratual.
O Egrégio TJMG, tem se firmado acerca da
inversão do ônus da prova nas relações de consumo aos hipossuficientes, como
no caso o Autor, vejamos:

EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


- PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL - REJEITAR -
INCLUSÃO INDEVIDA NOS CADASTROS DE PROTEÇÃO
AO CRÉDITO - AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA
ORIGEM DO DÉBITO - DANOS MORAIS DEVIDOS -
MANUTENÇÃO DO VALOR FIXADO –
1- Com efeito, restaram claros a causa de pedir e o pedido,
possibilitando-se que a parte adversa e o Magistrado
entendam com clareza os contornos da lide, razão pela qual
deve ser rejeitada a preliminar de inépcia da inicial.
2- Diante da inversão do ônus da prova, incumbe à parte
ré demonstrar a origem do débito e consequente licitude
da inscrição do nome do autor nos cadastros de proteção ao
crédito.
3- Na hipótese de negativação indevida do nome da parte,
desnecessária a comprovação objetiva do dano moral, haja
vista que este se presume.
4- O valor da indenização deve ser fixado de acordo com a
natureza e extensão do dano extrapatrimonial, pautando-se
sempre pela razoabilidade e proporcionalidade.
(TJMG - Apelação Cível 1.0338.12.005299-2/001,
Relator(a): Des.(a) Mota e Silva , 18ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 05/08/2014, publicação da súmula em
11/08/2014) Grifo nosso.

Por fim, protesta-se pela admissão da inversão do


ônus da prova, a favor do Autor, em hipóteses não enumeradas neste parágrafo,
sempre que necessário à manutenção do equilíbrio processual.
IV. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, REQUER se digne Vossa


Excelência:

1. Seja deferida a tutela antecipada da lide, com a imediata exclusão do nome


do AUTOR junto aos órgãos de proteção ao crédito (SERASA e SPC), eis que
indevido e ilegal, sob pena em condenação em multa diária por descumprimento
da decisão judicial em valor a ser fixado por V.Exª;

2. A citação do Réu, no endereço indicado, para querendo e podendo, conteste a


presente peça exordial, sob pena de revelia e de confissão quanto à matéria de
fato, de acordo com o artigo 344 do Código de Processo Civil;

3. Seja concedido o benefício da assistência judiciária gratuita, ao Autor


conforme declaração anexo, por não dispor de meios para arcar com as despesas
oriundas das custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do
sustento próprio e de sua família. Assim nos termos da Lei nº 1.060/50, bem
como, o art. 98 e art. 99 da Lei nº 13.105/2015, suplica que V.Ex.ª se digne
conceder-lhe os Benefícios da Assistência Judiciária;

4. Seja operada a inversão do ônus da prova, eis que, trata indubitavelmente de


alegação verossímeis, reconhecendo-se o Autor consumidor, e, portanto, parte
vulnerável e hipossuficiente desta relação jurídica, e, sobretudo pelas alegações e
provas carreadas aos autos, pede-se e espera-se afinal desse ínclito Juízo, que
acolha as razões acima explicitadas, com a inversão do ônus da prova, para que,
o Réu prove, porque restringiu o crédito do Autor com a inclusão e a manter no
cadastro de inadimplentes, dando detalhes, tais como, juntada de contrato
devidamente assinado pelo Autor, número de protocolo de atendimento,
gravações eletrônicas junto a central de atendimento ao consumidor, entre outros
dados que motivaram à manutenção da negativação junto ao SPC e Serasa;

5. A prioridade no trâmite processual com brevidade, face que, o Autor ter a


idade 64 anos e seis meses de idade, na presente data distribuição e estar
amparado na Lei nº 10.741/2003 Estatuto do Idoso em seu artigo 71 e o artigo
1.048 inciso I do Código de Processo Civil;
6. Seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, confirmando-se
a concessão da tutela antecipada, e ainda, a condenação do Réu ao pagamento
da indenizatória em danos morais, correspondente ao desrespeito com o Autor,
no importe equivalente de R$ 9.540,00 (nove mil e quinhentos e quarenta
reais), pela prática abusiva ao AUTOR, tudo como forma de reparar o abuso
cometido, bem como, para que não volte à legitimada passiva a cometer tão
execrável atitude, e seja, tudo devidamente acrescido de juros de mora e
correção monetária pelos índices do TJMG até a data do efetivo pagamento.

Pretende provar o alegado por todos os meios de


provas admitidas em Direito, seja documental, depoimento pessoal, em especial
o pacto contratual e as gravações da central de atendimento ao consumidor
firmando a contratação, juntada de novas provas documentais, testemunhal, e
sob as penas da lei, o depoimento pessoal dos Réus, bem como, a juntada de
pareceres e jurisprudência.

Dá-se à presente causa o valor de R$ 9.540,00


(nove mil e quinhentos e quarenta reais), meramente para os devidos efeitos de
alçada fiscal.

Termos em que,

Pede deferimento.

............................, 14 de agosto de 0000.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
OAB-UF 0000000

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