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PATRIMÔNIOS DE PERNAMBUCO:

MATERIAIS E IMATERIAIS
3ª EDIÇÃO, REVISADA E AMPLIADA

Fundarpe
PATRIMÔNIOS DE PERNAMBUCO:
MATERIAIS E IMATERIAIS
3ª EDIÇÃO, REVISADA E AMPLIADA

Recife
Fundarpe
2014
"Patrimônios de Pernambuco: Materiais e Imateriais Textos
© 2014 Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Augusto Paashaus
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte."
Breno Albuquerque B. Borges
Celia Campos
Governo do Estado de Pernambuco
Eduardo Sarmento
Governador | João Lyra Neto
Ericka Rocha
Secretaria de Cultura Isabela de Oliveira Moraes
Secretário | Marcelo Canuto Mendes Maria de Lourdes Bezerra Cordeiro
Diretor de Gestão | Maria de Lourdes Mergulhão Nunes Renata Echeverria
Diretor de Políticas Culturais | André Brasileiro Roberta Jansen
Diretor de Projetos Especiais | Félix Farfan Rosa Virgínia Bomfim Vanderlei
Gestores de Comunicação | Michelle Assumpção e Tiago Montenegro Terezinha Silva
Ulisses Pernambucano de Melo Neto
Fundação do Patrimônio Histórico e Artísticode Pernambuco (Fundarpe)
Presidente | Severino Pessoa dos Santos
Diretora de Gestão | Sandra Simone dos Santos Bruno Ilustrações/Perspectivas
Diretor de Gestão do Funcultura | Thiago Rocha Leandro Ane Cleide dos Santos Silva
Diretor de Gestão de Equipamentos Culturais | Ascendina A. da Lapa Cyreno Cecília Barthel
Diretora de Preservação e Patrimônio Cultural | Celia Campos Fábio Pestana
Diretor de Produção | Luiz Cleodon Valença de Melo Mariana Aragão
Vanessa Teles
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Izabel Paashaus | Jaqueline de Oliveira e Silva | Jeniffer Ferreira
Projeto Gráfico e Diagramação
José Sabino da Silva | Larissa Cisne | Lívia Tavares Froes
Flávio Barbosa da Silva
Maria José Ribeiro Agra |Mário Gouveia Júnior | Nazaré Reis
Neide Fernandes de Sousa | Nilson da Rocha Cordeiro
Fotos:
Raphaela Rezende | Reginaldo Silva Junior |Renata Echeverria
Roberto Carneiro da Silva | Rosa Wanderley Bomfim Acervo FUNDARPE
Tarcísio Paiva | Ulisses Pernambucano de Melo Neto Breno Borges
Vera Lucia Batista| Walter Zacarias de Souza Costa Neto
Eudes Santana
Flávio Barbosa
Roberta Guimarães
P314
Patrimônios de Pernambuco: materiais e imateriais / Fundação
Roberto Albuquerque
do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - Recife:
Fundarpe, 2014.
140p.: Il.

ISBN

1. Patrimônio cultural - Pernambuco 2. Patrimônio imaterial -


Pernambuco 3. Patrimônio material - Pernambuco 4. Preservação do patrimônio
5. Tombamento 6. Registro - patrimônio imaterial 7. Fundarpe 8. Iphan I.Título

Fundarpe CDU 351.71


Sumário
APRESENTAÇÃO 5

1. PARA ENTENDER, REFLETIR E PRESERVAR O PATRIMÔNIO 6

2. LEGISLAÇÃO 13
a. Constituição Federal 1988 13
b. Lei Nº. 9605/98 18
c. Decreto-Lei Nº. 25/1937 20
d. Decreto Nº. 3551/2000 29
e. Lei Nº. 7970/79 e Decretos Nº. 6239/80 e Nº. 6239 do Estado de Pernambuco 30
f. Constituição do Estado de Pernambuco 1989 43
g. Lei Nº. 12.196/2002 e Decreto Nº 27.503/2004 do Estado de Pernambuco 47
h. Lei Nº. 12.310/2002 do Estado de Pernambuco e alterações 53
i. Decreto Nº. 30.391/2007 do Estado de Pernambuco 55
j. Lei Nº. 4119/79 do Município de Olinda 55
k. Etapas para Tombamento Federal de Bem Cultural Material 57
l. Etapas para Registro Federal do Bem Cultural Imaterial 58
m. Etapas para Tombamento Estadual de Bem Cultural Material 59
n. Etapas para Tombamento de Bem Cultural Material de Olinda 60
o. Etapas para Registro de Bem Cultural Imaterial de Olinda 60

3. PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL 66

4. BENS MATERIAIS PROTEGIDOS PELO ESTADO DE PERNAMBUCO


POR REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO 68

5. QUADRO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE NATUREZA


MATERIAL DE PERNAMBUCO 70

6. BREVE HISTÓRICO DOS BENS TOMBADOS PELO ESTADO DE PERNAMBUCO 72


6. BREVE HISTÓRICO DOS BENS TOMBADOS PELO ESTADO DE PERNAMBUCO 72

7. BENS MATERIAIS PROTEGIDOS NO ESTADO POR


REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO 107

8. PATRIMÔNIOS VIVOS DE PERNAMBUCO 121

9. PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL 126

10. RELAÇÃO DOS BENS IMATERIAIS REGISTRADOS 129


a. Bens Imateriais Registrados pelo Iphan em Pernambuco 129
b. Bens Imateriais em Processo de Registro pelo Iphan 130
c. Bens Imateriais Inventariados pela Fundarpe 130
d. Bens do Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco
Consideradospela Assembleia Legislativa do Estado 131

11. CONSELHOS MUNICIPAIS DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO 132


a. Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda 132

12. MISSÃO DAS ENTIDADES DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO 135

13. PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO 136

14. CONTATOS DAS ENTIDADES DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO 137

15. REFERÊNCIAS E INDICAÇÕES DE LEITURA 138


Apresentação
Em todas as Regiões de Desenvolvimento do Estado revelam-se construções
históricas, conjuntos urbanos, paisagens emblemáticas, manifestações artísticas,
celebrações e saberes. São Patrimônios, ao lado de bens materiais, imateriais e
vivos que, alheios às classificações teóricas, acontecem unidos de forma
inseparável, uma teia de significados que diz respeito à identidade e à memória
de cada lugar.

Nesta publicação é apresentada a relação de bens culturais sob a proteção do


Estado, através da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco – Fundarpe e do Conselho Estadual de Cultura – CEC – assim como
pela federação através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
– IPHAN – Superintendência de Pernambuco, distribuídos pelas 12 Regiões de
Desenvolvimento (RDs), além da legislação voltada para o patrimônio. São
apresentados também os registros de bens materiais, imateriais e patrimônios
vivos (RPV).

Cabe às instituições acima mencionadas, criadas pelo poder público a


responsabilidade pela salvaguarda desses bens, correspondendo às expectativas
no que tange ao cumprimento dessa tarefa. Cabe também aos pernambucanos e
pernambucanizados, donos e criadores de tamanha riqueza, ficar atentos para
reconhecer, valorizar, registrar, fiscalizar e defender seus patrimônios, recusando
a padronização ao manter a identidade cultural.

Esta publicação reflete o modelo democrático de política pública de cultura para


o Estado, franqueada à colaboração de todos e sempre em processo de
construção. É compromisso dessas instituições manter sempre atualizada a
identificação dos Patrimônios Culturais de Pernambuco.

5
1 Para entender, refletir e preservar
o patrimônio cultural
Ao divulgar os patrimônios vivos e os bens materiais e os imateriais de Pernambuco,
verificam-se que o processo de preservação está associado à responsabilidade e iniciativa de
diversos atores e ao entendimento dos seguintes conceitos:

Cultura Identidade
A palavra cultura não tem apenas um Os antropólogos conceituam identidade
significado. Segundo a antropologia, é tudo como uma característica de um ser que se
aquilo construído pela humanidade, desde percebe como tal ao longo do tempo. Essa
objetos até ideias e crenças. É todo identidade pessoal passa para o plano
comportamento apreendido pelo indivíduo, cultural, que é a partilha de uma mesma
independente da herança biológica. Cultura, característica entre diferentes indivíduos.
portanto, é a forma pela qual o homem vive e Sabe-se que cada um possui várias
modifica o mundo ao seu redor, criando e peculiaridades e que elas estão relacionadas a
recriando formas de conviver. É essencialmente diferentes grupos sociais. Sabe-se também
o modo de fazer e de viver do homem.1 que, ao longo da vida, várias identidades são
criadas, como por exemplo, a identidade
materna, a de estudante, de profissional, a
identidade étnica, entre outras. Assim,
mesmo pertencendo a uma nação, várias
outras características definem a pessoa. Cada
País, Estado e Município também tem sua
própria identidade que vai se diferenciar de
outras e é essa identidade que vai formá-la
única e especial.2
1
Festival Pernambuco Nação Cultural. Educação Patrimonial para
o Sertão Central. Publicação da Diretoria de Preservação
Cultural. Fundarpe/2009.
2
Idem .1

6
Valor História
Segundo os sociólogos, valor é algo A arte ou a ciência da História procura interpretar
significativo, importante para o indivíduo ou e narrar uma série de acontecimentos escolhidos
para o grupo social. Esse valor pode estar dentre as ações humanas ao longo do tempo.
agregado a objetos como joias, roupas, Para os antigos a palavra história remetia ao
fotografias, livros e também as coisas histor, do grego, “aquele que vê”. O saber e o
imateriais como cantigas de ninar, receitas, poder de contar uma história estavam assim
histórias, etc. ligados à transmissão do testemunho
presencial de um fato memorável. A habilidade
A valorização pode acontecer de forma e as possibilidades de contar histórias, contudo,
coletiva. Existem bens que não são foram exercidas por muitos que testemunharam
importantes apenas para uma única pessoa, indiretamente vários fatos de “ouvir dizer” ou por
mas para todo um grupo. São de valor terem estudado os antigos documentos. Feitos e
coletivo, caracterizam um grupo e o diferencia personagens grandiosos, especialmente os
dos demais. chamados grandes homens ligados à religião, à
política e às guerras, foram privilegiados. No caso
Pode-se dizer que o valor das coisas, além do da História Brasileira, foi comum destacar as
aspecto monetário, é sempre uma construção heranças quinhentistas portuguesas em
subjetiva. É determinado pelas pessoas detrimento das indígenas, africanas e outras que
através do uso, da apreciação estética ou por constituíram a nação.
questões afetivas como é o caso da
identificação no objeto de parte da história da Atualmente, esboça-se uma nova história na
qual o passado pode ser contado de várias
sua vida, da identidade de sua comunidade.3
formas, interpretando e respeitando a
diversidade cultural dos povos. A história vem
contribuindo, significativamente, para a
compreensão dos elementos de identidade
individual e coletiva, integrando as histórias do
local com o nacional e o global através da
3
valorização, difusão e preservação do
Idem .1
4
Idem .1 patrimônio cultural.4

7
07
Memória Patrimônio
Sentimentos, atitudes e aprendizados A palavra patrimônio significa herança
assumidos em diferentes momentos da vida, paterna ou familiar. Bens de natureza
encontram na memória o lugar privilegiado de econômica herdados por alguém, ou
interações entre o cérebro, o corpo e o mundo acumulados durante a vida. Os bens que
em derredor. Em seu significado latino, o ato fazem parte do patrimônio cultural não
de lembrar, recordar, refere-se àquilo que interessam apenas a uma única pessoa, eles
“passa pelo coração”. Contudo, o que são uma herança coletiva, pois são
aconteceu passou, não volta mais, e, por isso, importantes ou representativos para a
entre esquecimentos e lembranças faz-se, no história e para a identidade da coletividade.
presente, as escolhas de um tempo vivido. Os Mas essa herança patrimonial é dinâmica,
registros das memórias podem ser então porque se modifica ao longo das gerações, de
considerados uma das principais ferramentas, acordo com o surgimento de novas
tanto da preservação, quanto da transmissão necessidades. O Patrimônio Cultural revela os
dos valores e da identidade cultural e da múltiplos aspectos da cultura de uma
história de um povo.5 comunidade. No Brasil, a busca pelo
reconhecimento do patrimônio nacional se
iniciou na década de 1920 e até hoje se procura
abranger a rica diversidade cultural do
território, tendo em vista o reconhecimento da
miscigenação entre as culturas étnicas para a
formação da identidade brasileira.6

Engenho Poço Comprido em Vicência

5
Idem .1
6
Idem .1

8
Bens Culturais Bens Materiais
São o conjunto de bens materiais e imateriais Os bens materiais, de acordo com o Iphan e a
decorrentes da existência de um valor, elemento Unesco10, são bens de natureza concreta, ou
abstrato e incorpóreo, representativo, seja, monumentos, núcleos urbanos, sítios
evocativo, identificador e portador de arqueológicos e paisagísticos, coleções
referência à identidade, à ação e à memória arqueológicas, acervos musicológicos,
dos diferentes grupos formadores da documentais, bibliográficos, arquivísticos.
sociedade brasileira, sendo, portanto, objeto Dividem-se ainda em móveis, quando
de proteção e valorização a serem valorizados e podem ser deslocados do lugar original, ou
7
protegidos. imóveis, quando são fixos. Como exemplos
de bens materiais imóveis temos as igrejas, o
Bens Imateriais casario, a casa-grande de um engenho de
açucar, uma paisagem, como bens móveis
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico integrados, são exemplos, um altar-mor, um
Nacional – Iphan e a Organização das Nações painel de azulejos, etc., ocupando também
Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura – um lugar de destaque nesse universo.
Unesco consideram bens imateriais, as
práticas, as representações, as expressões, os Para a salvaguarda dos bens materiais, tem-se
conhecimentos e as técnicas – junto com os como principal instrumento o tombamento.
instrumentos, objetos, artefatos e lugares
culturais a eles associados. citam-se como
exemplos o caboclinho, as feiras, a quadrilha
junina, o frevo, as rezadeiras, as parteiras, as
8
feiras e mercados.

Para os bens imateriais, o instrumento de


proteção é específico e mais recente: o registro.9

Rua do Rio - Casario em Goiana


7
Idem .1
8
Idem .1
9
Festival Pernambuco Nação Cultural. Educação Patrimonial para o Sertão Central. Fundarpe/2009
10
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Acesse: www.brasilia.unesco.org

9
Tombamento
É o ato legal de reconhecimento do valor
cultural de um bem, que o transforma em
patrimônio oficial e institui regime jurídico
especial de propriedade, levando-se em conta Artesanato de
Tracunhaém
sua função social. É um ato administrativo,
cuja competência no Brasil é atribuída pelo
Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de Registro
1937. Pode ocorrer em nível federal, feito pelo Outro instrumento de que se dispõe para a
Iphan, ou ainda em esfera estadual ou preservação do patrimônio cultural é o
municipal, com o objetivo de preservar, por Registro de Bens Culturais de Natureza
intermédio da aplicação de legislação Imaterial, bens e expressões representativas
específica, bens de valor histórico, cultural, da diversidade cultural brasileira, através do
arquitetônico, ambiental e também de valor Registro, onde se reconhece que um
afetivo para a população, impedindo que determinado bem faz parte do Patrimônio
venham a ser destruídos ou descaracterizados. Cultural Brasileiro. Esse reconhecimento,
O nome tombamento advém do verbo tombar, significa mais do que a atribuição de um título a
isto é, registrar, inventariar, arrolar, visando um determinado bem cultural, representa,
proteger e conservar os bens culturais. principalmente, a produção e a divulgação de
conhecimento sobre esse bem com a
documentação de sua origem, trajetória e
transformações que sofreu ao longo do tempo;
seus modos de produção; quem são seus
produtores; como se deu seu consumo ou o
modo de circulação na sociedade, entre outros
aspectos. O Registro consiste na identificação
dos significados atribuídos ao bem e na
produção de vídeos ou material sonoro sobre
suas características e contexto cultural.11
11
Patrimônio Cultural Imaterial Para saber mais. Iphan/ Minc. 2007

10
Quando se fala em Preservação do Patrimônio sempre surgem algumas dúvidas.
As mais freqüentes são12:

a) O que pode ser tombado?


O Tombamento pode ser aplicado aos bens móveis e imóveis, de interesse cultural ou
ambiental, quais sejam: fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios,
ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas, etc. Somente é aplicado aos bens
materiais de interesse para a preservação da memória coletiva.

b) Quem pode solicitar a abertura de um processo de tombamento?


Qualquer pessoa física ou jurídica. Faz parte do exercício da cidadania a possibilidade de
intervenção direta do cidadão no tombamento de bens culturais, pois estes integram a
herança nacional comum.

c) Um imóvel tombado pode mudar de uso?


Sim. O que será considerado é a harmonia entre a preservação das características do
edifício e as eventuais adaptações ao novo uso. Atualmente, inúmeras edificações antigas,
cuja função original não mais existe, são readaptadas para uma nova utilização.

d) O ato de tombamento é igual à desapropriação?


Não. São atos totalmente diferentes. O Tombamento não altera a propriedade de um
bem, apenas inibe que venha a ser destruído ou descaracterizado. Logo, um bem
tombado não precisa ser desapropriado.

12
Idem .11
13
Enquanto forma de acautelamento e proteção.

11
e) Qual a diferença entre Tombamento e Registro?
O tombamento aplica-se ao patrimônio material tangível, ou seja, objeto a que se busca
preservar sua matéria, forma e características. O registro considera manifestações
puramente simbólicas, não se presta a imobilizar ou impedir modificações nessa forma de
patrimônio. Seu propósito é inventariar e registrar as características dos bens intangíveis,
de modo a manter viva e acessível às tradições e suas referências culturais. No Brasil, o
registro em nível federal foi instituído pelo Decreto nº 3.551/2000.

f) O que é o inventário de bens patrimoniais?


O inventário é a metodologia de proteção dos bens patrimoniais materiais ou imateriais,
que consiste no levantamento minucioso, pesquisa completa para fins de identificação,
sendo a primeira ação administrativa em busca do conhecimento, salvaguarda13,
valorização e conservação do bem.

Maracatu

12
2 Legislação
O Estado de Pernambuco vem protegendo seus bens materiais e imateriais com base em
extensa legislação que abrange desde a Constituição Federal até Leis, Decretos e
Resoluções Estaduais e Municipais. Abaixo seguem os principais dispositivos legais de
preservação do patrimônio no Estado.

a. Constituição Federal 1988

Art. 5º. – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Art. 20 - São bens da União:


X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros
bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

13
Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

Art. 30. Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
VIII - promover, no que coube, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação
e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
§1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os
diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que
conduzem à:
I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II - produção, promoção e difusão de bens culturais;
III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas
múltiplas dimensões;
IV - democratização do acesso aos bens de cultura;

14
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,
nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento
e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à
cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento
de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados.

Obs: A Procuradoria Geral da República pede ao Supremo Tribunal Federal a ampliação


do conceito de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, na forma dos artigos 215 e
216 da CF/88.

15
Por entender que a interpretação jurisprudencial do artigo 1º do Decreto-Lei nº 25/1937 –
que organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – está em
desconformidade com a Constituição Federal de 1988, a Procuradora Geral da República,
em exercício, Sandra Cureau, ajuizou em 11 de janeiro de 2010, no Supremo Tribunal
Federal - STF a Arguição do Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 206). Com a
ação, a PGR busca nova interpretação do dispositivo, no sentido de incluir no enunciado
da norma o conceito amplo de bem cultural, conforme os artigos 215 e 216 da Carta
Magna vigente.13

Comentário – Carlos Frederico Marés (Jurista)

A novidade mais importante trazida em 1988, sem dúvida, foi alterar o conceito de bens
integrantes do patrimônio cultural passando a considerar que são aqueles “portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira”. Pela primeira vez no Brasil foi reconhecida em texto legal a
diversidade cultural brasileira, que em consequência passou a ser protegida e enaltecida,
passando a ter relevância jurídica os valores populares, indígenas e afro-brasileiros. A
tradição constitucional anterior, marcava como referência conceitual expressa a
monumentalidade, ao abandonar esta referência, o que a Constituição atual deseja proteger
não é o monumento, a grandiosidade de aparência, mais o íntimo valor da
representatividade nacional, a essência da nacionalidade, a razão de ser da cidadania.

A inclusão de todos estes conceitos na nova Constituição brasileira não é apenas um


avanço jurídico, no sentido de inovar na matéria constitucional, mas traz efetivas
alterações nos conceitos jurídicos de proteção:
1 – consolida o termo “patrimônio cultural” que já era usado internacionalmente e estava
consagrado na literatura brasileira, mesmo oficial, mas não na lei;

13
Disponível em: http:stf.jus/portal/processo/verProcessoAndamento.asp e www.editoramagister.com/noticia_ler.php?id=41699

16
2 – cria formas novas de proteção, como o inventário, registro, vigilância e
3 – possibilita a inovação, pelo Poder Público, de outras formas, além do tradicional
tombamento e da desapropriação. Além disso, o texto constitucional, ele mesmo, declara
tombados bens que considera relevantes para o patrimônio cultural brasileiro, como os
documentos e sítios dos antigos quilombos. Porém, para que todos estes dispositivos
protecionistas sejam efetivamente aplicados, será necessário novo esforço legislativo.
Apesar das leis em vigor não se chocarem diretamente com o texto constitucional, estão
muito aquém de sua vontade e determinação. É necessário, por exemplo, regulamentar o
inventário, o registro e dá nova roupagem e dimensão ao tombamento que restou
acanhado na configuração que lhe deu o legislador em 1937.

Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da
lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.

17
b. Lei Nº. 9605/98

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades


lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 1º. VETADO.

Art. 2º. Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei,
incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor,
o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente


conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de
seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou
benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,
autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

Art. 5º. VETADO.

18
CAPÍTULO V
Dos Crimes Contra o Meio Ambiente

SEÇÃO IV
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:


I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:
Pena reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem
prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por
lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico,
turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental,
sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:
Pena reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim
considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico,
cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da
autoridade competente ou em desacordo com a concedida:
Pena detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
Pena detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do
seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de
detenção, e multa.

19
c. Decreto-Lei Nº. 25/1937

Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.

O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, usando da atribuição que lhe
confere o art. 180 da Constituição, decreta:

CAPÍTULO I
Do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Art. 1º. Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e
imóveis existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
§1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do
patrimônio histórico e artístico nacional depois de inscritos separada ou agrupadamente
num dos quatro Livros do Tombo, de que trata o Art. 4º. desta Lei.
§2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a
tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe
conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela Natureza ou
agenciados pela indústria humana.

Art. 2º. A presente Lei se aplica às coisas pertencentes às pessoas naturais, bem como às
pessoas jurídicas de direito privado e de direito público interno.

Art. 3º. Excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de origem


estrangeira:
1º) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no País;
2º) que adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas estrangeiras, que
façam carreira no País;
3º) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução ao Código Civil, e
que continuam sujeitas à lei pessoal do proprietário;

20
4º) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos;
5º) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais;
6º) que sejam importadas por empresas estrangeiras expressamente para adorno dos
respectivos estabelecimentos.
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de licença para livre
trânsito, fornecida pelo serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

CAPÍTULO II
Do Tombamento

Art. 4º. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do
Tombo, nos quais serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º. desta Lei, a saber:
1º) no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes
às categorias de arte arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as
mencionadas no §2º. do citado art. 1º.;
2º) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interesse histórico e as obras de arte
histórica;
3º) no Livro do Tombo das Belas-Artes, as coisas de arte erudita nacional ou estrangeira;
4º) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das
artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras.
§1º. Cada um dos Livros de Tombo poderá ter vários volumes.
§2º. Os bens, que se incluem nas categorias enumeradas nas alíneas 1, 2, 3 e 4 do presente
artigo, serão definidos e especificados no regulamento que for expedido para execução da
presente Lei.

Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se
fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda
estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos.

Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa natural ou à pessôa jurídica de


direito privado se fará voluntária ou compulsóriamente.

21
Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a
coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio
histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à
notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo.

Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o proprietário se recusar a


anuir à inscrição da coisa.

Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acôrdo com o seguinte processo:


1) o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por seu órgão competente,
notificará o proprietário para anuir ao tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a
contar do recebimento da notificação, ou para, si o quisér impugnar, oferecer dentro
do mesmo prazo as razões de sua impugnação.
2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado. que é fatal, o diretor
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará por símples
despacho que se proceda à inscrição da coisa no competente Livro do Tombo.
3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-se-á vista da mesma,
dentro de outros quinze dias fatais, ao órgão de que houver emanado a iniciativa do
tombamento, afim de sustentá-la. Em seguida, independentemente de custas, será o
processo remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de sessenta dias,
a contar do seu recebimento. Dessa decisão não caberá recurso.

Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado
provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação
ou concluído pela inscrição dos referidos bens no competente Livro do Tombo.

Parágrafo único. Para todas os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o
tombamento provisório se equiparará ao definitivo.

22
CAPÍTULO III
Dos Efeitos do Tombamento

Art. 11. As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios,
inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas
entidades.
Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato conhecimento
ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Art. 12. A alienabilidade das obras históricas ou artísticas tombadas, de propriedade de


pessoas naturais ou jurídicas de direito privado sofrerá as restrições constantes da
presente lei.

Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade partcular será, por iniciativa do
órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito para
os devidos efeitos em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e averbado ao lado da
transcrição do domínio.
§ 1º No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata êste artigo, deverá o
adquirente, dentro do prazo de trinta dias, sob pena de multa de dez por cento sôbre o
respectivo valor, fazê-la constar do registro, ainda que se trate de transmissão judicial ou
causa mortis.
§ 2º Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o proprietário, dentro do mesmo
prazo e sob pena da mesma multa, inscrevê-los no registro do lugar para que tiverem
sido deslocados.
§ 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação pelo
proprietário, ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, dentro do mesmo
prazo e sob a mesma pena.

Art. 14. A. coisa tombada não poderá saír do país, senão por curto prazo, sem
transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho
Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional.

23
Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação, para fora do país,
da coisa tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que se encontrar.
§ 1º Apurada a responsábilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta a multa de cincoenta
por cento do valor da coisa, que permanecerá sequestrada em garantia do pagamento, e
até que êste se faça.
§ 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao dôbro.
§ 3º A pessôa que tentar a exportação de coisa tombada, alem de incidir na multa a que se
referem os parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código Penal para o
crime de contrabando.

Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objéto tombado, o respectivo


proprietário deverá dar conhecimento do fáto ao Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob pena de multa de dez por cento
sôbre o valor da coisa.

Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruidas, demolidas ou
mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artistico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de
cincoenta por cento do dano causado.
Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos
municípios, a autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá
pessoalmente na multa.

Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou
reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada
destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a multa de cinquenta por
cento do valor do mesmo objeto.

Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder às
obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do

24
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras,
sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado o dano
sofrido pela mesma coisa.
§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará executá-las, a expensas da União,
devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis meses, ou providenciará para
que seja feita a desapropriação da coisa.
§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o
proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da coisa.
§ 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras e conservação ou
reparação em qualquer coisa tombada, poderá o Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional tomar a iniciativa de projetá-las e executá-las, a expensas da União,
independentemente da comunicação a que alude êste artigo, por parte do proprietário.

Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do


Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que fôr
julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar
obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dôbro em caso de
reincidência.

Art. 21. Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art. 1º desta lei são
equiparados aos cometidos contra o patrimônio nacional.

CAPÍTULO IV
Do Direito de Preferência

Art. 22. Em face da alienação onerosa de bens tombados, pertencentes a pessôas naturais
ou a pessoas jurídicas de direito privado, a União, os Estados e os municípios terão, nesta
ordem, o direito de preferência.
§ 1º Tal alienação não será permitida, sem que prèviamente sejam os bens oferecidos, pelo
mesmo preço, à União, bem como ao Estado e ao município em que se encontrarem. O

25
proprietário deverá notificar os titulares do direito de preferência a usá-lo, dentro de trinta
dias, sob pena de perdê-lo.
§ 2º É nula alienação realizada com violação do disposto no parágrafo anterior, ficando
qualquer dos titulares do direito de preferência habilitado a sequestrar a coisa e a impôr a
multa de vinte por cento do seu valor ao transmitente e ao adquirente, que serão por ela
solidariamente responsáveis. A nulidade será pronunciada, na forma da lei, pelo juiz que
conceder o sequestro, o qual só será levantado depois de paga a multa e se qualquer dos
titulares do direito de preferência não tiver adquirido a coisa no prazo de trinta dias.
§ 3º O direito de preferência não inibe o proprietário de gravar livremente a coisa
tombada, de penhor, anticrese ou hipoteca.
§ 4º Nenhuma venda judicial de bens tombados se poderá realizar sem que, prèviamente,
os titulares do direito de preferência sejam disso notificados judicialmente, não podendo
os editais de praça ser expedidos, sob pena de nulidade, antes de feita a notificação.
§ 5º Aos titulares do direito de preferência assistirá o direito de remissão, se dela não
lançarem mão, até a assinatura do auto de arrematação ou até a sentença de adjudicação,
as pessôas que, na forma da lei, tiverem a faculdade de remir.
§ 6º O direito de remissão por parte da União, bem como do Estado e do município em que
os bens se encontrarem, poderá ser exercido, dentro de cinco dias a partir da assinatura do
auto do arrematação ou da sentença de adjudicação, não se podendo extraír a carta,
enquanto não se esgotar êste prazo, salvo se o arrematante ou o adjudicante for qualquer
dos titulares do direito de preferência.

CAPÍTULO V
Disposições Gerais

Art. 23. O Poder Executivo providenciará a realização de acôrdos entre a União e os


Estados, para melhor coordenação e desenvolvimento das atividades relativas à proteção
do patrimônio histórico e artistico nacional e para a uniformização da legislação estadual
complementar sôbre o mesmo assunto.

26
Art. 24. A União manterá, para a conservação e a exposição de obras históricas e artísticas
de bsua propriedade, além do Museu Histórico Nacional e do Museu Nacional de Belas
Artes, tantos outros museus nacionais quantos se tornarem necessários, devendo
outrossim providênciar no sentido de favorecer a instituição de museus estaduais e
municipais, com finalidades similares.

Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional procurará entendimentos


com as autoridades eclesiásticas, instituições científicas, históricas ou artísticas e pessôas
naturais o jurídicas, com o objetivo de obter a cooperação das mesmas em benefício do
patrimônio histórico e artístico nacional.

Art. 26. Os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de


manuscritos e livros antigos ou raros são obrigados a um registro especial no Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, cumprindo-lhes outrossim apresentar
semestralmente ao mesmo relações completas das coisas históricas e artísticas que
possuírem.

Art. 27. Sempre que os agentes de leilões tiverem de vender objetos de natureza idêntica à
dos mencionados no artigo anterior, deverão apresentar a respectiva relação ao órgão
competente doServiço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sob pena de incidirem
na multa de cincoenta por cento sôbre o valor dos objetos vendidos.

Art. 28. Nenhum objéto de natureza idêntica à dos referidos no art. 26 desta lei poderá ser
posto à venda pelos comerciantes ou agentes de leilões, sem que tenha sido préviamente
autenticado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou por perito em
que o mesmo se louvar, sob pena de multa de cincoenta por cento sôbre o valor
atribuido ao objéto.
Parágrafo único. A autenticação do mencionado objeto será feita mediante o
pagamento de uma taxa de peritagem de cinco por cento sôbre o valor da coisa, se êste
fôr inferior ou equivalente a um conto de réis, e de mais cinco mil réis por conto de réis
ou fração, que exceder.

27
Art. 29. O titular do direito de preferência gosa de privilégio especial sôbre o valor
produzido em praça por bens tombados, quanto ao pagamento de multas impostas em
virtude de infrações da presente lei.
Parágrafo único. Só terão prioridade sôbre o privilégio a que se refere êste artigo os
créditos inscritos no registro competente, antes do tombamento da coisa pelo Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1937, 116º da Independência e 49º da República.


GETULIO VARGAS.
Gustavo Capanema.

Ponte de Santo Antônio e São José em Igarassu

28
d. Decreto Nº. 3551/2000

Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio


cultural brasileiro, cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e dá outras
providências.

Art.1º. Fica instituído o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem
patrimônio cultural brasileiro.
§1º Esse registro se fará em um dos seguintes livros:
I - Livro de Registro dos Saberes, onde serão inscritos conhecimentos e modos de fazer
enraizados no cotidiano das comunidades;
II - Livro de Registro das Celebrações, onde serão inscritos rituais e festas que marcam
a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras
práticas da vida social;
III - Livro de Registro das Formas de Expressão, onde serão inscritas manifestações
literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas;
IV - Livro de Registro dos Lugares, onde serão inscritos mercados, feiras, santuários,
praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais
coletivas.
§2º. Inscrição num dos livros de registro terá sempre como referência a continuidade
histórica do bem e sua relevância nacional para a memória, a identidade e a formação da
sociedade brasileira.
§3º Outros livros de registro poderão ser abertos para a inscrição de bens culturais de
natureza imaterial que constituam patrimônio cultural brasileiro e não se enquadrem nos
livros definidos no parágrafo primeiro deste artigo.

Art. 2º. São partes legítimas para provocar a instauração do processo de registro:
I - o Ministro de Estado da Cultura;
II - instituições vinculadas ao Ministério da Cultura;
III - Secretarias de Estado, de Município e do Distrito Federal;
IV - sociedades ou associações civis.

29
e. Lei Nº. 7970/79, Decreto Nº. 6239/80 do Estado de Pernambuco e
Decreto Nº 36.249, de 17 de fevereiro de 2011

Lei Nº. 7970, de 18 de setembro de 1979

Institui e regulamenta o tombamento de bens pelo Estado e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO: Faço saber que a Assembléia Legislativa


decretou e eu sanciono a seguinte Lei :

Art. 1º. O Estado de Pernambuco procederá, nos termos desta Lei e de legislação federal
especifica, ao Tombamento total ou parcial de bens móveis ou imóveis, públicos ou
particulares, existentes em seu território e que, por seu valor arqueológico, etnográfico,
histórico, artístico, bibliográfico, folclórico ou paisagístico, devam ficar sob a proteção do
Poder Publico, segundo os artigos 180, parágrafo único, da Constituição da República e
144 da Constituição do Estado.

Art. 2º. Efetua-se o Tombamento, de ofício ou mediante proposta, por resolução do


Conselho Estadual de Cultura, pela maioria absoluta dos seus membros, discriminando
as características do bem, ou de parte ou partes deste, objeto do Tombamento.
§1º A resolução do Conselho, depois de homologada pelo Governador do Estado, será
publicada no Diário Oficial e só então inscrita no livro próprio, mantido pelo Conselho
para esse fim.
§2º As propostas de Tombamento, que podem ser feitas por qualquer pessoa, devem ser
encaminhadas, por escrito ao Secretário de Educação14, para que este, deferindo-as, inicie
o processo de Tombamento, encaminhando-as, para exame técnico, à Fundação do
Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
§3º Serão liminarmente indeferidas pelo Secretário de Educação15, as propostas que não
estejam devidamente justificadas ou tenham por objetivos bens insuscetíveis de
Tombamento, nos termo da legislação federal.

14
Secretário de Cultura
15
Idem 14

30
§4º Se a iniciativa do Tombamento não partir do próprio dono do bem objeto da proposta,
notificá-lo-á a Fundarpe, para, no prazo de trinta dias, anuir à medida ou impugná-la.
§5º A abertura do processo de Tombamento, por despacho do Secretário de Educação16,
deferindo a proposta ou por decisão preliminar do Conselho Estadual de Cultura, agindo
de oficio, assegura ao bem em exame, até a resolução final, o mesmo regime de
preservação dos bens tombados.

Art. 3º. O tombamento de cidades, vilas e povoados, para lhes dar caráter de
monumentos, dependerá de autorização expressa de lei estadual, de iniciativa do
Governador do Estado, mediante proposta do Conselho Estadual de Cultura, dispensada a
notificação a que se refere o § 4º do artigo anterior.

Art. 4º. Consideram-se tombados pelo Estado, sendo automaticamente levados a


registro, todos os bens que, situados no seu território, sejam tombados pela União.

Art. 5º. As restrições à livre disposição, uso e gozo dos bens tombados, bem como as
sanções ao seu desrespeito, é estabelecido na legislação federal, cabendo à FUNDARPE
providenciar a sua aplicação, em cada caso.

Art. 6º. O Conselho Estadual de Cultura manterá, para registro, os seguintes Livros de Tombo.
I - Livro de Tombo dos Bens Móveis de valor arqueológico, etnográfico, histórico,
artístico ou folclórico;
II - Livro de Tombo de Edifícios e Monumentos Isolados;
III - Livro de Tombo de Conjuntos Urbanos e Sítios Históricos;
IV - Livro de Tombo de Monumentos, Sítios e Paisagens Naturais;
V - Livro de Tombo de Cidades, Vilas e Povoados.

Art. 7º O destombamento de bens, mediante cancelamento do respectivo registro,


dependerá, em qualquer caso, de resolução do Conselho Estadual de Cultura tomada por

16
Secretário de Cultura

31
maioria de dois terços dos Conselheiros e homologada pelo Governador do Estado.
Parágrafo Único – Podem propor o destombamento previsto neste artigo:
I – os membros do Conselho Estadual de Cultura e as pessoas jurídicas de direito
público, a qualquer tempo;
II – o proprietário do bem tombado, na hipótese do art. 1º do Decreto - Lei Federal n.º
25, de 30 de novembro de 1937, se o Estado não adotar as providências ali
determinadas.

Art. 8º - Compete ao Conselho Estadual de Cultura, além das atribuições que foram
conferidas pela Lei nº 6003, de 27 de setembro de 1967:
I – tombar os bens de valor arqueológico, etnográfico, histórico, artístico,
bibliográfico, folclórico ou paisagístico existente no Estado de Pernambuco, e
destombá-los quando for o caso;
II - comunicar as resoluções sobre Tombamento ao oficial de registro de imóveis, para
as transcrições e averbações previstas no Decreto – Lei Federal 25, de 30 de novembro
de 1937, bem como ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN;
III – adotar as medidas administrativas previstas na legislação federal para que se
produzam os efeitos do Tombamento;
IV – deliberar quando à adequação do uso proposto para o bem tombado, ouvida a
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE;
V – decidir, ouvida a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco –
FUNDARPE, sobre projetos de obras de conservação, reparação e restauração dos
bens tombados;
VI – supervisionar a fiscalização da preservação dos bens tombados;
VII – propor ao Secretário de Educação17, bem como às entidades interessadas,
medidas para preservação do patrimônio histórico e artístico de Pernambuco;
VIII – divulgar em publicação oficial, anualmente atualizada, a relação dos bens
tombados pelo Estado.

16
Secretário de Cultura
17
Secretário de Cultura

32
Art. 9º - Cabe a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco –
FUNDARPE:
I – dar parecer técnico sobre as propostas de Tombamento de bens e seu eventual
cancelamento;
II – fiscalizar a observância do uso aprovado pelo Conselho para o bem tombado;
III – opinar sobre os projetos de conservação, reparação e restauração de bens
tombados;
IV – verificar, periodicamente, o estado dos bens tombados e fiscalizar as obras e
serviços de conservação dos mesmos;
V – atender às solicitações do Conselho Estadual de Cultura e opinar sobre matéria
que este lhe encaminhar;
VI – exercer, em relação aos bens tombados pelo Estado, os poderes que a Lei Federal
atribui ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional quanto aos bens
tombados da União.

Art. 10. O Governo do Estado regulamentará esta Lei, mediante Decreto, no prazo de
sessenta dias, contados de sua publicação.
Parágrafo Único – A Secretaria de Educação18, o Conselho Estadual de Cultura e a
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE, adaptar-se-
ão, em igual prazo às disposições da presente Lei.

Art. 11. - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. - Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, em 18 de setembro de 1979.


MARCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA MACIEL
Francisco Aureliano Bandeira de Mello
Paulo Agostinho de Arruda Raposo

18
Secretaria de Cultura

33
Decreto Nº. 6239, de 11 de janeiro de 1980

Regulamenta a Lei Nº. 7.970, de 18 de janeiro de 1979, que institui o tombamento de bens
pelo Estado, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO, no uso das atribuições que lhe confere o


artigo 69, inciso II, da Constituição do Estado, tendo em vista o disposto no artigo 6º, inciso
V, da Lei Nº. 7832, de 06 de abril de 1979, e no artigo 10, parágrafo único, da Lei Nº. 7979,
de 18 de setembro de 1979,

DECRETA:

Art. 1º. O Tombamento de bens pelo Estado de Pernambuco, atendidas as disposições da


legislação federal e estadual atinentes à espécie, obedecerá aos termos do presente
Decreto.

CAPÍTULO I
Do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco

Art. 2º. Constitui Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco o conjunto de bens


móveis ou imóveis, públicos ou particulares, existentes em seu território e que, por seu
notável valor arqueológico, artístico, bibliográfico, etnográfico, folclórico, histórico ou
paisagístico, devem ficar sob a proteção do Poder Público, nos termos do disposto no
artigo 180 e parágrafo Único da Constituição Federal e no artigo 144 da Constituição
Estadual.
Parágrafo único. Os bens a que se refere esse Decreto só serão considerados parte
integrante do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, após inscritos, separada ou
agrupadamente, conforme a respectiva Resolução de Tombamento, nos livros de tombo
correspondentes.

34
CAPÍTULO II
Do Sistema Estadual de Tombamento

Art. 3º. A defesa e a preservação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco


compete ao Sistema de Tombamento, composto dos seguintes órgãos:
I - a Secretaria de Educação19, como órgão gestor do processo de Tombamento;
II - o Conselho Estadual de Cultura, como órgão executor;
III - a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, como órgão técnico.
Parágrafo único. Mediante delegação, ou através de convênios, contratos, acordos e
ajustes, as Secretarias de Estado, as Prefeituras Municipais e outros órgãos ou entidades,
públicas ou privadas, poderão intervir no Tombamento e colaborar na proteção dos
bens tombados.

CAPÍTULO III
Do Processo de Tombamento

Art 4º - Inicia-se o processo de Tombamento por decisão “ex-officio” do Conselho Estadual


de Cultura pela maioria de seus membros, ou por despacho do Secretario de Educação20,
em proposta a ele dirigida por qualquer pessoa.
Art. 5º - As propostas de Tombamento deverão ser formuladas e fundamentadas por
escrito, delas constando, obrigatoriamente:
I – descrição e exata caracterização do bem respectivo;
II – endereço do bem, se imóvel, ou do local onde se encontra, se móvel;
III – delimitação da área objeto da proposta, quando conjunto urbano, sítio ou
paisagem natural;
IV – nome e endereço do proprietário do bem respectivo, salvo quando se tratar de
conjunto urbano, cidade, vila ou povoado;
V – nome completo e endereço do proponente e menção de ser ou não proprietário
do bem;

19
Secretaria de Cultura
20
Idem 19

35
§ 1º Sendo o proponente proprietário do bem objeto da proposta, deverá o mesmo ser
instruído com documento hábil de comprovação de propriedade.
§ 2º Nos casos de emergência, caracterizada por iminente perigo de destruição,
demolição, mutilação ou alteração, assim como transferência do bem para fora do Estado,
a proposta de Tombamento poderá ser acolhida sem os requisitos constantes dos incisos I
a V deste artigo.

Art. 6º - O Secretário de Educação21 deverá pronunciar-se, no prazo de 48 (quarenta e oito)


horas, sobre as propostas que lhe forem encaminhadas na forma do artigo anterior.
Parágrafo Único – O indeferimento será comunicado ao proponente através de ofício.

Art. 7º - Serão liminarmente indeferidas as propostas que não atenderem aos requisitos
do artigo 5º, ou, ainda, que tenham por objetivos bens insuscetíveis de Tombamento.

Art. 8º - Deferida a proposta, será aberto o processo de Tombamento, pela Secretaria de


Educação22, que o encaminhará, de imediato, à Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco FUNDARPE, para exame técnico.

Art. 9º - Iniciado o processo de Tombamento por decisão “ex-oficio”, o Conselho


Estadual de Cultura remetê-lo-á, através da Secretaria de Educação23, à FUNDARPE para
exame técnico.

Art. 10º - A abertura do processo de Tombamento, na forma dos artigos 8º e 9º, assegura
ao bem em exame, até a Resolução final, o mesmo regime de preservação dos bens
tombados, e será anotada pela FUNDARPE em ficha própria, que conterá:
I – número do processo de mento e data de sua abertura;
II – nome e espécie do bem objeto do processo;
III – nome e endereço do proponente, e menção de sua qualidade de proprietário ou
não do bem objeto do processo;

21
Secretaria de Cultura
22
Idem 21
23
Idem 21

36
IV – nome e endereço do proprietário do bem objeto do processo, se não for o
proponente;
V – elementos da notificação a que se refere o artigo 12;
VI – nome do jornal, número de página e data da edição que publicou o edital de
notificação a que se alude o artigo 11.

Art. 11 - Após a abertura do processo de tombamento, a Fundação do Patrimônio


Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE fará publicar, no Diário Oficial e em pelo
menos um jornal diário de grande circulação do Recife, edital sucinto da medida;

Art. 12 - Se a proposta de tombamento não for do proprietário ou de todos os condôminos


do respectivo bem, a FUNDARPE, notificá-lo-á através do Cartório de Registro de Títulos e
Documentos da capital, para, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da
notificação, anuir a medida ou impugná-la.

Art. 13 - Oferecida impugnação em prazo hábil, será esta juntada ao processo de


Tombamento, dando-se vista ao autor da proposta, que terá 30 dias para sustentá-la.

Art. 14 - Concluído o exame e instruído o processo com todos os elementos necessários à


decisão, inclusive registro gráfico e fotográfico do bem, a FUNDARPE, encaminhá-lo-á ao
Conselho Estadual de Cultura, através da Secretaria de Educação24 com parecer
conclusivo, favorável ou não ao tombamento.
Parágrafo Único – Da sugestão de tombamento, emitida pela FUNDARPE, constará, de
logo, a indicação das medidas acessórias de preservação legal do bem e do seu entorno, se
for o caso, as quais integrarão, oportunamente, a inscrição do Tombamento.

CAPITULO IV
Da Resolução de Tombamento

Art. 15 – Recebido o processo de Tombamento, o Conselho Estadual de Cultura deliberará

24
Secretaria de Cultura

37
sobre o mérito, decidindo pelo tombamento ou não do bem respectivo.
Parágrafo Único – Acolhendo o Conselho Estadual de Cultura, apenas parcialmente, a
sugestão de tombamento, ou resolvendo alterar aspectos técnicos da preservação
sugerida, retornará o processo, através da Secretaria de Educação25, a FUNDARPE, com as
recomendações que fizer, para novo exame.

Art. 16 – Decidido o Tombamento, por maioria absoluta dos seus membros, o Conselho
Estadual de Cultura baixará a resolução de tombamento, a qual será encaminhada através
da Secretaria de Educação26, ao Governador do Estado, para homologação, mediante
Decreto.

CAPITULO V
Da Inscrição do Tombamento

Art. 17 – O Tombamento será efetivado através da inscrição da resolução de tombamento


e do Decreto que a homologou num dos seguintes livros de tombo, de acordo com a
natureza do bem tombado;
I – Livro de Tombo dos Bens Móveis de valor arqueológico, etnográfico, histórico,
artístico ou folclórico;
II – Livro de Tombo de edifícios e monumentos isolados;
III – Livro de Tombo de conjuntos urbanos e sítios históricos;
IV – Livro de Tombo de monumentos, sítios e paisagens naturais;
V – Livro de Tombo de cidades, vilas e povoados.
Parágrafo Único – cada livro de tombo poderá ter vários volumes e cada volume terá suas
folhas rubricadas pelo Presidente do Conselho Estadual de Cultura, que lavrará, na
primeira e última folha, os termos de abertura e de encerramento.

Art. 18 - Após a inscrição, a Secretaria de Educação27, comunicará ao Instituto do


Patrimônio Artístico Nacional os tombamentos efetivados.

25
Secretaria de Cultura
26
Idem 19
27
Idem 19

38
Parágrafo Único – Sempre que for móvel o bem tombado, far-se-á a idêntica comunicação
ao Oficial do Registro de Imóveis e ao Prefeito do respectivo Município.

Art. 19 - Encerrado o processo de Tombamento, será o mesmo encaminhado à


Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE, que o
manterá em arquivo.

CAPITULO VI
Das Disposições Gerais

Art. 20 – O destombamento de bens, mediante o cancelamento da respectiva inscrição,


poderá ocorrer nos termos da legislação pertinente e na forma deste Decreto.
Parágrafo Único – Poderão propor o destombamento:
I – Os membros do Conselho Estadual de Cultura e as pessoas jurídicas de direito
público, a qualquer tempo;
II – o proprietário do bem tombado, na hipótese do parágrafo 2º do artigo 23.

Art. 21 – As propostas de destombamento receberão parecer técnico da FUNDARPE,


antes de serem apreciadas pelo Conselho Estadual de Cultura.
§ 1º - Decidido o destombamento do bem, o que só poderá ocorrer por maioria de dois
terços dos seus membros, o Conselho Estadual de Cultura baixará Resolução,
encaminhando-a, através da Secretaria de Educação28, ao Governador, para homologação.
§ 2º - A resolução de destombamento e o Decreto que a homologar serão publicados no
Diário Oficial e, mediante Edital sucinto, em jornal de grande circulação no Estado.

Art.22 - O cancelamento da inscrição do bem destombado efetivar-se-á pela aposição de


carimbo sobre o texto original do Tombamento, no Livro de Tombo, contendo a palavra
“cancelado”, seguida de números e data da Resolução respectiva e do Decreto que o
homologou, e indicação de sua publicação no Diário Oficial.

28
Secretaria de Cultura

39
Art. 23 - O proprietário do bem tombado, que não dispuser de recursos para obras de
conservação e reparação, levará ao conhecimento da Secretaria de Educação29 a
necessidade das mencionadas obras.
§ 1º - Recebida à comunicação, a Secretaria de Educação30 remetê-la-á à FUNDARPE, para
que, sendo as obras necessárias, as faça executar.
§ 2º - Não sendo iniciadas as obras no prazo de seis meses, poderá o proprietário re-querer
o destombamento do bem.
§ 3º - Havendo urgência na realização de obras de conservação e reparos em qualquer
bem tombado, poderá a FUNDARPE, tomar iniciativa de projetá-las e executá-las às suas
expensas, independentemente de comunicação a que alude este artigo.

Art. 24 – O Conselho Estadual de Cultura indicará aos poderes competentes, estadual e


municipais, ouvida a FUNDARPE, os locais ambientes e obras que, por seu valor
arqueológico, etnográfico, histórico, artístico, bibliográfico, folclórico, pai-agístico ou
ecológico, devam ser respeitados e preservados por qualquer forma urbanística ou
medidas de proteção.
Parágrafo Único – A indicação referida neste artigo far-se-á por meio de Resolução,
independendo de homologação, e não acarretando Tombamento.

Art. 25 – O Conselho Estadual de Cultura, por indicação da FUNDARPE, recomendará o uso


adequado ao bem tombado, cabendo a este último órgão exercer fiscalização sobre a
observância do recomendado.

Art. 26 – Este Decreto entrará em vigor na data da sua publicação.

Art. 27 – Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, em 11 de janeiro de 1980


MARCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA MACIEL
FRANCISCO AUSTERLIANO BANDEIRA DE MELO

29
Secretaria de Cultura
30
Idem 29

40
Decreto Nº 36.249, de 17 de fevereiro de 2011

Altera o Decreto nº 6.239, de 11 de janeiro de 1980, que regulamenta a Lei nº 7.970, de


18 de setembro de 1979, que institui o tombamento de bens pelo Estado, e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 37,
inciso IV, da Constituição Estadual,

CONSIDERANDO a necessidade de ampliar e transmitir um sistema de referência


cultural às gerações futuras e, ao mesmo tempo, incentivar o desenvolvimento
sociocultural do Estado;

CONSIDERANDO a expansão da responsabilidade dos órgãos de preservação do


patrimônio cultural após a promulgação da Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988;

CONSIDERANDO, finalmente, a imperiosa necessidade de impedir que os bens culturais


do Estado sejam desfigurados, degradados ou destruídos,

DECRETA:

Art. 1º O artigo 14 do Decreto nº 6.239, de 11 de janeiro de 1980, passa a vigorar com a


seguinte redação:

“Art. 14. Concluído o exame e instruído o processo com todos os elementos necessários à
decisão, inclusive registro gráfico e fotográfico do bem, a FUNDARPE encaminhá-lo-á ao
Conselho Estadual de Cultura, através da Secretaria de Cultura, com parecer conclusivo,
favorável ou não ao tombamento.
§ 1º Da sugestão de tombamento, emitida pela FUNDARPE, constará, de logo, a indicação
das medidas acessórias de preservação legal do bem e do seu entorno, se for o caso, as

41
quais integrarão, oportunamente, a inscrição do tombamento.
§ 2º Na hipótese de fundamentada necessidade inadiável da remoção de um bem
tombado ou em processo de tombamento pelo Estado, o Conselho Estadual de Cultura,
ouvida a FUNDARPE, tomará as precauções necessárias à sua preservação física,
responsabilizando-se pela desmontagem, transferência e remontagem em local adequado.
§ 3º Cessada a causa que originou a transferência, garantida a segurança e preservação do
bem, este retornará ao seu local de origem.”

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, em 17 de fevereiro de 2011.

EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS


Governador do Estado

FERNANDO DUARTE DA FONSECA


FRANCISCO TADEU BARBOSA DE ALENCAR
JOSÉ PAULO HENRIQUE SARAIVA CÂMARA
RICARDO WANDERLEY DANTAS DE OLIVEIRA
ALEXANDRE REBÊLO TÁVORA
THIAGO ARRAES DE ALENCAR NORÕES

42
f. Constituição do Estado de Pernambuco 1989

TÍTULO II
Da Organização do Estado e Seus Poderes

CAPÍTULO I
Da Competência do Estado

Art. 5º. O Estado exerce em seu Território todos os poderes que explicita ou
implicitamente não lhe sejam vedados pela Constituição da República.
Parágrafo único. E competência comum do Estado e dos Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos e as paisagens naturais notáveis, os sítios arqueológicos, e
conservar o patrimônio público;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros
bens de valor histórico, artístico e cultural;
V - proporcionar os meios de acesso a cultura, a educação e a Ciência;
VI - proteger o meio ambiente, combatendo a poluição em qualquer de suas formas;

TÍTULO III
Da Organização Municipal e Regional

CAPÍTULO I
Do Município

SEÇÃO I
Disposições Preliminares

Art. 78. Compete aos Municípios:


IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observadas a legislação e a
ação fiscalizadora federal e estadual;

43
XII - implantar a Política Municipal de Proteção e de Gestão Ambiental, em colaboração
com a União e o Estado.

CAPÍTULO II
Das Regiões

SEÇÃO II
Do Distrito Estadual de Fernando de Noronha

Art. 96. O Arquipélago de Fernando de Noronha constitui região geoeconômica, social e


cultural do Estado de Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado de estatuto
próprio, com autonomia administrativa e financeira.

TÍTULO VII
Da Ordem Social

CAPÍTULO II
Da Educação, da Cultura, do Desporto e do Lazer

SEÇÃO II
Da Cultura

Art. 197. O Estado tem o dever de garantir a todos a participação no processo social da
cultura.
§1º As ciências, as artes e as letras são livres.
§2º O Poder Público protegerá, em sua integridade e desenvolvimento, as manifestações
de cultura popular, de origem africana e de outros grupos participantes do processo da
civilização brasileira.
§3º As culturas indígenas devem ser respeitadas em seu caráter autônomo.
§4º Ficam sob a organização, guarda e gestão dos governos estadual e municipais a
documentação histórica e as medidas para franquear sua consulta, bem como a proteção

44
especial de obras, edifícios e locais de valor histórico ou artístico, os monumentos,
paisagens naturais e jazidas arqueológicas.
§5º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos na forma da lei.
§6º O Estado e os Municípios promoverão instalação de espaços culturais com bibliotecas
e áreas de multimeios, nas sedes municipais e distritos, sendo obrigatória a sua
existência nos projetos habitacionais e de urbanização, segundo o módulo a ser
determinado por lei.

Art. 198. O Estado considerará como manifestação cultural de sua promoção a edição
semestral das revistas oficiais do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico
Pernambucano e da Academia Pernambucana de Letras, sem prejuízo de subvenções
financeiras que possam ser atribuídas a estas duas instituições.
Parágrafo único. Terão as duas entidades responsabilidade editorial integral,
respondendo o Estado, apenas, pelo financiamento das edições.

Art. 199. Para a concreta aplicação, aprofundamento e democratização dos direitos


culturais consagrados na Constituição da República, o Poder Público observará os
seguintes preceitos:
I - unificação das ações culturais no Estado e nos Municípios, de modo a superar
paralelismos e superposições, respeitadas as peculiaridades culturais locais e a
autonomia municipal;
II - distribuição de recursos proporcionalmente à população do Estado, ao volume e à
importância da produção cultural nas Microrregiões e nos Municípios;
III - interiorização e descentralização de programas, espaços, serviços e equipamentos
culturais;
IV - apoio à produção cultural local;
V - informação sobre os valores culturais, regionais, nacionais e universais;
VI - respeito à autonomia, à criticidade e ao pluralismo cultural;
VII - compromisso com a formação técnico-cultural, o estudo e a pesquisa;
VIII - participação das entidades, representativas dos produtores culturais na
discussão de planos e projetos de ação cultural;

45
IX - tratamento da cultura em sua totalidade, considerando as expressões artísticas e
não artísticas;
X - integração das ações culturais e educacionais;

CAPÍTULO IV
Do Meio Ambiente

SEÇÃO I
Da Proteção ao Meio Ambiente

Art. 205. Compete ao Estado e aos Municípios, em consonância com a União, nos
termos da lei, proteger áreas de interesse cultural e ambiental, especialmente os
arrecifes, os mananciais de interesse público e suas bacias, os locais de pouso,
alimentação e/ou reprodução da fauna, bem como áreas de ocorrências de
endemismos e raros bancos genéticos e as habitadas por organismos raros, vulneráveis,
ameaçados ou em via de extinção.

46
g. Lei Nº. 12.196/2002 e Decreto Nº. 27.503/2004 do Estado de Pernambuco

Institui, no âmbito da Administração Pública Estadual, o Registro do Patrimônio Vivo do


Estado de Pernambuco - RPV-PE, e dá outras providências.

Lei Nº. 12.196, de 02 de maio de 2002

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO: Faço saber que a Assembleia Legislativa


decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
Da Instituição do Registro de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco - RPV-PE e da
Definição de Patrimônio Vivo

Art. 1º. Fica instituído, no âmbito da Administração Pública Estadual, o Registro do


Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco - RPV-PE a ser feito em livro próprio a cargo da
Secretaria de Cultura do Estado, assistida neste mister, na forma prevista nesta Lei, pelo
Conselho Estadual de Cultura, criado pela Lei Nº. 6003, de 27 de setembro de 1967.
Parágrafo único. Será considerado, para os fins desta Lei, como Patrimônio Vivo do Estado
de Pernambuco, apto, na forma prevista nesta Lei, a ser inscrito no RPV-PE, a pessoa
natural ou grupo de pessoas naturais, dotado ou não de personalidade jurídica, que
detenha os conhecimentos ou as técnicas necessárias para a produção e para a
preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular de uma comunidade
estabelecida no Estado de Pernambuco.

CAPÍTULO II
Dos Requisitos para habilitação à inscrição no RPV-PE

Art. 2º. Considerar-se-á habilitado para pedido de inscrição no RPV-PE, na forma desta Lei,
os que, abrangidos na definição de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, atenderem
ainda os seguintes requisitos:

47
I - no caso de pessoa natural:
a) estar viva;
b) ser brasileira residente no Estado de Pernambuco há mais de 20 (vinte) anos,
contados da data do pedido de inscrição;
c) ter comprovada participação em atividades culturais há mais de 20 (vinte) anos,
contados da data do pedido de inscrição;
d) estar capacitada a transmitir seus conhecimentos ou suas técnicas a alunos ou
a aprendizes;
II - no caso dos grupos:
a) estar em atividade;
b) estar constituído sob qualquer forma associativa, sem fins lucrativos, dotado
ou não de personalidade jurídica na forma da lei civil, comprovadamente há mais
de 20 (vinte) anos contados da data do pedido de inscrição;
c) ter comprovada participação em atividades culturais há mais de 20 (vinte) anos,
contados da data do pedido de inscrição;
d) estar capacitado a transmitir seus conhecimentos ou suas técnicas a alunos ou
a aprendizes.
§1º O requisito da alínea "d" do inciso I do caput deste artigo poderá ser dispensado na
hipótese de verificação de condição de incapacidade física causada por doença grave cuja
ocorrência for comprovada mediante exame médico-pericial com base em laudo
conclusivo da medicina especializada, elaborado ou ratificado por junta médica do
Departamento de Perícias Médicas e Segurança do Trabalho da Secretaria de
Administração e Reforma do Estado.
§2º No caso dos grupos não dotados de personalidade jurídica, a concessão da inscrição
no RPV-PE fica condicionada à aquisição, pelo grupo, da personalidade jurídica na forma
da lei civil, mantidos a denominação tradicional do grupo, o objeto cultural e a finalidade
não lucrativa.

48
CAPÍTULO V
Do Processo de Registro no RPV-PE

Art. 7º. São partes legítimas para provocar a instauração do processo de registro no
RPV-PE:
I - o Secretário de Cultura do Estado;
II - o Conselho Estadual de Cultura;
III - a Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco;
IV - os Municípios do Estado de Pernambuco;
V - as entidades sem fins lucrativos, sediadas no Estado de Pernambuco, que estejam
constituídas há pelo menos 02 (dois) anos nos termos da lei civil e que incluam entre
as suas finalidades a proteção ao patrimônio cultural ou artístico estaduais.

Art. 8º. Formulado o requerimento de inscrição por parte legítima e instruído com a
anuência expressa do candidato ao registro no RPV-PE com os deveres previstos nesta Lei
para os inscritos no RVP, bem como com outros documentos que comprovem o
atendimento, pelo candidato, dos requisitos previstos nesta Lei para a sua inscrição no
RPV-PE, o Secretário de Cultura do Estado, considerando habilitado à inscrição o
candidato, mandará publicar edital no Diário Oficial do Estado e em jornais de ampla
circulação na capital do Estado, para conhecimento público das candidaturas e eventual
impugnação por qualquer do povo no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação.
§1º De decisão do Secretário de Cultura que considerar candidato inabilitado para
inscrição no RPV-PE, por não atender qualquer dos requisitos para tanto previstos nesta
Lei, caberá recurso do interessado, com mero efeito devolutivo, ao Conselho Estadual de
Cultura que, apreciando-o, manterá ou reformará a decisão recorrida.
§2º Ultrapassado o prazo para conhecimento e impugnação de que trata o caput
deste artigo, uma Comissão Especial de 05 (cinco) membros, designados pelo Secretário
de Cultura do Estado entre pessoas de notório saber e reputação ilibada na área cultural
específica, elaborará relatório acerca da idoneidade da candidatura apresentada.
§3º Na elaboração do relatório de que trata o parágrafo anterior, a Comissão Especial,
também tratada no mesmo parágrafo assegurará aos candidatos à inscrição no RPV-PE o

49
direito de ampla defesa para esclarecimento, pelo prazo de 30 (trinta) dias, de qualquer
exigência ou impugnação relativa ao atendimento pelo candidato dos requisitos
previstos nesta Lei.
§4º Caso o número de candidatos apresentados considerados habilitados pela
Comissão Especial, de que trata o § 2º deste artigo, exceda o número máximo anual
permitido de novas inscrições no RPV-PE, a comissão, no seu relatório estabelecerá
recomendações de preferência na inscrição com base:
I - na relevância do trabalho desenvolvido pelo candidato em prol da cultura
pernambucana;
II - na idade do candidato, se pessoa natural, ou na antiguidade do grupo; e,
III - na avaliação da situação de carência social do candidato.
§5º O relatório, de que trata o § 2º deste artigo, contendo, se for o caso,
recomendações quanto à preferência na inscrição no RPV-PE na forma prevista no § 4º
deste artigo, será apresentado pela Comissão Especial que o elaborou em audiência
pública a ser realizada no Conselho Estadual de Cultura que emitirá resolução sobre a
idoneidade dos candidatos a registro no RPV-PE apresentados naquele ano e sobre quais
deles devem ter concedida sua inscrição no RPV-PE naquele ano.
§6º Tendo sido considerado o candidato ou candidatos aptos a registro no RPV-PE,
conforme disposto na Resolução do Conselho Estadual de Cultura, de que trata o
parágrafo anterior, o Secretário de Cultura do Estado, mediante ato próprio a ser
publicado no Diário Oficial do Estado, determinará a inscrição do candidato ou
candidatos no RPV-PE.
§7º A inscrição no RPV-PE produzirá efeitos financeiros a partir do primeiro dia do
segundo mês subseqüente à publicação do ato concessivo da inscrição.

50
Decreto Nº. 27.503, de 27 de dezembro de 2004

Regulamenta a Lei Nº. 12.196, de 02 de maio de 2002, estabelece a sistemática de


execução do Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco RPV-PE, e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO, no uso das atribuições que lhe são


conferidas pelo artigo 37, inciso IV, da Constituição Estadual, tendo em vista o disposto na
Lei Nº. 12.196, de 02 de maio de 2002,

DECRETA:

CAPÍTULO I
DA INSTITUIÇÃO DO RPV-PE

Art. 1º. Instituído pela Lei Nº. 12.196, de 02 de maio de 2002, o Registro do Patrimônio
Vivo do Estado de Pernambuco - RPV-PE, será desenvolvido mediante a inscrição de
pessoa natural ou jurídica, em livro próprio a cargo da Secretaria de Educação e Cultura do
Estado, que atendam as finalidades e requisitos previstos nos artigos 1º e 2º da
supracitada Lei, após resolução do Conselho Estadual de Cultura.

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES

SEÇÃO I
DAS DEFINIÇÕES OPERACIONAIS

Art. 2º. Para efeito da execução do RPV-PE, consideram-se:


I - pessoas naturais: as pessoas físicas dotadas de capacidade para o exercício de
direitos e obrigações na ordem civil, nos termos da legislação vigente sobre a matéria,
que atendam os requisitos do parágrafo único do artigo 1º da Lei Nº. 12.196, de 2002;

51
II - grupos de pessoas naturais: as pessoas jurídicas de direito privado, com finalidades
culturais não-lucrativas expressamente previstas em Estatuto Social, em consonância
com o disposto no parágrafo único do artigo 1º da Lei Nº. 12.196, de 2002;
III - candidatos à inscrição no RPV-PE: as pessoas naturais ou grupo de pessoas
naturais e as pessoas jurídicas submetidas às instâncias do RPV-PE, segundo as
determinações da Lei Nº. 12.196, de 2002;
IV - entidade proponente: parte legítima que formula requerimento de inscrição de
candidatura no RPV-PE, nos termos do artigo 7º da Lei Nº. 12.196, de 2002;
V - inscritos no RPV-PE: as pessoas naturais ou jurídicas com atuação cultural que
tiverem suas candidaturas aprovadas e registradas pelas instâncias deliberativas do
RPV-PE;
VI - unidade gerencial do RPV-PE: grupo de agentes públicos da Secretaria Estadual de
Educação e Cultura e de suas unidades vinculadas, responsável pelo planejamento,
operacionalização e controle das ações, programas e projetos do Sistema de Registro
do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco;
VII - patrimônio vivo do Estado de Pernambuco: pessoa natural ou grupo de pessoas
naturais, que detenham os conhecimentos ou as técnicas necessárias para a
produção e a preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular, de
comunidades localizadas no Estado de Pernambuco e em especial, os que sejam
capazes de transmitir seus conhecimentos, valores, técnicas e habilidades,
objetivando a proteção e a difusão da cultura tradicional ou popular pernambucana,
com prioridade para os artistas, criadores, personagens, símbolos e expressões
ameaçados de desaparecimento ou extinção, pela falta de apoio material ou incentivo
financeiro por parte do Poder Público ou da iniciativa privada;
VIII - cultura tradicional: aspectos e manifestações da vida cultural de um povo,
transmitidos ou legados a gerações presentes e futuras pela tradição enraizada no
cotidiano das comunidades;
IX - cultura popular: conhecimentos, modos de fazer, credos, rituais, festas,
indumentárias e culinária que caracterizam a vivência cultural, coletiva ou individual
de um povo, da religiosidade, das brincadeiras, do entretenimento e de outras
práticas de vida social.

52
h. Lei Nº. 12.310/2002 do Estado de Pernambuco e alterações (Leis Nº.
12.629, de 12 de julho de 2004 e Nº. 13.304, de 25 de setembro de 2007),
Decretos Nº. 25.343, de 31 de março de 2003, Nº. 26.321, de 21 de janeiro de
2004, Nº. 27.101, de 09 de setembro de 2004, Nº. 27.645, de 17 de fevereiro
de 2005, Nº. 28.352, de 13 de setembro de 2005 e Nº. 31.746, de 02 de maio de
2008, e Resolução 001/2009 da COMISSÃO DELIBERATIVA DO FUNCULTURA:

Institui o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura / FUNCULTURA

Objetivo: incentivar as diversas formas de manifestações culturais do Estado de


Pernambuco através do fomento à produção independente.

VII - PATRIMÔNIO artístico, histórico, arquitetônico, arqueológico e paleontológico,


compreendidos os museus, bibliotecas, arquivos, centros culturais e congêneres
a. Obra de preservação de patrimônio edificado de Pernambuco;
b. Obra de preservação de bens móveis integrados de Pernambuco;
c. Restauração de acervos ou bens móveis de Pernambuco;
d. Projeto de intervenção do patrimônio edificado de Pernambuco;
e. Apoio a espaços destinados à preservação da memória do lugar e da comunidade;
f. Realização de festivais e/ou concursos com tema no patrimônio cultural, história,
identidade e memória dos municípios ou das regiões com devido registro
documental;
g. Realização de projetos educativos de contação de histórias para difundir as histórias
dos municípios e seus patrimônios culturais;
h. Elaboração e publicação de manual de conservação do patrimônio para os bens
culturais materiais nos municípios;
i. Elaboração e/ou implementação de banco de dados fotográficos sobre o patrimônio
cultural dos municípios, com coleta e catalogação de fotos antigas;
j. Realização de campanhas de conscientização para preservação do patrimônio
cultural;

53
l. Programação de oficinas, fóruns e seminários, durante o Festival Pernambuco Nação
Cultural (para o valor limite a ação deverá ser realizada atendendo as 04
macrorregiões);
m. Estruturação de arquivos, museus e/ou bibliotecas, com garantia de acesso à
comunidade;
n. Programação de apresentações de grupos de pesquisa e valorização do patrimônio
cultural durante o Festival Pernambuco Nação Cultural (para o valor limite a ação
deverá ser realizada atendendo as 04 macrorregiões);
o. Livros, sites ou revistas especializadas.

VIII - PESQUISA CULTURAL

v. Manutenção, por 01 ano, de grupo de pesquisa continuada, na área de patrimônio,


constituídos legalmente há, pelo menos, 02 anos;
w. Elaboração de inventários, pesquisas ou planos sobre o patrimônio construído em
Pernambuco, com garantia de acesso ao público;
x. Elaboração de inventários, pesquisas ou planos sobre o patrimônio arqueológico,
paleontológico ou paisagístico de Pernambuco, com garantia de acesso ao público;
y. Elaboração de inventários, pesquisas ou planos sobre o patrimônio documental,
acervos ou bens móveis de Pernambuco com garantia de acesso ao público;
z. Elaboração de inventários, pesquisas ou planos sobre o patrimônio imaterial de
Pernambuco, com garantia de acesso ao público.

IX – FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO

z. Ações de “Educação Patrimonial”, abrangendo, no mínimo, uma Região de


Desenvolvimento;
aa. Curso sobre o patrimônio cultural material e/ou imaterial, com carga horária
mínima de 120 horas.

54
i. Decreto Nº. 30.391/2007 do Estado de Pernambuco

Aprova o Regulamento da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco -


(Fundarpe), e dá outras providências.

ANEXO I

REGULAMENTO DA FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE


PERNAMBUCO (Fundarpe)

CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E COMPETÊNCIA

Art. 1º A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - (Fundarpe),


pessoa jurídica de direito público integrante da Administração Indireta do Poder Executivo
Estadual, vinculada à Secretaria de Educação, dotada de patrimônio próprio, com
autonomia administrativa e financeira, tem por finalidade exercer a função de órgão
executivo da política cultural do Estado de Pernambuco, promovendo, apoiando,
incentivando e divulgando as atividades e manifestações culturais de Pernambuco e do
seu povo, através do planejamento operacional da política cultural, da preservação e
difusão cultural, do desenvolvimento de projetos especiais e estruturadores, e da Gestão
do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - FUNCULTURA.

j. Lei Nº. 4119/79 do Município de Olinda

Dispõe sobre o Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda

CAPÍTULO I
DO CONSELHO DE PRESERVAÇÃO DOS SÍTIOS HISTÓRICOS DE OLINDA

Art. 1º. Fica instituído o Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda, órgão
colegiado integrante da estrutura da Secretaria de Educação e Cultura.

55
Art. 2º. São atribuições do Conselho:
I - tombar bens, móveis e imóveis, de valor histórico, arqueológico, etnográfico,
paisagístico, paleográfico, bibliográfico, artístico ou arquitetônico, existentes em seu
território, ouvido o órgão de apoio técnico;
II - comunicar as resoluções sobre tombamento ao oficial de registro de imóveis, para
as transcrições e averbações previstas no Decreto-Lei Federal N.º 25, de 30/11/1937,
bem como ao órgão Estadual de Tombamento e ao Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional;
III - adotar as medidas administrativas previstas na Legislação Federal como
necessárias a que se produzam os efeitos do Tombamento;
IV - exercer em relação aos bens tombados pelo Município os poderes que a Lei
Federal atribui ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional quanto aos
bens tombados pela União;
V - formular diretrizes a serem obedecidas na política de preservação e valorização
dos bens culturais visando o binômio cultura e turismo;
VI - elaborar normas ordenadoras e disciplinadoras da preservação e manutenção dos
Sítios Históricos;
VII - promover a preservação e valorização da paisagem e formações naturais
características do Município;
VIII - orientar a formação de museus e casas de cultura;
IX - deliberar sobre convênios e contratos a serem celebrados entre o Centro de
Preservação dos Sítios Históricos de Olinda de que trata esta Lei e pessoas físicas ou
jurídicas de direito público ou direito privado;
X - opinar sobre questões de preservação e valorização de bens culturais existentes no
Município;
XI - ajuizar quanto à adequação do uso proposto para o bem tombado;
XII-opinar sobre projetos de conservação, reparação, restauração e aproveitamento
turístico dos bens tombados;
XIII - promover a fiscalização da preservação dos bens tombados;
XIV - deliberar sobre as propostas de cancelamento de tombamentos.

56
k. Etapas para Tombamento Federal de Bem Cultural Material

1 REQUERENTE 5 PROPRIETÁRIO DO BEM


Encaminha solicitação ao Instituto do Tem 15 dias para anuir ou pedir a impugnação
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do processo, caso discorde do pedido de
(Iphan) ou ao Ministério da Cultura, expondo tombamento. No caso de ele anuir o processo.
razões da solicitação.
6 IPHAN
2 IPHAN Encaminha o processo para o Conselho
Analisa a solicitação, avaliando a necessidade Consultivo do Patrimônio Cultural. O
de serem ou não realizados estudos sobre o Conselheiro relator do processo apresenta ao
bem cultural. Em caso positivo solicita ao Conselho seu relatório se posicionando
Diretor de Patrimônio Material e Fiscalização - favoravelmente ou não à proteção do bem.
(Depam) a abertura de processo. Ela é feita no
Arquivo Noronha Santos, no Rio de Janeiro. O
7 CONSELHO
processo retorna ao Estado que solicitou
Aprova o tombamento.
abertura de processo para ser realizada a
instrução. Nesta etapa são realizados
exaustivos estudos, reunindo documentação de
8 IPHAN
modo que permita identificar plenamente o O Presidente do Iphan encaminha o Processo
patrimônio cultural, e no mínimo preenchendo com a aprovação do Ministro da Cultura.
a etapa I do Sistema de Informações.
9 MINISTRO DA CULTURA
3 AVALIAÇÃO TÉCNICA FAVORÁVEL Realiza a homologação que é publicada no
O técnico da Superintendência emite parecer Diário Oficial da União.
favorável ao tombamento o processo é
encaminhado para novo Parecer da Gerência 10 IPHAN
de Tombamento do Depam. O Diretor do O Processo retorna para o Presidente, que
Depam encaminha ao Presidente do Iphan que encaminha ao Arquivo Noronha Santos, para a
repassa o processo à Procuradoria Jurídica. inscrição do bem no respectivo Livro de
Tombo.
4 IPHAN
Expede notificação ao proprietário do bem
para que ele tome conhecimento do processo
ou realize a impugnação.

57
l. Etapas para Registro Federal do Bem Cultural Imaterial

1 REQUERENTE do autor, para fins de ampla divulgação e


Encaminha solicitação, acompanhada de promoção do bem imaterial. Produz dossiê
documentação técnica, ao Presidente do Iphan. para ser encaminhado ao Iphan.

2 PRESIDENTE DO IPHAN 8 IPHAN


Submete a solicitação à equipe técnica do Emite parecer técnico e encaminha à
Iphan para avaliação técnica preliminar. Procuradoria Federal.

3 EQUIPE TÉCNICA DO IPHAN 9 PROCURADORIA FEDERAL


Emite avaliação técnica preliminar. Emite parecer

4 PRESIDENTE DO IPHAN 10 IPHAN


Encaminha a avaliação técnica preliminar à Publica aviso na Imprensa Oficial contendo o
Câmara do Patrimônio Imaterial (do Conselho parecer técnico e demais informações para
Consultivo) para avaliação quanto à pertinência que a sociedade se manifeste sobre o registro
da solicitação. do bem, por um prazo de 30 dias.

5 CÂMARA DO PATRIMÔNIO IMATERIAL 11 SOCIEDADE


Julga o pedido. Se procedente, informa ao Emite manifestações formais ao Presidente do
Conselho Consultivo e ao Iphan. Iphan. As manifestações são juntadas ao
processo para exame técnico pelo Iphan.
6 IPHAN
Notifica o requerente do julgamento 12 IPHAN
procedente, para que ele proceda à instrução Nomeia um conselheiro do Conselho
técnica do processo. Consultivo para ser relator do processo.

7 REQUERENTE 13 RELATOR
Produz e sistematiza informações e Emite relatório do processo.
documentação sobre o bem cultural. Cede ao
Iphan gratuitamente os direitos de uso e 14 CONSELHO CONSULTIVO
reprodução, sem fins lucrativos, sob qualquer Decide pela realização ou não de audiência
forma dos produtos e subprodutos resultantes pública, caso tenham ocorrido manifestações
do trabalho de instrução técnica, resguardado em contrário ao registro, por parte da
o crédito sociedade.

58
15 AUDIÊNCIA PÚBLICA DO CONSELHO 17 AUDIÊNCIA PÚBLICA DO CONSELHO
CONSULTIVO DECISÃO FAVORÁVEL CONSULTIVO DECISÃO DESFAVORÁVEL
Decisão pelo registro emitida expressamente, Conselho emite parecer ao Iphan.
no ato, em documento declaratório próprio,
firmado por todos os Conselheiros Presentes. 18 IPHAN
O Conselho informa ao Iphan. Procede ao arquivamento do processo,
comunicando oficialmente o arquivamento ao
16 IPHAN requerente.
Realiza a inscrição do bem no livro de registro
correspondente.

m. Etapas para Tombamento Estadual de Bem Cultural Material

1 REQUERENTE 6 SECRETARIA DE CULTURA


Encaminha solicitação ao Secretário de Cultura, Toma Conhecimento. Encaminha para
acompanhado da documentação técnica Homologação pelo Governador.
exigida pela lei;
7 GOVERNADOR
2 SECRETÁRIO DE CULTURA Decreta o tombamento. Publica no Diário Oficial.
Analisa a solicitação. Se atende aos requisitos,
abre processo. 8 SECRETARIA DE CULTURA
Encaminha ao Conselho para registro.
3 FUNDARPE
Publica Edital no Diário Oficial e em jornal local. 9 CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA
Notifica o proprietário. Realiza Exame Técnico. Registra no Livro de Tombo específico. Comunica
Emite Parecer Conclusivo. ao IPHAN, ao Prefeito do Município e ao Cartório
de Registro Geral de Imóveis.
4 SECRETÁRIO DE CULTURA
Encaminha o Processo para o Conselho 10 SECRETARIA DE CULTURA
Estadual de Cultura. Encaminha à Fundarpe para arquivamento.

5 CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA 11 FUNDARPE


Analisa e se favorável baixa Resolução. Arquiva o processo. Monitora o bem.

59
n. Etapas para Tombamento de Bem Cultural Material de Olinda
1 REQUERENTE 5 CENTRO DE PRESERVAÇÃO
Redige por escrito proposta de tombamento Emite parecer sobre o processo de
justificada ao Conselho de Preservação dos tombamento e encaminha para o
Sítios Históricos de Olinda (CPSHO) Prefeito de Olinda;

2 CPSHO 6 PREFEITO DE OLINDA


Notifica o proprietário do bem sobre a Emite decisão a favor ou contra o tombamento
abertura do processo de tombamento; e encaminha o processo para o CPSHO;

3 PROPRIETÁRIO 7 CPSHO
Tem 30 dias para responder ao CPSHO Vota pelo deferimento do tombamento com
concordando ou oferecendo impugnação ao maioria absoluta dos votos, inscreve o bem no
processo de tombamento; respectivo livro de tombo, publica o
tombamento no Diário Oficial do Município e
4 CPSHO comunica a resolução sobre tombamento ao
Remete o processo de tombamento junto com oficial de registro de imóveis para as
a resposta do proprietário para o Centro de transcrições e averbações necessárias.
Preservação dos Sítios Históricos de Olinda.

o. Etapas para Registro de Bem Cultural Imaterial de Olinda


1 REQUERENTE acautelamento do bem, emite o parecer ao
Apresenta requerimento justificado através de Prefeito;
pesquisa científica ou narração ao Prefeito de
Olinda sobre bem imaterial formas de 4 PREFEITO DE OLINDA
expressão, modos de viver, saberes e Tendo por base o parecer do CPSHO determina,
conhecimentos tradicionais; mediante decreto, o acautelamento do bem
cultural de natureza imaterial, e o respectivo
2 PREFEITO DE OLINDA instrumento de acautelamento;
Remete o requerimento ao CPSHO;
5 CPSHO
3 CPSHO Inscreve o bem no respectivo Livro de Registro
Elabora em 45 dias um parecer sobre o e divulga a inscrição no Diário Oficial do
acautelamento ou não do bem cultural de Município;
natureza imaterial; Decidindo pelo
60
Bacamarteiros em Carpina

61
Estações Ferroviárias
1º Tombamento Temático do Estado de Pernambuco

Carpina Bezerros

A malha ferroviária que se instalou em Pernambuco, a partir da segunda metade do


século XIX, teve papel fundamental como agente de desenvolvimento e surgimento de
povoações no Estado, deixando em seu rastro construções – em especial as estações –
que junto com outras edificações de função pública tradicionais, a exemplo da igreja
matriz e do mercado, tornaram-se pólos de expansão dos núcleos onde se localizavam.

Com a extinção da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima – RFSA, no final da


década de 1990, seus bens foram gradativamente expostos à venda através de leilão. A
perspectiva da perda de tão expressivo patrimônio, fez com que a preocupação com a
preservação desses bens fosse acentuada e procurou-se uma forma de protegê-los de
Brum - Recife
maneira rápida.

Catende Garanhuns Jatobá

62
Pesqueira Sertânia Carnaíba

A opção encontrada pela Fundarpe foi a abertura do processo de tombamento por


tema, no caso o patrimônio ferroviário, que possibilitaria o tombamento de vários
bens – estações, armazéns, casas de mestre – de uma só vez. Em seis de abril de
2001 foi lançado o primeiro edital, que abrangia 54 edificações. De pronto
percebeu-se que esse quantitativo era muito maior, além de abranger outros tipos
de bens – pontes, pontilhões, viadutos, entre outros – de modo que em 23 de
setembro de 2006 foi publicado o 2º edital, que contemplou de forma abrangente
todo o patrimônio ferroviário pernambucano, garantindo dessa forma, a sua
proteção até a conclusão do processo.
Gameleira
As fotos que ilustram as páginas 40 e 41 são exemplos de bens contemplados pelo
tombamento temático.

Palmares Joaquim Nabuco Petrolina

63
IDENTIDADES REGIONAIS

SERTÃO AGRESTE MATA


TERRA DAS CAATINGUEIRAS; DA POESIA; DO BAIÃO; TERRA DA FEIRA DE CARUARU; DOS PAPANGUS; DOS TERRA DOS ENGENHOS E DA RAPADURA ; DA
DO XAXADO; DO VAQUEIRO E DO ABOIO; DA CAIPORAS; DO ARTESANATO DE BARRO, DAS TAPEÇARIA; DOS MARACATUS; CABOCLINHOS; DA
CARNE DE SOL E DE BODE; DO RIO SÃO FRANCISCO BANDAS DE PÍFANO; DOS CORDEIS; DA MODA; DA BOA CACHAÇA E DE SEUS ALAMBIQUES; DAS PRAIAS
E DAS CARRANCAS; DA FRUTA E DO VINHO; DAS RENDA; DO ESPETÁCULO DA PAIXÃO DE CRISTO, DOS ; DOS JANGADEIROS; DA CIRANDA ; DO COCO DE
MANIFESTAÇÕES CARNAVALESCAS DOS CARETAS; REPENTISTAS,DOS CANTADORES E DO SÃO JOÃO. RODA; DAS BANDAS CENTENÁRIAS; DA RABECA E
DOS BONECOS GIGANTES E DA BICHARADA. DAS GUERREIRAS DE TEJUCUPAPO.
64
IDENTIDADES REGIONAIS
REGIÃO METROPOLITANA NORTE

REGIÃO METROPOLITANA CENTRO


REGIÃO METROPOLITANA SUL

REGIÃO METROPOLITANA ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA


TERRA DOS MANGUES; DOS MOVIMENTOS SOCIAIS; DA CENA TERRAS E ÁGUAS DE RIQUEZAS AMBIENTAIS, PARAÍSO
CINEMATOGRÁFICA E MUSICAL; DAS CIDADES HISTÓRICAS COM SUAS IGREJAS, ECOLÓGICO MARINHO, PATRIMÔNIO MUNDIAL DE TESOUROS
SOBRADOS E CASARIOS SECULARES; DA IDENTIDADE POLÍTICO-LIBERTÁRIA, DO NATURAIS, MARCAS HUMANAS EXPRESSAS NAÇÃO
FREVO, DOS ALTOS COQUEIROS E DA MULTICULTURALIDADE; RECIFE E OLINDA, NORONHA, PELA ARTE DOS RITMOS .
PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL DA HUMANIDADE CANTADA POR POETAS
E ESCRITORES PARA A ETERNIDADE. 65
3 Patrimônio Cultural Material
O Patrimônio material ou tangível compõe, juntamente com o patrimônio imaterial ou
intangível, o patrimônio cultural de um povo.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan e a União


das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura - UNESCO, são bens de natureza
concreta, ou seja, edificações, monumentos, núcleos urbanos, sítios arqueológicos e
paisagísticos, coleções arqueológicas, acervos artísticos, museológicos, documentais,
bibliográficos e arquivísticos.

Este universo divide-se em bens móveis, quando podem ser deslocados a qualquer tempo
do lugar onde foram guardados como são os mobiliários, as esculturas ou os quadros, em
bens materiais imóveis como são as casas, os engenhos de açúcar ou as paisagens e em
bens móveis integrados como são os altares em madeira ou os painéis de azulejos.

Dizia o filósofo pernambucano Evaldo Coutinho que só por meio do conhecimento as


coisas (e o mundo) passam a existir para o individuo que, ao longo desse processo
transforma os objetos em símbolos para em seguida integrá-los à sua realidade pessoal,
de modo que, cada indivíduo, cada grupo (seja profissional ou religioso) cada segmento
social, independente de cor, sexo, idade ou do poder aquisitivo dos componentes está
apto a escolher e pleitear a preservação dos bens que considerar representativos do seu
modo de ser ou de viver. E a efetivação deste direito cultural não cabe apenas à sociedade
organizada, mas a qualquer cidadão ou cidadã.

Dessa forma, não apenas construções suntuosas ou de grande porte podem ser
consideradas patrimônio, mas também todas aquelas que tenham reconhecida
significância para determinada comunidade.

66
Para salvaguardar os bens materiais cuja permanência seja solicitada pela sociedade, o
poder público, federal e estadual, tem como principais instrumentos de proteção a
legislação do tombamento e os inventários.

É importante salientar que todo o patrimônio material surge a partir de uma idéia, de uma
vontade de fazer, de modo que se pode dizer que todo o universo abarcado pelo que se
costuma chamar de “patrimônio cultural” é, em princípio, intangível. Esta afirmativa
deve ser entendida na medida em que os bens materiais que integram este patrimônio
vêm a ser, tão somente, a parte que foi materializada em decorrência de uma forma
dada pelo homem.

Igreja em Mirandiba

67
4 Bens materiais protegidos no Estado de
Pernambuco por Região de Desenvolvimento

Bens com Tombamento Bens em Processo


Definitivo de Tombamento
RD Região Total
Iphan Estado de Iphan Estado de
Pernambuco Pernambuco

RD01. Sertão de Itaparica


Belém de São Francisco, Carnaubeira da
Penha, Floresta, Itacuruba, Jatobá,
0 0 0 5 5
Petrolândia e Tacaratu.

RD02. Sertão do São Francisco


Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa
Grande, Orocó, Petrolina, Santa Maria
0 3 0 4 7
da Boa Vista.

RD03. Sertão do Araripe


Araripina, Bodocó, Exu, Granito, Ipubi,
Moreilândia, Ouricuri, Santa Cruz, Santa
0 1 0 1 2
Filomena, Trindade.

RD04. Sertão Central


Cedro, Mirandiba, Parnamirim,
Salgueiro, São José do Belmonte,
0 0 0 3 3
Serrita, Terra Nova, Verdejante.

RD05. Sertão do Pajeú


Afogados da Ingazeira, Brejinho,
Calumbi, Carnaíba, Flores, Iguaraci,
Ingazeira, Itapetim, Quixaba, Santa Cruz 0 1 1 12 14
da Baixa Verde, Santa Terezinha, São José
do Egito, Serra Talhada, Solidão, Tabira,
Triunfo, Tuparetama.

RD06. Sertão do Moxotó


Arcoverde, Betânia, Custódia, Ibimirim, 0 1 1 6 8
Inajá, Manari, Sertânia

68
Bens com Tombamento Bens em Processo
Definitivo de Tombamento
RD Região Estado de Estado de Total
Iphan Iphan
Pernambuco Pernambuco

RD07. Agreste Meridional


Águas Belas, Angelim, Bom Conselho, Brejão,
Buíque, Caetés, Calçado, Canhotinho,
Capoeiras, Correntes, Garanhuns, Iati, Itaíba,
Jucati, Jupi, Jurema, Lagoa do Ouro, Lajedo,
0 2 3 7 12
Palmeirina, Paranatama, Pedra, Saloá,
São João, Terezinha, Tupanatinga, Venturosa.

RD08. Agreste Central


Agrestina, Alagoinha, Altinho, Barra da Guabiraba,
Belo Jardim, Bezerros, Bonito, Brejo da Madre
de Deus, Cachoeirinha, Camocim de São Félix,
Caruaru, Cupira, Gravatá, Ibirajuba, Jataúba, 0 9 1 17 27
Lagoa dos Gatos, Panelas, Pesqueira, Poção,
Riacho das Almas, Sairé, Sanharó, São Bento do Una,
São Caetano, São Joaquim do Monte, Tacaimbó.

RD09. Agreste Setentrional


Bom Jardim, Casinhas, Cumaru, Feira Nova,
Frei Miguelinho, João Alfredo, Limoeiro,
Machados, Orobó, Passira, Salgadinho, Santa 1 0 0 3 4
Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá,
São Vicente Férrer, Surubim, Taquaritinga do
Norte, Toritama, Vertente do Lério, Vertentes.

RD10. Mata Sul


Água Preta, Amaraji, Barreiros, Belém de Maria,
Catende, Chã Grande, Cortês, Escada,
Gameleira, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Maraial,
Palmares, Pombos, Primavera, Quipapá, Ribeirão,
1 5 2 29 37
Rio Formoso, São Benedito do Sul, São José da
Coroa Grande, Sirinhaém, Tamandaré, Vitória
de Santo Antão, Xexéu.

RD11. Mata Norte


Aliança, Buenos Aires, Camutanga, Carpina, Chã
de Alegria, Condado, Ferreiros, Glória de Goitá,
Goiana, Itaquitinga, Itambé, Lagoa de Itaenga,
12 3 3 12 30
Lagoa do Carro, Macaparana, Nazaré da Mata,
Paudalho, Timbaúba, Tracunhaém, Vicência.

RD12. Região Metropolitana


Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo
Agostinho, Camaragibe, Fernando de Noronha,
Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma,
68 41 33 43 167
Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda,
Paulista, Recife, São Lourenço da Mata.

81 62 43 128
TOTAL 315
144 171
69
5 Quadro do patrimônio cultural de
natureza material de Pernambuco

RD02 RD01
Sertão do São Francisco Sertão de Itaparica

0 1 0 1

0 0 0 2

0 0 0 4
0 3 0 4

RD04
Sertão Central
RD03
Sertão do Araripe

70
RD05
Sertão do Pajeú RD09
Agreste Setentrional

RD11
Mata Norte

RD08
Agreste Central

12 3 3 11
0 1 1 10

1 0 0 4
67 40 32 32

0 1 1 6 0 8 1 17

1 4 2 26

RD12
0 1 3 7 Região Metropolitana

RD10
Mata Sul Bens Tombados pelo Iphan

Bens Tombados pelo Estado

Bens em Processo de Tombamento


pelo Iphan
RD06
RD07 Bens em Processo de Tombamento
Sertão do Moxotó
Agreste Meridional pelo Estado

71
6 Breve histórico dos bens tombados
pelo Estado de Pernambuco
Por ordem de tombamento

Prédio da Casa da Cultura de Pernambuco (CCPE), Ponte do Itaíba, Paudalho


Santo Antônio - Recife

Itep
Val Lima/Fundarpe
Endereço: Rua Floriano Peixoto, s. nº - Santo Antônio. Endereço: Centro - Paudalho
Proprietário: União Federal (cedida ao Estado de Pernambuco). Proprietário: Prefeitura de Paudalho
Administração: Fundarpe Administração: Prefeitura de Paudalho
Processo de Tombamento: 1.001/80 Processo de Tombamento: Nº 1022/80
Decreto de Homologação: Nº: 6.687, de 03.09.80 Decreto de Homologação: Nº 6.862 de 08 de novembro de 1980
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Livro II, nº64, fl.5v Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 66, Livro do
Tombo II, fl. 06
A antiga Casa de Detenção do Recife, inaugurada em 1855, funcionou A ponte Itaíba é um exemplar remanescente do uso do ferro nas
ininterruptamente por quase 120 anos, até ser fechada em 15 de “obras d' arte” viária, construídas em Pernambuco no século XIX. A
março de 1973, com a transferência dos presos. obra, dirigida por engenheiros da antiga Repartição das Obras
O projeto original do edifício de 5.000m2 é de autoria do engenheiro Públicas do Estado, teve início em 1872 e foi concluída em 1876.
José Mamede Alves Ferreira, que obedeceu aos padrões tradicionais
Construída sob o rio Capibaribe, possui cinco vãos em estrutura
de segurança das penitenciárias, vigentes na época. Sua planta
treliçada em ferro, cujos elementos são unidos com cravos. A ponte
cruciforme permitia a concentração de guardas nos fundos do bloco
tem cerca de 133 metros de extensão por cinco de largura.
de administração sobre um balcão que avança sobre o salão central,
para assim vigiar todas as celas, situadas nos três pavimentos dos três
blocos radiais.
Os chamados “raios” (sul, leste e oeste) são construções de alvenaria,
com três ordens de celas de ambos os lados, servidas por estreitas
passarelas de madeira, apoiadas sobre “cachorros” de ferro fundido.
A cúpula hexagonal marca o encontro dos quatro blocos. Demolida
numa das alterações que o monumento sofreu, foi reconstruída em
alumínio, entre 1974 e 1977. O edifício atualmente funciona como Casa
da Cultura de Pernambuco, abrigando relevante mostra de arte popular.

72
Conjunto Arquitetônico de Nossa Senhora do Ó, Paulista Cinema Glória, São José - Recife

Itep

Endereço: Rua Direita, 127 , Praça Dom Vital, São José - Recife
Proprietário: Espólio de Maria José Ferreira Leite – Imóvel nº. 127
José Ferreira Barros – Imóvel nº. 123
Administração: Espólio de Maria José Ferreira Leite – Imóvel nº. 127
José Ferreira Barros – Imóvel nº. 123
Processo de Tombamento: Nº 1.475/81
Val Lima/Fundarpe Decreto de Homologação: Nº 8.443, de 28 de fevereiro de 1983,
Endereço: Av. Carlos Gueiros Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 68, Livro de
(Rodovia PE-1), Praia de Nossa Senhora do Ó – Paulista Tombo II, fl 06
Proprietário: Arquidiocese de Olinda e Recife
Administração: Paróquia de N. Senhora do Ó O Cinema Glória foi inaugurado em quatro de setembro de 1926,
Processo de Tombamento: Nº 1.047/80 no local onde funcionava o antigo Cinema Popular, na então Praça
Decreto de Homologação: Nº 8.302, de 22 de novembro de 1982
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 05, Livro do Tombo
do Mercado. Pertencia a Álvaro Leite e Luís Ferreira Leite. Composto
III, fl. 01 pelos imóveis de nºs. 123 e 127, sua fachada principal está voltada
para a Praça Dom Vital e a fachada posterior para Rua Direita.
A capela de Nossa Senhora do Ó, erigida no ano de 1811, em
substituição à antiga construção destruída pelo mar, apresenta Considerado um cinema pequeno, distinguia lugares para a 1ª e 2ª
características da arquitetura religiosa brasileira do século XVIII. classes. Com a extinção da última, a sala de projeção passou a contar
Compõem o seu antigo arraial as chamadas “casas de romeiros”, com um total de 351 cadeiras, substituídas por outras novas na
construções singelas, conjugadas, de duas águas, com uma porta e década de 1970, mais dois balcões ou camarotes laterais. O Cinema
uma janela, típicas do meio rural. Glória fez sua última exibição em agosto de 1984. A tela, a cabine
de projeção, os portões de ferro e os balcões ainda eram os
Extremamente bem proporcionada, é composta por torre única e mesmos da época de sua fundação.
três janelas à altura do coro, frontão recortado em volutas, uma
galeria à esquerda e um pequeno cemitério à direita.

Toda a área litorânea onde se localiza o conjunto é marcada por um


importante fato histórico: foi ali que se deu o desembarque das
tropas flamengas, em 1630, tomando a Vila de Olinda e dando início
à ocupação que perduraria por 24 anos.

73
Cine Teatro Recreios Benjamin, Timbaúba Casa de Câmara e Cadeia de Pesqueira, Pesqueira

Diomedes Neto/Fundarpe

Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, s/n, Centro – Pesqueira


Proprietário: Prefeitura de Pesqueira
Administração: Prefeitura de Pesqueira
Endereço: Rua Dr. Alcebíades, 17, Centro – Timbaúba Processo de Tombamento: N º 435/80
Proprietário: Iolando Ferreira da Silva Decreto de Homologação: Nº 8.445, de 28 de fevereiro de 1983
Administração: Prefeitura de Timbaúba Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 70 Livro do Tombo
Processo de Tombamento: Nº 665/82 II, fl. 06 v.
Decreto de Homologação: Nº 8.444, de 28 de fevereiro de 1983
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 69 Livro do Tombo
As Casas de Câmara e Cadeia representam um marco no
II, fl. 06 v.
desenvolvimento urbano das povoações, pois, de acordo com Paulo
Inaugurado em março de 1916, o Cine Teatro Recreios Benjamim era Thedim Barreto, são “componentes que, com as igrejas, figuram no
um local de reunião de pessoas interessadas em música e teatro, de primeiro plano das nossas vilas e cidades, nos primeiros
encontros dançantes e recreativos, de conferências literárias e ainda quatrocentos anos de vida do País”.
de movimentos filantrópicos e espetáculos beneficentes.
Como nas demais casas do gênero, a Casa de Câmara e Cadeia de
Sua importância era tanta que logo evidenciou-se a necessidade de Pesqueira tem no térreo as dependências de uma cadeia, e no
ampliá-lo. Sendo assim, o cine teatro foi demolido e no seu lugar, em pavimento superior, as instalações da Câmara, embora historiadores
1924, surgiu o edifício que hoje existe, cuja fachada, de inspiração tenham levantado a hipótese de que anteriormente, no local do
eclética, ostenta cinco largas portas protegidas por um alpendre. edifício teria existido inicialmente a sede da Fazenda Poço,
construída ao final do século XVIII ou início dos XIX, pelo Capitão
O Cine Teatro Recreios Benjamim conseguiu manter-se em Mor Manoel José Siqueira.
funcionamento por cerca de 40 anos, até o final da década 1950.
Depois, segundo informações de publicação da Prefeitura de
Timbaúba, o Cine Teatro foi utilizado somente como cinema.

74
Casa 157 da Rua Benfica, Madalena - Recife Capela de Nossa Senhora do Rosário, Altinho

Itep
Endereço: Rua Benfica, 157, Madalena - Recife
Proprietário: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Administração: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Processo de Tombamento: Nº 1.025/80
Decreto de Homologação: Nº 8.544, De 13 de Abril de 1983 Roberto Carneiro/Fundarpe
Inscrição do Tombamento No Conselho Estadual De Cultura: Nº 71 Livro de
Endereço: Rua 15 de Novembro, s/n, Centro – Altinho
Tombo II, Fl. 07
Proprietário: Diocese de Caruaru
Administração: Paróquia Nossa Senhora do Ó
A casa Nº 157 da Rua Benfica, é um importante remanescente das Processo de Tombamento: Nº 2.421/80
residências nobres que se implantaram no século XIX ao longo do Rio Decreto de Homologação: Nº 8.592, de 18 de maio de 1983
Capibaribe, geralmente em antigas chácaras que, com o tempo, Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 72 Livro de Tombo
II, fl. 07
vieram a desmembrar-se em lotes menores.
Na segunda metade do século XVIII, floresceu na margem direita do
Construção imponente, de gosto neoclássico, conserva ainda
rio Una, no agreste pernambucano, uma fazenda de criação
elementos originais de cantaria e estucaria da época. Em dois
denominada de Fazenda do Ó. Seu proprietário, José Vieira de Melo,
pavimentos, o superior assoalhado e o inferior ainda com alguns
mandou construir uma capela consagrada a Nossa Senhora do Ó
pisos em pedras de lioz, possui ampla “terrasse” lateral descoberta. A
numa pequena elevação de terreno, passando o local a ser
fachada frontal é ajanelada, sendo a entrada principal feita pelo lado
conhecido como Altinho.
direito, no pórtico.
Já em 1831, dado o desenvolvimento e povoamento do lugar teve
Atualmente serve à Diretoria de Extensão Cultural da Universidade
início à construção de um templo maior, que em 1837 passou a ser a
Federal de Pernambuco.
Igreja Matriz dedicada a Nossa Senhora do Ó, ficando a capela
primitiva sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário.

A capela, de pequenas proporções, foi construída em alvenaria de


tijolos manuais e é constituída por capela-mor, nave e coro. O
frontispício, de linhas simples, apresenta única portada, duas janelas
na altura do coro e é encimado por frontão triangular arrematado
por cornijas, no topo do qual há uma cruz Guarda, pelas suas
proporções e características, o aspecto original das ermidas do
século XVIII.

75
Casa Natal do Cardeal Arcoverde, Arcoverde Casa da Câmara e Cadeia de Brejo da Madre de Deus
e acervo, Brejo da Madre de Deus

Daniella Esposito/Fundarpe

Endereço: Rua Maestro Tomás de Aquino, s/n, Centro – Brejo da Madre de Deus
Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Fundarpe
Processo De Tombamento: Nº 1.268/80
Roberto Carneiro/Fundarpe Decreto de Homologação: Nº 8.698, de 27 de julho de 1983
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 74 Livro do
Endereço: Estrada Rio Branco - Distrito de Rio Branco – Arcoverde Tombo II, fl. 07 v
Proprietário: Florípedes Pacheco Vaz
Administração: Florípedes Pacheco Vaz
Processo de Tombamento: Nº 1.229/80 A cidade de Brejo da Madre de Deus originou-se de uma fazenda de
Decreto de Homologação: Nº 8.636, de 17 de junho de 1983 criação de gado denominada Madre de Deus. Destaca-se no local,
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 73 Livro de Tombo como um representativo edifício de arquitetura oficial, a Casa de
II, fls. 07 e 07 v.
Câmara e Cadeia, de cuja construção já se tem registro em 1845.
Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcante, primeiro
cardeal do Brasil e da América Latina, nasceu em 1850 na casa grande A edificação é composta por dois volumes justapostos, com acessos
da antiga Fazenda Fundão, na área rural de Arcoverde. No Recife independentes. O corpo principal do edifício com coberta em 4
destacou-se como professor de filosofia, física e francês do Ginásio águas, possui dois pavimentos, tendo em anexo uma construção
Pernambucano, do qual foi diretor. Após a sua morte em 1928, a menor, térrea.
cidade em que nasceu, Rio Branco, teve seu nome modificado em sua
homenagem, passando a chamar-se Arcoverde. Merece destaque, em sua construção, a participação conjunta de
dois profissionais expoentes da arquitetura do século XIX em
A casa do Cardeal Arcoverde é um exemplar característico da Pernambuco: Louis Leger Vauthier e José Mamede Alves Ferreira.
arquitetura rural do Sertão do Moxotó, fruto do tipo de ocupação, de
pequenos latifúndios, que ali se instalou. O imóvel é um bloco único,
composto por terraço com quarto anexo, duas salas, três cômodos
para dormir, um oratório e uma despensa construída em taipa.

76
Cadeia Pública de Gravatá, Gravatá Torre de Atracação do Zepellin, Jiquiá - Recife

Roberto Carneiro/Fundarpe

Endereço: Antigo Campo do Jiquiá, Jiquiá - Recife


Proprietário: Prefeitura do Recife
Administração: Prefeitura do Recife
Processo de Tombamento: Nº 314/81
Decreto Estadual de Homologação: Nº 8.710, DE 01 de agosto de 1983
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 02, Livro de
Tombo III, fl. 01

No dia 22 de maio de 1930 chegou pela primeira vez ao Brasil o


Endereço: Rua Cleto Campelo, 108, Centro - Gravatá dirigível aéreo alemão Graff Zeppelin. O Recife foi à primeira cidade
Proprietário: Estado de Pernambuco brasileira na qual atracou o dirigível, que tornou-se mundialmente
Administração: Prefeitura de Gravatá conhecido como zeppelin, em homenagem ao Conde Ferdinand
Processo de Tombamento: Nº. 488/81
Von Zeppelin, seu inventor. Para tornar possível a aterrissagem do
Decreto Estadual de Homologação: Nº. 8.699 de 27 de julho de 1983
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 75, Livro de Tombo zeppelin no Recife, o Governo de Pernambuco custeou a
II, fls 7 v e 08. montagem de uma torre de ferro e o transporte de tubos especiais
de gás, vindos da Alemanha.
O prédio da Cadeia Pública de Gravatá foi construído para essa
finalidade no início do século XX, sendo uma das primeiras Entre os anos de 1930 e 1937, centenas de pessoas acorriam ao
edificações de grande porte da cidade. O local foi palco de lutas Campo do Jiquiá nas chegadas dos dirigíveis, transformando-as em
revolucionárias que agitaram o Brasil na década de 1920. No dia 18 acontecimento social de grande público.
de fevereiro de 1926 o então Tenente do Exército Cleto Campelo da
Costa Filho, organizou uma coluna com 11 homens saindo do A torre de atracação, objeto do tombamento, é a única existente no
Recife, com o objetivo de arregimentar outros adeptos e ir ao Brasil e possivelmente no mundo. A torre é uma estrutura de ferro com
encontro da “Coluna Prestes”, movimento insurreto que percorria 19 metros de diâmetro na base e aproximadamente a mesma
o país à época. Ao chegar a Gravatá, o grupo já contava com 120 dimensão de altura. O corpo central é envolvido por uma treliça
seguidores e dirigindo-se à cadeia pública, encontrou forte metálica e na parte superior existem dois patamares circulares aos
resistência, travando-se então um tiroteio no qual o chefe quais se tem acesso por uma escada de ferro.
revolucionário veio a falecer.

77
Espaço Pasárgada - Casa de Manuel Bandeira, Casa do Conselheiro João Alfredo - Itamaracá
Boa Vista - Recife

Itep
Endereço: Engenho São João, PE-35, s/n - Itamaracá
Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Secretaria de Ressocialização
Processo de Tombamento: Nº 1.964/79
Decreto de Homologação: Nº 8.828, de 26 de setembro de 1983
Val Lima/Fundarpe Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 76 Livro de
Tombo II, fl. 08
Endereço: Rua da União, 263, Boa Vista – Recife
Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Fundarpe Na casa grande do Engenho São João nasceu, em 12 de dezembro de
Processo De Tombamento: Nº 1.326/82 1835, o Conselheiro João Alfredo Correa de Oliveira, depois Ministro
Decreto de Homologação: Nº 8.826, de 26 de setembro de 1983 do Império e redator da Lei Áurea.
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 77 Livro de
Tombo II, fl. 08. O antigo engenho São João já existia por volta de 1747. Do conjunto
Manuel Bandeira (1886-1968) nasceu no Recife, aqui vivendo primitivo constituído por casa grande, moita, capela e senzala,
restam apenas a moita e a casa grande, esta construída segundo a
provavelmente até 1896, quando terminou seus estudos primários.
tradição oral pelo mestre Pedro por sobre as ruínas da casa antiga. A
Morou, dos seis aos dez anos no imponente sobrado da Rua da
fachada principal da atual casa, datada de 1857 é coroada por dois
União, pertencente ao avô. Sobre ele escreveu em suas memórias:
frontões triangulares, com porta central e quatro janelas, todas com
“construiu-se a minha mitologia... A Rua da União, com os quatro
terminações em arco pleno. A capela teria sido demolida no início do
quarteirões adjacentes limitados pelas ruas da Aurora, da Saudade,
século XX e não se identifica no lugar, o local da antiga senzala.
Formosa e Princesa Isabel, foi a minha Troáda; a casa do meu avô, a
capital desse país fabuloso. Quando comparo esses quatro anos de
minha meninice a quaisquer outros anos de minha vida de adulto,
fico espantado do vazio destes últimos em cotejo com a densidade
daquela quadra distante”.

O sobrado exibe o estilo neoclássico do século XIX. Dos mais


imponentes daquela rua, caracterizada inicialmente por sobrados
estreitos e casas térreas, algumas com mansarda, mostra-se com
três janelas e uma porta, no térreo, e quatro janelas no pavimento
superior, sendo os andares divididos por uma larga cornija.
Atualmente abriga o Espaço Pasárgada.

78
Igreja de Santo Amaro das Salinas, Santo Amaro - Recife Cemitério dos Ingleses, Santo Amaro - Recife

Endereço: Av. Cruz Cabugá, 876, Santo Amaro - Recife


Proprietário: Consulado Britânico
Administração: Cemitério dos Ingleses
Processo de Tombamento: Nº 747/81
Decreto de Homologação: Nº 9.131, de 23 de janeiro de 1984
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 07 Livro de
Tombo III, fl. 01 v.

Roberto Carneiro/Fundarpe
O terreno para o Cemitério dos Ingleses foi cedido ao Cônsul Inglês
em Pernambuco no ano de 1814, época em que era proibido
Endereço: Avenida Cruz Cabugá, s/n, Santo Amaro - Recife
Proprietário: Arquidiocese de Olinda e Recife
sepultamentos de não católicos nos cemitérios junto às igrejas ou no
Administração: Paróquia de Santo Amaro interior delas. Daí a necessidade de se construir um cemitério para
Processo de Tombamento: Nº 747/81 os ingleses que residiam no Recife, cuja colônia aumentara depois
Decreto de Homologação: Nº 9.122, de 23 de janeiro de 1984 de 1808, data de abertura dos portos brasileiros ao comércio às
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 78 Livro de
Tombo II, fl. 8
nações amigas.

A construção da Igreja de Santo Amaro das Salinas, data, provavelmente, Supõe-se que nele tenha sido sepultado Henry Koster, que faleceu
do final do século XVII, no sítio então pertencente a Francisco do Rêgo em 1820 deixando suas impressões sobre Pernambuco no livro
Barros. Em 1774, além da igreja, existiam no local inúmeras casas de Viagem ao Nordeste do Brasil.
romeiros. Em 1800 os moradores das redondezas organizaram uma
Compõe-se de uma edificação em estilo neo-gótico, toda em
irmandade sob invocação do santo padroeiro, e adquiriram a Igreja e
alvenaria de tijolos, com cobertura em telha francesa; e das
seu patrimônio. Ao final do século XIX a Igreja já estava em ruínas e em
sepulturas de formas variadas, sem ostentações, construídas
1894 concluíram-se as obras de sua reconstrução.
também em alvenaria, algumas das quais apresentando grades e
A Igreja de Santo Amaro das Salinas é uma construção barroca com cruzes em ferro, possivelmente inglesas.
uma nave, capela-mor, sacristia ao lado esquerdo do altar-mor,
Uma sepultura desperta atenção por abrigar os restos mortais de
galerias térreas e superiores e uma dependência sobre a sacristia.
Abreu e Lima, cujo sepultamento no Cemitério Público fora negado
Existem dois altares laterais nas grossas paredes da nave principal. O
pelo então Bispo Cardoso Ayres.
piso é todo em mosaico e as paredes são rebocadas e pintadas de
branco na parte interna e externa.

79
Igreja N.Sra. da Boa Viagem do Pasmado, Igarassu Engenho Massangana, Cabo de Santo Agostinho

Roberto Carneiro/Fundarpe
Endereço: Rodovia BR-101 Norte, Km 48 - Igarassu
Proprietário: Usina São José
Administração: Usina São José
Processo de Tombamento: Nº 312/81
Decreto Estadual de Homologação: Nº 9.330 de 18 de maio de 1984
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 9, Livro de Tombo
III, fl. 01
Endereço: Rodovia PE-60, Km 10 – Cabo de Santo Agostinho
Pasmado originou-se de um aldeamento de índios, estando já no Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj (Comodato)
século XVIII consolidada como povoação subordinada à freguesia de
Processo de Tombamento: Nº 1.161/83
Itamaracá. Pereira da Costa registrou, em seus “Anais Decreto Estadual de Homologação: Nº. 9.904 de 22 de novembro de 1984.
Pernambucanos”, que em 1821 a capela foi erigida e desmembrada Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 83, Livro de
da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Itamaracá. Tombo II, fl.09

O cultivo da cana de açúcar propagou-se com muito êxito por toda a


Dessa antiga povoação resta apenas seu edifício mais significativo: a
região do Cabo de Santo Agostinho e ali surgiram alguns dos mais
Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. A capela possui uma única
prósperos engenhos da capitania. As terras onde se levantou o
nave, capela-mor com altar, dois altares colaterais e dois laterais,
Engenho Massangana faziam parte de uma doação feita no século
todos em alvenaria de tijolo com adornos em massa e pintura a cal.
XVI por Duarte Coelho a Tristão de Mendonça. A historiografia
Toda em alvenaria, ainda tem algumas cercaduras em pedra. Possui
menciona a existência de um Engenho Massangana em meados do
ainda no seu adro, um cruzeiro em pedra, com cruz em madeira.
século XIX, precisamente a partir de 1849.

No Engenho Massangana viveu até os oito anos de idade o


abolicionista, Joaquim Nabuco, quando a propriedade pertencia a
seus padrinhos. Sobre o lugar da sua infância, Nabuco escreveu: “A
terra era das mais vastas e pitorescas da zona do Cabo... onde os
engenhos eram pela maior parte pobres explorações industriais, que
existiam apenas para conservação do estado do senhor, cuja
importância e posição avaliava-se pelo número de escravos”.

Do conjunto primitivo restam apenas: a Casa Grande e a Capela.


Ruínas da Moita ainda são visíveis, porém da Casa do Mestre e da
Senzala nada mais restam.

80
Estação Ferroviária de Petrolina, Petrolina Igreja N.Sra do Rosário dos Homens Pretos,
Vitória de Santo Antão

Itep

Endereço: Praça Dom Luiz de Brito – Centro de Vitória de Santo Antão


Proprietário: Arquidiocese de Olinda e Recife
Administração: Paróquia de Vitória de Santo Antão
Processo de Tombamento: Nº 2.423/80
Inventário do Patrimônio Ferroviário/Iphan Decreto de Homologação: Nº 10.076, de 07.01.85
Endereço: Avenidas das Nações, s/n – Petrolina Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 79 Livro do
Proprietário: Serviço de Assistência Familiar/Funerária Tombo, II, fls. 08
Administrador: Serviço de Assistência Familiar/Funerária
Processo de Tombamento: Nº 1.421/84 A povoação intensificou-se a partir de 1626 e entrou para a história
Decreto de Homologação: Nº 10.075, de 07 de janeiro de 1985 de Pernambuco como palco de célebre batalha travada no monte das
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 80 Livro de Tombo
II, fl. 8v. Tabocas no dia 03 de agosto de 1645, quando os luso-brasileiros
liderados por Antônio Dias Cardoso e João Fernandes Vieira
A “Passagem de Juazeiro”, como era conhecido o local onde se fazia o derrotaram os flamengos que estavam sob o comando do Tem.
transporte de cargas e pessoas que vinham de Pernambuco, da Coronel Hendrick Van Haus.
Província da Bahia e de outros estados, deu origem à cidade de
Petrolina. Em 1923 a Estação Ferroviária de Petrolina foi inaugurada, Informa o anuário católico e Estatístico da Arquidiocese de Olinda e
Recife, que a Igreja do Rosário foi construída em 1738, pelo bispo
compreendendo o primeiro trecho de 62km Petrolina – Pauferro, da
Dom Frei José Fialho. A existência da Igreja e da irmandade formada
Estrada de Ferro Petrolina/Teresina. Essa ferrovia foi de grande
por homens pretos, em 1755, está comprovada pela escritura de
importância para o crescimento populacional e econômico da região,
doação de terras para seu patrimônio, assinada pelo Capitão mor de
visto que a dinâmica de polarização das cidades e povoações foram ordenanças Antônio Jacó Vicoso e por sua mulher D. Manuela
diretamente influenciadas pelas linhas férreas. Galindo em 13 de julho desse mesmo ano.

A edificação possui um bloco central, distribuído em dois A Igreja possui planta retangular, dividida em nave central, coro, dois
pavimentos, e duas alas laterais térreas, perfeitamente simétricas. A corredores laterais que se repetem no 1º pavimento, e capela mor
plataforma tem cobertura em telhas de chapa metálica sobre o ladeada por sacristias. O frontispício da igreja, em estilo neoclássico,
madeiramento arrematado por lambrequins de madeira. possui frontão triangular ladeado por duas torres de secção
quadrada com coroamento piramidal irregular. Segundo o Prof. José
Luiz da Mota Menezes: “Esta igreja corresponde à implantação da
arquitetura neoclássica na arquitetura religiosa em fins do século
XVIII e início do séc. XIX”.

81
Monumento Natural “Pedra”, Pedra Terreiro Oba Ogunté ou Sítio de Pai Adão, Água Fria - Recife

Roberto Carneiro/Fundarpe Roberto Carneiro/Fundarpe

Endereço: Zona urbana do município de Pedra Endereço: Estrada Velha de Água Fria, 1644, Água Fria – Recife
Proprietário: Diocese de Pesqueira Proprietário: Herdeiros de Felipe Sabino da Costa (Fundador)
Administração: Prefeitura de Pedra Administração: Herdeiros de Felipe Sabino da Costa
Processo De Tombamento: Nº 1.022/85 Processo de Tombamento: Nº 103/84
Decreto de Homologação: Nº 10.654, de 19 de agosto de 1985 Decreto Estadual de Homologação: Nº 10.712, de 05 de setembro de 1985
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 01 Livro de Tombo Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 81, Livro de
IV, fl.01 Tombo II, fl. 09.

O povoamento da cidade de Pedra teve início em 1760, com a O Terreiro Obá Ogunté, também conhecido como “de Pai Adão”, é um dos
escritura pública de patrimônio da Capela de Nossa Senhora da mais respeitados e ortodoxos espaços destinados ao culto dos orixás da
Conceição, numa fazenda de criação de gado, de propriedade do Região Nordeste, conforme modelo litúrgico Nagô. Como invocação
Capitão-Mor Manuel Leite da Silva. principal, o terreiro é dedicado a Iemanjá.

A denominação de Conceição da Pedra, deriva da invocação da Igreja As edificações que formam o espaço ritual, assim como várias outras que
Matriz e da grande pedra que domina a paisagem. O monumento servem de moradia, são singelas, executadas em materiais como tijolos,
geográfico natural possui forma cônica, inscrita numa circunferência taipa de mão, telhas canal ou francesa, ladrilhos hidráulicos e também
com 3.822m de diâmetro e 183m de altura. Possui ainda uma capela piso cimentado. O tombamento, porém, visou preservar a tradição sócio-
e um cruzeiro em seu cume, atraindo muitos turistas para a região. religiosa-cultural que marcou profundamente a população, como uma
das forças formadoras da sociedade brasileira.
Por seu valor paisagístico e pela sua contribuição na formação da
localidade, a pedra foi considerada um importante monumento Objeto especial de preservação é o Iroco (ou gameleira), árvore de
natural. dimensões majestosas, que existe no meio do terreiro, onde são
realizados cultos ao ar livre. O fundador, Felipe Sabino da Costa, o “Pai
Adão”, foi em princípio do século o respeitado chefe do culto Nagô, e mais
que isso, conselheiro, juiz e até médico.

82
Conjunto Urbano da Rua da Aurora, Boa Vista-Santo Amaro - Recife

Eudes Santana
Endereço: Rua da Aurora, Boa Vista - Recife
Proprietário: Diversos Proprietários
Administração: Diversos Proprietários
Processo de Tombamento: Nº 3.522/83
Decreto Estadual de Homologação: Nº 10.714 de 09 de setembro de 1985.
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 09, Livros de
Tombo III, fl. 02

O Conjunto Urbano da Rua da Aurora está localizado no centro da O início de sua ocupação regular deu-se a partir do começo do século
cidade, entre as Ruas da Imperatriz e João Lyra. Possui uma XIX, abrigando moradores ilustres, tais como o Conde da Boa Vista,
situação privilegiada, voltado para o nascente e margeando o Rio Governante de Pernambuco entre 1837-1842.
Capibaribe.
O tombamento do conjunto urbano, abrangendo o trecho mais
A Rua da Aurora surgiu anos depois do chamado aterro de Boa Vista, importante da rua, desde a cabeceira da Ponte da Boa Vista, até a Rua
feito entre os anos de 1737 e 1746. As terras situadas entre os dois João Lira (após o Ginásio Pernambucano), objetivou proteger a
extremos dela – desde a Ponte da Boa Vista até a do Limoeiro – eram silhueta primitiva, pondo fim a descaracterização ou demolição de
cobertas por grandes mangues, ou simplesmente terrenos alagados. seus belos exemplares de sobrados oitocentistas.

83
Arquivo da antiga Casa de Detenção do Recife,
Igreja Matriz de São José dos Bezerros, Bezerros
Santo Antônio - Recife

Itep
Endereço: Rua Imperial, nº. 1069 , Bairro de São José - Recife
Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano
Processo de Tombamento: Nº. 3.521/83
Decreto de Homologação: Nº. 10.924 de 06 novembro de 1985
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 01, Livro de
Tombo I, fl.01

Depois de 118 anos de funcionamento, a Casa de Detenção foi


desativada para restauração e o seu acervo penitenciário, com 2.401
volumes de documentação administrativa e 4.705 fichas de
http://www.expressovirtual.pe.gov.br/web/expresso-cidadao-turismo
detentos, foram distribuídos entre vários órgãos públicos estaduais.
Alguns volumes ficaram, então, sob a guarda da Superintendência do
Endereço: Praça da Matriz, s/n, Centro - Bezerros
Proprietário: Diocese de Caruaru
Sistema Penitenciário de Pernambuco, e outra parte para o Arquivo
Administração: Paróquia São José Público Estadual. Com o passar do tempo mais documentos foram
Processo de Tombamento: Nº 0628/84 incorporados ao acervo e atualmente existem cerca de 20.000
Decreto de Homologação: Nº 10.715 de 09 de setembro de 1985 prontuários dos ex-presidiários. Em 1984, o material foi reunido e
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 82 Livro de
Tombo II, fl. 09
celebrado convênio entre a Fundarpe – entidade administradora
da Casa da Cultura de Pernambuco – e o Arquivo Público Estadual –
De acordo com a tradição local a Capela de São José foi originalmente encarregado da guarda, manutenção e processamento técnico do
construída por Zenóbio Bezerra Torres, em agradecimento à acervo. Trata-se do único acervo documental tombado pelo Estado
sobrevivência de sua filha, que se perdera e fora encontrada dois dias de Pernambuco.
depois. No local onde a menina apareceu erigiu-se a capela.

A construção da capela atraiu um núcleo de habitantes e a localidade


prosperou. No final do século XIX a capela foi elevada à categoria de
Matriz. A igreja possui nave única, alas laterais, capela-mor, capela
do Santíssimo e um salão denominado de São Vicente, além do coro
e de duas outras alas que se superpõem às primeiras. A capela-mor
apresenta altar em talha branca e dourada do período barroco tardio
onde destaca o crucifixo com esplendor de grande proporção.

Embora possua exteriormente verticalidade marcante de suas torres


compostas de quatro seções, a Matriz de São José é simples nos seus
ornatos e matizes.

84
Pavilhão Luís Nunes, Antigo Serviço para Verificação
Vila Real de Cimbres, Pesqueira
de Óbitos, Derby - Recife

Endereço: Pesqueira
Proprietário: Diversos proprietários Endereço: Rua Jenner de Souza, nº 130, Derby - Recife
Administração: Prefeitura de Pesqueira Proprietário: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Processo de Tombamento: N º 0839/83 Administração: Instituto de Arquitetos do Brasil – PE
Decreto de Homologação: Nº 11.077, de 10 de dezembro de 1985 Processo de Tombamento: Nº 2.211/84
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: a ser inscrito no Livro Decreto de Homologação: Nº 11.193, de 18 de fevereiro de 1986
de Tombo Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 86 Livro de
Tombo II, fl. 10.
Localizada no município de Pesqueira, a Vila Real de Cimbres, é
povoada desde o séc. XVII, mas conta com a maioria das suas O Pavilhão de Verificação de Óbitos foi construído como anexo da
edificações do séc. XIX. Com construções predominantemente também antiga Escola de Medicina e destinava-se a abrigar serviços
residenciais, mantem seu singelo casario com padrão de unidade e do Laboratório de Anatomia Patológica. A obra foi uma das primeiras
estilo, estando em bom estado de preservação. Além do clima edificações construídas nos anos 30, sob influência de um
ameno, Cimbres ficou conhecida por ser uma das cinco cidades movimento renovador da arquitetura em todo o mundo –
confirmadas pela Igreja Católica como local de aparição de Nossa encabeçada por Le Corbusier. O projeto, de 1937, de autoria dos
Senhora das Graças, tornando-se centro de romaria cristã. arquiteto Luiz Nunes e Fernando Saturnino de Brito, é mais um dos
trabalhos da equipe da Diretoria de Arquitetura e Construção – DAC,
depois Diretoria de Arquitetura de Urbanismo – DAU.

O edifício de três pavimentos apoiados por vigas e pilares, reflete a


obstinação dos autores pelo despojamento e funcionalidade, tão
característicos do movimento moderno.

O Pavilhão Luiz Nunes abriga, desde 1984, a sede do Instituto de


Arquitetos do Brasil em Pernambuco, IAB – PE.

85
Sítio Histórico do Monte das Tabocas, Trecho Ferroviário compreendido entre Recife e Gravatá
Jaboatão dos Guararapes Recife-Gravatá

Endereço: PE-50, sentido Vitória de Santo Antão/Glória de Goitá


Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Prefeitura Municipal de Vitória de Santo Antão
Processo de Tombamento: Nº 2.176/85
Decreto de Homologação: Nº 11.237, de 11 março de 1986
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 10, Livro de Tombo
II, fls 2v.

Em meados 1645 iniciou-se um movimento revolucionário luso-


brasileiro contra os invasores holandeses à Capitania de Pernambuco,
que ficou conhecido como “Insurreição Pernambucana” e que visava
sitiar os holandeses e investir contra os seus domínios na região. Endereço: 76,04 Km, tendo início na Estação do Retiro e término na Estação de
Gravatá
Proprietário: União Federal
O movimento foi deflagrado com o primeiro grande combate no Monte
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
das Tabocas, em três de agosto de 1645. A partir de então, os Processo de Tombamento: Nº 1.322/85
holandeses ficaram sitiados no Recife e em alguns poucos pontos Decreto Estadual de Homologação: Nº 11.238, de 11 de março de 1986
fortificados do litoral. Com as dificuldades resultantes de um cerco de Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 02, Livro de Tombo
IV, fl. 01 v.
quase dez anos consecutivos, os flamengos capitularam em 1654.
A Estrada de Ferro Central de Pernambuco iniciou, no ano de 1881, os
Em 1940 o município de Vitória de Santo Antão desapropriou cerca de trabalhos do trecho Recife-Tapera (hoje Bonança), que veio a ser
9.000 m2 de um sítio onde está localizado o Monte das Tabocas, e uma aberto ao tráfego em 1885. No ano seguinte os trabalhos alcançaram
faixa de terreno de forma irregular com 1.350 m2 , respectivamente. a cidade de Francisco Glicério (atual Pombos), e a seguir, a Russinha,
Em 1978, o Governo de Pernambuco fez nova desapropriação no Município de Vitória de Santo Antão. Daí por diante, até atingir
instituindo o “Parque Histórico Estadual das Tabocas”. A denominação Gravatá eram necessários estudos mais especializados, já que a linha
Tabocas vem de uma espécie de cana brava, que corresponde ao que é atravessaria terrenos montanhosos, demandando a execução de
hoje chamado de bambu ou taquara. túneis, pontilhões e viadutos.

Em 1894 foi inaugurada e aberta ao tráfego a Estrada de Gravatá.


Entre 1945 e 1947 os pontilhões e viadutos originais da Russinha
foram substituídos por outros em concreto armado, não perdendo,
entretanto, sua representatividade. A Estrada de Ferro Recife-
Gravatá forma um conjunto de grande interesse na preservação da
memória dos caminhos de ferro de Pernambuco.

86
Engenho Amparo, Itamaracá Antiga Escola de Medicina, Derby - Recife

Endereço: Rua Amaury de Medeiros, 206, Derby – Recife


Proprietário: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Administração: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Processo De Tombamento: Nº 2.212/84
Decreto de Homologação: Nº 11.260, de 19 de março de 1986
Inscrição Do Tombamento No Conselho Estadual De Cultura: Nº 85 Livro de
Tombo II, fl. 01.
Endereço: Parte Sudoeste da Ilha de Itamaracá
Proprietário: Jorge Xavier de Morais Filho Em 1925 foi lançada a pedra fundamental do primeiro edifício sede
Administração: Jorge Xavier de Morais Filho da Escola de Medicina em Pernambuco, cuja obra foi concluída em 27
Processo de Tombamento: Nº 818/85 de março de 1927 e inaugurada no dia 21 de abril do mesmo ano.
Decreto de Homologação: Nº 11.239, de 11 de março de 1986
Inscrição Do Tombamento No Conselho Estadual De Cultura: Nº 84 Livro de Tombo O projeto, de autoria do arquiteto italiano Giacomo Palumbo, adotou
II, fls. 09 v.
características do estilo neocolonial, movimento inspirado nas
O Engenho Amparo provavelmente já existia no final do século XVII. construções sacras e civis do período colonial brasileiro em prol de
Em 1813 Henry Koster, inglês radicado em Pernambuco, plantou uma arquitetura de raízes nacionais. O edifício é um dos poucos
exemplares de porte da arquitetura neocolonial no Recife.
cana-de-açúcar no Engenho Amparo, registrando sua experiência no
livro Viagens ao Nordeste do Brasil, com uma descrição acurada do A construção, de 3.497m2, abriga um pátio interno, semelhante aos
lugar ao tempo de sua estadia. claustros das construções religiosas, com galerias circundantes no
térreo e no primeiro pavimento. Amplas salas estão dispostas em volta
Em 1933 a propriedade passou a pertencer à família Xavier de
do edifício, com janelas para o exterior. No grande hall de entrada
Moraes, tendo esta, modernizado o engenho que passou a funcionar destaca-se uma imponente escadaria.
a vapor com esteira, sistema sofisticado para a época.

O Amparo é um relevante exemplar arquitetônico do ciclo do açúcar,


fase significativa no desenvolvimento cultural, social e econômico de
Pernambuco. A moita e a capela constituem hoje, as mais
expressivas construções remanescentes do antigo engenho, que
guarda ainda vestígios da antiga senzala. Já a casa grande apresenta
feição recente, configurando que a primitiva teria sido demolida ou
fortemente descaracterizada.

87
Casa-Grande do Engenho Barbalho, Iputinga - Recife Casa-Grande do Engenho Camaragibe, Camaragibe

Endereço: Estrada do Barbalho, s/n, Iputinga - Recife Endereço: Av. Dr. Belmiro Correia (BR – 408), Camaragibe
Proprietário: Prefeitura da Cidade do Recife Proprietário: Herdeiros de Maria Anita Amazonas Mac Dowell
Administração: Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, da Prefeitura da Cidade Administração: Herdeiros de Maria Anita Amazonas Mac Dowel
do Recife Processo de Tombamento: Nº 42/83
Processo de Tombamento: Nº 995/85 Decreto de Homologação: Nº 12.550, de 7 de agosto de 1987
Decreto de Homologação: Nº 11.435, de 19 de maio de 1986 Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 11 Livro de Tombo
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 87, Livro de III, fl.03
Tombo II, fl. 10
O Engenho Camaragibe situa-se em uma elevação entre a BR- 408 e a
De arquitetura bastante sóbria, o Sobrado do Cordeiro, como é estrada que liga a cidade do Recife à região de Aldeia.
também conhecido, tem uma construção imponente, que se destaca
em meio a um descampado próximo ao rio Capibaribe. Foi O engenho, que remonta aos primórdios do século XVI, foi
executada em alvenaria de tijolos em dois pavimentos. O térreo destruído pelos índios em revolta no ano de 1555 e ocupado pelos
destinava-se às instalações de serviços e abrigos de animais holandeses em 1639. Reconstruído em época desconhecida, revela
domésticos, havendo até vestígios de uma vacaria e o primeiro marcas da época de maior esplendor do ciclo da cana-de-açúcar em
pavimento funcionava como casa de moradia, com amplas salas, Pernambuco.
quartos e demais dependências.
Embora descaracterizada, a casa mantém um porte majestoso,
O sobrado apresenta características neoclássicas e sua fachada presente nas suas fachadas de características neoclássicas dos fins do
principal possui dupla escadaria que leva a um terraço em arcadas no século XIX. Possui, em seu interior a pequena capela de São Tiago
primeiro pavimento. Referências históricas levam a crer que a casa Maior, de final do século XVI.
remonta à primeira metade do século XIX.

Vale salientar que a denominação “Engenho Barbalho”, como é


conhecido, não procede, visto que todas as referências históricas
apontam Barbalho como sítio ou lugarejo, nunca como engenho.
Hoje, abriga uma escola municipal.

88
Antiga residência rural do ex-governador José Rufino,
Cabo de Santo Agostinho Cine Teatro Guarany, Triunfo

Endereço: Engenho Novo - Cabo de Santo Agostinho


Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho
(Comodato da AD Diper)
Processo de Tombamento: Nº 3.705/85
Decreto de Homologação: Nº 13.041, de 29 de junho de 1988
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura:
A ser inscrito no Livro de Tombo
Endereço: Praça Carolino Campos, s/n – Triunfo
Construída por volta do ano de 1912, a casa tem uma peculiaridade Proprietário: Estado de Pernambuco
incomum nas residências rurais pernambucanas, reúne em seus Administração: Fundarpe / Prefeitura Municipal de Triunfo
Processo de Tombamento: Nº. 3.358/94
aspectos arquitetônico e decorativo características do ecletismo com Decreto Estadual de Homologação: Nº. 13.091 de 18 de julho de 1988.
predominância de elementos do estilo art nouveau, que remontam Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 95, Livro de Tombo
ao final do século XIX e início do século XX. II, fl. 11 v.

A construção do Cine Teatro Guarany teve início em 1919, por


A casa possui dois pavimentos, nos quais grandes salas abrem-se por
iniciativa dos irmãos Manoel e Carolino Siqueira Campos, prósperos
meio de portas e janelões, com peitoris de alvenaria mais estreitos
comerciantes da cidade. Foi inaugurado em 1922, com o espetáculo
que as paredes.
“Cenas Mudas”, sucesso na época, e que representou um marco na
Dos acabamentos destacam-se o piso em madeira parquet, algumas vida cultural de Triunfo e de toda a região. Trata-se de uma
paredes decoradas e o teto com estuques ornamentais em relevo. As construção de grande porte arquitetônico, localizada junto ao açude
portas em duas folhas possuem almofadas e vidros decorados com João Barbosa Sitônio, no centro urbano da cidade.
desenhos de motivos florais. A edificação original apresenta planta retangular, disposta em três
Sobressaem-se, do conjunto, os alpendres de influência neocolonial. planos, com características especificas ao uso, cujo estilo faz lembrar
os casarões monárquicos. Apesar das mudanças ocorridas no seu
A escada descoberta que dá acesso ao primeiro pavimento tem sua
interior que dificultam a leitura dos espaços originais, o prédio
estrutura em ferro forjado, com degraus cujos pisos originais em
mantém o porte grandioso que o colocou numa posição de
mármore branco foram substituídos.
destaque na região.

89
Igreja de N. Senhora da Conceição de Cabrobó, Cabrobó Igreja N. Sra. do Loreto, Jaboatão dos Guararapes

Endereço: Rua 13 de maio, 325 - Cabrobó Endereço: Rua Nossa Senhora do Loreto, 545, Piedade – Jaboatão dos Guararapes
Proprietário: Paróquia de Cabrobó Proprietário: Arquidiocese de Olinda e Recife
Administração: Paróquia de Cabrobó Administração: Paróquia de Nossa Senhora das Candeias
Processo de Tombamento: Nº 3.198/86 Processo de Tombamento: Nº. 40/86
Decreto de Homologação: Nº 14.967, de 15 de abril de 1991 Decreto Estadual de Homologação: Nº. 15.632 de 9 de março de 1992.
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 89 Livro de Tombo
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 91, Livro de
II, fls 10v
Tombo II, fl. 11.

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi construída em 1838, A capela de Nossa Senhora do Loreto é uma edificação harmoniosa,
substituindo igreja sob a mesma invocação que se localizava na ilha datada de meados do século XVII, tendo sofrido transformações e
de Assunção e fora destruída por cheia em 1792. ampliações posteriores. O frontispício não tem torres, e as
envazaduras possuem cercaduras de pedra e vergas retas. Tr a t a - s e
Teve sua construção patrocinada por Dona Brígida Maria das Virgens,
de uma construção remanescente da época seiscentista, que na sua
grande proprietária de terras da região. Trata-se de igreja de porte
concepção original seguia uma linguagem maneirista, contudo,
robusto, apresentando frontispício com predomínio de linhas retas,
chegou aos nossos dias com características mais predominantemente
e duas torres sineiras com terminação piramidal. O frontispício é
barrocas. As transformações que sofreu ao longo do século XVIII,
amenizado pelo desenho de gosto rococó do seu frontão.
embora tenham modificado sua feição original, compatibilizou-se
Apresenta contraforte em seu lado direito foi construído em função com a construção original. A igreja apresenta os seguintes elementos
de outra enchente em 1919, que deslocou a população para local em pedra: o arco cruzeiro, uma pia batismal e uma pia de água benta.
mais elevado, tendo a igreja sobrevivida, sem maiores danos. É um exemplar único na arquitetura pernambucana, apresentando
Internamente possui três naves interligadas por arcada e capela mor como peculiaridade as galerias sobrepostas nas laterais do
também separada por arcos, dos cômodos laterais. monumento.

90
Parque Nilo Coelho de Esculturas Monumentais,
Hospital Ulisses Pernambucano, Tamarineira - Recife Brejo da Madre de Deus

Endereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2.130, Tamarineira - Recife


Proprietário: Santa Casa de Misericórdia do Recife
Administração: Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco Endereço: Distrito de Fazenda Nova - Brejo da Madre de Deus
Processo de Tombamento: Nº 737/87 Proprietário: Estado de Pernambuco
Decreto Estadual de Homologação: Nº 15.650 de 20 de março de 1992 Administração: Empresa de Turismo de Pernambuco – Empetur
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº90, Livro de Tombo Processo de Tombamento: Nº 1.172/85
IV, fl. 10 v. Decreto de Homologação: Nº 10.201, de 08 de março de 1985
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura:
O antigo Hospital de Alienados teve sua construção iniciada em 1874, A ser inscrito no Livro de Tombo
com projeto do engenheiro francês Victor Fournié. A obra só foi
inaugurada em janeiro de 1883, mesmo sem estar totalmente O Parque Nilo Coelho de Esculturas Monumentais está localizado
concluída. O hospital, hoje um marco na memória da cidade, recebeu numa área de 60 hectares na estância hidromineral de Fazenda Nova.
o nome do médico psiquiatra Ulysses Pernambucano de Mello, de Foi inaugurado em 1985, com o objetivo de assegurar a preservação
importante atuação no Recife. da memória pernambucana no que diz respeito a seus tipos
populares, costumes e tradições.
O edifício foi planejado atendendo às normas mais avançadas da
arquitetura hospitalar da época, com adoção do “sistema pavilhonar”, A primeira escultura começou a ser confecionada em oito de
setembro de 1978. Nela trabalharam 14 escultores. As peças, de
sendo pioneiro no Brasil nesse aspecto. Obedece às características do
grandes dimensões, em pedra granítica sem polimento, estão
gosto neoclássico, apresentando um frontão dórico, que juntamente
agrupadas em nove setores. São figuras que ali se encontram
com a portada principal, dão o efeito de pórtico romano. A área
distribuídas de acordo com temáticas referentes ao dia a dia do
tombada tem 91.375.20 metros quadrados. Em 2010 a Prefeitura do
homem nordestino.
Recife desapropriou o terreno onde funciona o hospital, com vistas à
futura construção de um Parque Público. A execução das esculturas permite com que a polulação local tenha
uma atividade rentável permanente, uma vez que os artesãos são
da própria região.

91
Sítio Histórico do Cabo de Santo Agostinho e Baía de Suape
Sítio Histórico de Nossa Senhora dos Prazeres
(Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti)
de Maranguape, Paulista
Cabo de Santo Agostinho

Roberto Carneiro/Fundarpe

Endereço: No alto de uma pequena colina, no bairro Maranguape - Paulista


Proprietário: Companhia de Tecidos Paulista
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
Processo De Tombamento: Nº 2.471/87
Decreto de Homologação: Nº 17.276, de 25 de janeiro de 1994
Endereço: Cabo de Santo Agostinho Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 14 Livro de
Proprietário: Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros - Suape Tombo III, fls. 3 e 4.
Administração: Fundação dos Economiários Federais - Funcef (Comodato)
Processo de Tombamento: Nº 1.730/82 As terras de Maranguape foram adquiridas no século XVII pelo mestre-
Decreto de Homologação: Nº 17.070, de 16 de novembro de 1993 de-campo João Fernandes Vieira, herói da vitória pernambucana
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 10, Livro de
Tombo III, fl. 2v.
contra os flamengos e homem profundamente religioso que, em 1656,
mandou edificar uma capela de invocação a Nossa Senhora dos
O Sítio Histórico do Cabo de Santo Agostinho/Baía de Suape abrange Prazeres, além de uma casa paroquial e de sua moradia.
o acidente geográfico do cabo e a praia de Suape, ao sul, até o Pontal,
local onde supostamente aportaram os primeiros navegadores que Ao ganhar predicamento de paróquia, no séc. XVIII, a igreja passou a
vieram às Américas desde o século XV, e que mais tarde, serviu como receber obras de adorno, inclusive os forros de madeira pintados por
ancoradouro natural para escoamento da produção de açúcar nos João de Deus Sepúlveda.
séculos XVI e XVII, sendo ainda, foco da resistência ao invasor holandês.
No registro fotográfico da década de 40, a igreja se apresenta com a
O Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti, localizado no portada única encimada por sobreporta em tabernáculo aberto e
interior da área tombada, guarda edificações como a Igreja de Nossa óculo, com duas janelas rasgadas na altura do coro e uma torre no
Senhora de Nazaré (séc. XVI) e as ruínas do Convento Carmelita seu lado direito, recuada da frontaria e de construção robusta.
(1692), o Forte Castelo do Mar e as ruínas do seu quartel, (1631), ao
sul, as Baterias de São Jorge (1632), em alvenaria de pedra solta; as Após o incêndio em 1957, a igreja foi destruída e junto com as
ruínas da antiga Casa do Faroleiro (séc. XIX) o Forte de São Francisco demais ruínas, da casa de Fernandes Vieira e da casa paroquial,
Xavier de Gaibu (séc. XVII), além da ruína da capela velha e do casario ganhou veneração popular, integrando o Sítio Histórico hoje
que configura a Vila de Nazaré. Do alto do cabo descortina-se uma tombado.
das mais belas paisagens do litoral pernambucano.

92
Prédio 463 da Rua do Imperador, Santo Antônio - Recife Palácio da Justiça, Santo Antônio - Recife

Itep

Endereço: Rua do Imperador Dom Pedro II, 463, Santo Antônio – Recife. Endereço: Praça da República, s/n, Santo Antônio – Recife
Proprietário: Estado de Pernambuco Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco - APEJE Administração: Poder Judiciário de Pernambuco
Processo de Tombamento: Nº 1.055/83 Processo De Tombamento: Nº 2.203/91
Decreto de Homologação: Nº 17.287, de 31 de janeiro de 1994 Decreto de Homologação: Nº 17.288, de 31 de janeiro de 1994
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 92 Livro de Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 93
Tombo II, fl. 11 e V. Livro de Tombo II, fl. 11

O sobrado do séc. XIX, com três pavimentos, faz parte do casario O Palácio da Justiça, construído entre 1924 e 1930, é um dos quatro
do lado nascente da Rua do Imperador, possuindo também fachada edifícios que compõem o conjunto monumental que delimita a Praça
para a Av. Martins de Barros, com o mesmo número. Guarda, ainda da República. Lá estão o Teatro de Santa Isabel, de 1850; o Palácio do
hoje, características típicas dos sobrados recifenses da sua época: Governo, de 1840 e; o Liceu de Artes e Ofícios, do final do século XIX.
estreito, com o telhado bastante inclinado e duas águas, cumeeira
paralela às ruas e graciosos guarda-corpos de ferro protegendo as O projeto em estilo neoclássico, do arquiteto italiano Giacomo
sacadas dos dois pavimentos. Forma com os demais exemplares da Palumbo, obedece às condições do terreno, com ambientes que se
mesma época existentes na rua, um conjunto bastante significativo. sucedem em três blocos, sendo dois laterais, simétricos ao bloco
central. Essa volumetria é coroada pela imensa cúpula e marcada por
imponente acesso através de uma escadaria em granito natural, onde
se destacam dois pares de colunas de capitéis coríntios, assentadas
numa base retangular de grandes proporções. Possuindo
originariamente quatro pavimentos, o edifício recebeu mais dois
pisos, abaixo da cúpula, assim como outras alterações internas,
devido à necessidade de aumento da área útil.

93
Escola Rural Alberto Torres, Tejipió - Recife Cine Teatro Apolo, Palmares

Itep

Endereço: Rua da Conceição, 25, Centro – Palmares


Proprietário: Prefeitura Municipal de Palmares
Administração: Prefeitura Municipal de Palmares e FUNDARPE
Processo de Tombamento: Nº 2.702/84
Decreto de Homologação: Nº 17.290, de 31 de janeiro de 1994
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 95 Livro de
Val Lima/Fundarpe Tombo II, fl. 11 v.
Endereço: Av. Dr. José Rufino, 2993, Tejipió – Recife
Proprietário: Estado de Pernambuco O Cine-Teatro Apollo foi inaugurado em 1914, construído com o
Administração: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco propósito de atender às atividades culturais, que na época eram
Processo de Tombamento: Nº 1.037/86 desenvolvidas e ganhavam espaço na sociedade local, vindo a
Decreto de Homologação: Nº 17.289, de 31 de janeiro de 1994
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 94 Livro de
representar para a região um bem cultural que poucas cidades do
Tombo II, fl. 11 interior possuíam. Em 1932, Miguel Jasseli fundou a Sociedade de
Cultura de Palmares, formada por um grupo de teatro amador no
A escola recebeu seu nome em homenagem a Alberto Seixas Martins qual se integrou Hermilo Borba Filho, então com 15 anos.
Torres, nascido em 1865 no Rio de Janeiro. Homem público,
abolicionista, governador do Rio de Janeiro, ministro e modernista, O Cine-Teatro Apollo, situado no centro da cidade de Palmares, é
que enalteceu a miscigenação nacional. uma construção de estilo eclético, apresentando características de
gosto popular, aliadas a elementos híbridos de influência
A Escola Rural Alberto Torres foi inaugurada em 1936, seguindo os
predominantemente clássica. A planta baixa do prédio desenvolve-
princípios da arquitetura moderna. No Recife, a nova arquitetura
se de forma simples, praticamente dentro de um retângulo,
desabrochou por iniciativa do arquiteto Luiz Nunes e sua equipe da
formando uma platéia com 460 cadeiras ladeada por dois corredores
Diretoria de Arquitetura e Construção (DAC), que tinha como objetivo
laterais, originalmente sem cobertura.
principal, a construção de edifícios com finalidades públicas.

A escola está entre um dos exemplares erguidos entre 1935 e 1937,


construção pioneira com uma linguagem diferente para a época,
inspirada na corrente racionalista do movimento moderno. O edifício
possui distribuição idêntica dos seus ambientes nos dois pavimentos.
Na volumetria destacam-se os arcos que sustentam a rampa.

94
Liceu de Artes e Ofícios, Santo Antônio - Recife Igreja de São Lourenço de Tejucupapo, Goiana

Itep
Endereço: Praça da República, 281, Santo Antônio – Recife
Proprietário: Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
Administração: Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
Processo de Tombamento: Nº 2.202/91
Decreto de Homologação: Nº 17.348, de 28 de fevereiro de 1994
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 96 Livro de
Tombo II, fl.12
Costa Neto/Fundarpe
O Liceu de Artes e Ofícios integra o Sítio Histórico da Praça da Endereço: Povoado de Tejucupapo - Goiana
Proprietário: Diocese de Nazaré da Mata
República. O prédio foi inaugurado em 1880 para abrigar a Sociedade
Administração: Paróquia de Nossa Senhora do Rosário - Goiana
dos Artistas Mecânicos e Liberais de Pernambuco, que reunia Processo de Tombamento: Nº 3.248/87
profissionais ligados às artes. Dez anos mais tarde, essa sociedade Decreto de Homologação: Nº 17.563 de 02 de junho de 1994
havia ampliado seu campo de atuação, oferecendo aos interessados Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 97, Livro de
Tombo II, fl.12
aulas de geometria, desenho, arquitetura e letras.
A Igreja de São Lourenço de Tejucupapo está localizada no povoado
Sua arquitetura, de influência eclética, inspira-se no neoclassicismo de mesmo nome, no município de Goiana. A Vila foi palco da luta
francês, e seu autor é desconhecido, sendo o projeto atribuído à contra os holandeses e destaca-se pelo episódio conhecido como
própria sociedade. O Liceu possui dois pavimentos, com o térreo de “Heroínas de Tejucupapo”.
pé direito muito baixo, se assemelhando a um porão. As linhas
básicas da composição do edifício estão marcadas por pilastras que A igreja foi erguida em data incerta, provavelmente, em meados do
acompanham a platibanda e são arrematadas por pináculos de século XVI sendo uma das mais antigas do estado de Pernambuco.
cimento. A planta em forma de “U” é simétrica ao eixo transversal, Apresenta características da arquitetura jesuítica, comuns à sua
com dois grandes salões no pavimento superior, aos quais se tem época de construção. Não possui torres e apresenta em seu
acesso por escadaria externa, centralizada na fachada e trabalhada frontispício uma sineira do tipo “espadana” que comporta dois sinos.
em mármore, com guarda-corpo em ferro. O cruzeiro situado defronte ao templo é em alvenaria com cruz
esculpida em pedra.

A igreja possui um bom acervo de imagens, destacando-se a de São


Lourenço, que possivelmente remonta à época de sua construção.
Desprovida de riquezas e adornos, a construção sobressai-se pela
simplicidade e austeridade de suas linhas construtivas.

95
Conjunto Ambiental e Paisagístico do Prata, Praça de Boa Viagem com Igreja de 1707 e
Dois Irmãos - Recife Obelisco de 1926, Boa Viagem - Recife

Endereço: Reserva Florestal de Dois Irmãos- Recife


Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Companhia Pernambucana de Saneamento – Compesa
Endereço: Rua Barão de Souza Leão, s/n, Boa Viagem – Recife
Processo de Tombamento: Nº 2.959/91
Proprietário: Arquidiocese de Olinda e Recife (Igreja) e Prefeitura da Cidade
Decreto de Homologação: Nº 17.648, de 4 de julho de 1994
do Recife (Praça e Obelisco)
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 3 Livro de
Administração: Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem
Tombo IV, fl. 1
Processo de Tombamento: Nº Fundarpe 2.509/89
A Mata de Dois Irmãos constitui uma das poucas áreas Decreto de Homologação: Nº 17.671, de 11 de julho de 1994
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 12 Livro de
remanescentes da Mata Atlântica no Grande Recife. É no interior Tombo III, fl. 03
dessa área que está localizado o riacho do Prata, cujas águas
represadas deram origem ao Açude do Prata, ponto inicial do Marco primordial do processo de formação do povoado da Boa
abastecimento de água do Recife, no séc. XIX. Viagem, a Igreja de Boa Viagem deu seu nome à praia, e
posteriormente ao bairro. Embora a Igreja de Nossa Senhora da Boa
Além do Prata, mais três açudes: do Meio, do Germano e de Dois Viagem traga em seu frontispício a data de 1707, ano da doação do
Irmãos, compunham o sistema de abastecimento de água da antiga terreno, não se sabe ao certo a data de sua inauguração, tendo como
Companhia de Beberibe. Ao longo dos 74 anos de serviços que a referência mais remota de seu funcionamento o ano de 1730.
companhia prestou à população do Recife, vários equipamentos
foram pouco a pouco incorporados ao sistema de abastecimento. O edifício, apesar das modificações sofridas, traz a marca do estilo
Merecem destaque o Chalé do Prata, construção de dois andares de barroco setencentista. Apresenta três portas, com duas janelas,
gosto eclético, na qual sobressai-se o telhado com arremates em óculo central ao nível do coro e frontão triangular encimado por cruz
lambrequins de madeira e a Usina Dois Irmãos, edifício de estilo e recortado em suas volutas.
clássico inglês, construído no final do século XIX.
O obelisco, de 1926, marca a conclusão da avenida Boa Viagem e da
consolidação do bairro. A praça, inicialmente destinada à reserva de
área verde e lazer, foi aos poucos ocupada pelo comércio informal.

96
Mural Pictórico de Hélio Feijó, Madalena - Recife Quartel do Derby, Derby - Recife

Foto disponível no Processo de Tombamento Itep

Endereço: Av. Visconde de Albuquerque, 275, Madalena – Recife Endereço: Praça do Derby, s/n, Derby – Recife
Proprietário: Elsa Moura Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Elsa Moura Administração: Polícia Militar de Pernambuco / Secretaria de Defesa Social
Processo de Tombamento: Nº 1.602/93 Processo de Tombamento: 430/92
Decreto de Homologação: Nº 17.648 de julho de 1994 Decreto de Homologação: Nº 17.972, de 18 de outubro de 1994
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito no Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 98 Livro de
Livro de Tombo Tombo II, fl. 12

O mural é uma das mais expressivas obras do artista plástico recifense O Quartel da Polícia Militar de Pernambuco, conhecido como Quartel
Hélio Feijó (1913-1991). Modernista e discípulo de Cândido Portinari, do Derby, foi construído no governo de Sérgio Loreto (1922-26) e
criou em 1947 a Sociedade de Arte Moderna do Recife, com a inaugurado em 1925. Funcionava anteriormente no local o “Derby
participação de Abelardo da Hora, Ladjane Bandeira e Delson Lima. Club”, que encerrou suas atividades hípicas ao final do século XIX. Em
seu lugar, foi construído, em 1898, pelo rico empresário Delmiro
A obra, de 1940, feita sob encomendada para a residência do médico Gouveia um mercado público. Destruído o mercado em 1900 por um
Arthur Moura, representa uma mulher sentada, com uma criança nos incêndio, a área ficou abandonada até a década de 1920, quando foi
braços, tendo ao lado duas grandes jarras de barro, sobre as quais construído o quartel da Polícia Militar. A nova construção não
pendem folhagens. Tendo ao fundo uma base branca, as figuras foram aproveitou os elementos remanescentes da obra incendiada e
trabalhadas nas cores terra, azul e verde. As formas são volumosas e contribuiu para o definitivo assentamento do atual bairro do Derby.
arredondadas, denotando a clara influência modernista de Portinari.
A sua volumetria é composta por uma parte central mais alta, que se
destaca do plano da fachada, ladeado por dois corpos laterais de
grande extensão. Essa volumetria possui mais de um pavimento e é
encimada por um terraço com guarda-corpo em ameias e coroada
por uma cúpula octogonal em concreto armado.

97
Conjunto Fabril da Tacaruna, Campo Grande - Recife Prédio da Torre Malakoff, Bairro do Recife - Recife

Val Lima/Fundarpe Isabella Valle/Fundarpe

Endereço: Av. Gov. Agamenon Magalhães, 5.091, Campo Grande – Recife Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, Recife Antigo - Recife
Proprietário: Estado Pernambuco Proprietário: Ministério da Marinha (cedida ao Estado de Pernambuco).
Administração: Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo Administração: Fundarpe
Processo de Tombamento: Nº 2.374/93 Processo de Tombamento: Nº. 431/92
Decreto de Homologação: Nº 18.229, de 16 de dezembro de 1994 Decreto Estadual de Homologação: Nº. 18.232 de 19 de outubro de 1994.
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 13 Livro de Tombo Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 99, Livro de
III, fl. 3v. Tombo II, fl.12 v.

Em finais do séc. XIX a Companhia Industrial Açucareira decidiu


Construída entre os anos de 1853 e 1855, com material resultante da
fundar e explorar grandes fábricas de refinar açúcar no Rio de
demolição do forte do Bom Jesus, a Torre Malakoff era o portão e
Janeiro e no Recife, sendo construída, nesse intento, a então “Usina
observatório astronômico do Arsenal da Marinha. Teve grande
Beltrão”. Pouco tempo após sua inauguração, em 1897, a usina foi
importância para nortear os navegadores que procuravam o porto
vendida para o empresário Delmiro Gouveia. Em 1924 o
para orientações de suas rotas. O relógio da torre, de fabricação
estabelecimento é comprado novamente, e agora adaptado para a
inglesa, tinha um mostrador duplo e marcava a hora oficial da cidade,
indústria têxtil, tornando-se famoso pela produção de cobertores
através de três sinos.
populares conhecidos como cobertores Tacaruna. Em 1992 a
produção têxtil da Fábrica Tacaruna foi definitivamente paralisada. A origem do nome “Malakoff” imposto pelo povo do Recife ao portão
O conjunto fabril destaca-se por utilizar técnicas construtivas do arsenal, deu-se em comparação à torre Malakoff da cidade de
inovadoras para a época, tendo sido utilizado em sua construção, Sebastopol na Rússia, que ficou conhecida no Brasil por ter resistido às
materiais inovadores como ferro e concreto armado, a partir de um investidas das tropas francesas e inglesas durante a Guerra da
projeto de alta qualidade técnica e estética. Sua volumetria é Criméia. O edifício possui características arquitetônicas peculiares
destacada pela grande chaminé, de 60m de altura, elemento lembrando antigas mesquitas orientais, devido ao seu coroamento
vertical marcante em contraposição à horizontalidade da por uma cúpula cercada por ameias. Possui fachadas simétricas, sem
edificação, constituindo um efeito insubstituível na paisagem da ornatos, onde a severidade de linhas prevalece, deixando
ampla várzea que separa o Recife de Olinda. transparecer o caráter militar da obra. O partido de planta é marcado
pela mesma simetria observada na fachada.

98
Fortaleza de Santo Ignácio - Fortaleza de Tamandaré
Igreja Matriz N. Senhora Rainha dos Anjos, Petrolina
Tamandaré

Cristiane Feitosa/Fundarpe

Endereço: A 200 metros do mar, centro de Tamandaré


Proprietário: Ministério da Marinha
Administração: Ministério da Marinha
Processo de Tombamento: Nº 0470/84
Decreto Estadual de Homologação: Nº 20.914, de 08 de outubro de 1998
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito no Livro
de Tombo

As referências mais antigas dão conta que no período da ocupação Itep


holandesa foi erigida uma fortificação na baía de Tamandaré pelos Endereço: Praça do Centenário s/n, Centro - Petrolina
brasileiros insurrectos após o desembarque, naquele local, de André Proprietário: Diocese de Petrolina
Administração: Diocese de Petrolina
Vidal de Negreiros. Expulsos os holandeses, foi proposta ao Governo Processo de Tombamento: Nº 3.197/86
de Portugal, por João Fernandes Vieira, a construção de uma Decreto de Homologação: Nº 22.647 de 19 de setembro de 2000
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº. 102, fl.13 E 13 v.
fortaleza em substituição ao edifício original, dada a importância
estratégica do porto natural existente na localidade. Em 1671, João As obras da Igreja foram iniciadas em 1858 e concuídas em 1860,
Fernandes Vieira foi encarregado da superintendência das obras de
dando início ao assentamento urbano do município que se estende a
fortificações de Pernambuco e em 1680 foram iniciadas as obras da
partir das margens do rio São Francisco, penetrando para o norte.
Fortaleza de Santo Inácio de Tamandaré. Em 1711, a fortaleza foi
palco de combates da Guerra dos Mascates.
O edifício de planta retangular, apresenta nas suas fachadas,
Em 1824 foi ocupada pelos revolucionários da Confederação do elementos do estilo neoclássico. O frontispício é composto por três
Equador. O Imperador Dom Pedro II visitou o forte em 13 de dezembro portas de acesso no térreo, susperpostas por igual número de janelas
de 1859, fazendo uma minuciosa descrição em seu diário. a nível do coro., com todas as vergas retas. O frontão é triangular,
arrematado por uma linha de cornija que se liga com as torres
A edificação tem um partido de planta quadrangular, com baluartes coroadas com cúpulas de forma piramidal.
em ponta, nos ângulos do quadrado, os quais estão ligados entre si
pelos terraplenos em três lados e pelo pavimento superior na frente. A imagem da padroeira é secular. Após ter sido roubada foi produzida
Em seus recintos são conservadas as antigas imagens da capela,
em cedro.
entre as quais se destaca a imagem do padroeiro em terracota
medindo cerca de 60 cm. Estão preservados também oito canhões
defronte ao mar e vestígios do antigo fosso que circundava a
edificação, na forma de uma vala.

99
Rádio Difusora de Caruaru, Caruaru Sobradinho de Vitória, Vitória de Santo Antão

Daniella Esposito/Fundarpe

Endereço: Avenida Agamenon Magalhães, 414, Maurício de Nassau – Caruaru


Proprietário: Empresa Jornal do Commércio S.A.
Administração: LVS Empreendimentos
Processo de Tombamento: Nº 135/2000, Antigo Processo Nº
2.362/91(desaparecido)
Roberto Carneiro/Fundarpe
Ato de Homologação: Nº 1344, de 11 de maio de 2004
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Nº 103 Livro do Endereço: Rua Imperial, n° 81, Centro, Vitória de Santo Antão
Tombo II, fl. 12 Proprietário: Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão
Administração: Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão
O edifício da Rádio Difusora de Caruaru é um exemplar de grande Processo de Tombamento: 0359/1996
interesse arquitetônico por se constituir num símbolo tipológico das Decreto de Homologação: Ato N° 2851 de 23.11.2004
rádios construídas em Pernambuco pela Empresa Jornal do Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Aguarda inscrição no
Commércio, nos anos 1950. Livro de Tombo

A obra de autoria do arquiteto Jorge Martins, foi inaugurada em seis O edifício trata-se do único remanescente da antiga Povoação de
de setembro de 1951, e compõe um edifício de linhas sóbrias, com Santo Antão da Mata. Foi adquirido pelo engenheiro Ayrton de
características que definem o estilo proto-modernista “com desenho Almeida Carvalho em 1945, que reconheceu sua importância e
próprio brasileiro”. decidiu pela sua restauração, conservando fielmente as suas feições
internas e externas, garantindo sua conservação. A edificação
O prédio é marcado pela horizontalidade de suas envasaduras, que destaca-se arquitetonicamente, principalmente pelos seus balcões
por sua vez são ressaltadas e interligadas por frisos salientes. Em sua em muxarabí. Atualmente está sob a posse do Instituto Histórico e
composição volumétrica se distinguem três blocos justapostos que Geográfico do município, que nele mantém parte do seu arquivo e
se harmonizam elegantemente. zela pela sua conservação.
O prédio da antiga difusora foi recuperado e abriga atualmente o
auditório do Shopping Difusora construído no terreno por trás da
edificação.

100
Cruzeiro do Largo da Paz, Afogados - Recife Hospital Pedro II, Coelhos - Recife

Val Lima/Fundarpe
Endereço: Rua dos Coelhos, s/nº, Coelhos - Recife
Proprietário: Santa Casa da Misericórdia
Endereço: Praça do Largo da Paz, s/n, Afogados, Recife-PE Administração: Instituto Materno Infantil de Pernambuco - Imip
Proprietário: Arquidiocese de Olinda e Recife Processo de Tombamento: Nº 1045/98
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife/EMLURB-GOMP Decreto Estadual de Homologação: Nº 31.573, de 26 de março de 2008
Processo de Tombamento: 0171/2000 Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito no
Decreto de Homologação: Ato n° 2853 de 23.11.2004 Livro de Tombo
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Aguarda inscrição no
Livro de Tombo O Hospital Pedro II teve sua pedra fundamental lançada a 25 de março
de 1847, tendo sido inaugurado em 10 de março de 1861. Foi projetado
pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira. Segundo o Diário de
O Cruzeiro do Largo da Paz pertenceu ao Passo de Santa Cruz do
Pernambuco da época o hospital era referência, e, ao final do século
Giquiá que servia de recepção e depósito de materiais dos diversos
XIX, tinha 483 doentes e 146 empregados internos, três carros, grande
engenhos e povoados das imediações no século XVII. O grande lavanderia a vapor, salão de costura, sala de autópsias, quartos para
cruzeiro de mármore foi encontrado acidentalmente em 1868. observação de doentes atacados de moléstias suspeitas, quartos para
Depois de longos anos de total abandono, foi levado pela população criados, jardins, hortas, cocheiras para cavalos e grande estábulo para
para a povoação dos Afogados, e levantado sobre um pedestal em vacas. Ao longo das duas primeiras décadas do século XX foi sendo
frente a Igreja de Nossa Senhora da Paz, pelo missionário capuchinho ampliado, através da construção de novos pavilhões.
Frei Fidelis Maria de Fognamo, que nesse tempo estava em missão
naquele povoado. Desde 1920 o Hospital Pedro II vinha servindo ao ensino médico da
então Faculdade de Medicina do Recife.

Em 1954 o Hospital Pedro II passou a abrigar o recém-criado Hospital


das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade do Recife. Com
a transferência do Hospital das Clínicas para o Campus da UFPE, em
1985, a Santa Casa de Misericórdia transferiu a administração do
edifício do Pedro II ao governo do Estado de Pernambuco. O prédio
permaneceu abrigando repartições da Secretaria Estadual de Saúde.
Após obras de restauração, em agosto de 2010 o Hospital Pedro II
reabriu suas portas sob gestão do IMIP – Instituto Materno Infantil.

101
Palácio do Campo das Princesas, Santo Antônio - Recife

Flavio Barbosa/Fundarpe
Endereço: Praça da República, s/n, Santo Antônio - Recife
Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Governo do Estado de Pernambuco
Processo de Tombamento: Nº. 2201/91
Decreto Estadual de Homologação: Nº. 32.147 de 29 de julho de 2008.
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito no
Livro de Tombo

O Palácio do Campo das Princesas está localizado em local Em 1859 o palácio foi ricamente decorado para servir de Paço Imperial,
privilegiado, no extremo norte da Ilha de Santo Antônio, hospedando o Imperador Dom Pedro II e sua família. Foi nessa época
provavelmente no mesmo sítio onde em 1642 o Conde Maurício de que a praça em torno do palácio passou a ser conhecida como Campo
Nassau ergueu o seu Palácio de Friburgo. das Princesas, denominação que o prédio mantém até hoje.

Construído em 1841 por iniciativa do governador Francisco do Rêgo Mais tarde, por volta de 1918, o palácio passou por outra grande
Barros, o Conde da Boa Vista, em cuja administração foram feitos modificação com a ampliação do terceiro pavimento até a fachada
grandes melhoramentos na cidade do Recife. Em 1852 o edifício principal do imóvel, dando-lhe novo aspecto. A arquitetura do
passou por uma intervenção no trecho central com a inclusão de edifício passou basicamente por dois estilos, o neoclássico e o
mais um pavimento na parte posterior. eclético, acompanhando as tradições arquitetônicas das épocas.

102
Cinema São Luiz, Boa Vista - Recife

Priscilla Buhr/Fundarpe
Endereço: Rua da Aurora, nº 175, Edf. Duarte Coelho, Boa Vista - Recife
Proprietário: Estado de Pernambuco
Administração: Fundarpe
Processo de Tombamento: Nº 2.687/2006
Decreto de Homologação: Nº 33.465, de 01 de junho de 2009
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito no Livro
de Tombo

O Cinema São Luiz foi inaugurado em seis de setembro de 1952 e logo de exibição é decorada com pinturas e trabalhos em alto-relevo em
ficou conhecido como o “templo majestoso” da exibição de filmes tons dourados, vermelhos e esverdeados e possui, em cada lado da
em Pernambuco. Suas luxuosas instalações e equipamentos tela, um vitral iluminado. O vestíbulo externo conta com duas
modernos para a época vieram a consolidar a diversão dos recifenses bilheterias e pé direito duplo. No hall principal destaca-se o painel do
na década de 50. artista plástico pernambucano Lula Cardoso Ayres.

O primeiro filme a ser exibido foi “O Falcão dos Mares”, estrelado por O cinema funcionou desde a sua inauguração, em 1952, até janeiro
Gregory Peck. O cinema, que chegou a comportar 1.340 lugares, de 2007, quando fechou as suas portas. Em 2009 foi reinaugurado
possui dois andares, sendo um deles configurado como balcão. A sala pela Fundarpe após passar por uma obra de recuperação.

103
Igreja Nossa Senhora de Fátima do Colégio Nóbrega,
Lugares de origem e memória de Luiz Gonzaga em Exu, Exu
Boa Vista - Recife

Marcelo Lyra/Fundarpe
Endereços: Antiga casa de Januário, Vila do Araripe, s/n – Exu; Parque Aza
Branca, BR-122 – Exu
Proprietário: Maria do Amparo Aires de Alencar, Elenilde Maria Parente
de Alencar e Fazenda Araripe Val Lima/Fundarpe
Administração: ONG Aza Branca e outros
Processo de Tombamento: Nº. 18.875/2008. Endereço: Avenida Oliveira Lima, 824, Boa Vista – Recife
Decreto Estadual de Homologação: Nº. 33.716 de 31 de julho de 2009. Proprietário: Companhia de Jesus - Província do Nordeste
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito Administração: Companhia de Jesus - Província do Nordeste
no Livro de Tombo Processo de Tombamento: Nº. 161/2000
Decreto Estadual de Homologação: Nº. 35.033 de 24 de maio de 2010.
Nascido em 13 de dezembro de 1912, às margens do Riacho da Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito no
Brígida em Exu, a 630 Km da capital pernambucana, Luiz Gonzaga, Livro de Tombo
segundo filho de Januário e Santana, aprendeu com seu pai a tocar e A Capela de Nossa Senhora de Fátima compõe o conjunto arquitetônico
venerar a sanfona. Ícone da musicalidade brasileira Luiz Gonzaga foi do antigo Colégio Nóbrega do Recife, formado pelo antigo Palácio da
eternizado como o “Rei do Baião”, ritmo popularizado por ele no final Soledade, imóvel remanescente do século XVIII e tombado em nível
da década de 1940. As músicas cantadas por “Lua”, como também federal, e demais edificações construídas em diversas épocas para
era chamado, exaltavam o Nordeste e os elementos que compunham atender às necessidades do tradicional colégio.
a vida sertaneja tais como: Asa Branca, Assum Preto, Respeita
Januário e Baião. Teve seu projeto elaborado por Georges Munier e sua pedra
fundamental lançada em 1933. A capela foi inaugurada em 1935, como
Depois de sua morte, em 2 de agosto de 1989, tornou-se figura o primeiro templo dedicado a Nossa Senhora de Fátima no mundo,
emblemática da cultura brasileira, sendo inclusive eleito pelo povo, relevância que trouxe para o seu interior os restos mortais do confessor
de seu Estado, como o “Pernambucano do Século”. das três crianças para quem Nossa Senhora de Fátima apareceu.

Considerando a obra de Luiz Gonzaga (1912-1989), foram Em sua construção ressalta-se o emprego de novas técnicas
tombados em Exu, município do Sertão do Araripe, a casa de construtivas, com lajes planas e elementos construtivos em concreto
Januário na Fazenda Araripe, onde Luiz viveu dos 11 aos 18 anos e o armado. A racionalização e economia das construções podem ser
Parque Aza Branca, onde o velho “Lua” construiu o centro de verificadas no interior sem ornamentação, na fachada e na torre com
memória da música nordestina, com todos os seus imóveis, bens detalhes geométricos em argamassa armada, preocupações típicas
integrados e objetos museológicos. Este Parque possui cerca de do modernismo. O edifício sobressai-se ainda pela planta em cruz
3,07 ha e equipamentos que servem aos mais variados programas latina, e, sobretudo, pela verticalidade evidenciada nas arcadas do
musicais, culturais e cívicos. interior da nave.

104
Casa e Jardim do Coronel, Paulista Basílica de Nossa Senhora da Penha, São José - Recife

Val Lima/Fundarpe Val Lima/Fundarpe


Endereço: Praça Frederico Lundgren, s/n, Centro – Paulista Endereço: Praça Dom Vital, 169, Bairro de São José – Recife
Proprietário: Companhia de Tecidos Paulista Proprietário: Província Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil da
Administração: Companhia de Tecidos Paulista Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
Processo de Tombamento: Nº 17/2002 Administração: Província Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil da
Decreto de Homologação: 35.034 de 24 de maio de 2010 Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Processo de Tombamento: Nº. 18.878/08
A ser inscrito no Livro de Tombo Decreto Estadual de Homologação: Nº. 35.279 de 02 de julho de 2010.
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: A ser inscrito no
O nome “Jardim do Coronel” virou referência para a propriedade Livro de Tombo
construída pela família Lundgren, em meados do séc. XX, em virtude
do amplo jardim em frente da casa, onde funcionou durante muitos A origem da localização da Igreja da Penha remonta a um pequeno
anos um pequeno zoológico e parque de diversões para os filhos dos oratório instituído em 1655 e situado “Fora da Porta de Santo
Antônio”, correspondendo, com uma pequena diferença, ao terreno
operários da Companhia de Tecidos Paulista.
onde hoje está erguida a construção contemporânea. O pequeno
A casa grande divide o espaço no interior do sítio de 23.584 m2, oratório foi consagrado sob invocação do Espírito Santo, fundando a
com outros elementos de destaque, como o coreto, o busto do Igreja e o Convento, que com o passar dos anos, tornaram-se
Coronel, o muro com gradil que separa a casa do restante do conhecidos pelo nome da Virgem da Penha, esquecendo-se a
jardim, a edícula, a ruína de um muro localizada por trás da casa e, invocação do Espírito Santo.
ainda dezenas de árvores: oitizeiros, jaqueiras, castanholas,
Em 1734 a igreja foi reconstruída pelo bispo italiano José Fialho,
mangueiras, fícus, palmeiras, que constituem relevante área verde
sendo que no final do Século XVIII apresentava características
do centro da cidade de Paulista.
barrocas. Em fins do Século XIX, a igreja sofre novo processo de
A utilização dos tijolos cerâmicos aparentes que constituem as reforma que foi concluído em 22 de janeiro de 1882. O novo projeto
superfícies das fachadas – característica mais marcante da obra – seguiu o modelo arquitetônico da Igreja de Santa Maria Maior de
parece refletir influência da arquitetura européia. A casa grande Roma, marcado pelo ecletismo de influência neoclássica, que deu ao
conserva no seu interior parte do mobiliário antigo. edifício as feições mantidas até hoje. A Basílica da Penha apresenta
nave central e naves laterais de grandes dimensões, onde estão
dispostas capelas. Sua concepção inspirada no românico, com
partido de planta em cruz, revela intenção de simetria que foi
quebrada pela Capela do Sagrado Coração de Jesus, instalada em seu
lado esquerdo onde sua volumetria saca na fachada.

105
Estação Ferroviária de Garanhuns,
Garanhuns

Daniella Esposito/Fundarpe
Endereço: Praça Tiradentes, s/n, Centro, Garanhuns-PE
Proprietário: Prefeitura de Garanhuns
Administração:Secretaria de Cultura de Garanhuns
Processo de Tombamento: 1.126/1995
Decreto de Homologação: Ato n° 3198 de 19.09.2012
Inscrição do Tombamento no Conselho Estadual de Cultura: Aguarda
inscrição no Livro de Tombo

A Estação Ferroviária, inaugurada em 1887, faz parte do ramal


Garanhuns, um prolongamento da Estrada de Ferro Sul de
Pernambuco que faz ligação de Recife a Alagoas. A estação funcionou
até a década de 1960 e em 1979, foi restaurada e transformada, a
gare, parte central com coberta que liga a Estação e o Armazém, foi
fechada e hoje funciona o Teatro Luiz Souto Dourado. O prédio
preserva a arquitetura inglesa do século XIX, está localizada no centro
da cidade e funciona como Centro Cultural Alfredo Leite, abrigando
exposições e atividades culturais.

106
7 Bens materiais protegidos no Estado por
Região de Desenvolvimento

Tombados pelo Estado de Pernambuco


Tombados pelo Iphan
Em Processo de Tombamento pelo Estado de Pernambuco
Em Processo de Tombamento pelo Iphan

RD01. SERTÃO DE ITAPARICA RD02. SERTÃO DO SÃO FRANCISCO

Belém do São Francisco Afrânio


1 Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio 1 Estação Ferroviária de Afrânio
Administração: Paróquia de Belém do São Francisco Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

2 Estação Ferroviária de Arizona


Floresta Administração: Associação de Desenvolvimento e
1 Força Pública de Floresta Atuação Comunitária - ASDECA
Administração: Prefeitura de Floresta
3 Sítio Histórico do Caboclo
Administração: Prefeitura de Afrânio
Jatobá
1 Estação Ferroviária de Volta de Moxotó Cabrobó
Administração: Prefeitura de Jatobá
1 Igreja de N.Sra. Da Conceição de Cabrobó
Administração: Paróquia de Cabrobó
Petrolândia
1 Estação Ferroviária de Petrolândia Petrolina
Administração: Família Benzotta
1 Estação Ferroviária de Petrolina
Administração: Serviço de Assistência Familiar/Funerária
Tacaratu
2 Igreja Matriz N. Senhora Rainha dos Anjos
1 Engenho Benzotta Administração: Diocese de Petrolina
Administração: Família Benzotta
1 Estação Ferroviária de Rajada
Administração: Prefeitura de Petrolina

107
RD03. SERTÃO DO ARARIPE Iguaraci
1 Estação Ferroviária de Iguaraci - Sede
Exu Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

1 Lugares de origem e memória de Luiz Gonzaga em Exu


2 Conjunto Ferroviário de Irajaí
Administração: ONG Aza Branca e outros
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

Ouricuri
Igreja Matriz de São Sebastião
São José do Egito
1
Administração: Paróquia de Ouricuri 1 Capela de São Pedro
1 Administração: Romero Augusto Vilar Dantas Filho

RD04. SERTÃO CENTRAL Serra Talhada


Mirandiba 1 Conjunto Ferroviário de Serra Talhada - Sede
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
1 Conjunto Ferroviário de Mirandiba
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU 2 Conjunto Ferroviário Felipe Camarão
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
2 Conjunto Ferroviário Fernandes Vieira
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU 3 Conjunto Ferroviário Vidal de Negreiros
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Salgueiro
1 Conjunto Ferroviário de Salgueiro Triunfo
Administração: Prefeitura de Salgueiro 1 Cine Teatro Guarany
Administração: Fundarpe / Prefeitura Municipal de Triunfo

RD05. SERTÃO DO PAJEÚ 1 Conjunto Ferroviário de Engenheiro Cornélio


Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Afogados da Ingazeira 2 Núcleo Histórico da Cidade de Triunfo
1 Conjunto Ferroviário de Afogados da Ingazeira Administração: Prefeitura de Triunfo
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Tuparetama
Calumbi
1 Casa situada a R.Coronel Manoel Benedito nº 74
1 Estação Ferroviária de São Serafim Administração: Josefa Helena Rodrigues de Siqueira
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

Carnaíba RD06. SERTÃO DO MOXOTÓ


1 Conjunto Ferroviário de Carnaíba
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Arcoverde
1 Casa Natal do Cardeal Arcoverde
Flores Administração: Florípedes Pacheco Vaz
1 Conjunto Ferroviário de Flores 1 Conjunto Ferroviário de Arcoverde - Sede
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

108
Custódia 2 Palácio Celso Galvão- Sede Oficial do Poder
1 Igreja de São Luiz Gonzaga Executivo de Garanhuns
Administração: Estado de Pernambuco Administração: Prefeitura de Garanhuns

1 Igreja de São José 3 Sítio Histórico da Igreja de Nossa Senhora de


Administração: Paróquia de São José Nazaré do Timbó
Administração: Associação de Moradores
Sertânia 1 Área conhecida como Castainho, Ocupada Por
Estação Ferroviária Albuquerque Né Comunidades Remanescentes de Quilombo
1
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Administração: Associação de Moradores

Conjunto Ferroviário de Sertânia - Sede


2 Hotel Sanatório Tavares Correia
2
Administração: Marília Magda Leite e Paulo José Tavares Correia
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

3 Estação Ferroviária Henrique Dias Pedra


Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU 1 Monumento Natural “Pedra”
Administração: Prefeitura de Pedra
4 Estação Ferroviária Pinto Ribeiro
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
São João
1 Conjunto Ferroviário de São João
RD07. AGRESTE MERIDIONAL Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

Angelim
1 Estação Ferroviária de Angelim RD08. AGRESTE CENTRAL
Administração: Prefeitura de Angelim
Altinho
Buíque
1 Capela de Nossa Senhora do Rosário
1 Reserva Arqueológica do Vale do Catimbau Administração: Paróquia Nossa Senhora do Ó
Administração:
1 Estação Ferroviária de Belo Jardim
Administração: Prefeitura de Belo Jardim
Canhotinho
1 Conjunto Ferroviário de Canhotinho Bezerros
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
1 Igreja Matriz de São José dos Bezerros
2 Estação Ferroviária de Paquevira Administração: Paróquia São José
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
1 Estação Ferroviária de Bezerros
Administração: Prefeitura de Bezerros
Garanhuns
1 Estação Ferroviária de Garanhuns Brejo da Madre de Deus
Administração: Prefeitura de Garanhuns
1 Casa da Câmara e Cadeia de Brejo da Madre de Deus
1 Hotel Tavares Corrêia e acervo
Administração: Marília Magda Leite e Paulo José Tavares Correia Administração: Fundarpe

109
1 Parque Nilo Coelho de Esculturas Monumentais 2 Casario da Rua Cardeal Arcoverde
Administração: Empresa de Turismo de Pernambuco – Empetur Administração: Vários Proprietários

1 Conjunto Arqueológico e Pré-histórico formado 3 Conjunto Ferroviário de Mimoso


pelos sítios Furna do Estrago e Pedra do Letreiro Administração: Fundação Porcidônio Tenório de Brito
Administração: Diversos Proprietários
4 Conjunto Ferroviário de Pesqueira - Sede
2 Museu do Brejo da Madre de Deus e seu acervo Administração: Prefeitura de Pesqueira
Administração: Dulce Souto Porto

3 Núcleo Urbano do Brejo da Madre de Deus Sairé


Administração: Diversos Proprietários 1 Estação Ferroviária de Sairé
Administração:
1 Casa de Câmara e Cadeia de Brejo da Madre de Deus
Administração: Fundarpe e outros
Sanharó
Caruaru 1 Conjunto Ferroviário de Sanharó
Administração: Prefeitura de Sanharó
1 Rádio Difusora de Caruaru
Administração: LVS Empreendimentos
São Caetano
1 Conjunto Ferroviário de Caruaru
Administração: Prefeitura de Caruaru 1 Conjunto Ferroviário de São Caetano
Administração: Prefeitura de São Caetano
2 Fábrica Caroá
Administração: Prefeitura de Caruaru
Tacaimbó
3 Peças do Mestre Vitalino Pereira dos Santos 1 Estação Ferroviária de Tacaimbó
Administração: Fundarpe e outros Administração: Prefeitura de Tacaimbó

Gravatá
1 Cadeia Pública de Gravatá RD09. AGRESTE SETENTRIONAL
Administração: Prefeitura de Gravatá

1 Trecho Ferroviário compreendido entre


Bom Jardim
Recife e Gravatá 1 Conjunto Ferroviário de Bom Jardim
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Administração: Prefeitura Municipal de Bom Jardim

1 Estação Ferroviária de Gravatá - Sede 2 Estação Ferroviária de Lagoa Comprida


Administração: Prefeitura de Gravatá Administração: Prefeitura de Bom Jardim

Pesqueira Surubim
1 Casa de Câmara e Cadeia de Pesqueira 1 Casa-Grande da Fazenda Cachoeira de Taépe
Administração: Prefeitura de Pesqueira Administração: Antônio Paulino Filho, José Paulino Silva e Luiz
Carneiro Cavalcante
1 Vila Real de Cimbres
Administração: Prefeitura de Pesqueira Limoeiro
1 Antiga Fábrica Rosa 1 Estação Ferroviária de Campo Grande
Administração: Prefeitura de Pesqueira Administração: Prefeitura de Limoeiro

110
RD10. MATA SUL Joaquim Nabuco
1 Conjunto Ferroviário de Joaquim Nabuco - Sede
Água Preta Administração: Prefeitura de Joaquim Nabuco

Estação Ferroviária de Souza


1
Administração: Assentamento rural do Incra
Maraial
1 Estação Ferroviária de Maraial
2 Estação Ferroviária de Potosi Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Administração: Assentamento rural do Incra

Palmares
Amaraji
1 Cine Teatro Apolo
1 Estação Ferroviária de Aripibu Administração: Prefeitura Municipal de Palmares e FUNDARPE
Administração: Assentamento rural do Incra
1 Casa-grande do Engenho Verde
Barreiros Administração: Processo de desapropriação pelo Estado

1 Estação Ferroviária de Barreiros 2 Conjunto Ferroviário de Palmares


Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Administração: Prefeitura de Palmares

3 Estação Ferroviária Pirangi


Catende Administração: Usina Pumati
1 Conjunto Ferroviário de Catende
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Pombos
1 Conjunto Ferroviário de Pombos
Cortês Administração: Prefeitura de Pombos

1 Estação Ferroviária de Cortês - Sede


Administração: Prefeitura de Cortês Quipapá
1 Estação Ferroviária de Quipapá
2 Estação Ferroviária Ilha de Flores
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Administração: Usina Pedrosa

Escada Ribeirão
1 Estação Ferroviária de Frexeiras 1 Estação Ferroviária de Linda Flor
Administração: Administração: Helena Santos da Silva

Gameleira 2 Estação Ferroviária de Progresso


Administração: Diva Maria Silva de Lima
1 Estação Ferroviária de Gameleira
Administração: Prefeitura de Gameleira 3 Conjunto Ferroviário de Ribeirão
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Jaqueira 1 Casa-Grande do Engenho Lajes
1 Estação Ferroviária de Frei Caneca Administração: Incra

Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU


Rio Formoso
2 Estação Ferroviária de Jaqueira - Sede 1 Casa-Grande do Engenho Estrela do Norte
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Administração: Francisco Julião de Oliveira Sobrinho

111
2 Estação Ferroviária RD11. MATA NORTE
Administração:
Aliança
São Benedito do Sul 1 Conjunto Ferroviário de Aliança
1 Estação Ferroviária de Igarapeba Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Carpina
2 Estação Ferroviária de São Benedito do Sul - Sede
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU 1 Estação Ferroviária de Carpina
1 Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Sirinhaém
Goiana
1 Antiga Casa de Câmara e Cadeia de Sirinhaém Igreja de São Lourenço de Tejucupapo
1
Administração: Prefeitura Municipal de Sirinhaém
Administração: Paróquia de Nossa Senhora do Rosário - Goiana
2 Capela de São Roque e sua Torre Sineira
1 Vila do Baldo do Rio Goiana
Administração:
Administração: Diversos Proprietários
1 Convento de Santo Antônio (Convento de
1 Capela do Engenho Novo de Santo Antônio
Sirinhaém - Residência de São Francisco)
Administração: Diocese de Nazaré da Mata
Administração: Província Franciscana de Santo Antônio da Bahia
2 Convento e Igreja de N. Sra. da Soledade
Tamandaré Administração: Diocese de Nazaré da Mata

1 Fortaleza de Sto. Ignácio - Fortaleza de Tamandaré 3 Convento e Igreja Santo Alberto de Sicília
Administração: Ministério da Marinha
Administração: Província Carmelitana de Pernambuco
1 Igreja de São José de Botas de Ouro
Administração: Família Accioly e outros 4 Igreja da Ordem Terceira de N. Sra. do Carmo
Administração: Diocese de Nazaré da Mata

Vitória de Santo Antão 5 Igreja de N. Sra. da Conceição


Administração: Diocese de Nazaré da Mata
1 Igreja N.Sra do Rosário dos Homens Pretos
Administração: Paróquia de Vitória de Santo Antão 6 Igreja de N. Sra. da Misericórdia
2 Sítio Histórico do Monte das Tabocas Administração: Diocese de Nazaré da Mata
Administração: Prefeitura Municipal de Vitória de Santo Antão
7 Igreja de N. Sra. do Amparo
3 Sobradinho de Vitória Administração: Diocese de Nazaré da Mata
Administração:
8 Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
1 Conjunto Ferroviário de Vitória de Santo Antão Administração: Diocese de Nazaré da Mata
Administração: Prefeitura de Vitória de Santo Antão

1 Área onde se deu a Batalha contra os holandeses


9 Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário
Administração: Diocese de Nazaré da Mata
em 3 de agosto de 1645 - Monte das Tabocas
Administração: Governo do Estado - Prefeitura de Vitória 1 Igreja de São Lourenço de Tejucupapo
de Santo Antão Administração: Diocese de Nazaré da Mata

112
2 Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e 2 Estação Ferroviária
Paisagístico da Cidade de Goiana Administração:
Administração: Diversos Proprietários
1 Tracunhaém - Igreja Matriz de Santo Antônio
Administração: Diocese de Nazaré da Mata
Lagoa do Carro
1 Estação Ferroviária de Lagoa do Carro Vicência
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
1 Casa-Grande e Capela do Engenho Poço Comprido
e seus pertences
Nazaré da Mata Administração: Associação dos Filhos e Amigos de Vicência-Afav
1 Estação Ferroviária de Nazaré da Mata
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

1 Capela de São Francisco Xavier do Engenho Bonito RD12. REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
Administração: João Antônio Gonçalves Guerra
Cabo de Santo Agostinho
Paudalho 1 Antiga residência rural do ex-governador José Rufino
Administração: Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho (Comodato)
1 Ponte do Itaíba
Administração: Prefeitura de Paudalho 2 Engenho Massangana
Conjunto Ferroviário de Paudalho Administração: Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj (Comodato)
1
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
3 Sítio Histórico do Cabo de Santo Agostinho e Baía de Suape
2 Sítio Histórico de São Severino dos Ramos (Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti)
Administração: Jaime Toscano de Melo Administração: Fundação dos Economiários Federais - Funcef (Comodato)

1 Mosteirinho de São Francisco 1 Conjunto Ferroviário do Cabo de Santo Agostinho


Administração: Diocese de Nazaré da Mata Administração: CBTU - Metrorec

2 Sítio da Vila Operária de Pontezinha


Timbaúba Administração: Diversos Proprietários

1 Cine Teatro Recreios Benjamin 1 Igreja de Nossa Senhora de Nazaré e Ruínas do


Administração: Prefeitura de Timbaúba Convento Carmelita, contíguo
Administração: Província Carmelita
1 Estação Ferroviária de Pureza
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU 1 Conjunto Arquitetônico e Urbanístico das Áreas
2 Conjunto Ferroviário de Timbaúba - Sede da Baía de Suape
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Administração: Complexo Industrial Portuário de Suape

3 Estação Ferroviária de Rosa e Silva


Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU
Camaragibe
1 Casa-Grande do Engenho Camaragibe
Tracunhaém Administração: Herdeiros de Maria Anita Amazonas Mac Dowel

1 Conjunto Urbano de Tracunhaém 1 Conjunto Ferroviário de Camaragibe


Administração: Diversos Proprietários Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU

113
2 Estação Ferroviária de Macacos 1 Igreja N.Sra. da Boa Viagem do Pasmado
Administração: Secretaria de Patrimônio da União - SPU Administração: Usina São José

1 Casa-Grande do Engenho Camaragibe


Administração: Maria Anita Amazonas Mac Dowell Ipojuca
1 Engenho Gaipió
Fernando de Noronha Administração: João Alberto Marroquim de Souza

1 Forte N. Sra. dos Remédios 2 Igreja de Nossa Senhora da Conceição do


Administração: União Federal Oiteiro de Maracaipe
Administração: Paróquia de São Miguel
2 Igreja N. Sra. dos Remédios
Administração: União Federal 3 Estação Ferroviária
Administração:
1 Arquipélago de Fernando de Noronha
Administração: Governo do Estado 1 Convento e Igreja de Santo Antônio
Administração: Ordem dos Franciscanos
1 Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do
1 Engenho Gaipió
Arquipélago de Fernando de Noronha Administração: Ana Tereza Marroquim, Fernando Marroquim,
Administração: União Federal Maurício Marroquim

Igarassu Itamaracá
1 Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem do Pasmado 11 Casa do Conselheiro João Alfredo
Administração: Usina São José Administração: Secretaria de Ressocialização
1 Engenho Monjope 22 Engenho Amparo
Administração: Fundarpe Administração: Jorge Xavier de Morais Filho

1 Capela de N. Sra. do Livramento 1 Sítio Histórico de Vila Velha


Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife Administração: Vários Proprietários

2 Capela de São Sebastião 1 Fortaleza de Santa Cruz ou Forte Orange


Administração: União Federal
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
1 Igreja de Nossa Senhora da Conceição
3 Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Cidade Administração: Paróquia do Pilar
de Igarassu
Administração: Prefeitura Municipal e outros
Jaboatão dos Guararapes
4 Convento de Santo Antônio, inclusive o Adro,
1 Igreja Nossa Senhora do Loreto
o Cruzeiro fronteiro e toda a área da antiga Administração: Paróquia de Nossa Senhora das Candeias
cerca conventual
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife 1 Casa-grande do Antigo Engenho Suassuna
Administração:
5 Igreja do Recolhimento do Sagrado Coração de Jesus
2 Conjunto Ferroviário de Jaboatão dos Guararapes
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
Administração: CBTU - Metrorec
6 Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião 3 Povoação de Muribeca dos Guararapes
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife Administração: Diversos Proprietários

114
1 Campo das Batalhas dos Guararapes no Município 5 Edifício da Praça João Alfredo, 07 (antigo
de Jaboatão (P. H. N. G.) Pátio São Pedro)
Administração: União Federal e outros Administração: Francisco de Assis Pontual

2 Igreja de N. Sra. da Piedade do Hospício do Carmo 6 Edifício do Antigo Aljube (Museu de Arte
Administração: Província Carmelitana de Pernambuco Contemporânea - MAC)
Administração: Fundarpe
3 Igreja de N. Sra. dos Prazeres, nos Montes
Guararapes, erguida em Monumento Nacional 7 Forte do São Francisco ou do Queijo
pelo Decreto nº22.175, de 03.08.1948 Administração: União Federal
Administração: Ordem Beneditina (O.S.B.)
8 Igreja Abacial do Mosteiro de São Bento
1 Antigo Hospício Carmelitano (Casa de Piedade) Administração: Ordem Beneditina (O.S.B.)
Administração: Província Carmelitana de Pernambuco
9 Igreja da Misericórdia
Administração: Santa Casa de Misericórdia de Recife
Moreno
1 Engenho Moreno 10 Igreja de N. Sra. do Monte
Administração: Ricardo Souza Leão e outros Administração: Ordem Beneditina (O.S.B.)

2 Estação Ferroviária de Moreno 11 Igreja de Santa Teresa


Administração: Prefeitura de Moreno Administração: Santa Casa de Misericórdia de Recife

3 Casa do Agente da Esplanada de Tapera 12 Igreja do Antigo Convento e Igreja de Nossa


Administração: Prefeitura de Moreno Senhora do Carmo
Administração: Província Carmelitana Pernambucana
1 Engenho Moreno
Administração: Palácio Episcopal (antigo) - Museu de Arte
13
Sacra de Pernambuco (Maspe)
Olinda Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife

1 Capela de São Pedro Advíncula 14 Seminário de Olinda e Igreja de Nossa


Administração: Fundarpe Senhora da Graça
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
2 Casa com Muxarabi à Rua do Amparo nº 28
Administração: Santa Casa de Misericórdia de Recife 1 Igreja de Nossa Senhora do Amparo
Administração: Irmandade de N. Sra. do Amparo
3 Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico
da Cidade de Olinda 2 Igreja de São João Batista
Administração: Prefeitura de Olinda e outros. (Inscrito pela Unesco Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
na lista do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural em 14.12.1982)
3 Igreja Matriz São Salvador do Mundo
4 Convento de São Francisco ou Convento de Nossa
(Sé de Olinda)
Senhora das Neves - Capela, Casa de Oração e Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
Claustro dos Terceiros Franciscanos
Administração: Ordem dos Frades Menores Franciscanos 4 Ruínas do Forte do Buraco
Administração: União Federal

115
6 Cemitério dos Ingleses, Santo Amaro
Paulista Administração: Cemitério dos Ingleses
1 Casa e Jardim do Coronel 7 Cinema Glória, São José
Administração: Companhia de Tecidos Paulista Administração: Espólio de Maria José Ferreira Leite – Imóvel nº. 127
Conjunto Arquitetônico de N. Sra do Ó José Ferreira Barros – Imóvel nº. 123
2
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife 8 Cinema São Luiz, Boa Vista
Administração: Fundarpe
3 Sítio Histórico de Nossa Senhora dos Prazeres
de Maranguape 9 Conjunto Ambiental e Paisagístico do Prata, Dois Irmãos
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife Administração: Companhia Pernambucana de Saneamento – Compesa

1 Chaminés das fábricas Aurora e Arthur 10 Conjunto Fabril da Tacaruna, Campo Grande
Administração: Prefeitura de Belo Jardim Administração: Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo

2 Igreja de Santa Isabel 11 Conjunto Urbano da Rua da Aurora, Boa Vista -


Administração: Paróquia de N. Senhora dos Prazeres Santo Amaro
1 Fortaleza de Pau Amarelo Administração: Diversos Proprietários
Administração: União Federal 12 Cruzeiro do Largo da Paz, Afogados
1 Conjunto Arquitetônico de N. Sra do Ó Administração:
Administração: Paróquia de N. Sra. do Ó 13 Escola Rural Alberto Torres, Tejipió
Administração: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
2 Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres
e Engenho Maranguape 14 Espaço Pasárgada - Casa de Manuel Bandeira, Boa Vista
Administração: Paróquia de Paulista Administração: Fundarpe

3 Mata Maranguape 15 Hospital Pedro II, Coelhos


Administração: Família Lundgren Administração: Instituto Materno Infantil de Pernambuco - Imip

16 Hospital Ulisses Pernambucano, Tamarineira


Recife Administração: Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco

1 Arquivo da antiga Casa de Detenção do Recife, 17 Igreja de Santo Amaro das Salinas, Santo Amaro
Administração: Paróquia de Santo Amaro
Santo Antônio
Administração: Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano 18 Igreja Nossa Senhora de Fátima do Colégio Nóbrega,
Boa Vista
2 Antiga Escola de Medicina, Derby
Administração: Companhia de Jesus - Província do Nordeste
Administração: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
19 Liceu de Artes e Ofícios, Santo Antônio
3 Basílica de Nossa Senhora da Penha, São José Administração: Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
Administração: Província Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil
da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos 20 Mural Pictórico de Hélio Feijó, Madalena
Administração: Elsa Moura
4 Casa-Grande do Engenho Barbalho, Iputinga
Administração: Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, da Prefeitura da 21 Palácio da Justiça, Santo Antônio
Cidade do Recife Administração: Poder Judiciário de Pernambuco
5 Casa 157 da Rua Benfica, Madalena 22 Palácio do Campo das Princesas, Santo Antônio
Administração: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Administração: Governo do Estado de Pernambuco

116
23 Pavilhão Luís Nunes, Antigo Serviço para 10 Estação do Brum, Bairro do Recife
Verificação de Óbitos, Derby Administração: Poder Judiciário
Administração: Instituto de Arquitetos do Brasil – PE Estação Ponte d’Uchoa, Av. Rui Barbosa, Graças
11
24 Praça de Boa Viagem com Igreja de 1707 e Administração: Prefeitura da Cidade do Recife
Obelisco de 1926, Boa Viagem Hotel Central, Boa Vista
12
Administração: Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem Administração: Kerginaldo M. de Bastos e Kátia Coimbra Bastos
25 Prédio da Casa da Cultura de Pernambuco
13 Imóveis do Conjunto Habitacional do Antigo
(CCPE), Santo Antônio
Administração: Fundarpe
Parque Industrial da Torre
Administração: Vários Proprietários
26 Prédio da Torre Malakoff, Bairro do Recife
Administração: Fundarpe 14 Prédio da Antiga Casa de Câmara e Cadeia do
Recife, atual sede do Arquivo Público Estadual
27 Prédio 463 da Rua do Imperador, Santo Antônio
Administração: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco - APEJE Jordão Emereciano - APEJE
Administração: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
28 Quartel do Derby, Derby
Administração: Polícia Militar de Pernambuco/Secretaria de Defesa Social 15 Prédio da Antiga Escola Manoel Borba
29 Terreiro Oba Ogunté ou Sítio de Pai Adão, Água Fria Administração: Masidalva Maria Menezes de Melo
Administração: Herdeiros de Felipe Sabino da Costa
16 Placa Indicativa do Clube do Cupim, Aflitos
30 Torre de Atracação do Zepellin, Jiquiá Administração: Luiz Inácio de Barros Lima Filho
Administração: Prefeitura do Recife
17 Mural intitulado Batalha dos Guararapes do artista
1 Acervo do Instituto Miguel Arraes - IMA plástico pernambucano Francisco Brennand, Santo Antônio
Administração: Instituto Miguel Arraes
Administração:
2 Antigo prédio da Escola Manuel Borba, Boa Vista Jardins de Burle Marx
18
Administração: Governo do Estado de Pernambuco
Jardim do Campo das Princesas, Santo Antônio
3 Casa de Badia, São José Praça da República, Santo Antônio
Administração: Maria Lúcia Soares Praça de Casa Forte, Casa Forte
4 Casas nº 47, 55, 61 e 73 da Rua da União, Boa Vista Praça Euclides da Cunha, Benfica
Administração: Diversos Proprietários Praça Faria Neves, Dois Irmãos
Praça Ministro Salgado Filho, Ibura
5 Casa 150 da Rua Benfica, Madalena Administração: Prefeitura do Recife
Administração: Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia
do Estado de Pernambuco - FACEPE 19 Monumento da Polícia Militar - Monumento ao PM
6 Cruz do Patrão, Bairro do Recife Tombado em Cumprimento do Dever - Derby
Administração: Superintendência do Patrimônio da União Administração: Polícia Militar de Pernambuco

7 Cruzeiro do Largo da Paz, Afogados 20 Remanescentes da Fábrica da Torre, Torre


Administração: Prefeitura da Cidade do Recife Administração: Massa falida do banorte e outros propritários

21 Sede do Museu do Estado de Pernambuco, Graças


8 Edifício Diário de Pernambuco, Santo Antônio Administração: Fundarpe
Administração: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco

9 Estação Central do Recife, São José 22 Igreja Matriz de São José, Bairro de São José
Administração: Banco do Brasil / Fundarpe Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife

117
1 Acervo do Museu do Estado de Pernambuco 13 Fortaleza de São João Batista ou Forte do Brum,
(anexo a Biblioteca), Graças Bairro do Recife
Administração: Governo do Estado de Pernambuco / Fundarpe Administração: União Federal

2 Antigo Palácio da Soledade, Boa Vista 14 Fortaleza de São Tiago ou das Cinco Pontas, São José
Administração: Companhia de Jesus (S.J.) e Província do Norte Administração: Domínio da União (serventia do Ministério do Exército)
do Brasil da Bahia / Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
15 Ginásio Pernambucano, Santo Amaro
3 Arraial Novo do Bom Jesus, Cordeiro Administração: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife
16 Igreja da Boa Vista, Boa Vista
4 Capela de Nossa Sra. da Conceição da Congregação Administração: Irmandade da Boa Vista
Mariana, seu acervo móvel e integrado, São José
17 Igreja da Madre de Deus, Bairro do Recife
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife
5 Capela de Nossa Senhora da Conceição ou Capela 18 Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo,
da Jaqueira, Jaqueira
Santo Antônio
Administração: Dona Ana Isabel da Costa Brito
Administração: Venerável Ordem Terceira de N. Sra. do Carmo do Recife
6 Capela dos Noviços da Ordem Terceira de São Francisco
19 Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares
(Capela Dourada), Santo Antônio Administração:
Administração: Venerável Ordem Terceira do Seráfico São Francisco do Recife
20 Igreja de Nossa Senhora das Fronteiras, Boa Vista
7 Casa da Rua da Imperatriz, 147 (onde nasceu Administração: Cúria Metropolitana de Olinda e Recife
Joaquim Nabuco), Boa Vista
Administração: Idalina Leal Moreira, Antônio de Souza Soares e 21 Igreja de Nossa Senhora do Pilar, Bairro do Recife
Maria da Conceição Moreira Soares Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife

8 Casa natal de Oliveira Lima, Boa Vista 22 Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos,
Administração: Maria do Carmo da Cunha Brandão, Beatriz da Santo Antônio
Cunha Brandão e Eunice da Cunha Brandão Administração: Arquidiocese de Olinda e Recife

9 Casa Paroquial, anexa à Igreja Matriz de 23 Igreja de Nossa Senhora do Terço, São José
Administração: Irmandade Nossa Senhora do Terço
Santo Antônio, Santo Antônio
Administração: Venerável Irmandade do Santíssimo da Matriz 24 Igreja de Santo Antônio, Santo Antônio
de Santo Antônio Administração: Irmandade da Nossa Senhora da
Conceição dos Militares
10 Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Urbanístico
do antigo Bairro do Recife, Bairro do Recife 25 Igreja de São Gonçalo, Boa Vista
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife e outros Administração: Irmandade de Caridade

11 Convento de Santo Antônio, Santo Antônio 26 Igreja de São José do Ribamar, com todos os
Administração: Província Franciscana de Santo Antônio da Bahia (OFM) seus pertences, São José
Administração: Irmandade de São José do Ribamar
12 Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo,
27 Igreja de São Pedro dos Clérigos, inclusive o Conjunto
Santo Antônio
Administração: Província Carmelitana de Pernambuco Arquitetônico do Pátio de São Pedro, São José
Administração: Venerável Irmandade de São Pedro dos Clérigos

118
27 Igreja do Divino Espírito Santo, Santo Antônio 1 Basílica de Nossa Senhora da Penha, São José
Administração: Irmandade do Divino Espírito Santo Administração: Província Nossa Senhora da Penha do Nordeste
do Brasil da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
28 Igreja Matriz de Santo Antônio ou do Santíssimo
2 Campo do Jiquiá, Jiquiá
Sacramento, Santo Antônio Administração: Polícia Militar de Pernambuco
Administração: Venerável Irmandade do Santíssimo da
Matriz de Santo Antônio 3 Capela Nossa Senhora dos Aflitos, Aflitos
Administração: Província Carmelitana Pernambucana
29 Marco Divisório da antiga Capitania de Itamaracá e
4 Casa onde morou Manuel Bandeira, Boa Vista
toda a coleção histórica e de valor artístico pertencente Administração: Fundarpe
ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico
de Pernambuco, Boa Vista 5 Casa da Cultura (Antiga Casa de Detenção)
Administração: Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Administração:
de Pernambuco 6 Casa Loja Maçônica Conciliação, Boa Vista
Administração:
30 Mercado de São José, São José
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife 7 Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça
31 Palacete da Rua Benfica, 251, jardins e demais da República, Santo Antônio
Administração: Poder Judiciário de Pernambuco
construções, grades e portas de ferro, Madalena
Administração: Dulce Cavalcante Von Sohsten, Frederika Christiana 8 Conjunto Arquitetônico da Rua Barão de
Elizabeth Bezerra Cavalcante e José Rufino Bezerra Cavalcante Neto
São Borja, Casas Nº 204, 209, 212, 218, 226,
32 Pavilhão Luiz Nunes, Antigo Pavilhão de 232, 240, 246, 279 e 320. Rua da Soledade:
Óbitos “Luiz Nunes”, Derby Casas Nº 13, 25, 27 e 35. Boa Vista
Administração: Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB-PE Administração: Diversos Proprietários

33 Prédio da Av. Rui Barbosa, 1596 (Sede da 9 Duas Quadras da Rua da Aurora
Administração: Diversos Proprietários
Academia Pernambucana da Letras), Jaqueira
Administração: Academia Pernambucana de Letras 10 Estação do Brum, Bairro do Recife
Administração: Diversos Proprietários
34 Prédio da Faculdade de Direito do Recife, Boa Vista
Administração: União Federal - UFPE 11 Igreja de Nossa Senhora do Livramento,
Santo Antônio
35 Sítio da Trindade - Conjunto Paisagístico, Casa Amarela Administração: Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Soledade
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife
12 Jardins de Burle Marx
36 Sobrado Grande da Madalena (Museu da Abolição),
Jardim do Campo das Princesas, Santo Antônio
Madalena
Praça da República, Santo Antônio
Administração: União Federal
Praça de Casa Forte, Casa Forte
37 Teatro de Santa Isabel, Santo Antônio Praça Euclides da Cunha, Benfica
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife Praça Faria Neves, Dois Irmãos
Praça Ministro Salgado Filho, Ibura
38 Vivenda Santo Antônio de Apipucos Administração: Prefeitura da Cidade do Recife
(Casa de Gilberto Freyre) e Sítio paisagístico 13 Peças de Arte Sacra dos Bispados do Nordeste
Administração: Fundação Gilberto Freyre Administração: Prefeitura da Cidade do Recife

119
14 Ponte da Boa Vista, Boa Vista São Lourenço da Mata
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife

Prédio do Liceu de Artes e Ofícios, Santo Antônio 1 Igreja de Nossa Senhora da Luz e de Nossa
15
Administração: Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP Senhora do Rosário dos Pretos
Administração: Paróquia de São Lourenço da Mata
16 Sinagoga - Kahal Zur Israel, Bairro do Recife
Administração: Federação Israelita de Pernambuco - FIPE 2 Conjunto Ferroviário de São Lourenço - Sede
Administração: Secretaria do Patrimônio da União - SPU
17 Teatro Apolo, Bairro do Recife
Administração: Prefeitura da Cidade do Recife 3 Estação Ferroviária Tiúma
Administração: Usina Tiúma
18 Terreiro Oba Ogunté ou Sítio de Pai Adão, Água Fria
Administração: Herdeiros de Felipe Sabino da Costa

Conceição das Crioulas em Salgueiro

120
8 Patrimônios vivos de Pernambuco

121
122
123
Ano de Registro: 2005 Maria Madalena Correia do Nascimento
Ana Leopoldina Santos (in memoriam) Nome Artístico: Lia de Itamaracá
Nome Artístico: Ana das Carrancas Atividade/expressão cultural: cirandeira
Atividade/expressão cultural: artesã ceramista Cidade: Itamaracá
Cidade: Petrolina
Reginaldo Alves Ferreira
Francisco Soares de Araújo (in memoriam) Nome Artístico: Camarão
Nome Artístico: Canhoto da Paraíba Atividade/expressão cultural: sanfoneiro
Atividade/expressão cultural: violonista Cidade: Recife
Cidade: Recife
Sociedade Musical Curica
José do Carmo Souza Atividade/expressão cultural: banda musical
Nome Artístico: Zé do Carmo Cidade: Goiana
Atividade/expressão cultural: artesão ceramista
Cidade: Goiana
Ano de Registro: 2006
José Francisco Borges Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia Noite
Nome Artístico: J. Borges Atividade/expressão cultural: agremiação carnavalesca clube
Atividade/expressão cultural: literatura de cordel e de frevo
xilogravura Cidade: Olinda
Cidade: Bezerros
José Costa Leite
José Soares da Silva Atividade/expressão cultural: literatura de cordel e
Nome Artístico: Dila xilogravura
Atividade/expressão cultural: literatura de cordel e Cidade: Condado
xilogravura
Cidade: Caruaru Margarida Pereira de Alcântara
Nome Artístico: Índia Morena
Manoel Borges da Silva Atividade/expressão cultural: circo
Nome Artístico: Mestre Nuca Cidade: Jaboatão
Atividade/expressão cultural: artesão ceramista
Cidade: Tracunhaém
Ano de Registro: 2007
Manoel Salustiano Soares (in memoriam) Confraria do Rosário
Nome Artístico: Mestre Salustiano Atividade/expressão cultural: congo, rosário
Atividade/expressão cultural: mestre de folguedos Cidade: Floresta
populares, rabequeiro
Cidade: Olinda Fernando Spencer
Atividade/expressão cultural: cinema
Manuel Eudócio Rodrigues Cidade: Recife
Nome Artístico: Manoel Eudócio
Atividade/expressão cultural: artesão ceramista José Joaquim da Silva
Cidade: Caruaru Nome artístico: Zezinho de Tracunhaém
Atividade/expressão cultural: artesão ceramista
Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado Cidade: Tracunhaém
Atividade/expressão cultural: maracatu de baque virado
Cidade: Recife

124
Ano de Registro: 2008 Ano de Registro: 2011
Caboclinho Sete Flexas Maria Amélia da Silva
Atividade/expressão cultural: caboclinho Nome Artístico: Maria Amélia
Cidade: Recife Atividade/expressão cultural: artesã ceramista
Cidade: Tracunhaém
Selma Ferreira da Silva
Nome artístico: Selma do Coco Maracatu Estrela de Ouro de Aliança
Atividade/expressão cultural: coquista Atividade/expressão cultural: maracatu de baque solto
Cidade: Olinda Cidade: Recife

Teatro Experimental de Arte de Caruaru Tomaz Aquino Leão


Nome artístico: TEA Nome artístico: Galo Preto
Atividade/expressão cultural: teatro Atividade/expressão Cultural: coco/embolada
Cidade: Caruaru Cidade: Paulista

Ano de Registro: 2009 Ano de Registro: 2012


José Nunes de Souza Arlindo Ramos Pereira
Nome Artístico: Maestro Nunes Nome Artístico: Arlindo dos 8 Baixos
Atividade/expressão cultural: música/maestro Atividade/expressão cultural: 8 baixos/forró
Cidade: Recife Cidade: Recife

Tribo de Caboclinhos Canindé do Recife Associação Musical Euterpina de Timbaúba


Nome Artístico: Caboclinhos Canindé Atividade/expressão cultural: banda musical
Atividade/expressão cultural: caboclinhos Cidade: Timbaúba
Cidade: Recife
João Locádio da Silva
Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu Nome artístico: João Silva
Atividade/expressão cultural: maracatu de baque virado Atividade/expressão Cultural: compositor/forró
Cidade: Igarassu Cidade: Recife

Ano de Registro: 2010 Ano de Registro: 2013


Valdemir de Souza Ferreira Ademir de Souza Araujo
Nome Artístico: Didi Nome Artístico: Maestro Ademir
Atividade/expressão cultural: samba/pagode Atividade/expressão cultural: Música/Frevo
Cidade: Recife Cidade: Recife

José Ursicino da Silva Amaro Arnaldo do Nascimento


Nome artístico: Maestro Duda Nome Artístico: Lula Vassoureiro
Atividade/expressão cultural: maestro Atividade/expressão cultural: Artes Plásticas/ Artesanato
Cidade: Recife Cidade: Bezerros

Sociedade Musical Euterpina Juvenil Nazarena Sociedade Musical 5 de novembro


Nome artístico: Banda Capa Bode Nome artístico: Banda Revoltosa
Atividade/expressão Cultural: banda musical Atividade/expressão Cultural:Música/ Banda filarmônica
Cidade: Nazaré da Mata Cidade: Nazaré da Mata

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9 Patrimônio cultural imaterial

“O imaterial, o intangível é, por mais paradoxal que seja, o corpo


mais visível e material da nossa cultura. Os nossos ritos, mitos,
expressões, convivências, crenças e sentimentos fazem parte do que
há de mais palpável na cultura brasileira. É a imaterialidade que a
cultura brasileira se move, se movimenta”.
Gilberto Gil (2005)

A UNESCO define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações,


expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e
lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns
casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”.
Trata-se, portanto, de conhecimentos, saberes e fazeres transmitidos de geração em
geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu
ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento
de identidade, pertencimento e continuidade. Como exemplo, temos: as tradições e
expressões orais; expressões artísticas; práticas sociais, rituais e atos festivos;
conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao universo; técnicas artesanais
tradicionais.

O que é um inventário?
Inventariar, como lembra a definição de dicionário, significa encontrar, tornar
conhecido, identificar e descrever de forma acurada cada bem considerado, de modo a
permitir a sua adequada classificação. No caso do patrimônio imaterial, o inventário é
um importante instrumento para produzir conhecimento e salvaguardar saberes,
artes, ofícios, formas de expressão, celebrações e modos de fazer que constituam
marcos e referências de identidade para determinado grupo social.

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Como preservar o Patrimônio Imaterial? Quais são os instrumentos para a preservação?
Oriundos de processos culturais de construção de sociabilidades, de formas de
sobrevivência, de apropriação de recursos naturais e de relacionamento com o meio
ambiente, os bens culturais imateriais possuem uma dinâmica específica de
transmissão, atualização e transformação que não pode ser submetidos às formas
usuais de proteção. Assim, mais do que conservação, no mesmo sentido das noções
fundadoras da prática de preservação dos bens móveis e imóveis, o patrimônio
imaterial requer instrumentos voltados à identificação, valorização, reconhecimento,
registro etnográfico, acompanhamento periódico e apoio. Trata-se de identificar, na
dinâmica social em que se inserem bens e práticas culturais, sentidos e valores vivos,
marcos de vivências e experiências que conformam uma cultura para os sujeitos que
com ela se identificam.

O que é o Registro do Patrimônio Imaterial?


O registro - instituído pelo Decreto 3.551 de 04 de agosto de 2000 - é, antes de tudo, uma
forma de reconhecimento e busca a valorização de saberes, celebrações, rituais, formas
de expressão e os espaços onde essas práticas se desenvolvem, não devendo, portanto,
ser visto como um instrumento de tutela e acautelamento análogo ao tombamento.
Corresponde, muitos mais, a um processo de identificação, produção de conhecimento
sobre o bem cultural e apoio a dinâmica dessas práticas socioculturais, favorecendo “um
amplo processo de conhecimento, comunicação, expressão de aspirações e
reivindicações entre diversos grupos sociais” (IPHAN, 2006).

Quais são as vantagens em se registrar um bem imaterial?


O registro caracteriza-se como um instrumento legal que representa uma forma de
valorização de referências culturais de natureza imaterial e um compromisso do Estado
no sentido de documentar, produzir conhecimento e apoiar sua continuidade. Nele, os
bens imateriais não são só reconhecidos como referências emblemáticas da cultura
nacional como, também, se tornam passíveis de receber, por parte do Estado, apoio e
fomento em políticas específicas de salvaguarda. Além disso, o registro garante a
difusão de informações sobre o patrimônio cultural brasileiro, contribuindo para um
melhor conhecimento da sociedade sobre si mesma.
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O que é política de salvaguarda?
Entende-se por “salvaguarda” as medidas que visam garantir a viabilidade do
patrimônio cultural imaterial, tais como a identificação, a documentação, a
investigação, a preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a transmissão e
revitalização deste patrimônio em seus diversos aspectos. O princípio das políticas de
salvaguarda do patrimônio imaterial é fortalecer e dar visibilidades às referências
culturais dos grupos sociais em sua heterogeneidade e complexidade, promovendo a
apropriação simbólica e o uso sustentável dos recursos patrimoniais. As formas de
salvaguardar um bem imaterial podem ir desde a ajuda financeira a detentores de
saberes específicos com vistas à sua transmissão, até, por exemplo, a organização
comunitária ou a facilitação de acesso a matérias primas.

Patrimônio Vivo de Pernambuco


A Lei do Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, Lei nº. 12.196, de 02 de
maio de 2002, tem como objetivo reconhecer, valorizar e apoiar mestres e grupos que
detenham os conhecimentos ou as técnicas necessárias para a produção e a
preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular - formas de expressão,
saberes, ofícios e modos de fazer -, em especial, os que sejam capazes de transmitir
seus conhecimentos, técnicas e habilidades às novas gerações de alunos e aprendizes,
objetivando a proteção e a difusão do patrimônio pernambucano.
Sua missão, ainda, é possibilitar e potencializar o reconhecimento, acesso, difusão e
fruição dos diversos bens, memórias, saberes e histórias presentes nas culturas
populares. Para tanto, além de receberem bolsas vitalícias, os mestres e grupos
contemplados participam de diversos programas de ensino-aprendizagem, como
oficinas, palestras, cursos e concursos, com o propósito de transmitirem seus saberes,
processos fundamentais para a produção, manutenção e recriação de nossas
manifestações culturais.

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10 Relação dos bens imateriais registrados

a. Bens Imateriais Registrados pelo Iphan em Pernambuco

1. Feira de Caruaru
Inscrição: Livro de Registro dos Lugares / 2006

Roberta Guimarães/SecultPE

2. Frevo
Inscrição: Livro de Registro das Formas de Expressão / 2007

Val Lima

3. Roda de Capoeira / Ofícios de Mestres


Inscrição no Livro de Registro das Formas de Expressão / 2008
Inscrição no Livro dos Saberes / 2008

Costa Neto/SecultPE

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b. Bens Imateriais em Processo de Registro pelo Iphan
1. Caboclinho
Proc. 01450.010229/2008-82
2. Cavalo-Marinho
Proc. 01450.010232/2008-04
3. Maracatu Nação
Proc. 0150.010230/2008-15
4. Maracatu Rural
Proc. 01450.010231/2008-51

c. Bens Imateriais Inventariados pela Fundarpe


1. Ciranda
Conclusão em Maio de 2014
2. Reisado
Conclusão em Setembro de 2014

d. Bens do Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco Considerados


pela Assembleia Legislativa do Estado

Relação dos Bens Nº das Leis


Bolo de Souza Leão 13.428, de 16/04/08
Bolo de Rolo 13.436, de 24/04/08
Cachaça 13.606, de 31/10/08
Dança do brinquedo popular ciranda 13.723, de 02/03/09
Conjunto arquitetônico e o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém 13.726, de 06/03/09
Bloco Carnavalesco Galo da Madrugada 13.712, de 20/02/09
Festa do Vaqueiro 13.746, de 14/04/09
Cartola 13.751, de 24/04/09
Agremiação Carnavalesca “Bloco da Saudade” 13.757, de 29/04/09
"Papangus" de Bezerros 13.773, de 18/05/09

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Festa da Pitomba 13.759, de 30/04/09
Festa das Marocas 13.842, de 14/08/09
“Festa da Batalha do Reduto” 13.841, de 14/08/09
Carnaval de Olinda 13.778, de 27/05/09
Dança do Xaxado 13.776, de 27/05/09
Agremiação Carnavalesca Bloco das Flores 13.843, de 14/08/09
Bloco carnavalesco “A mulher da Sombrinha'' 13.840, de 14/08/09
São João de Caruaru 13.788, de 09/06/09
Carnaval de Vitória de Santo Antão 13.850, de 18/08/09
Sítio Histórico do Monte das Tabocas 13.849, de 18/08/09
Manguebeat 13.853, de 19/08/09
Festa das Dálias de Taquaritinga do Norte 13.851, de 18/08/09
Alto do Moura 13.789, de 09/06/09
Festival de Inverno de Garanhuns 13.878, de 25/09/09
Grupos de Maracatu Rural de Nazaré da Mata 14.163, de 17/09/10
Clube Carnavalesco misto das Pás 14.176, de 27/09/10
Missa do Poeta, (homenagem in memorian ao Poeta e Compositor Zé
Marcolino e demais poetas falecidos do Pajeú), celebrada todos os anos
na cidade de Tabira- PE 14.174, de 27/09/10

e.Bens do Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco, em Processo


de Análise pela Assembleia Legislativa do Estado

Relação dos Bens Nº do processo


Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho 1184/2009

131
11 Conselhos municipais de preservação
do patrimônio

A proteção do patrimônio deve ser realizada nas três esferas de governo: nacional,
estadual e também municipal. Para que os Municípios possam tombar e registrar seus
bens materiais e imateriais é preciso que seja formado primeiro o CONSELHO
MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO.

Os Conselhos Municipais têm por função realizar o tombamento e registro de bens


materiais e imateriais de valor histórico, arqueológico, etnográfico, paisagístico,
paleográfico, bibliográfico artístico ou arquitetônico, existentes no município. Além disso,
são os responsáveis pelas medidas administrativas cabíveis para a preservação dos
bens municipais e também por formular diretrizes para a política municipal de
preservação do patrimônio.

a. Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda

A Lei Nº. 4119/79 criou o Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda -
CPSHO, órgão colegiado integrante da estrutura da Secretaria de Educação e Cultura,
que promove o funcionamento do Conselho, assegurando-lhe recursos humanos e
materiais necessários. Olinda foi a primeira cidade pernambucana a criar o Conselho
Municipal de Preservação.

Títulos de Olinda
A Olinda moderna ostenta quatro títulos, todos a ela atribuídos em virtude de sua
exuberante beleza natural e de seu valioso patrimônio em pedra e cal. São eles:

Monumento Nacional - Lei federal N°. 6863, de 26 de novembro de 1980 (Lei


Fernando Coelho)
O título foi atribuído a Olinda durante o governo militar do presidente João Figueiredo e
serviu para respaldar o encaminhamento à Unesco do processo de concessão do título
de Patrimônio Cultural da Humanidade.

132
Patrimônio Cultural da Humanidade
O título de Patrimônio Cultural da Humanidade foi concedido pela Unesco em 1982,
depois de uma luta iniciada pela Prefeitura em 1978, com o apoio de personalidades
como o embaixador olindense Holanda Cavalcanti, o então ministro Eduardo Portela,
além de Aloísio Magalhães. Com esse título, Olinda inscreveu-se na lista de
monumentos mundiais e figura ao lado de bens da humanidade como a Catedral de
Notre-Dame, em Paris, o sítio arqueológico de Nemrut Dag, na Turquia, o Parque
Nacional do Serengeti, na África, e a Cidade do Vaticano, entre outros 400 monumentos
em todo o mundo.

Cidade Ecológica - Decreto Municipal N°. 023, de 29 de junho de 1982


O título foi conferido a Olinda pelo então prefeito Germano Coelho, tendo em vista as
várias áreas verdes existentes na cidade, tais como o Horto d' El Rey, um dos primeiros
jardins botânicos do país; o Bosque de Coqueiros, situado na entrada da cidade, com
mais de dez mil mudas; a Mata de Passarinho, além de outros sítios de preservação do
verde. O dia 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, patrono da ecologia, é
dedicado à comemoração do título e à exaltação ao coqueiro.

1ª. Capital Brasileira da Cultura


O título foi conferido a Olinda pela Organização Capital Brasileira da Cultura em 30 de
junho de 2006.

133
Bens Materiais Tombados pelo 13. Fábrica de Doces Amorim Costa (Mercado Eufrásio
Barbosa) (Séc. XIX)
Conselho de Preservação dos Administração: Prefeitura de Olinda
Sítios Históricos de Olinda 14. Igreja de Nossa Senhora do Amparo (Séc. XVI)
Administração: Confraria de N.Sra do Amparo
1. Igreja de São Sebastião (Séc. XVII)
15. Capela de Santana do Engenho Fragoso (Séc. XIX)
Administração: Câmara Municipal de Olinda
Administração: Paróquia de São José
2. Forte do Buraco (Séc. XVII)
16. Igreja de N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos de
Administração: Ministério da Marinha
Olinda (Séc. XVII)
3. Casa da Pólvora (Séc. XVII) Administração: Irmandade de N.Sra do Rosário
Administração: Ministério do Exército
17. Igreja do Bom Jesus do Bonfim (Séc. XVIII)
4. Convento de Santo Amaro da Água Fria (Séc. XVII) Administração: Irmandade do Bom Jesus do Bonfim
Administração: Congregação da Mãe Três Vezes
18. Cine Duarte Coelho (Séc. XX)
Admirável
Administração: Prefeitura de Olinda
5. Capela de Santana de Rio Doce (Séc. XVIII)
19. Ed. Del Rio e demais exemplares da arquitetura
Administração: Ordem de São Francisco
proto-racionalista
6. Bica de São Pedro (Séc. XVI / XVII) Administração: Diversos Proprietários Privados e
Administração: Prefeitura Municipal Prefeitura de Olinda (Cine Duarte Coelho)

7. Bica dos Quatro Cantos (Séc. XVI / XVII)


Administração: Prefeitura Municipal

8. Bica do Rosário (Séc. XVI / XVII) Bens Imateriais Registrados pelo


Administração: Prefeitura Municipal
Conselho de Preservação dos Sítios
9. Passo da Ribeira (Séc. XVIII)
Administração: Prefeitura de Olinda
Históricos de Olinda
10. Passo dos Quatro Cantos (Séc. XVIII) 1. Confraria de N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos
Administração: Prefeitura de Olinda Resolução CPSHO Nº. 01/2005

11. Passo da Rua 27 de Janeiro (Séc. XVIII) 2. Tapioca


Administração: Prefeitura de Olinda Resolução CPSHO Nº. 13/2006

12. Passo da Sé (Séc. XVIII) 3. Quilombo Urbano da Nação Xambá


Administração: Prefeitura de Olinda Resolução CPSHO 2007

134
12 Missão das entidades de
preservação do patrimônio

MISSÃO DO IPHAN
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Iphan é uma autarquia
federal vinculada ao Ministério da Cultura, responsável por preservar a diversidade
das contribuições dos diferentes elementos que compõem a sociedade brasileira e
seus ecossistemas. Esta responsabilidade implica preservar, divulgar e fiscalizar os
bens culturais brasileiros, bem como assegurar a permanência e usufruto desses
bens para a atual e as futuras gerações.

MISSÃO DA FUNDARPE
A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco Fundarpe é o órgão
que formula, implementa e executa a Política de Cultura do Estado de Pernambuco,
de forma estruturadora e sistêmica, focada na inclusão social, na universalização das
identidades e da multiculturalidade, na integração e no desenvolvimento partilhado
de políticas públicas.

MISSÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE


PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Cabe ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio propor formas de
preservação (tombamento, salvaguarda) e valorização dos bens culturais materiais e
imateriais de modo integrado com os Planos de Preservação Estadual e Nacional.

135
13 Preservação do Patrimônio

“Defender o nosso patrimônio histórico e artístico é alfabetização.”


(Mário de Andrade)

A Constituição Federal de 1988 estabelece que preservar os bens culturais e naturais


brasileiros é função não só da União, dos Estados e dos Municípios, mas também das
comunidades, de cada cidadão. Assim, além do tombamento, existem outras formas de
preservação como os inventários, as legislações estaduais e municipais (que são tão
importantes para a preservação quanto a apropriação dos bens culturais pelas
comunidades em que estão inseridos) e os planos diretores, a exemplo do município de
Triunfo, que incluiu no seu plano diretor um ítem específico com normas de preservação
do seu centro histórico.

Dessa forma, quando se preserva um bem legalmente e de fato, na prática, conserva-se a


memória do que fomos e do que somos, ou seja, a identidade da nação, a riqueza comum
que nós herdamos como cidadãos e que vai ser transmitida de geração em geração.
Saiba um pouco mais sobre o que você pode fazer para preservar os bens de valor
histórico e artístico de sua comunidade.
Qualquer pessoa pode encaminhar ao Iphan, aos governos estaduais e municipais
um pedido de tombamento de bens materiais de valor histórico e artístico de sua
Comunidade, mesmo que esse bem não seja seu.
O proprietário de um bem tombado não perde sua propriedade. Ao contrário, o bem
passa a ter mais valor e os cuidados com a sua preservação passam a ser
compartilhados entre o dono, a comunidade e o Estado.
Os bens tombados são tão importantes para a nação que só podem sair do País para
fim de intercâmbio cultural.
Todo cidadão é um agente fiscalizador da preservação do patrimônio brasileiro,
podendo informar ao Iphan ou a outro órgão de proteção se um bem cultural está
sendo destruído, demolido ou mutilado.
136
14 Contatos das entidades de preservação
do patrimônio

Esfera Federal:
Iphan Fone: (81) 3228.3011/ 2248, Site: www.iphan.gov.br

Esfera Estadual:
Secretaria de Cultura de Pernambuco
Fone: (81) 3184.3003 | www.cultura.pe.gov.br

Fundarpe
Fone: (81) 3184.3000 | www.cultura.pe.gov.br

Conselho Estadual de Cultura


Fone: (81) 3423.7658, e-mail: conselhoculturape@gmail.com

Condepe-Fidem
Fone: (81) 3182.4400 | www.condepefidem.pe.gov.br

Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco


Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer
Fone: (81) 3183.2211 | www.alepe.pe.gov.br

Ministério Público de Pernambuco


(81) 3182.7452 | www.mppe.gov.br

Esfera Municipal:
Prefeituras Municipais

Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda


(81) 3305.1142/3439.2700

137
15 Referências e indicações de leitura

Governo do Estado de Santa Catarina. Patrimônio Imaterial: como identificar, inventariar


e proteger o patrimônio. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 2008.

GIL, Gilberto. Proclamação do samba de roda do recôncavo baiano e o círio de Nazaré


como patrimônio imaterial brasileiro. Solenidade de abertura, Brasília, 5 out. 2005.

IPHAN. Ministério da Cultura. O registro do patrimônio imaterial: dossiê das atividades


da Comissão e do Grupo de Trabalho Patrimônio Imaterial. Brasília, 2006.

“Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco” Edição 2008, Publicação da


Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe.

“Festival Pernambuco Nação Cultural - Educação Patrimonial para a Mata Norte” 1ª.
Edição
2009, Publicação da Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe.

“Festival Pernambuco Nação Cultural - Educação Patrimonial para o Sertão Central” 1ª.
Edição
2009, Publicação da Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe.

UNESCO. Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Paris, 2003.

VIANNA, Letícia. “Patrimônio Imaterial: legislação e inventários culturais”. In:


Celebrações e saberes da cultura popular: pesquisa inventário, crítica, perspectivas. Rio
de Janeiro: Funarte, 2004.

Site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan


www.iphan.gov.br

138
Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.
Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer.

Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer.


http://www.fce.pe.gov.br/sistemas/contituicao-estadual - acessado em 04/08/2009

Artesanato do Mestre Vitalino

139
ISBN

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