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Apostila 5

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - Jornalismo

DISCIPLINA: Fundamentos do Jornalismo


PROFESSOR: José Romildo de Oliveira Lima
SEMESTRE DO CURSO: Primeiro
SEMESTRE LETIVO: fevereiro a julho de 2004

Adaptação do livro Os Elementos de Jornalismo, capítulo 1

‘’Para que serve o Jornalismo?

I. Fazer jornais clandestinos, montar vídeos e discutir nos porões das igrejas
permite o surgimento da opinião pública. A tecnologia tornava a informação
acessível e inviabiliza o surgimento de stalins e hitlers.

II. Para que serve o jornalismo em democracias frágeis? Para agir: construir
comunidade, a cidadania, a democracia.

III. Tautologia: repetir o mesmo pensamento com palavras sinônimas.

IV. O jornalismo americano é como uma simples tautologia: as coisas são como
dizem os jornalistas. Diante de um público cada vez mais cético, a resposta não
é simples. Pelo menos, não é simples na era da internet quando qualquer pessoa
pode dizer: “estou fazendo jornalismo”; não na época da nova organização
econômica: as regras do ofício são espanadas, redefinidas e às vezes
abandonadas.

V. Não é nada disso: a função do jornalismo é cuidar da vida das pessoas: a


principal finalidade do jornalismo é fornecer aos cidadãos as informações
de que necessitam para serem livres e se autogovernar.

VI. Que significa isso? Definir nossas comunidades e seus objetivos, heróis e vilões:
funciona como guardião, tira as pessoas da letargia e oferece voz aos
esquecidos. O jornalismo está tão enraizado com as comunidades e com a
democracia que, quando há quem queira suprimir as liberdades a primeira
vítima é a imprensa.
VII. Mas essas mesmas sociedades não precisam suprimir o capitalismo: o
jornalismo reflete aí um entendimento sutil de como os cidadãos se comportam:
explicação dada pela Teoria da Participação Pública.

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VIII. Mudança: Tão duradouras até aqui, teoria e finalidade do jornalismo estão sendo
desafiados.
i. A tecnologia formou nova organização jornalística e nela o
jornalismo acaba se submetendo a outros interesses; novo jornalismo
desaparece no meio da informação comercial e da sinergia da
autopromoção;
ii. 1a. Emenda: “O Congresso não pode reduzir a liberdade de
expressão ou da imprensa”; uma imprensa livre é uma instituição
independente;
iii. Há cem anos os publishers manifestavam seus próprios valores
informativos em editoriais de primeira página ou colunas de opinião.
Só que eles atacavam também os valores jornalísticos dos
concorrentes. Isso era marketing e os leitores escolhiam a leitura de
acordo com o estilo de cada um;
iv. A ausência de uma definição do jornalismo não decorreu da Primeira
Emenda mas do conselho de advogados, que temiam que os
princípios passados para um código de princípios virassem motivos
de processos (assim, evitar uma definição de jornalismo era uma
estratégia comercial).
v. Toda geração cria seu próprio jornalismo, mas a finalidade é a
mesma: missão democrática.

IX. Instinto de Percepção: Como as notícia funcionam na vida das pessoas ao longo
dos tempos? As pessoas precisam de informação para responder a este instinto
(de percepção) básico do ser humano:
1. precisam saber o que há do outro lado do mundo, fatos que
vão além de sua própria experiência;
2. Isso lhes permite planejar e administrar a própria vida;
3. Isso permite também estabelecer base para a criação da
comunidade;

X. Historicamente, governantes usaram a informação para manter unidas suas


sociedades. A) coesão e metas comuns. B) Tiranos controlaram seus povos com
ameaças generalizadas.

XI. Jornalismo moderno surgiu no começo do século 17 (cafés de Londres e depois


pubs nos Estados Unidos). Os primeiros jornais saíram desses cafés por volta de
1609. Começou-se a falar em opinião pública pela primeira vez aí. Começou aí
a ser formulada a teoria da livre expressão e da imprensa livre.
i. Em 1720, dois jornalistas londrinos, sob o pseudônimo “Cato”,
introduziram a idéia de que a verdade devia ser uma defesa contra a
difamação (a lei comum inglesa havia determinado que crítica ao
governo era crime e que verdade = difamação).
ii. Benjamin Franklin estava entre os que reproduziam os textos de Cato
nas colônias.
iii. O tipógrafo John Peter Zenger foi processado em 1735 por ter
criticado o governador real de Nova York. As idéias de Cato se

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tornaram a base de sua defesa. Disse seu advogado: o povo tem o
direito tanto de expor como de se opor a um poder arbitrário falando
e escrevendo a verdade”. O júri absolveu Zenger.
iv. As declarações de Direitos da Virgínia (James Madison) e de outros
colônias e a Constituição de Massachusetts (John Adams) adotaram o
conceito.
v. Nem B. Franklin nem Madison acharam que a linguagem explícita
de defesa de uma imprensa livre fosse necessária na Constituição
Federal. Isso agitou a opinião pública que passou a reivindicar uma
declaração de direitos escrita, como condição para aprovar a
constituição. A imprensa livre tornou-se a primeira reclamação do
povo ao seu governo.

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