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Universidade Estadual de Feira de Santana

Departamento de Letras e Artes


Curso: Licenciatura em Música
Disciplina: História e Diversidade da Música Brasileira II
Docente: Luciano Caroso
Discente: Robson Medeiros

Joaquim Antônio da Silva Callado Jr. nasceu em 11 de julho de 1848


no Rio de Janeiro. Músico, compositor e flautista brasileiro, instrumentista
promissor, em 1866 inicia aula de regência, harmonia e composição com o
maestro Henrique Alves de Mesquita, que exerce forte influência em sua
formação musical. Em 1867, casa-se com Feliciana Adelaide Callado, com quem
tem três filhas e um filho. Com família para sustentar, inicia vida de músico
profissional, tocando flauta em concertos e simultaneamente às atividades
profissionais Callado participa e organiza rodas informais de músicos nas quais
se escuta e se toca todo tipo de música. Porém, com a vivencia nesses círculos
musicais, Calado cria o Choro de Callado, seu próprio conjunto de choro sendo
considerado como o pai do choro e servindo de base para a criação de todos os
outros grupos de choro surgidos posteriormente e estabelecendo a formação
definitiva dos chorões, compostos por flauta, cavaquinho e dois violões. Os
chorões foram muito importantes na divulgação e consolidação da música
popular.

Joaquim Callado trabalhou com vários chorões, que se destacaram


por uma nova maneira de interpretar as modinhas, lundus, valsas e polcas.
Tornou-se profissional desde cedo tocando em bailes e festas da família e tinha
como companheiros de choro, Silveira, Juca Valle, o flautista Viriato Figueira,
dentre outros. O seu primeiro sucesso foi a polca “Querida por todos” dedicada
a Chiquinha Gonzaga de quem Callado era amigo e incentivador. Apresentou
um lundu em forma de concerto pela primeira vez em 1873 intitulado Lundu
Característico. Publicada em 1875, a polca “Cruzes, minha prima” também foi
um dos seus sucessos. Lima Barreto chegou a citar em seu romance Clara dos
Anjos: “Os velhos do Rio de Janeiro, ainda hoje se lembram do famoso Callado
e das suas polcas, uma das quais, “Cruzes, Minha Prima” é uma lembrança
emocionante para os cariocas que estão a roçar pelos setenta”.

Callado também foi professor de flauta no Conservatório Imperial de


Música, a partir de 1871, e no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Em
1879, foi condecorado com a Ordem da Rosa, no grau de Comendador. Foi
escolhido como Patrono da Cadeira número 22 da Academia Brasileira de
Música, porém, sua carreira é interrompida ainda muito jovem, quando aos 32
anos contrai meningite e falece logo em seguida. Apesar desse período curto de
vida, construiu um rico repertório composto de gêneros europeus, mas dando
características próprias. Até o momento, identificam-se como certas 66
composições. Algumas dezenas de polcas, como A Desejada (1880), A
Sedutora (s.d.), Cruzes, Minha Prima (1875), Puladora (s.d.), Conceição (s.d.) e
a mais conhecida delas, Flor Amorosa. Callado também compunha dezenas de
quadrilhas, como Adelaide (s.d.), Aurora (s.d.) e Suíte Manuelita (s.d.) entre
outras. Além delas, produz uma valsa, Hermenêutica (s.d.), a polca Suíte
Pagodeira (s.d.) e dois lundus, um com o sugestivo nome de Às Clarinhas e às
Moreninhas. Os editores da época não apreciaram suas composições pois a
consideravam muito difíceis e, consequentemente, sem apelo de venda. Assim,
Callado é obrigado a publicá-las financiando a edição implicado em uma
divulgação limitada de suas peças fazendo com que fossem copiadas para que
fossem tocadas, função exercida por alguns de seus alunos.

A obra de Callado, com exceção de poucas músicas como a citada


anteriormente "Flor Amorosa", é praticamente desconhecida. Em 1999, O
flautista Leonardo Miranda lançou pela Acari Records o disco "Leonardo Miranda
Toca Joaquim Callado", primeiro disco dedicado exclusivamente à obra do
compositor, com leituras fiéis ao estilo da época.

Joaquim Antônio Callado – Disponível em:


http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa560988/joaquim-antonio-callado

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