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FRENTE 1 Mecânica
MÓDULO 55 Colisões
1. FASES DE UMA COLISÃO A velocidade relativa entre os cor- FASE DE FIM DA FASE DE
pos, antes da colisão, é chamada ve- DEFORMAÇÃO DEFORMAÇÃO RESTITUIÇÃO
FÍSICA A
Durante a fase de restituição, de-
unidades. tuição e os corpos permanecem uni-
saparecem as deformações elásticas,
Nota 2: Em nossos estudos, o dos após a colisão. Corresponde ao
e a energia potencial elástica, armaze-
coeficiente de restituição varia no caso em que há maior dissipação de
nada durante a deformação, é retrans-
intervalo fechado de 0 a 1: energia mecânica.
formada em energia cinética, podendo
haver, ainda, mais produção de ener- E=1
0⭐E⭐1
gia térmica e sonora.
0≤E≤1
3. TIPOS DE COLISÃO 0<E<1
2. COEFICIENTE DE
RESTITUIÇÃO
q Colisão elástica
0≤E<1
Quando E = 1, teremos uma CO-
Considere uma colisão unidimen- LISÃO PERFEITAMENTE ELÁS-
E=0
sional entre duas partículas, isto é, an- TICA ou simplesmente COLISÃO
tes e após a colisão as partículas só ELÁSTICA. O termo “inelástica” pode ser
se podem mover ao longo de uma Na colisão elástica, não há dissi- substituído por “anelástica”.
mesma reta. pação de energia mecânica.
Na fase de deformação, a energia 4. CONSERVAÇÃO DA
cinética se transforma exclusivamente QUANTIDADE DE
em energia potencial elástica e, na MOVIMENTO
fase de restituição, a energia po-
tencial elástica se retransforma total- Em qualquer dos modelos citados
mente em energia cinética. de colisão, os corpos que colidem cons-
No fim da fase de deformação, a tituem um sistema isolado, pois, no
energia cinética é mínima (podendo ato da colisão, desprezamos as forças
ser zero ou não) e a energia elástica é externas em comparação com as forças
máxima. internas ligadas à colisão.
– 153
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Genericamente:
hn = E2nH
q Pêndulo balístico
Equações: É usado para se obter a velocida-
(1) Qf = Qi de de um projétil disparado contra um
H = altura máxima inicial
bloco suspenso, de modo a formar
mAVA’ + mBVB’ = mAVA + mBVB (I) h = altura máxima após a colisão um pêndulo.
VB = módulo da velocidade de
Vaf chegada ao chão
(2) E = ––––
Vap VB’ = módulo da velocidade de
saída do chão
VB’ – VA’ = E (VA – VB) (II)
Durante a queda livre de A para
FÍSICA A
B, temos:
As relações (I) e (II) traduzem o
equacionamento do problema. EcinB = EpotA
Um caso particular e importante é No ato da colisão (perfeitamente
aquele em que E = 1 e mA = mB. inelástica), temos:
m
––– VB2 = m g H ⇒ VB =
2gH mV0
Em (I): 2 (M + m)V’ = mV0 ⇒ V’ = –––––– (1)
M+m
mVA’ + mVB’ = mVA + mVB
Durante a subida de B para C, te- Durante a elevação do sistema,
VA’ + VB’ = VA + VB
mos: desprezando-se o efeito do ar, temos:
Em (II):
E’cinB = EpotC M+m
VB’ – VA’ = VA – VB –––––– (V’)2 = (M + m) g h
2
Resolvendo-se o sistema de m
equações: ––– (V’B) 2 = m g h ⇒ V’B =
2gh V’ =
2
gh (2)
2
VA’ = VB
Comparando-se (1) e (2), vem:
VB’ = VA O coeficiente de restituição na co-
mV0
lisão é dado por: ––––––––– =
2
gh
EM UMA COLISÃO UNIDIMEN- M+m
SIONAL, ELÁSTICA, ENTRE
DOIS CORPOS DE MASSAS Vaf VB’ h M+m
IGUAIS, HÁ TROCA DE VELO-
CIDADES ENTRE OS CORPOS.
E = –––– = –––– ⇒ E =
Vap VB
––
H (
V0= ––––––––
m ) 2gh
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Mercúrio 0,206
As Leis de Kepler descrevem os movimentos dos
planetas em torno do Sol. Vênus 0,007
q 1.aLei de Kepler
Terra 0,017
ou Lei das Órbitas
a) O que é uma elipse? Marte 0,093
A elipse é uma curva que corresponde ao lugar
geométrico dos pontos de um plano, cujas distâncias, a Júpiter 0,048
dois pontos fixos do plano, têm soma constante.
Os pontos fixos são chamados de focos da elipse. Saturno 0,056
Urano 0,047
Netuno 0,009
d1 + d2 = k (constante)
FÍSICA A
A distância entre os pontos A e A’ (ver figura) é a
medida do eixo maior da elipse.
Quanto maior o valor de E, mais alongada é a elipse. A 2.a Lei de Kepler vai referir-se à área “varrida” pelo
raio vetor de um planeta, durante um certo intervalo de
Quando E = 1, a elipse “degenera” em um
tempo.
segmento de reta.
Admitamos que quando o planeta se deslocou de A
b) Enunciado para B (ver figura) em um intervalo de tempo Δt1, o seu
da 1.a Lei de Kepler raio vetor varreu uma área A1 e quando o planeta se
As órbitas descritas pelos planetas em deslocou de C para D em um intervalo de tempo Δt2, o
torno do Sol são elipses, com o Sol localizado seu raio vetor varreu uma área A2.
em um dos focos.
A tabela a seguir mostra que apenas Mercúrio des- b) Enunciados da 2.a Lei de Kepler
creve elipse alongada (maior excentricidade); os demais
1.o enunciado
planetas descrevem elipses muito próximas de circun-
O raio vetor que liga um planeta ao Sol varre
ferências (excentricidade muito pequena).
áreas iguais em intervalos de tempo iguais.
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dmín + dmáx
R = a = ––––––––––––––
2
156 –
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R3 3
RB R 3 T 2 Netuno 30 165
TA
A
–––– = –––– ou
2 TB2 (––––
R
A
B
) = (–––– )
T
A
FÍSICA A
G = constante de gravitação universal; velocidade areolar da Terra, a mesma velocidade escalar
M = massa do Sol. média de translação (30km/s) e o mesmo período de
translação (1 ano).
NOTAS
Nota 1: A rigor, a expressão da 3.a Lei de Kepler é: Nota 4: As três Leis de Kepler não valem apenas
para planetas do nosso sistema solar; elas valem para
R3 G(M + m) corpos que gravitam em torno de uma grande massa
–––– = ––––––––––, em que m é a massa do planeta.
central: planetas em torno de qualquer estrela, satélites
T2 4π2
naturais ou artificiais em torno de um planeta, corpos
celestes em torno da Lua etc.
Porém, como M >> m, desprezamos m em com-
paração com M e chegamos à equação apresentada. Nota 5: Em se tratando de satélites da Terra, é
importante salientar que:
a) a órbita pode ser circular ou elíptica.
Nota 2: A 3.a Lei de Kepler mostra que quanto mais b) o ponto mais próximo da Terra é chamado de
próximo do Sol (menor R), menor é o período de trans- perigeu e o mais afastado é chamado de apogeu.
lação do planeta. À medida que nos afastamos do Sol, a c) a velocidade areolar, a velocidade escalar média
velocidade escalar média do planeta vai diminuindo e a de translação e o período de translação só dependem da
extensão de sua órbita vai aumentando, o que implica massa da Terra e do raio médio da órbita; não dependem
um período de translação crescente. da massa ou de outras características do satélite.
Define-se unidade astronômica (ua) como sendo d) a velocidade escalar média de translação da Lua
a distância média da Terra ao Sol (1ua = 1,5 . 1011m). é da ordem de 1,0km/s, do satélite estacionário é da
A tabela a seguir representa a variação do período ordem de 3,0km/s e do satélite rasante 8,0km/s (sem
com a distância média ao Sol, medida em ua. efeito do ar).
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GMm
––––––
r2
=
mV2
––––
r
– ⇒ V=
GM
––––
r
FG = Fcp
mV02
GMm m g0 = ––––––
R ⇒ V0 =
g0 . R
F = ––––––––
d2
g0 = módulo da aceleração da gravidade nas
FÍSICA A
2. VELOCIDADE ORBITAL
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FÍSICA A
transformada em energia E na forma Buraco Negro é um corpo ce- após o processo de aniquilamento
de radiação eletromagnética, obede- leste ou uma região do espaço onde a sobraram quarks.
cendo à equação de Einstein: concentração de massa é tão grande, Em seguida, os quarks começam
o campo gravitacional é tão intenso, a se juntar para formarem prótons e
E = mc2 que nada, nem mesmo a luz, nêutrons. Três tipos de quarks (up,
consegue escapar de seu campo up, down) formam os prótons e outros
gravitacional. três tipos de quarks (up, down, down)
c = 3,0 . 108 m/s é o módulo da
Como o buraco negro não formam os nêutrons e a força respon-
velocidade com que a onda eletro-
emite luz, ele não pode ser visto e sua sável por estas fusões de quarks é a
magnética se propaga no vácuo.
presença só pode ser detectada pelo força nuclear forte.
efeito gravitacional que ele provoca Quando o Universo tinha uma
2. BURACO NEGRO
em suas redondezas, capaz mesmo idade de 1μs (10–6s), a fusão de
de desviar a trajetória da luz. quarks foi concluída e os quarks
Admitamos que a Terra não tenha
desapareceram.
atmosfera e desprezemos os efeitos
3. BIG BANG Nesse instante, o Universo é for-
de sua rotação.
mado por prótons, nêutrons e radia-
Se a partir da superfície terrestre
A teoria do Big Bang (nome ção eletromagnética na forma de
lançarmos verticalmente para cima
pejorativo dado por Fred Hoyle) pro- fótons.
uma pedra, com velocidade de mó-
cura explicar a origem e a evolução Em seguida, por meio da força
dulo V0, esta pedra voltará a cair na
do Universo. nuclear fraca, o nêutron emite um
Terra?
De acordo com esta teoria, há elétron e um neutrino (ou antineutrino)
A resposta correta é: depende do
valor de V0. 13,7 . 109 anos (13,7 bilhões de anos) e se transforma em um próton. Mas o
toda energia e massa que hoje próton também é capaz de capturar
Se V0 ≥ 11,2km/s (denominada
existem no Universo estavam ar- um elétron e um neutrino (ou anti-
velocidade de escape ou velocidade
mazenadas em uma pequena esfera neutrino) e se transforma em um
cósmica segunda), a pedra conse-
de menos de 1cm de diâmetro (que nêutron.
guirá escapar do campo gravitacional
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Quando o Universo tinha uma idade de 1s, a queda captada pelo observador.
de temperatura fez com que o próton não consiguisse O Efeito Doppler torna-se evidente para o som:
mais capturar o elétron e o neutrino (ou antineutrino) e quando uma ambulância com a sirene ligada se apro-
não consiguisse mais se transformar em nêutron. Porém, xima de nós, o seu som torna-se mais agudo (frequência
o nêutron continuava transformando-se em próton. Esse maior) e quando se afasta, o som torna-se mais grave
fato tem duas implicações: a presença de elétrons e (frequência menor).
neutrinos (ou antineutrinos) no Universo e um número Da mesma forma, quando uma estrela se afasta da
muito maior de prótons do que de nêutrons, na Terra, o espectro de sua radiação se desloca para o lado
proporção de quatro prótons para cada nêutron. da cor vermelha, que é a de menor frequência. Esse
Quando o Universo tinha idade de 10s, os prótons e desvio para o vermelho verificado por Hubble (red shift)
nêutrons começaram a se juntar, por meio da força foi a evidência de que as estrelas se afastavam da Terra
nuclear forte, para formarem os núcleos atômicos: e portanto o Universo estava em expansão.
• o próton sozinho é o núcleo de hidrogênio. Usando a equação do Efeito Doppler, Hubble con-
• o próton unido a um nêutron é o núcleo do seguiu medir a velocidade de afastamento V das estrelas
deutério, que é um isótopo do hidrogênio. e pelo brilho delas conseguiu obter a distância d até nós,
• o próton unido a dois nêutrons é o núcleo do trítio, verificando que V e d eram proporcionais, o que traduz
que é outro isótopo do hidrogênio. a chamada Lei de Hubble:
• dois prótons unidos a dois nêutrons é o núcleo do
hélio (também chamado de partícula α), que é o
V=Hd
mais estável dos núcleos formados.
• três prótons unidos a três nêutrons é o núcleo do
lítio. H = constante de Hubble, cujo valor é estimado entre
Quando o Universo tinha a idade de 3 minutos, as 19 . 10–19Hz e 26 . 10–19Hz.
fusões terminam e o Universo tinha aproximadamente
75% de núcleos de hidrogênio, quase 25% de núcleos
A velocidade com que uma estrela se afasta
de hélio e quantidades ínfimas dos demais núcleos.
de nossa galáxia é proporcional à sua
Nessa época, o Universo era considerado opaco
distância até nossa galáxia.
porque as radiações eletromagnéticas não conseguiam
expandir-se por estarem confinadas por uma espécie de
barreira formada por elétrons, neutrinos e pelos núcleos
atômicos.
Quando o Universo tinha uma idade aproximada de
380 000 anos, a temperatura já era suficientemente baixa
FÍSICA A
160 –
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FÍSICA A
Einstein comprovou que a energia luminosa também
se propaga e é absorvida de modo descontínuo, isto
é, através dos fótons de luz.
Assim, quando a luz se propaga no espaço, a
energia luminosa não está presente em toda a região var-
rida pela luz, mas sim concentrada em “pacotes” de
energia, verdadeiros grãos de energia que são os
fótons de luz e correspondem aos “quanta” de
energia apresentados por Planck.
2. EFEITO FOTOELÉTRICO
Observe que, como cada elétron só pode absorver
Quando determinado tipo de luz atinge a
um único fóton, é irrelevante para o valor da energia
superfície de um metal, observa-se que o
cinética a intensidade da luz incidente, importando
metal passa a emitir elétrons. Esse fenômeno
apenas a frequência (cor) dessa luz.
é chamado de efeito fotoelétrico.
O aumento da intensidade da luz incidente faz com
O efeito fotoelétrico foi explicado em 1905 por
que aumente a quantidade de elétrons emitidos, mas não
Einstein e lhe valeu o Prêmio Nobel de Física.
a energia cinética de cada um.
Einstein propôs que, no efeito fotoelétrico, um fóton
é inteiramente absorvido por um único elétron em um ti-
3. DUALIDADE
po de interação semelhante à colisão entre duas partí-
ONDA-PARTÍCULA: LOUIS DE BROGLIE
culas.
Para que o elétron seja emitido, é necessário que a
O efeito fotoelétrico mostrou que a luz, embora tenha
energia transportada pelo fóton de luz (E = h f) seja su-
natureza ondulatória, pode ter comportamento análogo
perior à energia de ligação (τ) entre o elétron e o núcleo ao de uma partícula (partícula de energia, que é o fóton).
do átomo.
– 161
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Este comportamento dual onda-partícula aplica-se nunca a luz tem simultaneamente os dois com-
não apenas para a luz, mas para todas as partículas. portamentos. Esse fato é chamado Princípio da
Assim, para uma partícula em movimento, complementaridade de Bohr.
a intensidade da onda associada, num dado
ponto, é proporcional à probabilidade de se 5. PRINCÍPIO DA INCERTEZA DE HEISENBERG
encontrar a partícula naquele ponto.
Um fóton de luz monocromática de frequência f e Consideremos uma partícula com velocidade V, cuja
c posição é definida por uma coordenada x.
comprimento de onda λ = ––– transporta energia E e A Física Moderna ensina que não podemos especifi-
f
car simultaneamente a posição e a velocidade (ou a
quantidade de movimento Q dados por:
quantidade de movimento) da partícula de um modo
exato. Esta impossibilidade é denominada “Princípio
E=hf da Incerteza”.
h Seja Δx a incerteza na medida da posição x da
Q = ––– partícula e ΔQ a incerteza na medida da quantidade de
λ movimento Q da partícula.
2
() V
1 – ––
c
O princípio da incerteza também pode ser formulado
em relação às incertezas na medida do instante (Δt) e da
energia (ΔE) associados ao movimento de uma partícula
elementar
m0
em que ––––––––––––––––– representa a massa
h
2 (Δt) . (ΔE) ≥ –––
( ) V
1 – ––
c
4π
da partícula quando está com velocidade de módulo V. As incertezas nas medidas estão ligadas às
perturbações introduzidas pelos processos de
4. PRINCÍPIO observação e medida como, por exemplo, a interação
DA COMPLEMENTARIDADE DE BOHR entre o fóton de luz usado na observação e a partícula
elementar em estudo. A interação entre o fóton de luz e
De acordo com o princípio da dualidade onda-
a partícula pode modificar a sua posição, a sua
partícula, a luz ora se comporta como onda ora como
quantidade de movimento e a sua energia.
partícula, dependendo do fenômeno estudado, porém
162 –
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Exemplos Exemplo
No estudo da queda livre, o cientista prevê que o
a) Velocidade tempo de queda deve depender da massa do corpo (m),
Δs L do módulo da aceleração da gravidade (g) e da altura
V = –––– ⇒ [ V ] = ––– = LT –1 = M0LT –1 de queda (H).
Δt T
Isto posto, o cientista escreve a equação:
A velocidade tem dimensões 0, 1 e –1 em relação
tq = kmxgyHz
à massa, comprimento e tempo.
Impondo-se que os dois membros tenham a mesma
b) Aceleração
equação dimensional, podemos determinar os valores
ΔV LT –1 de x, y e z:
a = –––– ⇒ [a] = –––––– = LT –2 = M0LT –2
Δt T [ tq ] = [ m ]x [ g ]y [ H ]z
FÍSICA A
à massa, comprimento e tempo.
M0L0T = Mx Ly + z T –2y
c) Força
Identificando-se as dimensões:
F = ma ⇒ [ F ] = MLT–2
}
A força tem dimensões 1, 1 e –2 em relação à massa, x=0 x=0
comprimento e tempo.
1
y+z=0 ⇒ y = – ––
d) Energia 2
mV2 1
E = –––––– ⇒ E = M(LT –1)2 = ML2T–2 –2y = 1 z = ––
2 2
A energia tem dimensões 1, 2 e –2 em relação à O fato de x = 0 indica que o tempo de queda não
massa, comprimento e tempo. depende da massa, corrigindo a hipótese inicial do cientis-
ta, que estava errada. (Veja a força da análise dimensional.)
2. HOMOGENEIDADE
DAS EQUAÇÕES FÍSlCAS A equação assume o aspecto:
tq = k g(–1/2) H(1/2)
Para que uma equação física possa ser verdadeira,
é necessário que os dois membros da equação tenham ou
as mesmas dimensões. Em particular, se um dos
membros for constituído por uma soma de parcelas,
todas as parcelas devem ter as mesmas dimensões.
tq = k
H
––––
g
Y = X ⇒ [Y] = [X] Apenas o valor de k não pode ser obtido por análise
dimensional e sim por meio de um ensaio experimental
Y = X + Z + W ⇒ [Y] = [X] = [Z] = [W] ou de alguma teoria física.
– 163
C7_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 18/06/12 08:53 Página 164
FRENTE 2 Ondulatória
q Tubos abertos
Têm as duas extremidades abertas.
q Cálculo da frequência
λ
1.o HARMÔNICO: L = 1 –––
2
Nas extremidades abertas do tubo, formam- λ
FÍSICA A
V
Mas V = λ f ⇒ f = ––– (II)
λ
V
Mas V = λ f ⇒ f = ––– (II)
λ
FÍSICA A
lidades distintas, denominadas qualidades fisiológicas do de intensidade (ou sonoridade)
som. São elas: a altura, a intensidade e o timbre. É a qualidade que permite ao ouvido diferenciar um
som forte de um som fraco.
q Altura (ou tom)
Som Forte → grande intensidade
É a qualidade que permite ao ouvido diferenciar um
som grave (baixo) de um som agudo (alto). Som Fraco → pequena intensidade
– 165
C7_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 07/08/12 13:54 Página 166
q Timbre
É a qualidade que permite ao ouvido distinguir sons
de mesma altura e mesma intensidade, porém emitidos
por fontes sonoras diferentes.
Os responsáveis pelo timbre são os harmônicos, que
acompanham o som fundamental.
Nesse caso:
f0 < fF
166 –
C7_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 18/06/12 08:53 Página 167
FRENTE 3 Mecânica
MÓDULO 55 Aplicações da Lei de Stevin
1. BARÔMETRO quida de altura H. É usual dizermos recurvado em U contendo um líquido
DE TORRICELLI que acima da coluna de mercúrio em equilíbrio (em geral, mercúrio),
temos o “vácuo torriceliano”. com uma das extremidades em
Denomina-se barômetro todo Como os pontos A e B pertencem contato com o local onde se deseja
aparelho ou dispositivo que se destina ao mesmo plano horizontal no interior medir a pressão p e a outra extremi-
a medir a pressão atmosférica. de um líquido homogêneo, em equilí- dade aberta e exposta à atmosfera.
brio e sob a ação da gravidade, eles Sendo µ a densidade do líquido e
suportam a mesma pressão e, por- igualando-se as pressões em A e B,
tanto, a pressão atmosférica (pressão vem:
no ponto A) é igual à pressão de uma p = patm + µ g h
coluna de mercúrio de altura H (pres-
são no ponto B). Se a pressão for medida em colu-
Assim, em Santos (no nível do na líquida, escrevemos apenas:
mar), temos H = 76cm, o que significa
que a pressão atmosférica é de 76cm H = Hatm + h
de Hg.
Em São Paulo, temos H = 70cm, o
que significa que a pressão atmosfé- 3. SISTEMAS DE
rica é de 70cm de Hg. VASOS COMUNICANTES
Se quisermos obter esta pressão
em pascal, fazemos: q Consideremos um recipiente for-
mado por diversos ramos que se co-
patm = µHg g h municam entre si. Esse recipiente
constitui um sistema de vasos comu-
FÍSICA A
patm = 13,6 . 103 . 9,8 . 0,70 (Pa) nicantes.
168 –
C7_CURSO_FIS_TEO_A_Alelex 18/06/12 08:53 Página 169
Esse fato traduz a Lei de Pascal: SA = π R2A e SB = π R2B , sendo RA e RB os raios dos
êmbolos.
Os líquidos transmitem integralmente as
variações de pressão que recebem.
Portanto:
2
Isso significa que qualquer variação de pressão,
provocada em qualquer ponto de um líquido em equilíbrio,
é transmitida integralmente para todos os demais pontos
SB
( )
RB
Vm = –––– = ––––
SA RA
da massa líquida.
q Conservação do trabalho
2. PRENSA HIDRÁULICA Sendo dA o deslocamento do êmbolo A e dB o
deslocamento do êmbolo B e lembrando que o líquido é
q Descrição incompressível (volume constante), temos que o volume
A prensa hidráulica é uma máquina simples capaz líquido que desce em A é igual ao volume líquido que
de multiplicar forças e fundamentada na Lei de Pascal. sobe em B:
ΔVA = ΔVB
SA . dA = SB . dB
SB dA
––––– = –––– (II)
SA dB
FB dA
––––– = –––– ⇒ FBdB = FAdA
FA dB
FÍSICA A
homogêneo e estão vedados por dois êmbolos móveis trabalho da força aplicada.
sem atrito e com áreas SA (êmbolo menor) e SB (êmbolo
maior).
A relação anterior traduz a conservação do trabalho
Uma força de intensidade FA é aplicada ao êmbolo
nas máquinas simples.
A, o que permite transmitir ao êmbolo B uma força de
intensidade FB.
3. PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES (sec. III a.C.)
De acordo com a Lei de Pascal:
ΔpB = ΔpA Para demonstrar a Lei de Arquimedes, consideremos
um corpo sólido, com formato cilíndrico, imerso em um
FB FA FB SB líquido homogêneo, em equilíbrio, sob a ação da
–––– = –––– ⇒ –––– = –––– (I)
SB SA FA SA gravidade e com densidade μL.
q Vantagem mecânica
O número pelo qual a força é multiplicada é
chamado de vantagem mecânica (Vm).
FB SB
Vm = –––– = ––––
FA SA
– 169
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O líquido atua sobre todas as faces do cilindro com E = Pfluido = μfluido Vimerso g
forças de compressão e normais às regiões de contato deslocado
entre o líquido e o cilindro.
NOTAS
As forças horizontais F3 e F4, nas faces laterais, têm a
Nota 1: O ponto de aplicação do empuxo é o centro
mesma intensidade, pois estão aplicadas em pontos de
de gravidade da porção de fluido que foi deslocada pela
mesma profundidade, ou seja, de mesma pressão.
presença do sólido.
Portanto, as forças horizontais se equilibram e a resultante
Nota 2: A Lei de Arquimedes pode ser aplicada
das forças horizontais é nula.
mesmo no caso em que o sólido esteja mergulhado si-
multaneamente em dois fluidos, como na figura:
Na direção vertical, não há equilíbrio entre as forças
F1 e F2, pois a força F2 na face inferior é mais intensa que
a força F1 na face superior, já que a pressão é maior nos
pontos de maior profundidade.
Chamando de A a área da secção transversal do
cilindro, temos:
F2 – F1 = (p2 – p1) A
p2 – p1 = μL g h
E = EA + EB = μA VA g + μB VB g
F2 – F1 = μL g h A
μA = densidade do fluido A
O produto A . h representa o volume do corpo que
está imerso (no caso é o volume total). μB = densidade do fluido B
VA = volume do sólido imerso em A
F2 – F1 = μL g Vi
VB = volume do sólido imerso em B
O produto μL . Vi representa a massa de líquido que
FÍSICA A
Lei de Arquimedes:
Quando um sólido é mergulhado total ou
parcialmente em um fluido homogêneo, em
equilíbrio e sob ação da gravidade, ele fica Neste caso, a força resultante aplicada pelo fluido é
sujeito a uma força, aplicada pelo fluido, de- a força F indicada, calculada como se segue:
nominada EMPUXO, com as seguintes carac-
F = p . A = (p0 + μ g h) A
terísticas:
I) Intensidade: igual ao peso do fluido A = área da face superior do sólido.
deslocado pela presença do sólido.
Nota 4: A Lei de Arquimedes é válida quer o sólido
II) Direção: vertical.
esteja totalmente imerso ou flutuando na superfície do
III) Sentido: de baixo para cima.
líquido.
170 –
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μS – μL
Pap = P (––––––––)
μS
E=P
3. ACELERAÇÃO NO
INTERIOR DE UM LÍQUIDO
μL Vig = μS V g
Consideremos um sólido S movendo-se no interior
μS Vi de um líquido, de modo a não perturbar muito a condição
––––– = –––––
μL V de equilíbrio do líquido (para continuar valendo a Lei de
Arquimedes).
A densidade do sólido, em relação ao lí- Aplicando-se a 2.a Lei de Newton:
FÍSICA A
quido, é igual à fração do sólido que fica imer-
sa no líquido.
2. PESO APARENTE DE UM
SÓLIDO IMERSO EM UM LÍQUIDO
q Definição
Considere um sólido S totalmente imerso em um
líquido homogêneo e em equilíbrio.
Seja P o peso do sólido e E a intensidade do
empuxo que o líquido exerce sobre o sólido. P–E=ma
Define-se peso aparente (Pap) do sólido S,
μS V g – μL V g = μS V a
imerso no líquido, pela relação:
g (μS – μL) = μSa
Pap = P – E
μS – μL
q Relação com as densidades a= ––––––––– g
μS
Sendo μS a densidade do sólido e μL a densidade
do líquido, temos:
( I ) Quando μS = μL ⇔ a = 0
P = μS V g μL
{ E = μL V g } E
→ ––– = ––––
P μS
(MRU)
→
(II) Quando μS > μL ⇔ ↓a
μL
E = ––––– . P →
μS (III) Quando μS < μL ⇔ ↑ a
– 171
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μ V12 μ V22
p1 + μg h1 + ––––– = p2 + μg h2 + –––––
2 2
p + ––––– = constante
2
Vol = A1 L1 = A2 L2
Z = ––– ––––– –––––
Δt Δt Δt Nesse caso, se houver um estrangulamento
(redução de área), a velocidade aumenta (equação da
continuidade) e a pressão p diminui, conforme
Z = A1 V1 = A2 V2 esquematizado na figura.
3. PRINCÍPIO DE BERNOULLI
V1 = V3 < V2 ⇔ p1 = p3 > p2
172 –