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Física B o s co d e M o u r a F il ho

Autoria: João B

Tema 01
Leis de Newton
Tema 01
Leis de Newton
Autoria: João Bosco de Moura Filho
Como citar esse documento:
MOURA FILHO, João Bosco de. Física B: Leis de Newton. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2016.

Índice

CONVITEÀLEITURA PORDENTRODOTEMA
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© 2016 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua
portuguesa ou qualquer outro idioma.
CONVITEÀLEITURA
A física está presente em nosso cotidiano e por vezes não nos atentamos as suas diversas formas de aplicação.
Neste tema, você irá estudar as três Leis de Newton, serão apresentadas a sua definição e as suas mais diversas
aplicações. Veremos o que é a força e qual sua unidade de medida, iremos aplicar a Segunda Lei de Newton, que trata
da relação entre força, massa e aceleração. Posteriormente, apresentaremos alguns casos de força específicos, como a
força peso. Compreenderemos a diferença existente entre peso e massa. Citaremos outras forças como a gravitacional
e a força de atrito. Nessa perspectiva, este tema é de suma importância, pois traz os conceitos básicos da mecânica
desenvolvida por Newton. É importante que ao longo da leitura do tema você esteja atento aos exemplos resolvidos,
eles lhe darão uma visão de como a teoria é aplicada. Procure, depois de ler os exercícios, resolvê-los sozinho; isso irá
ajudá-lo a fixar melhor o conhecimento.

PORDENTRODOTEMA
1. Leis de Newton

A Física é um ramo da ciência que estuda os fenômenos da natureza. Ela tem como objetivo compreender tais
fenômenos e desse modo poder realizar previsões.

Há uma parte da física que estuda com exclusividade os problemas que tratam das relações entre força aplicada a
um corpo e sua aceleração. Esse estudo foi apresentado por Isaac Newton (1642-1727), e é intitulado de Mecânica
Newtoniana. Em seu desenvolvimento, Newton tomou como base estudos de outros grandes pensadores, como por
exemplo Galileu Galilei. Nessa perspectiva, iremos apresentar aqui as três Leis de Newton, que são a base para a
mecânica newtoniana.

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PORDENTRODOTEMA
1.1 Primeira Lei de Newton

Antes de Newton, alguns outros pensadores estudaram sobre o movimento, atribuindo que para um corpo
permanecer em movimento ele deveria ter uma força atuando sobre ele; uma vez que essa força parasse de atuar, esse
corpo tenderia a cessar seu movimento.

Se imaginarmos um bloco escorregando em uma superfície, podemos perceber que depois de um certo tempo ele
para. Se alisarmos a superfície, deixando-a mais lisa, o bloco leva mais tempo para parar. Se mudássemos para uma
superfície bem lisa, por exemplo gelo, o bloco iria levar ainda mais tempo para que parasse.

Levando em conta esse processo, poderíamos imaginar que houvesse uma superfície tão lisa quanto se queira e que o
bloco levaria muito tempo para parar. Nessa perspectiva, podemos enunciar a Primeira Lei de Newton:

“Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso ou em movimento retilíneo se a força resultante atuante
sobre ele for nula.”

Note que, segundo essa lei, uma vez que não haja nenhuma força atuante sobre um corpo, ele tenderá a permanecer
em seu estado inicial. Se estiver em repouso assim irá permanecer, se estiver em movimento retilíneo uniforme assim
irá continuar, ou seja, a sua velocidade será constante.

Para que possamos ver a aplicação da primeira lei, é importante relembrarmos o conceito de movimento. Podemos
considerar que um corpo está em movimento quando a sua posição muda ao longo do tempo com relação a um
observador. É válido ressaltar que o fato de corpo estar ou não em movimento depende do ponto em que o observador
está localizado.

Para que você possa visualizar a importância do observador, vamos considerar uma situação de um carro andando
em uma rodovia. Para uma pessoa que está dentro do carro, a posição com relação ao carro não muda, desse modo
podemos falar que para esse referencial o carro está parado. Mas quando o ponto de referência é uma pessoa na
rodovia notamos que o carro está em movimento, para esse referencial.

Com a evolução da ciência, identificamos que sempre há um referencial para que o corpo esteja em movimento. Se
tomamos qualquer objeto, por exemplo, na superfície terrestre, tendo como referência um satélite no espaço, desse modo,
mesmo que aparentemente as forças se anulem sobre o objeto, para esse referencial o objeto estaria em movimento.

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PORDENTRODOTEMA
Desse modo, podemos ver que as Leis de Newton funcionam para um conjunto local de situações.

1.2 Segunda Lei de Newton

Antes de prosseguirmos para a Segunda Lei de Newton, vamos definir a unidade para força. Em homenagem
ao físico Isaac Newton, a unidade de força é definida por newton, representada por “N”, sendo que 1 N equivale à
quantidade de força necessária para imprimir uma aceleração de 1 m/s2 a um corpo que tenha uma massa de 1 kg,
conforme ilustrado na Figura 1.
Figura 1 – Corpo sendo puxado

Fonte: Halliday; Resnick; Walker (2012)

Lembre-se de que no Sistema Internacional de Unidades (SI) a unidade de massa é o quilograma (kg), a de comprimento
é o metro (m), a de tempo é o segundo (s) e a de força é o newton (N).

Como representado na Figura 1 podemos notar que a aceleração é uma grandeza vetorial, ou seja, é dotada de módulo
direção e sentido, e a força também é uma grandeza vetorial. Desse modo, se aplicarmos mais de uma força sobre o
mesmo corpo só poderemos imprimir uma única aceleração a esse corpo. Desse modo, quando falamos sobre força
aplicada a um corpo gerando aceleração, podemos fazer referência a mais de uma força; logo, trataremos como uma
força resultante, que é a soma de todas as forças atuantes sobre um corpo.

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PORDENTRODOTEMA
Nessa perspectiva podemos enunciar a Segunda Lei de Newton:

“A força resultante atuante sobre um corpo é diretamente proporcional ao produto de sua massa pela sua
aceleração, ou seja:”

onde:

: é o vetor força resultante.

: é a massa do corpo.

: é o vetor aceleração.

Aplicações da 2ª Lei de Newton

Exemplo 1: Considere um caixote de madeira sobre uma superfície sem atrito, que será puxado horizontalmente
por uma corda. Sabendo que a massa do caixote é de 12 kg, qual seria a força necessária para imprimir uma aceleração
de 5 m/s2 ao caixote?

Procedimento de resolução.

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PORDENTRODOTEMA
Na resolução das questões, podemos seguir um método. O primeiro passo é, quando não vem o desenho da situação,
realizar o desenho do problema. Abaixo veja o desenho da situação:
Figura 2 – Representação do exemplo 1

Fonte: O autor

Note que na Figura 2 a situação está desenhada, a seta representa o sentido e direção que a força é aplicada. A força
é uma grandeza vetorial, desse modo é representada na forma vetorial, com uma semirreta em cima da letra. Outra
forma de representá-la é em negrito – ao longo do texto note que por vezes não faremos uso dessa representação, mas
é importante que você lembre que a força é uma grandeza vetorial.

Agora vamos retirar os dados do problema:

Massa do bloco = 12 kg

Aceleração = 5 m/s2

Força = ?

Pela Segunda Lei de Newton, temos:

substituindo os valores:

Resposta: A força necessária é de 60 N.

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PORDENTRODOTEMA
Força Gravitacional

Um dos tipos de força é a força gravitacional, que é a força de atração entre a matéria. Desse modo, um corpo
que tem massa exerce sobre outro corpo, que também tem massa, uma força de atração. Como estamos trabalhando
em situações no planeta Terra, a massa do planeta será muito maior que a massa de qualquer corpo estudado nessa
disciplina, logo iremos considerar apenas a força que a Terra exerce sobre os corpos. Note que essa força sempre
estará na vertical no sentido para baixo.

Aplicando a Segunda Lei de Newton a um objeto em queda livre que tenha somente a força gravitacional agindo sobre
ele, desprezando qualquer resistência do ar, temos:

onde :

: é a massa do corpo que está em queda livre.

é a aceleração da gravidade, que tem valor aproximado na superfície da Terra de 9,8 m/s2.

Força Peso

Em nosso cotidiano, é comum ouvirmos a frase “O meu peso é de 72 kg”. Vemos que, do ponto de vista da Física,
há um erro nessa avaliação, já que 72 kg corresponde à massa da pessoa e não ao seu peso. O peso, ou força peso,
está associado à quantidade de força necessária para levantar um determinado corpo.

Por exemplo, no caso da pessoa de 72 kg, a força peso nesse caso será:

Desse modo, o peso (P) é de 705,6 N, e a sua representação usual é:

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PORDENTRODOTEMA
Força Normal

Imagine um corpo que está sobre uma superfície. Esse corpo exerce sobre a superfície uma determinada força peso
no sentido para baixo. No entanto, a superfície se deforma ao mesmo tempo em que o peso é aplicado, mesmo que de
forma imperceptível, e exerce uma força sobre o corpo no sentido para cima. Note que essa força que a superfície irá
exercer é sempre perpendicular a mesma, sendo denotada por força normal (N).

Na Figura 3 temos um esboço de um bloco onde atuam a força peso e a força normal.
Figura 3 – Força normal e peso atuando em um bloco

Fonte: Halliday; Resnick; Walker (2012)

Força de Tração

Quando amarramos uma corda a um bloco e vamos puxá-lo exercendo uma força na corda, consideremos que
essa corda, devido à força imprimida, fica tensionada. A força que irá puxar o bloco é uma força de tração, e no ponto
em que a corda está amarrada ao caixote aparece uma força de tensão, a que a corda realiza sobre o bloco.

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PORDENTRODOTEMA
Força de Atrito

Uma outra força que recebe um nome específico é a força de atrito, a que aparece quando queremos empurrar
um bloco sobre uma superfície que apresenta irregularidades. Por exemplo, considere que uma pessoa deseja mover
um guarda roupa: existe uma força de atrito entre a base do guarda roupa e o piso – essa força, por sua vez, irá atuar
contrária ao movimento.

Neste tema não iremos trabalhar com problemas que envolvam a força de atrito, ela será estudada em temas posteriores.

1.3 Terceira Lei de Newton

Para chegarmos na Terceira Lei de Newton, considere um sistema que tem dois blocos amarrados por meio de
um fio e que um deles é puxado por uma força, como ilustrado na Figura 4.
Figura 4 – Sistema com dois blocos

Fonte: O autor

Note que, à medida que o bloco verde é puxado, ele por sua vez puxa o bloco azul. Em outras palavras, uma força de
ação no bloco verde gera uma força de reação no bloco azul. Nessa perspectiva, podemos enunciar a Terceira Lei de
Newton:

“Toda força de ação gera uma força de reação de mesma intensidade e direção, porém em sentido oposto”.

Aplicação das Leis de Newton.

Vamos agora fazer a aplicação dos conceitos estudados. Esteja atento a cada situação para as considerações
físicas realizadas.

Note que alguns conceitos prévios serão utilizados durante a resolução, como é o caso da decomposição de vetores.

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PORDENTRODOTEMA
Exemplo 2: Considere um sistema de dois blocos ligados por fio que tenha massa desprezível e que a polia tenha uma
resistência aproximadamente nula, conforme ilustrado na Figura 5.
Figura 5 – Sistema de dois blocos conectados

Fonte: Halliday; Resnick; Walker (2012)

Vamos determinar a aceleração para o sistema. Antes de escrevermos as fórmulas, vamos na Figura 5 representar todas
as forças envolvidas. Essa situação está apresentada na Figura 6.

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PORDENTRODOTEMA
Figura 6 – Forças atuantes nos blocos da Figura 5

Fonte: Halliday; Resnick; Walker (2012)

Note que as forças peso e normal atuantes sobre o bloco de massa M compreende um par ação e reação, ou seja, têm
mesmo valor e sentido oposto, logo a resultante será zero.

Um processo semelhante ocorre com as tensões T, desse modo elas se anulam. Tendo como a única força resultante
atuante no sistema o peso do bloco de massa “m”.

Desse modo, podemos escrever a força resultante para o sistema como:

onde é a massa total do sistema, ou seja , M + m. Logo:

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PORDENTRODOTEMA
isolando a aceleração:

substituindo o peso:

Considerando uma situação onde M= 12 kg e m= 8 kg, o valor da aceleração será:

Exemplo 3: Um bloco está sobre uma rampa que forma 20º com a horizontal. Sabendo que a massa do bloco é de 30 kg
e desprezando o atrito existente entre o bloco e a rampa, determine:

a) O esboço da situação com as forças envolvidas.

b) A aceleração do bloco.

c) A força normal da superfície sobre o bloco.

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PORDENTRODOTEMA
Resolução:

Para o desenho da situação temos:


Figura 7 – Representação do exemplo 3, onde θ=20º

Fonte: <http://www.brasilescola.com/upload/e/plan%202.jpg>. Acesso em: 28 out. 2015

Note que na Figura 7 estão representadas as forças atuantes e as componentes do peso, tanto em x quanto em y.

A componente em y do peso irá anular a força normal, e a força resultante será a componente em x do peso.

Relembrando a decomposição vetorial, temos que tratar da projeção vetorial e do ângulo entre os vetores, conforme
representado na Figura 7.

Pela relação trigonométrica, podemos ver que os vetores peso e suas componentes formam um triângulo retângulo.
Desse modo temos:

Para a componente em y:

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PORDENTRODOTEMA
para a componente em x:

Desse modo, teremos que:

logo:

Pelos valores, temos:

Resposta: O valor da aceleração é de 3,4 m/s2.

c) Resolução

A força normal a superfície será um par de reação à componente em y da força peso, desse modo:

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PORDENTRODOTEMA
Para o valor da componente Py, temos:

substituindo:

Pelos valores:

Resposta: A força normal exercida pela superfície sobre o bloco é de aproximadamente 276,3 N.

Exemplo 4: Um homem está em um elevador, como ilustrado na Figura 8. Sabendo que a massa do homem é de 72 kg,
a do elevador é de 500 kg, e desprezando as forças de resistência, determine:

a) A força normal que o piso do elevador exerce sobre o homem quando ele está parado.

b) A força necessária para o elevador descer com aceleração de 4 m/s2.

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PORDENTRODOTEMA
Figura 8 – Representação do exemplo 4

Fonte: Halliday; Resnick; Walker (2012)

Resolução:

Dados do problema:

massa do homem = 72 kg

massa do elevador = 500 kg

aceleração da gravidade = 9,8 m/s2

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PORDENTRODOTEMA
a) Na primeira situação, o elevador está em repouso; desse modo, a força resultante é zero. Como temos apenas
duas forças atuantes em sentido oposto, logo:

o peso é dado pelo produto da massa pela aceleração da gravidade, logo:

pelos valores do dados:

b) Para a segunda situação, note na Figura 8 que há uma força atuando para cima, mas mesmo assim o elevador irá
para baixo, desse modo:

note que aceleração resultante será 4 m/s2 e que devemos considerar a massa de todo o sistema (mt), ou seja, a do
homem e do elevador somadas, logo:

pelos valores dados temos:

Resposta: A força necessária é de 3317,6 N.

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PORDENTRODOTEMA
Exemplo 5: Um bloco de 4 kg é puxado por duas forças, conforme mostra a Figura 9.
Figura 9 – Ilustração do exemplo 5

Fonte: Halliday; Resnick; Walker (2012)

Sabendo que F1 = 15 N, F2 = 8 N e =45˚, qual é o valor da aceleração sofrida pelo bloco?

Resolução:

Primeiro passo, vamos retirar os dados do problema:

Massa = 4 kg

F1 = 15 N

F2 = 8 N

Para a força resultante na horizontal, temos que descobrir a componente x de F1 . Logo:

para a resultante em x:

note que o sinal negativo é devido ao sentido da força.

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PORDENTRODOTEMA
Pela Segunda Lei de Newton, a força resultante é o produto da massa pela aceleração, logo:

isolando a aceleração e substituindo a componente em x da força 1:

pelos valores temos:

Resposta: A aceleração do bloco é em módulo igual a 0,7 m/s2.

Exemplo 6: Considere um bloco de 6 kg de massa que é puxado por uma força, conforme apresentado na Figura 10.
Determine o valor da força F1 para que o bloco chegue na iminência de perder o contato com o chão.
Figura 10 – Ilustração do exemplo 6

Fonte: Adaptado de Halliday; Resnick; Walker (2012)

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PORDENTRODOTEMA
Resolução:

Neste problema, é importante ficar muito atento ao enunciado, o bloco irá levantar do chão quando a componente da
força que atua na vertical for superior à força peso que atua para baixo. No ponto de iminência de movimento temos que
a força F1 em y será igual ao peso do bloco. Logo:

Dados do problema:

Massa do bloco = 6 kg

Aceleração da gravidade = 9,8 m/s2

Aplicando para a componente da força, temos:

Note que a pergunta é referente à F1 e não a sua componente, desse modo:

pelos valores:

Resposta: A força necessária é de aproximadamente 83,2 N.

Durante a resolução dos exercícios, procure seguir os métodos apresentados, estando atento ao enunciado e aos
cálculos realizados.

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ACOMPANHENAWEB
Aplicações das Leis de Newton - Exercício resolvido 3

• Neste vídeo você verá a resolução comentada de um exercício envolvendo as Leis de Newton.
Procure ao longo da resolução identificar a aplicação da Segunda e Terceira Leis de Newton.
Depois de assistir ao vídeo, resolva o exercício. Caso tenha dificuldade, volte e veja o ponto que
não conseguiu resolver.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=s9IzrEsUoQw>. Acesso em: 28 out. 2015.

Duração: 10:52.

Aula 4.9 – Dinâmica – Entendendo o plano inclinado

• Neste vídeo, será estudado o plano inclinado. É apresentado detalhadamente como é feito
o tratamento vetorial no plano e quais as relações trigonométricas utilizadas na decomposição
vetorial.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=99uVkglDDn0>. Acesso em: 28 out. 2015.

Duração: 23:55.

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ACOMPANHENAWEB
As concepções espontâneas, a resolução de problemas e a história da
ciência numa sequência de conteúdos em mecânica: o referencial teórico e a
receptividade de estudantes universitários à abordagem histórica da relação
força e movimento

• Este artigo traz conceitos teóricos sobre mecânica, fazendo uma abordagem histórica do
tema, sendo essa a parte que você deve ter maior atenção durante a leitura. Posteriormente,
é realizado um levantamento de como estudantes lidam com esse conhecimento. Lembre-se
de que a leitura irá lhe trazer um conhecimento mais amplo sobre o tema e ajudará na sua
compreensão.
Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/vol14a39.pdf>. Acesso em: 25 out. 2015.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

Considere um bloco no qual atuam duas forças opostas, uma de 5 N e outra de 3,5 N. Sabendo que a massa do bloco é de 5 kg,
qual é o valor de sua aceleração?

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 2

Considere um bloco em um plano inclinado conforme ilustrado na figura 11:

Figura 11 – Ilustração da questão 2

Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-_qYLr00GVwU/Tm4fMP4Jr3I/AAAAAAAAad8/n43TN--1wHA/s1600/ex4atest.PNG>. Acesso em: 28 out. 2015

Sabendo que o ângulo e que a massa do bloco vale 3 kg, determine:

a) A tensão na corda.

b) A aceleração que o bloco iria sofrer se a corda fosse cortada.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 3

Dois blocos são empurrados por uma força de 12 N. Considere que a força é aplicada no bloco 1, que por sua vez empurra o
bloco 2. O sistema dos dois blocos desloca-se com uma aceleração de 2 m/s2 e as massas são m1 = 4 kg e m2 = 2 kg. É correto
afirmar que:

a) A força que o bloco 1 exerce sobre o bloco 2 é de 12 N .

b) A força que o bloco 1 exerce sobre o bloco 2 é de 4 N.

c) A força que o bloco 1 exerce sobre o bloco 2 é de 8 N.

d) A força que o bloco 1 exerce sobre o bloco 2 é de – 8 N.

e) A força que o bloco 1 exerce sobre o bloco 2 é de – 12N.

Questão 4

Um caixote contendo cimento é puxado por uma corda que está amarada a um de seus lados, por um funcionário. Sabendo que
ao puxar a corda o ângulo entre a corda e a horizontal é de 20º, que a massa do caixote com cimento é de 110 kg, podemos afir-
mar que:

a) A força que o funcionário tem que tracionar a corda para gerar uma aceleração 1 m/s2 é de aproximadamente 110 N.

b) A força que o funcionário tem que tracionar a corda para gerar uma aceleração 1 m/s2 é de aproximadamente 1 N.

c) A força que o funcionário tem que tracionar a corda para gerar uma aceleração 1 m/s2 é de aproximadamente 321 N.

d) A força que o funcionário tem que tracionar a corda para gerar uma aceleração 1 m/s2 é de aproximadamente 117 N.

e) A força que o funcionário tem que tracionar a corda para gerar uma aceleração 1 m/s2 é de aproximadamente 50 N .

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 5

Um contêiner está sendo içado por um guindaste em um porto, conforme ilustrado. Considere que o movimento está sento rea-
lizado somente na vertical e despreze resistências de polias e do ar. O contêiner tem uma massa de 550 kg. Qual é o valor da
força realizada pelo guindaste para que a aceleração do contêiner seja 2,5 m/s2?

Figura 12 – Contêiner sendo içado por um guindaste

Fonte: <http://www.fatecguaratingueta.edu.br/fateclog/artigos/Artigo_129.PDF>. Acesso em: 2 nov. 2015

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FINALIZANDO
Neste tema você estudou as três Leis de Newton, vendo algumas de suas aplicações e conhecendo alguns casos
específicos que recebem nomes especiais, como é o caso das forças peso, normal e de atrito. A manipulação desse
conhecimento requer conhecimentos prévios sobre vetores e suas decomposições, que ao longo dos exemplos resolvidos
são comentados e nos vídeos indicados há uma explicação mais detalhada.

REFERÊNCIAS
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; E. WALKER, J. Fundamentos de Física. 9. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
2012. v. 2.
NUSSENZVEIG, M. Curso de Física Básica: Mecânica. 4. ed. São Paulo. Editora Edgard Blucher, 2003.
PEDUZZI, L. O. Q.; MOREIRA, M. A. As concepções espontâneas, a resolução de problemas e a história da ciência numa
sequência de conteúdos em mecânica: o referencial teórico e a receptividade de estudantes universitários à abordagem
histórica da relação força e movimento. Porto Alegre, 1992. Disponível em: <http://www.sbfisica .org.br/rbef/pdf/vol14a39.pdf>.
Acesso em: 25 out. 2015.
PEDUZZI, S. S.; PEDUZZI, L. O. Q. Leis de Newton: Uma forma de ensiná-las. Florianópolis, 1988. Disponível em: <https://
www.rbcdh.ufsc.br/ index.php/fisica/article/viewFile/7812/15152>. Acesso em: 25 out. 2015.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica. 5. ed. LTC.
Rio de Janeiro 2006.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. F. Física I. 12. ed. São Paulo: Pearson – Addison Wesley, 2008.

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GLOSSÁRIO
Mecânica Newtoniana: parte da física desenvolvida por Newton que estuda a interação entre força, aceleração e massa.

Primeira Lei de Newton: Todo corpo em movimento retilíneo uniforme ou em repouso tende a permanecer nesse esta-
do se a força resultante atuante sobre ele for zero.

Segunda Lei de Newton: estabelece a relação: .

Força Gravitacional: é a força de atração existente entre a matéria.

Força peso: é a força necessária para levantar na vertical um corpo sobre a ação da gravidade.

Terceira Lei de Newton: a toda força de ação temos uma força de reação de mesma intensidade e direção, porém em
sentido oposto.

GABARITO
Questão 1

Resposta: Após a leitura do exercícios, vamos fazer um esboço da situação:


Figura 13 – Ilustração da questão 1

Fonte: O autor

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Pelos dados da questão:

Pela Segunda Lei de Newton, sabemos que a força resultante é:

Sabendo que nesse caso a força resultante será a soma das duas forças temos:

O sinal negativo é referente ao sentido oposto da força. Logo, pela segunda lei:

Como queremos descobrir o valor da aceleração:

Substituindo os valores dados:

Desse modo, a aceleração é de aproximadamente .

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Questão 2
Resposta: No desenho da situação, vamos acrescentar os vetores envolvidos. Temos:
Figura 14 – Representação das forças envolvidas na questão 2

Fonte: O autor

Note que o peso P foi decomposto em suas componentes em x e y.

Para a pergunta na letra “a”, sobre a tensão T na corda, temos que a força resultante em x é dada por :

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Como o bloco está parado, a força resultante é nula, logo:

Para escrever a componente do peso em x temos:

logo:

pelos valores temos:

a) Desse modo, a tensão na corda é de aproximadamente 16 N.

Passando para o segundo caso, quando a corda é cortada, temos que:

O valor da tensão será zero, e como o bloco irá descer vamos mudar o sentido de peso em x, logo:

logo:

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pelos valores:

b) a aceleração quando a corda é cortada é de aproximadamente 5,3 m/s2.

Questão 3

Resposta: Alternativa B.

Primeiro passo vamos fazer o esboço da situação:


Figura 15 – Representação da questão 3

Fonte: O autor

Pelos valores dados:

F= 12 N

a= 2 m/s2

m1= 4 kg

m2= 2 kg

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Note que nesse caso a força que o bloco 1 exerce no 2 é a mesma que o bloco 2 exerce no bloco 1, como nos diz a
Terceira Lei de Newton.

Para a força exercida sobre o segundo bloco, temos que ela será:

pelos valores dados:

Questão 4

Resposta: Alternativa D.

Como a questão não vem com um desenho, o primeiro passo é fazer a ilustração da situação.

Fazendo o desenho da situação:


Figura 16 – Ilustração da questão 4

Fonte: O autor

Pelos valores dados:

Massa = 110 Kg

Aceleração = 1 m/s2

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Importante notar que o movimento se dá na horizontal, então temos que decompor a força na horizontal, desse modo:

Note que para a resultante na horizontal:

pelos valores dados:

Desse modo, a força necessária é de 117 N.

Importante observar que nesses exercícios os conceitos de decomposição vetorial são aplicados.

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Questão 5

Resposta: Vamos ver um esboço da situação, com as forças envolvidas:


Figura 17 – Figura 12 modificada com as forças envolvidas

Fonte: Adaptação da Figura 12 pelo autor

Retirando os dados:

massa = 550 kg

aceleração = 2,5 m/s2

aceleração da gravidade = 9,8 m/s2

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Note que o movimento acontece todo na vertical, desse modo a força resultante é:

Como o bloco está subindo, adotamos esse sentido como positivo, logo o peso é negativo, pois está em sentido oposto.
Como:

substituindo temos:

pelos valores dados:

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