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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

DIT001 – DIREITO E LEGISLAÇÃO


TX100

ARTUR SEPÚLVEDA DEL RIO HAMACEK 2013026522


BRUNO BRANT GOTSCHALG 2012076232
BRUNO LOPES CANÇADO E SOUSA 2011014209
BRUNO JUNQUEIRA GONTIJO DE PAULA 2013026620
FABIANO D’ÁVILA DE CARVALHO PEREIRA 2009014447
FABIANO PEREIRA E FERREIRA 2012014709
FERNANDO OLIVEIRA DE QUEIROZ 2015046180

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

BELO HORIZONTE
2018
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3
2 CONCEITO DE CONTRATO .................................................................................................. 3
3 OS TRÊS PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO .................................................................... 3
3.1 Plano da Existência.................................................................................................................................. 4
3.2 Plano da Validade .................................................................................................................................... 5
3.3 Plano da Eficácia ..................................................................................................................................... 5
4 PRINCÍPIOS GERAIS DOS CONTRATOS ........................................................................... 5
4.1 Princípio da Autonomia Privada.............................................................................................................. 5
4.2 Princípio da Função Social ...................................................................................................................... 6
4.3 Princípio da Força Obrigatória ................................................................................................................ 6
4.4 Princípio da Boa-Fé Objetiva .................................................................................................................. 7
5 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ............................................................................................. 7
5.1 Extinção Normal dos contratos................................................................................................................ 7
5.2 Extinção por fatos anteriores à celebração .............................................................................................. 8
5.3 Extinção por fatos posteriores à celebração: ........................................................................................... 8
5.4 Extinção por morte de um dos contratantes............................................................................................. 9
6 CONTRATOS EM ESPÉCIE ................................................................................................... 9
6.1 Contratos de Compra e Venda ................................................................................................................. 9
6.2 Contratos de troca ou permuta ............................................................................................................... 10
6.3 Contratos de doação .............................................................................................................................. 10
6.4 Contratos de locação.............................................................................................................................. 10
6.5 Contratos de prestação de serviços ........................................................................................................ 10
6.6 Contratos de empréstimo ....................................................................................................................... 10
6.7 Contratos de mandato ............................................................................................................................ 10
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 11
8 REFERENCIAS........................................................................................................................ 12
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1 INTRODUÇÃO

Nas antigas civilizações, os costumes e usos das cidades regulavam as relações comerciais,
que eram usualmente informais e verbais. Com o desenvolvimento dessas civilizações, se tornou cada
vez mais necessário regular tais relações à medida que as necessidades socioeconômicas foram
ficando cada vez mais complexas. O verbo contrahere conduz a contractus, que remete ao sentido de
ajuste, convenção ou pacto, sendo um acordo de vontades que cria direitos e obrigações. Um acordo
entre duas ou mais partes para um determinado fim. É o trato em que duas ou mais pessoas assumem
compromissos ou obrigações quaisquer, ou asseguram entre si algum direito.

O presente estudo tem como objetivo apresentar a teoria geral dos contratos, iniciando-se
com a análise conceitual de contratos, seguindo-se para os planos do negócio jurídico, princípios
gerais dos contratos, sua função social e boa-fé objetiva. Adiante, o estudo atentará a extinção dos
contratos. Em seguida, passará à análise dos mais recorrentes tipos de contratos em espécie, seguindo-
se para as conclusões.

2 CONCEITO DE CONTRATO

O conceito de contrato, que surgiu a partir do momento em que as pessoas passaram a se


relacionar e a viver em sociedade, é tão antigo como o próprio ser humano e vem sendo moldado
desde a época romana sempre baseada na realidade social.

O contrato é um ato jurídico bilateral, que depende de pelo menos duas declarações de
vontade. Este possui como objetivo a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e
deveres de conteúdo patrimonial. Os contratos são, em resumo, todos os tipos de convenções ou
estipulações que possam ser criadas pelo acordo de vontades em que há o elemento norteador da
vontade humana com pretensão de objetivos de cunhos patrimoniais, ou seja, constitui um negócio
jurídico por excelência.

Segundo Tartuce (2018):

“Em uma visão clássica ou moderna, o contrato pode ser conceituado como sendo
um negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção de
direitos e deveres com conteúdo patrimonial.” (TARTUCE, 2018)

Para existir o contrato, seu objeto ou conteúdo deve ser lícito, não podendo contrariar o
ordenamento jurídico, a boa-fé, a sua função social e econômica e os bons costumes.

3 OS TRÊS PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Ao se tratar de Negócio Jurídico, pode-se dizer que este visa regular direitos e deveres
específicos, conforme os interesses dos agentes envolvidos, surgindo um instituto jurídico próprio.
Desta forma, o negócio jurídico constitui o principal exercício da autonomia privada da liberdade
negocial ao respeitar os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica
que sobre ele incide.
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Ao analisar os elementos que o constitui, é necessário utilizar-se da teoria criada por


Pontes de Miranda. Conforme Figura 1, o autor desenvolveu uma estrutura denominada “Escada
Ponteana” para explicar tais elementos.

Figura 1 – Escada Ponteana.


Autor: Pontes de Miranda.

Nessa escada o Negócio Jurídico possui três planos que serão detalhados a seguir.

- Plano da Existência: são os elementos essenciais, os pressupostos de existência;

- Plano da Validade: são os elementos do plano da existência com algumas qualificações;

- Plano da Eficácia: neste plano estão os efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e em
relação a terceiros. São elementos relacionados com a suspensão e resolução de direitos e deveres.

3.1 Plano da Existência

Para que haja o Negócio Jurídico, certos requisitos devem ser atendidos e regulados pelo
sistema normativo do Novo Código Civil. Assim, nenhum Negócio Jurídico existirá na ausência de
algum dos elementos constitutivos essenciais, quais sejam:

- Manifestação ou declaração de vontade;

- Partes ou agente emissor da vontade;

- Objeto;

- Forma.

No Plano da Existência não se avalia a invalidade ou eficácia desse fato jurídico, só se


cogita a presença dos fatores existenciais mínimos.
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3.2 Plano da Validade

Os elementos que compõem esse plano são os mesmos que se fizeram presentes no plano
da existência, mas acrescidos de alguns adjetivos, ou seja, não basta apenas a manifestação de
vontade. A vontade precisa ser livre, sem vícios, as partes ou agentes deverão ser capazes, bem como
o objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável e a forma deverá ser prescrita ou não
defesa em lei.

Nesta conjectura, os Negócios Jurídicos que não apresentam esses elementos de validade
são nulos de pleno direito. No plano da validade é importante destacar que a declaração da vontade
não pode estar impregnada de malícia, deve ser livre e de boa-fé e o agente emissor da vontade deve
ser capaz e legitimado para o negócio. Na ausência de capacidade plena para conferir validade ao
negócio celebrado, deverá o agente ser devidamente representado ou assistido.

Ademais, deve-se destacar que ao referir-se à licitude do objeto entende-se que seu
conteúdo é lícito, não contrário aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à função social ou
econômica de um instituto e que a forma é o meio pelo qual a declaração de vontade se exterioriza.

3.3 Plano da Eficácia

Neste plano, é de interesse verificar se o Negócio Jurídico repercute juridicamente no


plano social. Desta forma, na eficácia estão as questões relativas às consequências e aos efeitos
gerados pelo negócio em relação às partes e em relação a terceiros. Ainda de acordo com Tartuce
(2018) tem-se:

“No plano da eficácia estão os elementos relacionados com as consequências do negócio


jurídico, ou seja, com a suspensão e a resolução de direitos e deveres relativos ao contrato,
caso da condição, do termo, do encargo, das regras relacionadas com o inadimplemento, dos
juros, da multa ou cláusula penal, das perdas e danos, da resolução, da resilição, do registro
imobiliário e da tradição (em regra).” (TARTUCE, 2018)

4 PRINCÍPIOS GERAIS DOS CONTRATOS

De acordo com Tartuce (2018), no Direito, tem-se que os princípios gerais dos contratos
são regramentos básicos aplicáveis ao instituto jurídico contratual, sendo que os mesmos são
formulados a partir “[...] das normas, dos costumes, da doutrina, da jurisprudência e de aspectos
políticos, econômicos e sociais” (TARTUCE, 2018). Ao colocar um contrato em prática, desde a sua
elaboração, o Código Civil tem como regras principais a autonomia privada, a função social, a força
obrigatória e a boa-fé objetiva. Esses quatro pontos serão o alvo do estudo deste tópico, buscando
evidenciar suas definições e como eles atuam atualmente.

4.1 Princípio da Autonomia Privada


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O princípio da autonomia privada é expresso no momento em que os contratos são


realizados entre partes individuais, regulando seus próprios interesses sem a interferência de terceiros
e respeitando as leis e normas públicas. Essa autonomia privada é marcada pelo poder da vontade no
direito de um modo objetivo, concreto e real (AMARAL, 2003, apud TARTUCE, 2018).

Nesse sentido, Tartuce (2018) argumenta que esse princípio possui limitações
relacionadas, principalmente, com a formação e reconhecimento da validade dos negócios jurídicos.
Isso é mostrado, por exemplo, ao se levar em consideração a eficácia social dos contratos; a
possibilidade de os contratos possuírem disparidades entre o poder econômico dos envolvidos
(criando desvantagens para o menos favorecido); quando uma das partes é inexperiente; etc.

Dessa forma, nota-se que o princípio da autonomia privada para que cada parte
autorregule seus interesses durante um processo contratual, de modo particular, é influenciado por
normas de ordem pública, ou seja, além da vontade de cada parte, é necessário levar em consideração
fatores “[...] psicológicos, políticos, econômicos e sociais” (TARTUCE, 2018). Portanto, uma das
conclusões fundamentais da discussão sobre esse princípio é que ele está intimamente ligado com o
principio da função social dos contratos, sendo o segundo, a perspectiva funcional do primeiro.

4.2 Princípio da Função Social

O princípio da função social dos contratos é formado por um conjunto de regramentos


que visam identificar como essenciais que os contratos respeitam as leis e as partes envolvidas. Para
tanto, o contexto social em que está envolvido e foi formulado é de extrema importância, uma vez
que traz, juntamente, a possibilidades de interpretação de contratos de modo que sigam as normas de
ordem pública e buscando garantir a igualdade e equilíbrio entre as partes contratantes. “Valoriza-se
a equidade, a razoabilidade, o bom senso, afastando-se o enriquecimento sem causa [...]” (TARTUCE,
2018). Observa-se, assim, como este princípio é adequado para que as partes mais vulneráveis da
relação contratual sejam mais protegidas.

A partir disso, espera-se que a função social, compatibilizada com o princípio de


autonomia privada, apresente eficácia tanto na esfera interna quanto na externa ao contrato, isto é, na
relação entre as partes contratantes e fora delas, respectivamente. Assim, Tartuce (2018), cita que a

“[...] eficácia interna da função social dos contratos pode ser percebida a)pela mitigação da
força obrigatória do contrato; b) pela proteção da parte vulnerável da relação contratual, caso
dos consumidores e aderentes; c) pela vedação da onerosidade excessiva; d) pela tendência
de conservação contratual, mantendo a autonomia privada; e)pela proteção de direitos
individuais relativos à dignidade humana; f) pela nulidade de cláusulas contratuais abusivas
por violadoras da função social

Por outro lado, a eficácia externa da função social dos contratos pode ser extraída das
hipóteses em que um contrato gera efeitos perante terceiros [...], bem como das situações em
que uma conduta de terceiro repercute no contrato.” (TARTUCE, 2018).

4.3 Princípio da Força Obrigatória

De acordo com Tartuce (2018), o princípio da força obrigatória dos contratos é


proveniente do princípio da autonomia privada, de forma que o que está determinado nos contratos
deve ser considerado como possuidor de força de lei para as partes envolvidas. Diante disto, pode-se
considerar que estas partes perdem determinadas liberdades consensualmente e podem sofrer
consequências caso não cumpram suas obrigações. Este princípio é um dos mais antigos na teoria dos
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contratos, atuando como regra máxima já no direito romano pela pacta sunt servanda, que significa a
força obrigatória estipulada pela realização do pacto (contrato).

Entretanto, é possível observar nos dias atuais que a atuação deste princípio não é mais
regra máxima, como antigamente. Atualmente tem-se que o direito privado contemporâneo se baseia
mais no princípio da função social, o que deixa a força obrigatória em um papel secundário nos
contratos (TARTUCE, 2018).

4.4 Princípio da Boa-Fé Objetiva

O princípio da boa-fé tem como definição acolher o que é lícito e repulsar o que é ilícito
(TARTUCE, 2018), cometendo abuso de direito, no plano legal, quem se opõe a tal conceito. No que
diz respeito à boa-fé objetiva, tem-se que este princípio corresponde à atitude ética dos contrates e,
muitas vezes, está estreitamente conectado aos deveres anexos existentes a qualquer negócio jurídico.
Dessa maneira, Tartuce (2018) afirma que o não cumprimento destes deveres anexos é uma forma de
desrespeito ao princípio de boa-fé e uma violação positiva de contrato.

Dentre os deveres anexos, pode-se citar o dever de cuidado em relação à outra parte
negocial, de respeito, de colaboração ou cooperação, de agir conforme confiança depositada, de agir
conforme razoabilidade, a equidade e a boa razão, dentre outros.

Tendo em vista estes deveres, o princípio da boa-fé objetiva é o maior influenciador nas
funções de interpretação, controle e integração de contrato. Na primeira função, o princípio em
questão é utilizado como meio auxiliador principal na interpretação dos contratos. Sobre a segunda
função, tem-se que esta é utilizada para determinar quando o princípio da boa-fé está sendo
comprometido. Por último, a função de integração do contrato, que indica requerimentos para que a
relação contratual ocorra com probidade e boa-fé completamente.

5 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

Os contratos, como qualquer negócio jurídico, possuem um ciclo de existência. Nasce de


um consentimento mútuo, passa por todas circunstâncias de sua carreira jurídica e normalmente
termina com o cumprimento das prestações, caso de extinção normal de extinção de uma relação
contratual.
Entretanto, um contrato pode ser extinto antes de seu cumprimento, ou durante o mesmo.
Sendo assim, existem formas anteriores ou contemporâneas ao nascimento de um contrato. Em alguns
casos específicos, pode ocorrer pela morte de um dos contratantes.
Vamos demonstrar as quatro formas básicas de extinção dos contratos nos próximos
tópicos.

5.1 Extinção Normal dos contratos


É a forma básica de extinção, ocorrendo o cumprimento da obrigação. Está presente, por
exemplo, quando é pago o preço em obrigação instantânea; quando são pagas todas as parcelas em
obrigação de trato sucessivo a ensejar o fim da obrigação; quando a coisa é entregue conforme
pactuado; quando na obrigação de não fazer o ato não é praticado, entre outros casos possíveis.
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Também ocorre a extinção normal quando ocorre o fim do prazo previsto para o negócio,
desde que todas suas obrigações previstas sejam cumpridas.

5.2 Extinção por fatos anteriores à celebração


A segunda forma básica pode se dar por motivos anteriores à celebração. Como primeira
hipótese a invalidade contratual.
Alguns autores o denominam como contrato inexistente, quando não está presente um
dos elementos essenciais do pacto, seus pressupostos de existência. Embora o Código Civil não adote
o plano de existência.
Na hipótese dominante, da invalidade contratual, ressalta-se os casos de anulabilidade do
contrato. Acontecerá quando for celebrado por pessoa relativamente incapaz, sem assistência, sendo
estes: maiores de 16 e menores de 18 anos, alcoólatras, viciados em tóxicos, deficientes mentais e os
pródigos.
Ainda, haverá anulabilidade quando presentes os demais vícios do negócio jurídico: erro,
dolo, coação moral, lesão, estado de perigo e fraude contra credores.
Também terá nulidade os contratos de compra e venda de imóvel, doação e fiança que
exige a outorga conjugal (esposa, marido).
Ao lado da invalidade contratual, ainda existem outras formas de extinção do negócio
jurídico, decorrentes de fatos anteriores, quais sejam a existência no negócio de uma cláusula
resolutiva expressa ou a inserção de cláusula de arrependimento no pacto. Essas duas formas de
extinção decorrem da autonomia privada, da previsão contratual, razão pela qual são tratadas como
sendo motivos anteriores ou contemporâneos à celebração do contrato.

5.3 Extinção por fatos posteriores à celebração:


Sempre que existe a extinção do contrato por fatos posteriores à celebração, fala-se em
rescisão contratual.
Pode-se afirmar que a rescisão (que é o gênero) possui as seguintes
espécies: resolução (extinção do contrato por descumprimento) e resilição (dissolução por vontade
bilateral ou unilateral, quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo
reconhecimento de um direito potestativo).
Como formas de resolução, temos:
a) a inexecução voluntária:
Está relacionada com a impossibilidade da prestação por culpa ou dolo do devedor,
podendo ocorrer tanto na obrigação de dar como nas obrigações de fazer e de não fazer. Sujeitará a
parte inadimplente ao ressarcimento pelas perdas e danos sofridos – danos emergentes, lucros
cessantes, danos morais, estéticos e outros danos imateriais.
b) a inexecução involuntária:
As hipóteses em que ocorrer a impossibilidade de cumprimento da obrigação em
decorrência de caso fortuito (evento totalmente imprevisível) ou de força maior (evento previsível,
mas inevitável). Como consequência, a outra parte contratual não poderá pleitear perdas e danos,
sendo tudo o que foi pago devolvido e retornando a obrigação à situação primitiva (resolução sem
perdas e danos).
c)a cláusula resolutiva tácita:
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Aquela que decorre da lei e que gera a resolução do contrato em decorrência de um evento
futuro e incerto, geralmente relacionado ao inadimplemento (condição).
d)a resolução por onerosidade excessiva:
Para a resolução de contrato é preciso, em primeiro lugar, que seja excessiva a diferença
de valor do objeto da prestação entre o momento de sua perfeição e o da execução. A onerosidade há
de ser objetivamente excessiva, isto é, a prestação não deve ser excessivamente onerosa apenas em
relação ao devedor, mas a toda e qualquer pessoa que se encontre em sua posição.
Continuando nas causas de extinção por fatos posteriores à celebração do negócio, ao
lado desses casos de resolução, poderá ocorrer a resilição, quando a lei previr a extinção do negócio
como um direito potestativo reconhecido à própria parte ou às partes.
Temos resilição bilateral, ou distrato, que é feita mediante a celebração de um novo
negócio em que ambas as partes resolvem, de comum acordo, pôr fim ao negócio anterior que
firmaram. Existem contratos que admitem dissolução pela simples declaração de vontade de uma das
partes, situações em que se tem a denominada resilição unilateral, desde que a lei, de forma explícita
ou implícita, admita essa forma de extinção.
São causas de resilição unilateral:
a) Denúncia vazia e cheia: ocorre na locação de coisa móvel ou imóvel regida pelo
Código Civil e de coisa imóvel regida. Findo o prazo, extingue-se de pleno direito o contrato
celebrado entre as partes, sem qualquer motivo para tanto.
b) Revogação: ocorre quando há quebra de confiança naqueles pactos em que esta se faz
presente como fator predominante.
c)Renúncia: ocorre nos contratos baseados na confiança, quando houver quebra desta.
d)Exoneração por ato unilateral: novidade da codificação privada, a exoneração
unilateral é cabível por parte do fiador, na fiança por prazo indeterminado.

5.4 Extinção por morte de um dos contratantes


Em algumas formas negociais a morte de um dos contratantes pode gerar o fim do pacto.
Isso somente ocorre nos casos em que a parte contratual assume uma obrigação personalíssima
ou intuitu personae, sendo denominada cessação contratual.

6 CONTRATOS EM ESPÉCIE

Existem no Direito, diversos tipos de contrato, sendo os mais recorrentes explicitados


neste tópico.

6.1 Contratos de Compra e Venda


O conceito de compra e venda se dá como sendo o contrato pelo qual alguém (o vendedor)
se obriga a transferir ao comprador o domínio de coisa móvel ou imóvel mediante uma remuneração,
denominada preço.
A propriedade móvel se transfere pela tradição (entrega da coisa) enquanto a propriedade
imóvel transfere-se pelo registro do contrato no Cartório de Registro Imobiliário (CRI). Dessa forma,
o contrato de compra e venda traz somente o compromisso do vendedor em transmitir a propriedade.
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6.2 Contratos de troca ou permuta


O contrato de troca, permuta ou escambo é aquele pelo qual as partes se obrigam a dar
uma coisa por outra que não seja dinheiro. Operam-se, ao mesmo tempo, duas vendas, servindo as
coisas trocadas para uma compensação recíproca. Isso justifica aplicação residual das regras previstas
para a compra e venda.

6.3 Contratos de doação


Ocorre quando o doador transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o donatário,
sem a presença de qualquer remuneração. Trata-se de ato de mera liberalidade, sendo um contrato
benévolo, unilateral e gratuito.

6.4 Contratos de locação


A locação pode ser entendida como sendo o contrato pelo qual uma das partes (locador
ou senhorio) se obriga a ceder à outra (locatário ou inquilino), por tempo determinado ou não, o uso
e gozo de coisa não fungível, mediante certa remuneração, denominada aluguel.

6.5 Contratos de prestação de serviços


Conceitua-se contrato de prestação de serviços como sendo o negócio jurídico pelo qual
alguém – o prestador – compromete-se a realizar uma determinada atividade com conteúdo lícito, no
interesse de outrem – o tomador –, mediante certa e determinada remuneração.
Trata-se de um contrato bilateral, em que as partes são credoras e devedoras entre si. O
tomador é ao mesmo tempo credor do serviço e devedor da remuneração. O prestador é credor da
remuneração e devedor do serviço.

6.6 Contratos de empréstimo


Denomina-se contrato de empréstimo como sendo o negócio jurídico pelo qual uma
pessoa entrega uma coisa à outra, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada
ou outra de mesma espécie e quantidade. Como se vê, o contrato de empréstimo é um exemplo claro
de contrato unilateral e gratuito, abrangendo duas espécies:
a) Comodato – empréstimo de bem infungível e inconsumível, em que a coisa emprestada
deverá ser restituída findo o contrato (empréstimo de uso).
b) Mútuo – empréstimo de bem fungível e consumível, em que a coisa é consumida e
desaparece, devendo ser devolvida outra de mesma espécie e quantidade (empréstimo de consumo).

6.7 Contratos de mandato


É o contrato pelo qual alguém (o mandante) transfere poderes a outrem (o mandatário)
para que este, em seu nome, pratique atos ou administre interesses. Como se vê, o mandatário age
sempre em nome do mandante, havendo um negócio jurídico de representação.
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7 CONCLUSÃO

Qualquer relação estabelecida entre duas ou mais partes que buscam instituir, modificar
e extinguir direitos são denominadas negócios jurídicos, os quais são expressos na forma de contratos.
Os contratos refletem a vontade dos sujeitos, e devem conter os princípios da boa-fé, a autonomia da
vontade e o respeito às cláusulas que estão subscritas no contrato. Desse modo são firmadas as
relações jurídicas compreendidas nos Códigos e nas Leis.
Após o exposto, conclui-se a análise de toda a teoria geral dos contratos e de suas
especificidades, onde procurou-se de forma clara apontar os principais tópicos acerca da matéria, tais
quais conceitos, princípios, formação, extinção e modalidades do contrato.
Mais adiante, a presente resenha apresentou o entendimento da função contratual, sendo
esta uma proteção do bem jurídico e de seus sujeitos, precavendo futuros litígios.
Por fim, o estudo demonstrou o resultado de tratativas contratuais que se iniciam pela
ausência de esclarecimento e vontade expressa das partes, comprometendo seu seguimento.
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8 REFERENCIAS

AMARAL, F. Direito civil – Introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. In:
TARTUCE, F. Direito civil, v. 3: teoria geral dos contratos e contratos em espécie, 13. ed., Rio de
Janeiro: Forense, 2018.
TARTUCE, F. Direito civil, v. 3: teoria geral dos contratos e contratos em espécie. 13.
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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