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BELO HORIZONTE
2018
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3
2 CONCEITO DE CONTRATO .................................................................................................. 3
3 OS TRÊS PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO .................................................................... 3
3.1 Plano da Existência.................................................................................................................................. 4
3.2 Plano da Validade .................................................................................................................................... 5
3.3 Plano da Eficácia ..................................................................................................................................... 5
4 PRINCÍPIOS GERAIS DOS CONTRATOS ........................................................................... 5
4.1 Princípio da Autonomia Privada.............................................................................................................. 5
4.2 Princípio da Função Social ...................................................................................................................... 6
4.3 Princípio da Força Obrigatória ................................................................................................................ 6
4.4 Princípio da Boa-Fé Objetiva .................................................................................................................. 7
5 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ............................................................................................. 7
5.1 Extinção Normal dos contratos................................................................................................................ 7
5.2 Extinção por fatos anteriores à celebração .............................................................................................. 8
5.3 Extinção por fatos posteriores à celebração: ........................................................................................... 8
5.4 Extinção por morte de um dos contratantes............................................................................................. 9
6 CONTRATOS EM ESPÉCIE ................................................................................................... 9
6.1 Contratos de Compra e Venda ................................................................................................................. 9
6.2 Contratos de troca ou permuta ............................................................................................................... 10
6.3 Contratos de doação .............................................................................................................................. 10
6.4 Contratos de locação.............................................................................................................................. 10
6.5 Contratos de prestação de serviços ........................................................................................................ 10
6.6 Contratos de empréstimo ....................................................................................................................... 10
6.7 Contratos de mandato ............................................................................................................................ 10
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 11
8 REFERENCIAS........................................................................................................................ 12
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1 INTRODUÇÃO
Nas antigas civilizações, os costumes e usos das cidades regulavam as relações comerciais,
que eram usualmente informais e verbais. Com o desenvolvimento dessas civilizações, se tornou cada
vez mais necessário regular tais relações à medida que as necessidades socioeconômicas foram
ficando cada vez mais complexas. O verbo contrahere conduz a contractus, que remete ao sentido de
ajuste, convenção ou pacto, sendo um acordo de vontades que cria direitos e obrigações. Um acordo
entre duas ou mais partes para um determinado fim. É o trato em que duas ou mais pessoas assumem
compromissos ou obrigações quaisquer, ou asseguram entre si algum direito.
O presente estudo tem como objetivo apresentar a teoria geral dos contratos, iniciando-se
com a análise conceitual de contratos, seguindo-se para os planos do negócio jurídico, princípios
gerais dos contratos, sua função social e boa-fé objetiva. Adiante, o estudo atentará a extinção dos
contratos. Em seguida, passará à análise dos mais recorrentes tipos de contratos em espécie, seguindo-
se para as conclusões.
2 CONCEITO DE CONTRATO
O contrato é um ato jurídico bilateral, que depende de pelo menos duas declarações de
vontade. Este possui como objetivo a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e
deveres de conteúdo patrimonial. Os contratos são, em resumo, todos os tipos de convenções ou
estipulações que possam ser criadas pelo acordo de vontades em que há o elemento norteador da
vontade humana com pretensão de objetivos de cunhos patrimoniais, ou seja, constitui um negócio
jurídico por excelência.
“Em uma visão clássica ou moderna, o contrato pode ser conceituado como sendo
um negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção de
direitos e deveres com conteúdo patrimonial.” (TARTUCE, 2018)
Para existir o contrato, seu objeto ou conteúdo deve ser lícito, não podendo contrariar o
ordenamento jurídico, a boa-fé, a sua função social e econômica e os bons costumes.
Ao se tratar de Negócio Jurídico, pode-se dizer que este visa regular direitos e deveres
específicos, conforme os interesses dos agentes envolvidos, surgindo um instituto jurídico próprio.
Desta forma, o negócio jurídico constitui o principal exercício da autonomia privada da liberdade
negocial ao respeitar os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica
que sobre ele incide.
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Nessa escada o Negócio Jurídico possui três planos que serão detalhados a seguir.
- Plano da Eficácia: neste plano estão os efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e em
relação a terceiros. São elementos relacionados com a suspensão e resolução de direitos e deveres.
Para que haja o Negócio Jurídico, certos requisitos devem ser atendidos e regulados pelo
sistema normativo do Novo Código Civil. Assim, nenhum Negócio Jurídico existirá na ausência de
algum dos elementos constitutivos essenciais, quais sejam:
- Objeto;
- Forma.
Os elementos que compõem esse plano são os mesmos que se fizeram presentes no plano
da existência, mas acrescidos de alguns adjetivos, ou seja, não basta apenas a manifestação de
vontade. A vontade precisa ser livre, sem vícios, as partes ou agentes deverão ser capazes, bem como
o objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável e a forma deverá ser prescrita ou não
defesa em lei.
Nesta conjectura, os Negócios Jurídicos que não apresentam esses elementos de validade
são nulos de pleno direito. No plano da validade é importante destacar que a declaração da vontade
não pode estar impregnada de malícia, deve ser livre e de boa-fé e o agente emissor da vontade deve
ser capaz e legitimado para o negócio. Na ausência de capacidade plena para conferir validade ao
negócio celebrado, deverá o agente ser devidamente representado ou assistido.
Ademais, deve-se destacar que ao referir-se à licitude do objeto entende-se que seu
conteúdo é lícito, não contrário aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à função social ou
econômica de um instituto e que a forma é o meio pelo qual a declaração de vontade se exterioriza.
De acordo com Tartuce (2018), no Direito, tem-se que os princípios gerais dos contratos
são regramentos básicos aplicáveis ao instituto jurídico contratual, sendo que os mesmos são
formulados a partir “[...] das normas, dos costumes, da doutrina, da jurisprudência e de aspectos
políticos, econômicos e sociais” (TARTUCE, 2018). Ao colocar um contrato em prática, desde a sua
elaboração, o Código Civil tem como regras principais a autonomia privada, a função social, a força
obrigatória e a boa-fé objetiva. Esses quatro pontos serão o alvo do estudo deste tópico, buscando
evidenciar suas definições e como eles atuam atualmente.
Nesse sentido, Tartuce (2018) argumenta que esse princípio possui limitações
relacionadas, principalmente, com a formação e reconhecimento da validade dos negócios jurídicos.
Isso é mostrado, por exemplo, ao se levar em consideração a eficácia social dos contratos; a
possibilidade de os contratos possuírem disparidades entre o poder econômico dos envolvidos
(criando desvantagens para o menos favorecido); quando uma das partes é inexperiente; etc.
Dessa forma, nota-se que o princípio da autonomia privada para que cada parte
autorregule seus interesses durante um processo contratual, de modo particular, é influenciado por
normas de ordem pública, ou seja, além da vontade de cada parte, é necessário levar em consideração
fatores “[...] psicológicos, políticos, econômicos e sociais” (TARTUCE, 2018). Portanto, uma das
conclusões fundamentais da discussão sobre esse princípio é que ele está intimamente ligado com o
principio da função social dos contratos, sendo o segundo, a perspectiva funcional do primeiro.
“[...] eficácia interna da função social dos contratos pode ser percebida a)pela mitigação da
força obrigatória do contrato; b) pela proteção da parte vulnerável da relação contratual, caso
dos consumidores e aderentes; c) pela vedação da onerosidade excessiva; d) pela tendência
de conservação contratual, mantendo a autonomia privada; e)pela proteção de direitos
individuais relativos à dignidade humana; f) pela nulidade de cláusulas contratuais abusivas
por violadoras da função social
Por outro lado, a eficácia externa da função social dos contratos pode ser extraída das
hipóteses em que um contrato gera efeitos perante terceiros [...], bem como das situações em
que uma conduta de terceiro repercute no contrato.” (TARTUCE, 2018).
contratos, atuando como regra máxima já no direito romano pela pacta sunt servanda, que significa a
força obrigatória estipulada pela realização do pacto (contrato).
Entretanto, é possível observar nos dias atuais que a atuação deste princípio não é mais
regra máxima, como antigamente. Atualmente tem-se que o direito privado contemporâneo se baseia
mais no princípio da função social, o que deixa a força obrigatória em um papel secundário nos
contratos (TARTUCE, 2018).
O princípio da boa-fé tem como definição acolher o que é lícito e repulsar o que é ilícito
(TARTUCE, 2018), cometendo abuso de direito, no plano legal, quem se opõe a tal conceito. No que
diz respeito à boa-fé objetiva, tem-se que este princípio corresponde à atitude ética dos contrates e,
muitas vezes, está estreitamente conectado aos deveres anexos existentes a qualquer negócio jurídico.
Dessa maneira, Tartuce (2018) afirma que o não cumprimento destes deveres anexos é uma forma de
desrespeito ao princípio de boa-fé e uma violação positiva de contrato.
Dentre os deveres anexos, pode-se citar o dever de cuidado em relação à outra parte
negocial, de respeito, de colaboração ou cooperação, de agir conforme confiança depositada, de agir
conforme razoabilidade, a equidade e a boa razão, dentre outros.
Tendo em vista estes deveres, o princípio da boa-fé objetiva é o maior influenciador nas
funções de interpretação, controle e integração de contrato. Na primeira função, o princípio em
questão é utilizado como meio auxiliador principal na interpretação dos contratos. Sobre a segunda
função, tem-se que esta é utilizada para determinar quando o princípio da boa-fé está sendo
comprometido. Por último, a função de integração do contrato, que indica requerimentos para que a
relação contratual ocorra com probidade e boa-fé completamente.
Também ocorre a extinção normal quando ocorre o fim do prazo previsto para o negócio,
desde que todas suas obrigações previstas sejam cumpridas.
Aquela que decorre da lei e que gera a resolução do contrato em decorrência de um evento
futuro e incerto, geralmente relacionado ao inadimplemento (condição).
d)a resolução por onerosidade excessiva:
Para a resolução de contrato é preciso, em primeiro lugar, que seja excessiva a diferença
de valor do objeto da prestação entre o momento de sua perfeição e o da execução. A onerosidade há
de ser objetivamente excessiva, isto é, a prestação não deve ser excessivamente onerosa apenas em
relação ao devedor, mas a toda e qualquer pessoa que se encontre em sua posição.
Continuando nas causas de extinção por fatos posteriores à celebração do negócio, ao
lado desses casos de resolução, poderá ocorrer a resilição, quando a lei previr a extinção do negócio
como um direito potestativo reconhecido à própria parte ou às partes.
Temos resilição bilateral, ou distrato, que é feita mediante a celebração de um novo
negócio em que ambas as partes resolvem, de comum acordo, pôr fim ao negócio anterior que
firmaram. Existem contratos que admitem dissolução pela simples declaração de vontade de uma das
partes, situações em que se tem a denominada resilição unilateral, desde que a lei, de forma explícita
ou implícita, admita essa forma de extinção.
São causas de resilição unilateral:
a) Denúncia vazia e cheia: ocorre na locação de coisa móvel ou imóvel regida pelo
Código Civil e de coisa imóvel regida. Findo o prazo, extingue-se de pleno direito o contrato
celebrado entre as partes, sem qualquer motivo para tanto.
b) Revogação: ocorre quando há quebra de confiança naqueles pactos em que esta se faz
presente como fator predominante.
c)Renúncia: ocorre nos contratos baseados na confiança, quando houver quebra desta.
d)Exoneração por ato unilateral: novidade da codificação privada, a exoneração
unilateral é cabível por parte do fiador, na fiança por prazo indeterminado.
6 CONTRATOS EM ESPÉCIE
7 CONCLUSÃO
Qualquer relação estabelecida entre duas ou mais partes que buscam instituir, modificar
e extinguir direitos são denominadas negócios jurídicos, os quais são expressos na forma de contratos.
Os contratos refletem a vontade dos sujeitos, e devem conter os princípios da boa-fé, a autonomia da
vontade e o respeito às cláusulas que estão subscritas no contrato. Desse modo são firmadas as
relações jurídicas compreendidas nos Códigos e nas Leis.
Após o exposto, conclui-se a análise de toda a teoria geral dos contratos e de suas
especificidades, onde procurou-se de forma clara apontar os principais tópicos acerca da matéria, tais
quais conceitos, princípios, formação, extinção e modalidades do contrato.
Mais adiante, a presente resenha apresentou o entendimento da função contratual, sendo
esta uma proteção do bem jurídico e de seus sujeitos, precavendo futuros litígios.
Por fim, o estudo demonstrou o resultado de tratativas contratuais que se iniciam pela
ausência de esclarecimento e vontade expressa das partes, comprometendo seu seguimento.
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8 REFERENCIAS
AMARAL, F. Direito civil – Introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. In:
TARTUCE, F. Direito civil, v. 3: teoria geral dos contratos e contratos em espécie, 13. ed., Rio de
Janeiro: Forense, 2018.
TARTUCE, F. Direito civil, v. 3: teoria geral dos contratos e contratos em espécie. 13.
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.