Professional Documents
Culture Documents
Problemas convencionais
Problemas não-convencionais
Painel de solução
As ferramentas matemáticas e a resolução de problemas
Materiais diversos - para uma sala com 40 alunos que pode rodiziar com
outras 3 salas
- 40 tesouras
- 40 colas
- 20 caixas de lápis de cor
- 10 folhas de papel pardo
- 100 folhas de papel sulfite
- 100 folhas de papel A3
- 5 rolos de fita crepe
- 20 conjuntos de Canetinha
- Cópia das fichas de aluno
1
Dentre outras publicações de Polya, a mais difundida sobre resolução de problemas data de 1945
e tem como título A arte de resolver problemas(Rio de Janeiro:Interciências, 1977).
3
Por considerarmos que este quadro deve ser alterado e que é possível contribuir
para o aumento da confiança do aluno em aprender matemática sugerimos que além
das duas ações apresentadas anteriormente se coloquem mais duas:
questionar as respostas obtidas;
questionar a própria questão original.
Isto é, resolver um problema não significa apenas a compreensão da questão
proposta, a aplicação das técnicas ou fórmulas adequadas e a obtenção da resposta
correta, mas sim, uma atitude de “investigação científica” em relação àquilo que está
sendo estudado.
Nesse processo a resposta correta é tão importante quanto a ênfase a ser dada à
forma de resolução, permitindo o aparecimento de diferentes soluções, a comparação
entre elas e a verbalização do caminho que levou à solução.
Outro ponto importante deste questionamento é que ele provoca uma análise
mais qualitativa do problema quando se discute: a solução do problema, os dados do
problema e, finalmente o problema dado.
Diante desta postura de inconformismo frente aos obstáculos e ao que foi
estabelecido por outros, podemos aumentar o desenvolvimento do senso crítico e da
criatividade, características primordiais daqueles que fazem ciência e objetivo a ser
alcançado no ensino de matemática.
Trabalhar segundo a perspectiva metodológica da Resolução de Problemas requer
paciência, muitas idas e vindas, cabendo ao professor orientar os alunos sem atropelar o
processo. Cada nova colocação sobre um problema ou, cada novo problema surgido
numa situação, necessita de tempo para que os alunos compreendam e se decidam por
condutas de ação, nem sempre as mais eficientes e, às vezes, incorretas. Assim sendo,
um único problema ou atividade problematizadora pode ocupar várias aulas, seguidas
ou não, sendo necessário sacrificar a quantidade de problemas e atividades em favor da
qualidade de ensino.
Todo esse processo deve acontecer num ambiente em que os alunos propõem,
exploram e investigam problemas que provêm, tanto de situações reais, quanto de
situações lúdicas ou de investigações relacionadas à própria matemática. Esse ambiente
é um ambiente positivo que encoraja os alunos a propor soluções, explorar
O que é um problema?
Em nossa proposta vamos assumir como problema toda situação que não possui
solução evidente e que exige que o resolvedor combine seus conhecimentos e se decida
pela forma de usá-los em busca da solução. Uma situação que um indivíduo ou grupo
quer ou precisa resolver e para a qual não dispõe de um caminho rápido e direto que o
leve à solução.
Isso significa romper com a visão limitada de problemas que tradicionalmente são
propostos aos alunos depois do estudo de um conteúdo ou de uma técnica.
Ciclo de resolução de problemas:
A) Identificação – perceber que está diante de uma situação-problema;
B) Definição e representação do problema – identificar o assunto ou situação ;
C) Construção de estratégias – análise dos dados;
D) Organização de informações – validar a estratégia;
E) Alocação de recursos – conhecimentos que vou utilizar;
F) Monitoração e avaliação – resolução / conferir resultados.
Imagem Ciclo de resolução de Problemas, retirada do livro Psicologia Cognitiva, de Robert J. Sternberg.
Editora Artmed.
Problemas Convencionais
Pensamos que o certo seria desenvolver nos alunos a competência para resolver
problemas de qualquer natureza: compreender uma situação, analisar e selecionar os
dados, mobilizar conhecimentos, formular estratégias de maneira organizada, validar os
resultados e, se for o caso, propor novas situações.
O primeiro cuidado para romper com esse modelo de ensino centrado em problemas
convencionais, de modo a evitar todas as dificuldades de aprendizagem ligadas a ele é
encarar os problemas-texto na perspectiva metodológica da Resolução de Problemas,
promovendo, mesmo para os problemas de “quatro operações”, um processo de
investigação.
Por outro lado, é preciso assumir que os problemas convencionais são textos
com características tão específicas, que devem receber atenção especial. Não faz
sentido atribuir o fracasso da resolução de um problema convencional à falta de
interpretação de textos do aluno. O texto matemático dos problemas é muito distinto
dos demais; portanto, sua concisão, sua objetividade, o uso apenas de palavras
12
13
14
Mãe, eu sei que você é jornalista, mas sobre o que você escreve no jornal?
15
3. Você pode pagar 35 centavos com sete moedas de 5 centavos, ou com uma de 25
centavos e outra de 10 centavos, ou ainda de muitos outros modos. De quantas
maneiras diferentes você pode pagar 35 centavos, usando apenas moedas de 5, 10 e
25 centavos?
4. Numa festa com 27 participantes foi servido um bolo com forma de cubo. Esse bolo
tinha uma apetitosa cobertura de creme na face de cima e nas quatro faces laterias.
Na hora de servir, o bolo foi cortado em 27 cubinhos iguais e cada participante
recebeu um pedaço. Infelizmente, em certos pedaços não havia creme algum.
Quantas pessoas ficaram sem creme?
Com base na exploração desses problemas o professor pode usar a problematização
para que os alunos confrontem opiniões, reflitam sobre a finalidade adequada e
utilização dos dados apresentados no texto, interpretando e analisando com mais
atenção cada problema.
Uma outra forma de explorarmos problemas não convencionais é propor a
exploração de uma conta ou mesmo problematizar um jogo realizado pelos alunos.
Vejamos a seguir.
16
Essa atividade tem como foco o trabalho com a resolução de problema. Pautando-se
na perspectiva metodológica da resolução de problemas, uma simples atividade
envolvendo uma operação pode se tornar desafiante para o aluno e proporcionar muita
aprendizagem.
2000 – 1379
É importante que após esse primeiro momento seja feita uma socialização das
respostas, com foco no Sistema de Numeração Decimal.
17
a) b) c)
18
Essa atividade tem como foco o trabalho com a resolução de problema. Pautando-se
na perspectiva metodológica da resolução de problemas, uma simples atividade
envolvendo uma operação pode se tornar desafiante para o aluno e proporcionar muita
aprendizagem.
Sabendo que:
375 Quanto é?
X 74 a) 375 x 4 =
1500 b) 375 x 70 =
26250 c) 375 x 74 =
d) 37,5 x 74 =
27750
e) 375 x 7,4=
f) 37,5 x 7,4=
g) 3750 x 74=
h) 3750 x 740 =
i) 375 x 37 =
j) 375 x 73=
k) 125 x 74 =
20
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_____________________
21
Cada uma das contas abaixo foi resolvida de forma errada. Que erros esses alunos
cometeram? Por que você acha que eles cometeram esse erro?
a) b) c)
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________
22
1. Sabendo que:
375 Quanto é?
X 74 a) 375 x 4 =
1500 b) 375 x 70 =
26250 c) 375 x 74 =
d) 37,5 x 74 =
27750
e) 375 x 7,4=
f) 37,5 x 7,4=
g) 3750 x 74=
h) 3750 x 740 =
i) 375 x 37 =
j) 375 x 73=
k) 125 x 74 =
2. Responda:
O que acontece com o resultado dessa conta se multiplicarmos o dividendo por 10?
________________________________________________________________________
___
O que acontece com o resultado dessa conta se multiplicarmos o divisor por 10?
________________________________________________________________________
___
O que acontece com o resultado dessa conta se multiplicarmos tanto o dividendo
quanto o divisor por 10?
________________________________________________________________________
___
O que acontece com o resultado dessa conta se multiplicarmos o dividendo por 100?
________________________________________________________________________
___
O que acontece com o resultado dessa conta se multiplicarmos o divisor por 100?
23
24
26
Objetivos:
Séries indicadas:
Trabalhar o cálculo mental e a
8º ano
habilidade de fazer estimativas com
Organização: relação à divisão de números
Em grupos de dois ou decimais por 10, 100 ou 1000;
quatro alunos. Explorar a noção de intervalo
Materiais necessários: numérico;
Regras
O jogo consiste de cinco jogadas.
Decide-se quem começa.
Os jogadores alternam-se nas jogadas.
Cada jogador, na sua vez, escolhe um dos números do quadro, que não poderá mais ser
escolhido por outro jogador, e faz a opção por dividi-lo por 10, 100 ou 1000.
Verifica em que caixa de pontos está o resultado R da divisão escolhida e marca os pontos
obtidos.
Durante uma partida (cinco jogadas), cada jogador deve realizar pelo menos uma divisão
por 10, 100 e 1000.
Ganha o jogador que, ao final, tiver o maior total de pontos.
Antes de jogar, verifique se seus alunos não têm dúvidas quanto à notação de
intervalo na forma de desigualdades que aparece na Caixa de Pontos da ficha. Para jogar
corretamente, é preciso que eles saibam que 0,1 < R < 1 significa que o resultado R é
maior que 0,1 e menor que 1.
Observe seus alunos enquanto jogam para coletar informações sobre as
dificuldades encontradas por eles.
28
29
A peça branca é o coringa e deve ser usada quando depois de examinar suas peças, o jogador
não encontrar nenhuma que possa ser encaixada. As duas partes da peça devem ser
preenchidas e a peça colocada sobre a mesa de modo que uma de suas partes possa ser
encaixada no jogo, ele poderá retirar, no máximo, três peças do monte.
O vencedor é o primeiro jogador que ficar sem peças.
Problematizações
1. Em uma das pontas estava a peça x2 – x = 0 e Ellen colocou a peça 5 e – 5. Está correta a
jogada de Ellen?
2. Bruna tem a peça com 0 e 1; x2= 1. Que peça tem que ter na mesa para que ela possa
terminar o jogo?
30
31
32
Jogo Matix
Número de participantes: 2 participantes ou 2 duplas
Material: 1 tabuleiro e cartas com números inteiros e curinga
Regras:
1. Preenche-se o tabuleiro com as cartas, da forma como desejar, uma a uma sobre
cada espaço do tabuleiro.
2. Tira-se par ou ímpar para ver quem vai começar o jogo.
3. Cada participante (ou dupla participante) escolherá uma posição (A na vertical e
B na horizontal). Escolhida a posição, esta se manterá até o final do jogo.
4. Começa-se retirando o curinga do tabuleiro.
5. O primeiro participante retira do tabuleiro um número da linha ou coluna do
curinga (dependendo da posição que escolheu: vertical ou horizontal).
6. Em seguida, o próximo tirará um número da linha ou coluna (dependendo da
posição escolhida) que o primeiro retirou o seu número e assim por diante.
7. O jogo acaba quando todas as peças forem tiradas ou quando não existir mais
peças naquela coluna ou linha para serem tiradas.
33
34
CURINGA
- 10 - 10 -5 -5 -4
-3 -3 -2 -2 -1 -4
-1 +1 +1 +2 +2 +3
0 +3 +4 +4 +5 +5
0 0 + 10 + 10 + 15 +8
+8 +7 +7 +5 +5 +6
TABULEIRO DO JOGO MATIX
JOGADOR A JOGADOR B
O PAINEL DE SOLUÇÃO
No trabalho com resolução de problemas nas séries iniciais dois fatores são importantes,
o tipo de problema a ser trabalhado e sua compreensão do texto e a atenção que
devemos dar aos diferentes modos pelos quais os alunos podem resolver problemas.
Acreditamos que este é um caminho que contribui muito para que tal ato seja um
processo de investigação, no qual o aluno se posicione com autonomia e confiança e
possa combinar seus conhecimentos para resolver os problemas apresentados.
Existem vários tipos de trabalho que podem ser realizados para a valorização dos
diferentes modos de resolução apresentados pelos alunos. Um deles é fazer um painel
de soluções. Essa atividade é realizada a partir da coleta de diferentes soluções
apresentadas pelos alunos que, colocadas em um painel, possibilita à classe conhecer os
diferentes caminhos encontrados para resolver uma mesma situação. Mesmo que
algumas estratégias não estejam completamente corretas, é importante que elas
também sejam afixadas para que, através da discussão, os alunos percebam em que
erraram e como é possível avançar. A própria classe pode apontar caminhos para que os
colegas sintam-se incentivados a prosseguir.
Esse painel, que contém todas as soluções ou apenas parte delas, também pode
ser afixado fora da sala de aula. Tal prática faz com que os alunos posicionem-se diante
do grupo e opinem sobre os caminhos dos colegas levando-os a perceber que resolver
problema não é encontrar uma resposta única.
Sobre a escolha do problema para o painel de solução:
Sabendo que cada pote vermelho tem massa de 700 gramas e cada pote azul pesa 25% do peso de um
pote vermelho.
Se não surgirem várias soluções diferentes, apresente um jeito que difere daquele, que
pode ter surgido em outra classe ou que você tenha preparado antes. Você coloca a
solução na lousa para que a classe tente explicar;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista Pátio. Problemas para resolver: Por que o desempenho em Matemática ainda é
tão baixo? Ano VI Nº 13, junho/agosto, 2012.
Revista Pátio. O Jovem e a Leitura. Ano IV Nº 15, Dezembro 2012/Fevereiro 2013.