You are on page 1of 12
18 A Pensonatmape Nona ParoLoatca ‘que corresponderiam a centros reguladores do funcionamento mental num ou noutro registo particular. ‘As classificacdes psicolégicas correspondem a uma preocupagio em inves- tigar, no dominio do funcionamento mental do «horaem normal», categorias nas quais se tentard, de seguida, encaixar as perurbagdes psicopatolégi ‘Um certo atimero de autores trabalharam neste sentido, tais como LINN Arnowp (1782), Cricron (1798), Prictarto (1835), Bucknm e Haxs (1870), Zien (1892) e HenvroTu (1890). O ponto de vista freudiano, pelo contrario, interessa-se por algumas refe- réncias fundamentais que permitem diferenciar ou aproximar as estruturas, tais como 0 sentido latente do sintoma (simbolo ¢ compromisso no interior do conflito psfquico), 0 grau atingido pelo desenvolvimento libidinal, o grau de desenvolvimento do Ego e do Superego e, por fim, a natureza, a diversidade, a flexibilidade e a eficdcia dos mecanismos de defesa. Os pés-freudianos prosseguiram as pesquisas nestas bases: K. ABRAHAM |, E. Grover (1932 ¢ 1958), K. Manwoncer (1938 ‘M. Bouver distingue, em 1950, os modos de estruturaco genital e pré- ‘genital. L. Raortt. (1960 ¢ 1965) situa-se numa perspectiva de conjunto das diferentes fungdes do Ego. A. GREEN (1962 € 1963) procurou apoiar- nogées de perda e de restituicdo do objecto, de fantasmatizacio, de ide do e de desfusio, de castragao, de fragmentagio, de sublimacio e de re mento, para dar’conta, nao s6 das grandes entidades nosolégicas clés mas também da diversidade das pequenas entidades «intermedi: veres esquecidas ou mal usadas por um grande niimero de autores. Por seu lado, J. H. Tet. (1966) ergue-se contra a exclusividade neurética manifestada durante tempo de mais pela investigacdo psicanalitica e considera que se deve lado, uma teoria da perturbagao mental, por outro, s € das fungdes da doenca e, mente, por outro, um sistema de classificacao das perturbacées entre si. 1| ESTRUTURAS E NORMALIDADE Anogao de «normalidade» Eccerto que a utilizagdo da nocao de «normalidade» apresenta incontestaveis, perigos nas mios de quem detém a autoridade médica ou politica, social ou cultural, econémica ou filos6fica, moral, jurfdica ou estética € ~ porque nao? — intelectual. A hist6ria antiga ou contemporanea das comunidades e das ideo- logias grandes ou pequenas oferece-nos cruéis exemplos, conservando-se de ‘cada um deles em memiéria apenas representagdes muito selectivas, em funcio das suas opgdes pessoais, Sea «normalidade» se refere a uma percentagem maioritéria de comporta- mentos ou pontos de vista, a infelicidade € daqueles que pertencem a minoria. Se, por outro lado, a enotmalidader se torna relativa a um ideal colectivo, conhecemos demasiado bem os riscos que correm, mesmo as maiorias, 20 se mente se terem eles proprios visto bloqueados ¢ de terem elaborado, mais tarde, secundariamente, subtis 0s outros, ad ideal ou a regra. Para procurar conti «normal» a crianga identifica-se aos «grandes» ¢ 0 ansioso imita-os. Nos dois, casos, a questo manifesta que se coloca enuncia-se: «Como fazem os outzos?», a subentendida: «Como fazem os grandes? Ora, © verdadeiro problema colocado pelo eventual reconhecimento de i a este nivel, entre estes dois falsos ‘catdstrofes que sabemos; no entan- to, ndo estd em questdio, mesmo entre os mais pacifistas, negar a existéncia do 20 A Pensonatipane Nomuat & PATOLOGICA Esraorenas & Nom 21 quer nogao de «normalidade»? usurpacao da nogio teérica dene idade, weitO. er Sco ver de forrmlar (ou de temer) a cada momento juizos de valor em | doo sonhadores, ds que xdenepaioy pelos pa to dos poderoso Saige yelagdo aos outros quanto a uma eventual «normalidade» concebida, suitas duinstinto de morte, do conjunto dos ele adores internos que ‘ezes, ¢, neste sentido, inoportunamente, puséssemnos, antes de mais,Q.acento Permitem aos humanos (sempre limitados) organizarem-se interiormente para ‘na constatagao de bom funcionamento_ inte ‘ar, tendo enrconta dados particulares para cada individuo (mesmo que ele nos, zonas bastante ce i : i menos, se constantes de eficincia e de bem-estar,n teja muito limitado nas suas possiblidades pessoais, de forma ocasional ou Helo das sun obrigatorasimperfeigdes eds seus nao menos obrigséros SReadoural, parece-me que poderiamos encarar as coisas de uma forma com- conflitos interiores. nal procurarem, no a ilusio do poder absoluto ou da felicidade, mas, pelo | tomo, Ento porque é que haveriamos de sentir necessidade de negar qual- _°”O principal perigo actual parece ser muito menos o risco to conhecido da a ieee sm ser a6 através de simples defesasprojectivas ou enti Chogarizmos,entio, a uma opinido no fim de contas bastante préxima da le um proselitismo invasor e inquietante. do homem comum que pensa, jiamente sem di Pore, ado parece facil enconérar intérlocutores que aceitem discusir um pessoa se encontra um oadane eeaes saison soa probe aspesto subjectivo eminentemente matizado e variével de em mas pessoais profundos, quando cénsegu sae cont bor adlamearcee Fungo das realidades profundas de cada um. asi mesmo e aos outros, Si se paralisar eee Soy am lado, 2 teitagio sédica conduz-nos as estatistcas ou aos ideais. Por endo se fazendo rejeitar pelos outros (pri ido, a tentagao masochista ¢ quando se consid profunda, Jé nao nos deixamos iludir pelas manifestagdes exteriores, por mais ruidosas que sejam, correspondentes 20 estado (momentineo ou prolongado) em que se encontra uma estrutura ver- dadeira e nao a uma mudanga real dessa estrutura nela mesma. 7 Bmlatim orermo norma corresponde, no seu sentido proprio, a um instrament Trjasdro; 26 maistardiamente encontrarmos o uso secund 0, Homscao € Putso-0-Jo s cade determina a Sprama onde declive, gras 8 ei do teieno poder fuser eoree saisado mic oa. Ses ponte mae ioe pasea a sua volta, flho

You might also like